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Após Luva de Pedreiro indicar que pagaria pensão, Távila Gomes desmente término
Na tarde de domingo (17), Luva de Pedreiro abriu uma live e sugeriu que o melhor seria pagar pensão à atual namorada, Távila Gomes, grávida do primeiro filho dele. "Sou inamorável", disse ele, deixando seus seguidores perplexos com um suposto fim precoce do romance.Porém, mais tarde, Távila desmentiu que ambos tenham encerrado o vínculo. Em outra live, ambos ironizaram perguntas sobre o suposto fim do relacionamento. Conforme Luva, as frases horas antes teriam sido "resenha", ou seja, brincadeira. "Não pode falar mais nada. Tudo o que eu faço, eu estou errado."Em agosto, Iran Ferreira anunciou que será pai. O anúncio foi feito nas redes sociais do influenciador. O futuro bebê já tem nome escolhido: Cristiano Ronaldo Jr. Mais "Cristiano Ronaldo Jr vem aí", disse Luva de Pedreiro na postagem. Ele contou que aguardava um momento especial para fazer o anúncio da gestação, que já estaria no quinto mês.O influenciador é fã declarado do jogador português, a quem ele prestará homenagem nomeando seu filho. Há cerca de um mês, Iran compartilhou na web a ocasião em que conheceu o ídolo."Realizei meu sonho que era conhecer Cristiano Ronaldo. Ele sempre foi minha inspiração. Isso que aconteceu comigo serve de exemplo para todos vocês. Não desista dos seus sonhos. Receba!", escreveu ele.
2023-09-18 08:40:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/apos-luva-de-pedreiro-indicar-que-pagaria-pensao-tavila-gomes-desmente-termino.shtml
OMS cobra da China 'acesso total' para investigar origem da Covid-19
O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde) cobrou de Pequim mais informações sobre a origem da Covid-19 e disse que a entidade está pronta para enviar uma segunda equipe ao país para investigar o surgimento do Sars-Cov-2, já que a origem da pandemia ainda não está clara quase quatro anos após os primeiros casos surgirem na cidade chinesa de Wuhan."Estamos pressionando a China para ter acesso total e estamos pedindo a países que levantem a questão durante suas reuniões bilaterais, [para pedir a Pequim] para cooperar", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus. "Já pedimos por escrito para nos fornecerem informações e também estamos dispostos a enviar uma equipe se nos permitirem fazê-lo."Os comentários do chefe da OMS surgem enquanto as autoridades de saúde atualizam as vacinas após um aumento nos casos de coronavírus. Embora os cientistas concordem que o mundo não está mais na fase aguda da pandemia, o órgão de saúde global afirmou que as nações devem aumentar a vigilância das subvariantes, como a BA.2.86, e outras variantes da ômicron.Os líderes mundiais discutirão pela primeira vez a preparação para pandemias em reuniões durante a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York.Tedros disse ao Financial Times que viajou a Pequim para convencer o presidente chinês Xi Jinping em janeiro de 2020 para permitir a visita da primeira missão de especialistas da OMS sobre a Covid-19, liderada por Bruce Aylward, do órgão de saúde, no país.As duas teorias mais proeminentes sugerem um salto do vírus de animais para humanos por meio dos mercados de Wuhan ou uma contaminação decorrente de um vazamento acidental do laboratório de virologia da cidade. Mas nenhum consenso científico surgiu do debate, e Tedros reiterou que todas as opções permanecem "em aberto"."A menos que tenhamos evidências que eliminem quaisquer dúvidas, não podemos simplesmente dizer isso ou aquilo", afirmou ele. Mas ele disse acreditar que "teremos a resposta. É uma questão de tempo."Sobre sua reunião com Xi, Tedros disse: "Fui e encontrei o presidente. Os funcionários abaixo dele não estavam dispostos a nos permitir enviar uma equipe. Então, tive que viajar para convencê-lo por que isso é tão importante". Mais Um dia depois de Tedros retornar a Genebra, segundo o diretor-geral, a OMS declarou a Covid-19 uma emergência de saúde pública de preocupação internacional, a mais alta designação utilizada pela entidade. Essa classificação foi revogada somente em maio deste ano.A OMS foi acusada de ser muito leniente com a resposta inicial da China, o que, segundo críticos, permitiu que as taxas de transmissão global disparassem além de suas fronteiras. Mas Tedros rejeitou essa versão, dizendo que a organização colaborou com a China enquanto tomava medidas para limitar o vírus, e depois criticou abertamente Pequim quando não permitiu que o órgão de saúde investigasse efetivamente as origens da Covid-19, disse ele.A entidade voltou à China para realizar sua primeira missão sobre as origens no início de 2021, mas retornou com um relatório inconclusivo e altamente criticado, citando a falta de cooperação de Pequim como um fator. "Sobre o estudo de origem, como eles não nos estão dando acesso total, começamos as discussões em particular e, quando eles se recusaram a cooperar, tornamos isso público", disse Tedros."Se soubermos [a origem], então podemos prevenir a próxima. Portanto, é ciência", disse ele. "Não será moralmente correto se não soubermos o que aconteceu."Ele disse que "a pandemia foi politizada desde o início". Em meados de 2020, o então presidente dos EUA, Donald Trump, retirou temporariamente o financiamento e ameaçou retirar Washington da OMS à medida que a pressão aumentava com surto do novo coronavírus. Tais medidas complicaram a necessidade de construir "solidariedade global" em torno do gerenciamento da crise de saúde pública, disse Tedros.Embora ainda não haja respostas para "todos aqueles que pagaram por esta pandemia", Tedros disse que a crise do coronavírus fez com que muitos governos percebessem o valor de fortalecer a resiliência de seus sistemas de saúde."Em muitos países, a saúde não é considerada central para o desenvolvimento. E a saúde é realmente considerada um custo", disse ele. "E agora [após a pandemia], acho que as pessoas estão começando a perceber que é realmente um investimento que pode prevenir pandemias."
2023-09-18 09:49:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2023/09/oms-cobra-da-china-acesso-total-para-investigar-origem-da-covid-19.shtml
Respiração, rins e coração podem ser afetados pelo calor; veja cuidados
A última semana de inverno, que termina no próximo sábado (23), será marcada por uma forte onda de calor que atinge parte do país, com termômetros acima de 30°C e chegando até 40°C.Segundo a Climatempo, o calor será intenso principalmente no interior de Santa Catarina; no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Paraná; no centro-sul do Pará; centro-leste do Amazonas e nos estados de Rondônia e Tocantins.Fora do normal para a época do ano, o calor extremo pode causar mal-estar, desconforto, além de outras alterações na saúde, que exige cuidados. A respiração, a pele, os rins e o coração são algumas das áreas do corpo mais afetadas pelo calor contínuo, segundo o médico Abrão Cury, da SBCM (Sociedade Brasileira de Clínica Médica).Segundo ele, o calor provoca uma dilatação dos vasos sanguíneos, o que diminui a pressão e pode levar a uma sobrecarga na circulação. Se acompanhado de tempo seco, como acontecerá em São Paulo — sem previsão de chuva até o final da semana— pode irritar também a mucosa respiratória.Além disso, a transpiração aumenta naturalmente em períodos de calor, como mecanismo de defesa para refrescar o corpo, o que, conforme o médico, provoca perda de sais e pode ainda causar dermatite. A recomendação é usar roupas mais leves e se hidratar."Outra coisa no calor é que as pessoas pensam que bebida alcoólica serve como hidratante, mas o álcool também faz a pessoa perder líquido", diz Cury.O aumento da transpiração e a baixa ingestão de água também são os principais responsáveis pelo aumento do risco de formação dos cálculos renais, dizem os especialistas. A falta de água no organismo dificulta a diluição da urina, o que aumenta a concentração de cristais no organismo. Defesa Civil emite alerta e cuidados para períodos de calor extremo O médico Luiz Fernando Manzoni, professor do curso de medicina da USP (Universidade de São Paulo) em Bauru, diz que os grupos mais vulneráveis à mudança de tempo são idosos, pessoas mais expostas ao calor e aquelas que não se hidratam. A Defesa Civil alerta ainda para crianças, doentes crônicos e grávidas.As dicas são beber bastante água, comer alimentos leves e adaptar os hábitos. "A gente quer continuar vivendo da mesma forma independente do clima e do que estamos sentindo, mas temos que respeitar o corpo e a nossa adaptação", diz Manzoni. Mais Fabrízio Romano, vice-presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, recomenda evitar atividade ao ar livre durante a tarde, quando a umidade está baixa. Pela manhã a umidade costuma ser mais elevada.Para driblar o clima seco, Romano sugere hidratar o nariz com soro fisiológico e medicamentos específicos para a área.A Defesa Civil recomenda que as pessoas não passem muitas horas sem se alimentar, mesmo se sentirem menos fome, e que mantenham uma alimentação saudável com frutas, verduras e alimentos leves.
2023-09-18 10:20:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrio/2023/09/respiracao-rins-e-coracao-podem-ser-afetados-pelo-calor-veja-cuidados.shtml
Alckmin cita mestre Miyagi, de 'Karatê Kid', em fala sobre esporte; veja vídeo
O vice-presidente Geraldo Alckmin surpreendeu ao citar o mestre Miyagi, personagem de "Karatê Kid", em um vídeo publicado neste domingo em suas redes sociais.Na publicação, ele parabenizava os atletas de caratê de todo o Brasil que participaram do 30º Campeonato Brasileiro de Karatê Interestilos."Lembrem-se sempre do ensinamento do mestre Miyagi, em 'Karatê Kid': 'A vida pode te derrubar, mas você decide quando é hora de levantar'." Mais
2023-09-18 08:45:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/alckmin-cita-mestre-miyagi-de-karate-kid-em-fala-sobre-esporte-veja-video.shtml
Mercado diminui projeção de inflação em semana de definição de juros
Os economistas consultados pelo BC (Banco Central) para o Boletim Focus abaixaram nesta segunda-feira (11) a expectativa de inflação para o fim de 2023 para 4,86%, contra 4,93% no relatório divulgado na última semana. A projeção para 2024 também caiu para 3,86%.O índice de referência, IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), saiu com alta menor do que a esperada pelo mercado, segundo os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na última terça-feira (12). A inflação acumulada em 12 meses até agosto está em 4,61%.Economistas corrigiram, então, as expectativas. Para 2025 e 2026 a estimativa continua sendo de inflação de 3,5% para ambos os casos. O Copom (Comitê de Política Monetária) se reunirá a partir desta terça-feira (19), para definir a taxa de juros.O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.As projeções dos economistas consultados pelo BC para a taxa básica de juros, Selic, seguem as mesmas para os anos de análise —de 2023 a 2026. A expectativa é de que o Copom faça corte de 0,5% nesta semana.Mantendo a tendência da última semana, o Boletim Focus aumentou as previsões do PIB para 2023 (alta de 2,89%) e 2024 (1,5%). A expectativa para 2025, entretanto, foi revisada para baixo, em 1,95%.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Com Reuters
2023-09-18 08:48:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/mercado-diminui-projecao-de-inflacao-para-2023-e-2024-e-sobe-expectativa-para-pib.shtml
Le Cordon Bleu de SP abre biblioteca com livros de Nina Horta e recria sua cozinha
Em uma sala cheia de livros de cozinha, um texto escrito à mão na primeira página de um deles traz uma dedicatória: "Nina, querida, como posso te agradecer?". No final, a assinatura diz: "com amor, Ritinha".A edição de 2008 de "A Conversa Chegou à Cozinha" (ed. Ediouro, 224 págs.), com um recado da chef e apresentadora Rita Lobo, faz parte de uma coleção de cerca de 2.500 títulos que pertenceram a Nina Horta (1939-2019), cozinheira, cronista e colunista da Folha, e que a partir do dia 2 de outubro serão abertos ao público em um espaço dedicado à escritora na escola de gastronomia Le Cordon Bleu de São Paulo, na Vila Madalena.Chamado Memorial Nina Horta, também vai exibir utensílios e uma parte da cozinha original usada quase diariamente por mais de cinco décadas por ela. Esse ambiente integra um novo complexo que inclui café, cozinha experimental e um coworking da Le Cordon Bleu, o Culinary Village, no mesmo prédio em que já funciona a rede de ensino francesa."O desejo de minha mãe era que o acervo dela pudesse ser consultado, estudado", diz Dulce Horta, sua filha. Quem se encarregou disso, a pedido de Nina, foi Rosa Moraes, que atua na área de ensino de gastronomia há 25 anos e é embaixadora de hospitalidade da Ânima Educação, parceira da Le Cordon Bleu em São Paulo. Para colocar a ideia em prática, as obras foram enviadas a uma empresa especializada em catalogação, permitindo a consulta por tema e autor, explica Moraes. Qualquer pessoa pode ter acesso ao material no espaço, mas retiradas não são permitidas.Na sala moderninha e cheia de janelas, periódicos, teses e livros em vários idiomas tratam da gastronomia em diferentes perspectivas. Há volumes sobre história (de pratos franceses e italianos na Idade Média, por exemplo), sobre a cozinha de uma região (como Nova Orleans, nos EUA) e um país (a Malásia é um entre muitos). Completam os sempre presentes títulos de cozinheiros e restaurantes.É claro, uma fartura de receitas também faz parte da coleção, algumas delas destacadas por marcações escritas por Nina em post-its ainda preservados. "Almôndegas ao curry" diz um desses lembretes com sua caligrafia em uma página de Good Housekeeping, revista americana cuja primeira edição foi publicada em 1885. Essas receitas eram testadas por Nina em refeições que preparava em sua casa ou poderiam servir de referência para o Ginger, bufê que comandou por 30 anos. Mais Uma mistura de autores brasileiros como Câmara Cascudo (1898-1986), Bela Gil, Carla Pernambuco e Luiz Américo Camargo faz parte da biblioteca. Mas o acervo também se destaca por livros estrangeiros, alguns deles já esgotados, geralmente acessíveis apenas a quem pode trazê-los de viagem ou comprá-los pela internet.Algumas obras são de escritores famosos, como o americano James Beard (1903-1985), também cozinheiro e apresentador, que foi uma das principais autoridades sobre a cozinha de seu país. Entre outras preciosidades está o livro sobre a mesa do Oriente Médio de Claudia Roden, autora nascida no Egito que se dedica à gastronomia há mais de 50 anos; e publicações de Madhur Jaffrey, atriz indiana que também escreveu sobre a cozinha de sua terra natal.Além do conhecimento sobre comida, a biblioteca oferece uma oportunidade de observar de perto o apetite incansável que Nina Horta tinha pela gastronomia, sempre presente nas suas colunas da Folha. Seu texto influenciou gerações com um estilo direto, simples, por vezes cômico e também erudito, ao falar de uma comida que não se resume às cozinhas.Ela recebeu o prêmio Jabuti de Gastronomia em 2016 com o livro "O Frango Ensopado da Minha Mãe" (ed. Companhia das Letras, 288 págs.), que reúne algumas de suas crônicas. Ela começou a escrever sobre gastronomia no jornal em 1987.Ao lado dos livros, o memorial instalado no Culinary Village também vai exibir o vigoroso fogão Viking, descrito em uma coluna de 2015 na Folha, junto dos armários de uma madeira já um tanto gasta da cozinha de 55 anos de Nina. Peças como um galo de cerâmica, uma panela de cobre e muitas louças, vindas de lugares como França, Alemanha, Japão e Inglaterra, também serão expostas e renovadas a cada três meses. Mais A ideia de remontar ali a cozinha de Nina partiu do chef francês Patrick Martin, que ajudou a implantar a Le Cordon Bleu no Brasil em 2018, quando foi ver ao vivo o acervo de obras da cronista, que ele não chegou a conhecer pessoalmente. "Quando fui até lá, vi livros por todos os lados e a cozinha da casa. Entendi que esse patrimônio era a oportunidade de uma vida", diz Martin.A inauguração do complexo marca um momento de crescimento da Le Cordon Bleu no Brasil, segundo Martin. O Culinary Village engloba coworking, um café que vai servir refeições e também uma cozinha que pode ser alugada por empresas para dinâmicas ou usada para desenvolvimento de produtos em conjunto com a rede de ensino francesa. Um exemplo desse trabalho é uma parceria com a Ofner, concretizado em uma linha de sobremesas, chocolates e um panetone, que serão lançados nos próximos meses.A instituição está expandindo seu curso de gastronomia de ensino superior, hoje disponível apenas em São Paulo, para Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Recife. Em novembro, vai publicar um livro sobre cozinha brasileira –uma dessas novidades que, provavelmente, estaria no radar curioso de Nina.Memorial Nina Horta R. Natingui, 862, 1° andar, Vila Madalena, região oeste. Seg. a sex., das 8h às 18h.
2023-09-18 09:00:00
comida
Comida
https://www1.folha.uol.com.br/comida/2023/09/le-cordon-bleu-de-sp-abre-biblioteca-com-livros-de-nina-horta-e-recria-sua-cozinha.shtml
Agentes da PRF pedem autocrítica após morte de Heloísa, mas rechaçam Gilmar por 'generalização'
Agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) começaram neste fim de semana a circular, em grupos de WhatsApp formados por integrantes da corporação, uma mensagem que pede "autocrítica" da instituição diante da morte da menina Heloisa dos Santos Silva e do caso Genivaldo Santos.Ao mesmo tempo, o texto também critica a fala do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes que, citando esses episódios, afirmou que o órgão "merece ter a sua existência repensada".A mensagem, a qual a Folha teve acesso, tem sido republicada nesses grupos após a declaração de Gilmar e vem recebendo manifestações de endosso dos participantes."É inegável que a instituição precisa de um exercício autocrítico para corrigir rotas", diz o texto, que depois critica o posicionamento de Gilmar e defende que os agentes da corporação não podem ser penalizados de forma generalizada por "episódios pontuais" ou de "responsabilidade de um gestor de outrora" —em referência ao governo de Jair Bolsonaro (PL).A declaração do ministro do STF aconteceu nas redes sociais neste sábado (16), após a morte da menina Heloisa dos Santos Silva, de 3 anos. Ela foi baleada em uma ação da PRF.O magistrado também mencionou a morte de Genivaldo Santos, asfixiado em uma viatura da PRF, e a atuação da corporação durante o segundo turno das eleições do ano passado.Na ocasião, a PRF montou blitze em locais em que o presidente Lula (PT) tinha obtido mais votos no primeiro turno —na época, o chefe da corporação era Silvinei Vasques, indicado por Bolsonaro. No dia do segundo turno, Vasques publicou nas redes sociais uma mensagem pedindo voto para o ex-presidente, então candidato.Gilmar afirmou que, em casos de "violações estruturais", é necessário pensar em "medidas também estruturais"."Ontem, Genivaldo foi asfixiado numa viatura transformada em câmara de gás. Agora, a tragédia do dia recai na menina Heloisa Silva. Para além da responsabilização penal dos agentes envolvidos, há bem mais a ser feito. Um órgão policial que protagoniza episódios bárbaros como esses —e que, nas horas vagas, envolve-se com tentativas de golpes eleitorais—, merece ter a sua existência repensada", escreveu Gilmar na rede social X, antigo Twitter. Mais Heloísa foi baleada na nuca e no ombro durante uma ação da PRF no Arco Metropolitano, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.Quando foi atingida pelos disparos, ela estava com a família indo para casa, em Petrópolis, na região serrana.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou rede social para se manifestar sobre a morte da criança. No texto, disse que a pequena Heloisa foi atingida por tiros de quem deveria cuidar da segurança da população. "Algo que não pode acontecer".A mensagem que circula entre agentes da PRF lembra que a instituição tem 95 anos de história e que nos dois casos, "cometeu dois erros graves, contra Genivaldo e Heloísa", episódios que devem ser apurados e dos quais os responsáveis devem ser punidos pelas "vidas perdidas e danos irreparáveis".O texto cita, entre aspas, a declaração de Gilmar, mas sem nomeá-lo —se refere apenas a um integrante do STF— e a classifica como "demagógica e leviana". Diz que é uma "generalização preconceituosa e estigmatizada" e que ofende os 13 mil agentes do órgão e também fere a "harmonia e independência" dos poderes."Em nome de uma caça às bruxas, de cunho político-ideológico, estão promovendo uma perversa inquisição contra servidores policiais que devotaram suas vidas a servir aos brasileiros e que em nada têm culpa de episódios pontuais, com Genivaldo e Heloísa, ou organizacionais, de responsabilidade de um gestor de outrora", acrescenta a mensagem.Esse trecho final é uma referência aos escândalos da corporação durante o governo Bolsonaro e durante a gestão Vasques, em particular as suspeitas de que a força tenha sido usada, durante o segundo turno, para impedir o voto de eleitores de Lula.
2023-09-18 09:17:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/agentes-da-prf-pedem-autocritica-apos-morte-de-heloisa-mas-rechacam-gilmar-por-generalizacao.shtml
Maior parte do financiamento climático no Brasil vai para agropecuária
Quando se fala em financiamento climático no Brasil, muito se comenta sobre investimentos estrangeiros, especialmente em relação ao que vai para florestas. Mas e se te dissessem que a maior parte do financiamento para o clima no país vem dos nossos próprios cofres, vai para a agropecuária e são recursos privados direcionados por políticas públicas?Essa é a foto revelada por um amplo levantamento, ao qual a Folha teve acesso com exclusividade. O estudo foi feito por pesquisadoras da CPI (Climate Policy Initiativ) da PUC-Rio.O levantamento leva em conta as finanças climáticas relacionados ao uso da terra. O foco nessa área não é gratuito. A maior fatia das emissões brasileiras (70%) de gases-estufa é proveniente de desmatamento (em especial da Amazônia) e de atividade agropecuária.A pesquisa mostra que, de 2015 a 2020, o financiamento climático ligado ao uso da terra ficou, em média, em R$ 25,1 bilhões anuais. Houve um salto do primeiro ano para 2020, porém, saindo de cerca de R$ 22 bilhões para R$ 36,5 bilhões.O crédito rural é parte da explicação para a concentração de dinheiro no setor agropecuário. Segundo o levantamento, que será divulgado nesta segunda-feira (18), cerca de dois terços do financiamento climático doméstico brasileiro —o equivalente R$ 15,9 bilhões anuais— são provenientes de recursos privados.O motivo disso é que instituições financeiras são obrigadas a direcionar verbas para o crédito rural."Não é que os agentes privados no Brasil estão voluntariamente destinando recursos. Temos uma política enorme de crédito rural", diz Priscila Souza, gerente sênior de avaliação de política pública do CPI/PUC-Rio, citando os mais de R$ 400 bilhões do último Plano Safra.Souza explica que parte dos recursos do Plano Safra vem diretamente do Tesouro, mas que outra grande parcela é derivada de direcionamento obrigatório de contas-correntes e poupanças de bancos.Segundo o estudo, do total do financiamento observado, 95% (R$ 23,8 bilhões por ano) vêm de fontes domésticas.Com isso, as pesquisadoras observaram que o setor agrícola foi o que abocanhou a maior parte do financiamento climático para uso da terra, na casa de pouco mais de R$ 15 bilhões por ano, ou 60% dos fluxos financeiros observados de 2015 a 2020. A pecuária, por sua vez, ficou com R$ 2 bi ao ano, e a bioenergia e os combustíveis com R$ 1,3 bi. Outros R$ 6,3 bilhões, ou 25%, foram para o setor de florestas.Ao falar de florestas e financiamento climático, muitos no Brasil já o associarão diretamente ao Fundo Amazônia.Dentro dos 5% de financiamento que vêm de fontes internacionais, o que é equivalente a cerca de R$ 1,3 bilhões ao ano, a maior parte tem origem em governos internacionais, seguida de perto por fundos climáticos, que dependem de doações.Nesse contexto, o Fundo Amazônia, que foi paralisado no governo Bolsonaro e retomado na gestão de Lula, é o maior fundo climático canalizador de recursos. Foram, em média, R$ 183 milhões direcionados por ano para projetos —cerca de 0,7% do financiamento climático total para uso da terra no país de 2015 a 2020. Mais De toda forma, o estudo observou que a principal fonte de recursos para o setor de florestas é o próprio orçamento público. Mas há um problema. Apesar da centralidade da questão das florestas para a ação climática nacional —afinal, sem controle do desmatamento, o país não será capaz de cumprir seus compromissos junto ao Acordo de Paris—, o financiamento médio anual para esse setor encolheu no período analisado."Esse assunto perde importância em termos do orçamento público dentro do governo ao longo do período [analisado]", afirma Joana Chiavari, diretora de pesquisa do CPI/PUC-Rio.Chiavari cita que tal financiamento, em parte, vai para orçamentos do Ibama, ICMBio e Funai, órgãos nacionais ligados diretamente ao combate ao desmatamento e à proteção de povos indígenas.Segundo a pesquisadora, o estudo ajuda a mostrar um ecossistema de financiamento bastante complexo no país, com grande diversidade de atores.Esse cenário fragmentado, dizem as autoras, exigiu um esforço de busca de diversas fontes de dados e de sistematização de critérios para conseguir enxergar o caminho do dinheiro, das suas fontes até o seu alinhamento final, ou não, com objetivos de mitigação e adaptação climáticos.Vale mencionar que, assim como apontam relatórios internacionais, no Brasil, uma fatia menor das verbas é direcionada para esforços de adaptação, ou seja, para ações que adequam o país às mudanças climática, como a construção de infraestrutura mais resistente a chuvas extremas. São somente 19% ao ano na categoria (há ainda fluxos que mesclam a mitigação de gases-estufa com medidas de adaptação, representando outros 13%).Em meio às diversas fontes, as pesquisadoras também observaram uma série de obstáculos, especialmente relacionados à transparência."Não há clareza e transparência em diversas bases de dados. Não há uma padronização", afirma Souza. "É preciso que haja uma preocupação de que se aumente a transparência e a contabilização do que efetivamente está sendo empregado e com que finalidade."Há alguns pontos, contudo, em que o país já evoluiu, como no crédito rural. As pesquisadoras destacam a suspensão de crédito para áreas embargadas na Amazônia. No atual Plano Safra, houve a expansão desse cancelamento para casos de embargo em qualquer bioma. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) também passou a frear crédito para propriedades com alertas de desmatamento."Se você começa a pensar, você fala: ‘pô, mas a política pública estava dando subsídio para quem estava atuando em área embargada?’, ressalta Souza.Para Chiavari, esses passos são fundamentais para, além de não favorecer atividades ilegais, ampliar a possibilidade de atração de financiamento internacional.
2023-09-18 08:00:00
ambiente
Meio Ambiente
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2023/09/maior-parte-do-financiamento-climatico-no-brasil-vai-para-agropecuaria.shtml
Exenciones fiscales beneficiaron a 1.112 empresas multadas por el Ibama
Los incentivos fiscales otorgados por el Gobierno Federal beneficiaron a 1.112 empresas que fueron multadas por el Ibama (Instituto Brasileño de Medio Ambiente y Recursos Naturales Renovables) en un período de diez años.Un análisis realizado por Folha con datos de la agencia tributaria de Brasil y del instituto ambiental muestra que estas empresas recibieron al menos 84,2 mil millones de reales en exenciones fiscales en 2021, la información más reciente disponible. Desde 2012, este grupo ha sido sancionado con al menos 2 mil millones de reales por el Ibama.Entre las empresas multadas que recibieron incentivos del Gobierno, las más beneficiadas son Petrobras y Vale.Los incentivos incluyen programas como Prouni, Sudam y Pronac, además de beneficios en impuestos que podrían ser eliminados por la Reforma Tributaria que se está debatiendo en el Congreso, como el IPI, PIS y Cofins.Aunque los datos se refieren a un solo año, estos beneficios son renovables y las empresas pueden recibirlos durante más tiempo. Se otorgan en base a al menos 11 programas gubernamentales.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original
2023-09-18 06:37:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/economia/2023/09/exenciones-fiscales-beneficiaron-a-1112-empresas-multadas-por-el-ibama.shtml
Juíza condena laboratório que negou exame para rastrear câncer de próstata em mulher trans
A Justiça de Mato Grosso condenou um laboratório de exames diagnósticos a pagar indenização por danos morais, no valor de R$ 10 mil, por se negar a realizar exame para rastreamento de câncer de próstata em uma estudante transexual de 23 anos. A sentença considerou que o estabelecimento agiu de forma discriminatória. O laboratório nega.A estudante só conseguiu o exame depois de obter uma liminar, confirmada pela sentença proferida pela juíza Glenda Borges, do 4º Juizado Especial Cível de Cuiabá, na última quarta-feira (13). O processo corre em segredo de Justiça e cabe recurso.O laboratório alegou que o sistema eletrônico não autoriza a inserção do exame PSA para pessoas do sexo feminino e que não houve qualquer constrangimento durante o atendimento. Informou ainda que o serviço foi prestado com respeito, cordialidade, eficiência e sigilo no retorno da jovem à unidade. Esse segundo atendimento ocorreu no dia 17 de março, quando a estudante já havia obtido a liminar.A jovem buscou o laboratório pela primeira vez em 14 de fevereiro, com indicação médica e autorização de um plano de saúde, para realizar o exame destinado ao rastreamento de câncer de próstata.Porém, na ocasião a equipe teria informado que mulheres não podem realizar o procedimento —ela havia passado pela cirurgia de redesignação sexual 15 dias antes, no Rio de Janeiro.Depois de receber a negativa, ela afirmou que insistiu por uma explicação, mas foi questionada na frente de outras pessoas se realmente era uma mulher trans. Ela explicou que sim, que ainda possuía próstata e necessitava do exame com urgência para investigar um possível câncer.Momentos depois, a atendente compartilhou a informação com suas colegas de trabalho, e, aos poucos, o local se encheu de funcionários. "Eu caí no choro e, após longa espera e humilhação, fui informada pela gerente da unidade que não poderia fazer o exame", disse a jovem.A liminar classificou a conduta do estabelecimento como "abusiva" e, ao analisar o processo, a juíza entendeu que ficou comprovada a responsabilidade do laboratório. A magistrada destacou que a jovem, ainda que tenha passado por cirurgia de redesignação sexual, possui próstata e tem direito ao atendimento.Na decisão, ela também condenou a conduta do laboratório por ter alterado o sexo da jovem no sistema eletrônico para a realização do exame. Apesar de a certidão de nascimento dela apresentar sexo feminino, o estabelecimento teria colocado masculino, o que para a juíza configura uma conduta passível de danos morais, por violação à honra.O laboratório informou que o sexo biológico da autora não poderia ser alterado em seu sistema eletrônico, pois isso geraria impacto na análise por se tratar de um exame relacionado à próstata. Por isso, segundo o estabelecimento, deveria ser mantido o sexo biológico masculino separado do gênero feminino no cadastro da paciente. Mais "É uma forma de invisibilizar mais uma vez as pessoas trans. Neste caso, foi exame de PSA, mas poderia ter sido qualquer outro. Quando permite que seu sistema tenha essas limitações, o laboratório invisibiliza e discrimina", disse o advogado da estudante, Aguillar Augusto Pereira de Araújo, que moveu a ação juntamente com a defensora de direitos humanos Rafaela Crispim.Instituições de defesa e promoção dos direitos humanos, como a Aliança Nacional LGBT, a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH) e a Defensoria Pública de Mato Grosso, repudiaram a conduta do laboratório e analisam ingressar com ação civil pública, para cobrar providências na esfera criminal.
2023-09-18 07:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/juiza-condena-laboratorio-que-negou-exame-para-rastrear-cancer-de-prostata-em-mulher-trans.shtml
A maternidade entrou em colapso?
A concepção da figura materna como um obstáculo social deixa rastros, sejam eles tangíveis ou representativos, ao longo do percurso. Essa é a temática central do "Manifesto Antimaternalista", o mais recente trabalho da psicanalista Vera Iaconelli, colunista da Folha e doutora em psicologia pela USP (Universidade de São Paulo).A idealização da maternidade nos últimos séculos resultou na popularização de expressões como "mãe só tem uma". É evidente que, em uma sociedade machista, essa responsabilidade não recairia sobre os homens, que eram livres para prosperar na sociedade.De acordo com a autora, essa ênfase na superioridade da mãe em relação a outros possíveis cuidadores é uma resposta às demandas do capitalismo. "As famílias burguesas começaram a se fechar, e, na divisão sexual do trabalho, as mulheres passaram a ser responsáveis exclusivamente pelos afazeres domésticos."Para analisar a maternidade do século 21 e contar mais sobre seu livro, a colunista Vera Iaconelli conversa com a apresentadora Isabella Faria no Como é que é? desta segunda (18), às 18h. Canal no Youtube publica análises, entrevistas e documentários Transmitido ao vivo direto da Redação da Folha, no centro de São Paulo, o programa da TV Folha vai ao ar de segunda a sexta-feira, pelos canais do jornal no YouTube, no Instagram, no Facebook e na Twitch.Depois da transmissão, a íntegra das conversas segue disponível no canal da TV Folha no YouTube e também em versão áudio nos principais agregadores de podcasts.Além do novo programa diário, a TV Folha publica no YouTube entrevistas, reportagens e minidocs sobre diferentes temas do noticiário.
2023-09-18 07:00:00
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Televisão
https://www1.folha.uol.com.br/tv/2023/09/a-maternidade-entrou-em-colapso.shtml
Interior de São Paulo pode ter até 40ºC na última semana do inverno
Uma forte onda de calor deverá ser registrada em boa parte do país nesta semana, a última do inverno, com termômetros acima dos 30°C ou até na casa dos 40°C.Não há previsão de chuva para os próximos dias no estado de São Paulo.Segundo a Climatempo, a atuação de um bloqueio atmosférico vai impedir o avanço de frentes frias nos próximos dias, exceto no Rio Grande do Sul, que mais uma vez deverá ter uma semana chuvosa —o estado ainda se recupera dos últimos temporais."Com isso, a maior parte do país terá uma longa sequência de dias de sol forte e calor muito acima do normal para esta época do ano", afirma a agência.O calor será intenso, explica a Climatempo, sobretudo no interior de Santa Catarina, no estado do Paraná, no Sudeste, no Centro-Oeste, no Nordeste e também nos estados de Rondônia, Tocantins, em áreas do centro-sul do Pará e no centro-leste do Amazonas.Em seu site, a MetSul Meteorologia afirmou que as marcas esperadas entre esta semana e a próxima vão superar em muito os valores médios históricos de temperatura máxima nas cinco regiões do país.A meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo, afirmou à Folha que há a possibilidade de São Paulo registrar o dia mais quente do ano —o recorde atual de 2023 foi atingido na última quarta-feira (13), quando o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) registrou 33,3°C no estação meteorológica instalada no mirante de Santana, na zona norte da capital paulista.Conforme o instituto, a temperatura deverá oscilar entre 19°C e 32°C na cidade de São Paulo nesta segunda-feira (18). Gradualmente, os termômetros sobem durante a semana e devem alcançar os 34°C já na quarta-feira (20).O inverno termina no próximo sábado (23), às 3h50 (horário de Brasília). É justamente no próximo fim de semana, afirma a Climatempo, que a capital paulista deverá ter seu pico de calor dos próximos dias.No interior de São Paulo, cidades das regiões oeste, noroeste e norte podem registrar vários dias com temperatura em torno de 40°C.No litoral norte de São Paulo, já nesta segunda-feira São Sebastião deverá ter máxima de 38°C no meio da tarde.Em Guarujá, na Baixada Santista, tanto nesta segunda quanto na terça (19), há tendência de o calor bater nos 34°C. Mais O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da Prefeitura de São Paulo, alerta para os baixos índices de umidade.Na tarde deste domingo (17), por exemplo, a umidade relativa do ar estava, em média, em 25% na cidade —a OMS (Organização Mundial da Saúde) indica que a índice inferior a 60% é prejudicial à saúde.O órgão municipal também alerta que essas condições meteorológicas dificultam a dispersão de poluentes, além de favorecer a formação e propagação de queimadas, o que prejudica a qualidade do ar.
2023-09-18 04:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/semana-quente-tem-promessa-de-recorde-de-calor-no-ano.shtml
Como o Darwinismo pode mudar tratamentos contra câncer e superbactérias
Quando tinha 20 anos de idade, Randolph Nesse estava intrigado com os motivos que nos fazem envelhecer.Ele não conseguia entender por que a seleção natural não erradicou o envelhecimento. Nesse passou meses estudando teorias que pudessem explicar o fenômeno, sem conseguir resolver o quebra-cabeça.Mas as divagações da sua mente curiosa depositaram as sementes de uma forma inteiramente nova de pensar na medicina.Foi preciso que alguns anos se passassem até que seus amigos do museu de história natural indicassem a Nesse a teoria de que o envelhecimento é simplesmente um efeito colateral da pressão evolutiva, que seleciona alguns genes em vez de outros. E, se uma condição se manifestar apenas depois que um organismo superar o auge da sua reprodução, não haverá pressão seletiva para evitar que ela seja transmitida para as gerações seguintes.Como médico, Nesse percebeu que, apesar de compreender como essas forças podem modelar as espécies, ele não fazia ideia de como funciona a seleção natural dentro do corpo humano."Aprendi metade da biologia. Ninguém nunca havia falado sobre a importância da biologia evolutiva [na medicina]", ele conta. "Comecei imediatamente a me perguntar se haveria explicações similares para os genes que causam as doenças."Hoje, Nesse é considerado o pai da medicina evolutiva, também conhecida como medicina darwiniana - uma disciplina relativamente nova e em crescimento, que aplica a teoria da evolução a questões sobre a saúde e as doenças humanas.Enquanto a maioria das pesquisas médicas modernas concentra-se nas causas físicas e moleculares das doenças, a medicina evolutiva tenta entender, em primeiro lugar, por que podemos ter evoluído para sermos susceptíveis às condições e como podemos usar a evolução para combatê-las."Aqui, estamos lidando com uma ciência básica totalmente nova que não foi aplicada à medicina", explica Nesse.Mudar por completo o nosso entendimento sobre o que é o corpo humano e como ele funciona é uma tarefa gigantesca. Mesmo assim, cada vez mais cientistas estão tentando aplicar o pensamento evolutivo para fazer avançar a medicina.Este trabalho já está começando a mudar nosso conhecimento sobre o desenvolvimento do câncer e das doenças autoimunes. E também está revelando novas estratégias para lidar com as adversidades da assistência médica, como a resistência antimicrobiana."Fico surpreso ao ver que houve tantas implicações práticas em tão pouco tempo", afirma Nesse.O câncer é uma demonstração do processo evolutivo em um microcosmo. Ele é formado por aglomerados de células em concorrência e cooperação contínua entre si, de formas que ajudam o tumor a crescer e florescer.Um estudo recente destacou a capacidade "infinita" das células cancerosas de evoluir e sobreviver.Quando um paciente recebe terapia medicamentosa, por exemplo, surge uma nova pressão seletiva que elimina as células mais vulneráveis ao tratamento. Mas as células menos vulneráveis, ou até imunes aos efeitos daquela terapia, sobrevivem e transmitem suas características genéticas para os seus descendentes.É por isso que as terapias contra o câncer - mesmo as altamente bem sucedidas - deixarão de funcionar em muitos pacientes em algum momento, já que as células cancerosas desenvolvem resistência ao tratamento e sua população irá crescer de forma descontrolada."Pode-se afirmar que esta é a causa imediata da morte da maioria dos pacientes", segundo Robert Gatenby, um dos diretores do Centro de Excelência de Terapia Evolutiva do Moffitt Cancer Center, na Flórida (Estados Unidos).E, utilizando o pensamento evolutivo, o laboratório de Gatenby está desenvolvendo duas estratégias diferentes para combater o câncer: a terapia adaptativa e a terapia de extinção.A terapia adaptativa pretende controlar a propagação do câncer, em vez de tentar eliminá-lo completamente.O princípio do tratamento do câncer nos últimos 50 anos é a aplicação da mesma medicação, ou de uma combinação de medicamentos, em ciclos, até que haja claras evidências da progressão do tumor (quando o tumor começa a crescer de forma descontrolada) ou do excesso de toxicidade, segundo Gatenby. Este momento, normalmente, fica muito além do ponto de reação máxima do tratamento.Para Gatenby, isso é "inútil", pois a maior parte das células remanescentes é resistente à droga. Por isso, ao prosseguir com a mesma terapia, o oncologista oferece a estas células a oportunidade de proliferar-se, de forma que sua população fique maior e mais diversificada.Já sua teoria de terapia adaptativa pretende ajustar a dosagem dos medicamentos para que o tratamento seja personalizado - apenas o suficiente para reduzir o tumor e mantê-lo com o menor tamanho possível, sem eliminar totalmente a população sensível. E, em seguida, a terapia é suspensa.Este procedimento permite que as células sensíveis ao tratamento continuem a disputar o espaço dentro do tumor, evitando que outras células, resistentes à medicação, tornem-se dominantes devido à vantagem adaptativa."Como não podemos controlar as células tumorais que são resistentes à terapia, precisamos fazer com que as células sensíveis ao tratamento trabalhem para nós", afirma Gatenby. Ele vem desenvolvendo esta ideia desde sua primeira publicação sobre o assunto, em 1991."Você pode simplesmente continuar o tratamento em ciclos e seguir reduzindo, deixando crescer, reduzindo e deixando crescer". Para ele, a esperança é que os médicos consigam manter os pacientes vivos por um longo período, sem que precisem sofrer os efeitos colaterais do tratamento em cerca da metade desse tempo.Seu grupo de pesquisa, considerado o mais avançado neste campo, já demonstrou que esta técnica funciona em um pequeno teste piloto entre pacientes com câncer da próstata.Os pacientes que passaram pela terapia adaptativa receberam a metade da dose normal de um medicamento quimioterápico ao longo do teste e passaram 46% do tempo sem receber medicação.O tempo desde o início da terapia até o momento em que o câncer parou de reagir ao tratamento foi 19 meses maior no grupo que recebeu esta terapia adaptativa, em comparação com os que receberam quimioterapia padrão. E os pacientes que receberam a terapia adaptativa também tiveram sobrevivência geral 2,26 anos maior do que com o tratamento padrão."Como esses pacientes receberam apenas cerca da metade da droga que teriam recebido com outro tratamento, o custo anual da sua terapia também foi US$ 70 mil [cerca de R$ 340 mil] menor por paciente", afirma Gatenby.Na terapia de extinção, Gatenby pretende dar mais um passo adiante. Ele quer usar o que sabemos sobre a extinção das espécies animais para projetar terapias curativas que causem a extinção de populações cancerosas.A ideia seria não esperar pelo novo crescimento do tumor após a aplicação da terapia inicial, mas sim atingir o tumor com uma terapia totalmente diferente antes que ele possa se recuperar - pegando as células tumorais de surpresa com um ciclo rápido de uma medicação diferente, durante o pico da sua reação ao primeiro tratamento.Mas, até agora, foi apenas publicado um modelo matemático explorando esta ideia, embora a equipe de Gatenby tenha proposto testes clínicos usando a terapia de extinção contra câncer do pâncreas e câncer de mama.Na verdade, a grande questão ainda é como esta espécie de pesquisa irá sair dos testes clínicos, se for bem sucedida, para a aceitação no mundo real, segundo Michael E. Hochberg, renomado diretor de pesquisa do Centro Nacional de Pesquisas Científicas da Universidade de Montpellier, na França."A parte principal do quebra-cabeça é transformar isso em medicina", afirma Hochberg. "Qual é o seu uso realista, em termos de utilidade?"Para ele, a medicina evolutiva talvez seja, realmente, a perspectiva científica mais provável para lidar com grandes questões como estas, mas os médicos ainda precisam tratar pacientes todos os dias com soluções conhecidas, melhores práticas testadas e comprovadas, e com pouco lugar para hipóteses."Eles têm a obrigação de 'antes de tudo, não prejudicar'", afirma Hochberg - e, no momento, estas descobertas ainda são preliminares."Acho que esta talvez seja a maior crítica não declarada a este respeito", segundo ele. "Algum dia, isso irá ver a luz do dia?"A medicina evolutiva também é aplicada na busca por uma solução para um dos problemas que crescem mais rapidamente no mundo atual: a resistência antimicrobiana.À medida que a medicina moderna desenvolveu poderosos antibióticos para eliminar bactérias prejudiciais que infectam os seres humanos e causam doenças, o seu uso indiscriminado também fez, inadvertidamente, com que as bactérias evoluíssem, criando resistência a esses medicamentos por meio da seleção natural.Estima-se que as bactérias com resistência antimicrobiana tenham causado mais mortes do que o HIV/AIDS ou malária em 2019, somando mais de 1,2 milhão de vítimas fatais.Atualmente, os médicos combatem as doenças causadas por bactérias com resistência a antibióticos substituindo os medicamentos por outros, na esperança de poder vencer as defesas bacterianas contra outras drogas.Mas esta prática traz o risco de fazer avançar o risco de resistência, em vez de interrompê-lo. Na verdade, as bactérias estão evoluindo para se tornarem geneticamente cada vez mais resistentes aos medicamentos.As bactérias também desenvolvem resistência de diversas formas, desde a troca de material genético até o acúmulo de mutações aleatórias. Por isso, os cientistas evolutivos estão testando diversas abordagens diferentes para interromper esses processos."Se quisermos solucionar este problema, precisamos compreender a evolução e, então, ir atrás dos pontos fracos", segundo Andrew Read, diretor do Instituto Huck de Ciências da Vida da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos. A equipe de Read está desenvolvendo "drogas antiantibióticos" para ajudar a controlar o avanço da resistência antimicrobiana em locais onde os medicamentos podem prejudicar mais do que beneficiar os pacientes.Nos hospitais, a resistência antimicrobiana normalmente surge porque alguns dos antibióticos fortes administrados por via intravenosa - cerca de 5-10%, segundo Read - chegam ao aparelho digestivo dos pacientes.Ali, eles encontram uma enorme comunidade de micróbios, causando alterações prejudiciais para o equilíbrio daquela comunidade e deixando alguns que adquiriram resistência ao antibiótico. É o que ocorre no caso de doenças como Clostridium difficile (C. diff), uma bactéria que infecciona o intestino de pacientes tratados com antibióticos por alguma outra razão.Se os pacientes puderem tomar "antiantibióticos" que anulem o efeito dos medicamentos depois que eles atingirem o intestino, a probabilidade de desenvolvimento de resistência pelas bactérias será reduzida. As drogas de desativação propriamente ditas não fazem nada clinicamente, mas impedem a ação do medicamento no intestino."O que eu gosto nesta técnica é que o mecanismo de resistência realmente não importa", explica Read. "Não importa se existe resistência ali. Não importa se e como ela foi adquirida, ela simplesmente elimina a força que faz aumentar a resistência da população."Seu laboratório já demonstrou que este mecanismo funciona bem em camundongos para evitar a difusão da superbactéria Enterococcus faecium após tratamento com antibióticos.Outros pesquisadores conseguiram demonstrar que alguns compostos, como um adsorvente à base de carvão ou uma enzima chamada ribaxamase, podem ajudar a evitar a disseminação de C. diff em camundongos com a mesma técnica.Mas esta é uma solução geral que não inibe a resistência se as bactérias encontrarem os medicamentos.Uma razão da dificuldade para combater a resistência bacteriana é o fato de que ela não aparece simplesmente pela via evolutiva típica, regida pelo acaso - quando uma mutação qualquer faz com que algumas bactérias fiquem mais fortes e consigam resistir aos medicamentos.Ela também acontece graças à transferência horizontal de genes, que faz com que fragmentos circulares de DNA conhecidos como plasmídeos possam ser transmitidos diretamente de uma bactéria para outra.Já se descobriu que este processo acontece tanto na mesma espécie de bactéria, quanto entre espécies diferentes, o que permite que as mutações que geram resistência a drogas se disseminem com muito mais rapidez.O grupo de pesquisa da professora Anne Farewell na Universidade de Gotemburgo, na Suécia, está tentando reduzir a velocidade de um dos mecanismos utilizados pelas bactérias para compartilhar DNA horizontalmente, conhecido como "conjugação".A conjugação é uma espécie de sexo entre as bactérias. Nela, as células entram em contato direto entre si, muitas vezes por meio de um tubo que corre entre elas."Sei que não conseguimos vencê-las", afirma Farewell, que leciona biologia molecular. "Mas a nossa ideia é que, em vez de um antibiótico ser útil por 20 anos, talvez ele mantenha sua utilidade por 40 ou 50 anos."A professora está selecionando grandes variedades de micróbios para indicar exatamente quais pares de espécies bacterianas podem se misturar e combinar-se por meio de conjugação. Ela também está pesquisando se existem condições ambientais específicas - como pesticidas ou contaminação por metais pesados - que facilitam ou dificultam a conjugação entre essas bactérias.Suas pesquisas já demonstraram que Escherichia coli - uma bactéria comum que pode causar intoxicação alimentar e uma ampla variedade de outras infecções - pode ter sua conjugação bloqueada se entrar em contato com cobre, que reduz sua capacidade de conjugar-se em quase 100 vezes.Pesquisas anteriores também sugerem que uma certa classe de ácidos graxos sintéticos pode inibir a conjugação, da mesma forma que o óleo essencial de sálvia.E estudos encontraram as mesmas propriedades anticonjugação em isotiocianato de benzila, um composto antimicrobiano encontrado em plantas da família da mostarda, bem como nos ácidos tanzawaicos, que são substâncias de ocorrência natural."Entender quais moléculas impedem a conjugação poderá ajudar a desenvolver 'drogas anticonjugação' que sejam eficazes", segundo Farewell, "mas as pesquisas neste campo ainda são preliminares e existem também muitas outras formas de compartilhamento de DNA entre as bactérias que não serão afetadas por esta técnica."A professora explica que as bactérias são incrivelmente astutas. "Não acho que haverá uma [única] solução. Haverá diversas técnicas."Embora os campos da pesquisa do câncer e da resistência bacteriana sejam os mais avançados da medicina evolutiva, ainda existe um longo caminho pela frente.Os críticos defendem que, mesmo conhecendo mais sobre a teoria da medicina evolutiva, não está claro até que ponto este novo conhecimento pode ser utilizado na prática."O problema, na minha opinião pessoal, é o entusiasmo desmedido a este respeito", afirma Michael Hochberg. Ele é o autor de um recente comentário sobre a medicina evolutiva, publicado na revista científica Frontiers."Raramente observei conversas que realmente se dedicassem à questão da logística, dos lucros e de outras questões sobre a transferência do laboratório para a clínica", explica ele. "É uma caixa de Pandora, totalmente diferente."E existem também os atritos intelectuais.Os acadêmicos darwinianos podem estar muito entusiasmados, mas os que recebem estas novas teorias tendem a ser mais céticos. A medicina evolutiva sozinha não pode curar a todos - ela é uma forma de abordagem dos problemas da medicina."A medicina é praticada por pessoas que, tipicamente, não receberam formação em nada que tenha relação com a biologia evolutiva", afirma o biólogo evolutivo Bernard Crespi, da Universidade Simon Fraser, no Canadá. Ele também escreveu recentemente sobre as limitações da medicina evolutiva.Para Crespi, "o principal desafio é estabelecer uma ponte entre os acadêmicos, a formação dos médicos e sua mentalidade no contexto da instituição médica das grandes companhias farmacêuticas como um todo".Robert Gatenby acredita que as técnicas de terapia adaptativa em câncer, por exemplo, exigirão que mudemos nossa forma de pensar nessas doenças - abandonando, por exemplo, grande parte da nossa terminologia de guerra, como "batalha" e "luta" para "destruir" o câncer, e pensando mais em gestão da doença. Será preciso muito trabalho de convencimento, segundo Gatenby.A forma em que a medicina evolutiva irá encontrar um caminho para colaborar com a indústria farmacêutica ainda é uma grande interrogação. Mas Nesse - que deu início a todo este processo - afirma que a medicina evolutiva ainda tem o poder de oferecer novas questões e respostas sobre as doenças."Você pode achar que fico meio exaltado com isso porque é ridículo", afirma ele. "Existe um fosso entre a biologia evolutiva e a medicina, que está realmente prejudicando a saúde humana.""O processo é lento, mas a ciência sempre vence."Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.
2023-09-18 07:22:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2023/09/como-o-darwinismo-pode-mudar-tratamentos-contra-cancer-e-superbacterias.shtml
Reforma Tributária traz avanços ambientais, mas são insuficientes, afirmam especialistas
A Reforma Tributária aprovada na Câmara dos Deputados propõe avanços na preservação do meio ambiente, mas ainda demanda melhorias e regulamentação, apontam especialistas e integrantes de organizações que acompanham o tema.O texto deixa uma série de brechas para que empresas que desmatam e poluem recebam isenções fiscais sem levar em conta esse critério, segundo os especialistas. Para eles, a proposta não traz mecanismos para taxar atividades de alto impacto, como combustíveis fósseis, nem prevê benefícios para as de baixo impacto.Uma das preocupações apontadas por ambientalistas durante a tramitação do texto na Câmara era garantir a correta tributação dessas companhias. Eles dizem ter havido alguma evolução com a criação de um imposto seletivo.Esse tributo prevê a taxação da produção, comercialização ou importação de produtos que são nocivos à saúde e ao meio ambiente. Ele substituirá parte da arrecadação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).O problema é que, de última hora, foram incluídas exceções à regra que podem livrar de tributação, por exemplo, companhias ligadas à agropecuária, que produzem agrotóxicos.As exceções preveem que determinados produtos terão isenções nas cobranças de alíquotas entre 100% e 60%.Um trecho do texto prevê essa ressalva a "insumos agropecuários e aquícolas, alimentos destinados ao consumo humano e produtos de higiene pessoal". Para ambientalistas, isso pode abrir brecha para que empresas que produzem agrotóxicos sejam beneficiadas.Em outra frente, representantes desses setores também atuaram para garantir que houvesse uma revisão na forma de concessão dos benefícios tributários. A Folha mostrou que 1.112 empresas multadas em R$ 2 bilhões pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) nos últimos dez anos receberam isenções de R$ 84,2 bilhões só em 2021.Quase 400 empresas foram contempladas com R$ 12 bilhões em isenções de PIS e Cofins, tributos que deverão ser extintos pela reforma.A maior parte dos benefícios se refere a isenções no Imposto de Renda, que será alvo de uma próxima etapa de reforma tributária, segundo o ministro Fernando Haddad (Fazenda).Especialistas apontam que ainda não está claro como serão os benefícios ligados ao IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), que substituirá o ICMS (estadual) e o ISS (municipal).O texto aprovado pelos deputados em 7 de julho incluiu o meio ambiente em ao menos quatro passagens. Um deles o coloca como diretriz das mudanças relacionadas aos impostos de forma genérica."O Sistema Tributário Nacional deve observar os princípios da simplicidade, da transparência, da justiça tributária e do equilíbrio e da defesa do meio ambiente", diz o texto.Outro trecho da reforma prevê que a concessão dos incentivos tributários "considerará critérios de preservação do meio ambiente".O tópico pode provocar alteração de benefícios como os concedidos pela Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) e pela Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), mas a regulamentação do tema ficou para um segundo momento, por meio de lei complementar. Mais Especialistas avaliam que esses incentivos são considerados prioritários por empresários e por parlamentares e vêm sendo renovados desde 2001.O Manifesto pela Reforma Tributária 3S (Saudável, Sustentável e Solidária), assinado por uma série de entidades, entre elas o Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos) e a Oxfam (confederação que reúne 19 organizações no mundo e atua em projetos de combate à pobreza), avalia que houve avanços com a Reforma Tributária, mas aponta lacunas no texto aprovado pelos deputados. A reforma encontra-se agora em tramitação no Senado.O manifesto considera que a exceção incluída pela Câmara "é uma brecha para que produtos ultraprocessados e agrotóxicos, por exemplo, escapem de tributação específica que visa, justamente, à redução de seu consumo"."O imposto seletivo é uma vitória. Produtos que trazem impactos ao meio ambiente vão ter uma taxação maior. Agora, como tudo ficou para ser discutido depois [na lei complementar], é uma questão complicada", afirma Lívia Gerbase, assessora política do Inesc.Lívia diz que o ideal seria que os combustíveis fósseis entrassem na lista de produtos que podem ter uma tributação maior, mas admite que será uma tarefa árdua fazer com que isso ocorra no Senado.Além da necessidade de que o imposto seja regulamentado via projeto de lei complementar, Lívia ainda aponta que, da forma como está a redação do texto, nada impede que uma empresa seja taxada pelo imposto seletivo e receba isenções fiscais —o que, para ela, é uma contradição."Queremos que produtos que estão na lista do imposto seletivo não possam entrar na lista do incentivo fiscal." Mais Levantamento feito pelo Inesc mostra que 75% dos benefícios fiscais têm prazo indeterminado, isto é, ficam décadas no Orçamento da União."A gente precisaria ter um processo de gestão desses incentivos fiscais mais amplo e consolidado e que leve a uma revisão. Ou seja, um prazo máximo de cinco anos para cada incentivo e que, para você conseguir renovar, vai ter de passar por esse processo de novo no Congresso. Para essas revisões, você poderia colocar critérios ambientais, que é o que a gente está querendo."A Reforma Tributária também cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional e prevê que os estados e o Distrito Federal priorizem "projetos que prevejam ações de preservação do meio ambiente" na aplicação dos recursos.As organizações que assinam o manifesto Sistema 3S afirmam que buscarão mudanças no Senado. "Persistiremos para que o Senado revise as lacunas", diz o posicionamento.A nota ainda afirma que causa "espanto" a ausência de menção "à mudança climática ou à necessária redução de emissões de gases de efeito estufa, em confronto direto à Política Nacional sobre Mudança do Clima, que determina a inclusão do tema no sistema tributário."Uma nota técnica elaborada pelo Inesc e pela Oxfam Brasil aponta que o texto não responde à questão sobre como assegurar a revisão adequada dos incentivos fiscais. "O texto do substitutivo não responde a essa questão e torna o critério eleito para indicar o rol dos produtos sujeitos à redução de alíquota bastante nebuloso", diz a nota, produzida pela advogada tributarista Tathiane Piscitelli.
2023-09-18 04:00:00
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Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/reforma-tributaria-traz-avancos-ambientais-mas-sao-insuficientes-afirmam-especialistas.shtml
Bancos retomam consignado do BPC; confira taxa de juros
Ao menos cinco bancos no país começaram a oferecer o crédito consignado do BPC (Benefício de Prestação Continuada) após o STF (Supremo Tribunal Federal) julgar o tema e o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) publicar as regras da medida. Dois deles se preparam para retomar a linha e uma instituição diz avaliar a liberação.O empréstimo para quem recebe renda assistencial de um salário mínimo —hoje em R$ 1.320— foi considerado constitucional pelo Supremo em julgamento que terminou na segunda-feira (11).Dentre os bancos que já voltaram a oferecer estão Banco do Brasil, Mercantil, C6, Bradesco e Itaú Unibanco. Caixa Econômica Federal diz que iniciou as adequações necessárias para a retomada, PagBank afirma estar se preparando e Banrisul está avaliando. BMG e Nubank disseram que não participariam da reportagem. Os demais não responderam.O consignado é um empréstimo com desconto direto no benefício. Pelas regras, o segurado pode comprometer até 30% da renda com empréstimo pessoal e mais 5% com o cartão de crédito, cartão de benefício ou saque.Os juros são controlados pela Previdência Social, por meio do CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social) e, nesta modalidade, valem as regras aprovadas para aposentados e pensionistas.O empréstimo pode ser feito em até 84 parcelas, o que dá sete anos. As taxas máximas são de 1,91% ao mês para o empréstimo pessoal consignado e de 2,83% ao mês para o cartão.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Os bancos têm liberdade para escolher se querem ou não operar o empréstimo, e podem passar a oferecer ou deixar de ofertar conforme julgarem conveniente. Os juros podem ser menores do que os definidos pela Previdência, mas não maiores.Para especialistas, a liberação deste tipo de crédito é preocupante, por um lado, por se tratar de uma parcela vulnerável financeiramente, já que o BPC é um benefício ligado à Loas (Lei Orgânica da Assistência Social). Por outro lado, é uma forma de incluir essa população no acesso a um crédito que é controlado e tem regras que visam limitar o endividamento.Tem direito ao BPC idosos a partir de 65 anos e pessoas com deficiência que façam parte de família com renda per capita (por pessoa da família) de até um quarto do salário mínimo, o que dá R$ 330 neste ano. Não é preciso ter contribuído com o INSS para conseguir o benefício. Diferentemente de aposentadoria, pensão e auxílios, os beneficiários não recebem 13º.Os juros ofertados pelos bancos variam de 1,70% ao mês a 1,91% ao mês para o empréstimo pessoal. No caso do cartão, são de 2,83%. O máximo que pode ser comprometido com o empréstimo pessoal por mês é R$ 396. O Itaú Unibanco oferece crédito com parcela mínima a partir de R$ 150.*O banco público ainda se prepara para retomar a linha de crédito, mas deverá oferecer as mesmas condições que há hoje para aposentados e pensionistasCíntia Senna, sócia-executiva da Dsop, organização com foco em educação financeira, afirma que qualquer oferta de crédito deve ser analisada com muito cuidado, porque, ao fazer a contratação, o beneficiário vai comprometer a renda por muitos meses."Para que eu possa acessar um empréstimo, preciso pensar que ele vai ter que ser pago com juros e correção. No caso do BPC, é preciso lembrar ainda que já vou receber o meu benefício com essa prestação descontada. A atenção primária é saber que, nos próximos meses, vou ter que conviver com renda menor", afirma.Outro problema, segundo Cíntia, é o fato de que o BPC é um benefício que não é vitalício, ou seja, pode ser cortado caso o cidadão melhore sua condição e fique fora das regras de pagamento. Por isso, quem vai tomar o empréstimo para empreender precisa se organizar para conseguir, de fato, gerar renda suficiente para se manter caso entre na linha de corte do benefício."É preciso ver qual será o destino [do valor emprestado]. Vai me trazer renda ou vai me gerar mais custo? Esse é um detalhe importante a se observar, não só para quem tem o BPC e faz empréstimo, mas para a população como um todo." Mais A educadora financeira também diz que é preciso ficar atento ao assédio de bancos e financeiras ou mesmo a golpes, porque o beneficiário acaba ficando mais suscetível a quem comete crimes financeiros. A principal dica é nunca assinar nenhum documento sem saber do que se trata e ter cuidados redobrados ao fechar um empréstimo a distância, por internet, telefone ou caixa eletrônico, porque pode ser tratar de fraude.A pedido da Folha, Cíntia e Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), fizeram simulações de empréstimo, conforme as regras oferecidas pelos bancos. Veja:1 - Empréstimo com taxa de juros de 1,91% ao mês, com prazo de 84 meses2 - Empréstimo com taxa de juros de 1,70% ao mês, com prazo de 84 meses3 - Empréstimo mínimo de R$ 150, com juros de 1,91% e prazo de 84 meses4 - Empréstimo mínimo de R$ 150, com juros de 1,70% e prazo de 84 mesesAs simulações não consideram a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nem as taxas de contratação, que podem variar de banco para bancoDe acordo com o INSS, há hoje 5,5 milhões de cidadãos recebendo o BPC. Do total, 1,7 milhão já tem ao menos um contrato de empréstimo consignado ativo. Isso porque a medida havia sido liberada no ano passado e, depois, perdeu a validade. Dos segurados que têm empréstimo, o valor médio descontado, diz o órgão, é de R$ 434,97 atualmente.O Banco do Brasil informa que retomou as contratações da linha de empréstimo consignado para quem recebe o BPC no dia 14 de setembro, após o INSS publicar a instrução normativa com as novas regras de contratação. O BB opera no convênio do INSS com taxas que variam de 1,76% a 1,89% ao mês e com o prazo de até 84 meses.O Banco Mercantil afirma que oferece o crédito consignado para beneficiários do BPC, seguindo os normativos do INSS, com taxa de juros de 1,91% e o máximo de parcelas é 84. O Mercantil também oferece o cartão consignado com juros de 2,83% ao mês.O PagBank informa que já possui uma carteira deste benefício desde o ano passado e manteve os clientes quando as operações foram interrompidas. Agora, o banco se prepara para retomar o empréstimo, conforme as regras. Os juros são de 1,70% ao mês e 20,4% ao ano, para o empréstimo pessoal consignado. O PagBank não trabalha com o cartão consignado. Mais O C6 Bank diz que ofereceu crédito consignado para beneficiários do BCP até o ano passado, quando essa modalidade foi suspensa, e retomou a oferta a partir da publicação da instrução normativa do INSS, feita na quarta-feira (13), cumprindo as taxas definidas pelo governo. As taxas máximas são de 1,91% para operações INSS e o prazo máximo é de até 84 meses.O Bradesco iniciou os empréstimos consignados para beneficiários do BPC nesta sexta (15). O banco não informou, no entanto, quais as taxas de juros cobradas e se oferece ou não o cartão consignado. Em geral, os juros variam conforme o relacionamento do cliente com a instituição.O Itaú Unibanco diz que oferecer apenas o crédito pessoal consignado, com taxa de juros de 1,91% ao mês, com prazo de até 84 meses. A prestação mínima é de R$ 150. Para contratar, o segurado deve apresentar documento de identificação, formalização do contrato e autorização para consulta de dados na Dataprev (empresa de tecnologia do governo federal). A contratação pode ser feita por celular, caixa eletrônico, nas agências ou por meio de correspondente bancário certificado.A Caixa informa que após as normas publicadas pelo INSS, o banco iniciou as adequações necessárias para a retomada da oferta do crédito para beneficiários do BPC. "Para o crédito consignado, a princípio, as condições de oferta do produto serão as mesmas adotadas para os demais beneficiários do INSS, com taxa de juros a partir de 1,70%." Segundo banco, o cartão consignado INSS encontra-se suspenso.O Banrisul informa que está avaliando a modalidade de crédito, mas inicialmente não vai operar. O BMG e o Nubank disseram que não iriam participar da reportagem. Os demais não responderam.
2023-09-18 04:00:00
mercado
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https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/bancos-retomam-consignado-do-bpc-confira-taxa-de-juros.shtml
Podcast: como disputa na esquerda realçada por críticas a Duvivier impacta o governo
Um aspecto da discussão sobre a sucessão de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal extrapola os mundos jurídico e partidário e realça fraturas mais amplas na esquerda. Lula (PT) tem sido pressionado por grupos da sociedade civil a indicar uma mulher negra para a corte —numa campanha que envolve hashtags, um curta-metragem e ações fora do país.O tema virou ponto de tensão até entre grupos que apoiam o governo. De um lado, os que enfatizam a importância de ampliar a diversidade no Supremo. De outro, quem defende que Lula priorize a escolha de alguém de confiança —como o ex-advogado dele Cristiano Zanin, nomeado em junho.O embate reflete uma divisão na esquerda que não é nova nem exclusiva do Brasil, mas que voltou a aflorar. O campo político abarca dois grupos que se unem em uma série de pautas-chave, mas que por vezes veem suas prioridades se chocarem: a parte que se caracteriza por priorizar a defesa de pautas econômicas e a que se identifica com a defesa de direitos de mulheres, negros, populações originárias e LGBTQIA+, e do meio ambiente.No governo Lula, o debate entre essas duas frentes apareceu também em outras decisões, como a discussão de projetos da Fazenda, a força política das pautas ambientais e a recente reforma ministerial.O Café da Manhã desta segunda-feira (18) discute as origens históricas da divisão nas esquerdas e analisa como essa disputa no Brasil hoje impacta o governo. O podcast entrevista o colunista da Folha Celso Rocha de Barros, autor do livro "PT, uma História".O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Carolina Moraes, Laila Mouallem e Victor Lacombe. A edição de som é de Thomé Granemann.
2023-09-18 05:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/podcasts/2023/09/podcast-como-disputa-na-esquerda-realcada-por-criticas-a-duvivier-impacta-o-governo.shtml
Ucrânia recaptura vila estratégica no leste, diz Zelenski
O presidente Volodimir Zelenski disse neste domingo (17) que suas forças recapturaram uma vila no leste do país, perto de Bakhmut. Se confirmada, Trata-se de uma conquista significativa para a Ucrânia, em sua contraofensiva exaustiva contra o exército russo."Hoje eu gostaria de elogiar especialmente os soldados que, passo a passo, estão devolvendo à Ucrânia o que lhe pertence, ou seja, a área de Bakhmut", disse Zelenski em pronunciamento.A disputa pela vila de Klischiivka, localizada a cerca de 9 km ao sul de Bakhmut, durou semanas e ocorreu após Kiev afirmar na sexta-feira (15) que havia assumido o controle de uma pequena vila próxima chamada Andriivka.Essas conquistas têm sido algumas das mais significativas na contraofensiva da Ucrânia, que começou em junho e tem enfrentado dificuldades para romper as linhas russas fortificadas.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Oleksandr Sirskii, comandante das forças terrestres da Ucrânia, que também está no controle operacional da contraofensiva, postou um vídeo das forças ucranianas exibindo a bandeira nacional próximo a prédios destruídos com o som de combates ao fundo."Klischiivka foi libertada dos russos", disse Sirskii, que frequentemente visita a linha de frente de Bakhmut para elaborar estratégias e aumentar a moral das tropas, no aplicativo de mensagens Telegram.Não houve comentários oficiais de Moscou. No domingo, o Ministério da Defesa da Rússia disse em seu comunicado diário que suas forças continuaram seus ataques perto de Klischiivka, que tinha uma população pré-guerra de cerca de 400 pessoas.Analistas militares ucranianos disseram nesta semana que a libertação dos assentamentos perto de Bakhmut permitiria que o Exército avançasse pelo sul de Bakhmut."A Ucrânia sempre dá o troco", escreveu o chefe de gabinete de Zelenski, Andrii Iermak, no Telegram. Mais Zelenski agradeceu às unidades bem-sucedidas, que ele disse serem a 80ª brigada de assalto aéreo, a 5ª brigada de assalto, a "gloriosa 95ª" e uma brigada de assalto da polícia nacional.Ilia Ievlach, porta-voz das tropas ucranianas no leste, disse que a batalha causou "danos poderosos" às unidades aerotransportadas russas, ao batalhão "Akhmat" do líder checheno Ramzan Kadirov, ao grupo Storm-Z composto por criminosos russos, à inteligência militar do Estado-Maior General russo e às unidades de infantaria motorizada."Portanto, agora conquistamos uma base que nos permitirá continuar desenvolvendo ações ofensivas e libertar nossa terra dos invasores", escreveu Ievlach no Telegram. Mais A vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Maliar, disse que a Rússia ainda está tentando retomar as posições perdidas na vila. "Hoje tivemos que repelir ataques inimigos o dia todo", disse ela.A Rússia estava no controle de Klischiivka desde janeiro. Moscou ainda controla grandes áreas da Ucrânia no leste e sul.Klischiivka, assim como Andriivka e outros assentamentos no leste da Ucrânia, foi devastada nos longos meses de luta por Bakhmut, que caiu nas mãos russas em maio.Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...
2023-09-18 00:51:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/ucrania-recaptura-vila-perto-de-bakhmut-diz-zelenski.shtml
Advogada criminalista defendeu réus da Lava Jato e lidera projeto para soltar inocentes
Luan Araújo ainda se lembra do primeiro encontro com a advogada Dora Cavalcanti, numa delegacia de São Paulo. Ele estava lá para depor sobre um episódio que acontecera momentos antes: a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) o tinha perseguido com uma arma em punho em uma rua de São Paulo, na véspera do segundo turno da eleição presidencial."A Dora fez um trabalho de me tranquilizar, mostrar que eu era a vítima e não um criminoso", diz ele.Cavalcanti é uma das maiores criminalistas em atividade no país. É conhecida, em parte, pela atuação em casos rumorosos e os clientes famosos —mas, fora isso, também levanta a bandeira de uma série de causas associadas à esquerda. Entre elas, o desarmamento."Queriam inverter a narrativa e fazer o Luan de agressor. Mostramos que a deputada só tropeçou, que ela jamais foi vítima de uma agressão física", lembra Cavalcanti. "Esse caso foi importante para as pessoas verem, às vésperas da eleição, o caminho que estávamos tomando nessa pauta do acesso a armas."A atuação no campo dos direitos humanos –em temas como encarceramento em massa e o racismo do sistema criminal– tem feito o nome dela surgir em listas de mulheres que poderiam substituir a ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), que se aposenta no fim deste mês. Mais Na última década sobretudo, ela se tornou conhecida pelo público mais amplo como uma voz do garantismo penal no debate público –defendendo direitos dos investigados e réus diante de ações do Ministério Público e do Judiciário.Quem pensou em Lava Jato está correto. Ela foi a defensora da Odebrecht e de executivos da empresa em diferentes fases do escândalo de corrupção —na fase do inquérito, por exemplo, advogou para o próprio Marcelo Odebrecht. Acabou se tornando uma das principais críticas dos procuradores da força-tarefa e do ex-juiz Sergio Moro."Foi um momento solitário, em que apontamos ilegalidades que acabaram prevalecendo por um determinado período, como a manipulação de competência, o indeferimento repetido de tudo o que fosse pedido pela defesa, uma deslealdade na produção de provas", afirma ela. Folha apresenta perfis de figuras relevantes no mundo jurídico feminino nacional Hoje, a defensora é integrante do Prerrogativas, grupo de profissionais progressistas do direito, criado como reação à Lava Jato. E parece observar com uma sensação de triunfo os reveses da operação no Judiciário e na opinião pública."Ninguém inventou ainda método melhor de solução de conflitos que não seja a observância ao devido processo legal", afirma. "Queremos mecanismos de combate à corrupção, mas isso não pode se traduzir em uma violação de todas as regras."A Lava Jato foi só um dos episódios que colocou a advogada contra a corrente da opinião pública. Ela também atuou na defesa de réus das operações Satiagraha e Castelo de Areia, entre outros casos."As primeiras notícias sobre um caso raramente coincidem com a complexidade por trás das ações humanas. Ajudar nessa travessia turbulenta, da visão pré-concebida até como um episódio se explica por dentro é um papel que gosto de desempenhar", diz ela, reafirmando a crença no direito de defesa de qualquer um."A clareza que tenho da natureza essencial do direito de defesa me dá tranquilidade para atuar em todo tipo de causa com o olhar voltado para o respeito aos direitos e garantias inscritos em pedra na nossa Constituição." Mais Recentemente, chegou a defender o empresário Thiago Brennand, que à época tinha sido filmado agredindo uma mulher em uma academia de São Paulo.Depois, mais de dez mulheres relataram ter sido vítimas dele em casos de agressões sexuais, como estupro, violência doméstica e cárcere privado.O escritório de Cavalcanti deixou o caso dias depois de as denúncias virem à tona, mas afirmou em nota que a saída não tinha a ver com esses relatos. Quando é questionada sobre a atuação em casos do tipo, ela reafirma seu princípio de que todos têm direito à defesa e diz que não deixa de contribuir para a causa das mulheres por advogar para homens.De todo modo, os casos de colarinho branco ou clientes poderosos não contam toda a carreira de Dora. Um ativismo pelos direitos humanos, sobretudo no campo da justiça criminal, é tão presente na vida dela quanto os casos televisivos.Hoje, por exemplo, boa parte do tempo da advogada é dedicado ao Innocence Project Brasil, projeto internacional para libertar da prisão pessoas condenadas injustamente —em sua maioria pretas e pardas.Cavalcanti fundou e dirige a iniciativa no país. Uma das principais bandeiras do projeto tem sido a questão do reconhecimento de suspeitos, que costuma levar inocentes à prisão. Junto a isso, vem a defesa do uso mais frequente de exames de DNA na elucidação de crimes."O DNA está no início do Innocence Project nos Estados Unidos", afirma Cavalcanti. "Aqui, infelizmente, na maioria dos crimes violentos, você pode até ter o material de DNA colhido, mas nem a defesa nem a acusação se lembram de usá-lo. Porque temos uma tradição da prova testemunhal."Em partes por causa do trabalho do Innocence Project, que atuou num processo sobre o assunto, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou regras para o uso do reconhecimento de suspeitos —e também determinou que esse tipo de evidência não pode justificar por si só uma condenação criminal.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...Cavalcanti diz que o desejo de atuar em prol dos direitos humanos veio cedo na carreira e que as visitas a penitenciárias ajudaram nessa tomada de consciência. Logo viu as condições degradantes nas prisões e também a presença massiva de pessoas negras no sistema prisional."Impossível ser criminalista sem, de vez em quando, colocar o pé numa penitenciária. Você precisa lembrar como é o som da tranca, o cheiro da quentinha, a rapidez com que uma pessoa se descaracteriza dentro do sistema. Como ela emagrece, perde o brilho no olhar…"Essas primeiras visitas aconteceram já no início da carreira. Cavalcanti começou nos anos 1990, no escritório do criminalista e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, morto em 2014. Dora chegou a virar sócia do escritório dois anos depois de ter entrado lá como estagiária. "A área criminal trata do bem maior, que é a liberdade. Você não tem uma causa criminal que não seja importante. Tudo diz respeito a essa essência fundamental, o direito de ir e vir."Com Thomaz Bastos e outros 34 advogados, ela também foi uma das fundadoras do IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa). "Queríamos mostrar que o direito de defesa não é um aliado da impunidade", afirma ela.De perfil discreto, resolveu concorrer à presidência da OAB-SP em 2021. Fez uma campanha com forte enfoque na defesa da diversidade de gênero e raça na instituição —foi derrotada, mas conseguiu pautar o assunto dentro da ordem."Houve a possibilidade de ela se juntar à chapa que no fim foi a vencedora. Isso daria um lugar de destaque a ela, mas ela teria que descumprir o combinado com o grupo do qual eu faço parte, de pessoas negras. E ela não fez isso", lembra Lazara Carvalho, que concorreu ao lado de Dora, como vice. "Era algo simples, o dinheiro da campanha era dela. Mas, mesmo quando ela poderia ter tido um ganho pessoal, ela optou pela retidão."Quando não está envolvida no trabalho ou nessas causas, Dora Cavalcanti se distrai como pode. Diz ter uma "alma palmeirense desesperada" (é neta de um dos fundadores do clube). É leitora dedicada. Agora, tem na cabeceira o romance "Reparação", de Ian McEwan —que conta justamente a história de uma acusação injusta de efeitos catastróficos.Sócia do escritório Cavalcanti Sion Advogados, é uma das principais criminalistas em atividade no Brasil. Formada na USP, começou a carreira nos anos 1990, no escritório do também criminalista e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, de quem chegou a ser sócia. Cavalcanti é uma das vozes do garantismo criminal no debate público, defendendo os direitos de investigados e réus contra ações do Ministério Público e do Judiciário. Esse papel foi reforçado pela atuação dela durante a Lava Jato, quando se tornou a defensora da Odebrecht e de executivos da empresa. Uma das fundadoras do Instituto de Defesa do Direito de Defesa e integrante do Prerrogativas, ela também milita em causas de direitos humanos, sobretudo naquelas ligadas ao sistema de Justiça. Cavalcanti também é fundadora e diretora do braço brasileiro do Innocence Project, iniciativa internacional voltada para libertar inocentes presos de forma injusta. Ela completa 30 anos de carreira neste ano.
2023-09-17 23:15:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/advogada-criminalista-defendeu-reus-da-lava-jato-e-lidera-projeto-para-soltar-inocentes.shtml
Lula reserva valor recorde para publicidade oficial em ano eleitoral de 2024
O presidente Lula (PT) quer reservar um valor recorde para turbinar a publicidade oficial do governo em 2024. A previsão de despesa nessa área para o próximo ano é de R$ 647 milhões, ante R$ 359 milhões disponíveis em 2023.O aumento na verba para comunicação institucional foi inserido no projeto de Orçamento do ano que vem, que ainda será votado pelo Congresso Nacional. Se aprovado, coincidirá com o ano de eleições municipais.A cifra é a maior em comparação feita com informações oficiais do Executivo, incluindo gastos classificados como publicidade institucional da Presidência da República desde 2004. A Folha usou dados corrigidos pela inflação oficial do país, ou seja, o índice IPCA, usado inclusive para o reajuste do teto de gastos públicos, que vigorou nos últimos anos.Apesar de o dinheiro ser usado para promover ações do governo federal, as campanhas municipais têm impacto na imagem de Lula e do PT. Integrantes da cúpula do partido enxergam o resultado das urnas em 2024 como crucial para o plano político do partido, que viu seu número de prefeituras minguar em 2020.No último pleito municipal, o partido conquistou o menor número de prefeituras nos últimos 20 anos, amargou uma derrota sem precedentes em São Paulo, onde seu candidato, Jilmar Tatto, ficou em um distante sexto lugar e não venceu em nenhuma capital do país.Procurada, a Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência da República disse que a verba prevê recursos para promover medidas do governo que atendem à população e também gastos com comunicação interna e o combate a informações falsas.O órgão não respondeu sobre a possível relação entre a eleição de 2024 e o valor recorde para a comunicação institucional no próximo ano. Questionou, porém, a informação de que o montante seria recorde.Segundo o governo, se for usada a correção inflacionária pelo IGP-M, o recorde da verba para publicidade oficial seria de 2017, durante a gestão de Michel Temer (MDB). Mas esse índice defendido pela Secom é geralmente usado para os reajustes de aluguéis. O Planalto diz que o IGP-M é mais amplo e, por isso, o mais adequado.O rol de atividades citado pela Secom é o mesmo dos governos anteriores. A secretaria inclusive prorrogou contratos assinados com agências de comunicação na gestão Jair Bolsonaro (PL)."O orçamento de 2024 da Secom não contempla apenas a publicidade governamental, utilizada para comunicar programas do governo que beneficiarão à população [sic], como o Novo PAC, o Desenrola e a campanha de combate a fake news. O referido orçamento inclui, por exemplo, comunicação corporativa, pesquisas, nova licitação específica para [a área] digital, para live marketing e eventos", respondeu o órgão.Segundo o governo, é necessário fazer investimentos em novas estratégias de comunicação institucional, especialmente diante de "uma realidade que exige o incansável combate à desinformação, um problema social no mundo". Mais Apesar de a verba de comunicação oficial não ser recorde em 2023, essa área já tem sido alvo de pressão da oposição. Parlamentares do PL, partido de Bolsonaro, têm apresentado uma série de pedidos de informação sobre os critérios de distribuição dos recursos e contratos firmados.Em julho, a Secom enviou um ofício à Câmara dos Deputados afirmando não haver critério único para definir a divisão da verba publicitária do governo federal. E informou possuir "contratos com quatro agências de publicidade licitadas para realizar ações de comunicação de caráter institucional e de utilidade pública".Lula tem priorizado a televisão na veiculação da propaganda oficial do governo federal, com a destinação nos seis primeiros meses de sua gestão de 73% da verba para esse formato de comunicação. Considerando os quatro anos da administração Bolsonaro, as TVs ficaram com 47% do total, mostram dados da publicidade da Secom e dos ministérios.A secretaria é hoje comandada por Paulo Pimenta (PT). Em julho, ele se tornou alvo de críticas de parlamentares e integrantes do governo, que o acusaram de cometer gafes e causar ruídos desnecessários em anúncios da gestão Lula.As reclamações eram de que Pimenta agia por conta própria e acabava por gerar deslizes evitáveis. Os episódios citados foram a antecipação do anúncio de que o economista Marcio Pochmann presidiria o IBGE e declarações desencontradas sobre a saída de Daniela Carneiro (ex-ministra do Turismo) do governo, o que provocou um princípio de crise na articulação política. Mais Apesar das críticas, petistas apontam que a comunicação dos programas do governo tem sido positiva, o que favorece o alcance de efeitos políticos das medidas do mandatário.Após oito meses de seu terceiro mandato, Lula tem sua aprovação estável, segundo pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (14). Consideram o petista bom ou ótimo 38%, enquanto 30% o acham regular e 31%, ruim ou péssimo.Uma melhora na avaliação do governo Lula no próximo ano tende a impulsionar candidatos apoiados por ele nas disputas municipais.Dirigentes do PT e de outros partidos veem o resultado da eleição do próximo ano como um primeiro passo e um pilar para fortalecer a corrida de 2026 nos estados e para cargos federais. Quem tem mais prefeitos aliados e capilaridade política pode largar na frente na disputa estadual e presidencial. Mais
2023-09-17 23:15:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/lula-reserva-valor-recorde-para-publicidade-oficial-em-ano-eleitoral.shtml
Orçamento e entraves limitam União Africana diante de crises
O Gabão é o caso mais recente de país suspenso da União Africana (UA), bloco que tem como objetivos gerais principais integrar as economias nacionais, estabilizar politicamente o continente e prevenir e resolver seus problemas de segurança. O motivo da suspensão: justamente uma ruptura institucional sob o argumento de "deterioração da segurança nacional".Os outros cinco membros atualmente suspensos da UA, que reúne os 54 Estados do continente mais o Saara Ocidental, escancaram a dificuldade do bloco em colocar em prática sua razão de ser. Mali, Guiné, Burkina Fasso, Níger e Sudão, todos passaram por quarteladas recentes e, no caso de Cartum, um conflito entre militares que já deixou milhões de refugiados segue afundado em violência."Há uma limitação da estrutura institucional e de recursos, e a isso se somam uma solidariedade entre lideranças e um receio muito grande de ingerência em assuntos internos dos países, que já sofreram demais com o histórico da colonização", afirma Nathaly Schutz, professora de relações internacionais da Unipampa e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).Exemplo dessa dificuldade de gestão conjunta é a não suspensão em 2021 do Chade, cujos militares tomaram o poder após a morte do ditador Idriss Déby com a promessa de adentrar um período de transição que nunca se concretizou. Com alianças importantes, como a poderosa Nigéria, o país conseguiu que o instrumento não fosse acionado apesar da ruptura institucional, exceção que colocou em dúvida o mecanismo. "Claro que isso tem impactos negativos para a UA e sua eficiência para realmente lidar com as crises", diz Schutz.O bloco toma decisões principalmente em sua Assembleia de Chefes de Estado e Governo, que reúne os líderes das 55 nações anualmente no começo do ano em sua sede, em Addis Ababa, a capital da Etiópia.Já presidiram a Assembleia ditadores como o líbio Muammar Gaddafi, o zimbabueano Robert Mugabe e o chadiano Déby, mas também líderes como o nigeriano Olusegun Obasanjo, participante da transição democrática do país nos 1970 como militar e mais tarde eleito presidente, e Thabo Mbeki, sucessor de Nelson Mandela na África do Sul.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...As questões propriamente securitárias são delegadas ao Conselho de Paz e Segurança, com membros eleitos pela Assembleia para mandatos de dois ou três anos. O órgão é responsável pela coordenação da Arquitetura de Paz e Segurança Africana entre a UA e as Comunidades Econômicas Regionais, blocos independentes que funcionam como pilares da união, inclusive em assuntos de segurança e com a possibilidade de uso de forças regionais de mobilização rápida em conflitos.A UA é herdeira da Organização da Unidade Africana (OUA), que teve papel importante nos processos de independência no continente desde sua criação, em 1963. Outro sucesso político do bloco anterior foi a pressão pelo fim do apartheid na África do Sul.Logo na década de 1990 o debate de criação de um novo agrupamento para aprofundar a integração do continente no contexto geopolítico do pós-Guerra Fria esbarrou em um dos episódios mais assombrosos da história recente: o genocídio em Ruanda. O assassinato de 800 mil a 1 milhão de pessoas em um país de pouco mais de 7 milhões de habitantes à época —e a incapacidade da OUA e outros organismos internacionais de evitá-lo— foi um ponto de inflexão para o bloco que substituiria o anterior, em 2002.Em seu ato constitutivo, junto do princípio de que nenhum país deve interferir nos assuntos internos do outro, está o direito da UA de intervir em um Estado-membro em cenários de genocídio, crimes de guerra e crimes contra humanidade. O aval para isso, contudo, vem da Assembleia, sujeita às pressões políticas e alianças de turno de um continente tão diverso quanto desigual.É dessa desigualdade que emerge outro problema: a limitação de recursos. Enquanto África do Sul, Egito e Nigéria exercem o papel de potências continentais, o atraso na contribuição de integrantes mais frágeis não é algo raro. Dois terços do orçamento total do bloco em 2022, incluindo toda a fatia reservada a missões de paz, foram financiados por parceiros externos, principalmente a União Europeia. São US$ 429 milhões vindos de fontes fora do bloco africano."Uma missão de paz não é barata, porque ela não é apenas o processo de pacificar o país. É preciso reconstruir estruturas, criar meios para que o país consiga prosseguir em estabilidade", afirma Anselmo Otavio, professor de relações internacionais da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Mais A primeira missão de paz do bloco ocorreu na guerra civil no Burundi, em 2003, e é considerada um sucesso. Já na Somália, a UA ainda mantém operação desde 2007, hoje em colaboração com as Nações Unidas. Também houve operação no conflito em Darfur, região do Sudão que hoje ainda vive disputa e violência política.Embora algo engessada para lidar com esses e outros elementos desafiadores no continente, como o combate ao extremismo islâmico que floresce em países geralmente com instituições e controle de fronteiras frágeis, a UA tem visto avanços avaliados como fundamentais para as aspirações do bloco.Aceita neste mês como membro permanente do G20, grupo das 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia, o bloco africano ganha mais espaço no arranjo multipolar defendido como nova etapa da ordem global pela China, grande credora do continente, e pelo Brasil —que, como a UA, almeja reforma de órgãos internacionais como o Conselho de Segurança da ONU."É um marco [a entrada no G20] importantíssimo na inserção da África no sistema internacional e para o reconhecimento de que o continente não é só passivo, mas age com uma política externa própria, com um posicionamento de autonomia e uma importância geopolítica muito grande", afirma Schutz.Em uma perspectiva interna, o bloco também está nas fases iniciais de sua nova Área Continental de Livre Comércio, que entrou em vigor em janeiro de 2021 com o objetivo de ampliar o comércio entre países africanos, hoje apenas na faixa de 15% a 18%, segundo a UA.
2023-09-17 23:15:00
internacional
Internacional
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A perigosa mudança que pode transformar Antártida de 'geladeira' a 'aquecedor' do planeta
O gelo marítimo que cerca a Antártida alcançou nível bem inferior a qualquer medição prévia existente, segundo dados de satélite. Isso está causando alarme em cientistas que viam a região como resistente ao aquecimento global."(Os níveis) estão muito distantes de tudo o que já vimos, é quase de arrepiar", diz Walter Meier, que monitora gelo marítimo no Centro de Dados de Neve e Gelo dos EUA.A instabilidade na Antártida pode ter amplas consequências, segundo especialistas no ecossistema polar.O enorme bloco de gelo antártico ajuda a regular a temperatura do planeta, já que a superfície branca reflete a energia do sol de volta à atmosfera e resfria a água abaixo e ao redor.Com a redução desse bloco de gelo, a Antártida pode se transformar de "geladeira da Terra" em "aquecedor" do planeta.O gelo que flutua na superfície do oceano Antártico hoje mede menos de 17 milhões de quilômetros quadrados. Isso é 1,5 milhão a menos de gelo marítimo do que a média histórica do mês de setembro, e bem inferior aos níveis mais baixos mensurados no período de inverno na região.Meier não está otimista de que essa perda será recuperada significativamente.Cientistas ainda tentam identificar todos os fatores que levam às baixas recordes, mas estudar tendências na Antártida sempre foi um desafio.Em um ano em que vários recordes de alta de temperatura terrestre e oceânica foram quebrados, cientistas insistem em que é preciso prestar atenção ao que acontece no polo Sul do planeta."Vemos o quanto é (uma região) vulnerável", diz Robbie Mallet, da Universidade de Manitoba e que está atualmente baseado na península antártica.Ele diz que o gelo marítimo fino observado neste ano dificultou ainda mais os trabalhos de campo. "Há o risco de que (o gelo) se rompa e flutue pelo mar conosco por cima", Mallet explica.O gelo marítimo se forma durante o inverno antártico (de março a outubro), antes de derreter em grande parte durante o verão, e pertence a um sistema interconectado que também engloba icebergs, gelo terrestre e enormes plataformas de gelo —que são extensões flutuantes próximas à costa.O gelo marítimo age como uma camada protetora que previne o aquecimento excessivo do oceano.Caroline Holmes, do projeto British Antarctic Survey, explica que o impacto do encolhimento dessa camada pode se tornar evidente na transição para o verão —quando pode potencialmente ocorrer um derretimento ininterrupto.O motivo é que, à medida que mais gelo marítimo desaparece, áreas escuras do oceano serão expostas, absorvendo calor do sol em vez de refeti-lo. Isso fará com que mais calor seja incorporado à água, o que por sua vez provocará mais derretimento de gelo.É esse ciclo que pode adicionar ainda mais calor ao planeta, interrompendo o papel típico da Antártida de reguladora de temperaturas globais."Será que estamos acordando o gigante da Antártida?", questiona o professor Martin Siegert, especialista glacial da Universidade de Exeter (Reino Unido). Seria, segundo ele, "um desastre absoluto" para o mundo.Desde os anos 1990, a perda de gelo terrestre na Antártida já contribuiu para um aumento de 7,2 mm nos níveis dos mares. E mesmo pequenos incrementos produzem enormes tempestades que podem varrer comunidades costeiras. Ou seja, o derretimento do gelo marítimo pode, em tese, ser catastrófico para milhões de pessoas ao redor do mundo.Por ser um continente cercado de água, a Antártida tem um clima e sistema próprios. Até 2016, o gelo da região estava, na verdade, aumentando durante os meses de inverno.No entanto, uma onda de calor extremo atingiu o continente em março de 2022, deixando as temperaturas na casa de -10°C quando elas deveriam estar por volta de -50°C.Nos últimos sete anos, o gelo marítimo baixou a níveis mínimos recordes, incluindo em fevereiro de 2023.Alguns cientistas acham que isso sinaliza uma mudança fundamental no continente —inclusive nas características que mantinham essa região isolada.Ao mesmo tempo, esse isolamento também faz com que haja poucas informações históricas sobre a Antártida, chamada por Mallet de "o Velho-Oeste" da ciência.Por exemplo, os cientistas conhecem a extensão do gelo marítimo, mas não sua grossura. Desvendar esse tipo de informação poderá ser crucial para preparar modelos climáticos da região.Na base científica de Rothera, Mallet está usando instrumentos de radar para estudar a grossura do gelo e compreender melhor as razões por trás do encolhimento dessa camada. E o calor recorde registrado neste ano provavelmente é um dos fatores, já que dificulta que a água congele por ali.Pode ter havido também mudanças em correntes oceânicas e nos ventos que moldam a temperatura na Antártida.Além disso, o fenômeno natural El Niño é outro possível fator envolvido.De qualquer modo, Mallet diz que existem "muitas, muitas razões para se preocupar"."É potencialmente um sinal muito alarmante de mudanças no clima da Antártida que não ocorreram nos últimos 40 anos. E que só estão emergindo agora."
2023-09-17 22:36:00
ambiente
Meio Ambiente
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Amazonas monta força-tarefa para identificar vítimas de acidente aéreo
O Governo do Amazonas anunciou neste domingo (17) a criação de uma força-tarefa para tentar agilizar os trabalhos de identificação dos corpos das vítimas do acidente aéreo que ocorreu no sábado (16) no município de Barcelos (a cerca de 400 km de Manaus).O caso deixou 14 mortos, incluindo 12 passageiros e dois tripulantes. Segundo o governo estadual, os corpos chegaram a Manaus às 15h51 deste domingo. O translado ocorreu em uma operação realizada em conjunto com a FAB (Força Aérea Brasileira).Os corpos foram levados para o IML (Instituto Médico Legal), onde passarão por exames de necropsia. O plano local é encerrar os processos de identificação até a manhã desta segunda (18).A Secretaria de Estado de Assistência Social montou uma sala de apoio psicossocial para os familiares das vítimas na sede do IML. O Governo do Amazonas ainda não divulgou os nomes dos passageiros e tripulantes, mas recebeu a lista da empresa responsável pelo avião que se acidentou. Enquanto isso, familiares e amigos já prestaram homenagens às vítimas nas redes sociais.Em nota, o governo estadual disse que cinco dos mortos eram de Goiás, quatro de Minas Gerais e os demais de São Paulo, Paraná, Roraima, Maranhão e Amazonas. A relação se refere aos estados de nascimento das vítimas, e não necessariamente aos locais de moradia.Os passageiros eram turistas. O avião acidentado saiu de Manaus na tarde de sábado com destino a Barcelos, que é um município conhecido pelo turismo de pesca.As causas do acidente são investigadas. De acordo com o governo estadual, a queda ocorreu quando o avião tentava pousar em Barcelos. Chovia forte no momento do desastre.As investigações sobre as causas do acidente serão realizadas pela Polícia Civil do Amazonas e pelo Seripa VII (Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). Mais
2023-09-17 22:38:00
cotidiano
Cotidiano
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Deputada do RS é agredida com spray de pimenta pela Guarda Municipal
A deputada estadual gaúcha Laura Sito (PT) denunciou agressão pela Guarda Municipal de Porto Alegre neste sábado (16), enquanto acompanhava a movimentação na ocupação de um prédio no centro histórico da cidade.A parlamentar preside a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.Em um dos vídeos compartilhados nas redes sociais, é possível ver um agente disparando jatos de spray contra a deputada e pessoas próximas. Sito disse ainda que foi alvo de estilhaços de disparo de bala de borracha e gás lacrimogêneo. Ela registrou boletim de ocorrência em uma delegacia de polícia."Acabo de ser agredida pela Guarda Municipal do prefeito bolsonarista Sebastião Melo [MDB] em Porto Alegre. Levei tiro de bala de borracha e muito gás lacrimogêneo, enxergando somente por um olho", afirmou a parlamentar no sábado.Militantes dizem que buscavam levar alimentos para quem estava na ocupação. Eles teriam sido impedidos pelos agentes. A confusão teria começado em seguida.O MNLM (Movimento Nacional de Luta pela Moradia), envolvido na ocupação, argumenta que o prédio em questão, localizado na rua dos Andradas, recebia atividades artísticas e deveria ser reformado pela prefeitura para seguir com essa finalidade.Porém, de acordo com o movimento, o endereço encontra-se abandonado. Os militantes temem que o imóvel seja vendido pelo município.A Prefeitura de Porto Alegre, por sua vez, afirma que o grupo ocupa irregularmente o edifício. Também disse que abriu negociações para recuperar o imóvel e prometeu novo diálogo com os militantes, que devem ser recebidos pelo prefeito."Há uma decisão já tomada pelo município, por orientação do prefeito Sebastião Melo, de retirada deste prédio da possibilidade de venda, e a destinação dele para habitação social", afirmou André Machado, secretário municipal de Habitação e Regularização Fundiária de Porto Alegre."Lamentamos que isso não tenha sido feito em uma mesa de negociação, não necessariamente em um processo de ocupação", acrescentou.A deputada Laura Sito disse que estava acompanhando a ocupação na condição de presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da assembleia gaúcha."Presenciamos a repressão e logo fui correndo intervir, quando pra minha surpresa tomei um jato de spray de pimenta a menos de dois metros de distância e foi dado um tiro também à queima-roupa onde eu estava caminhando, o que causou as escoriações pelos estilhaços que vocês veem na foto", afirmou a parlamentar nas redes sociais.A bancada do PT na assembleia gaúcha repudiou a ação da Guarda Municipal. Também cobrou da prefeitura uma apuração imediata dos agentes envolvidos no caso."Conforme relato da parlamentar e imagens da abordagem, não houve nenhuma ação dos integrantes dos movimentos sociais que justificasse uma intervenção ostensiva da Guarda Municipal. A deputada, inclusive, atuava na mediação, e em diversas oportunidades pediu calma aos agentes", disse a bancada do partido.A Prefeitura de Porto Alegre afirmou que, por determinação do prefeito, um procedimento administrativo será instaurado "para apurar as circunstâncias do conflito ocorrido entre os invasores e a Guarda Municipal".O município confirmou que os agentes utilizaram gás de pimenta e munição de dispersão não letal após a tentativa de ingresso à área isolada."Este tipo de abordagem foge à normalidade das ações da corporação, que são pautadas no diálogo. Nenhum de nós tem interesse no conflito, na violência. Vamos garantir a segurança de todos até a conclusão do processo", declarou Marcelo Nascimento, comandante da Guarda Municipal de Porto Alegre.
2023-09-17 21:40:00
cotidiano
Cotidiano
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Taiwan detecta 103 aviões de guerra chineses perto da ilha
O Ministério da Defesa de Taiwan afirmou ter detectado 103 aeronaves militares chinesas próximas da ilha em um período de 24 horas. Muitas das aeronaves cruzaram a chamada linha mediana do estreito de Taiwan, que separa o território do continente, em missões de "longo alcance" não especificadas.Taiwan vive sob ameaça constante de uma invasão da China, que considera a ilha uma província rebelde e promete retomá-la à força, se necessário. "Entre as manhãs de 17 e 18 de setembro, o Ministério da Defesa Nacional detectou um total de 103 aeronaves chinesas, um recorde que representa graves desafios à segurança do estreito de Taiwan", afirmou a pasta em comunicado."O assédio militar contínuo pode levar a um aumento repentino da tensão e piorar a segurança regional", acrescentou. O Ministério da Defesa taiwanês também pediu que Pequim "interrompa imediatamente" o que chamou de "ações unilaterais destrutivas".O governo de Taiwan disse que ao menos 40 aviões detectados na manhã deste domingo (17) cruzaram a linha mediana e entraram na zona de identificação da defesa aérea do sudeste e sudoeste da ilha. Além das aeronaves, as autoridades ainda detectaram nove navios da Marinha chinesa na região.Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...O Ministério das Relações Exteriores da China não comentou a incursão, mas a porta-voz da pasta, Mao Ning, reafirmou a posição de Pequim sobre Taiwan. "O que gostaria de afirmar é que Taiwan é parte do território chinês e que a chamada linha mediana não existe", limitou-se a dizer.Taipé denunciou na semana passada um aumento no número de incursões de aviões e navios militares chineses, depois de Pequim ter dito que suas tropas estavam em alerta máximo após a passagem, neste mês, de dois navios dos Estados Unidos e do Canadá pelo estreito de Taiwan. Mais Na semana passada, entre as manhãs de quarta (13) e quinta-feira (14), 68 aeronaves chinesas e 10 navios de guerra foram detectados ao redor da ilha, segundo o Ministério de Defesa de Taiwan.Algumas das aeronaves e navios se deslocavam em direção a uma área não especificada do Pacífico Ocidental para realizar treinamentos marítimo e aéreo em conjunto com o porta-aviões chinês Shandong, acrescentou a pasta.Procurado, o regime chinês também não se pronunciou sobre os exercícios que ocorrem no Pacífico Ocidental.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...
2023-09-17 20:45:00
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Internacional
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Manifestantes fazem protesto em Nova York contra mudança climática; veja fotos
Milhares de manifestantes deram início à "Semana do Clima" e encheram as ruas de Midtown, Manhattan, no domingo, antes da Assembleia Geral da ONU desta semana, pedindo ao presidente Joe Biden e aos líderes mundiais que acabem com o uso de combustíveis fósseis.Com desfiles, concertos e tambores, cerca de 15 mil pessoas protestaram com placas que diziam: "Fim do uso de combustíveis fósseis" e "Combustíveis fósseis matam" e "Declare uma emergência climática".Um homem estava vestido como um boneco de neve derretendo, alertando para o aumento do nível do mar. A mensagem era para que os líderes mundiais salvassem o planeta do uso de petróleo e gás, que se acredita estar impulsionando um aquecimento global.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Os protestos de domingo faziam parte de um esforço internacional de uma semana do Climate Group, uma organização sem fins lucrativos cujo objetivo é promover ação contra as mudanças climáticas e deter o aquecimento global, com mais de 500 protestos planejados nos EUA, Alemanha, Inglaterra, Coreia do Sul, Índia e outros países, totalizando 54 nações.Os organizadores dos protestos esperam uma participação global de mais de um milhão de pessoas."A Semana do Clima de Nova York é tudo sobre fazer acontecer", escreveram os organizadores online. "Ao celebrar a ação climática, desafiando-nos a fazer mais e explorando maneiras de aumentar a ambição, a Semana do Clima de Nova York inspira, amplifica e examina os compromissos, políticas e ações daqueles com o poder de promover mudanças". Mais Muitos cientistas acreditam que os chamados gases de efeito estufa causados pela queima de combustíveis fósseis estão aquecendo o mundo e causando fenômenos climáticos graves, como furacões mais intensos, ondas de calor, inundações, incêndios florestais e secas.A redução das emissões de CO2 (dióxido de carbono) é vista como um elemento-chave para combater as mudanças climáticas.Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...As manifestações ocorrem dois meses antes da cúpula climática COP28 da ONU deste ano, onde mais de 80 países planejam pressionar por um acordo global para eliminar gradualmente o carvão, o petróleo e o gás.Um relatório recente da ONU alertou que o mundo está em um caminho perigoso em direção a um aquecimento global grave e afirmou que mais ações são necessárias em todas as frentes, incluindo uma redução drástica no uso de energia movida a carvão até 2030.
2023-09-17 18:45:00
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Internacional
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Pacientes que usam flores de maconha temem ficar entre a farmácia e o tráfico
Pacientes que fazem tratamento com flores de Cannabis no Brasil para amenizar sintomas de doenças como câncer, epilepsia, mal de Parkinson, esclerose e fibromialgia estão numa corrida contra o tempo.Eles foram pegos de surpresa, em julho passado, pela nota técnica da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) que proibiu a importação de flores de maconha para fins medicinais e deu prazo de 60 dias para as últimas importações.A data limite de postagem de produtos importados ao país é o próximo dia 20, quarta-feira, o que gerou corre-corre de pacientes, uma avalanche de pedidos nas importadoras e ainda questionamentos na Justiça."Quando soube da notícia, tive uma crise de pânico", afirma o cenógrafo e DJ Fabrizio Pepe, 34, que tem fibromialgia e, desde janeiro, faz uso de três tipos de flores de cânabis importadas da Califórnia e vaporizadas para o controle de dores e efeitos colaterais."As flores são como um analgésico de efeito imediato, e também melhoraram meu sono, que era horrível por causa da rigidez muscular provocada pela dor", afirma, ressaltando que as flores têm zero ou baixíssima concentração de THC (tetrahidrocanabinol), responsável pelo efeito psicotrópico da planta Cannabis.Quando suas últimas flores desembarcarem no país, seu prognóstico é retomar os medicamentos convencionais que havia abandonado. "É tudo o que eu não queria porque o remédio para dor leva ao remédio para a depressão e a outro para dormir", relata.Outros pacientes que usam flores vaporizadas agora temem ter que buscar alternativas de tratamento, seja nas prateleiras das farmácias ou no mercado ilegal de drogas.Empresas e associações estimam que cerca de 5.000 pessoas façam uso medicinal de flores de maconha no Brasil, importadas por meio da resolução 660 (RDC 660) da Anvisa, de 2022. Não há dados oficiais.A norma permite que pacientes cadastrados na agência importem produtos com THC e com CBD (canabidiol) mediante prescrição médica e a assinatura de termo de esclarecimento e responsabilidade sobre a ausência de segurança e de comprovação científica da eficácia dos produtos para tratamentos.O argumento da falta de evidências, que vale para quase todos os produtos derivados da Cannabis importados via RDC 660, foi apresentado pela Anvisa como uma das justificativas para o recente veto apenas à importação de flores. Para a agência, neste caso, há "alto potencial de desvio para fins ilícitos".A agência tem respondido a ações na Justiça com registros de propagandas irregulares de flores de maconha, que é um produto controlado, e de promoções de empresas do setor que prometem "legalizar" o consumo de flores de maconha por meio da obtenção de receitas médicas.Um caso emblemático foi o da empresa The Hemp Complex, que tem como um dos sócios o rapper Marcelo D2, ex-Planet Hemp, e que lançou em julho passado uma campanha cujo slogan era "Bora ficar legal". Poucos dias depois, a Anvisa publicou a nota proibindo a importação de flores.Kennedy Filho, CEO da Just Hemp, que comercializa óleos e cremes de cânabis e também importava flores para fins medicinais até a proibição, afirma que era sabido que algumas empresas praticavam irregularidades. "Mas é triste ver que, no lugar de criar regras e conter abusos, a Anvisa tenha adotado uma medida arbitrária que prejudica pacientes." Mais O neuropediatra Eduardo Faveret explica que a vaporização de flores de maconha é um complemento importante ao tratamento com óleos de cânabis, via oral, cujo efeito demora para ocorrer."A vaporização é muito adequada como via de urgência, nos momentos de agudização de dores e ansiedades", afirma. "Em comparação com a administração via oral, a via inalatória gera níveis de 3 a 5 vezes maiores de concentração dos princípios ativos no sangue do paciente. A vantagem é a rapidez do efeito e sua duração mais curta."Caroline Heinz, CEO e fundadora da Flowermed, que afirma atender a 2.600 pacientes na importação de flores, contesta os argumentos da Anvisa para a proibição. "A Anvisa não provou que houve desvio dos produtos nem que a forma vaporizada de administração da cânabis não tem evidência científica.""Muitas empresas que investiram na comercialização de óleo em farmácias [permitida pela RDC 327 e que requer grandes investimentos] estavam incomodadas com o volume de vendas das empresas que trabalhavam com a importação de flores de cânabis", diz.Não existem dados oficiais sobre o volume de importação de flores de maconha medicinal, cujas autorizações cresceram mais de 90 vezes em sete anos. Em 2015, primeiro ano da importação de produtos à base de maconha medicinal, a Anvisa autorizou 850 importações. Em 2022, foram 79.995.A Anvisa não respondeu aos questionamentos da Folha sobre eventuais pressões de empresas do setor de óleo de maconha. Em nota, a agência informou que o conceito de produto à base de Cannabis está regulamentado na RDC 327 e que a "normativa sanitária veda o uso sob a forma de droga vegetal ou suas partes". A nota não explica por que, então, flores eram importadas até julho passado.Para o advogado Emílio Figueiredo, pioneiro no país no uso de habeas corpus para garantir o cultivo pessoal para uso medicinal, a decisão da Anvisa de proibir flores de cânabis "fortalece as empresas que vendem o produto na forma óleo e que vinham sentindo um crescimento abaixo do esperado por conta do sucesso das flores importadas".Em nota, a BRcann (Associação Brasileira das Indústrias de Canabinoides), que reúne empresas do setor dedicadas à produção de óleo para venda em farmácia, nega eventuais pressões na Anvisa e diz que apoia a decisão da agência por considerá-la "uma reação taxativa contra o uso indevido" da RDC 660.A Abrace (Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança), primeira instituição do país a obter autorização judicial, em 2017, para cultivar maconha para fins medicinais, diz que vai recorrer aos tribunais mais uma vez, agora para poder oferecer flores aos seus associados.A proposta é limitar o fornecimento de flores somente para pacientes com câncer, epilepsias, doenças neuropáticas, Parkinson, Síndrome de Tourette e transtorno de ansiedade generalizada."Nossa missão é lutar para que os pacientes tenham acesso a tratamento, não importa se é flor, se é pomada, se é óleo. A dor não pode esperar", diz Cassiano Gomes, fundador e diretor-executivo da Abrace, que tem 40 mil associados.Catarina Leal, 41, tem câncer metastático nos ossos e diz precisar da planta. "A quimioterapia dificulta a alimentação e a vaporização melhora o meu apetite.""O óleo, além de demorar para fazer efeito, às vezes provoca efeitos gástricos indesejáveis. Eu não faço uso recreativo, é uma necessidade", afirma ela, para quem a negação do tratamento vai empurrar as pessoas para o mercado ilegal.
2023-09-17 19:00:00
cotidiano
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Batalha do Lip Sync: Samuel de Assis vence Nicolas Prattes ao dançar música de Ludmilla
Samuel de Assis foi o grande vencedor da Batalha do Lip Sync deste domingo (17). No quadro do Domingão com Huck, o ator de "Vai na Fé" (Globo) deixou a plateia extasiada com sua dança ao som de Ludmilla e superou Nicolas Prattes na avaliação final.Para garantir a vitória, Assis soltou o corpo todo e se entregou na interpretação do sucesso "Socadona". "Esse negócio é muito doido. Eu estou muito nervoso, estava me tremendo muito, mesmo. Estou muito feliz de estar aqui, de poder me apresentar em um programa como esse. Fazer com que outras crianças pretas se sintam representadas", disse ele, logo após ser declarado o campeão deste domingo. "Ninguém melhor que Ludmilla para me ajudar nessa representatividade toda."Na batalha em si, houve mais números musicais. Assis também prestou uma homenagem ao cantor Xanddy, enquanto Prattes optou por uma performance dedicada à icônica Xuxa. Mais Nas redes sociais, o desempenho de Assis não passou despercebido, com o público elogiando sua desenvoltura na dança e a forma como ele incorporou a essência da música de Ludmilla.
2023-09-17 20:31:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/batalha-do-lip-sync-samuel-de-assis-vence-nicolas-prattes-ao-dancar-musica-de-ludmilla.shtml
Brasil não tem condição de fazer grande programa de subsídios como os EUA, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil não tem condições de fazer um grande programa de subsídios à economia verde como os Estados Unidos vêm implementando, mas que o país tem condições de aproveitar suas vantagens nessa área para atrair investimentos e oferecer oportunidades de negócios.Haddad está em Nova York acompanhando o presidente Lula (PT), que participa nesta semana da Assembleia-Geral das Nações Unidas.À noite, ele acompanha o mandatário em um jantar oferecido pela Fiesp com empresários e fundos de investimento.Questionado sobre as expectativas com o evento ao longo da semana, Haddad respondeu que sua "fixação é transformação ecológica". "É a grande oportunidade que o Brasil tem de se reindustrializar."O ministro destacou ainda o encontro de Lula com o presidente americano, Joe Biden, na quarta-feira.O democrata apostou na transição para uma economia verde como uma das prioridades de seu mandato, e plataforma para reeleição. Mais A Casa Branca conseguiu aprovar no Congresso um pacote histórico de incentivos para a energia verde. Sancionada há cerca de um ano, a Lei para Redução da Inflação, apesar do nome, tem esse objetivo.No entanto, a oposição ao democrata critica o presidente, e atribui à legislação um dos motivadores da disparada da inflação no país. A transição verde é ainda o pano de fundo da greve histórica de trabalhadores de montadoras contra Ford, GM e Stellantis. O sindicato que representa a categoria argumenta que os salários precisam ser reajustados também porque as empresas receberam enormes incentivos para migrarem para a produção de veículos elétricos.Haddad também comentou o recente roadshow sobre os títulos verdes que serão emitidos pelo Tesouro no mercado internacional. O assessor da Fazenda Rafael Dubeux, encarregado do plano de transição ecológica da Fazenda, fez 36 reuniões com cerca de 60 fundos de investimentos, de acordo com o ministro."Vamos tentar unir a transição energética à transição ecológica, mediante um processo de neoindustrialização", afirmou.Haddad, porém, não detalhou expectativa de demanda ou um calendário em razão do período de silêncio que sucede o roadshow. Cabe ao Tesouro agora anunciar uma programação. Ao lado do ministro, Dubeux disse que os títulos serão lançados em um momento que for julgado adequado, considerando o cenário macroeconômico.Na noite deste domingo, Lula participou de uma reunião e um jantar com empresários e investidores oferecido pela Fiesp no Fasano. Segundo o Planalto, participaram da reunião os ministros Fernando Haddad, Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Luiz Marinho (Trabalho). Também estavam os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Do setor privado, estavam a Chevron e os fundos Apollo, Growth Capital, Valor Capital, Brookfield, Blackrock, Mubadala Brazil, GIP, Neuberger, Qell, Claure Group e Citibank.A embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Viotti, e o presidente do BID, Ilan Goldfajn, e um enviado especial da Arábia Saudita, também participaram.
2023-09-17 16:45:00
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Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/brasil-nao-tem-condicao-de-fazer-grande-programa-de-subsidios-como-os-eua-diz-haddad.shtml
PRF, quase centenária, foi de polícia das estradas a força repressiva
Os 71 mil quilômetros sob responsabilidade da PRF (Polícia Rodoviária Federal) impõem desafios à fiscalização e ao patrulhamento, mas a corporação sempre foi reconhecida pelo bom preparo técnico e de inteligência para a cobertura das rodovias federais.Essa, ao menos, era a impressão até a última década, quando a PRF começou a ampliar sua atuação repressiva e direcionar esforços para o combate ao tráfico de drogas. Nos últimos anos, no entanto, essa vertente foi catalisada pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).Entre operações com alta letalidade e o envolvimento nas mortes de Genivaldo, asfixiado em uma viatura em 2022, e de Heloisa Silva, 3, no sábado (16), a PRF atua em um cenário diferente do previsto na sua criação.Há quase cem anos, decreto do presidente Washington Luís determinava a criação, em 24 de julho de 1928, da Polícia das Estradas. Nos anos seguintes, o intenso movimento na rodovia Rio-Petrópolis, com três mil veículos por dia transitando a 60 km/h, demandava uma política sistemática de fiscalização.A via compunha o sistema federal junto com a Rio-São Paulo, a Rio-Bahia e a União Indústria. Em 1935, foi criada a primeira equipe de inspetores de tráfego, que ganharia, 10 anos depois, o nome atual. Em 1988, a Polícia Rodoviária Federal foi incluída pela Constituição Federal no sistema de segurança pública.Nos anos 1960, o patrulhamento também ganhou as televisões dos lares brasileiros com a exibição do seriado "Vigilante Rodoviário" . Embora da alçada estadual, o policial interpretado pelo ator e hoje PM aposentado Carlos Miranda, 89, popularizou a atividade de fiscalização nas missões em estradas paulistas com a ajuda do cachorro Lobo. Mais O crescimento da corporação ao longo da sua história aconteceu de forma organizada em relação a outras polícias do país, da Federal às estaduais."A letalidade policial não é uma marca histórica da instituição, dado o seu caráter preventivo de vigilância das estradas. Era percebida como diferenciada, que não incorporava um viés repressivo como as polícias estaduais", afirma Luís Flávio Sapori, coordenador do Centro de Estudos e Pesquisa em Segurança Pública da PUC Minas.Embora não tenha conquistado prestígio e visibilidade como a Polícia Federal, segundo o pesquisador, a corporação ganhou proeminência na última década com o investimento em tecnologia e fiscalização, com foco nas apreensões de drogas ilegais."Houve uma decisão estratégica de aumentar o setor de inteligência, até antes do governo Bolsonaro. Eram sinais de um avanço operacional da PRF ao longo da década passada. Inclusive, foi uma das primeiras a experimentar as câmeras em fardamento."A construção da identidade da corporação, segundo o pesquisador, foi contaminada pelo modelo ostensivo e repressivo dos comandos especiais e táticos como o Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar do Rio de Janeiro.O fenômeno, que Sapori chama de mimetismo institucional, atinge outras corporações, de polícias estaduais militares e civis a guardas municipais.Essa mudança institucional acontece por meio dos próprios quadros da corporação e por uma tentativa de dar respostas a demandas da sociedade. Uma delas pode ser o aumento das mortes violentas, que teve em 2017 seu pico recente, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, com 64.078 vidas perdidas. Mais Decisões políticas, por outro lado, podem ter acelerado o distanciamento territorial e institucional das rodovias. Exemplos são as portarias do Ministério da Justiça e Segurança Pública sob Bolsonaro, durante as gestões de Sergio Moro e André Mendonça, que permitiram a atuação conjunta com outras forças e o cumprimento de mandados de busca e apreensão.Esse arcabouço permitiu à PRF participar das operações na Vila Cruzeiro (RJ), com 23 mortos, em Varginha (MG), com 26 mortos, e em Itaguaí (RJ), com 12 mortos, entre outras.Para o pesquisador, o governo Lula (PT) deve mudar a trajetória da PRF e afastar o uso político da corporação, como as blitze no segundo turno das eleições de 2022.Entre as prioridades cita a escolha cuidadosa de comandos nacionais e regionais, mudanças na formação dos agentes para recuperar a identidade preventiva e de inteligência, e uma atuação dura em relação a desvios.
2023-09-17 16:02:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/prf-quase-centenaria-foi-de-policia-das-estradas-a-forca-repressiva.shtml
Créditos de carbono na Amazônia são ineficazes, diz estudo
Projetos de preservação de florestas tropicais não servem para compensar emissões de carbono e uma abordagem diferente deveria ser aplicada para, de fato, proteger ecossistemas críticos para o planeta, como a Amazônia e a Bacia do Congo, aponta pesquisa da Universidade da Califórnia em Berkeley financiada pela ONG Carbon Market Watch.O estudo, divulgado em reportagem publicada na sexta-feira (15) pelo jornal britânico The Guardian, baseou-se na análise de créditos de carbono em florestas tropicais certificados pela Verra, operadora do principal padrão internacional nesse mercado, e concluiu que os impactos ambientais alardeados são exagerados e os resultados, "questionáveis" do ponto de vista climático.Alguns projetos, inclusive, não ofereceriam garantias de segurança a comunidades locais vulneráveis.Por esses motivos, os pesquisadores argumentam que os créditos de carbono não são instrumentos adequados para a compensação das emissões de carbono por parte de empresas.O projeto avaliou critérios de qualidade do sistema de créditos de carbono da Verra, entre eles a durabilidade e a contabilidade de carbono florestal, bem como as salvaguardas para as comunidades locais.A maioria dos créditos, segundo o estudo, não teve impacto positivo sobre o clima, além de subestimar o risco de deslocamento do desmatamento para outras áreas. A fiscalização do cumprimento das regras da empresa para a geração de créditos de carbono também seria deficiente. Alguns projetos teriam até mesmo provocado o deslocamento de comunidades vulneráveis ou as feito perder território.O mercado de carbono é incensado por entusiastas da medida como uma solução viável para conter as mudanças climáticas e a destruição da biodiversidade. Empresas alegam poder neutralizar assim suas emissões, pagando pelo sequestro de carbono em florestas em outros lugares do mundo ou evitando o desmatamento em regiões ameaçadas —essas, frequentemente, localizadas em países em desenvolvimento no Sul Global.Especialista em políticas públicas da Carbon Market Watch, que financiou o estudo, Inigo Wyburd afirma que "falta credibilidade" e "confiabilidade" aos projetos em análise."Empresas estão compensando suas emissões de forma barata comprando créditos de carbono de baixa qualidade ligados a projetos de proteção de florestas no Sul Global", criticou Wyburd em pronunciamento publicado no site da ONG. Segundo ele, "só 1 em cada 13 créditos de carbono representa uma redução real de emissões", o que torna a medida inócua.Os parâmetros duvidosos de qualidade, segundo a entidade, têm a ver com "metodologias elásticas". "Por exemplo, a pesquisa mostrou que as metodologias usadas para estimar o nível de desmatamento que se espera que ocorra na ausência de um projeto de conservação podem levar a resultados que variam em mais de 1.400% entre as maiores e as menores estimativas. Uma margem dessas oferece um potencial enorme a donos de projetos para explorar a flexibilidade e manipular o sistema."O estudo argumenta ainda que não é possível compensar emissões de carbono decorrentes da exploração de combustíveis fósseis que levaram milhares de anos para se formar com a captura de carbono por florestas, já que isso demandaria o sequestro e armazenamento de gases por centenas de séculos, milênios até —um papel que florestas sob risco iminente de desmatamento não podem cumprir. Mais A Verra reagiu ao estudo afirmando que os problemas apontados pelos pesquisadores, assim como as recomendações, devem ser contemplados na nova metodologia para geração de créditos de carbono, em estudo há dois anos, e a ser publicada nas próximas semanas.Os pesquisadores recomendam a governos e empresas que foquem em prevenir as causas do desmatamento —citando as demandas por alimentos, combustíveis e outras commodities por parte de países industrializados e em ritmo acelerado de crescimento.Os autores do estudo citam como bom exemplo a lei antidesmatamento da União Europeia, que prevê uma cadeia de fornecimento livre de desmatamento.Também defendem que, em vez de destinar dinheiro à aquisição de créditos de carbono, esses recursos estarão mais bem investidos em projetos de conservação de florestas tocados por comunidades tradicionais e indígenas."O foco deveria ser botar dinheiro no lugar certo, em vez de comprar o máximo de créditos possível", argumenta Gilles Dufrasne, da Carbon Market Watch.O estudo sugere ainda o alívio das dívidas de países em desenvolvimento, para livrá-los da pressão comercial predatória que destrói ecossistemas cruciais para o clima, e o financiamento justo para proteção climática, bem como a redução da dependência de combustíveis fósseis.
2023-09-17 17:30:00
ambiente
Meio Ambiente
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2023/09/creditos-de-carbono-na-amazonia-sao-ineficazes-diz-estudo.shtml
São Paulo controla Flamengo no Rio e abre vantagem na decisão da Copa do Brasil
O São Paulo deu um passo importante, na tarde de domingo (17), na tentativa de conquistar a Copa do Brasil pela primeira vez. A equipe tricolor controlou o Flamengo na maior parte do jogo de ida da decisão, no Maracanã, no Rio de Janeiro, e saiu na frente: 1 a 0, placar definido em cabeceio do atacante argentino Calleri.A formação dirigida por Dorival Júnior se mostrou muito mais coesa e mais bem organizada do que o grupo comandado por Jorge Sampaoli. Os visitantes tiveram clara superioridade no primeiro tempo e souberam aproveitar o espaço oferecido pelo adversário. Na etapa final, mais cansados, adotaram estratégia conservadora e tiveram marcação eficiente.O campeão será conhecido no próximo domingo (24), no Morumbi, em São Paulo. A equipe paulista jogará com a vantagem do empate para levantar o troféu. A agremiação carioca terá de vencer por ao menos dois gols de diferença ou triunfar por um gol e tentar a sorte na disputa por pênaltis.O primeiro tempo apresentou um desenho claro. Não era difícil perceber que um time era bem mais organizado do que o outro. Com calma, mesmo diante de um Maracanã lotado, o São Paulo controlava a bola e chegava com alguma facilidade pelo lado esquerdo, onde Caio Paulista e Rodrigo Nestor faziam boa parceria.O Flamengo mostrava fragilidade no setor, já que Gabigol, escalado pela direita no ataque, não acompanhava Caio. Foi por ali que surgiu o primeiro lance de perigo da partida. Nestor recebeu de Caio e cruzou para Calleri. Nessa tentativa, Matheus Cunha fez a defesa. Mais tarde, não teria o mesmo sucesso.A formação rubro-negra apostava em um forte trio de ataque, com Gabigol ao lado de Pedro e Bruno Henrique. Mas faltava quem os municiasse, e o time tinha dificuldade para manter a bola. Até o intervalo, houve apenas duas boas chegadas, com participação importante de Gerson, porém nenhuma finalização.Os visitantes eram mais perigosos. E insistiam pela esquerda, onde encontravam muito espaço. Aos 40 minutos, Nestor chutou dali, Calleri e Wellington Rato ficaram perto de alcançar a bola no segundo pau. Aos 46, de novo, Nestor recebeu de Caio e cruzou com liberdade. Ayrton Lucas caiu, Matheus Cunha ficou no caminho. Calleri cabeceou na rede.Jorge Sampaoli nem esperou o intervalo para ir ao vestiário. Em seguida, substituiu Victor Hugo por Everton Ribeiro, o que aumentou bastante a criatividade do Flamengo. Mudou bastante o panorama do jogo. O São Paulo perdeu o controle da bola e, claramente desgastado, preferiu adotar estratégia defensiva.Na maior parte do tempo, o time demonstrou segurança. Dorival sacou os jogadores mais cansados, como Rodrigo Nestor e Alisson. Sampaoli buscou alternativas como Everton Cebolinha. Foram poucos os lances de maior perigo, nos quais falharam Bruno Henrique e Everton na preparação para a conclusão.Os torcedores rubro-negros –havia mais de 67 mil espectadores no Maracanã– deixaram o estádio frustrados, com vaias aos jogadores e xingamentos ao presidente Rodolfo Landim. Eles tiveram início quando foi anunciada a renda do jogo, superior a R$ 26 milhões, graças a preços elevadíssimos.
2023-09-17 17:58:00
esporte
Esporte
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2023/09/sao-paulo-controla-flamengo-no-rio-e-abre-vantagem-na-decisao-da-copa-do-brasil.shtml
Mulher de 29 anos é morta com tiro na cabeça na Baixada Santista; ex-marido é suspeito
A polícia de São Vicente, na Baixada Santista, está investigando o assassinato de uma mulher de 29 anos, na manhã deste sábado (16), em sua casa.O principal suspeito é o ex-marido, de 31 anos, que teria se matado em seguida.Segundo boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada para atender a um caso de feminicídio. Dentro do imóvel, no bairro Jóquei Clube, Carla Ingridy de Oliveira foi encontrada morta com um tiro na cabeça.O suposto autor dos disparos também morreu —ele estava com uma arma de fogo em seu peito.Ainda segundo o registro policial, um vizinho afirmou ter ouvido os dois discutindo e, em seguida, o barulho de três disparos.De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), essa testemunha foi até a casa da vítima e viu o homem ainda com vida, quando ligou para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e para a Polícia Militar.Segundo a polícia de São Vicente, o casal teria se separado no ano passado.A arma utilizada no crime foi apreendida e encaminhada para perícia técnica.O caso de violência foi registrado como homicídio e instigação ao suicídio na Delegacia de Polícia de São Vicente.Classificado como homicídio praticado contra a mulher por razões da condição do gênero feminino e em decorrência da violência doméstica e familiar, o feminicídio está previsto em lei sancionada em março de 2015.O estado de São Paulo registrou 195 casos casos de feminicídio em 2022, 43,3% mais do que no ano anterior, quando foram 136 assassinatos de mulheres causados pela condição de gênero.Os dados integram a 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Mais
2023-09-17 16:41:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/mulher-de-29-anos-e-morta-com-tiro-na-cabeca-na-baixada-santista-ex-marido-e-suspeito.shtml
Campos Neto passa de assíduo na agenda de Bolsonaro a 'persona non grata' no Planalto de Lula
Figura presente no Palácio do Planalto sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deixou de ser um frequentador habitual da sede da Presidência da República desde que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reassumiu o cargo, em janeiro deste ano.No governo Bolsonaro, ele teve atuação ativa como conselheiro do Planalto, sendo consultado para temas que, inclusive, iam além da área econômica. Já no governo Lula, o comandante da autoridade monetária se tornou alvo de críticas.Mesmo após a autonomia do BC, que passou a vigorar em fevereiro de 2021, Campos Neto continuou participando de encontros ministeriais do governo Bolsonaro e fez dezenas de reuniões bilaterais com o ex-chefe do Executivo.De acordo com levantamento feito pela Folha, foram 17 encontros do presidente do BC com Bolsonaro em 2021 (após aprovação da lei de autonomia) –cinco individuais, oito com a presença de outras autoridades e quatro reuniões ministeriais, além de algumas solenidades no Planalto.Em 8 de março de 2021, participou de uma reunião que tinha, além do governo brasileiro, Albert Bourla, presidente da Pfizer. Campos Neto teve participação direta como intermediário na compra de vacinas contra Covid-19 produzidas pela farmacêutica.Estava prevista até mesmo a sua participação na cerimônia de recebimento dos imunizantes em Campinas (SP), em 29 de abril daquele ano, compromisso que consta como cancelado em sua agenda.Em 2022, ano eleitoral, os encontros individuais entre Campos Neto e Bolsonaro se intensificaram no início do ano e cessaram em maio. Entre janeiro e março, foram cinco reuniões bilaterais (e mais duas reuniões ministeriais).Houve ainda um sexto compromisso fechado entre eles, em 4 de maio daquele ano, horas antes da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Na ocasião, o colegiado do BC elevou a taxa básica de juros (Selic) em um ponto percentual, de 11,75% para 12,75% ao ano.Essa agenda veio a público a partir de um email do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que tinha "confidencial" como título. O encontro foi incluído na agenda do Banco Central só depois.Em entrevista à revista Veja, publicada em 25 de agosto deste ano, Campos Neto afirmou que o tema do encontro foi o Plano Safra, programa do governo federal de incentivo ao agronegócio."De vez em quando, Bolsonaro me chamava. Se o presidente Lula fizesse o mesmo, também iria. Horas depois daquele encontro com Bolsonaro, aliás, a gente subiu os juros em um ponto percentual, o que indica que o BC atuou de forma autônoma e assim vai continuar", disse Campos Neto.Esse não foi o único encontro entre Campos Neto e Bolsonaro em dia de Copom, mostra o levantamento da Folha. Consta também a participação do presidente do BC em uma reunião ministerial com o chefe do Executivo no Palácio do Planalto na manhã do dia 15 de junho de 2021 –também houve alta de juros na data (de 3,5% para 4,25% ao ano). Mais Ao todo, foram 25 reuniões no Planalto com a presença de Bolsonaro entre fevereiro de 2021 e maio de 2022, sendo 11 encontros individuais. No período, constam ao menos nove cerimônias na sede do Executivo na agenda de Campos Neto.Procurado pela Folha, o BC disse que "as reuniões trataram, como é a praxe em encontros com agentes públicos, de assuntos institucionais e governamentais do momento, sem abordar temas privativos do Banco Central, e estão informadas em agenda pública".Gustavo Loyola, ex-presidente do BC e diretor-presidente da Tendências Consultoria, diz não ver problema no contato do presidente do Banco Central com o governo e considera que isso não afetaria a autonomia da autoridade monetária.No entanto, pondera que o ideal é que a relação se restrinja a temas que interfiram diretamente na atuação da instituição, citando políticas de bancos públicos como exemplo."O presidente do Banco Central não pode se identificar com um governo no sentido de ser mais um ministro, ele perde autonomia. Tudo é questão de dose", afirma."O presidente da República tem todo o direito de querer ser informado sobre o BC. Ele é o responsável maior pelo país em última análise, mas tem que ter uma dose correta desse tipo de relacionamento."A proximidade de Campos Neto com políticos bolsonaristas passou a ser explorada por petistas desde o início da atual administração para ampliar o desgaste do chefe da autoridade monetária.Aos olhos de Lula, o líder da autarquia passou de "economista competente" às vésperas das eleições a "esse cidadão" ao final do primeiro mês de governo. O presidente também já declarou que o dirigente é "tinhoso" e que "não pode achar que é dono do Brasil".Até hoje, Campos Neto e Lula tiveram um único encontro presencial, ainda no período de transição de governo, em 30 de dezembro de 2022, no hotel onde o petista estava hospedado.No dia 1º de janeiro deste ano, o presidente do BC esteve presente na cerimônia de posse do chefe do Executivo. Naquele dia, contudo, não passou batido entre os críticos que ele fez um "bate e volta" entre Brasília e São Paulo para participar da posse de Tarcísio de Freitas, ex-ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro, eleito governador de São Paulo.Para Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC, não é "muito apropriado" um presidente de Banco Central ter uma relação muito próxima com o Poder Executivo."Obviamente tem que ter uma relação de respeito, o que não é o caso agora, muito mais por culpa do presidente da República do que do presidente do Banco Central", afirma."O atual governo deixou muito claro que ele [Roberto Campos Neto] é 'persona non grata', independentemente de ter diferentes opiniões acerca da política econômica."Publicamente, Campos Neto diz estar à disposição de Lula para conversar. "Estou sempre aberto para discutir não só com presidente, mas com qualquer membro do governo. Às vezes tenho reuniões com alguns ministros, explico o que estou vendo, o que está acontecendo", afirmou ele em entrevista ao site Poder360."Obviamente converso muito mais com o ministro Fernando Haddad [Fazenda], mas estou aberto a conversar com o presidente Lula a qualquer momento", complementou.De acordo com a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), o distanciamento de Lula não se trata de uma questão pessoal, mas de uma "discordância sobre a taxa de juros", e a ponte do governo com Campos Neto tem sido feita pelo ministro da Fazenda.Perguntada se o presidente do BC consta entre os convidados para solenidades realizadas no Planalto, a Secom afirmou que "em todas as cerimônias e anúncios realizados no Palácio do Planalto, a lista de convidados é definida pelo ministério proponente"."Cabe à pasta responsável pelo anúncio repassar a relação dos convidados para o Cerimonial da Presidência da República", acrescentou o texto enviado pela Secom.Designada como interlocutora do governo com o chefe da autoridade monetária, a Fazenda disse que, até o momento, "não realizou nenhum evento no Palácio do Planalto".Já Campos Neto, por meio de sua assessoria, afirmou que "sempre que convidado, atendeu e atenderá a convites para reuniões com autoridades do Executivo, do Legislativo e do Judiciário". Segundo o BC, ele não recebeu novos convites para reuniões com o presidente da República.Até o momento, não há previsão de um novo encontro presencial de Lula com Campos Neto.
2023-09-17 16:00:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/campos-neto-passa-de-assiduo-na-agenda-de-bolsonaro-a-persona-non-grata-no-planalto-de-lula.shtml
China dá sinais 'tímidos' sobre retomada do diálogo militar bilateral, dizem EUA
O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, e o chanceler da China, Wang Yi, estiveram juntos neste fim de semana no arquipélago europeu de Malta, em uma reunião sem avisos prévios das duas partes e que durou cerca de 12 horas.Trata-se de mais uma etapa das tratativas entre os dois países que disputam a chamada Guerra Fria 2.0 de retomar o diálogo militar encerrado por Pequim há mais de um ano após a controversa visita de Nancy Pelosi, democrata que então presidia a Câmara dos EUA, a Taiwan, ilha considerada uma província rebelde pelos chineses.Em comunicado, o governo de Joe Biden disse que o encontro foi um esforço para "manter linhas de comunicação abertas e gerir a relação de uma maneira saudável". A nota diz ainda que as discussões foram "francas, substantivas e construtivas" e que vêm na esteira do encontro entre Biden e o líder chinês, Xi Jinping, na Indonésia, em novembro.Teriam sido debatidos, segundo Washington, a Guerra da Ucrânia —na qual os Estados Unidos são os principais aliados de Kiev e a China mantém laços com Moscou, a despeito de se dizer neutra no conflito—, a paz no estreito de Taiwan e áreas da relação bilateral.Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...A veículos de imprensa americanos, como a agência Reuters e o jornal The New York Times, um alto oficial do governo, cujo nome não foi identificado, disse que os EUA avaliam que houve "avanços tímidos" na disposição chinesa de retomar o diálogo na área militar.De acordo com a mesma fonte, Jake Sullivan teria enfatizado que Pequim não deveria tentar ajudar Moscou na guerra no Leste Europeu. A declaração tem como pano de fundo falas de membros do governo Biden, rechaçadas pela China, de que o regime de Xi avalia enviar armamento para o governo de Vladimir Putin.O encontro deste fim de semana integra um esforço em andamento de Biden para que figuras do alto escalão de sua gestão reconstruam um mínimo diálogo com o regime chinês após uma série de episódios que ruíram a relação. Após a ida de Pelosi a Taiwan, o caso dos balões chineses foi um novo balde de água fria. Mais No episódio, os EUA detectaram uma série de balões de alta altitude chineses sobrevoando seu território e os abateram, acusando Pequim de espionagem. O regime respondeu que se tratavam de meros objetos para pesquisa que haviam desviado o curso por uma falha técnica.O encontro de Sullivan e Wang Yi ocorre às vésperas da Assembleia-Geral da ONU em Nova York, que conta com a presença de Biden, o segundo a discursar nesta terça-feira (19), após o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A China será representada pelo vice de Xi, Han Zheng.
2023-09-17 15:53:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/china-da-sinais-timidos-sobre-retomada-do-dialogo-militar-bilateral-dizem-eua.shtml
Mortes: Professor, deu aulas de inglês gratuitas no Brasil
Contar o número de amigos de Almir Sleiman Mihessen é tão difícil quanto saber para quantas cidades ele viajou ao longo da vida. O professor de inglês, que nasceu no Rio de Janeiro e amava São Paulo, usou sua fluência na língua para ensinar, fosse na escola ou no prédio onde morava.Atento, percebeu o interesse do porteiro em livros e lhe ofereceu aulas gratuitas. Com o incentivo, o rapaz evoluiu e também se tornou fluente em inglês. "Generoso, Almir dava aulas para pessoas que não podiam pagar e isso fez muita diferença, pois mudou a vida delas", lembra o amigo Vicente de Carvalho.Almir começou a estudar inglês com 12 anos. Aos 17, ganhou um concurso de línguas e o prêmio foi uma colônia de férias em Nova York, nos EUA. A viagem era o que faltava para ele desenvolver seu talento. "Sua paixão era dar aulas. Em São Paulo, implantou a rede Brasas [de ensino de inglês] e adotou a capital como sua cidade do coração", conta Carvalho.Pós-graduado em letras nos EUA, Almir conquistou alunos de várias idades e chamava a atenção pela alegria, didática e pronúncia perfeita, sem sotaque. Muitos que aprenderam com ele se tornaram amigos. "Ele tinha o dom de agregar pessoas. Viajar era outra de suas características, e nessas viagens continuou a conhecer pessoas e a fazer amigos pelo mundo", destaca Vicente.Filho de imigrantes sírios, nascido numa família de quatro irmãos, adorava as fantasias do Carnaval e desde cedo sonhava em ser professor, mesmo que o avô o quisesse engenheiro. A família tinha parentes em vários países, onde Almir era acolhido. "Ele fez vários melhores amigos, muitos, muitos amigos. Agregava todos; conhecia e conquistava cada um com sua simpatia e educação", recorda a sobrinha, Marcela Mihessen."Era generoso, muito generoso. Além de dar os melhores presentes, seu tempo era distribuído entre os amigos e a família. Sempre arrumava um tempo para nos ver."Marcela fala que o tio ajudava com tudo e era como o amigo ‘tecnológico’ da turma. "Se não soubesse, sabia procurar. Não media esforços. Se você falar com cada amigo dele, vai dar um livro de coisas que ele já fez para ajudar."Almir adorava elogiar as virtudes alheias, decorar o nome de todos —o que fazia com facilidade— e agradecer. Como bom professor, sempre corrigia os sobrinhos, "para termos um português impecável", diz Marcela. Outra alegria dele era comer, no entanto, não descuidava dos exercícios regulares."Ele amava viajar, conhecia todos os continentes, nem sei quantos países. Era um amante da boa comida e de boa música, teatros, filmes; amava arte, museus. Um cara superculto", observa Marcela.Almir morreu em 25 de junho, de câncer de pulmão. Deixa três irmãos, quatro sobrinhos e uma passagem fantástica e inesquecível por diversos países e corações. Mais [email protected] os anúncios de mortesVeja os anúncios de missa
2023-09-17 16:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/mortes-professor-deu-aulas-de-ingles-gratuitas-no-brasil.shtml
Ivete Sangalo e Anitta 'brigam' em camarim e divertem famosos nas redes sociais; assista ao vídeo
Anitta é uma das convidadas especiais da estreia da segunda temporada do programa "Pipoca da Ivete" neste domingo (17). Antes de o programa ir ao ar, as duas cantoras publicaram um vídeo nos bastidores da atração da Globo encenando uma briga, ironizando rumores de desentendimentos."O bicho vai pegar", escreveu Ivete, na legenda do post. No clipe, elas simulando apertões no pescoço e logo se soltam, dizendo "você é fofa" e "eu te amo, amiga".Os rumores de uma relação estremecida entre Anitta e Ivete Sangalo começaram em 2017, coincidindo com o lançamento do livro "Furacão Anitta", escrito pelo jornalista Léo Dias. Na obra, Dias alega que Ivete teria sugerido que Anitta se submetesse a uma situação constrangedora em um programa de TV para conseguir um convite para a gravação de um DVD. Posteriormente, um suposto áudio de Anitta confirmando essa história foi vazado, intensificando ainda mais as especulações. Mais Apesar do clima que se formou nas redes sociais na época, tanto Anitta quanto Ivete nunca confirmaram publicamente qualquer atrito entre elas. Pelo contrário, Anitta frequentemente inclui músicas de Ivete em seu repertório de shows, e a cantora baiana demonstrou apoio e preocupação com a carioca durante um problema de saúde.A postagem que exibiu a encenação da briga entre as duas artistas gerou uma reação positiva entre os famosos, com figuras como Angélica se divertindo com a publicação. Anitta, ao comentar o post, escreveu: "Juntinhasssss ownnn".
2023-09-17 15:52:00
musica
Música
https://f5.folha.uol.com.br/musica/2023/09/ivete-sangalo-e-anitta-brigam-em-camarim-e-divertem-famosos-nas-redes-sociais-assista-ao-video.shtml
Veja o que se sabe sobre o acidente que deixou 14 mortos no interior do Amazonas
Um acidente aéreo deixou 14 mortos neste sábado (16) no município de Barcelos, no interior do Amazonas. Não há registros de sobreviventes.Autoridades investigam as causas da ocorrência. A seguir, veja o que se sabe até o momento sobre o caso.O avião de pequeno porte envolvido no acidente fazia o trajeto de Manaus para Barcelos durante a tarde deste sábado. Cerca de 400 quilômetros separam os dois municípios.Segundo o Governo do Amazonas, o acidente ocorreu durante o pouso no aeroporto de Barcelos. O município fica próximo a Roraima. Trata-se de um destino conhecido por atrair turistas interessados na pesca esportiva.As vítimas foram os 12 passageiros e os dois tripulantes da aeronave. Não há registros de sobreviventes.O Governo do Amazonas recebeu uma lista dos 12 passageiros, repassada pela empresa Manaus Aerotáxi, responsável pelo avião. As autoridades locais, contudo, ainda aguardavam a realização da perícia antes de confirmar os nomes.A seguir, veja a lista:O nome completo dos dois tripulantes não foi divulgado na lista. O piloto foi identificado pelo sobrenome Souza e o copiloto como Galvão. As causas não são totalmente conhecidas e ainda estão em investigação. Neste sábado, autoridades ressaltaram que chovia forte durante a tarde em Barcelos."O momento do acidente era de chuva muito intensa. Teve a informação de que duas aeronaves que estavam antes desse voo optaram por regressar a Manaus em virtude de a segurança no local não permitir o pouso", afirmou o secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Vinícius Almeida, em entrevista coletiva."Não temos detalhes que possam ser conclusivos. Temos alguns relatos. Quero aqui não contaminar a investigação. O que tem de relatos é que a aeronave teria pousado no meio da pista e não teve pista suficiente para frear", acrescentou. Mais Em nota, a FAB (Força Aérea Brasileira) informou que investigadores do Seripa VII (Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) foram acionados para realizar o atendimento inicial da ocorrência.O Seripa VII é o órgão regional do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). O Cenipa tem o objetivo de investigar as ocorrências aeronáuticas, de modo a prevenir novos acidentes.Neste domingo, o Governo do Amazonas enviou equipes a Barcelos para auxiliar no transporte dos corpos das vítimas para Manaus. A operação foi planejada de maneira integrada com a FAB.Os corpos serão periciados pelo IML (Instituto Médico Legal) para identificação e posterior liberação às famílias.Em nota, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) afirmou neste domingo que o aeroporto de Barcelos está aberto ao tráfego, sem evidências de problemas com a pista. Segundo a agência, há previsão de obras no local, pelo Governo do Amazonas, a partir de 25 de setembro."A última fiscalização no local foi realizada em 1º de setembro de 2023. Atividades de fiscalização abrangem, em regra, todo o aeroporto ou partes dele, incluindo aspectos relativos a pavimentos, cerca, vegetação, condições de manutenção e operação, por exemplo", disse a Anac.O avião acidentado era do modelo Bandeirante e, segundo a FAB, tinha a matrícula PT-SOG. Registros da Anac confirmam que a aeronave era operada pela Manaus Aerotáxi, com permissão para táxi aéreo.Fabricado pela Embraer, o avião tinha capacidade máxima para transportar 18 passageiros. O ano de fabricação era 1991.A Manaus Aerotáxi lamentou o ocorrido em uma nota divulgada nas redes sociais. No mesmo comunicado, declarou que a segurança é a sua prioridade e que a aeronave e a tripulação atendiam a todas as exigências da aviação civil."Contamos com o respeito à privacidade dos envolvidos neste momento difícil e estaremos disponíveis para prestar todas as informações necessárias e atualizações à medida que a investigação avançar", afirmou a empresa.
2023-09-17 14:56:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/veja-o-que-se-sabe-sobre-o-acidente-que-deixou-14-mortos-no-interior-do-amazonas.shtml
Marcelo D2 consegue impugnação na Justiça de indenização a Doria por chamá-lo de 'assassino'
A Justiça de São Paulo impugnou a indenização de R$ 50 mil que o rapper Marcelo D2 deveria pagar ao ex-governador João Doria por chamá-lo de "assassino" em 2019. O músico foi processado por danos morais e havia sido condenado em julho de 2022.Agora, segundo informações do Tribunal de Justiça de São Paulo, a 36ª Vara Civel acatou os argumentos da defesa de D2 sobre ele não ter sido corretamente notificado à época para poder se defender. O F5 não conseguiu encontrar a defesa de Doria.Em dezembro de 2019, o cantor foi obrigado a apagar três tuítes críticos ao então governador João Doria (PSDB) relacionados às mortes na favela de Paraisópolis (zona sul de SP). Em uma das postagens, D2 afirmava que Doria havia sido o mandante das mortes de nove jovens, ocorridas durante ação da Polícia Militar. Em outro tuíte, respondendo a uma declaração de Doria dizendo que lamentava o episódio, o cantor afirmou: "Lamenta nada, assassino". Mais Uma terceira postagem afirmava que "o Doria não gostou que chamei ele de assassino e tentou, na Justiça, tirar meu post do ar. Então aqui vai uma homenagem a mais um brasileiro do ano. Parabéns aos envolvidos!". Em seguida, havia uma charge de Doria com as mãos sujas de sangue.Na época, Doria entrou na Justiça com pedido que dizia que "em que pese o agravante seja governador do estado de São Paulo, responsável pela segurança pública e planejamento macro do exercício do poder de polícia, não se pode imputar à sua pessoa, enquanto detentora de direitos e obrigações, a responsabilidade direta pelo episódio."Em primeira instância, D2 venceu a ação, mas Doria recorreu e o cantor acabou condenado.
2023-09-17 14:45:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/marcelo-d2-consegue-impugnacao-na-justica-de-indenizacao-a-doria-por-chama-lo-de-assassino.shtml
Reforma Tributária deve passar no Senado até dia 15 de outubro, diz líder do governo
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou neste domingo (17) que a Reforma Tributária deve passar pelo Senado até dia 15 de outubro.Até esse prazo, o texto deve ser votado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e no plenário. Wagner acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante viagem a Nova York (EUA) para participar da Assembleia-Geral das Nações Unidas.O senador afirmou que o relator ainda está trabalhando no texto. "Várias coisas podem dar dor de cabeça. A Câmara aprovou numa certa rapidez", disse a jornalistas, ressaltando que há muitas reclamações de setores.Sobre a pressão para que as novas alíquotas de imposto sejam incluídas na PEC (proposta de emenda à Constiruição), Wagner afirmou que a ideia é absurda."Estamos com um mau hábito no Brasil de achar que para algo funcionar, precisa estar na Constituição." O líder do governo também disse que a proposta não deve ser fatiada. A ideia vem sendo levantada como uma opção para facilitar a aprovação de pontos que enfrentam menor resistência.Wagner deve acompanhar o presidente em um encontro nesta noite com empresários. O jantar, oferecido pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), também deve ter a presença do líder da entidade, Josué Gomes da Silva, do ministro Fernando Haddad (Fazenda), e dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).Segundo Wagner, Lula deve mais ouvir do que falar durante a reunião.O presidente chegou ao hotel em Nova York por volta das 23h no horário local. Um grupo de apoiadores o aguardava, cantando músicas e acompanhado por uma pequena bateria.De acordo com a assessoria, Lula não deve ter agendas neste domingo além do encontro com empresários. Até agora, o único encontro bilateral confirmado do petista é uma reunião com o presidente americano, Joe Biden, na quarta-feira. Depois, os dois participam de um evento para lançar uma iniciativa sobre trabalho decente no século 21.Existe um pedido informal de encontro entre Lula e o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski. Segundo Wagner, o governo brasileiro ofereceu duas opções de data, mas ainda não há confirmação.Os dois têm uma relação turbulenta. Às margens do G7, no início do ano, houve uma tentativa de encontro, mas que acabou frustrada. Cada lado culpa o outro.A equipe de política externa do governo diz que há mais de 50 pedidos de encontros bilaterais e participação em eventos para Lula às margens da ONU. Segundo Wagner, é um "problema bom", mas delicado, para evitar que uma eventual recusa seja mal interpretada.Lula abre o debate de alto nível do encontro anual das Nações Unidas nesta terça. Tradicionalmente, o Brasil é o primeiro a falar.
2023-09-17 14:05:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/reforma-tributaria-deve-passar-no-senado-ate-dia-15-de-outubro-diz-lider-do-governo.shtml
Lula oferece horários para encontro com Zelenski em Nova York
Após o rumoroso desencontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelenski, às margens da cúpula do G7 em Hiroshima em maio passado, a Assembleia-Geral da ONU que ocorre nesta semana em Nova York abriu mais uma janela de oportunidade para uma bilateral.O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que há um pedido formal de encontro entre os presidentes, duas das figuras mais aguardadas nesta edição do encontro de líderes das Nações Unidas, e que ofereceu duas opções de data. Questionada se houve uma resposta, a assessoria de imprensa do Planalto disse que não tinha informações sobre essa negociação.A equipe de política externa do governo diz que há mais de 50 pedidos de encontros bilaterais com outros presidentes e primeiros-ministros e de participação em eventos para Lula às margens da ONU.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Na ocasião da cúpula do G7, na qual tanto Lula quanto Zelenski foram como convidados, havia ampla expectativa de um encontro, a despeito de declarações do petista criticadas por ucranianos por supostamente diminuir a parcela de culpa de Moscou na Guerra da Ucrânia.Quando o encontro não ocorreu, o governo brasileiro afirmou que Zelenski "simplesmente não apareceu" e que três horários haviam sido sugeridos. Fontes do Planalto tentaram, porém, minimizar a importância de Lula não ter se reunido com Zelenski à época.O ucraniano, na ocasião, teve conversas com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi —outro líder de um país do Sul Global que, como o Brasil, vem tentando manter neutralidade na guerra. Mais Depois, em uma entrevista em Kiev à Folha e a outros veículos de imprensa da América Latina, o presidente ucraniano deu versão distinta do episódio. Segundo Zelenski, o desencontro no Japão não foi culpa da Ucrânia.Durante a conversa, ele também alfinetou o petista pela falta de apoio para a criação de um tribunal especial internacional que julgue crimes de agressão na guerra e disse que o líder brasileiro quer ser "original" em suas propostas.Nesse meio-tempo, entre o desencontro no G7 e a Assembleia-Geral da ONU, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, conversou com seu homólogo ucraniano, Dmitro Kuleba, por telefone na última semana.Lula também voltou a dar declarações criticadas em áreas que envolvem a guerra. O brasileiro disse desconhecer o Tribunal Penal Internacional (TPI), instância que emitiu um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, por apoio à deportação ilegal de crianças ucranianas para a Rússia durante a guerra.Ele também afirmou durante conversa com uma emissora da Índia que, caso Putin viesse ao Brasil para a cúpula do G20 em 2024, ele não seria preso, o que contraria os compromissos assumidos por Brasília com o Tribunal de Haia, como o TPI é conhecido, ao assinar o Estatuto de Roma, seu documento fundador. Nesta segunda, Lula tem dois encontros bilaterais. Às 12h (horário de Brasília), ele conversa com o presidente da Suíça, Alain Berset. Em seguida, o petista encontra o ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown. Do partido trabalhista, Brown comandou o Reino Unido entre 2007 e 2010. Atualmente, ele é enviado especial da ONU para educação.Na noite de domingo, Lula participou de uma reunião e um jantar com empresários e investidores oferecido pela Fiesp no restaurante Fasano em Nova York. Ao sair do hotel para o evento, o presidente foi hostilizado por uma mulher que vestia a camisa da seleção brasileira. Ela chamou o petista de ladrão e comunista. Segundo o Planalto, participaram da reunião os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Luiz Marinho (Trabalho). Também estavam os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Do setor privado estavam a Chevron e os fundos Apollo, Growth Capital, Valor Capital, Brookfield, Blackrock, Mubadala Brazil, GIP, Neuberger, Qell, Claure Group e Citibank. A embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Viotti, e o presidente do BID, Ilan Goldfajn, e um enviado especial da Arábia Saudita também estavam presentes.
2023-09-17 14:56:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/governo-lula-oferece-dois-horarios-para-encontro-com-zelenski-em-nova-york.shtml
Ônibus de turismo cai em vão de viaduto em Campinas (SP) e deixa mais de 20 feridos
Um acidente com um ônibus da Viação Águia do Sul, por volta de 2h50 da madrugada deste domingo (17), causou ferimentos leves em ao menos 23 pessoas. Alguns foram removidos a hospitais de Campinas e Jaguariúna, no interior paulista, de acordo com o Tenente Barone, da Polícia Rodoviária Estadual.O veículo saiu de Diadema (ABC paulista) com destino a Capitólio (MG). No total, 43 passageiros estavam a bordo, além do guia e do condutor.O motorista trafegava pela rodovia SP-340 quando, na altura do km 121 + 800 metros, sentido Jaguariúna-Interior, em Campinas (a 93 km de São Paulo), perdeu o controle, invadiu o canteiro central e se chocou contra uma placa de sinalização. Na sequência, o ônibus caiu no vão de um viaduto. A informação é da Renovias, concessionária que gerencia a rodovia.A reportagem conversou com um dos donos da Viação Águia do Sul, Gilmar Oliveira Cosme, 49. Segundo ele, o condutor dormiu no volante.De acordo com Cosme, a maioria dos passageiros teve ferimentos leves e foi liberada no local do acidente. A empresa disponibilizou um ônibus para transportar as pessoas de volta para a cidade de origem. O proprietário da empresa contou que o veículo parou algumas vezes para pegar passageiros. Uma delas foi na capital paulista.Os feridos com mais gravidade —uma passageira deslocou a bacia, outro o ombro, e o motorista teve ferimentos no tornozelo— foram encaminhados a serviços de saúde da região. O condutor do veículo passou por cirurgia. Não se sabe seu estado de saúde.Segundo a Renovias, a alça de retorno chegou a ser bloqueada para a retirada do ônibus, o que ocorreu às 10h10 desta manhã, mas não houve problemas ao trânsito.
2023-09-17 15:14:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/onibus-de-turismo-cai-em-vao-de-viaduto-em-campinas-sp-e-deixa-mais-de-20-feridos.shtml
Auditores do TCU pedem 'socorro' à PF em meio a embate com relator bolsonarista
A área de auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) pediu a entrada da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União) nas investigações para apurar se um cartel de empresas de pavimentação atuou para fraudar licitações da estatal Codevasf que somaram mais de R$ 1 bilhão.O requerimento foi feito em relatório de julho no qual os auditores apresentaram novas evidências da ação do cartel do asfalto em concorrências públicas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).Enquanto a apuração caminha sem medidas restritivas contra as empresas, a gestão Lula (PT) continua reiniciando ou prorrogando contratos da empreiteira Engefort, a principal suspeita de liderar o suposto conluio entre as construtoras, jogando a execução de obras para 2024.O mais recente aditivo favorável à Engefort foi assinado em meados de agosto. A empreiteira nega irregularidades. Codevasf afirmou que os contratos foram firmados em exercícios anteriores e que os processos passaram por aprimoramentos.No trabalho de julho, os técnicos do TCU avançaram no entendimento quanto à gravidade do caso e já vislumbram a possibilidade de exigir que as empreiteiras paguem pelos prejuízos decorrentes do cartel, além de serem proibidas de assinar contratos com o poder público.O relatório configura mais um episódio do embate entre os auditores e o ministro do TCU Jorge Oliveira, que é relator dos casos que envolvem a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) na corte de contas.Enquanto os técnicos do tribunal de contas já fizeram vários trabalhos apontando irregularidades em licitações da estatal, chegando a pedir a concessão de uma medida cautelar para impedir a assinatura de novos contratos, o plenário do TCU determinou que os auditores procurem "casos de sucesso" no modelo afrouxado de concorrências da Codevasf inflado no governo Bolsonaro.Oliveira foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República de Bolsonaro antes de ser indicado pelo ex-presidente ao TCU.A investigação sobre o cartel do asfalto começou com base em reportagens da Folha que mostraram que a Engefort havia passado a dominar as licitações da Codevasf, ganhando mais da metade das concorrências de 2021, e em parte delas era acompanhada por uma empresa de fachada registrada em nome do irmão de seus sócios, com o objetivo de simular disputa pelos contratos.Segundo os auditores, na atual fase do caso, "aumenta-se a importância de o TCU contar com a expertise e aparato instrumental de outros órgãos da rede de controle, a fim de seguir aprimorando as análises, que podem desbordar em sanções de inidoneidade a diversas sociedades empresariais"."Tal item justifica proposta de levar cópia do presente trabalho à Polícia Federal, à CGU e ao MPF, dentro de um esforço de atuação coordenada por parte do Estado", completa a auditoria. Mais O requerimento dos auditores apresentado em julho passado foi realizado dentro de um novo processo que tinha sido iniciado em outubro para investigar especificamente a suposta atuação do cartel. Ainda em 2022, no processo de origem das apurações, o TCU também determinou o envio do primeiro laudo produzido sobre a combinação de resultados à PF, ao Ministério Público e à CGU.Procurada pela Folha para falar sobre a comunicação de outubro, a PF afirmou que "não se manifesta sobre eventuais investigações em andamento". O Ministério Público Federal informou que abriu apurações sobre o caso na Bahia. A CGU relatou que está atuando em duas frentes de trabalho, uma investigativa e outra referente a auditorias.A diferença agora, com o novo pedido de julho, é que os técnicos querem o "compartilhamento de novas provas indiretas ou, principalmente, de provas diretas" com esses órgãos. Os auditores indicam que PF, Ministério Público e CGU têm mais meios investigativos para obtenção de provas que o TCU, e a partir de agora é fundamental que eles atuem para o aprofundamento das apurações. O requerimento foi encaminhado ao ministro Jorge Oliveira em agosto para que ele decida os próximos passos do caso.O relatório de julho da área técnica do TCU chamada AudUrbana contesta argumentos apresentados por Oliveira em voto da sessão de outubro do TCU que negou a concessão da medida liminar.O trabalho recorda quatro fortes indícios da atuação do cartel já apontados no fim do ano passado.O primeiro deles é que entre 2018 e 2021 houve grande queda no número médio de empresas participantes nas licitações. A diminuição foi de 18 para 4 construtoras.O segundo está no fato de os descontos dados pelos licitantes ter caído de 30,5% para 5,30 % no mesmo período.Outra situação suspeita é que a redução nos descontos ocorreu "mesmo diante de um salto expressivo no montante dos valores leiloados (de R$ 86,9 milhões para R$ 2,5 bilhões)".Os auditores ainda indicam "o agravante de se estar sob um cenário de objeto executável por muitas empresas de engenharia, pois que as firmas atuantes nos anos anteriores, presume-se, não perderam o know-how e não se trata de uma tipologia de obra impactada decisivamente por avanços tecnológicos para tão curto prazo". Mais Em seguida, os auditores apresentaram vários novos cálculos relacionando dados econômicos das licitações.Um dos estudos, por exemplo, mostrou que ocorreu um desconto 77,5% menor nas licitações consideradas suspeitas. "E ainda, se o lote foi suspeito, a probabilidade de se ter um desconto simbólico (menor do que 1%) é multiplicado por 43 vezes", de acordo com o exame.Para os técnicos do TCU, as reportagens da Folha e os indícios de conluios em 2021 mostram " a hipótese de favorecimento ilícito por meio de fraudes e distanciamento do interesse público".Ainda segundo o trabalho, "não se trata de uma possibilidade, mas de uma probabilidade crível, a hipótese de prática de atos colusivos" e "paira, além da dúvida razoável, a existência de indícios vários e relevantes acerca da colusão".Procurado por meio da assessoria de imprensa do TCU, o ministro Jorge Oliveira informou que "vai se manifestar apenas nos autos".A empreiteira Engefort afirmou em nota que cumpriu a lei em todas as licitações e repudia "veemente quaisquer alegações de indícios formação de cartel, conluio e fraude"."A Engefort Construtora não compactua com quaisquer ilicitudes", segundo a nota.A Codevasf afirmou que "os contratos objeto de análise foram firmados em exercícios anteriores" e os processos da estatal em obras de pavimentação passaram por aprimoramentos nos últimos anos.Segundo a empresa pública, todas suas licitações são feitas de acordo com a lei e "a prorrogação de contratos assegura a prestação de serviços em benefício de milhares de famílias".
2023-09-17 13:05:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/auditores-do-tcu-pedem-socorro-a-pf-em-meio-a-embate-com-relator-bolsonarista.shtml
Sobe para sete número de mortos após assassinato de policial na Bahia
Subiu para sete o número de suspeitos mortos após a ação que resultou na morte de um agente da Polícia Federal na sexta-feira (15) no bairro de Valéria, periferia de Salvador.A Secretaria da Segurança Pública da Bahia informou que dois suspeitos foram localizados neste domingo (17) em um conjunto habitacional no bairro de Periperi.Eles foram avistados saindo de uma área de mata fechada e se escondendo em um apartamento. De acordo com a secretaria de segurança, os policiais tentaram prender os suspeitos, que teriam atirado contra as equipes das forças de segurança.Os dois suspeitos foram baleados e socorridos, mas não resistiram aos ferimentos, informou a polícia. Com eles foram apreendidos um fuzil, uma carabina, carregadores e munições.No sábado (16), a polícia localizou outros dois suspeitos. Um deles morreu em troca de tiros em Periperi, segundo a Secretaria de Segurança. Outro foi preso no Residencial Parque das Bromélias.A operação foi deflagrada na sexta-feira (15) e reuniu Polícia Federal, Polícia Militar e Polícia Civil em ação contra uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas e armas e homicídios no bairro de Valéria. Outros dois policiais ficaram feridos na ação.Dentre os demais mortos na ação policial está Uélisson Neves Brito, conhecido como Cara Fina, que fazia parte da lista da Secretaria de Segurança dos foragidos mais perigosos do estado. Com ele e os outros três mortos, foram encontrados dois fuzis, uma submetralhadora e duas pistolas.A morte do policial federal Lucas Caribé Monteiro causou consternação entre as forças de segurança pública e autoridades. Na noite desta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a morte do policial."Lucas fez parte da equipe designada pela PF para a minha segurança na Bahia, durante a campanha eleitoral e também agora, na Presidência. Cumpriu sua missão com exemplar profissionalismo. Meus sentimentos aos familiares, amigos e colegas."Em entrevista à imprensa, o secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, destacou empenho total na captura dos traficantes que acertaram três policiais: "Estamos com equipes na região e não descansaremos até encontrarmos todos os criminosos envolvidos."Na manhã deste sábado, foi realizada uma reunião entre as cúpulas da Secretaria da Segurança Pública e da Polícia Federal para definir novas ações de inteligência e de repressão do crime organizado. Mais A Bahia enfrenta um de seus momentos mais graves na gestão da segurança, com o acirramento da guerra entre facções, chacinas e escalada da letalidade policial, com epicentro nas periferias das cidades, cujas famílias vivenciam a morte diária de uma legião de jovens negros e pobres.Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam a Bahia como o estado com maior número absoluto de mortes violentas do Brasil desde 2019. Em 2022, o estado conseguiu reduzir em 5,9% o número de ocorrências, fechando o ano com 6.659 assassinatos.A Bahia foi, no ano passado, o estado com mais mortes decorrentes de intervenção policial, com 1.464 ocorrências —o que dá uma média de 28 casos por semana. Desde 2015, o número de mortes registradas como autos de resistência quadruplicou no estado.
2023-09-17 15:27:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/sobre-para-sete-numeros-de-mortos-apos-assassinato-de-policial-na-bahia.shtml
Disputa por vaga em tribunais tem candidatos apoiados por membros do STF e pelo PT
A disputa por vagas em importantes tribunais do país tem mobilizado ministros do presidente Lula (PT), parlamentares e integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal).A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) realizará nos próximos meses diversas votações internas para definir indicados para assentos destinados à advocacia no TST (Tribunal Superior do Trabalho) e em dois tribunais regionais federais.Nomes como Gilmar Mendes, ministro do Supremo, Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, e Fernando Haddad, ministro da Fazenda, têm candidatos no páreo.Um dos postulantes ao TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) é Eduardo Martins, filho do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Humberto Martins. Pesa contra ele, no entanto, a relação com pessoas próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).Outro é Flávio Jardim, apoiado por Gilmar e que já esteve em uma lista anterior, mas acabou sendo preterido pelo então presidente Bolsonaro.Também são vistos como fortes na briga os advogados Thiago Campos e Vicente Viana. O primeiro tem relação próxima com o PT e apoios de próceres petistas, como Haddad e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), seu conterrâneo.O segundo tem apoios importantes na própria OAB e conta com ajuda do ministro Reynaldo Fonseca, do STJ, e do desembargador do TRF-1 Gustavo Amorim.A votação está marcada para o próximo dia 18. A OAB elegerá duas listas sêxtuplas e, depois, caberá ao tribunal reduzir ambas as relações pela metade. Lula, então, terá que escolher um de cada lista para se tornar integrante da corte.O advogado Diogo Condurú também tem apoios importantes no mundo político. Estão ainda na disputa advogados com histórico na OAB, como Marcus Gil, Gustavo Silbernagel e Rebeca da Silva.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...O rito para escolha do próximo ministro do TST é similar. A OAB escolherá seis nomes, o tribunal reduzirá a relação para três e, depois, Lula escolherá um deles para assumir um assento no órgão de cúpula da Justiça do Trabalho.O advogado Adriano Avelino está em campanha para o cargo e tem apoio do presidente da Câmara. Um problema para ele, no entanto, é o fato de não ser o único candidato de seu estado, Alagoas.O alagoano Fernando Paiva é o candidato ao TST de Felipe Sarmento, presidente do fundo financeiro da OAB e favorito para assumir o comando do órgão após a gestão de Beto Simonetti. Ele já foi pressionado a retirar a candidatura de seu aliado, mas não cedeu à pressão e manteve o nome de Paiva na disputa.A disputa entre os dois alagoanos esquentou nas últimas semanas. É raro a OAB incluir conterrâneos na mesma lista.Outro nome de peso na disputa é o de Emmanoel Campelo. Ele é filho de Emmanoel Pereira, que se aposentou recentemente do TST escalou o filho para disputar a cadeira que era sua até outubro do ano passado.Receba no seu email a seleção diária das principais notícias jurídicas; aberta para não assinantes.Carregando...Além dele, o advogado Antonio Fabrício é outro nome que desponta na disputa. Ele tem boas relações dentro da OAB e também conta com o apoio do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que até hoje exerce influência no PT.Outro tribunal que tem duas vagas abertas e que caberá à OAB preencher os assentos atualmente sem donos é o TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região).Nesse caso, está no páreo a advogada Gabriela Araújo, que é casada com Emídio de Souza (PT-SP) deputado estadual que exerce grande influência dentro do PT. Mais
2023-09-17 13:12:00
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Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/disputa-por-vaga-em-tribunais-tem-candidatos-apoiados-por-membros-do-stf-e-pelo-pt.shtml

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