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Tiroteio em casa noturna deixa ao menos um morto e 14 feridos nos EUA
Um tiroteio em uma casa noturna na cidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, deixou ao menos um morto e 14 feridos na madrugada deste domingo (26). Segundo a polícia, um atirador está envolvido no incidente –mais cedo, havia sido dito que se suspeitava haver ao menos dois envolvidos. Ninguém foi detido até o momento e as autoridades interrogam testemunhas. "No momento em que aconteceram os tiros, as pessoas correram para fora, então não havia muitas pessoas dentro do clube. Acredito que era uma multidão algumas horas antes e que foi o caos no momento dos disparos", disse a capitã Kimberly Williams à emissora CNN. A boate Cameo, local em que ocorreu o tiroteio, já registrou vários incidentes no passado, mas nenhum tão grave quanto este. Os motivos do tiroteio não estão claros, mas as autoridades descartam suspeitas de terrorismo. O tiroteio em Cincinnati ocorre menos de um ano depois de um extremista islâmico armado invadir uma boate LGBT em Orlando e matar 49 pessoas, o maior incidente com arma de fogo na história dos EUA. Tiroteio em casa noturna nos EUA
mundo
Tiroteio em casa noturna deixa ao menos um morto e 14 feridos nos EUAUm tiroteio em uma casa noturna na cidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, deixou ao menos um morto e 14 feridos na madrugada deste domingo (26). Segundo a polícia, um atirador está envolvido no incidente –mais cedo, havia sido dito que se suspeitava haver ao menos dois envolvidos. Ninguém foi detido até o momento e as autoridades interrogam testemunhas. "No momento em que aconteceram os tiros, as pessoas correram para fora, então não havia muitas pessoas dentro do clube. Acredito que era uma multidão algumas horas antes e que foi o caos no momento dos disparos", disse a capitã Kimberly Williams à emissora CNN. A boate Cameo, local em que ocorreu o tiroteio, já registrou vários incidentes no passado, mas nenhum tão grave quanto este. Os motivos do tiroteio não estão claros, mas as autoridades descartam suspeitas de terrorismo. O tiroteio em Cincinnati ocorre menos de um ano depois de um extremista islâmico armado invadir uma boate LGBT em Orlando e matar 49 pessoas, o maior incidente com arma de fogo na história dos EUA. Tiroteio em casa noturna nos EUA
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No Brasil, Nobel da Paz relata luta contra escravidão e trabalho infantil
Em 2014, o ativista indiano Kailash Satyarthi, 62, foi premiado com o Nobel da Paz. Desde 1980, ele combate o trabalho escravo e infantil na Índia e em outros países. Estima-se que sua organização, a Bachpan Bachao Andolan [Movimento Salve a Infância], já tenha resgatado mais de 83 mil crianças. Na quinta (28), Kailash veio ao Brasil para participar do lançamento da #SomosLivres, campanha nacional de prevenção e informação sobre a escravidão contemporânea. * Era meu primeiro dia de escola, tinha cinco anos. Em casa, me diziam que as crianças deveriam ir estudar nessa idade. Quando estava entrando no prédio, vi um menino, de minha idade, olhando para nós. Ele era engraxate e estava com seu pai, também engraxate. Eu não entendi. Por que o menino estava ali, não conosco? Perguntei a meu professor, que respondeu que aquilo era comum, que crianças pobres trabalhavam. "Pense em fazer novos amigos, em ir bem na escola, não nisso", me disse. Eu fiz a mesma pergunta para o diretor da escola e para a minha família, mas todos tentaram me convencer de que aquilo era normal. Todos os dias, eu via aquele menino e seu pai perto de minha escola, trabalhando. Aos poucos, criei coragem para falar com eles. Perguntei ao pai: "Por que você não leva seu filho à escola?". Ele disse: "Nunca me perguntaram isso. Meu pai, eu e agora meu filho trabalhamos desde crianças, nós nascemos para trabalhar". Sou o caçula da família, e todos tinham muita expectativa sobre meu futuro. Queriam que eu fizesse engenharia, e fiz, mas não tinha interesse naquela carreira. Mesmo na minha juventude eu já participava de campanhas para as crianças da minha região poderem estudar. Naquela época, ainda não estava claro para mim como eu poderia ajudar os outros. Eu não queria fazer trabalhos de caridade convencionais —doando dinheiro, abrindo orfanatos ou escolas. Acho que isso satisfaz mais o ego do doador, não é impulsionado pela ideia de igualdade, pois há sempre a mão que dá e a mão que recebe. Por um ano e meio, dei aulas na faculdade e trabalhei como engenheiro elétrico. Aos poucos, decidi que deveria seguir meu coração e abandonar aquela carreira. Conversei com a minha mulher, que concordou. JORNALISMO Nos mudamos para Déli. Era 1980 e eu tinha 26 anos. Fomos viver em uma sala, sem janelas, de dois metros e meio por três metros, nós e nosso filho, ainda bebê. Criamos uma revista experimental, destinada aos setores que não encontravam espaço na imprensa tradicional. Naquela época, ainda não existia jornalismo voltado aos direitos humanos. Um amigo me cedeu um espaço, na varanda de seu escritório, onde eu poderia trabalhar. Batizamos a revista, em hindi, de "Sangharsh Jaari Rahega" [A luta deve continuar]. Após cada artigo, cada caso relatado, eu fazia um apelo aos leitores para que eles se mobilizassem, que escrevessem às autoridades, pressionassem por mudanças. Chegamos a ter 2.000 assinantes. Minha família ficou triste com a minha decisão. A preocupação deles era com meu futuro, pois, quando eu desisti do meu emprego de engenheiro, fiquei sem dinheiro. Além disso, eu estava tratando de temas que ainda não eram reconhecidos pela sociedade: trabalho infantil, trabalho escravo —muitas pessoas não viam aquilo como um problema. Ainda hoje, muitos não reconhecem que as crianças têm direito ao respeito e à dignidade. Muitas vezes, a estupidez e "ser criança" são vistos como sinônimos. PRIMEIRO RESGATE Um dia, em 1981, um pai desesperado bateu em minha porta, no "meu escritório". Sua filha estava prestes a ser vendida para um bordel. Ele chamava Vasal Kahn, era muçulmano. Há 17 anos, tinha sido sequestrado com sua mulher e outras pessoas de seu vilarejo e enviado para trabalhar em uma fábrica de tijolos. Sua filha, que tinha 15 anos, havia nascido na fábrica e também era escravizada ali. Mas agora estava sendo "negociada" pelo dono da fábrica. Aquele pai conseguiu escapar de madrugada, se escondendo na boleia de um caminhão que levava os tijolos da fábrica. Ele chegou a Nova Déli e, nas ruas, começou a chorar e pedir por ajuda. De alguma forma, ele conheceu uma pessoa que era assinante da minha revista, que lhe disse para me procurar, que eu contaria sua história. E com isso ele conseguiria ajuda da polícia. Enquanto eu escrevia a história, percebi que, se eu fosse o pai ou irmão da menina, eu não iria só escrever. Eu tinha que fazer algo a mais. Decidimos então tentar uma operação de resgate. Eu e minha mulher abrigamos Vasal Kahn em nossa casa, vendemos algumas de nossas posses para arrecadar dinheiro e alugar um carro para irmos à fábrica, que ficava a centenas de quilômetros de Déli. Fui com alguns amigos tentar o resgate —não só da menina, mas de todos que eram escravizados ali. No entanto, fomos expulsos de forma violenta do local. Conversei com amigos advogados, que nos aconselharam a acionar a Justiça. Finalmente, conseguimos resgatar 36 pessoas daquela fábrica de tijolos. Para mim, foi um momento de revelação. A alegria que vi no rosto daquelas crianças não pode ser explicada. Era a primeira vez que elas saíam às ruas, viam novas pessoas, carros, o mundo. Alguns dias depois, recebi uma ligação anônima, falando que eu não precisava viajar para fazer aquele trabalho. Na própria cidade de Nova Déli, a apenas 20 quilômetros de minha casa, havia uma mina onde também pessoas eram escravizadas, em condições ainda piores que na fábrica de tijolos. Resgatamos 153 pessoas de lá. Naquele mesmo ano, em 1981, que criamos a Bachpan Bachao Andolan [Movimento Salve a Infância]. OPERAÇÕES SECRETAS Participei de centenas de operações de resgate desde então. Boa parte do trabalho fazemos em segredo, recolhendo informações. Depois vamos ao local com as autoridades e libertamos as pessoas. Não podemos dar à polícia o endereço exato de onde vamos com antecedência ou detalhes, pois é comum que, por propina, os policiais avisem os senhores de escravos. Após os resgates, as pessoas são encaminhadas a um programa de reabilitação. As crianças são alfabetizadas e os adultos e jovens (a partir dos 14 anos) recebem treinamento profissional, para que possam ter um trabalho digno. Elas também passam a receber uma compensação financeira do governo. Nosso projeto não é de caridade, criamos lideranças. Muitas das crianças resgatadas voltam a suas comunidades, viram líderes locais e evitam que sua história se repita. PIONEIRISMO O que fizemos foi a primeira iniciativa não somente na Índia, mas no mundo, contra o trabalho infantil e a escravidão contemporânea. Muita gente achava que isso não existia, que era passado. Nem a Unicef (agência da ONU) nem a OIT (Organização Internacional do Trabalho) lidavam com o problema quando começamos. O Programa Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil só foi implementado em 1993. A Convenção sobre os Direitos da Criança havia sido adotada poucos anos antes, em 1989. Meu primeiro contato com o Brasil aconteceu me 1996, quando conheci um representante da Fundação Abrinq em um evento na Holanda, o Lelio Bentes [hoje ministro do Tribunal Superior do Trabalho]. Eu acho que o Brasil fez muito progresso nos últimos vinte anos. As leis brasileiras são boas. O projeto Bolsa Escola, criado por Cristovam Buarque, foi muito importante, assim, como o Bolsa Família. Muitos não acham que o trabalho infantil seja um problema, ignoram. Mesmo nos jornais, não lemos muito sobre isso. Ou então as pessoas sabem do problema, mas acham que ele é muito complicado, que nunca conseguiremos resolvê-lo. Por isso se omitem. Ou seja, é uma combinação de falta de conhecimento, de empatia e de pessimismo. PRÊMIO NOBEL Eu soube que havia ganhado o Nobel em meu escritório. Eu estava no computador, pesquisando a passagem mais barata que podia encontrar para ir para a Alemanha, onde eu participaria de um evento. Então um jornalista indiano conhecido me ligou, e ele estava tão emocionado que não conseguia terminar sua frase: "Senhor Kailash, senhor Kailash...o Nobel, o Nobel!". A princípio pensei que ele queria algum comentário sobre o prêmio, e depois caiu a ficha de que eu havia sido premiado. O escritório ficou em festa, as pessoas me abraçavam e comemoravam. Com o prêmio, o trabalho infantil e a escravidão voltaram a ganhar atenção das autoridades e da imprensa. O Nobel ajudou a criar conscientização e também deu mais incentivo aos ativistas. O principal do prêmio, para mim, foi aproveitar a oportunidade que ele trouxe para divulgar a causa das crianças. Passei a ser ouvido por líderes mundiais, como Barack Obama (presidente dos EUA), François Hollande (da França), Ban Ki-Moon (líder das Nações Unidas). Em setembro de 2015, por exemplo, conseguimos incluir entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que substituiu os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, a erradicação do trabalho infantil e a proteção das crianças. Isso significa que agora esse assunto ganhará prioridade, inclusive orçamentária. O próximo desafio é fazer com que esses compromissos firmados internacionalmente —que por enquanto são promessas— se transformem em realidade.
mundo
No Brasil, Nobel da Paz relata luta contra escravidão e trabalho infantilEm 2014, o ativista indiano Kailash Satyarthi, 62, foi premiado com o Nobel da Paz. Desde 1980, ele combate o trabalho escravo e infantil na Índia e em outros países. Estima-se que sua organização, a Bachpan Bachao Andolan [Movimento Salve a Infância], já tenha resgatado mais de 83 mil crianças. Na quinta (28), Kailash veio ao Brasil para participar do lançamento da #SomosLivres, campanha nacional de prevenção e informação sobre a escravidão contemporânea. * Era meu primeiro dia de escola, tinha cinco anos. Em casa, me diziam que as crianças deveriam ir estudar nessa idade. Quando estava entrando no prédio, vi um menino, de minha idade, olhando para nós. Ele era engraxate e estava com seu pai, também engraxate. Eu não entendi. Por que o menino estava ali, não conosco? Perguntei a meu professor, que respondeu que aquilo era comum, que crianças pobres trabalhavam. "Pense em fazer novos amigos, em ir bem na escola, não nisso", me disse. Eu fiz a mesma pergunta para o diretor da escola e para a minha família, mas todos tentaram me convencer de que aquilo era normal. Todos os dias, eu via aquele menino e seu pai perto de minha escola, trabalhando. Aos poucos, criei coragem para falar com eles. Perguntei ao pai: "Por que você não leva seu filho à escola?". Ele disse: "Nunca me perguntaram isso. Meu pai, eu e agora meu filho trabalhamos desde crianças, nós nascemos para trabalhar". Sou o caçula da família, e todos tinham muita expectativa sobre meu futuro. Queriam que eu fizesse engenharia, e fiz, mas não tinha interesse naquela carreira. Mesmo na minha juventude eu já participava de campanhas para as crianças da minha região poderem estudar. Naquela época, ainda não estava claro para mim como eu poderia ajudar os outros. Eu não queria fazer trabalhos de caridade convencionais —doando dinheiro, abrindo orfanatos ou escolas. Acho que isso satisfaz mais o ego do doador, não é impulsionado pela ideia de igualdade, pois há sempre a mão que dá e a mão que recebe. Por um ano e meio, dei aulas na faculdade e trabalhei como engenheiro elétrico. Aos poucos, decidi que deveria seguir meu coração e abandonar aquela carreira. Conversei com a minha mulher, que concordou. JORNALISMO Nos mudamos para Déli. Era 1980 e eu tinha 26 anos. Fomos viver em uma sala, sem janelas, de dois metros e meio por três metros, nós e nosso filho, ainda bebê. Criamos uma revista experimental, destinada aos setores que não encontravam espaço na imprensa tradicional. Naquela época, ainda não existia jornalismo voltado aos direitos humanos. Um amigo me cedeu um espaço, na varanda de seu escritório, onde eu poderia trabalhar. Batizamos a revista, em hindi, de "Sangharsh Jaari Rahega" [A luta deve continuar]. Após cada artigo, cada caso relatado, eu fazia um apelo aos leitores para que eles se mobilizassem, que escrevessem às autoridades, pressionassem por mudanças. Chegamos a ter 2.000 assinantes. Minha família ficou triste com a minha decisão. A preocupação deles era com meu futuro, pois, quando eu desisti do meu emprego de engenheiro, fiquei sem dinheiro. Além disso, eu estava tratando de temas que ainda não eram reconhecidos pela sociedade: trabalho infantil, trabalho escravo —muitas pessoas não viam aquilo como um problema. Ainda hoje, muitos não reconhecem que as crianças têm direito ao respeito e à dignidade. Muitas vezes, a estupidez e "ser criança" são vistos como sinônimos. PRIMEIRO RESGATE Um dia, em 1981, um pai desesperado bateu em minha porta, no "meu escritório". Sua filha estava prestes a ser vendida para um bordel. Ele chamava Vasal Kahn, era muçulmano. Há 17 anos, tinha sido sequestrado com sua mulher e outras pessoas de seu vilarejo e enviado para trabalhar em uma fábrica de tijolos. Sua filha, que tinha 15 anos, havia nascido na fábrica e também era escravizada ali. Mas agora estava sendo "negociada" pelo dono da fábrica. Aquele pai conseguiu escapar de madrugada, se escondendo na boleia de um caminhão que levava os tijolos da fábrica. Ele chegou a Nova Déli e, nas ruas, começou a chorar e pedir por ajuda. De alguma forma, ele conheceu uma pessoa que era assinante da minha revista, que lhe disse para me procurar, que eu contaria sua história. E com isso ele conseguiria ajuda da polícia. Enquanto eu escrevia a história, percebi que, se eu fosse o pai ou irmão da menina, eu não iria só escrever. Eu tinha que fazer algo a mais. Decidimos então tentar uma operação de resgate. Eu e minha mulher abrigamos Vasal Kahn em nossa casa, vendemos algumas de nossas posses para arrecadar dinheiro e alugar um carro para irmos à fábrica, que ficava a centenas de quilômetros de Déli. Fui com alguns amigos tentar o resgate —não só da menina, mas de todos que eram escravizados ali. No entanto, fomos expulsos de forma violenta do local. Conversei com amigos advogados, que nos aconselharam a acionar a Justiça. Finalmente, conseguimos resgatar 36 pessoas daquela fábrica de tijolos. Para mim, foi um momento de revelação. A alegria que vi no rosto daquelas crianças não pode ser explicada. Era a primeira vez que elas saíam às ruas, viam novas pessoas, carros, o mundo. Alguns dias depois, recebi uma ligação anônima, falando que eu não precisava viajar para fazer aquele trabalho. Na própria cidade de Nova Déli, a apenas 20 quilômetros de minha casa, havia uma mina onde também pessoas eram escravizadas, em condições ainda piores que na fábrica de tijolos. Resgatamos 153 pessoas de lá. Naquele mesmo ano, em 1981, que criamos a Bachpan Bachao Andolan [Movimento Salve a Infância]. OPERAÇÕES SECRETAS Participei de centenas de operações de resgate desde então. Boa parte do trabalho fazemos em segredo, recolhendo informações. Depois vamos ao local com as autoridades e libertamos as pessoas. Não podemos dar à polícia o endereço exato de onde vamos com antecedência ou detalhes, pois é comum que, por propina, os policiais avisem os senhores de escravos. Após os resgates, as pessoas são encaminhadas a um programa de reabilitação. As crianças são alfabetizadas e os adultos e jovens (a partir dos 14 anos) recebem treinamento profissional, para que possam ter um trabalho digno. Elas também passam a receber uma compensação financeira do governo. Nosso projeto não é de caridade, criamos lideranças. Muitas das crianças resgatadas voltam a suas comunidades, viram líderes locais e evitam que sua história se repita. PIONEIRISMO O que fizemos foi a primeira iniciativa não somente na Índia, mas no mundo, contra o trabalho infantil e a escravidão contemporânea. Muita gente achava que isso não existia, que era passado. Nem a Unicef (agência da ONU) nem a OIT (Organização Internacional do Trabalho) lidavam com o problema quando começamos. O Programa Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil só foi implementado em 1993. A Convenção sobre os Direitos da Criança havia sido adotada poucos anos antes, em 1989. Meu primeiro contato com o Brasil aconteceu me 1996, quando conheci um representante da Fundação Abrinq em um evento na Holanda, o Lelio Bentes [hoje ministro do Tribunal Superior do Trabalho]. Eu acho que o Brasil fez muito progresso nos últimos vinte anos. As leis brasileiras são boas. O projeto Bolsa Escola, criado por Cristovam Buarque, foi muito importante, assim, como o Bolsa Família. Muitos não acham que o trabalho infantil seja um problema, ignoram. Mesmo nos jornais, não lemos muito sobre isso. Ou então as pessoas sabem do problema, mas acham que ele é muito complicado, que nunca conseguiremos resolvê-lo. Por isso se omitem. Ou seja, é uma combinação de falta de conhecimento, de empatia e de pessimismo. PRÊMIO NOBEL Eu soube que havia ganhado o Nobel em meu escritório. Eu estava no computador, pesquisando a passagem mais barata que podia encontrar para ir para a Alemanha, onde eu participaria de um evento. Então um jornalista indiano conhecido me ligou, e ele estava tão emocionado que não conseguia terminar sua frase: "Senhor Kailash, senhor Kailash...o Nobel, o Nobel!". A princípio pensei que ele queria algum comentário sobre o prêmio, e depois caiu a ficha de que eu havia sido premiado. O escritório ficou em festa, as pessoas me abraçavam e comemoravam. Com o prêmio, o trabalho infantil e a escravidão voltaram a ganhar atenção das autoridades e da imprensa. O Nobel ajudou a criar conscientização e também deu mais incentivo aos ativistas. O principal do prêmio, para mim, foi aproveitar a oportunidade que ele trouxe para divulgar a causa das crianças. Passei a ser ouvido por líderes mundiais, como Barack Obama (presidente dos EUA), François Hollande (da França), Ban Ki-Moon (líder das Nações Unidas). Em setembro de 2015, por exemplo, conseguimos incluir entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que substituiu os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, a erradicação do trabalho infantil e a proteção das crianças. Isso significa que agora esse assunto ganhará prioridade, inclusive orçamentária. O próximo desafio é fazer com que esses compromissos firmados internacionalmente —que por enquanto são promessas— se transformem em realidade.
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No Dia da Literatura Infantil, veja três livros indicados pela 'Folhinha'
Você pode não saber quem é Hans Christian Andersen, mas certamente já ouviu falar na pequena sereia, no patinho feio e no soldadinho de chumbo. Essas três histórias, entre muitas outras que estão no imaginário infantil, foram escritas no século 19 pelo autor dinamarquês. Nesta quinta (2), data do nascimento de Andersen (em 1805), é comemorado o Dia Internacional da Literatura Infantil. O escritor é conhecido por ser o primeiro a adaptar fábulas com uma linguagem para crianças. Também foi dele a ideia de transmitir valores morais por meio dessas histórias, concepção que ainda causa polêmica no meio literário. "Um dos problemas da literatura infantil é que ela tem um pé amarrado na educação, como se ela servisse para carregar conhecimentos, princípios morais", disse a escritora Marina Colassanti em entrevista à "Folhinha". "A literatura é formadora e ensina por si, e não por ensinamentos embutidos." No 2º Cilelij (Congresso de Língua e Literatura Infantil e Juvenil), em 2013, o escritor espanhol Gonzalo Moure disse que há "uma preocupação exagerada" em moralizar. "Teremos uma educação mais eficaz se conseguimos despertar a curiosidade da criança." O QUE LER? Em maio de 2012, a "Folhinha" lançou a coluna Ciranda do Livro, que traz dicas de leitura toda semana. Dentro dela, há a seção Eu sou o Crítico, em que as próprias crianças escrevem sobre os livros que leram (basta mandar seu texto para [email protected]). Confira três obras indicadas no caderno na semana da literatura infantil dos últimos anos. * 2013 "MALDITO PETER PAN" A história é do multi-herói Lucas (ou seria um multivilão?). Lucassauro, Lucas-toy, Lucas-man: tem vários apelidos esse menino também batizado de o "capetinha mais anjinho da maternidade", que não aguentou esperar os nove meses na barriga da mãe e nasceu antes da hora. AUTOR Daniel Antônio EDITORA Scipione PREÇO R$ 32,50 INDICAÇÃO a partir de 8 anos 2014 "BIG BANG: COMO O MUNDO FOI CRIADO" Você sabia que a Lua provavelmente é um pedaço da Terra que foi arrancado do nosso planeta quando outro astro trombou com a gente há bilhões de anos? É essa a história, do começo de tudo o que existe, que o livro conta em poucas páginas de texto simples e ilustrações divertidas. AUTORES Maren Weischer e Julie Andkjaer Olsen (tradução Francis Henrik Aubert) EDITORA Geraçãozinha PREÇO R$ 42 INDICAÇÃO a partir de 6 anos 2015 "AS GARRAS DO LEOPARDO" Em outra história sobre o princípio do mundo, os bichos agem como gente: fazem plantações, moram em vilarejos e constroem casas. Têm até um rei, que não é o leão, mas um leopardo que não tem dentes nem garras afiadas. Tudo muda quando um animal resolve desafiar o leopardo e desfazer a harmonia que reinava entre os bichos. AUTORES Chinua Achebe e John Iroaganachi (tradução Érico Assis) EDITORA Companhia das Letrinhas PREÇO R$ 33 INDICAÇÃO a partir de 7 anos
folhinha
No Dia da Literatura Infantil, veja três livros indicados pela 'Folhinha'Você pode não saber quem é Hans Christian Andersen, mas certamente já ouviu falar na pequena sereia, no patinho feio e no soldadinho de chumbo. Essas três histórias, entre muitas outras que estão no imaginário infantil, foram escritas no século 19 pelo autor dinamarquês. Nesta quinta (2), data do nascimento de Andersen (em 1805), é comemorado o Dia Internacional da Literatura Infantil. O escritor é conhecido por ser o primeiro a adaptar fábulas com uma linguagem para crianças. Também foi dele a ideia de transmitir valores morais por meio dessas histórias, concepção que ainda causa polêmica no meio literário. "Um dos problemas da literatura infantil é que ela tem um pé amarrado na educação, como se ela servisse para carregar conhecimentos, princípios morais", disse a escritora Marina Colassanti em entrevista à "Folhinha". "A literatura é formadora e ensina por si, e não por ensinamentos embutidos." No 2º Cilelij (Congresso de Língua e Literatura Infantil e Juvenil), em 2013, o escritor espanhol Gonzalo Moure disse que há "uma preocupação exagerada" em moralizar. "Teremos uma educação mais eficaz se conseguimos despertar a curiosidade da criança." O QUE LER? Em maio de 2012, a "Folhinha" lançou a coluna Ciranda do Livro, que traz dicas de leitura toda semana. Dentro dela, há a seção Eu sou o Crítico, em que as próprias crianças escrevem sobre os livros que leram (basta mandar seu texto para [email protected]). Confira três obras indicadas no caderno na semana da literatura infantil dos últimos anos. * 2013 "MALDITO PETER PAN" A história é do multi-herói Lucas (ou seria um multivilão?). Lucassauro, Lucas-toy, Lucas-man: tem vários apelidos esse menino também batizado de o "capetinha mais anjinho da maternidade", que não aguentou esperar os nove meses na barriga da mãe e nasceu antes da hora. AUTOR Daniel Antônio EDITORA Scipione PREÇO R$ 32,50 INDICAÇÃO a partir de 8 anos 2014 "BIG BANG: COMO O MUNDO FOI CRIADO" Você sabia que a Lua provavelmente é um pedaço da Terra que foi arrancado do nosso planeta quando outro astro trombou com a gente há bilhões de anos? É essa a história, do começo de tudo o que existe, que o livro conta em poucas páginas de texto simples e ilustrações divertidas. AUTORES Maren Weischer e Julie Andkjaer Olsen (tradução Francis Henrik Aubert) EDITORA Geraçãozinha PREÇO R$ 42 INDICAÇÃO a partir de 6 anos 2015 "AS GARRAS DO LEOPARDO" Em outra história sobre o princípio do mundo, os bichos agem como gente: fazem plantações, moram em vilarejos e constroem casas. Têm até um rei, que não é o leão, mas um leopardo que não tem dentes nem garras afiadas. Tudo muda quando um animal resolve desafiar o leopardo e desfazer a harmonia que reinava entre os bichos. AUTORES Chinua Achebe e John Iroaganachi (tradução Érico Assis) EDITORA Companhia das Letrinhas PREÇO R$ 33 INDICAÇÃO a partir de 7 anos
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Brasileiro tem pior média de gols em 1ª rodada na era dos pontos corridos
O Campeonato Brasileiro começou neste fim de semana com poucas emoções. A primeira rodada da competição registrou apenas 14 gols em dez jogos –média de 1,4 por partida. É a pior média de gols em uma rodada inaugural do Brasileiro desde 2003, quando o torneio passou a ser disputado por pontos corridos. Veja vídeo Em 2015, por exemplo, a primeira rodada do torneio teve 28 gols –média de 2,8. Até então, a pior média pertencia a 2014, quando os times balançaram as redes apenas 16 vezes. Das dez partidas disputadas na primeira rodada de 2016, três terminaram em 0 a 0, como Corinthians x Grêmio, na Arena Corinthians, enquanto outras cinco partidas tiveram o placar de 1 a 0, como São Paulo x Botafogo, no Rio. O jovem Lucas Fernandes garantiu a vitória para o time tricolor. Apenas dois confrontos registraram mais de dois gols: no sábado (14), o Palmeiras goleou o Atlético-PR por 4 a 0, enquanto o Santa Cruz fez 4 a 1 no Vitória, no domingo (15). A próxima rodada do Brasileiro acontece no próximo fim de semana. Veja vídeo MÉDIA DE GOLS DA PRIMEIRA RODADA DO BRASILEIRO 2003: 2,9 2004: 2,4 2005: 2,6 2006: 1,8 2007: 3,9 2008: 2,6 2009: 2,5 2010: 2,7 2011: 2,4 2012: 2,0 2013: 2,6 2014: 1,6 2015: 2,8 2016: 1,4
esporte
Brasileiro tem pior média de gols em 1ª rodada na era dos pontos corridosO Campeonato Brasileiro começou neste fim de semana com poucas emoções. A primeira rodada da competição registrou apenas 14 gols em dez jogos –média de 1,4 por partida. É a pior média de gols em uma rodada inaugural do Brasileiro desde 2003, quando o torneio passou a ser disputado por pontos corridos. Veja vídeo Em 2015, por exemplo, a primeira rodada do torneio teve 28 gols –média de 2,8. Até então, a pior média pertencia a 2014, quando os times balançaram as redes apenas 16 vezes. Das dez partidas disputadas na primeira rodada de 2016, três terminaram em 0 a 0, como Corinthians x Grêmio, na Arena Corinthians, enquanto outras cinco partidas tiveram o placar de 1 a 0, como São Paulo x Botafogo, no Rio. O jovem Lucas Fernandes garantiu a vitória para o time tricolor. Apenas dois confrontos registraram mais de dois gols: no sábado (14), o Palmeiras goleou o Atlético-PR por 4 a 0, enquanto o Santa Cruz fez 4 a 1 no Vitória, no domingo (15). A próxima rodada do Brasileiro acontece no próximo fim de semana. Veja vídeo MÉDIA DE GOLS DA PRIMEIRA RODADA DO BRASILEIRO 2003: 2,9 2004: 2,4 2005: 2,6 2006: 1,8 2007: 3,9 2008: 2,6 2009: 2,5 2010: 2,7 2011: 2,4 2012: 2,0 2013: 2,6 2014: 1,6 2015: 2,8 2016: 1,4
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Recuperação do selo de bom pagador da S&P costuma demorar anos
A situação das contas públicas brasileiras e o histórico das decisões da Standard & Poor's mostram que dificilmente o Brasil recuperará sob o mandato de Dilma Rousseff (que se encerra em 2018) o grau de investimento concedido pela agência americana de avaliação de risco. Segundo levantamento baseados nas decisões da S&P em 136 países, 19 deles já passaram pelo mesmo problema do Brasil de perder o selo de bom pagador, mas apenas seis já recuperaram esse status —em uma tarefa que pode durar mais de uma década. O caso mais demorado foi o da Colômbia, que perdeu o grau de investimento em 1999, em meio a uma forte contração econômica, e só voltou em 2011 ao clube dos países considerados menos arriscados de dar um calote. ELES CHEGARAM LÁ - Total de anos para país recuperar grau de investimento Para outro vizinho brasileiro, o Uruguai, o caminho também foi longo, iniciado em 2002 (na esteira da crise argentina), e só foi encerrado igualmente em 2011. A Coreia do Sul foi o país que retomou o grau de investimento mais rápido, apenas 1 anos e 2 meses após perdê-lo, no fim de 1997, em meio à crise asiática. O cenário das contas públicas do Brasil, no entanto, torna improvável que o país siga o mesmo caminho traçado pelos asiáticos. A própria S&P colocou a nota brasileira sob perspectiva negativa e disse que há mais de "uma chance em três" de a situação da classificação do país piorar. NA FILA DE ESPERA - Total de anos que país perdeu grau de investimento Além disso, a maior parte das economias que foram rebaixadas pela agência americana permanece com a classificação de grau especulativo (risco maior de calote). A situação mais demorada novamente é sul-americana: a Venezuela aguarda desde 1983 para recuperar o grau de investimento e deve levar muitos anos para obtê-lo —ela tem atualmente classificação "CCC", uma das baixas, em que a S&P considera que o calote é praticamente certo. Depois dos venezuelanos, são os egípcios e os indonésios que estão esperando a mais tempo para voltar a ter o status de bom pagador: 18 anos. Classificação de risco
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Recuperação do selo de bom pagador da S&P costuma demorar anosA situação das contas públicas brasileiras e o histórico das decisões da Standard & Poor's mostram que dificilmente o Brasil recuperará sob o mandato de Dilma Rousseff (que se encerra em 2018) o grau de investimento concedido pela agência americana de avaliação de risco. Segundo levantamento baseados nas decisões da S&P em 136 países, 19 deles já passaram pelo mesmo problema do Brasil de perder o selo de bom pagador, mas apenas seis já recuperaram esse status —em uma tarefa que pode durar mais de uma década. O caso mais demorado foi o da Colômbia, que perdeu o grau de investimento em 1999, em meio a uma forte contração econômica, e só voltou em 2011 ao clube dos países considerados menos arriscados de dar um calote. ELES CHEGARAM LÁ - Total de anos para país recuperar grau de investimento Para outro vizinho brasileiro, o Uruguai, o caminho também foi longo, iniciado em 2002 (na esteira da crise argentina), e só foi encerrado igualmente em 2011. A Coreia do Sul foi o país que retomou o grau de investimento mais rápido, apenas 1 anos e 2 meses após perdê-lo, no fim de 1997, em meio à crise asiática. O cenário das contas públicas do Brasil, no entanto, torna improvável que o país siga o mesmo caminho traçado pelos asiáticos. A própria S&P colocou a nota brasileira sob perspectiva negativa e disse que há mais de "uma chance em três" de a situação da classificação do país piorar. NA FILA DE ESPERA - Total de anos que país perdeu grau de investimento Além disso, a maior parte das economias que foram rebaixadas pela agência americana permanece com a classificação de grau especulativo (risco maior de calote). A situação mais demorada novamente é sul-americana: a Venezuela aguarda desde 1983 para recuperar o grau de investimento e deve levar muitos anos para obtê-lo —ela tem atualmente classificação "CCC", uma das baixas, em que a S&P considera que o calote é praticamente certo. Depois dos venezuelanos, são os egípcios e os indonésios que estão esperando a mais tempo para voltar a ter o status de bom pagador: 18 anos. Classificação de risco
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PIB estaria errado sem revisões de pesquisas, diz novo presidente do IBGE
O novo presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Roberto Olinto, voltou a defender as polêmicas revisões feitas em duas pesquisas, disse que o PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre estaria incorreto sem elas e evitou comparações com o antecessor, Paulo Rabello de Castro, atual presidente do BNDES. Olinto, no entanto, foi taxativo em relação à venda de serviços e pesquisas pelo órgão, uma das ideias defendidas pelo antecessor. "O IBGE nunca teve projeto de venda de pesquisa", afirmou. Questionado se o instituto volta a ser um órgão técnico com ele na presidência, Olinto respondeu que o IBGE sempre foi um órgão técnico. "O instituto não é seu presidente, é o seu corpo técnico e isso sempre foi assim." Segundo Olinto, o que muda em sua gestão é o que chamou de "olhar de casa", marcado pelo fato de ser funcionário de carreira do instituto há quase 40 anos e ter passado por todos os cargos do órgão. Entre as suas prioridades, apontou a modernização das pesquisas e parcerias com outros "produtores de estatística" –como a Receita Federal–, de modo que as mesmas perguntas não precisem ser feitas por diferentes órgãos para o mesmo grupo de entrevistados. Isso, no entanto, não teria nada a ver com a venda de serviços ou pesquisas sob encomenda. "Instituto público de estatística não vende serviços. Ele é propriedade de todos", disse. Mas se uma empresa privada quiser colocar dinheiro para fazer pesquisa, ele afirmou que não vê problemas, "desde que essa empresa aceite as condições impostas pelo IBGE." Olinto defendeu as revisões feitas na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) e Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), que acabaram causando mudanças importantes nos números no início de 2017. A PMC, por exemplo, saiu de uma queda de 0,7% para uma alta de 5,5% em janeiro sobre dezembro. Depois a pesquisa foi revisada novamente e a alta passou a 6%. Questionado se a revisão impactou positivamente o PIB do primeiro trimestre, Olinto afirmou que, sem as revisões, o PIB estaria incorreto. "O IBGE não tem calendário político, tem calendário técnico". Segundo ele, a partir das críticas recebidas, o que o instituto vai passar a anunciar as mudanças não com um, mas com dois meses de antecedência. O IBGE, ressaltou Olinto, dará início também a duas grandes pesquisas: a POF (Pesquisa de Orçamento Familiar), que identifica a renda das famílias de forma mais aprofundada que a Pnad, e o Censo Agropecuário. As pesquisas saem com atraso e, no caso do Censo, com orçamento pela metade (de R$ 500 milhões) do que já se pensou em investir. "Não é o ideal, mas é o possível, sem se afastar de nossos padrões". Olinto também questionou as críticas do economista Marcos Lisboa, que disse em entrevista à Folha que, com as revisões, o IBGE tinha quebrado o termômetro. "Ele vai discutir isso com a PMC?" Olinto qualificou a colocação como "leviana". "Não quebrou nada. É não olhar o IBGE como se deve".
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PIB estaria errado sem revisões de pesquisas, diz novo presidente do IBGEO novo presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Roberto Olinto, voltou a defender as polêmicas revisões feitas em duas pesquisas, disse que o PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre estaria incorreto sem elas e evitou comparações com o antecessor, Paulo Rabello de Castro, atual presidente do BNDES. Olinto, no entanto, foi taxativo em relação à venda de serviços e pesquisas pelo órgão, uma das ideias defendidas pelo antecessor. "O IBGE nunca teve projeto de venda de pesquisa", afirmou. Questionado se o instituto volta a ser um órgão técnico com ele na presidência, Olinto respondeu que o IBGE sempre foi um órgão técnico. "O instituto não é seu presidente, é o seu corpo técnico e isso sempre foi assim." Segundo Olinto, o que muda em sua gestão é o que chamou de "olhar de casa", marcado pelo fato de ser funcionário de carreira do instituto há quase 40 anos e ter passado por todos os cargos do órgão. Entre as suas prioridades, apontou a modernização das pesquisas e parcerias com outros "produtores de estatística" –como a Receita Federal–, de modo que as mesmas perguntas não precisem ser feitas por diferentes órgãos para o mesmo grupo de entrevistados. Isso, no entanto, não teria nada a ver com a venda de serviços ou pesquisas sob encomenda. "Instituto público de estatística não vende serviços. Ele é propriedade de todos", disse. Mas se uma empresa privada quiser colocar dinheiro para fazer pesquisa, ele afirmou que não vê problemas, "desde que essa empresa aceite as condições impostas pelo IBGE." Olinto defendeu as revisões feitas na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) e Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), que acabaram causando mudanças importantes nos números no início de 2017. A PMC, por exemplo, saiu de uma queda de 0,7% para uma alta de 5,5% em janeiro sobre dezembro. Depois a pesquisa foi revisada novamente e a alta passou a 6%. Questionado se a revisão impactou positivamente o PIB do primeiro trimestre, Olinto afirmou que, sem as revisões, o PIB estaria incorreto. "O IBGE não tem calendário político, tem calendário técnico". Segundo ele, a partir das críticas recebidas, o que o instituto vai passar a anunciar as mudanças não com um, mas com dois meses de antecedência. O IBGE, ressaltou Olinto, dará início também a duas grandes pesquisas: a POF (Pesquisa de Orçamento Familiar), que identifica a renda das famílias de forma mais aprofundada que a Pnad, e o Censo Agropecuário. As pesquisas saem com atraso e, no caso do Censo, com orçamento pela metade (de R$ 500 milhões) do que já se pensou em investir. "Não é o ideal, mas é o possível, sem se afastar de nossos padrões". Olinto também questionou as críticas do economista Marcos Lisboa, que disse em entrevista à Folha que, com as revisões, o IBGE tinha quebrado o termômetro. "Ele vai discutir isso com a PMC?" Olinto qualificou a colocação como "leviana". "Não quebrou nada. É não olhar o IBGE como se deve".
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Decisão do TCU cria risco de rejeição das contas de Dilma
A decisão do Tribunal de Contas da União de considerar irregulares manobras fiscais feitas pelo governo para arrumar suas contas no ano passado criou novos riscos para a presidente Dilma Rousseff e animou os defensores da abertura de um processo de impeachment contra ela. Segundo a Folha apurou, há no tribunal disposição da área técnica e também de alguns ministros de recomendar ao Congresso a rejeição das contas de Dilma em razão do descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, fato que seria inédito no TCU. No Congresso, líderes da oposição apontaram a decisão do TCU como novo elemento para justificar a abertura de um processo de impeachment, que provocaria o afastamento de Dilma do cargo para ser processada por crime de responsabilidade. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que perdeu para Dilma a eleição de 2014, disse que seu partido vai pedir o impeachment da presidente se for comprovada sua participação nas manobras fiscais. "Precisamos averiguar agora quais foram os responsáveis por essa fraude", afirmou. "Temos que ver se esse crime se limita à equipe econômica ou vai além dela." Na quarta-feira (15), o TCU concluiu que o governo desrespeitou a Lei de Responsabilidade Fiscal ao usar bancos públicos para cobrir despesas que deveriam ter sido pagas com recursos do Tesouro. O tribunal cobrou explicações de 17 autoridades, sem incluir a presidente entre elas. Com as manobras, que ficaram conhecidas como "pedaladas" fiscais, o Tesouro segurou repasses de R$ 40 bilhões devidos a bancos oficiais que executam programas como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida e pagam benefícios sociais como o seguro-desemprego. O ministro Luís Inácio Adams, chefe da Advocacia-Geral da União, disse que recorrerá contra a decisão do TCU nesta sexta (16) e criticou os que falam em possibilidade de impeachment em razão da decisão do tribunal. "Vamos devagar", afirmou o ministro. "É muito estranho. Afinal, desde 2001, quando foi criada a Lei de Responsabilidade Fiscal, esta sistemática de pagamentos acontece. Por que só agora estão questionando isto?" O descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal prevê punição ao gestor público por crime de responsabilidade. A abertura de processo criminal contra o gestor depende do Ministério Público Federal, porque o TCU não tem essa competência. O papel do TCU é analisar as contas do governo e verificar o respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal. Se houver descumprimento, os ministros podem apresentar parecer recomendando ao Congresso a rejeição das contas. O relator das contas de 2014 é o ministro Augusto Nardes, ex-deputado do PP que chegou ao tribunal por indicação da Câmara em 2005. "Vamos esperar a defesa do governo para fazer considerações", afirmou Nardes. As contas de 2014 de Dilma têm que ser votadas neste semestre. Antes, o governo espera derrubar a decisão do TCU contra as "pedaladas" fiscais, evitando que ela seja usada na análise das contas. O Congresso nunca rejeitou as contas de um presidente. Nem mesmo o ex-presidente Fernando Collor, afastado do cargo por corrupção. O Congresso não tem prazo para analisar as contas dos governos. Se as contas de Dilma forem rejeitadas durante seu mandato, qualquer cidadão poderá pedir à Câmara dos Deputados a abertura de um processo de impeachment - Qual foi a manobra feita pelo governo para arrumar suas contas no ano passado? O Tesouro segurou repasses de pelo menos R$ 40 bi devidos a bancos oficiais que executam políticas do governo –como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida– e pagam benefícios como o seguro-desemprego. Sem o dinheiro, os bancos tiveram que bancar tudo do próprio bolso Por que o Tribunal de Contas da União considerou essas manobras irregulares? A Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe bancos públicos, como o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, de emprestar recursos para o Tesouro, para evitar descontrole nos gastos do governo e outros problemas. Para o TCU, foi isso que ocorreu na prática com as manobras fiscais Quais são as consequências, no TCU, se o plenário aprovar a rejeição das contas do governo Dilma? O TCU cobrou explicações de 17 funcionários e ex-funcionários envolvidos com as manobras, entre eles o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Quando analisar as contas do governo de 2014, o tribunal deverá levar isso em consideração e poderá propor ao Congresso a rejeição das contas O que pode acontecer com a presidente Dilma Rousseff? A rejeição das contas do governo depende do Congresso, que pode aprovar ou rejeitar a decisão do TCU. Se isso ocorrer durante o mandato de Dilma, qualquer cidadão poderá pedir à Câmara a abertura de um processo de impeachment para apurar se ela cometeu crime de responsabilidade
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Decisão do TCU cria risco de rejeição das contas de DilmaA decisão do Tribunal de Contas da União de considerar irregulares manobras fiscais feitas pelo governo para arrumar suas contas no ano passado criou novos riscos para a presidente Dilma Rousseff e animou os defensores da abertura de um processo de impeachment contra ela. Segundo a Folha apurou, há no tribunal disposição da área técnica e também de alguns ministros de recomendar ao Congresso a rejeição das contas de Dilma em razão do descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, fato que seria inédito no TCU. No Congresso, líderes da oposição apontaram a decisão do TCU como novo elemento para justificar a abertura de um processo de impeachment, que provocaria o afastamento de Dilma do cargo para ser processada por crime de responsabilidade. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que perdeu para Dilma a eleição de 2014, disse que seu partido vai pedir o impeachment da presidente se for comprovada sua participação nas manobras fiscais. "Precisamos averiguar agora quais foram os responsáveis por essa fraude", afirmou. "Temos que ver se esse crime se limita à equipe econômica ou vai além dela." Na quarta-feira (15), o TCU concluiu que o governo desrespeitou a Lei de Responsabilidade Fiscal ao usar bancos públicos para cobrir despesas que deveriam ter sido pagas com recursos do Tesouro. O tribunal cobrou explicações de 17 autoridades, sem incluir a presidente entre elas. Com as manobras, que ficaram conhecidas como "pedaladas" fiscais, o Tesouro segurou repasses de R$ 40 bilhões devidos a bancos oficiais que executam programas como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida e pagam benefícios sociais como o seguro-desemprego. O ministro Luís Inácio Adams, chefe da Advocacia-Geral da União, disse que recorrerá contra a decisão do TCU nesta sexta (16) e criticou os que falam em possibilidade de impeachment em razão da decisão do tribunal. "Vamos devagar", afirmou o ministro. "É muito estranho. Afinal, desde 2001, quando foi criada a Lei de Responsabilidade Fiscal, esta sistemática de pagamentos acontece. Por que só agora estão questionando isto?" O descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal prevê punição ao gestor público por crime de responsabilidade. A abertura de processo criminal contra o gestor depende do Ministério Público Federal, porque o TCU não tem essa competência. O papel do TCU é analisar as contas do governo e verificar o respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal. Se houver descumprimento, os ministros podem apresentar parecer recomendando ao Congresso a rejeição das contas. O relator das contas de 2014 é o ministro Augusto Nardes, ex-deputado do PP que chegou ao tribunal por indicação da Câmara em 2005. "Vamos esperar a defesa do governo para fazer considerações", afirmou Nardes. As contas de 2014 de Dilma têm que ser votadas neste semestre. Antes, o governo espera derrubar a decisão do TCU contra as "pedaladas" fiscais, evitando que ela seja usada na análise das contas. O Congresso nunca rejeitou as contas de um presidente. Nem mesmo o ex-presidente Fernando Collor, afastado do cargo por corrupção. O Congresso não tem prazo para analisar as contas dos governos. Se as contas de Dilma forem rejeitadas durante seu mandato, qualquer cidadão poderá pedir à Câmara dos Deputados a abertura de um processo de impeachment - Qual foi a manobra feita pelo governo para arrumar suas contas no ano passado? O Tesouro segurou repasses de pelo menos R$ 40 bi devidos a bancos oficiais que executam políticas do governo –como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida– e pagam benefícios como o seguro-desemprego. Sem o dinheiro, os bancos tiveram que bancar tudo do próprio bolso Por que o Tribunal de Contas da União considerou essas manobras irregulares? A Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe bancos públicos, como o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, de emprestar recursos para o Tesouro, para evitar descontrole nos gastos do governo e outros problemas. Para o TCU, foi isso que ocorreu na prática com as manobras fiscais Quais são as consequências, no TCU, se o plenário aprovar a rejeição das contas do governo Dilma? O TCU cobrou explicações de 17 funcionários e ex-funcionários envolvidos com as manobras, entre eles o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Quando analisar as contas do governo de 2014, o tribunal deverá levar isso em consideração e poderá propor ao Congresso a rejeição das contas O que pode acontecer com a presidente Dilma Rousseff? A rejeição das contas do governo depende do Congresso, que pode aprovar ou rejeitar a decisão do TCU. Se isso ocorrer durante o mandato de Dilma, qualquer cidadão poderá pedir à Câmara a abertura de um processo de impeachment para apurar se ela cometeu crime de responsabilidade
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Dono da JBS entrega relatos sobre corrupção de fiscais de frigoríficos
A defesa do presidente da J&F (controladora do frigorífico JBS), Wesley Batista, entregou à Procuradoria-Geral da República na quarta-feira (2) o relato sobre esquema de pagamento de propina para fiscais do SIF (Sistema de Inspeção Federal). O SIF é um órgão vinculado ao Ministério da Agricultura e é responsável por assegurar a qualidade de produtos de origem animal. As informações fornecidas pelo acionista do grupo fazem parte do acordo de delação premiada assinado com a força-tarefa da Operação Greenfield, que investiga investimentos de fundos de pensão e tem como um dos alvos a Eldorado Celulose, empresa do grupo J&F. Ainda falta que os advogados do executivos entreguem aos procuradores a lista com os nomes dos fiscais que teriam recebido suborno e os documentos que comprovariam essas transações ilícitas. O relato de Wesley Batista aponta um esquema de corrupção generalizada no SIF. O empresário diz que todas as empresas do ramo tinham que pagar propina aos funcionários do órgão e que a JBS alertou o Ministério da Agricultura sobre o problema, mas nada foi feito. Os fatos narrados pelo empresário coincidem com o foco da Operação Carne Fraca, também da PF, que investiga corrupção no setor de produção de proteína animal. NOVOS RELATOS Até o dia 3 de setembro serão entregues novos documentos e relatos dos outros três delatores que preparam anexos da delação premiada. Joesley Batista, irmão de Wesley e acionista do grupo empresarial, e Ricardo Saud, diretor de relações institucionais da companhia, estão concentrados em detalhar as planilhas em que foram contabilizadas as propinas e as doações em caixa dois pagas a quase 2.000 políticos que defendiam interesses das empresas do grupo J&F. Eles vão explicar a razão de cada um dos repasses. Já as narrativas preparadas por Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico da J&F, são classificadas como "anexos referenciais", pois corroboram pontos da delação de Joesley. O diretor narrou encontros com o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), o operador financeiro Lúcio Funaro, preso em Brasília, o empresário Victor Sandri, amigo do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, e o deputado federal Gabriel Guimarães (PT-MG), próximo ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). Os relatos de Silva seriam entregues nesta semana com o material de Wesley, mas os advogados da empresa resolveram fazer alterações na narrativa do delator. A defesa agora estuda entregar o depoimento de Silva junto com o restante do material de Joesley e Saud. OUTRO LADO A assessoria de imprensa do grupo empresarial J&F, controlador do frigorífico JBS e da Eldorado Celulose, disse, por meio de nota, que "os colaboradores já apresentaram informações e documentos à Procuradoria-Geral da República e continuam à disposição para cooperar com a Justiça".
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Dono da JBS entrega relatos sobre corrupção de fiscais de frigoríficosA defesa do presidente da J&F (controladora do frigorífico JBS), Wesley Batista, entregou à Procuradoria-Geral da República na quarta-feira (2) o relato sobre esquema de pagamento de propina para fiscais do SIF (Sistema de Inspeção Federal). O SIF é um órgão vinculado ao Ministério da Agricultura e é responsável por assegurar a qualidade de produtos de origem animal. As informações fornecidas pelo acionista do grupo fazem parte do acordo de delação premiada assinado com a força-tarefa da Operação Greenfield, que investiga investimentos de fundos de pensão e tem como um dos alvos a Eldorado Celulose, empresa do grupo J&F. Ainda falta que os advogados do executivos entreguem aos procuradores a lista com os nomes dos fiscais que teriam recebido suborno e os documentos que comprovariam essas transações ilícitas. O relato de Wesley Batista aponta um esquema de corrupção generalizada no SIF. O empresário diz que todas as empresas do ramo tinham que pagar propina aos funcionários do órgão e que a JBS alertou o Ministério da Agricultura sobre o problema, mas nada foi feito. Os fatos narrados pelo empresário coincidem com o foco da Operação Carne Fraca, também da PF, que investiga corrupção no setor de produção de proteína animal. NOVOS RELATOS Até o dia 3 de setembro serão entregues novos documentos e relatos dos outros três delatores que preparam anexos da delação premiada. Joesley Batista, irmão de Wesley e acionista do grupo empresarial, e Ricardo Saud, diretor de relações institucionais da companhia, estão concentrados em detalhar as planilhas em que foram contabilizadas as propinas e as doações em caixa dois pagas a quase 2.000 políticos que defendiam interesses das empresas do grupo J&F. Eles vão explicar a razão de cada um dos repasses. Já as narrativas preparadas por Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico da J&F, são classificadas como "anexos referenciais", pois corroboram pontos da delação de Joesley. O diretor narrou encontros com o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), o operador financeiro Lúcio Funaro, preso em Brasília, o empresário Victor Sandri, amigo do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, e o deputado federal Gabriel Guimarães (PT-MG), próximo ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). Os relatos de Silva seriam entregues nesta semana com o material de Wesley, mas os advogados da empresa resolveram fazer alterações na narrativa do delator. A defesa agora estuda entregar o depoimento de Silva junto com o restante do material de Joesley e Saud. OUTRO LADO A assessoria de imprensa do grupo empresarial J&F, controlador do frigorífico JBS e da Eldorado Celulose, disse, por meio de nota, que "os colaboradores já apresentaram informações e documentos à Procuradoria-Geral da República e continuam à disposição para cooperar com a Justiça".
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Presidente do BC argentino e juiz serão investigados por venda de dólares
Nos novos desdobramentos do caso da venda de dólares no mercado futuro, o atual presidente do Banco Central da Argentina, Federico Sturzenegger, e o juiz federal Claudio Bonadio, responsável por várias ações contra políticos kirchneristas, foram denunciados pelo Ministério Público Federal. A Justiça investiga a comercialização de dólares a um preço inferior ao de mercado que pode ter causado um prejuízo de 77 bilhões de pesos (R$ 19 bilhões) aos cofres públicos. Essas operações financeiras foram realizadas entre outubro e novembro do ano passado, quando Cristina estava na Presidência. A coligação Frente para a Vitória, da qual a ex-mandatária faz parte, porém, apresentou uma contra denúncia, em que afirma que as atuais autoridades foram as responsáveis pelo prejuízo. Sturzenegger será investigado por supostos abuso de autoridade e violação dos deveres de funcionário público, enquanto Bonadio, por prevaricação. Cabe a um juiz federal levar o caso adiante ou arquivá-lo. O próprio Bonadio é quem lidera a causa dos dólares no mercado futuro e foi quem convocou a ex-presidente Cristina Kirchner para depor na semana passada. A apresentação à Justiça, em Buenos Aires, obrigou Cristina a deixar a província de Santa Cruz, berço do kirchnerismo, no sul do país, pela primeira vez desde que deixou o poder, em dezembro. Na capital, ela foi recebida por milhares de seus seguidores. Um dia após sua apresentação, a ex-dirigente denunciou Bonadio ao Conselho de Magistratura e pediu que ele fosse removido do cargo por considerar que havia sido chamada a depor de modo ilegal. "É surpreendente em termos jurídicos que tenham me convocado a uma indagatória quando não existe nenhuma menção e muito menos uma denúncia contra mim", afirmou. Nesta semana, ela disse que familiares e amigos do atual presidente, Mauricio Macri, haviam se beneficiado ao comprar os dólares futuros. Eles teriam supostamente fechado o negócio porque tinham informações privilegiadas –sabiam que, se Macri fosse eleito, o peso seria desvalorizado. A promotoria pediu uma lista completa das pessoas que compraram os dólares no fim do ano passado.
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Presidente do BC argentino e juiz serão investigados por venda de dólaresNos novos desdobramentos do caso da venda de dólares no mercado futuro, o atual presidente do Banco Central da Argentina, Federico Sturzenegger, e o juiz federal Claudio Bonadio, responsável por várias ações contra políticos kirchneristas, foram denunciados pelo Ministério Público Federal. A Justiça investiga a comercialização de dólares a um preço inferior ao de mercado que pode ter causado um prejuízo de 77 bilhões de pesos (R$ 19 bilhões) aos cofres públicos. Essas operações financeiras foram realizadas entre outubro e novembro do ano passado, quando Cristina estava na Presidência. A coligação Frente para a Vitória, da qual a ex-mandatária faz parte, porém, apresentou uma contra denúncia, em que afirma que as atuais autoridades foram as responsáveis pelo prejuízo. Sturzenegger será investigado por supostos abuso de autoridade e violação dos deveres de funcionário público, enquanto Bonadio, por prevaricação. Cabe a um juiz federal levar o caso adiante ou arquivá-lo. O próprio Bonadio é quem lidera a causa dos dólares no mercado futuro e foi quem convocou a ex-presidente Cristina Kirchner para depor na semana passada. A apresentação à Justiça, em Buenos Aires, obrigou Cristina a deixar a província de Santa Cruz, berço do kirchnerismo, no sul do país, pela primeira vez desde que deixou o poder, em dezembro. Na capital, ela foi recebida por milhares de seus seguidores. Um dia após sua apresentação, a ex-dirigente denunciou Bonadio ao Conselho de Magistratura e pediu que ele fosse removido do cargo por considerar que havia sido chamada a depor de modo ilegal. "É surpreendente em termos jurídicos que tenham me convocado a uma indagatória quando não existe nenhuma menção e muito menos uma denúncia contra mim", afirmou. Nesta semana, ela disse que familiares e amigos do atual presidente, Mauricio Macri, haviam se beneficiado ao comprar os dólares futuros. Eles teriam supostamente fechado o negócio porque tinham informações privilegiadas –sabiam que, se Macri fosse eleito, o peso seria desvalorizado. A promotoria pediu uma lista completa das pessoas que compraram os dólares no fim do ano passado.
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Bolsa recua da máxima em dois meses com Grécia no foco; dólar tem alta
Após atingir o maior patamar em dois meses em um pregão reduzido, a Bolsa brasileira recua com os investidores aproveitando para embolsar ganhos e também preocupados com a indefinição em torno da Grécia, que apresentou nesta quinta-feira (19) seu pedido de extensão de resgate por seis meses. Às 11h15, o Ibovespa, termômetro do mercado acionário brasileiro, caía 0,69%, a 50.925 pontos. Das 68 ações negociadas, 43 caíam, 24 subiam e uma operava estável no horário. A Bolsa cai com os investidores embolsando ganhos após o Ibovespa ter atingido, na sessão de quarta-feira, o maior nível em dois meses. O índice vinha de três altas seguidas. "O viés é negativo para a Bolsa. Houve uma reavaliação da perspectiva para o crescimento do país em 2015, que agora é negativo", afirma Eduardo Velho, economista-chefe da gestora INVX Global Partners. Contribui para o pessimismo local a possibilidade de novo rebaixamento da nota de crédito da Petrobras pela agência de classificação de risco Moody's, diz. "A agência deve divulgar até o final do mês o novo rating da Petrobras, e uma avaliação para baixo da petrolífera pode levar pessimismo ao mercado", afirma. Às 11h16, as ações da Petrobras operavam em baixa, após quatro pregões seguidos de alta. Os papéis preferenciais da empresa tinham queda de 3,65%, a R$ 9,75. No mesmo horário, as ações ordinárias caíam 3,31%, a R$ 9,62. As ações da Vale também têm queda, depois de subirem por quatro sessões seguidas. Às 11h16, os papéis preferenciais da mineradora caíam 0,97%, a R$ 19,36. As ações ordinárias tinham queda de 0,88%, a R$ 22,51. A empresa encerrou 2014 com produção anual recorde de 319,2 milhões de toneladas de minério de ferro, contribuindo para o excedente de oferta global que derrubou os preços da matéria-prima do aço nos últimos meses. O volume de minério de ferro produzido pela Vale, que exclui a produção atribuível à Samarco, foi 6,5% superior ao registrado em 2013, informou a mineradora nesta quinta-feira. No exterior, o cenário de instabilidade causado pela incerteza gerada pelo pedido de extensão do programa de resgate da Grécia também pesa. O país formalizou nesta quinta-feira o pedido de extensão de seis meses de seu programa de resgate a países da zona do euro. Além disso, prometeu honrar as suas dívidas e a não tomar medidas unilaterais que afetem metas fiscais. A medida é uma tentativa do novo governo grego, de esquerda, liderado pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras, de manter uma tábua de salvação financeira por um período transitório, evitando as difíceis condições de austeridade do programa de resgate da UE e do FMI (Fundo Monetário Internacional). "A Grécia não mostrou ainda os indicadores que corroboram a promessa de que vai honrar seus compromissos fiscais, e a Alemanha está reticente em aceitar um acordo que não inclua essa possibilidade", destaca Eduardo Velho. CÂMBIO No mercado cambial, o dólar opera em alta em relação ao real pelo terceiro dia seguido. Às 11h17, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 0,33%, a R$ 2,850. No mesmo horário, o dólar comercial tinha alta de 0,28%, também a R$ 2,850. O dólar opera em alta mesmo após a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, banco central americano) que mostrou que a autoridade monetária dos EUA está preocupada com a possibilidade de elevar os juros cedo demais e afetar a recuperação econômica do país. "Avaliamos que a probabilidade do cenário referencial de a taxa básica de juros do Fed ser elevada em junho deste ano foi reduzida", avalia Eduardo Velho, da INVX Global Partners, em relatório. "De fato, a autoridade monetária sinalizou que a inflação ainda estaria "reduzida", abaixo do teto tolerável de 2% ao ano. Do lado da atividade econômica, os "reajustes salariais ainda são moderados", além do risco da deterioração do ritmo de crescimento de outras economias, como a zona do euro, sobre as exportações norte-americanas", afirma. Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de até 2.000 contratos de swap cambial (que equivalem à venda de dólares no mercado futuro). Foram vendidos 800 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.200 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 97,9 milhões. O BC também vendeu a oferta integral de até 13.000 swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a US$ 10,438 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 66% do lote total.
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Bolsa recua da máxima em dois meses com Grécia no foco; dólar tem altaApós atingir o maior patamar em dois meses em um pregão reduzido, a Bolsa brasileira recua com os investidores aproveitando para embolsar ganhos e também preocupados com a indefinição em torno da Grécia, que apresentou nesta quinta-feira (19) seu pedido de extensão de resgate por seis meses. Às 11h15, o Ibovespa, termômetro do mercado acionário brasileiro, caía 0,69%, a 50.925 pontos. Das 68 ações negociadas, 43 caíam, 24 subiam e uma operava estável no horário. A Bolsa cai com os investidores embolsando ganhos após o Ibovespa ter atingido, na sessão de quarta-feira, o maior nível em dois meses. O índice vinha de três altas seguidas. "O viés é negativo para a Bolsa. Houve uma reavaliação da perspectiva para o crescimento do país em 2015, que agora é negativo", afirma Eduardo Velho, economista-chefe da gestora INVX Global Partners. Contribui para o pessimismo local a possibilidade de novo rebaixamento da nota de crédito da Petrobras pela agência de classificação de risco Moody's, diz. "A agência deve divulgar até o final do mês o novo rating da Petrobras, e uma avaliação para baixo da petrolífera pode levar pessimismo ao mercado", afirma. Às 11h16, as ações da Petrobras operavam em baixa, após quatro pregões seguidos de alta. Os papéis preferenciais da empresa tinham queda de 3,65%, a R$ 9,75. No mesmo horário, as ações ordinárias caíam 3,31%, a R$ 9,62. As ações da Vale também têm queda, depois de subirem por quatro sessões seguidas. Às 11h16, os papéis preferenciais da mineradora caíam 0,97%, a R$ 19,36. As ações ordinárias tinham queda de 0,88%, a R$ 22,51. A empresa encerrou 2014 com produção anual recorde de 319,2 milhões de toneladas de minério de ferro, contribuindo para o excedente de oferta global que derrubou os preços da matéria-prima do aço nos últimos meses. O volume de minério de ferro produzido pela Vale, que exclui a produção atribuível à Samarco, foi 6,5% superior ao registrado em 2013, informou a mineradora nesta quinta-feira. No exterior, o cenário de instabilidade causado pela incerteza gerada pelo pedido de extensão do programa de resgate da Grécia também pesa. O país formalizou nesta quinta-feira o pedido de extensão de seis meses de seu programa de resgate a países da zona do euro. Além disso, prometeu honrar as suas dívidas e a não tomar medidas unilaterais que afetem metas fiscais. A medida é uma tentativa do novo governo grego, de esquerda, liderado pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras, de manter uma tábua de salvação financeira por um período transitório, evitando as difíceis condições de austeridade do programa de resgate da UE e do FMI (Fundo Monetário Internacional). "A Grécia não mostrou ainda os indicadores que corroboram a promessa de que vai honrar seus compromissos fiscais, e a Alemanha está reticente em aceitar um acordo que não inclua essa possibilidade", destaca Eduardo Velho. CÂMBIO No mercado cambial, o dólar opera em alta em relação ao real pelo terceiro dia seguido. Às 11h17, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 0,33%, a R$ 2,850. No mesmo horário, o dólar comercial tinha alta de 0,28%, também a R$ 2,850. O dólar opera em alta mesmo após a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, banco central americano) que mostrou que a autoridade monetária dos EUA está preocupada com a possibilidade de elevar os juros cedo demais e afetar a recuperação econômica do país. "Avaliamos que a probabilidade do cenário referencial de a taxa básica de juros do Fed ser elevada em junho deste ano foi reduzida", avalia Eduardo Velho, da INVX Global Partners, em relatório. "De fato, a autoridade monetária sinalizou que a inflação ainda estaria "reduzida", abaixo do teto tolerável de 2% ao ano. Do lado da atividade econômica, os "reajustes salariais ainda são moderados", além do risco da deterioração do ritmo de crescimento de outras economias, como a zona do euro, sobre as exportações norte-americanas", afirma. Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de até 2.000 contratos de swap cambial (que equivalem à venda de dólares no mercado futuro). Foram vendidos 800 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.200 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 97,9 milhões. O BC também vendeu a oferta integral de até 13.000 swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a US$ 10,438 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 66% do lote total.
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Paciente com suspeita de zika não vai poder doar sangue por 30 dias
Após a suspeita de transmissão do vírus zika por meio de uma transfusão de sangue para um paciente de Campinas (a 93 km de São Paulo), o Ministério da Saúde decidiu adotar medidas para reforçar a triagem de novos doadores e o monitoramento de possíveis reações adversas após o procedimento. As medidas ocorrem após o Hemocentro da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) informar, na última terça-feira (15), que um paciente foi infectado pelo vírus zika após receber transfusão de sangue de um doador com a doença. Segundo a Folha revelou, um exame do Instituto Adolfo Lutz confirmou o contágio, ocorrido em março deste ano. O paciente que adquiriu zika, no entanto, não teve sintomas da doença. O Ministério da Saúde investiga o caso. "Muito provavelmente isso tenha ocorrido, mas ainda é um caso a confirmar", diz o secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame. Até então, a transmissão do vírus era atrelada apenas à picada pelo mosquito vetor, o Aedes aegypti. Diante da suspeita, a pasta tem orientado os hemocentros a reforçarem, no questionário clínico já aplicado a potenciais doadores, perguntas sobre ocorrência de sintomas nos últimos 30 dias e que possam estar ligados a uma possível infecção por zika ou outros vírus. Entre os sintomas, estão febre, dores articulares e musculares, manchas no corpo, diarreia e vômito. "O questionário clínico dos pacientes já existe e sempre existiu. O que estamos fazendo é reforçar a necessidade de aplicá-lo", explica Beltrame. Segundo o secretário, candidatos que tiverem o diagnóstico clínico para zika serão considerados "inaptos" a doar sangue por até 30 dias após a recuperação completa. O período é semelhante ao já aplicado em casos de pacientes com suspeita de outras doenças, como a dengue. MONITORAMENTO Além da triagem inicial, medidas de monitoramento também serão reforçadas. Doadores que apresentarem sintomas de zika em até sete dias após a doação de sangue devem comunicar o hemocentro. Neste caso, será feita uma busca ativa dos receptores e testes laboratoriais para verificar se houve uma possível infecção pelo vírus. Hospitais e serviços de saúde também devem intensificar o monitoramento de reações adversas nas duas semanas após a transfusão de sangue. Se o paciente que recebeu a doação apresentar possíveis sintomas, o caso deve ser comunicado imediatamente ao hemocentro e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Beltrame reforça a necessidade de incentivar as pessoas a continuarem a doar sangue, principalmente no verão, quando os estoques nos hemocentros costumam ter queda, ao mesmo tempo em que aumenta o volume de transfusões. "Estamos alertando a sociedade da importância de manter os níveis de doação. Esse é um apelo que a secretaria [de atenção à saúde] está fazendo. Os cuidados todos continuarão e serão redobrados. Não podemos deixar que boatos ou qualquer outro fator interveniente venha prejudicar a doação de sangue no país", afirma. Hoje, a falta de testes rápidos para diagnóstico do vírus zika é um dos principais impasses nas ações de identificação da doença -daí a necessidade de reforçar o questionário clínico aplicado pelos profissionais de saúde. "Se tivermos mais adiante a possibilidade desse teste, certamente será incluído na triagem do sangue", diz.
cotidiano
Paciente com suspeita de zika não vai poder doar sangue por 30 diasApós a suspeita de transmissão do vírus zika por meio de uma transfusão de sangue para um paciente de Campinas (a 93 km de São Paulo), o Ministério da Saúde decidiu adotar medidas para reforçar a triagem de novos doadores e o monitoramento de possíveis reações adversas após o procedimento. As medidas ocorrem após o Hemocentro da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) informar, na última terça-feira (15), que um paciente foi infectado pelo vírus zika após receber transfusão de sangue de um doador com a doença. Segundo a Folha revelou, um exame do Instituto Adolfo Lutz confirmou o contágio, ocorrido em março deste ano. O paciente que adquiriu zika, no entanto, não teve sintomas da doença. O Ministério da Saúde investiga o caso. "Muito provavelmente isso tenha ocorrido, mas ainda é um caso a confirmar", diz o secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame. Até então, a transmissão do vírus era atrelada apenas à picada pelo mosquito vetor, o Aedes aegypti. Diante da suspeita, a pasta tem orientado os hemocentros a reforçarem, no questionário clínico já aplicado a potenciais doadores, perguntas sobre ocorrência de sintomas nos últimos 30 dias e que possam estar ligados a uma possível infecção por zika ou outros vírus. Entre os sintomas, estão febre, dores articulares e musculares, manchas no corpo, diarreia e vômito. "O questionário clínico dos pacientes já existe e sempre existiu. O que estamos fazendo é reforçar a necessidade de aplicá-lo", explica Beltrame. Segundo o secretário, candidatos que tiverem o diagnóstico clínico para zika serão considerados "inaptos" a doar sangue por até 30 dias após a recuperação completa. O período é semelhante ao já aplicado em casos de pacientes com suspeita de outras doenças, como a dengue. MONITORAMENTO Além da triagem inicial, medidas de monitoramento também serão reforçadas. Doadores que apresentarem sintomas de zika em até sete dias após a doação de sangue devem comunicar o hemocentro. Neste caso, será feita uma busca ativa dos receptores e testes laboratoriais para verificar se houve uma possível infecção pelo vírus. Hospitais e serviços de saúde também devem intensificar o monitoramento de reações adversas nas duas semanas após a transfusão de sangue. Se o paciente que recebeu a doação apresentar possíveis sintomas, o caso deve ser comunicado imediatamente ao hemocentro e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Beltrame reforça a necessidade de incentivar as pessoas a continuarem a doar sangue, principalmente no verão, quando os estoques nos hemocentros costumam ter queda, ao mesmo tempo em que aumenta o volume de transfusões. "Estamos alertando a sociedade da importância de manter os níveis de doação. Esse é um apelo que a secretaria [de atenção à saúde] está fazendo. Os cuidados todos continuarão e serão redobrados. Não podemos deixar que boatos ou qualquer outro fator interveniente venha prejudicar a doação de sangue no país", afirma. Hoje, a falta de testes rápidos para diagnóstico do vírus zika é um dos principais impasses nas ações de identificação da doença -daí a necessidade de reforçar o questionário clínico aplicado pelos profissionais de saúde. "Se tivermos mais adiante a possibilidade desse teste, certamente será incluído na triagem do sangue", diz.
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Trajetória de Hugo Chávez será contada em série inédita
Hugo Chávez, morto em 2013 como então presidente da Venezuela, ganhará uma série sobre sua história. Produzida pela Sony, "El Comandante" terá 60 episódios, com estreia prevista para 2017. O ator colombiano Andrés Parra, que protagonizou "Pablo Escobar, El Patrón del Mal", interpretará o ex-líder venezuelano. A produção fictícia mesclará imagens de arquivo e abordará a origem humilde de Chávez, bem como sua controversa ascensão social. De acordo com a "Variety", a vice-presidente da Sony Pictures Television na América Latina, Angélica Guerra, afirmou que o seriado é "a produção mais ambiciosa" da empresa. Com 600 atores no elenco, "El Comandante" passará por cerca de 30 acontecimentos marcantes da vida do político. As gravações começam no próximo semestre e serão feitas em totalidade nas locações da Sony. Produções biográficas fazem parte do filão identificado pela produtora. "Nossa estratégia principal de conteúdo nos últimos anos tem sido identificar pessoas conhecidas, com as quais o público pode se identificar", disse Angélica. Não há informações sobre a venda da série para o Brasil.
ilustrada
Trajetória de Hugo Chávez será contada em série inéditaHugo Chávez, morto em 2013 como então presidente da Venezuela, ganhará uma série sobre sua história. Produzida pela Sony, "El Comandante" terá 60 episódios, com estreia prevista para 2017. O ator colombiano Andrés Parra, que protagonizou "Pablo Escobar, El Patrón del Mal", interpretará o ex-líder venezuelano. A produção fictícia mesclará imagens de arquivo e abordará a origem humilde de Chávez, bem como sua controversa ascensão social. De acordo com a "Variety", a vice-presidente da Sony Pictures Television na América Latina, Angélica Guerra, afirmou que o seriado é "a produção mais ambiciosa" da empresa. Com 600 atores no elenco, "El Comandante" passará por cerca de 30 acontecimentos marcantes da vida do político. As gravações começam no próximo semestre e serão feitas em totalidade nas locações da Sony. Produções biográficas fazem parte do filão identificado pela produtora. "Nossa estratégia principal de conteúdo nos últimos anos tem sido identificar pessoas conhecidas, com as quais o público pode se identificar", disse Angélica. Não há informações sobre a venda da série para o Brasil.
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Expectativa do brasileiro com economia oscila menos, diz estudo
A expectativa dos brasileiros em relação aos acontecimentos políticos e econômicos alcançaram seu menor nível de volatilidade em julho, segundo o IP Brasil, índice que avalia o humor da opinião pública com base em postagens nas redes sociais e publicações nos meios de comunicação. O indicador fechou o mês de julho com 49% de positividade, alta de 10 pontos percentuais em relação aos 39% registrados no mês anterior. O IP é mensurado pela empresa de análises .Map, que avalia o impacto dos acontecimentos do país sobre a opinião dos brasileiros na internet. Na escala do IP, a situação é considerada de crise entre zero e 35% e de deterioração entre 36% e 50%. Os indicadores só são considerados positivos a partir de 51%. São analisados semanalmente de 900 mil a 1,2 milhão de posts publicados pela opinião pública em redes sociais, além de 250 conteúdos de manifestações de formadores de opinião na imprensa. O IP demonstra que, entre julho de 2015 e o mês passado, seu período de maior trajetória de crise aguda se encerra agora com melhora das percepções. As turbulências se intensificaram a partir de outubro, quando o IP registrava 47%. Na época, a discussão do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff foi retomada na Câmara dos Deputados, aprofundando as crises política e econômica vividas pelo país. O indicador desceu e oscilou até atingir seu ponto mais baixo (7%) em fevereiro, quando às notícias negativas sobre desemprego e inflação se somava a preocupação com o vírus zika. Naquele momento, também havia intenso debate político, aprofundado pela presença do nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em suspeitas de corrupção. O ex-presidente e sua mulher haviam sido convocados pelo Ministério Público a prestar depoimento e acabavam de vir à tona denúncias de que a Odebrecht investira na reforma do sítio frequentado por Lula em Atibaia. O indicador entrou em trajetória de alta à medida que as perspectivas de impeachment de Dilma de consolidavam nos meses seguintes.
mercado
Expectativa do brasileiro com economia oscila menos, diz estudoA expectativa dos brasileiros em relação aos acontecimentos políticos e econômicos alcançaram seu menor nível de volatilidade em julho, segundo o IP Brasil, índice que avalia o humor da opinião pública com base em postagens nas redes sociais e publicações nos meios de comunicação. O indicador fechou o mês de julho com 49% de positividade, alta de 10 pontos percentuais em relação aos 39% registrados no mês anterior. O IP é mensurado pela empresa de análises .Map, que avalia o impacto dos acontecimentos do país sobre a opinião dos brasileiros na internet. Na escala do IP, a situação é considerada de crise entre zero e 35% e de deterioração entre 36% e 50%. Os indicadores só são considerados positivos a partir de 51%. São analisados semanalmente de 900 mil a 1,2 milhão de posts publicados pela opinião pública em redes sociais, além de 250 conteúdos de manifestações de formadores de opinião na imprensa. O IP demonstra que, entre julho de 2015 e o mês passado, seu período de maior trajetória de crise aguda se encerra agora com melhora das percepções. As turbulências se intensificaram a partir de outubro, quando o IP registrava 47%. Na época, a discussão do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff foi retomada na Câmara dos Deputados, aprofundando as crises política e econômica vividas pelo país. O indicador desceu e oscilou até atingir seu ponto mais baixo (7%) em fevereiro, quando às notícias negativas sobre desemprego e inflação se somava a preocupação com o vírus zika. Naquele momento, também havia intenso debate político, aprofundado pela presença do nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em suspeitas de corrupção. O ex-presidente e sua mulher haviam sido convocados pelo Ministério Público a prestar depoimento e acabavam de vir à tona denúncias de que a Odebrecht investira na reforma do sítio frequentado por Lula em Atibaia. O indicador entrou em trajetória de alta à medida que as perspectivas de impeachment de Dilma de consolidavam nos meses seguintes.
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Símbolo do garage rock ressurge em Austin
No domingo, 10 de maio, uma alucinação coletiva tomará de assalto Austin, no Texas. Como num "flashback" de ácido, quatro amigos –Roky Erickson, Tony Hall, John Ike Walton e Ronnie Leatherman– surgirão em um palco depois de quase meio século, no primeiro show da formação original do 13th Floor Elevators desde 1968. A apresentação faz parte do festival Levitation, que reunirá mais de 60 bandas, incluindo Flaming Lips, Tame Impala, Primal Scream e Spiritualized. O 13th Floor Elevators é considerado um dos "pais" do rock psicodélico. Formado em Austin no finzinho de 1965, durou pouco mais de quatro anos e lançou quatro discos de estúdio. Teve enorme influência em gerações de músicos. De punks como Ramones e Dead Boys, passando por bandas indie como R.E.M., Flaming Lips e Big Star e chegando a grupos recentes que ressuscitam a lisergia no rock, como Tame Impala, todos ajoelham no altar dos Elevators e de seu líder, Roky Erickson. Erickson, 67, tem uma das biografias mais tristes do pop. No meio dos anos 1960, era um fenômeno, tendo fundado o 13th Floor Elevators aos 18 anos e composto um clássico do rock de garagem, "You're Gonna Miss Me", considerada precursora do punk. Os Elevators faziam uma inusitada mistura de blues e country com sons mais pesados e psicodélicos. Usavam LSD e maconha, e falavam das viagens que experimentavam em suas letras. Numa época em que os EUA estavam em guerra no Vietnã, a contracultura se espalhava pela América do Norte e jovens se rebelavam. A música anárquica de Erickson foi recebida como uma afronta à caretice reinante. Mas durou pouco: em 1969, Erickson foi preso pela posse de um cigarro de maconha. Passou três anos e meio em um hospital psiquiátrico. Quando saiu, era outra pessoa: assinou um documento afirmando que seu corpo estava possuído por um marciano e começou a encher sua casa de televisores, que deixava ligados, fora de sintonia, 24 horas por dia e em volume ensurdecedor. Depois de quase 20 anos vivendo da caridade de amigos, Erickson foi resgatado por fãs e por um irmão mais novo, e começou a reativar a carreira. Lançou discos solo e excursionou com o grupo The Black Angels, também de Austin. Mas esse show será a primeira vez, desde o fim do 13th Floor Elevators, em que ele tocará com os ex-parceiros (menos o guitarrista Stacy Sutherland, morto a tiros pela esposa, em 1978). Deve ser memorável. ANDRÉ BARCINSKI é jornalista e autor do livro "Pavões Misteriosos" (Três Estrelas)
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Símbolo do garage rock ressurge em AustinNo domingo, 10 de maio, uma alucinação coletiva tomará de assalto Austin, no Texas. Como num "flashback" de ácido, quatro amigos –Roky Erickson, Tony Hall, John Ike Walton e Ronnie Leatherman– surgirão em um palco depois de quase meio século, no primeiro show da formação original do 13th Floor Elevators desde 1968. A apresentação faz parte do festival Levitation, que reunirá mais de 60 bandas, incluindo Flaming Lips, Tame Impala, Primal Scream e Spiritualized. O 13th Floor Elevators é considerado um dos "pais" do rock psicodélico. Formado em Austin no finzinho de 1965, durou pouco mais de quatro anos e lançou quatro discos de estúdio. Teve enorme influência em gerações de músicos. De punks como Ramones e Dead Boys, passando por bandas indie como R.E.M., Flaming Lips e Big Star e chegando a grupos recentes que ressuscitam a lisergia no rock, como Tame Impala, todos ajoelham no altar dos Elevators e de seu líder, Roky Erickson. Erickson, 67, tem uma das biografias mais tristes do pop. No meio dos anos 1960, era um fenômeno, tendo fundado o 13th Floor Elevators aos 18 anos e composto um clássico do rock de garagem, "You're Gonna Miss Me", considerada precursora do punk. Os Elevators faziam uma inusitada mistura de blues e country com sons mais pesados e psicodélicos. Usavam LSD e maconha, e falavam das viagens que experimentavam em suas letras. Numa época em que os EUA estavam em guerra no Vietnã, a contracultura se espalhava pela América do Norte e jovens se rebelavam. A música anárquica de Erickson foi recebida como uma afronta à caretice reinante. Mas durou pouco: em 1969, Erickson foi preso pela posse de um cigarro de maconha. Passou três anos e meio em um hospital psiquiátrico. Quando saiu, era outra pessoa: assinou um documento afirmando que seu corpo estava possuído por um marciano e começou a encher sua casa de televisores, que deixava ligados, fora de sintonia, 24 horas por dia e em volume ensurdecedor. Depois de quase 20 anos vivendo da caridade de amigos, Erickson foi resgatado por fãs e por um irmão mais novo, e começou a reativar a carreira. Lançou discos solo e excursionou com o grupo The Black Angels, também de Austin. Mas esse show será a primeira vez, desde o fim do 13th Floor Elevators, em que ele tocará com os ex-parceiros (menos o guitarrista Stacy Sutherland, morto a tiros pela esposa, em 1978). Deve ser memorável. ANDRÉ BARCINSKI é jornalista e autor do livro "Pavões Misteriosos" (Três Estrelas)
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Prepare-se: quinta-feira nublada com shows de Miúcha e Melanina Carioca
DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "A verdade não muda. É sempre verdade, não é relativa. A gente deve tentar encontrar essa verdade, nas pessoas, nas escolhas e em tudo. Procurar melhorar nosso lado espiritual, se cobrar na medida certa, respeitar a todos e a natureza. Maior amadurecimento é viver a realidade. Parar de viver o Facebook (redes sociais) e viver mais a vida." Priscila Brasil, 24, estudante de engenharia, Santa Cecília * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
saopaulo
Prepare-se: quinta-feira nublada com shows de Miúcha e Melanina CariocaDE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "A verdade não muda. É sempre verdade, não é relativa. A gente deve tentar encontrar essa verdade, nas pessoas, nas escolhas e em tudo. Procurar melhorar nosso lado espiritual, se cobrar na medida certa, respeitar a todos e a natureza. Maior amadurecimento é viver a realidade. Parar de viver o Facebook (redes sociais) e viver mais a vida." Priscila Brasil, 24, estudante de engenharia, Santa Cecília * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Indústria de São Paulo produz 8,5% menos do que em fevereiro de 2014
A produção da indústria caiu em fevereiro deste ano, em relação à do mesmo mês de 2014, em 12 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE. Em São Paulo, principal polo industrial do país, a retração foi de 8,5%, resultado um pouco melhor do que média nacional (-9,1%). Os dados são da pesquisa industrial regional, realizada pelo instituto. A comparação com 2014 do indicador é a que mostra um retrato mais fiel da indústria, que sofre com a fraca confiança de empresários e consumidores diante de juros altos, inflação pressionada, crédito mais restrito e caro e piora do mercado de trabalho. Pesquisa industrial do IBGE Em fevereiro, houve o efeito de o mês ter, neste ano, dois dias úteis a menos. A situação, porém, não inverte a tendência de quedas significativas, segundo o IBGE. Espírito Santo (25,6%) apresentou o avanço maior na comparação entre fevereiro de 2015 e de 2014, impulsionado pelo setores extrativos (minérios de ferro e petróleo). As maiores quedas foram registradas na Bahia (-23,2%) e no Amazonas (-18,9%), pressionados setores de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis e de equipamentos de informática e itens eletrônicos e ópticos, respectivamente. Também houve quedas expressivas no Paraná (-15%), Rio Grande do Sul (-13,7%), Rio de Janeiro (-11,8%), Região Nordeste (-11,1%) e Minas Gerais (-10,6%). Esses fatores postergam decisões de consumo e investimento e devem levar, segundo analistas, a indústria a uma nova retração neste ano. QUEDAS OCORREM TAMBÉM EM 12 MESES No acumulado em 12 meses –a comparação entre um mês de um ano e o mesmo do ano anterior conta 13 meses–, 11 dos 15 locais pesquisados registraram queda. Na média, a perda foi de 4,5%, resultado negativo mais intenso desde janeiro de 2010. Regionalmente, os destaques negativos ficaram com Amazonas (8,6%), Paraná (8,3%) e Bahia (4,9%). Com alta de 10%, o Espírito Santo mostrou o maior avanço. Nas comparações com 2014, existem dados para 15 regiões, incluindo o Mato Grosso. O números para esse Estado não são divulgados na taxa mês contra o mês anterior porque a série histórica é curta e não permite o ajuste sazonal, método para minimizar os efeitos típicos de cada mês do ano. COMPARAÇÃO ENTRE FEVEREIRO E JANEIRO DE 2015 De janeiro para fevereiro, a industria produziu menos em seis dos 14 locais pesquisados pelo IBGE –Mato Grosso fica de fora das séries históricas curtas–, com destaque para as perdas no Rio de Janeiro (-7,1%) e na Bahia (-6,4%), ambas mais acentuadas do que a queda de 0,9% na média nacional. Em São Paulo, principal polo industrial do país, houve uma leve alta de 0,3%. O maior crescimento ficou com o Pará (3,4%), beneficiado pela produção de minério de ferro.
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Indústria de São Paulo produz 8,5% menos do que em fevereiro de 2014A produção da indústria caiu em fevereiro deste ano, em relação à do mesmo mês de 2014, em 12 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE. Em São Paulo, principal polo industrial do país, a retração foi de 8,5%, resultado um pouco melhor do que média nacional (-9,1%). Os dados são da pesquisa industrial regional, realizada pelo instituto. A comparação com 2014 do indicador é a que mostra um retrato mais fiel da indústria, que sofre com a fraca confiança de empresários e consumidores diante de juros altos, inflação pressionada, crédito mais restrito e caro e piora do mercado de trabalho. Pesquisa industrial do IBGE Em fevereiro, houve o efeito de o mês ter, neste ano, dois dias úteis a menos. A situação, porém, não inverte a tendência de quedas significativas, segundo o IBGE. Espírito Santo (25,6%) apresentou o avanço maior na comparação entre fevereiro de 2015 e de 2014, impulsionado pelo setores extrativos (minérios de ferro e petróleo). As maiores quedas foram registradas na Bahia (-23,2%) e no Amazonas (-18,9%), pressionados setores de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis e de equipamentos de informática e itens eletrônicos e ópticos, respectivamente. Também houve quedas expressivas no Paraná (-15%), Rio Grande do Sul (-13,7%), Rio de Janeiro (-11,8%), Região Nordeste (-11,1%) e Minas Gerais (-10,6%). Esses fatores postergam decisões de consumo e investimento e devem levar, segundo analistas, a indústria a uma nova retração neste ano. QUEDAS OCORREM TAMBÉM EM 12 MESES No acumulado em 12 meses –a comparação entre um mês de um ano e o mesmo do ano anterior conta 13 meses–, 11 dos 15 locais pesquisados registraram queda. Na média, a perda foi de 4,5%, resultado negativo mais intenso desde janeiro de 2010. Regionalmente, os destaques negativos ficaram com Amazonas (8,6%), Paraná (8,3%) e Bahia (4,9%). Com alta de 10%, o Espírito Santo mostrou o maior avanço. Nas comparações com 2014, existem dados para 15 regiões, incluindo o Mato Grosso. O números para esse Estado não são divulgados na taxa mês contra o mês anterior porque a série histórica é curta e não permite o ajuste sazonal, método para minimizar os efeitos típicos de cada mês do ano. COMPARAÇÃO ENTRE FEVEREIRO E JANEIRO DE 2015 De janeiro para fevereiro, a industria produziu menos em seis dos 14 locais pesquisados pelo IBGE –Mato Grosso fica de fora das séries históricas curtas–, com destaque para as perdas no Rio de Janeiro (-7,1%) e na Bahia (-6,4%), ambas mais acentuadas do que a queda de 0,9% na média nacional. Em São Paulo, principal polo industrial do país, houve uma leve alta de 0,3%. O maior crescimento ficou com o Pará (3,4%), beneficiado pela produção de minério de ferro.
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STF retira citação a ministro da Educação em inquérito da Lava Jato
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki determinou a retirada de citações feitas ao ministro Mendonça Filho (Educação) de um dos inquéritos da Operação Lava Jato. Teori atendeu a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. No dia 17 de junho, um documento sigiloso foi tornado público no sistema eletrônico do Supremo e informava que Janot afirmou ao Supremo que "foram encontrados indícios de possível recebimento de propina" pelo ministro da Educação. Mendonça teria recebido R$ 100 mil em vantagem indevida, disfarçada de doação eleitoral na campanha de 2014. Os elementos teriam surgido do celular de Walmir Pinheiro, ex-diretor financeiro da construtora UTC, uma das empreiteiras investigadas na Lava Jato. Ao STF, no dia 27 de junho, o procurador-geral afirmou que o referido documento estava sem sua rubrica e que a peça foi juntada indevidamente no inquérito. O texto era uma minuta e não chegou a ser formalizado. Segundo a Folha apurou, a Procuradoria não viu elementos para pedir a investigação de Mendonça. Na época da divulgação do documento, a assessoria do ministro informou que ele foi "procurador por interlocutores da UTC oferecendo doação legal no valor de R$ 100 mil" e que, na ocasião, ele respondeu que não queria a doação, "mas se a empresa quisesse doar para o partido o fizesse". Mendonça disse ainda, via assessoria, que a doação foi feita de forma legal e está registrada na prestação de contas do partido do ano de 2014, junto à Justiça Eleitoral. Ressaltou que sua campanha a deputado federal não recebeu doação da UTC.
poder
STF retira citação a ministro da Educação em inquérito da Lava JatoO ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki determinou a retirada de citações feitas ao ministro Mendonça Filho (Educação) de um dos inquéritos da Operação Lava Jato. Teori atendeu a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. No dia 17 de junho, um documento sigiloso foi tornado público no sistema eletrônico do Supremo e informava que Janot afirmou ao Supremo que "foram encontrados indícios de possível recebimento de propina" pelo ministro da Educação. Mendonça teria recebido R$ 100 mil em vantagem indevida, disfarçada de doação eleitoral na campanha de 2014. Os elementos teriam surgido do celular de Walmir Pinheiro, ex-diretor financeiro da construtora UTC, uma das empreiteiras investigadas na Lava Jato. Ao STF, no dia 27 de junho, o procurador-geral afirmou que o referido documento estava sem sua rubrica e que a peça foi juntada indevidamente no inquérito. O texto era uma minuta e não chegou a ser formalizado. Segundo a Folha apurou, a Procuradoria não viu elementos para pedir a investigação de Mendonça. Na época da divulgação do documento, a assessoria do ministro informou que ele foi "procurador por interlocutores da UTC oferecendo doação legal no valor de R$ 100 mil" e que, na ocasião, ele respondeu que não queria a doação, "mas se a empresa quisesse doar para o partido o fizesse". Mendonça disse ainda, via assessoria, que a doação foi feita de forma legal e está registrada na prestação de contas do partido do ano de 2014, junto à Justiça Eleitoral. Ressaltou que sua campanha a deputado federal não recebeu doação da UTC.
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Libertadores vai dar R$ 1,2 mi a mais para clubes por jogo como mandante
A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) informou na noite desta terça-feira (2) que vai dobrar o valor do montante que é dado para os clubes mandantes em cada partida da Copa Libertadores. Segundo a Conmebol, cada time receberá, agora, US$ 600 mil (R$ 2,4 milhões) por partida em casa no torneio. Em 2015, as equipes ganhavam US$ 300 (R$ 1,2 milhão). Na primeira fase, cada clube faz três jogos em casa. Ou seja, vai arrecadar US$ 1,8 milhão (R$ 7,2 milhões). Além disso, a entidade informou que eliminou a cobrança de 10% da arrecadação bruta de cada partida. Essa quantia ficará, agora, totalmente com o clube mandante. "Essas medidas respondem a uma solicitação apresentada para a confederação, no fim de janeiro, pelos clubes cabeças-de-chave da Libertadores, de modificar o regulamento de ingressos distribuídos às entidades participantes do torneio", disse a Conmebol em nota.
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Libertadores vai dar R$ 1,2 mi a mais para clubes por jogo como mandanteA Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) informou na noite desta terça-feira (2) que vai dobrar o valor do montante que é dado para os clubes mandantes em cada partida da Copa Libertadores. Segundo a Conmebol, cada time receberá, agora, US$ 600 mil (R$ 2,4 milhões) por partida em casa no torneio. Em 2015, as equipes ganhavam US$ 300 (R$ 1,2 milhão). Na primeira fase, cada clube faz três jogos em casa. Ou seja, vai arrecadar US$ 1,8 milhão (R$ 7,2 milhões). Além disso, a entidade informou que eliminou a cobrança de 10% da arrecadação bruta de cada partida. Essa quantia ficará, agora, totalmente com o clube mandante. "Essas medidas respondem a uma solicitação apresentada para a confederação, no fim de janeiro, pelos clubes cabeças-de-chave da Libertadores, de modificar o regulamento de ingressos distribuídos às entidades participantes do torneio", disse a Conmebol em nota.
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Gilmar Mendes vai presidir turma do STF que julga Lava Jato
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes assume na próxima terça-feira (31) a presidência da segunda turma do tribunal, que é responsável pelo julgamento da maioria dos inquéritos que investigam a participação de políticos no esquema de corrupção da Petrobras. Mendes vai substituir Dias Toffoli, que teve seu mandato de um ano no comando da turma encerrado nesta terça (24). Pela regra interna do Supremo, a presidência é ocupada por um rodízio entre os ministros, tendo que ser repassada ao integrante mais antigo do colegiado. A vaga, portanto, caberia ao ministro Celso de Mello, que recusou o posto. Com isso, o posto foi repassado a Mendes. Também compõem a segunda turma os ministros Teori Zavascki, relator da Lava Jato, e Cármen Lúcia. Celso de Mello fez elogios a Mendes. "Os atributos de excelência de vossa excelência constituem os fatores mais seguros de que exercerá de modo qualificado a presidência com competência e eficiência. " Até agora, as principais decisões da turma sobre a Lava Jato envolvem a liberação de empreiteiros que estavam presos preventivamente por decisão da Justiça do Paraná, acusados de participação no esquema. Recentemente, porém, os ministros chegaram a negar pedido para tirar da prisão Marcelo Odebrecht, preso desde junho do ano passado. Os ministros não julgaram ainda denúncia relacionada diretamente aos desvios na estatal. A turma vai analisar inquéritos que tratam de senadores, deputados e ministros. Casos dos presidentes do Senado e da Câmara e do presidente da República são analisados pelo plenário do STF. Além de comandar a segunda turma, Mendes também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
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Gilmar Mendes vai presidir turma do STF que julga Lava JatoO ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes assume na próxima terça-feira (31) a presidência da segunda turma do tribunal, que é responsável pelo julgamento da maioria dos inquéritos que investigam a participação de políticos no esquema de corrupção da Petrobras. Mendes vai substituir Dias Toffoli, que teve seu mandato de um ano no comando da turma encerrado nesta terça (24). Pela regra interna do Supremo, a presidência é ocupada por um rodízio entre os ministros, tendo que ser repassada ao integrante mais antigo do colegiado. A vaga, portanto, caberia ao ministro Celso de Mello, que recusou o posto. Com isso, o posto foi repassado a Mendes. Também compõem a segunda turma os ministros Teori Zavascki, relator da Lava Jato, e Cármen Lúcia. Celso de Mello fez elogios a Mendes. "Os atributos de excelência de vossa excelência constituem os fatores mais seguros de que exercerá de modo qualificado a presidência com competência e eficiência. " Até agora, as principais decisões da turma sobre a Lava Jato envolvem a liberação de empreiteiros que estavam presos preventivamente por decisão da Justiça do Paraná, acusados de participação no esquema. Recentemente, porém, os ministros chegaram a negar pedido para tirar da prisão Marcelo Odebrecht, preso desde junho do ano passado. Os ministros não julgaram ainda denúncia relacionada diretamente aos desvios na estatal. A turma vai analisar inquéritos que tratam de senadores, deputados e ministros. Casos dos presidentes do Senado e da Câmara e do presidente da República são analisados pelo plenário do STF. Além de comandar a segunda turma, Mendes também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
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Estômago, libido e submissão
Em 1998, o filme "Nova York Sitiada" antecipou parte do que aconteceria com o mundo a partir de 2001: 1) novo e descentralizado tipo de jihadismo, treinado pela CIA em sua origem, causa grande tragédia numa metrópole americana; 2) em pânico justificado, cidadãos exigem reação do governo; 3) opta-se pelo caminho militar/policialesco, que estimula a intolerância étnica/religiosa e avança sobre direitos civis. Tanta acuidade histórica, no entanto, não gerou uma obra esteticamente relevante. Talvez porque as boas ideias do roteiro, escrito pelo ganhador do prêmio Pulitzer Lawrence Wright, precisassem ser traduzidas pelo esquematismo hollywoodiano de Bruce Willis e companhia. Uma coisa é o que se diz, outra é como se diz. Embora as duas dimensões se misturem em algum nível na arte, é na segunda que está a possibilidade de transcender o que já se sabe assistindo ao noticiário ou lendo os especialistas. De certo modo, foi esse o desafio que Michel Houellebecq enfrentou em seu livro "Submissão" (Alfaguara, R$ 39,90, 256 págs.). Como "Nova York Sitiada", o romance tenta antecipar o que seria um futuro próximo para a questão islâmica. Só que, em vez da América, o palco é a Europa. E, em vez de bombas e violência ruidosa, a trama fala de uma guerra sutil de valores que culmina com a eleição de um presidente francês muçulmano em 2022. Como exercício literal de futurologia, o livro força um pouco a barra. Estima-se que o Islã represente entre 4% e 10% da população da França. Dado o baixíssimo grau de integração dessa comunidade no país, e mesmo com projeções demográficas favoráveis a ela nas próximas décadas, imaginar um resultado eleitoral do gênero daqui a sete anos –considerando o atentado ao "Charlie Hebdo", ocorrido na semana do lançamento do romance – soa como busca previsível por polêmica. Houellebecq, no entanto, está longe de ser um mero provocador. Como sempre em sua obra, temas já mastigados pela histeria das manchetes servem como base para voos mais ambiciosos. "Submissão" não fala propriamente do futuro. Talvez não fale nem de Islã, ao menos de modo específico e redutor. Seu centro é o mesmo de livros como "Extensão do Domínio da Luta" ou "O Mapa e o Território": os impasses no modo como se vive hoje no Ocidente. Assim, trechos sobre uma Sorbonne regida por preceitos religiosos, ou sobre a volta do patriarcado absoluto, ou sobre o que pode haver de comum entre toda sorte de fantasias totalitárias, à direita ou à esquerda, laicas ou não, expõem a fragilidade de nossas ilusões humanistas diante da atual crise representativa –e da desigualdade, e do vazio deixado por trabalho bovino e consumismo vulgar. Sob esse aspecto, o livro acaba tendo a mesma pertinência de "Nova York Sitiada". A discussão por trás do enredo é necessária. Idem o exercício de suas previsões, independentemente do acerto delas. A diferença é que, ao contrário da visão edulcorada de Hollywood, que dilui o tema das liberdades num discurso de boas intenções, Houellebecq o explora até os limites do niilismo. Pode não parecer algo agradável de ler, mas há alguma chance de se encontrar integridade artística aí. É fácil condenar os males de uma variante extrema de fascismo para quem já está convencido a respeito. Difícil é mostrar como tais engrenagens podem ser mais discretas e eficientes, e que corremos o risco de sucumbir a elas por covardia, carreirismo ou qualquer motivo abaixo do radar da grande teoria política. Em "Submissão", o processo é descrito com uma voz distante, nunca despida de um carisma contraditório, fundado no humor misantropo e num certo prazer do protagonista em ser repulsivo. É o que faz o livro avançar e florescer em meio a recursos quase proibidos na ficção atual, como longos diálogos didáticos e longas digressões filosóficas. Ao final dessa distopia fatalista, sem nostalgia de tempos mais heroicos e felizes, e muito menos do que restou da civilização de bem-estar social, o narrador escolhe seguir os apelos do estômago e da libido. Não deixa de ser um horizonte moral. Pode-se achá-lo mesquinho, mas Houellebecq o defende com brio literário –de cabeça erguida, sem concessões.
colunas
Estômago, libido e submissãoEm 1998, o filme "Nova York Sitiada" antecipou parte do que aconteceria com o mundo a partir de 2001: 1) novo e descentralizado tipo de jihadismo, treinado pela CIA em sua origem, causa grande tragédia numa metrópole americana; 2) em pânico justificado, cidadãos exigem reação do governo; 3) opta-se pelo caminho militar/policialesco, que estimula a intolerância étnica/religiosa e avança sobre direitos civis. Tanta acuidade histórica, no entanto, não gerou uma obra esteticamente relevante. Talvez porque as boas ideias do roteiro, escrito pelo ganhador do prêmio Pulitzer Lawrence Wright, precisassem ser traduzidas pelo esquematismo hollywoodiano de Bruce Willis e companhia. Uma coisa é o que se diz, outra é como se diz. Embora as duas dimensões se misturem em algum nível na arte, é na segunda que está a possibilidade de transcender o que já se sabe assistindo ao noticiário ou lendo os especialistas. De certo modo, foi esse o desafio que Michel Houellebecq enfrentou em seu livro "Submissão" (Alfaguara, R$ 39,90, 256 págs.). Como "Nova York Sitiada", o romance tenta antecipar o que seria um futuro próximo para a questão islâmica. Só que, em vez da América, o palco é a Europa. E, em vez de bombas e violência ruidosa, a trama fala de uma guerra sutil de valores que culmina com a eleição de um presidente francês muçulmano em 2022. Como exercício literal de futurologia, o livro força um pouco a barra. Estima-se que o Islã represente entre 4% e 10% da população da França. Dado o baixíssimo grau de integração dessa comunidade no país, e mesmo com projeções demográficas favoráveis a ela nas próximas décadas, imaginar um resultado eleitoral do gênero daqui a sete anos –considerando o atentado ao "Charlie Hebdo", ocorrido na semana do lançamento do romance – soa como busca previsível por polêmica. Houellebecq, no entanto, está longe de ser um mero provocador. Como sempre em sua obra, temas já mastigados pela histeria das manchetes servem como base para voos mais ambiciosos. "Submissão" não fala propriamente do futuro. Talvez não fale nem de Islã, ao menos de modo específico e redutor. Seu centro é o mesmo de livros como "Extensão do Domínio da Luta" ou "O Mapa e o Território": os impasses no modo como se vive hoje no Ocidente. Assim, trechos sobre uma Sorbonne regida por preceitos religiosos, ou sobre a volta do patriarcado absoluto, ou sobre o que pode haver de comum entre toda sorte de fantasias totalitárias, à direita ou à esquerda, laicas ou não, expõem a fragilidade de nossas ilusões humanistas diante da atual crise representativa –e da desigualdade, e do vazio deixado por trabalho bovino e consumismo vulgar. Sob esse aspecto, o livro acaba tendo a mesma pertinência de "Nova York Sitiada". A discussão por trás do enredo é necessária. Idem o exercício de suas previsões, independentemente do acerto delas. A diferença é que, ao contrário da visão edulcorada de Hollywood, que dilui o tema das liberdades num discurso de boas intenções, Houellebecq o explora até os limites do niilismo. Pode não parecer algo agradável de ler, mas há alguma chance de se encontrar integridade artística aí. É fácil condenar os males de uma variante extrema de fascismo para quem já está convencido a respeito. Difícil é mostrar como tais engrenagens podem ser mais discretas e eficientes, e que corremos o risco de sucumbir a elas por covardia, carreirismo ou qualquer motivo abaixo do radar da grande teoria política. Em "Submissão", o processo é descrito com uma voz distante, nunca despida de um carisma contraditório, fundado no humor misantropo e num certo prazer do protagonista em ser repulsivo. É o que faz o livro avançar e florescer em meio a recursos quase proibidos na ficção atual, como longos diálogos didáticos e longas digressões filosóficas. Ao final dessa distopia fatalista, sem nostalgia de tempos mais heroicos e felizes, e muito menos do que restou da civilização de bem-estar social, o narrador escolhe seguir os apelos do estômago e da libido. Não deixa de ser um horizonte moral. Pode-se achá-lo mesquinho, mas Houellebecq o defende com brio literário –de cabeça erguida, sem concessões.
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Secretário diz que corredores de ônibus de SP serão entregues este ano
O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, promete entregar ao menos dois corredores exclusivos de ônibus neste ano. Em entrevista à "TV Folha", ele afirmou que os corredores da avenida Luís Carlos Berrini e Ponte Baixa (na zona sul) serão os primeiros a serem entregues, mas sem data específica. Porém, o próprio prefeito Fernando Haddad (PT) já admitiu à Folha que deverá "deslizar" para a gestão seguinte iniciativas anunciadas para conclusão até o fim do mandato. Entre elas, 150 km de corredores de ônibus, que deverão atrasar. "Os nossos corredores vão ficar prontos antes do monotrilho da zona leste", disse. Construído pelo governo estadual, o monotrilho que levará à Cidade Tiradentes está atrasado. A última previsão da gestão tucana era entregar as estações em 2015, mas só deve ficar pronto em 2016. Isso porque foi descoberto um erro de projeto, que não previa a existência de galerias pluviais ali, o que inviabilizou a obra. Hoje a linha funciona em fase de testes apenas no trecho de menos de 3 km entre as estações Vila Prudente e Oratório. O secretário também falou sobre os gastos com ciclovias, argumentando que elas custaram em média R$ 180 mil por km. Opositores na Câmara criticam esses gastos e dizem que eles viraram uma espécie de caixa preta –estimam gastos da ordem de R$ 650 mil por km. Tatto contesta a informação, dizendo que a conta da oposição inclui obras que não são somente de ciclovias, mas, por exemplo, aterramento de fios, reconstrução de calçadas e instalação de cabos de fibra ótica juntamente às faixas de bicicleta. Ele se refere às ciclovias da avenida Paulista e da avenida Faria Lima. O secretário ironizou. "Então, a ciclovia [que existe] debaixo do monotrilho custou US$ 250 milhões de dólares". LICITAÇÃO DOS TRANSPORTES A concorrência que irá definir as empresas que irão operar os ônibus que circulam pela cidade, que terminará em julho, prevê uma alteração na maneira de pagar os empresários. Hoje, a prefeitura paga por passageiro transportado. Após a licitação, adotará um modelo misto –pagando metade pelo passageiro e metade por estimativa do custo do serviço, cujo cálculo está sendo elaborado. O objetivo é viabilizar a existência de linhas em regiões e horários com demanda não tão grande, hoje mal servidas pelo transporte. FURTOS O secretário disse também que muitos dos semáforos novos instalados do ano passado para cá sofreram pane por causa do aumento da ação de ladrões de fios de cobres.
cotidiano
Secretário diz que corredores de ônibus de SP serão entregues este anoO secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, promete entregar ao menos dois corredores exclusivos de ônibus neste ano. Em entrevista à "TV Folha", ele afirmou que os corredores da avenida Luís Carlos Berrini e Ponte Baixa (na zona sul) serão os primeiros a serem entregues, mas sem data específica. Porém, o próprio prefeito Fernando Haddad (PT) já admitiu à Folha que deverá "deslizar" para a gestão seguinte iniciativas anunciadas para conclusão até o fim do mandato. Entre elas, 150 km de corredores de ônibus, que deverão atrasar. "Os nossos corredores vão ficar prontos antes do monotrilho da zona leste", disse. Construído pelo governo estadual, o monotrilho que levará à Cidade Tiradentes está atrasado. A última previsão da gestão tucana era entregar as estações em 2015, mas só deve ficar pronto em 2016. Isso porque foi descoberto um erro de projeto, que não previa a existência de galerias pluviais ali, o que inviabilizou a obra. Hoje a linha funciona em fase de testes apenas no trecho de menos de 3 km entre as estações Vila Prudente e Oratório. O secretário também falou sobre os gastos com ciclovias, argumentando que elas custaram em média R$ 180 mil por km. Opositores na Câmara criticam esses gastos e dizem que eles viraram uma espécie de caixa preta –estimam gastos da ordem de R$ 650 mil por km. Tatto contesta a informação, dizendo que a conta da oposição inclui obras que não são somente de ciclovias, mas, por exemplo, aterramento de fios, reconstrução de calçadas e instalação de cabos de fibra ótica juntamente às faixas de bicicleta. Ele se refere às ciclovias da avenida Paulista e da avenida Faria Lima. O secretário ironizou. "Então, a ciclovia [que existe] debaixo do monotrilho custou US$ 250 milhões de dólares". LICITAÇÃO DOS TRANSPORTES A concorrência que irá definir as empresas que irão operar os ônibus que circulam pela cidade, que terminará em julho, prevê uma alteração na maneira de pagar os empresários. Hoje, a prefeitura paga por passageiro transportado. Após a licitação, adotará um modelo misto –pagando metade pelo passageiro e metade por estimativa do custo do serviço, cujo cálculo está sendo elaborado. O objetivo é viabilizar a existência de linhas em regiões e horários com demanda não tão grande, hoje mal servidas pelo transporte. FURTOS O secretário disse também que muitos dos semáforos novos instalados do ano passado para cá sofreram pane por causa do aumento da ação de ladrões de fios de cobres.
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"Charlie Hebdo" volta às bancas com mais dinheiro e conflitos internos
O jornal satírico "Charlie Hebdo" volta a partir desta quarta-feira (25) ao seu ritmo normal de publicação, uma vez por semana. As mudanças foram muitas após o atentado de 7 de janeiro, que deixou 12 mortos. A tiragem saltou de 60 mil para 2,5 milhões de exemplares –explosão de vendas que, somada às doações, fizeram o jornal arrecadar pelo menos € 10 milhões (R$ 32,7 milhões). Mas conflitos internos pelo comando e a dificuldade em recrutar novos cartunistas são alguns dos percalços encontrados neste recomeço. O número 1179 traz na capa o desenho de um cachorro correndo com uma edição do "Charlie" entre os dentes, enquanto é perseguido por uma multidão de outros cães enraivecidos. Entre as personalidades que integram a matilha estão a líder da extrema-direita francesa Marine Le Pen, o ex-presidente Nicolas Sarkozy, o papa Francisco e um jihadista. "Eu quis desenhar um cachorro porque queria simbolizar o retorno da crítica alegre ao 'Charlie Hebdo'", contou o cartunista Luz à rádio France Info. "E também não queríamos ficar obcecados com o que aconteceu." A nova edição do "Charlie Hebdo" satiriza figuras da política francesa, como o ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn, e os jornalistas dizem ter se esforçado para evitar o tema islamismo. Missão impossível na Europa atual: a profanação de um cemitério judaico em Sarre-Union e outro ataque por radicais islâmicos na Dinamarca foram temas que se impuseram nesta edição. Em uma redação nova, com aluguel bancado pelo governo francês, mas blindada contra atentados, os jornalistas tentarão voltar à atividade normal e bem-humorada do passado. Luz classifica o dinheiro arrecadado após o ataque de "maldito". Uma reportagem do jornal "Le Monde" afirma que já há uma briga interna pelo controle acionário do jornal entre os cartunistas que sobreviveram e os familiares herdeiros dos que foram assassinados. Também não há consenso dentro da redação sobre como o jornal deverá ser gerido a partir de agora. Diante da fortuna arrecadada, eles exigem uma nova distribuição acionária. ISOLADO Para completar, não está sendo fácil recrutar novos cartunistas. Apenas dois veteranos da imprensa francesa toparam se juntar à equipe. Muitos não aceitaram a tarefa por medo de novos atentados. Para Guillaume Doizy, especialista em história da caricatura, a falta de candidatos não chega a surpreender: "Não é apenas falta de cartunistas ou medo de trabalhar no 'Charlie Hebdo', mas é uma fratura. A grande maioria dos jornalistas não está disposta a ir tão longe na defesa da liberdade de expressão". Doizy afirma que o "Charlie Hebdo" era uma publicação isolada antes do 7 de janeiro e que, apesar da comoção, isso não se modificou consideravelmente. "Ele continuou muito isolado nessa convicção de que deveria ir até o fim nas caricaturas de Maomé", afirma o historiador. Na redação do "Charlie Hebdo", não há nenhum sinal de que o jornal pretenda recuar em suas posições. O cartunista Patrick Pelloux foi taxativo ao afirmar ao Le Monde que "aqueles que acham que não se pode caricaturar tudo escolheram o seu lado". Para Pelloux, "estamos diante de uma ideologia intransigente e não vamos ceder. O 'Charlie Hebdo' está em guerra pela laicidade". Resta saber se o dinheiro será o suficiente para o jornal manter esta guerra ou se a falta de soldados poderá ser um problema. Christian Debize, diretor da Escola National Superior de Arte de Nancy, um celeiro de cartunistas da França, nos explica que a realidade mudou entre os estudantes: "Eles descobriram que desenhar pode matar." Debize acredita que há uma questão geracional que pode mudar a maneira de se fazer humor a partir de agora: "Há hoje em dia mais auto-censura do que havia há 20 anos. Os estudantes se perguntam bastante sobre até que ponto se pode ir, onde está o limite. E não tenho certeza de que para a geração do 'Charlie Hebdo' essa questão do limite existia."
rfi
"Charlie Hebdo" volta às bancas com mais dinheiro e conflitos internosO jornal satírico "Charlie Hebdo" volta a partir desta quarta-feira (25) ao seu ritmo normal de publicação, uma vez por semana. As mudanças foram muitas após o atentado de 7 de janeiro, que deixou 12 mortos. A tiragem saltou de 60 mil para 2,5 milhões de exemplares –explosão de vendas que, somada às doações, fizeram o jornal arrecadar pelo menos € 10 milhões (R$ 32,7 milhões). Mas conflitos internos pelo comando e a dificuldade em recrutar novos cartunistas são alguns dos percalços encontrados neste recomeço. O número 1179 traz na capa o desenho de um cachorro correndo com uma edição do "Charlie" entre os dentes, enquanto é perseguido por uma multidão de outros cães enraivecidos. Entre as personalidades que integram a matilha estão a líder da extrema-direita francesa Marine Le Pen, o ex-presidente Nicolas Sarkozy, o papa Francisco e um jihadista. "Eu quis desenhar um cachorro porque queria simbolizar o retorno da crítica alegre ao 'Charlie Hebdo'", contou o cartunista Luz à rádio France Info. "E também não queríamos ficar obcecados com o que aconteceu." A nova edição do "Charlie Hebdo" satiriza figuras da política francesa, como o ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn, e os jornalistas dizem ter se esforçado para evitar o tema islamismo. Missão impossível na Europa atual: a profanação de um cemitério judaico em Sarre-Union e outro ataque por radicais islâmicos na Dinamarca foram temas que se impuseram nesta edição. Em uma redação nova, com aluguel bancado pelo governo francês, mas blindada contra atentados, os jornalistas tentarão voltar à atividade normal e bem-humorada do passado. Luz classifica o dinheiro arrecadado após o ataque de "maldito". Uma reportagem do jornal "Le Monde" afirma que já há uma briga interna pelo controle acionário do jornal entre os cartunistas que sobreviveram e os familiares herdeiros dos que foram assassinados. Também não há consenso dentro da redação sobre como o jornal deverá ser gerido a partir de agora. Diante da fortuna arrecadada, eles exigem uma nova distribuição acionária. ISOLADO Para completar, não está sendo fácil recrutar novos cartunistas. Apenas dois veteranos da imprensa francesa toparam se juntar à equipe. Muitos não aceitaram a tarefa por medo de novos atentados. Para Guillaume Doizy, especialista em história da caricatura, a falta de candidatos não chega a surpreender: "Não é apenas falta de cartunistas ou medo de trabalhar no 'Charlie Hebdo', mas é uma fratura. A grande maioria dos jornalistas não está disposta a ir tão longe na defesa da liberdade de expressão". Doizy afirma que o "Charlie Hebdo" era uma publicação isolada antes do 7 de janeiro e que, apesar da comoção, isso não se modificou consideravelmente. "Ele continuou muito isolado nessa convicção de que deveria ir até o fim nas caricaturas de Maomé", afirma o historiador. Na redação do "Charlie Hebdo", não há nenhum sinal de que o jornal pretenda recuar em suas posições. O cartunista Patrick Pelloux foi taxativo ao afirmar ao Le Monde que "aqueles que acham que não se pode caricaturar tudo escolheram o seu lado". Para Pelloux, "estamos diante de uma ideologia intransigente e não vamos ceder. O 'Charlie Hebdo' está em guerra pela laicidade". Resta saber se o dinheiro será o suficiente para o jornal manter esta guerra ou se a falta de soldados poderá ser um problema. Christian Debize, diretor da Escola National Superior de Arte de Nancy, um celeiro de cartunistas da França, nos explica que a realidade mudou entre os estudantes: "Eles descobriram que desenhar pode matar." Debize acredita que há uma questão geracional que pode mudar a maneira de se fazer humor a partir de agora: "Há hoje em dia mais auto-censura do que havia há 20 anos. Os estudantes se perguntam bastante sobre até que ponto se pode ir, onde está o limite. E não tenho certeza de que para a geração do 'Charlie Hebdo' essa questão do limite existia."
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Bolívia quer usar reserva de lítio para produzir baterias de alta tecnologia
Rio Grande é um punhado de casas de tijolo aparente e ruas de terra à beira do Salar de Uyuni, a maior planície de sal do mundo. Aqui, a Bolívia quer criar a base de uma indústria de ponta em torno do lítio, material em crescente demanda, porque é a partir dele que são feitas as baterias da maioria dos gadgets e dos novos carros elétricos. A maior reserva desse mineral se concentra logo abaixo da crosta branca de Uyuni. Quase nada foi tocado: apesar de a jazida ter atraído o interesse de empresas de várias partes do mundo, o presidente Evo Morales decidiu desenvolver toda a cadeia com tecnologia própria. Atrasos no projeto não têm impedido o governo boliviano de prometer disputar um mercado hoje dominado por gigantes como Panasonic, Samsung, LG e Tesla. Primeiro presidente indígena eleito da Bolívia, Morales quer evitar ciclos de exportação de matéria-prima que não deixaram quase nenhum legado ao país mais pobre da América do Sul. O maior exemplo, a montanha de prata Cerro Rico, esvaziada pelos espanhóis na época colonial, está também no departamento de Potosí. "Desejo um carro Toyota movido a lítio, mas feito na Bolívia", disse Morales, em 2011, a uma frustrada comitiva de empresários do Japão. Salar de Uyuni O projeto, iniciado em 2008, tem duas pontas. Em Rio Grande, está a fábrica-piloto de carbonato de lítio, visitada pela Folha. Sob custódia do Exército, imensas piscinas de lona expõem a salmoura que contém o mineral, que é extraído na evaporação. Para aproveitar a produção, Morales inaugurou no ano passado uma fábrica experimental de baterias, com equipamentos chineses. A reportagem não foi autorizada a entrar, sob justificativa de segredo industrial. No local, o governo afirma produzir baterias de celular e bicicleta elétrica. Num primeiro momento, atenderia apenas o mercado interno, vendendo baterias capazes de armazenar energia solar e para capacetes de mineiros. Principais usos do lítio Deveria ter começado no ano passado, mas está adiado indefinidamente. Nos primeiros anos, o governo investiu US$ 141 milhões no projeto. Em maio, anunciou mais US$ 623 milhões, para dar escala industrial à produção –será o maior investimento do Estado em projeto de mineração. CRÍTICAS A demora tem gerado descontentamento na região, uma das mais pobres da Bolívia. Desde o início de julho, uma greve geral exige resultados concretos do lítio. Segundo analistas, o projeto está cercado de incertezas, principalmente em torno da capacidade da Bolívia para desenvolver tecnologia. Desenvolver o Salar de Uyuni agora "é muito improvável", afirma Juan Carlos Guzmán, coordenador de um amplo estudo sobre o lítio, intitulado "Um Presente Sem Futuro". "A Bolívia tem um atraso tecnológico bastante óbvio, talvez de 50 anos, somos um país muito pobre. Em algum momento, será preciso reavaliar", completou, em entrevista em La Paz. Tido como um dos principais especialistas em lítio da Bolívia, o consultor Juan Carlos Zuleta afirma que o boom mundial do minério já começou, mas que o país ficou para trás em relação a outras nações, principalmente o vizinho Chile, dono da segunda maior reserva e responsável por cerca de um terço da produção mundial. Para ele, o grande ator do mercado é a Tesla Motors, que está revolucionando o mercado de carros elétricos com uma bateria de lítio de autonomia superior a 400 km. A empresa deve vender 55 mil unidades até o final deste ano somente nos EUA. Reservas de Lítio Zuleta lembra que a Tesla está investindo US$ 5 bilhões em uma megafábrica de baterias nos EUA e que outras empresas, como a sul-coreana LG, têm planos semelhantes. De acordo com o analista, sem correção de rumo, a Bolívia perderá esse ciclo. Desde maio, a Folha solicitou várias vezes uma entrevista com o coordenador do projeto estatal de lítio, Luís Alberto Echazú, mas sem sucesso. Sua assessoria disse que não havia tempo para uma conversa pessoal e não enviou respostas às perguntas enviadas por e-mail. Principais produtores de lítio AMBIENTE Uma das principais atrações turísticas da América do Sul, o Salar de Uyuni por enquanto sofre pouco impacto com a mineração do lítio. As piscinas de extração ocupam apenas 0,06% da planície, formada há dezenas de milhares de anos com a seca do lago. Segundo o governo, quando concluído, o projeto ocupará um total de 0,2%. Uma incógnita maior são os resíduos. De acordo com o estudo coordenado por Guzmán, o governo ainda não tem um projeto para lidar com 4.000 toneladas/dia de dejetos, caso a fábrica de carbonato de lítio alcance a meta declarada de produção.
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Bolívia quer usar reserva de lítio para produzir baterias de alta tecnologiaRio Grande é um punhado de casas de tijolo aparente e ruas de terra à beira do Salar de Uyuni, a maior planície de sal do mundo. Aqui, a Bolívia quer criar a base de uma indústria de ponta em torno do lítio, material em crescente demanda, porque é a partir dele que são feitas as baterias da maioria dos gadgets e dos novos carros elétricos. A maior reserva desse mineral se concentra logo abaixo da crosta branca de Uyuni. Quase nada foi tocado: apesar de a jazida ter atraído o interesse de empresas de várias partes do mundo, o presidente Evo Morales decidiu desenvolver toda a cadeia com tecnologia própria. Atrasos no projeto não têm impedido o governo boliviano de prometer disputar um mercado hoje dominado por gigantes como Panasonic, Samsung, LG e Tesla. Primeiro presidente indígena eleito da Bolívia, Morales quer evitar ciclos de exportação de matéria-prima que não deixaram quase nenhum legado ao país mais pobre da América do Sul. O maior exemplo, a montanha de prata Cerro Rico, esvaziada pelos espanhóis na época colonial, está também no departamento de Potosí. "Desejo um carro Toyota movido a lítio, mas feito na Bolívia", disse Morales, em 2011, a uma frustrada comitiva de empresários do Japão. Salar de Uyuni O projeto, iniciado em 2008, tem duas pontas. Em Rio Grande, está a fábrica-piloto de carbonato de lítio, visitada pela Folha. Sob custódia do Exército, imensas piscinas de lona expõem a salmoura que contém o mineral, que é extraído na evaporação. Para aproveitar a produção, Morales inaugurou no ano passado uma fábrica experimental de baterias, com equipamentos chineses. A reportagem não foi autorizada a entrar, sob justificativa de segredo industrial. No local, o governo afirma produzir baterias de celular e bicicleta elétrica. Num primeiro momento, atenderia apenas o mercado interno, vendendo baterias capazes de armazenar energia solar e para capacetes de mineiros. Principais usos do lítio Deveria ter começado no ano passado, mas está adiado indefinidamente. Nos primeiros anos, o governo investiu US$ 141 milhões no projeto. Em maio, anunciou mais US$ 623 milhões, para dar escala industrial à produção –será o maior investimento do Estado em projeto de mineração. CRÍTICAS A demora tem gerado descontentamento na região, uma das mais pobres da Bolívia. Desde o início de julho, uma greve geral exige resultados concretos do lítio. Segundo analistas, o projeto está cercado de incertezas, principalmente em torno da capacidade da Bolívia para desenvolver tecnologia. Desenvolver o Salar de Uyuni agora "é muito improvável", afirma Juan Carlos Guzmán, coordenador de um amplo estudo sobre o lítio, intitulado "Um Presente Sem Futuro". "A Bolívia tem um atraso tecnológico bastante óbvio, talvez de 50 anos, somos um país muito pobre. Em algum momento, será preciso reavaliar", completou, em entrevista em La Paz. Tido como um dos principais especialistas em lítio da Bolívia, o consultor Juan Carlos Zuleta afirma que o boom mundial do minério já começou, mas que o país ficou para trás em relação a outras nações, principalmente o vizinho Chile, dono da segunda maior reserva e responsável por cerca de um terço da produção mundial. Para ele, o grande ator do mercado é a Tesla Motors, que está revolucionando o mercado de carros elétricos com uma bateria de lítio de autonomia superior a 400 km. A empresa deve vender 55 mil unidades até o final deste ano somente nos EUA. Reservas de Lítio Zuleta lembra que a Tesla está investindo US$ 5 bilhões em uma megafábrica de baterias nos EUA e que outras empresas, como a sul-coreana LG, têm planos semelhantes. De acordo com o analista, sem correção de rumo, a Bolívia perderá esse ciclo. Desde maio, a Folha solicitou várias vezes uma entrevista com o coordenador do projeto estatal de lítio, Luís Alberto Echazú, mas sem sucesso. Sua assessoria disse que não havia tempo para uma conversa pessoal e não enviou respostas às perguntas enviadas por e-mail. Principais produtores de lítio AMBIENTE Uma das principais atrações turísticas da América do Sul, o Salar de Uyuni por enquanto sofre pouco impacto com a mineração do lítio. As piscinas de extração ocupam apenas 0,06% da planície, formada há dezenas de milhares de anos com a seca do lago. Segundo o governo, quando concluído, o projeto ocupará um total de 0,2%. Uma incógnita maior são os resíduos. De acordo com o estudo coordenado por Guzmán, o governo ainda não tem um projeto para lidar com 4.000 toneladas/dia de dejetos, caso a fábrica de carbonato de lítio alcance a meta declarada de produção.
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Justiça descobre que traficantes usavam wi-fi em presídio no Rio
O juiz da Vara de Execuções Penais (VEP), Eduardo Oberg, responsável pelo sistema penitenciário do Rio, determinou a abertura de uma investigação para saber como entrou e foi instalado um roteador de oito quilos na unidade de Bangu 3, na zona oeste da cidade. O aparelho, apreendido há dez dias, possibilita comunicação via wi-fi livre em toda área. A irregularidade levou o magistrado a determinar uma investigação para apurar o caso. A VEP ainda mandou apurar se ocorreram festas no interior de dois presídios do Rio. Os festejos teriam acontecido para comemorar o resgate do traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, conhecido como Fat Family, na madrugada de domingo (19), no hospital Souza Aguiar, na região central do Rio. Durante a ação de 30 traficantes, um homem que chegava para ser atendido na unidade foi baleado e morreu. Um policial militar e um técnico de enfermagem também foram baleados. O PM não corre risco de morrer. Já o técnico de enfermagem está internado em estado grave. A polícia ainda procura por Fat Family. Outros nove procedimentos apuratórios foram pedidos pelo juiz para entender o grande número de crimes praticados no interior do cárcere no Rio. Uma outra denúncia investigada é de que presos da unidade Bangu 5 encomendaram, no último dia 16, a entrega de dez sanduíches, de uma rede de fast food, acompanhados de batata frita e refrigerante. "Diante da omissão da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, determino que cada um dos fatos narrados seja investigado. Os casos da munição e dos lanches, por exemplo, vão ser investigados pela delegacia responsável por aquela área", disse o magistrado. O juiz ainda determinou a transferência de 15 traficantes do Comando Vermelho para presídios federais. A Secretaria de Administração Penitenciária informou que não vai se pronunciar sobre as investigações e sobre a opinião do juiz Eduardo Oberg.
cotidiano
Justiça descobre que traficantes usavam wi-fi em presídio no RioO juiz da Vara de Execuções Penais (VEP), Eduardo Oberg, responsável pelo sistema penitenciário do Rio, determinou a abertura de uma investigação para saber como entrou e foi instalado um roteador de oito quilos na unidade de Bangu 3, na zona oeste da cidade. O aparelho, apreendido há dez dias, possibilita comunicação via wi-fi livre em toda área. A irregularidade levou o magistrado a determinar uma investigação para apurar o caso. A VEP ainda mandou apurar se ocorreram festas no interior de dois presídios do Rio. Os festejos teriam acontecido para comemorar o resgate do traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, conhecido como Fat Family, na madrugada de domingo (19), no hospital Souza Aguiar, na região central do Rio. Durante a ação de 30 traficantes, um homem que chegava para ser atendido na unidade foi baleado e morreu. Um policial militar e um técnico de enfermagem também foram baleados. O PM não corre risco de morrer. Já o técnico de enfermagem está internado em estado grave. A polícia ainda procura por Fat Family. Outros nove procedimentos apuratórios foram pedidos pelo juiz para entender o grande número de crimes praticados no interior do cárcere no Rio. Uma outra denúncia investigada é de que presos da unidade Bangu 5 encomendaram, no último dia 16, a entrega de dez sanduíches, de uma rede de fast food, acompanhados de batata frita e refrigerante. "Diante da omissão da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, determino que cada um dos fatos narrados seja investigado. Os casos da munição e dos lanches, por exemplo, vão ser investigados pela delegacia responsável por aquela área", disse o magistrado. O juiz ainda determinou a transferência de 15 traficantes do Comando Vermelho para presídios federais. A Secretaria de Administração Penitenciária informou que não vai se pronunciar sobre as investigações e sobre a opinião do juiz Eduardo Oberg.
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Veridiana acerta em pizzas crocantes, mas desliza no serviço; veja avaliação
DE SÃO PAULO Um quê de sofisticação paira no casarão de 1903 onde fica instalada a matriz da pizzaria Veridiana, no bairro de Higienópolis -há outros dois endereços na cidade. Destaque para o forno a lenha, de estrutura majestosa. Dele, saem pizzas à moda de Nápoles, com massa média e coberturas como a que leva linguiça de javali e cebola. De sobremesa, prove a torta de nozes ou o petit gâteau. * Veridiana Informe-se sobre o local Jamie's Italian Informe-se sobre o local Lapin Informe-se sobre o local Brace Bar & Griglia Informe-se sobre o local Feijoada da Bia Informe-se sobre o local
saopaulo
Veridiana acerta em pizzas crocantes, mas desliza no serviço; veja avaliaçãoDE SÃO PAULO Um quê de sofisticação paira no casarão de 1903 onde fica instalada a matriz da pizzaria Veridiana, no bairro de Higienópolis -há outros dois endereços na cidade. Destaque para o forno a lenha, de estrutura majestosa. Dele, saem pizzas à moda de Nápoles, com massa média e coberturas como a que leva linguiça de javali e cebola. De sobremesa, prove a torta de nozes ou o petit gâteau. * Veridiana Informe-se sobre o local Jamie's Italian Informe-se sobre o local Lapin Informe-se sobre o local Brace Bar & Griglia Informe-se sobre o local Feijoada da Bia Informe-se sobre o local
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Abraçado a este mundo
RIO DE JANEIRO - Um apartamento em Ipanema, deixado vago pela morte, há cinco anos, de seu ilustre proprietário, foi esvaziado pelos herdeiros e entrou em obras para ser alugado. Dali a pouco, os operários que foram trabalhar nele começaram a perceber coisas inexplicáveis. Um martelo colocado em um lugar reaparecia em outro. Os vasos davam descarga por conta própria. As lâmpadas piscavam seguindo um padrão. Os rapazes, apavorados, foram falar com o porteiro —nenhum deles queria ficar lá sozinho. O porteiro subiu para conferir. Não viu nada de anormal. Mas ouviu —ou pensa ter ouvido— uma tosse, um suspiro, um pigarro, todos lembrando os ruídos produzidos pelo falecido. Ele próprio sentiu sopros gelados vindos das paredes. Mas tinha de tranquilizar o pessoal. Garantiu que não havia nada demais, que eles estavam imaginando. Os operários, a custo, continuaram a reforma —às vezes, um se demitia, de cabelo em pé. O próprio porteiro deixou de ir ao apartamento vazio à noite. A obra ficou pronta e o imóvel foi alugado. O inquilino, um estrangeiro racional e pragmático, sabia da importância do antigo titular. Foi morar lá, sem desconfiar de nada, e, por muito tempo, não teve do que se queixar. Mas, há pouco, as estranhezas recomeçaram. Torneiras abriam. Livros mudavam de lugar. Um quadro amanheceu de cabeça para baixo. E a trilha sonora retomou os pigarros, tosses e suspiros. O inquilino ficou aterrorizado. Já deve ter se mudado. Fui amigo do velho morador por quase 50 anos e sei que ele nunca acreditou no outro mundo. Talvez por isto tenha se dedicado a entender e nos desvendar —categoricamente— o nosso. É a única explicação. Ao acordar de um estranho sono e descobrir-se morto, não se conformou e se recusa a trocar este mundo por outro que, como ele sempre soube, não existe.
colunas
Abraçado a este mundoRIO DE JANEIRO - Um apartamento em Ipanema, deixado vago pela morte, há cinco anos, de seu ilustre proprietário, foi esvaziado pelos herdeiros e entrou em obras para ser alugado. Dali a pouco, os operários que foram trabalhar nele começaram a perceber coisas inexplicáveis. Um martelo colocado em um lugar reaparecia em outro. Os vasos davam descarga por conta própria. As lâmpadas piscavam seguindo um padrão. Os rapazes, apavorados, foram falar com o porteiro —nenhum deles queria ficar lá sozinho. O porteiro subiu para conferir. Não viu nada de anormal. Mas ouviu —ou pensa ter ouvido— uma tosse, um suspiro, um pigarro, todos lembrando os ruídos produzidos pelo falecido. Ele próprio sentiu sopros gelados vindos das paredes. Mas tinha de tranquilizar o pessoal. Garantiu que não havia nada demais, que eles estavam imaginando. Os operários, a custo, continuaram a reforma —às vezes, um se demitia, de cabelo em pé. O próprio porteiro deixou de ir ao apartamento vazio à noite. A obra ficou pronta e o imóvel foi alugado. O inquilino, um estrangeiro racional e pragmático, sabia da importância do antigo titular. Foi morar lá, sem desconfiar de nada, e, por muito tempo, não teve do que se queixar. Mas, há pouco, as estranhezas recomeçaram. Torneiras abriam. Livros mudavam de lugar. Um quadro amanheceu de cabeça para baixo. E a trilha sonora retomou os pigarros, tosses e suspiros. O inquilino ficou aterrorizado. Já deve ter se mudado. Fui amigo do velho morador por quase 50 anos e sei que ele nunca acreditou no outro mundo. Talvez por isto tenha se dedicado a entender e nos desvendar —categoricamente— o nosso. É a única explicação. Ao acordar de um estranho sono e descobrir-se morto, não se conformou e se recusa a trocar este mundo por outro que, como ele sempre soube, não existe.
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Vasco bate o Flamengo e dá mais um passo contra o rebaixamento
O Vasco derrotou o Flamengo neste domingo (27), no Maracanã, no Rio, por 2 a 1, de virada, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro, e deu mais um passo para tentar sair da zona de rebaixamento. Com o triunfo, o Vasco, 19º na tabela de classificação, chega aos 26 pontos. O primeiro time fora da zona da degola é o Goiás, que tem 31 pontos. Este foi o quinto jogo consecutivo do time de São Januário sem derrota no Brasileiro. Antes da partida deste domingo, a equipe vinha de três vitórias e um empate. Veja vídeo Já o Flamengo fica um pouco mais longe do G4. O time rubro-negro é o sétimo colocado, com 41 pontos. A equipe comandada pelo técnico Oswaldo de Oliveira saiu na frente do placar com um gol de Emerson, aos 11min do primeiro tempo. O Vasco chegou ao empate aos 12min da segunda etapa, com Rodrigo. Aos 16min, Nenê, de pênalti, garantiu o triunfo para o time do técnico Jorginho. Na próxima rodada do Campeonato Brasileiro, o Flamengo recebe o Joinville, no domingo (4), enquanto o Vasco visita o Avaí, no mesmo dia.
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Vasco bate o Flamengo e dá mais um passo contra o rebaixamentoO Vasco derrotou o Flamengo neste domingo (27), no Maracanã, no Rio, por 2 a 1, de virada, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro, e deu mais um passo para tentar sair da zona de rebaixamento. Com o triunfo, o Vasco, 19º na tabela de classificação, chega aos 26 pontos. O primeiro time fora da zona da degola é o Goiás, que tem 31 pontos. Este foi o quinto jogo consecutivo do time de São Januário sem derrota no Brasileiro. Antes da partida deste domingo, a equipe vinha de três vitórias e um empate. Veja vídeo Já o Flamengo fica um pouco mais longe do G4. O time rubro-negro é o sétimo colocado, com 41 pontos. A equipe comandada pelo técnico Oswaldo de Oliveira saiu na frente do placar com um gol de Emerson, aos 11min do primeiro tempo. O Vasco chegou ao empate aos 12min da segunda etapa, com Rodrigo. Aos 16min, Nenê, de pênalti, garantiu o triunfo para o time do técnico Jorginho. Na próxima rodada do Campeonato Brasileiro, o Flamengo recebe o Joinville, no domingo (4), enquanto o Vasco visita o Avaí, no mesmo dia.
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iFood recebe R$ 125 mi em aportes para se expandir
A brasileira Movile e a britânica JustEat, de comércio para dispositivos móveis, investirão R$ 125 milhões para ampliar a área de atuação do aplicativo iFood no país. O montante será aplicado em desenvolvimento de tecnologia, compra de equipamentos, contratação de funcionários e divulgação. "Até o final do ano, pretendemos estar em todas as grandes cidades do país e ter cobertura completa nas capitais", afirma Arthur O'Keefe, diretor da Movile. Hoje, são 5.000 restaurantes cadastrados no aplicativo, número que deve dobrar até dezembro. Da base atual de estabelecimentos em 60 cidades, 10% utiliza, além do meio de comunicação, os serviços de entrega que o iFood oferece. "Queremos ampliar esse serviço, que é muito importante para nós, com a entrada [do aplicativo] em outras cidades", diz O'Keefe. Para estar na base de estabelecimentos do iFood, o restaurante paga entre 10% e 12% do total vendido por meio da plataforma. Para contratar um serviço de entregas, o custo é maior. Apesar da crise econômica, a empresa acredita que há espaço para crescer. "O Brasil é um país que gosta da praticidade de pedir comida pelo celular." Do total, a Movile será responsável por R$ 83 milhões, e a JustEat entrará com o restante. A brasileira é a maior acionista da joint venture, com 60% das ações. * Decoração compacta A Imaginarium, rede de lojas de objetos de design, vai abrir 30 unidades neste ano no país, com foco em municípios de 100 mil a 200 mil habitantes. Ao menos dez terão perfil mais compacto. Hoje, são três em operação, em Itabira e Divinópolis, em Minas Gerais, e Pato Branco (PR). "Com o momento atual, as pessoas estão mais avessas a fazer investimentos arriscados", diz Newton Ribeiro, presidente da rede. "O foco é que esses pontos tenham um custo de instalação mais baixo, em linha com a expectativa de vendas menor nesses municípios." Nas cidades com menos de 100 mil habitantes, a presença da marca continuará sendo feita por meio das franquias Love Brands, que comercializam também produtos da Balonè e da Puket. "Começamos também a trabalhar para aumentar o faturamento médio das nossas lojas, com produtos mais elaborados", afirma. R$ 180 milhões foi o faturamento aproximado da rede em 2014 180 são as unidades em operação 30 m² é o tamanho médio de uma loja compacta, enquanto a convencional chega a 40 m² * Aperto empresarial Os pedidos de recuperação judicial feitos por empresas cresceram 6,4% no acumulado de janeiro a maio deste ano, em relação ao mesmo período de 2014, segundo a Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). "O aumento não está em um patamar muito elevado, mas é uma alta que já reflete o momento da economia do país", diz Flávio Calife, economista da entidade. Nos primeiros cinco meses deste ano, as recuperações judiciais deferidas pela Justiça avançaram 4,5%. Os pedidos de falência, por sua vez, recuaram 1,7% no mesmo intervalo. "É uma queda que, por causa do quadro atual, não deverá se manter ao longo do ano." O estudo é feito com base em dados de varas de falência das Justiças estaduais de todo o país. * Prioridade de RH A instabilidade econômica alterou as prioridades dos departamentos de RH das companhias do país neste ano. Lidar com mudanças, por exemplo, foi um dos itens que subiu no ranking das atividades consideradas prioritárias. No ano passado, ficava na quinta posição. Em 2015, passou para a segunda. Desenvolvimento de liderança ocupou o primeiro lugar nos dois anos. Enquanto retenção de talentos e desenvolvimento de executivos foram atividades que sumiram das dez primeiras colocações, aumento da produtividade, apareceu pela primeira vez. A pesquisa, que consultou 700 organizações brasileiras, é da Associação Brasileira de Recursos Humanos, da MicroPower e do Institute For Corporate Productivity. * Mais... A Weidmann, fabricante suíça de produtos de isolamento elétrico para transformadores de energia, terá uma nova fábrica em Valinhos, no interior de São Paulo. A unidade receberá a produção que hoje está em Piracicaba (SP). ...volts A nova planta terá uma capacidade 50% superior, com um quadro de 140 funcionários. A multinacional tem hoje quatro fábricas, 18 laboratórios em operação no mundo e emprega cerca de 3.000 trabalhadores. Vitrine Produtos de 36 marcas brasileiras terão espaços exclusivos, em junho e julho, em lojas da rede varejista Isetan, no Japão. Há grupos de moda, cosméticos e alimentos, entre outras áreas, selecionados pela Apex-Brasil. com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI
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iFood recebe R$ 125 mi em aportes para se expandirA brasileira Movile e a britânica JustEat, de comércio para dispositivos móveis, investirão R$ 125 milhões para ampliar a área de atuação do aplicativo iFood no país. O montante será aplicado em desenvolvimento de tecnologia, compra de equipamentos, contratação de funcionários e divulgação. "Até o final do ano, pretendemos estar em todas as grandes cidades do país e ter cobertura completa nas capitais", afirma Arthur O'Keefe, diretor da Movile. Hoje, são 5.000 restaurantes cadastrados no aplicativo, número que deve dobrar até dezembro. Da base atual de estabelecimentos em 60 cidades, 10% utiliza, além do meio de comunicação, os serviços de entrega que o iFood oferece. "Queremos ampliar esse serviço, que é muito importante para nós, com a entrada [do aplicativo] em outras cidades", diz O'Keefe. Para estar na base de estabelecimentos do iFood, o restaurante paga entre 10% e 12% do total vendido por meio da plataforma. Para contratar um serviço de entregas, o custo é maior. Apesar da crise econômica, a empresa acredita que há espaço para crescer. "O Brasil é um país que gosta da praticidade de pedir comida pelo celular." Do total, a Movile será responsável por R$ 83 milhões, e a JustEat entrará com o restante. A brasileira é a maior acionista da joint venture, com 60% das ações. * Decoração compacta A Imaginarium, rede de lojas de objetos de design, vai abrir 30 unidades neste ano no país, com foco em municípios de 100 mil a 200 mil habitantes. Ao menos dez terão perfil mais compacto. Hoje, são três em operação, em Itabira e Divinópolis, em Minas Gerais, e Pato Branco (PR). "Com o momento atual, as pessoas estão mais avessas a fazer investimentos arriscados", diz Newton Ribeiro, presidente da rede. "O foco é que esses pontos tenham um custo de instalação mais baixo, em linha com a expectativa de vendas menor nesses municípios." Nas cidades com menos de 100 mil habitantes, a presença da marca continuará sendo feita por meio das franquias Love Brands, que comercializam também produtos da Balonè e da Puket. "Começamos também a trabalhar para aumentar o faturamento médio das nossas lojas, com produtos mais elaborados", afirma. R$ 180 milhões foi o faturamento aproximado da rede em 2014 180 são as unidades em operação 30 m² é o tamanho médio de uma loja compacta, enquanto a convencional chega a 40 m² * Aperto empresarial Os pedidos de recuperação judicial feitos por empresas cresceram 6,4% no acumulado de janeiro a maio deste ano, em relação ao mesmo período de 2014, segundo a Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). "O aumento não está em um patamar muito elevado, mas é uma alta que já reflete o momento da economia do país", diz Flávio Calife, economista da entidade. Nos primeiros cinco meses deste ano, as recuperações judiciais deferidas pela Justiça avançaram 4,5%. Os pedidos de falência, por sua vez, recuaram 1,7% no mesmo intervalo. "É uma queda que, por causa do quadro atual, não deverá se manter ao longo do ano." O estudo é feito com base em dados de varas de falência das Justiças estaduais de todo o país. * Prioridade de RH A instabilidade econômica alterou as prioridades dos departamentos de RH das companhias do país neste ano. Lidar com mudanças, por exemplo, foi um dos itens que subiu no ranking das atividades consideradas prioritárias. No ano passado, ficava na quinta posição. Em 2015, passou para a segunda. Desenvolvimento de liderança ocupou o primeiro lugar nos dois anos. Enquanto retenção de talentos e desenvolvimento de executivos foram atividades que sumiram das dez primeiras colocações, aumento da produtividade, apareceu pela primeira vez. A pesquisa, que consultou 700 organizações brasileiras, é da Associação Brasileira de Recursos Humanos, da MicroPower e do Institute For Corporate Productivity. * Mais... A Weidmann, fabricante suíça de produtos de isolamento elétrico para transformadores de energia, terá uma nova fábrica em Valinhos, no interior de São Paulo. A unidade receberá a produção que hoje está em Piracicaba (SP). ...volts A nova planta terá uma capacidade 50% superior, com um quadro de 140 funcionários. A multinacional tem hoje quatro fábricas, 18 laboratórios em operação no mundo e emprega cerca de 3.000 trabalhadores. Vitrine Produtos de 36 marcas brasileiras terão espaços exclusivos, em junho e julho, em lojas da rede varejista Isetan, no Japão. Há grupos de moda, cosméticos e alimentos, entre outras áreas, selecionados pela Apex-Brasil. com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI
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Ameaçado de rebaixamento, Goiás efetiva preparador físico como técnico
O Goiás decidiu apostar no preparador físico da equipe para tentar escapar do rebaixamento no Campeonato Brasileiro. O preparador físico Danny Sérgio foi efetivado como técnico nesta segunda-feira (19). O presidente do time goiano, Sérgio Rassi, disse que tentou negociar com Enderson Moreira, Milton Mendes e Sergio Soares antes de optar pela solução caseira, mas elogiou o escolhido para o cargo. "Estamos com a pessoa que melhor pode resolver o problema da harmonia no elenco", afirmou. O novo treinador mostrou confiança em conduzir o time a uma reação na reta final do Brasileiro. Para ele, o momento é de unir forças na equipe, atualmente na 18ª colocação, com 31 pontos. "Falei que vamos ganhar esse jogo contra o Cruzeiro [no próximo domingo, às 18h]. Vamos unir todos para dar o primeiro passo para sair da zona", disse. Questionado sobre suas condições de assumir o comando da equipe em turbulência, o técnico contou que foi surpreendido. "A oportunidade chegou antes do que eu esperava, admito, mas me sinto preparado e honrado em aceitar esse cargo. O presidente confia em mim, tenho o dia a dia com os jogadores e muito tempo na casa. Isso me credencia", afirmou. Danny Sérgio assumirá o posto de treinador um dia depois de Artur Neto pedir demissão, após quatro derrotas consecutivas em quatro jogos no comando do Goiás. O novo comandante será o quarto treinador do time no Brasileiro. Além de Neto, antes dele estiveram à frente do clube os técnicos Hélio dos Anjos e Julinho Camargo.
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Ameaçado de rebaixamento, Goiás efetiva preparador físico como técnicoO Goiás decidiu apostar no preparador físico da equipe para tentar escapar do rebaixamento no Campeonato Brasileiro. O preparador físico Danny Sérgio foi efetivado como técnico nesta segunda-feira (19). O presidente do time goiano, Sérgio Rassi, disse que tentou negociar com Enderson Moreira, Milton Mendes e Sergio Soares antes de optar pela solução caseira, mas elogiou o escolhido para o cargo. "Estamos com a pessoa que melhor pode resolver o problema da harmonia no elenco", afirmou. O novo treinador mostrou confiança em conduzir o time a uma reação na reta final do Brasileiro. Para ele, o momento é de unir forças na equipe, atualmente na 18ª colocação, com 31 pontos. "Falei que vamos ganhar esse jogo contra o Cruzeiro [no próximo domingo, às 18h]. Vamos unir todos para dar o primeiro passo para sair da zona", disse. Questionado sobre suas condições de assumir o comando da equipe em turbulência, o técnico contou que foi surpreendido. "A oportunidade chegou antes do que eu esperava, admito, mas me sinto preparado e honrado em aceitar esse cargo. O presidente confia em mim, tenho o dia a dia com os jogadores e muito tempo na casa. Isso me credencia", afirmou. Danny Sérgio assumirá o posto de treinador um dia depois de Artur Neto pedir demissão, após quatro derrotas consecutivas em quatro jogos no comando do Goiás. O novo comandante será o quarto treinador do time no Brasileiro. Além de Neto, antes dele estiveram à frente do clube os técnicos Hélio dos Anjos e Julinho Camargo.
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No Rio, secretário defende que o caixa do Estado exige 'resolver o curto prazo'
O secretário da Fazenda do Rio de Janeiro, Julio Bueno, diz que o caixa do Estado está em uma situação que exige prioritariamente "resolver o curto prazo". Com a crise no setor de petróleo e a queda na arrecadação, o governo Luiz Fernando Pezão (PMDB) ampliou este ano a utilização de recursos de depósitos judiciais para até 62,5% do total retido nos bancos. O limite anterior, de 25%, foi fixado em 2013 e ainda é questionado no Supremo Tribunal Federal. "Todos os Estados estão com dificuldade, não tem ninguém sadio. É um momento muito difícil. E os recursos são muito importantes para aliviar as dores e agruras dos Estados", afirma Bueno. Segundo o secretário, não há risco para a devolução dos recursos e isso estará previsto no planejamento dos próximos anos. "Quando o Brasil voltar a crescer, a condição fiscal vai ser completamente diferente." Sobre a contestação no Supremo, o secretário diz que a aprovação da lei no Estado contou com a participação e o aval dos três Poderes.
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No Rio, secretário defende que o caixa do Estado exige 'resolver o curto prazo'O secretário da Fazenda do Rio de Janeiro, Julio Bueno, diz que o caixa do Estado está em uma situação que exige prioritariamente "resolver o curto prazo". Com a crise no setor de petróleo e a queda na arrecadação, o governo Luiz Fernando Pezão (PMDB) ampliou este ano a utilização de recursos de depósitos judiciais para até 62,5% do total retido nos bancos. O limite anterior, de 25%, foi fixado em 2013 e ainda é questionado no Supremo Tribunal Federal. "Todos os Estados estão com dificuldade, não tem ninguém sadio. É um momento muito difícil. E os recursos são muito importantes para aliviar as dores e agruras dos Estados", afirma Bueno. Segundo o secretário, não há risco para a devolução dos recursos e isso estará previsto no planejamento dos próximos anos. "Quando o Brasil voltar a crescer, a condição fiscal vai ser completamente diferente." Sobre a contestação no Supremo, o secretário diz que a aprovação da lei no Estado contou com a participação e o aval dos três Poderes.
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Lava Jato corre o risco que abalou a Mãos Limpas
O fim do grupo exclusivo da Lava Jato em Curitiba pode ter sido apenas uma medida de natureza administrativa, que não afetará necessariamente as operações da maior operação de combate à corrupção no Brasil. É essa, pelo menos, a alegação oficial. Mas pode ser também um passo mais para quebrar as pernas dos investigadores. Suspeito que seja esta a hipótese mais provável, por um motivo bem simples: não dá para ser inocente a ponto de acreditar que uma investigação que atinge os mais poderosos agentes públicos e privados –até aqui intocáveis– prossiga sem que haja uma reação deles e de seus protegidos e/ou correligionários. É útil, a propósito, rememorar o que houve com uma operação parecida, a "Mãos Limpas", efetuada na Itália, que tem pontos de contato com a brasileira, mas também tem, naturalmente, diferenças importantes. Vou basear a comparação em excelente artigo da economista Maria Cristina Pinotti para o Instituto Fernand Braudel, notável centro de pesquisas em São Paulo. Para começar, a rememoração do que foi a "Mãos Limpas": "foi a maior investigação sobre corrupção na administração pública de que se tem notícia. Ocorreu na Itália, a partir do início de 1992, e durou dez anos. "Seu período crucial, entretanto, teve a duração de aproximadamente três anos, até o fim de 1994. "As investigações desvendaram um sistema criminoso e corrupto muito abrangente que atingiu algumas centenas de parlamentares de praticamente todo o arco político da época (exceção feita aos partidos de extrema esquerda e extrema direita), além de empresários, policiais e membros do judiciário". Muito semelhante à Lava Jato, certo? Na Itália, foram acusados dois chefes de governo (Bettino Craxi, do Partido Socialista Italiano, e Silvio Berlusconi, criador de "Forza Italia", de direita). Mais uma coincidência com o Brasil: aqui, todos os três chefes de governo mais recentes (o atual, Michel Temer, e seus antecessores Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff) estão sob suspeita em casos investigados pela Lava Jato, de diferentes naturezas. Uma diferença essencial: Bettino Craxi teve que renunciar e acabou morrendo no exílio (na Tunísia). Berlusconi chegou a ser condenado em primeira instância, mas escapou na segunda instância e até hoje consegue postergar indefinidamente o julgamento por diferentes acusações. Como é natural, pelo peso político e econômico dos envolvidos, a "Mãos Limpas" provocou enorme reação, relata Pinotti: "Avolumaram-se as denúncias na imprensa sobre abuso de poder nas investigações e foi iniciada uma verdadeira indústria de dossiês, sobretudo contra a figura principal da operação, o procurador Antonio Di Pietro. Em meados de 1994 o conselho de ministros do novo governo [de Berlusconi] aprovou um decreto lei que ficou conhecido popularmente como decreto 'salva ladrões' (salva ladri), que impedia prisão cautelar para a maioria dos crimes de corrupção. Com isso, a maior parte dos presos foi solta, indo para prisão domiciliar, provocando um enorme dano nas investigações". Lembra o Brasil? Lembra a tentativa de derrubar a hipótese de prisões após condenação em segunda instância? Há mais, sempre segundo Pinotti: "Há quem diga, por exemplo, que seu objetivo [da OMP ou Operazione Mani Pulite, nome em italiano] era eliminar toda a classe política, seguindo um plano orquestrado pelos comunistas, ou pela CIA –dependendo da preferência ideológica do acusador." Você certamente já leu ou ouviu esse tipo de comentário sobre a Lava Jato, certo? Continua a comparação: "Lá (como cá...) acusava-se a OMP de investigar apenas alguns setores da classe política, preservando outros (como o Partido Comunista)". Lembra-se de o PT inteiro dizer que a Lava Jato é uma operação para destruir o partido? Na Itália, a defesa dos magistrados era que não haviam conseguido provas para indiciar outros setores. Aqui, a defesa acabou sendo a realidade: a Lava Jato não poupa nenhum grande ou médio partido. A operação desmonte da "Mãos Limpas" passou também por denúncias de excessos no uso de delações premiadas, de prisões e de escutas, como ocorre agora no Brasil. Diz Pinotti, sobre a Itália: "As denúncias nunca foram comprovadas, mesmo depois de inúmeras investigações oficiais ocorridas desde então". Creio que é o suficiente para que o público fique atento para evitar o desmanche da Lava Jato, que pode ter defeitos e pode até cometer abusos, mas tem um resultado positivo impossível de negar: prisões de intocáveis e a confissão de executivos de grandes empresas de que cometeram crimes. Ninguém confessa nada se não cair na rede uma investigação bem feita.
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Lava Jato corre o risco que abalou a Mãos LimpasO fim do grupo exclusivo da Lava Jato em Curitiba pode ter sido apenas uma medida de natureza administrativa, que não afetará necessariamente as operações da maior operação de combate à corrupção no Brasil. É essa, pelo menos, a alegação oficial. Mas pode ser também um passo mais para quebrar as pernas dos investigadores. Suspeito que seja esta a hipótese mais provável, por um motivo bem simples: não dá para ser inocente a ponto de acreditar que uma investigação que atinge os mais poderosos agentes públicos e privados –até aqui intocáveis– prossiga sem que haja uma reação deles e de seus protegidos e/ou correligionários. É útil, a propósito, rememorar o que houve com uma operação parecida, a "Mãos Limpas", efetuada na Itália, que tem pontos de contato com a brasileira, mas também tem, naturalmente, diferenças importantes. Vou basear a comparação em excelente artigo da economista Maria Cristina Pinotti para o Instituto Fernand Braudel, notável centro de pesquisas em São Paulo. Para começar, a rememoração do que foi a "Mãos Limpas": "foi a maior investigação sobre corrupção na administração pública de que se tem notícia. Ocorreu na Itália, a partir do início de 1992, e durou dez anos. "Seu período crucial, entretanto, teve a duração de aproximadamente três anos, até o fim de 1994. "As investigações desvendaram um sistema criminoso e corrupto muito abrangente que atingiu algumas centenas de parlamentares de praticamente todo o arco político da época (exceção feita aos partidos de extrema esquerda e extrema direita), além de empresários, policiais e membros do judiciário". Muito semelhante à Lava Jato, certo? Na Itália, foram acusados dois chefes de governo (Bettino Craxi, do Partido Socialista Italiano, e Silvio Berlusconi, criador de "Forza Italia", de direita). Mais uma coincidência com o Brasil: aqui, todos os três chefes de governo mais recentes (o atual, Michel Temer, e seus antecessores Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff) estão sob suspeita em casos investigados pela Lava Jato, de diferentes naturezas. Uma diferença essencial: Bettino Craxi teve que renunciar e acabou morrendo no exílio (na Tunísia). Berlusconi chegou a ser condenado em primeira instância, mas escapou na segunda instância e até hoje consegue postergar indefinidamente o julgamento por diferentes acusações. Como é natural, pelo peso político e econômico dos envolvidos, a "Mãos Limpas" provocou enorme reação, relata Pinotti: "Avolumaram-se as denúncias na imprensa sobre abuso de poder nas investigações e foi iniciada uma verdadeira indústria de dossiês, sobretudo contra a figura principal da operação, o procurador Antonio Di Pietro. Em meados de 1994 o conselho de ministros do novo governo [de Berlusconi] aprovou um decreto lei que ficou conhecido popularmente como decreto 'salva ladrões' (salva ladri), que impedia prisão cautelar para a maioria dos crimes de corrupção. Com isso, a maior parte dos presos foi solta, indo para prisão domiciliar, provocando um enorme dano nas investigações". Lembra o Brasil? Lembra a tentativa de derrubar a hipótese de prisões após condenação em segunda instância? Há mais, sempre segundo Pinotti: "Há quem diga, por exemplo, que seu objetivo [da OMP ou Operazione Mani Pulite, nome em italiano] era eliminar toda a classe política, seguindo um plano orquestrado pelos comunistas, ou pela CIA –dependendo da preferência ideológica do acusador." Você certamente já leu ou ouviu esse tipo de comentário sobre a Lava Jato, certo? Continua a comparação: "Lá (como cá...) acusava-se a OMP de investigar apenas alguns setores da classe política, preservando outros (como o Partido Comunista)". Lembra-se de o PT inteiro dizer que a Lava Jato é uma operação para destruir o partido? Na Itália, a defesa dos magistrados era que não haviam conseguido provas para indiciar outros setores. Aqui, a defesa acabou sendo a realidade: a Lava Jato não poupa nenhum grande ou médio partido. A operação desmonte da "Mãos Limpas" passou também por denúncias de excessos no uso de delações premiadas, de prisões e de escutas, como ocorre agora no Brasil. Diz Pinotti, sobre a Itália: "As denúncias nunca foram comprovadas, mesmo depois de inúmeras investigações oficiais ocorridas desde então". Creio que é o suficiente para que o público fique atento para evitar o desmanche da Lava Jato, que pode ter defeitos e pode até cometer abusos, mas tem um resultado positivo impossível de negar: prisões de intocáveis e a confissão de executivos de grandes empresas de que cometeram crimes. Ninguém confessa nada se não cair na rede uma investigação bem feita.
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Cerveró comprou nove imóveis em nove anos, diz PF
Entre 2003 e 2012, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró adquiriu nove imóveis –cinco à vista e quatro a prazo– no Rio de Janeiro e em Petrópolis (RJ), e vendeu quatro. As propriedades adquiridas na capital fluminense ficam nos bairros Ipanema e Copacabana. Nesse período, Cerveró foi diretor da área internacional da estatal, de 2003 a 2008, e diretor financeiro da BR Distribuidora, de 2008 e março de 2014, além de conselheiro da Liquigás Distribuidora, uma empresa subsidiária da petroleira. Nas escrituras de compra e venda, os imóveis adquiridos por Cerveró custaram ao todo R$ 1,82 milhão. No entanto, a PF aponta que o valor é muito inferior ao valor correto praticado no mercado. Um dos imóveis, que valeria apenas R$ 200 mil no papel, sairia por aproximadamente R$ 2,3 milhões, de acordo com uma "avaliação judicial feita sobre o apartamento 201 do mesmo edifício em 3 de junho de 2013". A informação consta em despacho do juiz federal de Curitiba (PR) Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato. As aquisições dos imóveis foram informadas pela Polícia Federal no inquérito da Operação Lava Jato que levou à prisão de Cerveró na madrugada desta quarta-feira (14) no aeroporto internacional do Rio. Em uma das aquisições feitas à vista, Cerveró fez um depósito em espécie de R$ 192,1 mil na conta do vendedor do apartamento. Segundo relatório do Coaf (unidade de inteligência financeira do governo federal, vinculado ao Ministério da Fazenda), essa aquisição se enquadrou como uma operação sob suspeita, prevista em circular do Banco Central, que deve obrigatoriamente ser comunicada pelas instituições financeiras ao Coaf. No dia 10 de junho de 2014, após a deflagração da primeira fase da Operação Lava Jato, ocorrida em março, Cerveró repassou quatro de seus apartamentos para dois filhos. No despacho que determinou a prisão do ex-diretor, o juiz Moro afirmou: "Nestor Cerveró (...) vem tentando blindar seu patrimônio capaz de ser, a curto prazo, rastreado no país, transferindo-o a pessoas de sua confiança". Indagado pela Folha sobre a prática de compra de imóveis à vista, o advogado de Cerveró, Edson Moraes, disse que ainda não tomou conhecimento de todas as peças do inquérito, não tinha informação sobre as compras e que seu cliente "nunca foi indagado sobre nada disso". "O Nestor se colocou à disposição da Polícia Federal ainda em abril de 2014 e nunca foi chamado para prestar qualquer esclarecimento", disse Moraes. O advogado negou que, ao repassar os imóveis aos filhos, Cerveró tenha procurado se esquivar da Justiça. "É uma doação que ele fez aos seus filhos. O valor é baixo no papel porque foi o valor da época da aquisição, é o valor do registro, isso é comum nos cartórios", disse o advogado. BANCOOP O relatório do Coaf entregue à Justiça Federal pela PF também trata como suspeita uma operação realizada em 2009 pela Bancoop, a cooperativa habitacional dos bancários de São Paulo, então dirigida pelo tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. Em novembro de 2009, o sindicato dos bancários repassou R$ 18 milhões para a Bancoop que, na sequência, depositou o valor na conta da empresa Planner Corretora de Valores. O banco Bradesco informou a operação ao Coaf porque considerou o episódio como "contas que não demonstram ser resultado de atividades ou negócios normais, visto que utilizadas para recebimento ou pagamento de quantias significativas sem indicação clara de finalidade ou relação com o titular da conta ou seu negócio". A Folha apurou que a operação de 2009 consistiu no pagamento para um grupo de fundos de pensão e outros acionistas que haviam comparecido, anos antes, para ajudar os cofres da Bancoop a partir da aquisição de cotas de um fundo de investimentos lançado pela cooperativa. A Folha não conseguiu encontrar os representantes da Planner. A Bancoop informou, por meio da assessoria de imprensa, que não tinha tempo hábil para se pronunciar sobre o caso até a publicação da reportagem. A assessoria de comunicação do PT disse não ter conseguido contatar Vaccari.
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Cerveró comprou nove imóveis em nove anos, diz PFEntre 2003 e 2012, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró adquiriu nove imóveis –cinco à vista e quatro a prazo– no Rio de Janeiro e em Petrópolis (RJ), e vendeu quatro. As propriedades adquiridas na capital fluminense ficam nos bairros Ipanema e Copacabana. Nesse período, Cerveró foi diretor da área internacional da estatal, de 2003 a 2008, e diretor financeiro da BR Distribuidora, de 2008 e março de 2014, além de conselheiro da Liquigás Distribuidora, uma empresa subsidiária da petroleira. Nas escrituras de compra e venda, os imóveis adquiridos por Cerveró custaram ao todo R$ 1,82 milhão. No entanto, a PF aponta que o valor é muito inferior ao valor correto praticado no mercado. Um dos imóveis, que valeria apenas R$ 200 mil no papel, sairia por aproximadamente R$ 2,3 milhões, de acordo com uma "avaliação judicial feita sobre o apartamento 201 do mesmo edifício em 3 de junho de 2013". A informação consta em despacho do juiz federal de Curitiba (PR) Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato. As aquisições dos imóveis foram informadas pela Polícia Federal no inquérito da Operação Lava Jato que levou à prisão de Cerveró na madrugada desta quarta-feira (14) no aeroporto internacional do Rio. Em uma das aquisições feitas à vista, Cerveró fez um depósito em espécie de R$ 192,1 mil na conta do vendedor do apartamento. Segundo relatório do Coaf (unidade de inteligência financeira do governo federal, vinculado ao Ministério da Fazenda), essa aquisição se enquadrou como uma operação sob suspeita, prevista em circular do Banco Central, que deve obrigatoriamente ser comunicada pelas instituições financeiras ao Coaf. No dia 10 de junho de 2014, após a deflagração da primeira fase da Operação Lava Jato, ocorrida em março, Cerveró repassou quatro de seus apartamentos para dois filhos. No despacho que determinou a prisão do ex-diretor, o juiz Moro afirmou: "Nestor Cerveró (...) vem tentando blindar seu patrimônio capaz de ser, a curto prazo, rastreado no país, transferindo-o a pessoas de sua confiança". Indagado pela Folha sobre a prática de compra de imóveis à vista, o advogado de Cerveró, Edson Moraes, disse que ainda não tomou conhecimento de todas as peças do inquérito, não tinha informação sobre as compras e que seu cliente "nunca foi indagado sobre nada disso". "O Nestor se colocou à disposição da Polícia Federal ainda em abril de 2014 e nunca foi chamado para prestar qualquer esclarecimento", disse Moraes. O advogado negou que, ao repassar os imóveis aos filhos, Cerveró tenha procurado se esquivar da Justiça. "É uma doação que ele fez aos seus filhos. O valor é baixo no papel porque foi o valor da época da aquisição, é o valor do registro, isso é comum nos cartórios", disse o advogado. BANCOOP O relatório do Coaf entregue à Justiça Federal pela PF também trata como suspeita uma operação realizada em 2009 pela Bancoop, a cooperativa habitacional dos bancários de São Paulo, então dirigida pelo tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. Em novembro de 2009, o sindicato dos bancários repassou R$ 18 milhões para a Bancoop que, na sequência, depositou o valor na conta da empresa Planner Corretora de Valores. O banco Bradesco informou a operação ao Coaf porque considerou o episódio como "contas que não demonstram ser resultado de atividades ou negócios normais, visto que utilizadas para recebimento ou pagamento de quantias significativas sem indicação clara de finalidade ou relação com o titular da conta ou seu negócio". A Folha apurou que a operação de 2009 consistiu no pagamento para um grupo de fundos de pensão e outros acionistas que haviam comparecido, anos antes, para ajudar os cofres da Bancoop a partir da aquisição de cotas de um fundo de investimentos lançado pela cooperativa. A Folha não conseguiu encontrar os representantes da Planner. A Bancoop informou, por meio da assessoria de imprensa, que não tinha tempo hábil para se pronunciar sobre o caso até a publicação da reportagem. A assessoria de comunicação do PT disse não ter conseguido contatar Vaccari.
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Turquia cessará Convenção Europeia de Direitos Humanos, diz vice-premiê
O Parlamento turco aprovou formalmente uma moção nesta quinta-feira (21) para estabelecer o estado de emergência por três meses no país, após a tentativa fracassada de golpe militar da última sexta-feira (15). O presidente turco, Tayyip Erdogan, anunciou o plano para um estado de emergência no final da quarta-feira, alegando que permitiria às autoridades atuarem rapidamente e efetivamente para combater os apoiadores da tentativa fracassada de golpe. Ele acusou um influente clérigo turco que mora nos Estados Unidos de ser o mentor do golpe. Parlamentares apoiaram a moção por 346 votos a 115. O governista Partido AK, fundado por Erdogan e que está no poder desde 2002, tem uma maioria parlamentar confortável. Nesta quinta (21), o vice-premiê da Turquia, Numan Kurtulmus, afirmou que o país suspenderá temporariamente a Convenção Europeia de Direitos Humanos, que proíbe tratamento desumano e garante o "direito ao respeito da vida privada". A medida é um desdobramento do estado de emergência declarado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan nesta quarta (20) e segue o exemplo da França, que fez o mesmo após os ataques terroristas em Paris, em novembro do ano passado. Em entrevista para a NTV, Kurtulmus afirmou que o estado de emergência pode terminar até dentro de um mês e meio. Segundo Erdogan, no entanto, a decisão durará pelo menos três meses e vai permitir a seu governo adotar medidas contra quem julga responsável pela tentativa de golpe, na sexta-feira (15), como o estabelecimento de leis sem aprovação do Legislativo e a suspensão de direitos e liberdades. Nesta quinta, a Turquia tentou assegurar a sua população e à comunidade internacional que o estabelecimento do estado de emergência não significa uma volta à repressão do passado. Para parte dos turcos, o anúncio trouxe receios do retorno de uma lei marcial aplicada em 1980 ou do estado de emergência aplicado a uma parte do país nos anos 1990. Tanto a entrevista à NTV quanto as declarações do vice-premiê publicadas no Twitter foram vistas como uma maneira de acalmar o mercado financeiro e dispersar comparações com o passado. "O estado de emergência na Turquia não vai incluir restrição de movimento, associação, liberdade de imprensa etc. Não é a lei marcial dos anos 1990", escreveu no Twitter. "Estou confiante de que a Turquia sairá disso com uma democracia mais forte, uma economia de mercado funcionando melhor e um clima para investimento desenvolvido", escreveu o vice-premiê, que já trabalhou em Wall Street e é próximo ao setor financeiro. O mercado reagiu negativamente ao anúncio do cerco e teve um novo recorde de baixa. O estado de emergência entrou em vigor após ter sido publicado no jornal oficial do governo nesta quinta. A medida ainda precisa ser chancelada pelo Parlamento, o que deve ocorrer ainda hoje, já que o partido do governo tem maioria no Legislativo. As garantias oferecidas não foram compradas de pronto pelo principal partido da oposição. "Com esta medida, você cria uma forma de governar que abre caminho para o abuso", afirmou à Reuters o parlamentar Sezgin Tanrikulu, do Partido Republicano do Povo (CHP). "A tentativa de golpe foi rejeitada pelo Parlamento e pela oposição, o governo poderia ter lutado contra ela com medidas mais comedidas." Já o partido nacionalista da oposição, o MHP, apoiou o anúncio de Erdogan. "O Partido do Movimento Nacionalista estará ao lado do Estado e do povo nesta hora sombria e difícil, custe o que custar", afirmou o líder Devlet Bahceli por meio de comunicado. EXPURGO A Turquia procurou assegurar a seus cidadãos e ao restante do mundo nesta quinta-feira de que não haverá um retorno à repressão intensa do passado, apesar de o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ter imposto o primeiro estado de emergência de âmbito nacional desde a década de 1980. No momento em que as autoridades perseguem dezenas de milhares de pessoas no judiciário, na educação, nas Forças Armadas e no funcionalismo público na esteira do golpe militar fracassado de sexta-feira, um parlamentar do principal partido de oposição disse que o estado de emergência criou "uma maneira de governar que abre caminho para os abusos". A Alemanha pediu que a medida seja revogada o mais rápido possível, e um grupo internacional de advogados alertou a Turquia para que não a utilize para subverter a lei e os direitos humanos, ressaltando as alegações de tortura e de maus tratos de pessoas detidas na operação repressiva de larga escala. Para alguns turcos, a ação despertou o temor de uma volta aos dias de lei marcial que se seguiram ao golpe militar de 1980, ou ao auge da insurgência curda nos anos 1990, quando a maior parte do sudeste de maioria curda da nação foi submetida a um estado de emergência declarado pelo governo anterior. Cerca de 60 mil soldados, policiais, juízes, servidores públicos e professores foram suspensos, detidos ou postos sob investigação desde que o golpe foi frustrado.
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Turquia cessará Convenção Europeia de Direitos Humanos, diz vice-premiêO Parlamento turco aprovou formalmente uma moção nesta quinta-feira (21) para estabelecer o estado de emergência por três meses no país, após a tentativa fracassada de golpe militar da última sexta-feira (15). O presidente turco, Tayyip Erdogan, anunciou o plano para um estado de emergência no final da quarta-feira, alegando que permitiria às autoridades atuarem rapidamente e efetivamente para combater os apoiadores da tentativa fracassada de golpe. Ele acusou um influente clérigo turco que mora nos Estados Unidos de ser o mentor do golpe. Parlamentares apoiaram a moção por 346 votos a 115. O governista Partido AK, fundado por Erdogan e que está no poder desde 2002, tem uma maioria parlamentar confortável. Nesta quinta (21), o vice-premiê da Turquia, Numan Kurtulmus, afirmou que o país suspenderá temporariamente a Convenção Europeia de Direitos Humanos, que proíbe tratamento desumano e garante o "direito ao respeito da vida privada". A medida é um desdobramento do estado de emergência declarado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan nesta quarta (20) e segue o exemplo da França, que fez o mesmo após os ataques terroristas em Paris, em novembro do ano passado. Em entrevista para a NTV, Kurtulmus afirmou que o estado de emergência pode terminar até dentro de um mês e meio. Segundo Erdogan, no entanto, a decisão durará pelo menos três meses e vai permitir a seu governo adotar medidas contra quem julga responsável pela tentativa de golpe, na sexta-feira (15), como o estabelecimento de leis sem aprovação do Legislativo e a suspensão de direitos e liberdades. Nesta quinta, a Turquia tentou assegurar a sua população e à comunidade internacional que o estabelecimento do estado de emergência não significa uma volta à repressão do passado. Para parte dos turcos, o anúncio trouxe receios do retorno de uma lei marcial aplicada em 1980 ou do estado de emergência aplicado a uma parte do país nos anos 1990. Tanto a entrevista à NTV quanto as declarações do vice-premiê publicadas no Twitter foram vistas como uma maneira de acalmar o mercado financeiro e dispersar comparações com o passado. "O estado de emergência na Turquia não vai incluir restrição de movimento, associação, liberdade de imprensa etc. Não é a lei marcial dos anos 1990", escreveu no Twitter. "Estou confiante de que a Turquia sairá disso com uma democracia mais forte, uma economia de mercado funcionando melhor e um clima para investimento desenvolvido", escreveu o vice-premiê, que já trabalhou em Wall Street e é próximo ao setor financeiro. O mercado reagiu negativamente ao anúncio do cerco e teve um novo recorde de baixa. O estado de emergência entrou em vigor após ter sido publicado no jornal oficial do governo nesta quinta. A medida ainda precisa ser chancelada pelo Parlamento, o que deve ocorrer ainda hoje, já que o partido do governo tem maioria no Legislativo. As garantias oferecidas não foram compradas de pronto pelo principal partido da oposição. "Com esta medida, você cria uma forma de governar que abre caminho para o abuso", afirmou à Reuters o parlamentar Sezgin Tanrikulu, do Partido Republicano do Povo (CHP). "A tentativa de golpe foi rejeitada pelo Parlamento e pela oposição, o governo poderia ter lutado contra ela com medidas mais comedidas." Já o partido nacionalista da oposição, o MHP, apoiou o anúncio de Erdogan. "O Partido do Movimento Nacionalista estará ao lado do Estado e do povo nesta hora sombria e difícil, custe o que custar", afirmou o líder Devlet Bahceli por meio de comunicado. EXPURGO A Turquia procurou assegurar a seus cidadãos e ao restante do mundo nesta quinta-feira de que não haverá um retorno à repressão intensa do passado, apesar de o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ter imposto o primeiro estado de emergência de âmbito nacional desde a década de 1980. No momento em que as autoridades perseguem dezenas de milhares de pessoas no judiciário, na educação, nas Forças Armadas e no funcionalismo público na esteira do golpe militar fracassado de sexta-feira, um parlamentar do principal partido de oposição disse que o estado de emergência criou "uma maneira de governar que abre caminho para os abusos". A Alemanha pediu que a medida seja revogada o mais rápido possível, e um grupo internacional de advogados alertou a Turquia para que não a utilize para subverter a lei e os direitos humanos, ressaltando as alegações de tortura e de maus tratos de pessoas detidas na operação repressiva de larga escala. Para alguns turcos, a ação despertou o temor de uma volta aos dias de lei marcial que se seguiram ao golpe militar de 1980, ou ao auge da insurgência curda nos anos 1990, quando a maior parte do sudeste de maioria curda da nação foi submetida a um estado de emergência declarado pelo governo anterior. Cerca de 60 mil soldados, policiais, juízes, servidores públicos e professores foram suspensos, detidos ou postos sob investigação desde que o golpe foi frustrado.
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'No Santos vamos falar de trabalho, não de religião', diz técnico Levir Culpi
Levir Culpi, 64, não mede suas palavras. O treinador do Santos, que enfrenta o São Paulo, neste domingo (9), às 19h, na Vila Belmiro, pela 12ª rodada do Brasileiro, chegou há menos de um mês ao clube e ajudou a equipe a, enfim, deslanchar na temporada. Mas ele não está satisfeito. À Folha, Levir disse que estuda por fim às concentrações antes dos jogos, alvo de reclamação de jogadores. Outra medida, a mais polêmica, é a proibição aos cultos religiosos dentro do clube. O centroavante e pastor evangélico Ricardo Oliveira é a principal liderança religiosa no elenco. Cultos durante as concentrações da equipe se tornaram hábito comum no time da Vila Belmiro. "Quando entramos pelo portão do Santos vamos falar de trabalho e de futebol. Agora, quando saímos, cada um vai para onde quiser. Pode ser umbandista ou ateu, mas religião dentro do trabalho, não." * Folha - Em outros clubes, o senhor já bateu de frente com jogadores importantes para o seu time como Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli e Fred. Por que tomou essas atitudes? Levir Culpi - São atitudes naturais. Não fico preocupado com o que vou dizer, pois falo o que sinto pela minha experiência no futebol. Hoje, tive uma reunião com os jogadores, falei de frente com alguns. Quero que eles se expressem. Qual foi o motivo da reunião? Queria conversar sobre algumas coisas que aconteceram aqui e que não gostei. A melhor maneira era essa, só eu e os jogadores. Como analisa a cobrança sobre os técnicos brasileiros? Tem cobrança de que o cara tem de estudar, que precisa fazer um curso na Europa. Agora, pega o [Pep] Guardiola [treinador do Manchester City] e manda ele vir aqui treinar o Corinthians e o Flamengo para ver como funciona. A impressão que dá é de que conseguimos fazer o que Barcelona e Real Madrid fazem, mas não conseguimos. Quem é que investe € 600 milhões no Brasil? No Barcelona você fica com o Messi, Iniesta e Neymar trabalhando cinco anos juntos. Pode colocar um técnico da segunda divisão do Brasil que a chance de ganhar é grande. Fazer cursos fora do país não traz ganhos efetivos? Os cursos podem ser feitos no Brasil. O futebol é um esporte lúdico, não é matemática. Dois mais dois com o Garrincha não são quatro. Então, temos que olhar o estado de espírito, a criatividade e uma série de fatores. O nível cultural nosso é muito inferior ao de um europeu, mas o nosso jogador é muito melhor do que um europeu pelo dom de jogar. Não dá para colocar só matemática em prática, dá para melhorar muito a situação de um time estudando, trazendo novas coisas. A fisiologia e fisioterapia evoluíram muito no nosso futebol, são áreas que se atualizaram em meio a calendários absurdos. O futebol está evoluindo, mas dentro dessa maluquice que é para o mundo. Acoplar tudo isso com estudos é interessante, mas é difícil ter surpresas, agora, ainda mais que está tudo uniformizado. Sabemos tudo o que está acontecendo na Espanha, na Rússia, na China. Sabemos o que treinaram, o que fizeram, então não é o caso. O senhor já lançou uma autobiografia intitulada "Um burro com sorte" e já falou em um novo livro, que se chamaria "De volta para o inferno". É um projeto mesmo? É uma brincadeira com um projeto sério, ou vice-versa. Na verdade, gostaria de contar de maneira alegre as coisas que acontecem e são realidade para mim. Quando falo de volta para o inferno é porque passei sete anos no Japão (treinou o Cerezo Osaka de 2007 a 2013) e voltar ao Brasil, sem dúvida, é voltar para o inferno. Se considerar o que é o futebol no Japão e as coisas por aqui. São culturas completamente diferentes, mas aprendemos muita coisa. Voltei de lá menos crítico, mais livre do medo de dar entrevista, de falar o que tem que ser falado. Aqui há um cuidado de falar mal, de criar um clima. Isso pertence muito a nós brasileiros. Estou levando as coisas de uma forma mais agradável. Como acompanhou a demissão do Rogério Ceni? Não tive a oportunidade de falar com ele. É meu amigo e o cara mais indicado para isso, com possibilidade grande de dar certo pelo conhecimento e pela capacidade, mas isso é futebol, não tem uma lógica. A demissão foi injusta? Claro. Por que contrataram o Rogério? Os dirigentes não têm projeto para o clube, eles têm projeto para eles. Uns querem ser políticos, outros têm interesses. Me sentiria completamente usado. O que aconteceu com a seleção brasileira é um negócio absurdo, está tudo junto com a política. Alguns jogadores do Santos costumam fazer cultos religiosos na concentração. O que o senhor pensa a respeito? Se você adquire a confiança do grupo, como fiz no Atlético-MG, podemos tirar a concentração. Há essa possibilidade, mas vai depender das situações. Sobre o culto religioso, acho que quando entramos pelo portão do Santos vamos falar de trabalho e de futebol. Agora, quando saímos, cada um vai para onde quiser. Pode ser umbandista ou ateu, mas religião dentro do trabalho, não. Quando vamos sair de ônibus nós nos reunimos, fazemos uma oração. É um negócio bacana, que só fortalece o grupo. Apesar de eu ser um agnóstico, aceito qualquer manifestação religiosa desde que não fira alguns princípios. Muito se falou sobre a possível saída do Lucas Lima. Acha que pode convencê-lo a ficar? Creio que um técnico pode, perfeitamente, fazer a cabeça de um jogador, mas compactuo com a ideia dele sair porque precisamos nos colocar em seu lugar também. Queremos defender o Santos, porém há muitas coisas envolvidas: a parte profissional e a questão financeira. O clube está próximo de anunciar a contratação do Nilmar. Idealiza um trio com Nilmar, Kayke e Ricardo Oliveira? Dá até para jogar, só não sei o que vai acontecer. Por que não? São jogadores de ótima qualidade técnica. É algo mais para frente, ainda. O Nilmar precisa de uma recuperação física ainda. Ele tem 30 dias para começar a reagir, para ver como está no futebol. Vai ter que equilibrar a parte física, mas está fininho. Há um desequilíbrio muscular, mas o problema dele é o que todos estão sentindo, principalmente os fisioterapeutas e fisiologistas. Se houver a condição de ele jogar normalmente, sem dúvida, será uma somatória para nós. Em 2014 o senhor disse que pensava em parar. Qual é o seu projeto atual? Pensamos uma coisa hoje, amanhã outra. Eu não sou diferente, mas estou começando a me preparar para parar, sim. Não quero que me parem. Sabe aquela coisa de que ninguém mais procura ou liga? Observando as pessoas aqui do Santos, os ex-atletas que estão aqui têm uma necessidade de estar no clube. Eu sei o que estão sentindo, ficar fora é ruim. A adrenalina é muito forte. Não tenho uma conta, pois pode acontecer de ir para o exterior, gostaria disso ainda. No Brasil são poucos clubes que gostaria de treinar. O Santos era um deles então? Quando surgiu o nome do Santos fiquei doido. O [ex-ponta direita] Manoel Maria, que é um amigo meu dos tempos de Coritiba, em 1972, me colocou no telefone com o Pelé sem eu saber. Falei com o Pelé e acabei fazendo uma brincadeira dizendo que ele teve muita sorte na carreira por não tê-lo marcado, pois não teria o nome que tem. Arranquei uma gargalhada dele, claro. É algo que vou guardar para sempre. Imagine conquistar um título aqui? Deixar o meu nome na história, quem sabe. O clube passa por um processo político, com eleições programadas para o fim do ano. Reflete em vocês essa disputa? Deseja permanecer? É algo muito difícil porque não há como conter. A oposição que quer assumir um clube sempre fará alguma coisa, suja ou limpa. Os da situação farão esforço para permanecer. Há uma briga que pode refletir no elenco. Pedi para fazer um contrato só até dezembro com possibilidade de rescisão. NA TV: Santos x São Paulo: 19h, Pay-per-view * RAIO-X Nascimento: 28.fev.1953 (64 anos), em Curitiba Principais títulos como treinador: Copa do Brasil (1996 e 2014), Recopa Sul-Americana (1998 e 2014), Paulista (2000) e Mineiro (1995, 1996, 1998, 2007 e 2015).
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'No Santos vamos falar de trabalho, não de religião', diz técnico Levir CulpiLevir Culpi, 64, não mede suas palavras. O treinador do Santos, que enfrenta o São Paulo, neste domingo (9), às 19h, na Vila Belmiro, pela 12ª rodada do Brasileiro, chegou há menos de um mês ao clube e ajudou a equipe a, enfim, deslanchar na temporada. Mas ele não está satisfeito. À Folha, Levir disse que estuda por fim às concentrações antes dos jogos, alvo de reclamação de jogadores. Outra medida, a mais polêmica, é a proibição aos cultos religiosos dentro do clube. O centroavante e pastor evangélico Ricardo Oliveira é a principal liderança religiosa no elenco. Cultos durante as concentrações da equipe se tornaram hábito comum no time da Vila Belmiro. "Quando entramos pelo portão do Santos vamos falar de trabalho e de futebol. Agora, quando saímos, cada um vai para onde quiser. Pode ser umbandista ou ateu, mas religião dentro do trabalho, não." * Folha - Em outros clubes, o senhor já bateu de frente com jogadores importantes para o seu time como Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli e Fred. Por que tomou essas atitudes? Levir Culpi - São atitudes naturais. Não fico preocupado com o que vou dizer, pois falo o que sinto pela minha experiência no futebol. Hoje, tive uma reunião com os jogadores, falei de frente com alguns. Quero que eles se expressem. Qual foi o motivo da reunião? Queria conversar sobre algumas coisas que aconteceram aqui e que não gostei. A melhor maneira era essa, só eu e os jogadores. Como analisa a cobrança sobre os técnicos brasileiros? Tem cobrança de que o cara tem de estudar, que precisa fazer um curso na Europa. Agora, pega o [Pep] Guardiola [treinador do Manchester City] e manda ele vir aqui treinar o Corinthians e o Flamengo para ver como funciona. A impressão que dá é de que conseguimos fazer o que Barcelona e Real Madrid fazem, mas não conseguimos. Quem é que investe € 600 milhões no Brasil? No Barcelona você fica com o Messi, Iniesta e Neymar trabalhando cinco anos juntos. Pode colocar um técnico da segunda divisão do Brasil que a chance de ganhar é grande. Fazer cursos fora do país não traz ganhos efetivos? Os cursos podem ser feitos no Brasil. O futebol é um esporte lúdico, não é matemática. Dois mais dois com o Garrincha não são quatro. Então, temos que olhar o estado de espírito, a criatividade e uma série de fatores. O nível cultural nosso é muito inferior ao de um europeu, mas o nosso jogador é muito melhor do que um europeu pelo dom de jogar. Não dá para colocar só matemática em prática, dá para melhorar muito a situação de um time estudando, trazendo novas coisas. A fisiologia e fisioterapia evoluíram muito no nosso futebol, são áreas que se atualizaram em meio a calendários absurdos. O futebol está evoluindo, mas dentro dessa maluquice que é para o mundo. Acoplar tudo isso com estudos é interessante, mas é difícil ter surpresas, agora, ainda mais que está tudo uniformizado. Sabemos tudo o que está acontecendo na Espanha, na Rússia, na China. Sabemos o que treinaram, o que fizeram, então não é o caso. O senhor já lançou uma autobiografia intitulada "Um burro com sorte" e já falou em um novo livro, que se chamaria "De volta para o inferno". É um projeto mesmo? É uma brincadeira com um projeto sério, ou vice-versa. Na verdade, gostaria de contar de maneira alegre as coisas que acontecem e são realidade para mim. Quando falo de volta para o inferno é porque passei sete anos no Japão (treinou o Cerezo Osaka de 2007 a 2013) e voltar ao Brasil, sem dúvida, é voltar para o inferno. Se considerar o que é o futebol no Japão e as coisas por aqui. São culturas completamente diferentes, mas aprendemos muita coisa. Voltei de lá menos crítico, mais livre do medo de dar entrevista, de falar o que tem que ser falado. Aqui há um cuidado de falar mal, de criar um clima. Isso pertence muito a nós brasileiros. Estou levando as coisas de uma forma mais agradável. Como acompanhou a demissão do Rogério Ceni? Não tive a oportunidade de falar com ele. É meu amigo e o cara mais indicado para isso, com possibilidade grande de dar certo pelo conhecimento e pela capacidade, mas isso é futebol, não tem uma lógica. A demissão foi injusta? Claro. Por que contrataram o Rogério? Os dirigentes não têm projeto para o clube, eles têm projeto para eles. Uns querem ser políticos, outros têm interesses. Me sentiria completamente usado. O que aconteceu com a seleção brasileira é um negócio absurdo, está tudo junto com a política. Alguns jogadores do Santos costumam fazer cultos religiosos na concentração. O que o senhor pensa a respeito? Se você adquire a confiança do grupo, como fiz no Atlético-MG, podemos tirar a concentração. Há essa possibilidade, mas vai depender das situações. Sobre o culto religioso, acho que quando entramos pelo portão do Santos vamos falar de trabalho e de futebol. Agora, quando saímos, cada um vai para onde quiser. Pode ser umbandista ou ateu, mas religião dentro do trabalho, não. Quando vamos sair de ônibus nós nos reunimos, fazemos uma oração. É um negócio bacana, que só fortalece o grupo. Apesar de eu ser um agnóstico, aceito qualquer manifestação religiosa desde que não fira alguns princípios. Muito se falou sobre a possível saída do Lucas Lima. Acha que pode convencê-lo a ficar? Creio que um técnico pode, perfeitamente, fazer a cabeça de um jogador, mas compactuo com a ideia dele sair porque precisamos nos colocar em seu lugar também. Queremos defender o Santos, porém há muitas coisas envolvidas: a parte profissional e a questão financeira. O clube está próximo de anunciar a contratação do Nilmar. Idealiza um trio com Nilmar, Kayke e Ricardo Oliveira? Dá até para jogar, só não sei o que vai acontecer. Por que não? São jogadores de ótima qualidade técnica. É algo mais para frente, ainda. O Nilmar precisa de uma recuperação física ainda. Ele tem 30 dias para começar a reagir, para ver como está no futebol. Vai ter que equilibrar a parte física, mas está fininho. Há um desequilíbrio muscular, mas o problema dele é o que todos estão sentindo, principalmente os fisioterapeutas e fisiologistas. Se houver a condição de ele jogar normalmente, sem dúvida, será uma somatória para nós. Em 2014 o senhor disse que pensava em parar. Qual é o seu projeto atual? Pensamos uma coisa hoje, amanhã outra. Eu não sou diferente, mas estou começando a me preparar para parar, sim. Não quero que me parem. Sabe aquela coisa de que ninguém mais procura ou liga? Observando as pessoas aqui do Santos, os ex-atletas que estão aqui têm uma necessidade de estar no clube. Eu sei o que estão sentindo, ficar fora é ruim. A adrenalina é muito forte. Não tenho uma conta, pois pode acontecer de ir para o exterior, gostaria disso ainda. No Brasil são poucos clubes que gostaria de treinar. O Santos era um deles então? Quando surgiu o nome do Santos fiquei doido. O [ex-ponta direita] Manoel Maria, que é um amigo meu dos tempos de Coritiba, em 1972, me colocou no telefone com o Pelé sem eu saber. Falei com o Pelé e acabei fazendo uma brincadeira dizendo que ele teve muita sorte na carreira por não tê-lo marcado, pois não teria o nome que tem. Arranquei uma gargalhada dele, claro. É algo que vou guardar para sempre. Imagine conquistar um título aqui? Deixar o meu nome na história, quem sabe. O clube passa por um processo político, com eleições programadas para o fim do ano. Reflete em vocês essa disputa? Deseja permanecer? É algo muito difícil porque não há como conter. A oposição que quer assumir um clube sempre fará alguma coisa, suja ou limpa. Os da situação farão esforço para permanecer. Há uma briga que pode refletir no elenco. Pedi para fazer um contrato só até dezembro com possibilidade de rescisão. NA TV: Santos x São Paulo: 19h, Pay-per-view * RAIO-X Nascimento: 28.fev.1953 (64 anos), em Curitiba Principais títulos como treinador: Copa do Brasil (1996 e 2014), Recopa Sul-Americana (1998 e 2014), Paulista (2000) e Mineiro (1995, 1996, 1998, 2007 e 2015).
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Já te chamaram de 'pré-adolescente'?
Se você tem entre 9 e 12 anos, mais ou menos, já foi chamado de "pré-adolescente", não foi? Pensou no que isso significa? Já ouviu falar em "pré-adulto"? Ou então em "pré-criança" ou "pré-velho"? Que coisa mais esquisita essa de "pré-adolescente", não acha? Eu acho. Quando as pessoas usam a expressão "pré-adolescente", elas querem chamar a atenção para mudanças que acontecem nessa idade. Crianças começam a deixar a infância para chegar à adolescência. Como essa transição pode demorar um pouco, não é mais fácil entender que, mesmo nessa fase, crianças continuam sendo crianças? Claro que você pode sentir emoções que os adolescentes já sentem ou perceber mudanças no corpo durante esse período. Tem horas em que quer brincar, mas em outras acha isso "criancice". Mesmo assim, você continua sendo uma criança! Já vi uma garota de nove anos dizer para a mãe: "Eu não sou mais criança, sou 'pré-adolescente'!", com o maior orgulho. Ela disse isso para tentar convencer a mãe a deixá-la fazer alguma atividade. Só que a mãe não se convenceu e disse para a filha que ela ainda era pequena, e ponto final. Tem essa, ainda. Nessa idade, de vez em quando dá vontade de brigar com os pais, mesmo sem motivo. O filho de uma amiga, de dez anos, discutiu com ela porque queria ir ao shopping sozinho, sem nenhum adulto. Ela não deixou e, no final das contas, depois de todo o bate-boca e do chororô, o menino disse para a mãe que, na verdade, nem queria ir. É um quebra-cabeça passar por essa fase, não é? Sei que você pode ter vontade de crescer rapidamente para poder fazer coisas que os maiores podem, e as crianças ainda não. Mas vou contar uma coisa: você só tem mais ou menos 12 anos para ser criança. É melhor aproveitar bem essa fase, sem ter pressa, porque, quando ela acabar, não dá para voltar.
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Já te chamaram de 'pré-adolescente'?Se você tem entre 9 e 12 anos, mais ou menos, já foi chamado de "pré-adolescente", não foi? Pensou no que isso significa? Já ouviu falar em "pré-adulto"? Ou então em "pré-criança" ou "pré-velho"? Que coisa mais esquisita essa de "pré-adolescente", não acha? Eu acho. Quando as pessoas usam a expressão "pré-adolescente", elas querem chamar a atenção para mudanças que acontecem nessa idade. Crianças começam a deixar a infância para chegar à adolescência. Como essa transição pode demorar um pouco, não é mais fácil entender que, mesmo nessa fase, crianças continuam sendo crianças? Claro que você pode sentir emoções que os adolescentes já sentem ou perceber mudanças no corpo durante esse período. Tem horas em que quer brincar, mas em outras acha isso "criancice". Mesmo assim, você continua sendo uma criança! Já vi uma garota de nove anos dizer para a mãe: "Eu não sou mais criança, sou 'pré-adolescente'!", com o maior orgulho. Ela disse isso para tentar convencer a mãe a deixá-la fazer alguma atividade. Só que a mãe não se convenceu e disse para a filha que ela ainda era pequena, e ponto final. Tem essa, ainda. Nessa idade, de vez em quando dá vontade de brigar com os pais, mesmo sem motivo. O filho de uma amiga, de dez anos, discutiu com ela porque queria ir ao shopping sozinho, sem nenhum adulto. Ela não deixou e, no final das contas, depois de todo o bate-boca e do chororô, o menino disse para a mãe que, na verdade, nem queria ir. É um quebra-cabeça passar por essa fase, não é? Sei que você pode ter vontade de crescer rapidamente para poder fazer coisas que os maiores podem, e as crianças ainda não. Mas vou contar uma coisa: você só tem mais ou menos 12 anos para ser criança. É melhor aproveitar bem essa fase, sem ter pressa, porque, quando ela acabar, não dá para voltar.
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Cunha pagará multa de R$ 3.402 por atrasar devolução de apartamento
Apontado pela Lava Jato como dono de uma fortuna milionária fora do país, o deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) terá que pagar multa de R$ 3.402,40 por atrasar em 24 dias a entrega das chaves do apartamento funcional que ocupava com a família em Brasília. O parlamentar estava no imóvel desde desde julho deste ano, quando renunciou à presidência da Câmara e teve que deixar a residência oficial, hoje ocupada por Rodrigo Maia (DEM-RJ), seu sucessor. A assessoria de Cunha entregou as chaves do imóvel à Quarta Secretaria da Câmara dos Deputados, responsável pelos imóveis funcionais da Casa, na tarde de segunda-feira (7). A entrega deveria ter sido feita no dia 13 de outubro, 30 dias após a cassação do peemedebista por 450 votos a 10. Nesta quarta-feira (9), o quarto secretário, deputado Alex Canziani (PTB-PR), encaminhará ao ex-presidente da Câmara a notificação da multa de aproximadamente R$ 141,76 por dia de atraso. O valor da multa é calculado com base no valor mensal pago como auxílio-moradia àqueles deputados que não moram em apartamento funcional. Hoje, este benefício é de R$ 4.253 mensais, o que corresponde aos cerca de R$ 141,76/dia. Inicialmente, a Quarta Secretaria havia calculado 25 dias de multa, o que totalizaria R$ 3.544, como a Folha informou pela manhã. À tarde, a Câmara refez as contas desconsiderando o dia em que a representante de Cunha entregou a chave. A secretaria também havia informado que a notificação seria feita nesta terça-feira (8), mas o documento não havia sido concluído até o final da tarde. Como Cunha está preso em Curitiba (PR), a cobrança deverá ser encaminhada à casa da família do parlamentar, no Rio de Janeiro. Estes detalhes, no entanto, só serão definidos nesta tarde. De acordo com a Quarta Secretaria, o prazo para pagamento será estabelecido pelo Departamento de Finanças, Orçamento e Contabilidade da Câmara e já aparecerá na guia de recolhimento a ser entregue aos familiares de Eduardo Cunha. MUDANÇA A mudança de Cunha foi encaixotada por uma empresa privada na manhã da última sexta-feira. Os objetos deixaram o edifício na Asa Sul de Brasília, no meio da tarde e seriam levados para o Rio, onde vive a família do deputado cassado. Alvo da Operação Lava Jato, Eduardo Cunha foi preso no dia 19 de outubro, justamente no apartamento que já deveria ter sido devolvido à Câmara. A prisão havia sido autorizada pelo juiz federal Sérgio Moro no dia anterior. Moro passou a tratar do caso do ex-parlamentar depois que ele perdeu o foro privilegiado com a cassação de seu mandato. Segundo o pedido de prisão, "permanece oculto um patrimônio de aproximadamente US$ 13 milhões", o equivalente a R$ 41,3 milhões. Este montante estava em contas fora do Brasil que foram fechadas por Cunha, segundo procuradores. O patrimônio localizado de Cunha na Suíça é de 2,348 milhões de francos suíços, ou R$ 7,5 milhões. O montante está congelado na Suíça e deve retornar ao Brasil no final do processo. Moro também autorizou o bloqueio de bens de Cunha no Brasil. Foram congelados R$ 220,7 milhões. DENÚNCIA O deputado cassado é acusado de receber R$ 5 milhões de propina em contas na Suíça, abastecidas com dinheiro originário de contratos de exploração de petróleo da Petrobras na África. Cunha é réu sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O processo estava no STF (Supremo Tribunal Federal), mas, com a cassação do peemedebista e a perda do foro privilegiado, desceu para a primeira instância, na Justiça Federal do Paraná. Cunha nega irregularidades e diz que as contas pertencem a trusts (instrumento jurídico usado para administração de bens e recursos no exterior), e não a si próprio. Sua mulher, a jornalista Claudia Cruz, já é ré pela mesma acusação na Justiça Federal do Paraná.
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Cunha pagará multa de R$ 3.402 por atrasar devolução de apartamentoApontado pela Lava Jato como dono de uma fortuna milionária fora do país, o deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) terá que pagar multa de R$ 3.402,40 por atrasar em 24 dias a entrega das chaves do apartamento funcional que ocupava com a família em Brasília. O parlamentar estava no imóvel desde desde julho deste ano, quando renunciou à presidência da Câmara e teve que deixar a residência oficial, hoje ocupada por Rodrigo Maia (DEM-RJ), seu sucessor. A assessoria de Cunha entregou as chaves do imóvel à Quarta Secretaria da Câmara dos Deputados, responsável pelos imóveis funcionais da Casa, na tarde de segunda-feira (7). A entrega deveria ter sido feita no dia 13 de outubro, 30 dias após a cassação do peemedebista por 450 votos a 10. Nesta quarta-feira (9), o quarto secretário, deputado Alex Canziani (PTB-PR), encaminhará ao ex-presidente da Câmara a notificação da multa de aproximadamente R$ 141,76 por dia de atraso. O valor da multa é calculado com base no valor mensal pago como auxílio-moradia àqueles deputados que não moram em apartamento funcional. Hoje, este benefício é de R$ 4.253 mensais, o que corresponde aos cerca de R$ 141,76/dia. Inicialmente, a Quarta Secretaria havia calculado 25 dias de multa, o que totalizaria R$ 3.544, como a Folha informou pela manhã. À tarde, a Câmara refez as contas desconsiderando o dia em que a representante de Cunha entregou a chave. A secretaria também havia informado que a notificação seria feita nesta terça-feira (8), mas o documento não havia sido concluído até o final da tarde. Como Cunha está preso em Curitiba (PR), a cobrança deverá ser encaminhada à casa da família do parlamentar, no Rio de Janeiro. Estes detalhes, no entanto, só serão definidos nesta tarde. De acordo com a Quarta Secretaria, o prazo para pagamento será estabelecido pelo Departamento de Finanças, Orçamento e Contabilidade da Câmara e já aparecerá na guia de recolhimento a ser entregue aos familiares de Eduardo Cunha. MUDANÇA A mudança de Cunha foi encaixotada por uma empresa privada na manhã da última sexta-feira. Os objetos deixaram o edifício na Asa Sul de Brasília, no meio da tarde e seriam levados para o Rio, onde vive a família do deputado cassado. Alvo da Operação Lava Jato, Eduardo Cunha foi preso no dia 19 de outubro, justamente no apartamento que já deveria ter sido devolvido à Câmara. A prisão havia sido autorizada pelo juiz federal Sérgio Moro no dia anterior. Moro passou a tratar do caso do ex-parlamentar depois que ele perdeu o foro privilegiado com a cassação de seu mandato. Segundo o pedido de prisão, "permanece oculto um patrimônio de aproximadamente US$ 13 milhões", o equivalente a R$ 41,3 milhões. Este montante estava em contas fora do Brasil que foram fechadas por Cunha, segundo procuradores. O patrimônio localizado de Cunha na Suíça é de 2,348 milhões de francos suíços, ou R$ 7,5 milhões. O montante está congelado na Suíça e deve retornar ao Brasil no final do processo. Moro também autorizou o bloqueio de bens de Cunha no Brasil. Foram congelados R$ 220,7 milhões. DENÚNCIA O deputado cassado é acusado de receber R$ 5 milhões de propina em contas na Suíça, abastecidas com dinheiro originário de contratos de exploração de petróleo da Petrobras na África. Cunha é réu sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O processo estava no STF (Supremo Tribunal Federal), mas, com a cassação do peemedebista e a perda do foro privilegiado, desceu para a primeira instância, na Justiça Federal do Paraná. Cunha nega irregularidades e diz que as contas pertencem a trusts (instrumento jurídico usado para administração de bens e recursos no exterior), e não a si próprio. Sua mulher, a jornalista Claudia Cruz, já é ré pela mesma acusação na Justiça Federal do Paraná.
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Souza Cruz tem vagas abertas para trainees, com salário de R$ 7.000
DE SÃO PAULO A fabricante de cigarros Souza Cruz está com vagas abertas para seu programa de trainee, o Global Graduate Programme, que tem salário inicial de R$ 7.160,66. As inscrições vão até 7 de abril. Para concorrer, é preciso ser fluente em inglês, ter no máximo três anos de formado e disponibilidade para mudar de cidade. O programa, que tem 12 meses de duração, engloba as áreas de administração, engenharias, comunicação social, publicidade, psicologia, contabilidade, economia e direito. As inscrições devem ser feitas pela internet. A empresa também abriu processo seletivo para estagiários, em 20 áreas, em sete cidades: Blumenau (SC), Rio de Janeiro, Cachoeirinha (PE), São Paulo, Uberlândia (MG), Santa Cruz do Sul (RS) e Rio Negro (PR). Os salários variam de R$ 930 a R$ 1.170, no primeiro ano de estágio, dependendo do Estado e do número de horas de trabalho semanais. As inscrições devem ser feitas no site do programa.
sobretudo
Souza Cruz tem vagas abertas para trainees, com salário de R$ 7.000 DE SÃO PAULO A fabricante de cigarros Souza Cruz está com vagas abertas para seu programa de trainee, o Global Graduate Programme, que tem salário inicial de R$ 7.160,66. As inscrições vão até 7 de abril. Para concorrer, é preciso ser fluente em inglês, ter no máximo três anos de formado e disponibilidade para mudar de cidade. O programa, que tem 12 meses de duração, engloba as áreas de administração, engenharias, comunicação social, publicidade, psicologia, contabilidade, economia e direito. As inscrições devem ser feitas pela internet. A empresa também abriu processo seletivo para estagiários, em 20 áreas, em sete cidades: Blumenau (SC), Rio de Janeiro, Cachoeirinha (PE), São Paulo, Uberlândia (MG), Santa Cruz do Sul (RS) e Rio Negro (PR). Os salários variam de R$ 930 a R$ 1.170, no primeiro ano de estágio, dependendo do Estado e do número de horas de trabalho semanais. As inscrições devem ser feitas no site do programa.
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Joint venture de mídia une Fox e National Geographic
Desde 1888, a National Geographic Society dos Estados Unidos é sinônimo de ciência, descoberta e de como contar uma história. A revista de bordas amarelas que ela publica serviu como palco definitivo para fotos premiadas, retratando as maravilhas do planeta, e o grupo apoiou empreitadas tão diversas quanto as explorações submarinas de Jacques-Yves Costeau e o estudo de chimpanzés da Tanzânia por Jane Goodall. Agora, a organização sem fins lucrativos planeja continuar essa missão com o apoio do império Murdoch de mídia. Em um acordo anunciado na quarta-feira (9) e avaliado em US$ 725 milhões, a National Geographic Society e a 21st Century Fox estão criando uma joint venture com fins lucrativos que abarcará o grupo de TV a cabo National Geographic Channels e as demais propriedades da National Geographic, que incluem sua revista e outras publicações em papel, estúdios, mídia digital, mapas, mídia infantil, serviços de viagens, licenciamento e comércio eletrônico. A Fox controlará 73% da nova joint venture, chamada National Geographic Partners, e a National Geographic Society deterá 27% do capital. Os dois proprietários terão representação igual no conselho e responderão conjuntamente pela governança. "O que isso realmente envolve é criar uma nova companhia que tenha como cerne a marca National Geographic", disse James Murdoch, presidente-executivo da 21st Century Fox, em entrevista telefônica conjunta com Gary Knell, o presidente-executivo da National Geographic Society, que será o primeiro presidente do conselho da National Geographic Partners. A National Geographic Society continuará a operar como organização sem fins lucrativos. Os US$ 725 milhões da Fox serão usados para elevar seu capital patrimonial para cerca de US$ 1 bilhão e permitir que dobre seu investimento em trabalhos de ciência, pesquisa e educação. O acordo provocou questões imediatas sobre como a missão científica da National Geographic Society se sairia agora que ficaria mais estreitamente alinhada com a 21st Century Fox. Cientistas contestaram comentários sobre a mudança do clima feitos por Rupert Murdoch , o presidente do conselho da 21st Century Fox. Murdoch recentemente afirmou no Twitter que ele era "cético quando à mudança do clima, mas não a negava", acrescentando que as Nações Unidas se reuniriam em Nova York para tratar de "infindáveis tolices alarmistas". Em resposta à preocupação sobre esse conflito de perspectivas, executivos sublinharam que os acordos têm por base a parceria de 18 anos que existe entre os dois grupos na National Geographic Channels, uma organização com fins lucrativos que opera canais de TV a cabo nacionais e internacionais disponíveis em mais de 500 milhões de domicílios, em 171 países. Knell disse que durante esse período, a Fox não havia exercido "interferência editorial de espécie alguma". Eles acrescentaram que Declan Moore, veterano com 20 anos de experiência na National Geographic Society, continuaria como presidente-executivo da joint venture, e que Susan Goldberg, editora chefe da revista "National Geographic", manteria seu posto. "Não acredito que eles estariam investindo na marca se não desejassem manter a qualidade do que a National Geographic representa", disse Knell. James Murdoch declarou ter um compromisso pessoal para com a preservação da cultura e missão da National Geographic tal qual existem hoje. "Trabalhamos em um negócio criativo, e estamos alinhados criativamente", ele disse. A parceria entre a organização sem fins lucrativos e uma das maiores companhias mundiais de mídia surge cerca de um mês depois do anúncio da parceria entre a Sesame Workshop, a organização sem fins lucrativos que responde pelo programa de TV "Vila Sésamo", e a HBO, rede de canais premium de TV a cabo —sinalizando que os dois tipos de organização estão enfrentando desafios semelhantes, diante da transformação digital em seus negócios. "O tipo de força de mercado que está mudando a dinâmica do espaço da mídia hoje é algo a que não estamos imunes", disse Knell. "Como a National Geographic pode garantir que terá lugar na mesa virtual para atender a todas as pessoas interessadas naquilo que fazemos?" Mas embora a parceria entre a HBO e a Sesame —que dará direitos exclusivos de primeira exibição de episódios novos de "Vila Sésamo" à HBO e suas operações de Internet a partir do próximo trimestre— tenha aliviado as pressões financeiras sofridas pela Sesame Workshop, executivos e analistas caracterizaram a parceria entre a Fox e a National Geographic como mais oportunista. "Não vejo a parceria como manobra defensiva", disse Murdoch. Murdoch definiu a parceria entre a Fox e a National Geographic na TV a cabo como "uma das mais bem sucedidas", e afirmou que ela não só rendeu dividendos consideráveis à National Geographic e à Fox como criou programas que reforçaram o prestígio da marca National Geographic em todo o mundo. Ele disse que a nova companhia expandiria essa parceria, criando uma máquina de contar histórias que alimentaria as telas que não param de proliferar. David Bank, analista da RBC Capital Markets, disse que a National Geographic concedeu à Fox direitos sobre uma coleção incomum de material, que cobre o mundo todo e serve a múltiplas plataformas digitais. Ele disse que os canais da National Geographic seriam não só acrescentados ao pacote mais amplo de esportes, notícias, comédia, drama e outros canais da Fox, o que aumentaria sua influência junto aos distribuidores de TV, como também seriam parte dos serviços de vídeo em formato stream oferecidos diretamente ao consumidor online, em prazo mais longo. "Há poucas marcas de entretenimento que cruzam fronteiras com valor de marca semelhante ao da National Geographic", disse Bank. O acordo é um dos primeiros grandes desenvolvimentos na Fox desde que James Murdoch assumiu a presidência executiva em junho. Ele disse que o acordo estava em negociação há diversos meses, e que era compatível com sua estratégia de adotar como foco "as grandes marcas, construindo plataformas em torno delas e garantindo que elas mantenham a importância em um ambiente cada vez mais competitivo e digital". Tradução de PAULO MIGLIACCI
mercado
Joint venture de mídia une Fox e National GeographicDesde 1888, a National Geographic Society dos Estados Unidos é sinônimo de ciência, descoberta e de como contar uma história. A revista de bordas amarelas que ela publica serviu como palco definitivo para fotos premiadas, retratando as maravilhas do planeta, e o grupo apoiou empreitadas tão diversas quanto as explorações submarinas de Jacques-Yves Costeau e o estudo de chimpanzés da Tanzânia por Jane Goodall. Agora, a organização sem fins lucrativos planeja continuar essa missão com o apoio do império Murdoch de mídia. Em um acordo anunciado na quarta-feira (9) e avaliado em US$ 725 milhões, a National Geographic Society e a 21st Century Fox estão criando uma joint venture com fins lucrativos que abarcará o grupo de TV a cabo National Geographic Channels e as demais propriedades da National Geographic, que incluem sua revista e outras publicações em papel, estúdios, mídia digital, mapas, mídia infantil, serviços de viagens, licenciamento e comércio eletrônico. A Fox controlará 73% da nova joint venture, chamada National Geographic Partners, e a National Geographic Society deterá 27% do capital. Os dois proprietários terão representação igual no conselho e responderão conjuntamente pela governança. "O que isso realmente envolve é criar uma nova companhia que tenha como cerne a marca National Geographic", disse James Murdoch, presidente-executivo da 21st Century Fox, em entrevista telefônica conjunta com Gary Knell, o presidente-executivo da National Geographic Society, que será o primeiro presidente do conselho da National Geographic Partners. A National Geographic Society continuará a operar como organização sem fins lucrativos. Os US$ 725 milhões da Fox serão usados para elevar seu capital patrimonial para cerca de US$ 1 bilhão e permitir que dobre seu investimento em trabalhos de ciência, pesquisa e educação. O acordo provocou questões imediatas sobre como a missão científica da National Geographic Society se sairia agora que ficaria mais estreitamente alinhada com a 21st Century Fox. Cientistas contestaram comentários sobre a mudança do clima feitos por Rupert Murdoch , o presidente do conselho da 21st Century Fox. Murdoch recentemente afirmou no Twitter que ele era "cético quando à mudança do clima, mas não a negava", acrescentando que as Nações Unidas se reuniriam em Nova York para tratar de "infindáveis tolices alarmistas". Em resposta à preocupação sobre esse conflito de perspectivas, executivos sublinharam que os acordos têm por base a parceria de 18 anos que existe entre os dois grupos na National Geographic Channels, uma organização com fins lucrativos que opera canais de TV a cabo nacionais e internacionais disponíveis em mais de 500 milhões de domicílios, em 171 países. Knell disse que durante esse período, a Fox não havia exercido "interferência editorial de espécie alguma". Eles acrescentaram que Declan Moore, veterano com 20 anos de experiência na National Geographic Society, continuaria como presidente-executivo da joint venture, e que Susan Goldberg, editora chefe da revista "National Geographic", manteria seu posto. "Não acredito que eles estariam investindo na marca se não desejassem manter a qualidade do que a National Geographic representa", disse Knell. James Murdoch declarou ter um compromisso pessoal para com a preservação da cultura e missão da National Geographic tal qual existem hoje. "Trabalhamos em um negócio criativo, e estamos alinhados criativamente", ele disse. A parceria entre a organização sem fins lucrativos e uma das maiores companhias mundiais de mídia surge cerca de um mês depois do anúncio da parceria entre a Sesame Workshop, a organização sem fins lucrativos que responde pelo programa de TV "Vila Sésamo", e a HBO, rede de canais premium de TV a cabo —sinalizando que os dois tipos de organização estão enfrentando desafios semelhantes, diante da transformação digital em seus negócios. "O tipo de força de mercado que está mudando a dinâmica do espaço da mídia hoje é algo a que não estamos imunes", disse Knell. "Como a National Geographic pode garantir que terá lugar na mesa virtual para atender a todas as pessoas interessadas naquilo que fazemos?" Mas embora a parceria entre a HBO e a Sesame —que dará direitos exclusivos de primeira exibição de episódios novos de "Vila Sésamo" à HBO e suas operações de Internet a partir do próximo trimestre— tenha aliviado as pressões financeiras sofridas pela Sesame Workshop, executivos e analistas caracterizaram a parceria entre a Fox e a National Geographic como mais oportunista. "Não vejo a parceria como manobra defensiva", disse Murdoch. Murdoch definiu a parceria entre a Fox e a National Geographic na TV a cabo como "uma das mais bem sucedidas", e afirmou que ela não só rendeu dividendos consideráveis à National Geographic e à Fox como criou programas que reforçaram o prestígio da marca National Geographic em todo o mundo. Ele disse que a nova companhia expandiria essa parceria, criando uma máquina de contar histórias que alimentaria as telas que não param de proliferar. David Bank, analista da RBC Capital Markets, disse que a National Geographic concedeu à Fox direitos sobre uma coleção incomum de material, que cobre o mundo todo e serve a múltiplas plataformas digitais. Ele disse que os canais da National Geographic seriam não só acrescentados ao pacote mais amplo de esportes, notícias, comédia, drama e outros canais da Fox, o que aumentaria sua influência junto aos distribuidores de TV, como também seriam parte dos serviços de vídeo em formato stream oferecidos diretamente ao consumidor online, em prazo mais longo. "Há poucas marcas de entretenimento que cruzam fronteiras com valor de marca semelhante ao da National Geographic", disse Bank. O acordo é um dos primeiros grandes desenvolvimentos na Fox desde que James Murdoch assumiu a presidência executiva em junho. Ele disse que o acordo estava em negociação há diversos meses, e que era compatível com sua estratégia de adotar como foco "as grandes marcas, construindo plataformas em torno delas e garantindo que elas mantenham a importância em um ambiente cada vez mais competitivo e digital". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Uma presidenta honesta?
SÃO PAULO - "Tiraram uma presidenta honesta". A frase, que se refere ao impeachment de Dilma Rousseff, ainda ecoa nas redes sociais. Mas será que é verdadeira? A resposta, óbvio, depende de como conceituamos o termo "honesta". Se os vazamentos do depoimento de Marcelo Odebrecht à Justiça Eleitoral são fidedignos e se o empresário ainda não aderiu à moda dos fatos alternativos, a situação de Dilma se complica. Pelo relato de "O Estado de S. Paulo", que me pareceu o mais contundente, Odebrecht disse que 4/5 de um total de R$ 150 milhões que o grupo empresarial destinou à campanha de Dilma e de Temer em 2014 vieram via caixa dois e que a petista tinha a dimensão desses valores. No aspecto anedótico, não dá mesmo para comparar o caso de Dilma com o de Sérgio Cabral, por exemplo. Não se tem notícia de que a ex-presidente tenha adquirido uma bijuteria com dinheiro sujo, enquanto o ex-governador, a julgar pelo que saiu na imprensa até aqui, usava recursos oriundos de corrupção para manter um estilo de vida nababesco, comprando coleções de joias, ternos italianos, uma privada polonesa (não me perguntem o que ela faz) e, suspeita-se, até um iate de 75 pés. No Brasil, é frequente traçarmos essa divisão entre políticos que roubam para enriquecer e aqueles que aceitam dinheiro irregular apenas para financiar suas campanhas. Até admito que possa haver uma diferença moral entre os dois tipos, mas me parece problemático considerar desonestos só aqueles que sucumbem às tentações e se convertem na caricatura mesma do político corrupto. Se vamos qualificar como honestos e éticos políticos que aceitam recursos ilícitos desde que limitados à campanha, chancelamos uma ideia ainda mais perversa, que é a de que dirigentes são livres para escolher quais leis vão respeitar e quais vão descumprir. Fazê-lo significaria negar todo o sistema de freios e contrapesos que caracteriza a democracia.
colunas
Uma presidenta honesta?SÃO PAULO - "Tiraram uma presidenta honesta". A frase, que se refere ao impeachment de Dilma Rousseff, ainda ecoa nas redes sociais. Mas será que é verdadeira? A resposta, óbvio, depende de como conceituamos o termo "honesta". Se os vazamentos do depoimento de Marcelo Odebrecht à Justiça Eleitoral são fidedignos e se o empresário ainda não aderiu à moda dos fatos alternativos, a situação de Dilma se complica. Pelo relato de "O Estado de S. Paulo", que me pareceu o mais contundente, Odebrecht disse que 4/5 de um total de R$ 150 milhões que o grupo empresarial destinou à campanha de Dilma e de Temer em 2014 vieram via caixa dois e que a petista tinha a dimensão desses valores. No aspecto anedótico, não dá mesmo para comparar o caso de Dilma com o de Sérgio Cabral, por exemplo. Não se tem notícia de que a ex-presidente tenha adquirido uma bijuteria com dinheiro sujo, enquanto o ex-governador, a julgar pelo que saiu na imprensa até aqui, usava recursos oriundos de corrupção para manter um estilo de vida nababesco, comprando coleções de joias, ternos italianos, uma privada polonesa (não me perguntem o que ela faz) e, suspeita-se, até um iate de 75 pés. No Brasil, é frequente traçarmos essa divisão entre políticos que roubam para enriquecer e aqueles que aceitam dinheiro irregular apenas para financiar suas campanhas. Até admito que possa haver uma diferença moral entre os dois tipos, mas me parece problemático considerar desonestos só aqueles que sucumbem às tentações e se convertem na caricatura mesma do político corrupto. Se vamos qualificar como honestos e éticos políticos que aceitam recursos ilícitos desde que limitados à campanha, chancelamos uma ideia ainda mais perversa, que é a de que dirigentes são livres para escolher quais leis vão respeitar e quais vão descumprir. Fazê-lo significaria negar todo o sistema de freios e contrapesos que caracteriza a democracia.
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Atlético e Real goleiam e lideram o Espanhol; City é ameaçado no Inglês
Três minutos de jogo definiram o tom da goleada por 6 a 1 do Real Madrid sobre o Real Betis neste sábado (15). Atuando fora de casa, no Benito Villamarín, em Sevilha, o time merengue foi à rede com Varane logo no início do jogo e completou o placar com gols de Benzema, Isco (duas vezes), Cristiano Ronaldo e Marcelo, que atuou como capitão em sua primeira partida após a lesão na panturrilha. O resultado deixa a equipe de Zinedine Zidane com os mesmos 18 pontos do líder do Campeonato Espanhol, o Atlético de Madri. No entanto, o rival leva vantagem no critério de desempate do saldo de gols, ampliado pela goleada por 7 a 1 sobre o Granada também hoje. Deste modo, o Colchonero tem 18 gols de saldo contra 14 do clube do Bernabéu. Apesar de ter saído atrás no placar, o Atlético de Madrid virou o jogo contra o Granada para 7 a 1, com cinco gols marcados no segundo tempo. Carrasco foi o destaque com os três primeiros gols do Atlético de Madri, que teve ainda Gaitán (2 vezes), Angel Correa e Tiago como artilheiros. Cuenca fez o gol do Granada. BARCELONA Com dois gols do meio-campista brasileiro Rafinha, o Barcelona goleou o La Coruña sem sustos por 4 a 0, no Camp Nou, neste sábado (15), em jogo válido pela oitava rodada do Campeonato Espanhol. Suárez e Messi, que retornou aos gramados no confronto, fizeram os outros gols da partida. A vitória deixou o time catalão com 16 pontos, e na terceira colocação. O craque argentino Lionel Messi começou a partida no banco de reservas. Ele voltou a ser relacionado após se recuperar de uma lesão na coxa direita, que o deixou parado por três semanas, e entrou aos 10 minutos do segundo tempo —dois minutos depois, o camisa 10 marcou o seu gol. Andrés Iniesta, que recentemente completou 20 anos de Barcelona, também iniciou o confronto entre os suplentes, mas, ao contrário de Messi, não participou do jogo. Neymar não fez gol, porém participou diretamente de três - com duas assistências e uma cobrança de falta na cabeça de Piqué, que resultou em um dos gols de Rafinha. Além, disto, o atacante recebeu uma cotovelada do lateral direito Laure, o que provocou a expulsão do rival. CAMPEONATO INGLÊS Por pouco o Manchester City não perdeu a liderança do Campeonato Inglês neste sábado (15). O time de Pep Guardiola empatou em 1 a 1 com o Everton em partida válida pela oitava rodada do torneio. Com a terceira partida consecutiva sem vencer, o City experimentou pela primeira vez na temporada o risco de sair da ponta. O Everton abriu o placar com Lukaku, mas o destaque do time foi o goleiro Stekelenburg, que defendeu dois pênaltis. Nolito marcou o gol do City. O Manchester City tem 19 pontos, mesma quantidade do Arsenal, segundo colocado. O desempate é pelo saldo de gols. A sorte de Guardiola é que o Tottenham, que iniciou a rodada como vice-líder, também apenas empatou com o West Bromwich. No confronto entre os dois últimos campeões ingleses, o Chelsea não teve dificuldade em superar o Leicester. Os londrinos venceram a partida por 3 a 0 com gols de Diego Costa, Hazard e Moses. Os jogadores do Chelsea prestaram homenagem à mãe do brasileiro Willian, que morreu na quarta-feira (12), devido a um câncer. Ao marcar seu gol, Diego Costa fez um W com as mãos se referindo ao meio-campista. Também em homenagem, o Leicester usou uma faixa preta em luto pela morte do rei da Tailândia, país dos donos do clube. Com a vitória, o Chelsea é o quinto colocado do Campeonato Inglês, com 16 pontos. Atual campeão, o Leicester vem decepcionando neste ano, e é apenas o 13º, com oito pontos.
esporte
Atlético e Real goleiam e lideram o Espanhol; City é ameaçado no InglêsTrês minutos de jogo definiram o tom da goleada por 6 a 1 do Real Madrid sobre o Real Betis neste sábado (15). Atuando fora de casa, no Benito Villamarín, em Sevilha, o time merengue foi à rede com Varane logo no início do jogo e completou o placar com gols de Benzema, Isco (duas vezes), Cristiano Ronaldo e Marcelo, que atuou como capitão em sua primeira partida após a lesão na panturrilha. O resultado deixa a equipe de Zinedine Zidane com os mesmos 18 pontos do líder do Campeonato Espanhol, o Atlético de Madri. No entanto, o rival leva vantagem no critério de desempate do saldo de gols, ampliado pela goleada por 7 a 1 sobre o Granada também hoje. Deste modo, o Colchonero tem 18 gols de saldo contra 14 do clube do Bernabéu. Apesar de ter saído atrás no placar, o Atlético de Madrid virou o jogo contra o Granada para 7 a 1, com cinco gols marcados no segundo tempo. Carrasco foi o destaque com os três primeiros gols do Atlético de Madri, que teve ainda Gaitán (2 vezes), Angel Correa e Tiago como artilheiros. Cuenca fez o gol do Granada. BARCELONA Com dois gols do meio-campista brasileiro Rafinha, o Barcelona goleou o La Coruña sem sustos por 4 a 0, no Camp Nou, neste sábado (15), em jogo válido pela oitava rodada do Campeonato Espanhol. Suárez e Messi, que retornou aos gramados no confronto, fizeram os outros gols da partida. A vitória deixou o time catalão com 16 pontos, e na terceira colocação. O craque argentino Lionel Messi começou a partida no banco de reservas. Ele voltou a ser relacionado após se recuperar de uma lesão na coxa direita, que o deixou parado por três semanas, e entrou aos 10 minutos do segundo tempo —dois minutos depois, o camisa 10 marcou o seu gol. Andrés Iniesta, que recentemente completou 20 anos de Barcelona, também iniciou o confronto entre os suplentes, mas, ao contrário de Messi, não participou do jogo. Neymar não fez gol, porém participou diretamente de três - com duas assistências e uma cobrança de falta na cabeça de Piqué, que resultou em um dos gols de Rafinha. Além, disto, o atacante recebeu uma cotovelada do lateral direito Laure, o que provocou a expulsão do rival. CAMPEONATO INGLÊS Por pouco o Manchester City não perdeu a liderança do Campeonato Inglês neste sábado (15). O time de Pep Guardiola empatou em 1 a 1 com o Everton em partida válida pela oitava rodada do torneio. Com a terceira partida consecutiva sem vencer, o City experimentou pela primeira vez na temporada o risco de sair da ponta. O Everton abriu o placar com Lukaku, mas o destaque do time foi o goleiro Stekelenburg, que defendeu dois pênaltis. Nolito marcou o gol do City. O Manchester City tem 19 pontos, mesma quantidade do Arsenal, segundo colocado. O desempate é pelo saldo de gols. A sorte de Guardiola é que o Tottenham, que iniciou a rodada como vice-líder, também apenas empatou com o West Bromwich. No confronto entre os dois últimos campeões ingleses, o Chelsea não teve dificuldade em superar o Leicester. Os londrinos venceram a partida por 3 a 0 com gols de Diego Costa, Hazard e Moses. Os jogadores do Chelsea prestaram homenagem à mãe do brasileiro Willian, que morreu na quarta-feira (12), devido a um câncer. Ao marcar seu gol, Diego Costa fez um W com as mãos se referindo ao meio-campista. Também em homenagem, o Leicester usou uma faixa preta em luto pela morte do rei da Tailândia, país dos donos do clube. Com a vitória, o Chelsea é o quinto colocado do Campeonato Inglês, com 16 pontos. Atual campeão, o Leicester vem decepcionando neste ano, e é apenas o 13º, com oito pontos.
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Entidades de imprensa criticam Doria por recentes ataques a jornalistas
Associações representativas da imprensa repudiam a forma como o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), tem conduzido sua relação com profissionais da área e veículos jornalísticos. O tucano disputa com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a vaga de candidato do PSDB ao Palácio do Planalto em 2018. As críticas, veiculadas nesta quarta-feira (6) pela rádio CBN, foram feitas por representantes de Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e ANJ (Associação Nacional de Jornais). Todos se referem a episódios nos quais o prefeito tucano partiu para o confronto aberto contra jornalistas. No caso mais recente, na última segunda (4), o prefeito inicialmente se negou a responder à pergunta do repórter Pedro Durán, da CBN, a respeito de uma ação de limpeza da prefeitura na Praça da Sé em julho –após a madrugada mais fria do ano, moradores de rua teriam sido atingidos por jatos de água lançados por equipes municipais. Ao ser indagado pelo repórter, Doria respondeu com outra pergunta. "Você é jornalista há quantos anos? Responda!" Em seguida, atacou a jornalista Camila Olivo, também da CBN, que acompanhou a ação na Sé. O prefeito a acusou de ter "passado ideologicamente comprometido com o PT" e de ter mentido. "Eu respeito o jornalismo da CBN, mas não respeito o trabalho dessa moça. Primeiro pelo seu passado ideologicamente comprometido com o PT, sua vivência com o PT e a sua falta de equilíbrio para colocar uma matéria que não foi correta. Então, não cabe aqui fazer juízo sobre o prefeito regional, cabe fazer juízo ao trabalho jornalístico dessa repórter, que mentiu e colocou uma informação falsa no site da CBN e na rádio. Estou afirmando, não estou supondo, a repórter mentiu e agiu de má-fé." Segundo a CBN, Olivo nunca trabalhou para o PT nem teve qualquer movimento próximo ao partido. A emissora afirma que as declarações do prefeito seriam baseadas em "boato espalhado por grupos e veículos que produzem as chamadas 'fake news', ou notícias falsas, e que apoiam João Doria." Não foi a primeira vez que Doria voltou a artilharia contra um profissional da imprensa. Em julho, ele gravou um vídeo nas redes sociais tentando desqualificar uma reportagem da Folha que questionava as informações oficiais a respeito das doações recebidas pela prefeitura. Na ocasião, o prefeito citou nominalmente o repórter que assinava o texto e marcou seu perfil no Facebook, o que ensejou uma série de ataques de seus seguidores contra o jornalista. Procuradas pela CBN, as associações de imprensa reagiram negativamente a mais esse confronto entre Doria e jornalistas. A Abraji afirmou em nota que, ao "desqualificar o jornalismo, em vez de responder aos questionamentos, Doria nega à sociedade o direito democrático de vigiar os atos dos administradores". A entidade repudia "tentativas de intimidação virtual que podem se transformar em agressões verbais e físicas." O diretor-geral da Abert, Robert Antonik, criticou o fato de Doria tentar descredenciar os jornalistas associando-os a grupos ideológicos. "Essas pessoas que alegam que estamos comprometidos com uma facção ou outra, estamos sim, estamos comprometidos com a facção da notícia, com a facção do fato, do jornalismo profissional, com responsabilidade editorial. Quando você publica algo na rede social, você não tem responsabilidade editorial, não tem ninguém que arque com aquilo que foi dito. Copia e cola na rede social sem responsabilidade nenhuma." A presidente da Fenaj, Federação Nacional dos Jornalistas, Maria José Braga, também critica a reação de Doria. "É muito comum que o gestor público, quando é criticado, não no sentido pessoal, mas no apontamento de falhas no trabalho como gestor público, em vez de dar uma resposta satisfatória à sociedade, tentar agredir verbalmente e desqualificar o trabalho do jornalista." O diretor-executivo da Associação Nacional de Jornais, Ricardo Pedreira, afirmou que é lamentável que uma autoridade se volte de maneira sistemática contra jornalistas, estimulando o comportamento de outros em relação aos próprios jornalistas. Ele diz ainda que o homem público deve saber lidar com as críticas e corrigir eventuais erros. Por meio de nota, enviada em resposta a um pedido de entrevista da CBN com Doria, a prefeitura informou que "o prefeito considera o trabalho da imprensa essencial para a democracia e para o aperfeiçoamento de políticas públicas, e sabe que a crítica, quando procedente e justa, colabora para a correção de eventuais falhas." Também consta na nota que Doria "acredita que, como autoridade pública e como indivíduo, também possui o direito de reagir à crítica quando considera ela injusta e improcedente."
cotidiano
Entidades de imprensa criticam Doria por recentes ataques a jornalistasAssociações representativas da imprensa repudiam a forma como o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), tem conduzido sua relação com profissionais da área e veículos jornalísticos. O tucano disputa com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a vaga de candidato do PSDB ao Palácio do Planalto em 2018. As críticas, veiculadas nesta quarta-feira (6) pela rádio CBN, foram feitas por representantes de Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e ANJ (Associação Nacional de Jornais). Todos se referem a episódios nos quais o prefeito tucano partiu para o confronto aberto contra jornalistas. No caso mais recente, na última segunda (4), o prefeito inicialmente se negou a responder à pergunta do repórter Pedro Durán, da CBN, a respeito de uma ação de limpeza da prefeitura na Praça da Sé em julho –após a madrugada mais fria do ano, moradores de rua teriam sido atingidos por jatos de água lançados por equipes municipais. Ao ser indagado pelo repórter, Doria respondeu com outra pergunta. "Você é jornalista há quantos anos? Responda!" Em seguida, atacou a jornalista Camila Olivo, também da CBN, que acompanhou a ação na Sé. O prefeito a acusou de ter "passado ideologicamente comprometido com o PT" e de ter mentido. "Eu respeito o jornalismo da CBN, mas não respeito o trabalho dessa moça. Primeiro pelo seu passado ideologicamente comprometido com o PT, sua vivência com o PT e a sua falta de equilíbrio para colocar uma matéria que não foi correta. Então, não cabe aqui fazer juízo sobre o prefeito regional, cabe fazer juízo ao trabalho jornalístico dessa repórter, que mentiu e colocou uma informação falsa no site da CBN e na rádio. Estou afirmando, não estou supondo, a repórter mentiu e agiu de má-fé." Segundo a CBN, Olivo nunca trabalhou para o PT nem teve qualquer movimento próximo ao partido. A emissora afirma que as declarações do prefeito seriam baseadas em "boato espalhado por grupos e veículos que produzem as chamadas 'fake news', ou notícias falsas, e que apoiam João Doria." Não foi a primeira vez que Doria voltou a artilharia contra um profissional da imprensa. Em julho, ele gravou um vídeo nas redes sociais tentando desqualificar uma reportagem da Folha que questionava as informações oficiais a respeito das doações recebidas pela prefeitura. Na ocasião, o prefeito citou nominalmente o repórter que assinava o texto e marcou seu perfil no Facebook, o que ensejou uma série de ataques de seus seguidores contra o jornalista. Procuradas pela CBN, as associações de imprensa reagiram negativamente a mais esse confronto entre Doria e jornalistas. A Abraji afirmou em nota que, ao "desqualificar o jornalismo, em vez de responder aos questionamentos, Doria nega à sociedade o direito democrático de vigiar os atos dos administradores". A entidade repudia "tentativas de intimidação virtual que podem se transformar em agressões verbais e físicas." O diretor-geral da Abert, Robert Antonik, criticou o fato de Doria tentar descredenciar os jornalistas associando-os a grupos ideológicos. "Essas pessoas que alegam que estamos comprometidos com uma facção ou outra, estamos sim, estamos comprometidos com a facção da notícia, com a facção do fato, do jornalismo profissional, com responsabilidade editorial. Quando você publica algo na rede social, você não tem responsabilidade editorial, não tem ninguém que arque com aquilo que foi dito. Copia e cola na rede social sem responsabilidade nenhuma." A presidente da Fenaj, Federação Nacional dos Jornalistas, Maria José Braga, também critica a reação de Doria. "É muito comum que o gestor público, quando é criticado, não no sentido pessoal, mas no apontamento de falhas no trabalho como gestor público, em vez de dar uma resposta satisfatória à sociedade, tentar agredir verbalmente e desqualificar o trabalho do jornalista." O diretor-executivo da Associação Nacional de Jornais, Ricardo Pedreira, afirmou que é lamentável que uma autoridade se volte de maneira sistemática contra jornalistas, estimulando o comportamento de outros em relação aos próprios jornalistas. Ele diz ainda que o homem público deve saber lidar com as críticas e corrigir eventuais erros. Por meio de nota, enviada em resposta a um pedido de entrevista da CBN com Doria, a prefeitura informou que "o prefeito considera o trabalho da imprensa essencial para a democracia e para o aperfeiçoamento de políticas públicas, e sabe que a crítica, quando procedente e justa, colabora para a correção de eventuais falhas." Também consta na nota que Doria "acredita que, como autoridade pública e como indivíduo, também possui o direito de reagir à crítica quando considera ela injusta e improcedente."
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Universal anuncia data de abertura de parque 'Harry Potter' em Los Angeles
A Universal anunciou nesta semana a data de abertura do parque The Wizarding World of Harry Potter em Los Angeles, na Califórnia (EUA). A atração temática inspirada na série de livros e filmes do bruxinho começa a funcionar no dia 7 de abril, dentro do Universal Hollywood. Esta não será a primeira atração do tipo em parques da empresa: o Universal Studios de Orlando, na Flórida, inaugurou uma área semelhante em 2010 –ampliada em 2014, e a filial japonesa do parque também criou seu "mundo mágico" de Harry Potter. As atrações incluem uma reprodução do Beco Diagonal, do castelo de Hogwarts e do vilarejo de Hogsmeade, uma montanha-russa ao ar livre chamada Voo do Hipogrifo (a primeira do tipo no parque) e uma aventura 3D batizada de "Harry Potter and the Forbidden Journey" (Harry Potter e a jornada proibida). Também serão montados pontos de alimentação com comidinhas típicas da série, caso da cerveja amanteigada e do sapo de chocolate, e lojas de varinhas, roupas e acessórios. Segundo a agência Associated Press, a estratégia é aumentar as receitas com comida e souvenires –os parques inspirados na franquia criada por J.K. Rowling têm ajudado a sustentar o crescimento no turismo em Orlando.
turismo
Universal anuncia data de abertura de parque 'Harry Potter' em Los AngelesA Universal anunciou nesta semana a data de abertura do parque The Wizarding World of Harry Potter em Los Angeles, na Califórnia (EUA). A atração temática inspirada na série de livros e filmes do bruxinho começa a funcionar no dia 7 de abril, dentro do Universal Hollywood. Esta não será a primeira atração do tipo em parques da empresa: o Universal Studios de Orlando, na Flórida, inaugurou uma área semelhante em 2010 –ampliada em 2014, e a filial japonesa do parque também criou seu "mundo mágico" de Harry Potter. As atrações incluem uma reprodução do Beco Diagonal, do castelo de Hogwarts e do vilarejo de Hogsmeade, uma montanha-russa ao ar livre chamada Voo do Hipogrifo (a primeira do tipo no parque) e uma aventura 3D batizada de "Harry Potter and the Forbidden Journey" (Harry Potter e a jornada proibida). Também serão montados pontos de alimentação com comidinhas típicas da série, caso da cerveja amanteigada e do sapo de chocolate, e lojas de varinhas, roupas e acessórios. Segundo a agência Associated Press, a estratégia é aumentar as receitas com comida e souvenires –os parques inspirados na franquia criada por J.K. Rowling têm ajudado a sustentar o crescimento no turismo em Orlando.
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Advogado-geral da União, Adams avisa Dilma que deixará o cargo em janeiro
O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, avisou à presidente Dilma Rousseff que vai deixar o cargo em janeiro. Segundo a Folha apurou, apesar de negar publicamente sua saída, a qual classifica de "especulação", o advogado já conversou com a presidente e auxiliares sobre deixar o posto após seis anos à frente da Advocacia-Geral da União. Adams assumiu a AGU em outubro de 2009, ainda durante o governo Lula, e é hoje o petista mais antigo na Esplanada dos Ministérios. Foi dele a responsabilidade de comandar a defesa do governo no TCU (Tribunal de Contas da União) e no Congresso diante das chamadas "pedaladas fiscais", atraso na transferência do Tesouro a bancos públicos para pagamentos de programas sociais que, segundo a corte, feriram a Lei de Responsabilidade Fiscal. A manobra se tornou um dos principais pontos para os entusiastas da abertura de um processo de impeachment contra Dilma e acabou desgastando a imagem de Adams. Durante o processo, ele teve sérios embates com a própria presidente e com o então ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (hoje na Educação), a respeito de argumentos que constavam da defesa do governo. Aos 50 anos, Adams foi procurador-geral da Fazenda, secretário-executivo-adjunto do Ministério do Planejamento e o primeiro advogado público de carreira a chefiar a AGU. Foi, inclusive, cotado por Dilma a assumir uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) no ano passado, após a aposentadoria do então ministro Joaquim Barbosa. A presidente, porém, acabou optando por um nome de fora do governo e nomeou o jurista Luiz Edson Fachin.
poder
Advogado-geral da União, Adams avisa Dilma que deixará o cargo em janeiroO advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, avisou à presidente Dilma Rousseff que vai deixar o cargo em janeiro. Segundo a Folha apurou, apesar de negar publicamente sua saída, a qual classifica de "especulação", o advogado já conversou com a presidente e auxiliares sobre deixar o posto após seis anos à frente da Advocacia-Geral da União. Adams assumiu a AGU em outubro de 2009, ainda durante o governo Lula, e é hoje o petista mais antigo na Esplanada dos Ministérios. Foi dele a responsabilidade de comandar a defesa do governo no TCU (Tribunal de Contas da União) e no Congresso diante das chamadas "pedaladas fiscais", atraso na transferência do Tesouro a bancos públicos para pagamentos de programas sociais que, segundo a corte, feriram a Lei de Responsabilidade Fiscal. A manobra se tornou um dos principais pontos para os entusiastas da abertura de um processo de impeachment contra Dilma e acabou desgastando a imagem de Adams. Durante o processo, ele teve sérios embates com a própria presidente e com o então ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (hoje na Educação), a respeito de argumentos que constavam da defesa do governo. Aos 50 anos, Adams foi procurador-geral da Fazenda, secretário-executivo-adjunto do Ministério do Planejamento e o primeiro advogado público de carreira a chefiar a AGU. Foi, inclusive, cotado por Dilma a assumir uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) no ano passado, após a aposentadoria do então ministro Joaquim Barbosa. A presidente, porém, acabou optando por um nome de fora do governo e nomeou o jurista Luiz Edson Fachin.
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Morre arquiteto Pedro Paulo de Melo Saraiva aos 83 anos
Um dos maiores entusiastas da estrutura dos prédios como maior traço definidor de seus desenhos, Pedro Paulo de Melo Saraiva morreu na terça (16). Ele, que sofreu falência múltipla dos órgãos, tinha 83 anos e estava internado havia uma semana no hospital Santa Catarina, em São Paulo. Seu corpo foi velado na sede do Instituto de Arquitetos do Brasil, no centro da cidade, e será cremado no cemitério de Vila Alpina nesta quarta (17). Melo Saraiva se formou em 1955 na escola de arquitetura do Mackenzie ao lado de Paulo Mendes da Rocha, com quem chegou a realizar projetos e a participar de concursos. Também sofreu grande influência de Vilanova Artigas, fazendo parte da geração que construiu o estilo mais tarde consagrado como escola paulista de arquitetura, marcado pelo uso do concreto aparente e por fazer da estrutura das construções seu principal elemento plástico e visual. Isso se revela no edifício Quinta Avenida, que construiu em 1959 na Paulista. Obra que projetou Melo Saraiva ainda jovem, o prédio dialoga com o desenho dos ministérios de Niemeyer em Brasília, mas atinge um efeito poderoso ao pairar como uma lâmina perpendicular à avenida, desafiando e ao mesmo tempo reafirmando a ideia clássica de torre moderna envidraçada. Outras de suas construções mais marcantes exacerbam ainda mais a força da estrutura, que se torna quase escultural em projetos como a sede do Clube XV, em Santos, no litoral paulista, os prédios de escritórios Acal e Capitânia, em São Paulo, e a Escola de Administração Fazendária, em Brasília, talvez seu desenho mais ousado. Enquanto o Acal se destaca pela estrutura de concreto entrelaçada sobre uma pele de vidro e o Capitânia impressiona pela forma como suas vigas estruturais avançam para além de suas paredes transparentes, a escola da capital federal é um exercício de virtuosismo, já que vence um vão de 20 metros e parece só roçar o solo, como se num repouso delicado. "Ele tornou o edifício mais leve, mais solto", afirma Hugo Segawa, crítico de arquitetura. "Ele estuda uma certa 'esculturalidade' dos pilares." Fernando Magalhães Mendonça, sócio de Melo Saraiva em seu escritório, também lembra a "grande preocupação estrutural" do arquiteto. "Ele sempre trabalhou muito próximo dos engenheiros calculistas." Seu filho Pedro, também arquiteto, definiu como "mais humana" a obra de seu pai. Melo Saraiva deixa a mulher, cinco filhos, sete netos e dois bisnetos.
ilustrada
Morre arquiteto Pedro Paulo de Melo Saraiva aos 83 anosUm dos maiores entusiastas da estrutura dos prédios como maior traço definidor de seus desenhos, Pedro Paulo de Melo Saraiva morreu na terça (16). Ele, que sofreu falência múltipla dos órgãos, tinha 83 anos e estava internado havia uma semana no hospital Santa Catarina, em São Paulo. Seu corpo foi velado na sede do Instituto de Arquitetos do Brasil, no centro da cidade, e será cremado no cemitério de Vila Alpina nesta quarta (17). Melo Saraiva se formou em 1955 na escola de arquitetura do Mackenzie ao lado de Paulo Mendes da Rocha, com quem chegou a realizar projetos e a participar de concursos. Também sofreu grande influência de Vilanova Artigas, fazendo parte da geração que construiu o estilo mais tarde consagrado como escola paulista de arquitetura, marcado pelo uso do concreto aparente e por fazer da estrutura das construções seu principal elemento plástico e visual. Isso se revela no edifício Quinta Avenida, que construiu em 1959 na Paulista. Obra que projetou Melo Saraiva ainda jovem, o prédio dialoga com o desenho dos ministérios de Niemeyer em Brasília, mas atinge um efeito poderoso ao pairar como uma lâmina perpendicular à avenida, desafiando e ao mesmo tempo reafirmando a ideia clássica de torre moderna envidraçada. Outras de suas construções mais marcantes exacerbam ainda mais a força da estrutura, que se torna quase escultural em projetos como a sede do Clube XV, em Santos, no litoral paulista, os prédios de escritórios Acal e Capitânia, em São Paulo, e a Escola de Administração Fazendária, em Brasília, talvez seu desenho mais ousado. Enquanto o Acal se destaca pela estrutura de concreto entrelaçada sobre uma pele de vidro e o Capitânia impressiona pela forma como suas vigas estruturais avançam para além de suas paredes transparentes, a escola da capital federal é um exercício de virtuosismo, já que vence um vão de 20 metros e parece só roçar o solo, como se num repouso delicado. "Ele tornou o edifício mais leve, mais solto", afirma Hugo Segawa, crítico de arquitetura. "Ele estuda uma certa 'esculturalidade' dos pilares." Fernando Magalhães Mendonça, sócio de Melo Saraiva em seu escritório, também lembra a "grande preocupação estrutural" do arquiteto. "Ele sempre trabalhou muito próximo dos engenheiros calculistas." Seu filho Pedro, também arquiteto, definiu como "mais humana" a obra de seu pai. Melo Saraiva deixa a mulher, cinco filhos, sete netos e dois bisnetos.
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Madonna usa look toureiro e mostra bunda na chegada ao Grammy
Madonna roubou a cena no tapete vermelho do Grammy, maior premiação da música, ao deixar os fotógrafos registrarem a sua bunda aparecendo. Por um momento, a cantora pop levantou o saiote do look em estilo toureiro que escolheu para participar da festa. O modelo é da grife francesa Givenchy, a mesma que desenhou o figurino que ela usará também durante a sua apresentação na cerimônia neste domingo (8), conforme contou a jornalistas na chegada ao evento. A premiação, em Los Angeles (EUA), ocorre nesta noite, logo mais. No Brasil, a transmissão ao vivo será feita pelo canal pago TNT, a partir das 23h (término às 2h30). O tema da tauromaquia está também no clipe da canção "Living For Love", lançado nesta semana na internet. No vídeo da música –um dos singles que estará no seu próximo álbum, "Rebel Heart", a ser lançado oficialmente em março–, Madonna faz uma disputa contra homens fantasiados como touros. Nesta edição, a 57ª do Grammy, Madonna não concorre em nenhuma categoria. Fará, porém, um show, já anunciado pela organização do prêmio, um dos mais aguardados da noite. Farão apresentações também Katy Perry, Lady Gaga com Tony Bennett, AC/DC, Beyoncé e Rihanna com Paul McCartney e Kanye West, entre outros artistas.
ilustrada
Madonna usa look toureiro e mostra bunda na chegada ao GrammyMadonna roubou a cena no tapete vermelho do Grammy, maior premiação da música, ao deixar os fotógrafos registrarem a sua bunda aparecendo. Por um momento, a cantora pop levantou o saiote do look em estilo toureiro que escolheu para participar da festa. O modelo é da grife francesa Givenchy, a mesma que desenhou o figurino que ela usará também durante a sua apresentação na cerimônia neste domingo (8), conforme contou a jornalistas na chegada ao evento. A premiação, em Los Angeles (EUA), ocorre nesta noite, logo mais. No Brasil, a transmissão ao vivo será feita pelo canal pago TNT, a partir das 23h (término às 2h30). O tema da tauromaquia está também no clipe da canção "Living For Love", lançado nesta semana na internet. No vídeo da música –um dos singles que estará no seu próximo álbum, "Rebel Heart", a ser lançado oficialmente em março–, Madonna faz uma disputa contra homens fantasiados como touros. Nesta edição, a 57ª do Grammy, Madonna não concorre em nenhuma categoria. Fará, porém, um show, já anunciado pela organização do prêmio, um dos mais aguardados da noite. Farão apresentações também Katy Perry, Lady Gaga com Tony Bennett, AC/DC, Beyoncé e Rihanna com Paul McCartney e Kanye West, entre outros artistas.
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Pressão política agrava perdas de fundos de pensão
A nova safra de balanços dos fundos de pensão estatais traz à tona uma carteira contaminada por investimentos feitos em empresas por pressão de governos ou por influência de políticos. Os prejuízos somados dos três maiores -Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal)- pode chegar a R$ 49,2 bilhões em 2015. Previ e Funcef já informaram que seus deficit atingiram R$ 16 bilhões e R$ 13,2 bilhões, respectivamente. O balanço da Petros ainda não está fechado, mas, segundo a Folha apurou, deve ficar perto dos R$ 20 bilhões. A maior parte do prejuízo dos fundos se deve à queda das ações das empresas, principalmente a Vale. Entretanto, conselheiros que representam os pensionistas estão incomodados também com apostas feitas em projetos centrais para os governos Lula e Dilma -Sete Brasil, Invepar, Belo Monte, Oi-, que provocaram perdas e podem dar mais prejuízo. Outra fonte de preocupação são investimentos que financiaram empresas que nunca saíram do papel ou que viraram saco sem fundo, que exigem cada vez mais dinheiro para não quebrar. Os representantes dos pensionistas suspeitam que essas apostas ocorreram para atender interesses políticos. Entre os descobertos até agora, os mais críticos são os fundos FIP Global Equity, FIP Enseada e FIP Multiner. Previ, Petros e Funcef administram juntos R$ 292,5 bilhões, pertencente a 495 mil participantes. As suspeitas de corrupção estão sendo investigadas no Congresso, que instalou uma CPI sobre os fundos de pensão. PRESSÃO DO GOVERNO Para conselheiros eleitos pelos pensionistas, o governo pressionou os fundos de pensão a dividir o risco de projetos de infraestrutura e de apostas em setores estratégicos, mas deixou os participantes com o prejuízo quando as empresas naufragaram. A visão dos conselheiros escolhidos pelo governo é que esses projetos eram a melhor alternativa de rentabilidade anos atrás, quando os juros dos títulos públicos estavam baixos. O grupo culpa a recessão pelas dificuldades. As diretorias de Previ, Funcef e Petros negam ingerência política nos investimentos. O caso mais ruidoso é o da Sete Brasil, empresa de sondas criada para atender a Petrobras. Com a queda do petróleo e a crise na estatal provocada pela Operação Lava Jato, a Sete está desmoronando, levando junto R$ 8,3 bilhões investidos por bancos e fundos de pensão estatais. Petros, Funcef e Previ, que apostaram no projeto, se sentem abandonados pelo BNDES, que não liberou os financiamentos prometidos. Os três fundos colocaram mais de R$ 3 bilhões na Sete. Funcef (R$ 1,4 bilhão) e Previ (R$ 180 milhões) já deram seus investimentos como perdidos. A Petros (R$ 1,5 bilhão) não quis explicar se reconheceu o prejuízo ou não. Os fundos já haviam passado por experiência parecida com a Oi, empresa que, apoiada pelo governo, surgiu para ser a grande operadora nacional de celulares. Após a reestruturação em 2014, quando a Oi se fundiu com a Portugal Telecom, os fundos colocaram cerca de R$ 600 milhões na companhia. Hoje essa participação perdeu 90% do valor. PERDA AINDA MAIOR As perdas dos fundos de pensão podem se a mpliar dependendo do destino da empresa de concessões Invepar e da usina de Belo Monte. A Invepar tomou empréstimos para tocar concessões como as do aeroporto de Guarulhos (SP), garantindo retornos altos para os leilões do governo. Em Guarulhos, o ágio foi de 373,5%. Quando o único sócio privado, a OAS, caiu na Lava Jato, a concessionária ficou sem dinheiro para pagar dívidas e investir nas obras. Os fundos reduziram em 20% o valor de suas fatias na Invepar, estimadas entre R$ 2,5 bilhões e R$ 2,8 bilhões. Mas seguem emprestando dinheiro à concessionária. Previ, Petros e Funcef devem colocar mais recursos em Belo Monte. Os acionistas, que também incluem a Eletrobras e outros, negociam novo aporte de R$ 1,1 bilhão. Belo Monte não tem dinheiro para finalizar as obras, porque o BNDES pediu garantias extras para liberar os últimos R$ 2 bilhões de um financiamento de R$ 22,5 bilhões. Os fundos ainda não fizeram provisão de perda, porque confiam no projeto.
mercado
Pressão política agrava perdas de fundos de pensãoA nova safra de balanços dos fundos de pensão estatais traz à tona uma carteira contaminada por investimentos feitos em empresas por pressão de governos ou por influência de políticos. Os prejuízos somados dos três maiores -Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal)- pode chegar a R$ 49,2 bilhões em 2015. Previ e Funcef já informaram que seus deficit atingiram R$ 16 bilhões e R$ 13,2 bilhões, respectivamente. O balanço da Petros ainda não está fechado, mas, segundo a Folha apurou, deve ficar perto dos R$ 20 bilhões. A maior parte do prejuízo dos fundos se deve à queda das ações das empresas, principalmente a Vale. Entretanto, conselheiros que representam os pensionistas estão incomodados também com apostas feitas em projetos centrais para os governos Lula e Dilma -Sete Brasil, Invepar, Belo Monte, Oi-, que provocaram perdas e podem dar mais prejuízo. Outra fonte de preocupação são investimentos que financiaram empresas que nunca saíram do papel ou que viraram saco sem fundo, que exigem cada vez mais dinheiro para não quebrar. Os representantes dos pensionistas suspeitam que essas apostas ocorreram para atender interesses políticos. Entre os descobertos até agora, os mais críticos são os fundos FIP Global Equity, FIP Enseada e FIP Multiner. Previ, Petros e Funcef administram juntos R$ 292,5 bilhões, pertencente a 495 mil participantes. As suspeitas de corrupção estão sendo investigadas no Congresso, que instalou uma CPI sobre os fundos de pensão. PRESSÃO DO GOVERNO Para conselheiros eleitos pelos pensionistas, o governo pressionou os fundos de pensão a dividir o risco de projetos de infraestrutura e de apostas em setores estratégicos, mas deixou os participantes com o prejuízo quando as empresas naufragaram. A visão dos conselheiros escolhidos pelo governo é que esses projetos eram a melhor alternativa de rentabilidade anos atrás, quando os juros dos títulos públicos estavam baixos. O grupo culpa a recessão pelas dificuldades. As diretorias de Previ, Funcef e Petros negam ingerência política nos investimentos. O caso mais ruidoso é o da Sete Brasil, empresa de sondas criada para atender a Petrobras. Com a queda do petróleo e a crise na estatal provocada pela Operação Lava Jato, a Sete está desmoronando, levando junto R$ 8,3 bilhões investidos por bancos e fundos de pensão estatais. Petros, Funcef e Previ, que apostaram no projeto, se sentem abandonados pelo BNDES, que não liberou os financiamentos prometidos. Os três fundos colocaram mais de R$ 3 bilhões na Sete. Funcef (R$ 1,4 bilhão) e Previ (R$ 180 milhões) já deram seus investimentos como perdidos. A Petros (R$ 1,5 bilhão) não quis explicar se reconheceu o prejuízo ou não. Os fundos já haviam passado por experiência parecida com a Oi, empresa que, apoiada pelo governo, surgiu para ser a grande operadora nacional de celulares. Após a reestruturação em 2014, quando a Oi se fundiu com a Portugal Telecom, os fundos colocaram cerca de R$ 600 milhões na companhia. Hoje essa participação perdeu 90% do valor. PERDA AINDA MAIOR As perdas dos fundos de pensão podem se a mpliar dependendo do destino da empresa de concessões Invepar e da usina de Belo Monte. A Invepar tomou empréstimos para tocar concessões como as do aeroporto de Guarulhos (SP), garantindo retornos altos para os leilões do governo. Em Guarulhos, o ágio foi de 373,5%. Quando o único sócio privado, a OAS, caiu na Lava Jato, a concessionária ficou sem dinheiro para pagar dívidas e investir nas obras. Os fundos reduziram em 20% o valor de suas fatias na Invepar, estimadas entre R$ 2,5 bilhões e R$ 2,8 bilhões. Mas seguem emprestando dinheiro à concessionária. Previ, Petros e Funcef devem colocar mais recursos em Belo Monte. Os acionistas, que também incluem a Eletrobras e outros, negociam novo aporte de R$ 1,1 bilhão. Belo Monte não tem dinheiro para finalizar as obras, porque o BNDES pediu garantias extras para liberar os últimos R$ 2 bilhões de um financiamento de R$ 22,5 bilhões. Os fundos ainda não fizeram provisão de perda, porque confiam no projeto.
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Monte sua árvore
Já disse que não sou nenhum super-homem, nem sou imune a depressões, ansiedades, frustrações e aflições que esta longa crise gera em todos nós. Tem dias em que é difícil dormir. Em outros, é difícil pular da cama com entusiasmo. Mas, como digo aos meus sócios e time de colaboradores, numa crise a gente tem que se motivar em rodízio. Quando um cansa, vem outro apoiar. Numa crise tão aguda, o longo prazo pode ser o hoje à tarde. Como diz a Bíblia, cada dia com sua agonia. Meu grupo empresarial, como todos os outros, tem focado em cortar todo tipo de gordura e custo. Isso é default, obrigatório, não se discute. Mas liderar na crise não é só isso. É mais. É animar a tropa com visão e imaginação. É, sobretudo, cuidar das pessoas. E cuidar das pessoas não só com e-mails e whatsApps. É preciso olho no olho, pegar nas pessoas, tocar seus corações, ouvir suas angústias, com o time sentindo que o comandante está perto do chão de fábrica. Tenho procurado celebrar com meu pessoal cada pequena vitória diária, porque senão a gente fica se martirizando nos gols que tomamos nas tristezas e decepções dessa crise. É isso o que estou fazendo. E, como não posso gastar dinheiro, gasto meu tempo e minha imagina- ção no desafio de motivar minhas pessoas. Foi aí que veio essa ideia maluca, infantil, mas encantadora. No plano pessoal, decidi me motivar com um pequeno truque, planejando na minha cabeça onde eu e minha família vamos passar o Natal, uma festa de que tanto gosto. E foi pensando no Natal que decidi que nesta semana vamos montar aqui no escritório a nossa árvore de Natal. Eu tenho certeza de que, ao olharem para ela, as pessoas vão tirar o coração do dia a dia das más notícias, da crise, da crise, da crise. E vão lembrar que, a despeito da crise, e de ainda ser julho, agosto, setembro, outubro ou novembro, em dezembro haverá Natal. É uma mensagem infantil, de esperança, mas o sofrimento, a depressão e a falta de imaginação são adultos. A alegria, a fé e a imaginação são crianças. São Papai Noel e o menino Jesus. Eu quero que o meu time fique com "Jingle Bells" no coração e que esse "Jingle Bells" solte as crianças que as pessoas têm dentro delas. As crianças não precisam cortar custos pois são felizes com pouco. Elas sabem fazer de um cabo de vassoura um foguete, de uma toalha velha uma capa de rainha. Tenho certeza de que as pessoas que trabalham aqui no escritório vão estranhar em ver a árvore de Natal colocada no corredor. Depois, lerão o texto em que as convido a sonhar com o Natal e, por fim, ficarão com essa esperança tola e infantil no coração. E aí, quem sabe, um ou outro monte em sua casa sua árvore de Natal, comente com o amigo, faça um post sobre isso e es- palhe pelo WhatsApp. E aí, queira Deus ou Papai Noel, esse troço viraliza como o balde de gelo do Mark Zuckerberg. Tudo bem, já estou exagerando, viajando na maionese. Já estou pedindo demais. Mas tenho certeza de que uma coisa a minha singela árvore de Natal vai conseguir: enquanto meus colaboradores olharem para ela, eles tirarão por um momento ao menos os olhos do dia a dia da crise e sonharão com a chegada de Papai Noel e do Natal. Portanto, meu querido adulto, seja criança. Coloque sua árvore de Natal também no seu escritório, na sua casa ou, pelo menos, na sua cabeça e no seu coração.
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Monte sua árvoreJá disse que não sou nenhum super-homem, nem sou imune a depressões, ansiedades, frustrações e aflições que esta longa crise gera em todos nós. Tem dias em que é difícil dormir. Em outros, é difícil pular da cama com entusiasmo. Mas, como digo aos meus sócios e time de colaboradores, numa crise a gente tem que se motivar em rodízio. Quando um cansa, vem outro apoiar. Numa crise tão aguda, o longo prazo pode ser o hoje à tarde. Como diz a Bíblia, cada dia com sua agonia. Meu grupo empresarial, como todos os outros, tem focado em cortar todo tipo de gordura e custo. Isso é default, obrigatório, não se discute. Mas liderar na crise não é só isso. É mais. É animar a tropa com visão e imaginação. É, sobretudo, cuidar das pessoas. E cuidar das pessoas não só com e-mails e whatsApps. É preciso olho no olho, pegar nas pessoas, tocar seus corações, ouvir suas angústias, com o time sentindo que o comandante está perto do chão de fábrica. Tenho procurado celebrar com meu pessoal cada pequena vitória diária, porque senão a gente fica se martirizando nos gols que tomamos nas tristezas e decepções dessa crise. É isso o que estou fazendo. E, como não posso gastar dinheiro, gasto meu tempo e minha imagina- ção no desafio de motivar minhas pessoas. Foi aí que veio essa ideia maluca, infantil, mas encantadora. No plano pessoal, decidi me motivar com um pequeno truque, planejando na minha cabeça onde eu e minha família vamos passar o Natal, uma festa de que tanto gosto. E foi pensando no Natal que decidi que nesta semana vamos montar aqui no escritório a nossa árvore de Natal. Eu tenho certeza de que, ao olharem para ela, as pessoas vão tirar o coração do dia a dia das más notícias, da crise, da crise, da crise. E vão lembrar que, a despeito da crise, e de ainda ser julho, agosto, setembro, outubro ou novembro, em dezembro haverá Natal. É uma mensagem infantil, de esperança, mas o sofrimento, a depressão e a falta de imaginação são adultos. A alegria, a fé e a imaginação são crianças. São Papai Noel e o menino Jesus. Eu quero que o meu time fique com "Jingle Bells" no coração e que esse "Jingle Bells" solte as crianças que as pessoas têm dentro delas. As crianças não precisam cortar custos pois são felizes com pouco. Elas sabem fazer de um cabo de vassoura um foguete, de uma toalha velha uma capa de rainha. Tenho certeza de que as pessoas que trabalham aqui no escritório vão estranhar em ver a árvore de Natal colocada no corredor. Depois, lerão o texto em que as convido a sonhar com o Natal e, por fim, ficarão com essa esperança tola e infantil no coração. E aí, quem sabe, um ou outro monte em sua casa sua árvore de Natal, comente com o amigo, faça um post sobre isso e es- palhe pelo WhatsApp. E aí, queira Deus ou Papai Noel, esse troço viraliza como o balde de gelo do Mark Zuckerberg. Tudo bem, já estou exagerando, viajando na maionese. Já estou pedindo demais. Mas tenho certeza de que uma coisa a minha singela árvore de Natal vai conseguir: enquanto meus colaboradores olharem para ela, eles tirarão por um momento ao menos os olhos do dia a dia da crise e sonharão com a chegada de Papai Noel e do Natal. Portanto, meu querido adulto, seja criança. Coloque sua árvore de Natal também no seu escritório, na sua casa ou, pelo menos, na sua cabeça e no seu coração.
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Para Marco Aurélio, saída alternativa para Renan é 'meia sola constitucional'
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, fizeram, nesta quarta-feira (7), duras críticas ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e à decisão tomada por ele de não se afastar do comando da Casa, como havia determinado liminar do Supremo Tribunal Federal. O magistrado chamou de "jeitinho" e "meia sola constitucional" a alternativa apresentada pela defesa de Renan de afastá-lo da linha sucessória da Presidência da República, mas mantê-lo no comando do Senado. "Houve uma recusa de um dos Poderes da República em cumprir uma decisão legítima proferida por órgão competente. Desafiar decisão judicial é como desafiar as noções fundamentais do Estado democrático de direito", afirmou Janot. Em decisão liminar, o ministro Marco Aurélio determinou o afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado. Monocraticamente, o magistrado acatou pedido da Rede Sustentabilidade, feito na segunda (5), para que Renan fosse afastado depois que virou réu, na última quinta (1º), pelo crime de peculato na ação em que é acusado de peculato (desvio de recursos públicos). A maioria dos ministros do Supremo já decidiu pela proibição de réus em cargos na linha sucessória da Presidência da República. O julgamento, no entanto, não foi concluído por causa de um pedido de vista do ministro Dias Toffoli. Nesta semana, um oficial de Justiça tentou duas vezes notificar Renan Calheiros sobre a liminar, mas o senador recusou-se a recebê-lo. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu o afastamento de Renan da Presidência do Senado. Segundo ele, a Constituição determina que o presidente do Senado está na linha sucessória, independentemente dos problemas pessoais que o ocupante do cargo tenha. "Existe indissociabilidade entre as competências dos presidentes do Senado, da Câmara e do Supremo para substituir o Presidente da República no papel dos próprios órgãos nessa substituição", disse Janot durante sua manifestação no julgamento. "A prerrogativa constitucional é do cargo, não é da pessoa e problemas pessoais pessoa não podem limitar as prerrogativas do cargo", afirmou. "Como não há vice-presidente o presidente do Senado passa à segunda posição na linha de substituição. Não é aceitável que a Presidência de um órgão de representação popular vocacionado a substituir o presidente da República pela carta da República seja afastado de antemão dessa linha de substituição por problemas pessoais do ocupante do cargo." Na terça-feira (6), a Mesa Diretora do Senado –comandada por Renan– decidiu desafiar o STF e só aceitar o afastamento do peemedebista após decisão do plenário do tribunal. Janot retomou uma frase já dita por ele anteriormente: "Hoje, o que exige a República é que pau que dá em Chico tem que dar em Francisco", afirmou, ao defender a manutenção da decisão de Marco Aurélio. "Que mensagem e que exemplo que esse estado de coisas daria para nossas crianças, adolescentes, brasileiros e o povo em geral? De que pessoas acusadas de graves crimes contra a administração pública podem estar no comando desta nação, ainda que transitoriamente?", questionou Janot. O ministro Marco Aurélio Mello foi irônico ao falar de Renan. "Tempos estranhos os vivenciados nesta sofrida República", disse, referindo-se ao descumprimento da decisão judicial pelo Senado. O ministro ainda chamou de "inconcebível" e "grotesca" a desobediência do senador peemedebista. "Faço justiça que ele [Renan] não me chamou de 'juizeco'", disse também, relembrando episódio em que o senador classificou desse modo um juiz federal que mandou prender policiais do Senado. "Surge situação cuja gravidade impõe a correção de rumos, mediante atuação firme, com desassombro, do tribunal que ostenta a condição de última trincheira da cidadania", disse o ministro em seu voto. O ministro seguiu a mesma linha de raciocínio de Janot ao tratar sobre a linha sucessória da Presidência da República: que réus em ações penais não podem ocupar algum desses cargos. "O mesmo tratamento dado, pelo plenário, com idênticas Constituição e composição, à situação jurídica do presidente da Câmara, cumpre ser implementado relativamente ao presidente do Senado. Fora isso é a variação inconcebível, o total desprestígio para o Supremo aos olhos da comunidade jurídica, acadêmica e política. Hoje, encontra-se desafiado, no que sequer conseguiu notificar o presidente, o vice-presidente e o primeiro-secretário do Senado da decisão proferida, ficando o triste exemplo para os jurisdicionados em geral." Marco Aurélio disse em seu voto que, para o cidadão comum, Renan é visto hoje como o próprio Senado, um "salvador da pátria" capaz de ajudar a resolver a crise que afeta o país. "A que custo será implementada essa blindagem pessoal, inusitada e desmoralizante?", questionou o ministro do STF. CRISE Já no início do julgamento, o advogado-geral do Senado, Alberto Cascais, reconheceu haver crise institucional entre Legislativo e Judiciário. "É indubitável que há um atrito institucional entre os Poderes. Não há como negar esse fato. E, diante de situações extremas, ocorrem fatos e medidas extremas", afirmou Cascais, alegando que o Supremo e seus membros têm o respeito do Senado. "Jamais o Senado Federal teve intenção, por parte da Mesa e de seu presidente, Renan Calheiros, de desafiar esta Corte. Jamais." O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, respondeu de imediato. "Os poderes estão trabalhando cada um dentro dos seus limites. Isso não pode ser visto como atrito", rebateu. Em seu relatório, Marco Aurélio leu a decisão da Mesa Diretora de manter Renan no comando do Senado e detalhou os constrangimentos a que foi submetido o oficial de Justiça nas duas tentativas de notificar o senador. ADVOGADOS O advogado-geral do Senado, Alberto Caiscais, disse que a liminar de Marco Aurélio interferiu na faculdade dos senadores de escolherem seu chefe e desrespeitou o direito ao contraditório e à ampla defesa. Caiscais pediu que a liminar fosse cassada e requereu "o simples afastamento do senador Renan Calheiros da linha sucessória da Presidência da República". Ele defendeu a tese jurídica que se tornou hipótese mais forte para o resultado deste julgamento: que Renan não possa ocupar o Planalto, mas que não precise deixar o comando do Senado. Representando a Rede Sustentabilidade, o advogado Daniel Sarmento chamou de "inusitada" a decisão do Senado de desobedecer a liminar de Marco Aurélio. "Não se trata de atender às multidões, mas às vezes há convergência entre desejo da sociedade e o que diz a Constituição", disse.
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Para Marco Aurélio, saída alternativa para Renan é 'meia sola constitucional'O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, fizeram, nesta quarta-feira (7), duras críticas ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e à decisão tomada por ele de não se afastar do comando da Casa, como havia determinado liminar do Supremo Tribunal Federal. O magistrado chamou de "jeitinho" e "meia sola constitucional" a alternativa apresentada pela defesa de Renan de afastá-lo da linha sucessória da Presidência da República, mas mantê-lo no comando do Senado. "Houve uma recusa de um dos Poderes da República em cumprir uma decisão legítima proferida por órgão competente. Desafiar decisão judicial é como desafiar as noções fundamentais do Estado democrático de direito", afirmou Janot. Em decisão liminar, o ministro Marco Aurélio determinou o afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado. Monocraticamente, o magistrado acatou pedido da Rede Sustentabilidade, feito na segunda (5), para que Renan fosse afastado depois que virou réu, na última quinta (1º), pelo crime de peculato na ação em que é acusado de peculato (desvio de recursos públicos). A maioria dos ministros do Supremo já decidiu pela proibição de réus em cargos na linha sucessória da Presidência da República. O julgamento, no entanto, não foi concluído por causa de um pedido de vista do ministro Dias Toffoli. Nesta semana, um oficial de Justiça tentou duas vezes notificar Renan Calheiros sobre a liminar, mas o senador recusou-se a recebê-lo. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu o afastamento de Renan da Presidência do Senado. Segundo ele, a Constituição determina que o presidente do Senado está na linha sucessória, independentemente dos problemas pessoais que o ocupante do cargo tenha. "Existe indissociabilidade entre as competências dos presidentes do Senado, da Câmara e do Supremo para substituir o Presidente da República no papel dos próprios órgãos nessa substituição", disse Janot durante sua manifestação no julgamento. "A prerrogativa constitucional é do cargo, não é da pessoa e problemas pessoais pessoa não podem limitar as prerrogativas do cargo", afirmou. "Como não há vice-presidente o presidente do Senado passa à segunda posição na linha de substituição. Não é aceitável que a Presidência de um órgão de representação popular vocacionado a substituir o presidente da República pela carta da República seja afastado de antemão dessa linha de substituição por problemas pessoais do ocupante do cargo." Na terça-feira (6), a Mesa Diretora do Senado –comandada por Renan– decidiu desafiar o STF e só aceitar o afastamento do peemedebista após decisão do plenário do tribunal. Janot retomou uma frase já dita por ele anteriormente: "Hoje, o que exige a República é que pau que dá em Chico tem que dar em Francisco", afirmou, ao defender a manutenção da decisão de Marco Aurélio. "Que mensagem e que exemplo que esse estado de coisas daria para nossas crianças, adolescentes, brasileiros e o povo em geral? De que pessoas acusadas de graves crimes contra a administração pública podem estar no comando desta nação, ainda que transitoriamente?", questionou Janot. O ministro Marco Aurélio Mello foi irônico ao falar de Renan. "Tempos estranhos os vivenciados nesta sofrida República", disse, referindo-se ao descumprimento da decisão judicial pelo Senado. O ministro ainda chamou de "inconcebível" e "grotesca" a desobediência do senador peemedebista. "Faço justiça que ele [Renan] não me chamou de 'juizeco'", disse também, relembrando episódio em que o senador classificou desse modo um juiz federal que mandou prender policiais do Senado. "Surge situação cuja gravidade impõe a correção de rumos, mediante atuação firme, com desassombro, do tribunal que ostenta a condição de última trincheira da cidadania", disse o ministro em seu voto. O ministro seguiu a mesma linha de raciocínio de Janot ao tratar sobre a linha sucessória da Presidência da República: que réus em ações penais não podem ocupar algum desses cargos. "O mesmo tratamento dado, pelo plenário, com idênticas Constituição e composição, à situação jurídica do presidente da Câmara, cumpre ser implementado relativamente ao presidente do Senado. Fora isso é a variação inconcebível, o total desprestígio para o Supremo aos olhos da comunidade jurídica, acadêmica e política. Hoje, encontra-se desafiado, no que sequer conseguiu notificar o presidente, o vice-presidente e o primeiro-secretário do Senado da decisão proferida, ficando o triste exemplo para os jurisdicionados em geral." Marco Aurélio disse em seu voto que, para o cidadão comum, Renan é visto hoje como o próprio Senado, um "salvador da pátria" capaz de ajudar a resolver a crise que afeta o país. "A que custo será implementada essa blindagem pessoal, inusitada e desmoralizante?", questionou o ministro do STF. CRISE Já no início do julgamento, o advogado-geral do Senado, Alberto Cascais, reconheceu haver crise institucional entre Legislativo e Judiciário. "É indubitável que há um atrito institucional entre os Poderes. Não há como negar esse fato. E, diante de situações extremas, ocorrem fatos e medidas extremas", afirmou Cascais, alegando que o Supremo e seus membros têm o respeito do Senado. "Jamais o Senado Federal teve intenção, por parte da Mesa e de seu presidente, Renan Calheiros, de desafiar esta Corte. Jamais." O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, respondeu de imediato. "Os poderes estão trabalhando cada um dentro dos seus limites. Isso não pode ser visto como atrito", rebateu. Em seu relatório, Marco Aurélio leu a decisão da Mesa Diretora de manter Renan no comando do Senado e detalhou os constrangimentos a que foi submetido o oficial de Justiça nas duas tentativas de notificar o senador. ADVOGADOS O advogado-geral do Senado, Alberto Caiscais, disse que a liminar de Marco Aurélio interferiu na faculdade dos senadores de escolherem seu chefe e desrespeitou o direito ao contraditório e à ampla defesa. Caiscais pediu que a liminar fosse cassada e requereu "o simples afastamento do senador Renan Calheiros da linha sucessória da Presidência da República". Ele defendeu a tese jurídica que se tornou hipótese mais forte para o resultado deste julgamento: que Renan não possa ocupar o Planalto, mas que não precise deixar o comando do Senado. Representando a Rede Sustentabilidade, o advogado Daniel Sarmento chamou de "inusitada" a decisão do Senado de desobedecer a liminar de Marco Aurélio. "Não se trata de atender às multidões, mas às vezes há convergência entre desejo da sociedade e o que diz a Constituição", disse.
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Nova denúncia de Janot é recheada de absurdos, afirma Temer
O presidente Michel Temer afirmou que a segunda denúncia contra ele, apresentada nesta quinta (14) pela Procuradoria-Geral da República, é "recheada de absurdos". "É realismo fantástico em estado puro", afirmou, por meio de nota divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Temer disse que o procurador-geral, Rodrigo Janot, autor da acusação, "ignora deliberadamente as graves suspeitas que fragilizam as delações sobre as quais se baseou para formular a segunda denúncia". "O procurador-geral da República continua sua marcha irresponsável para encobrir suas próprias falhas", afirmou. "Finge não ver os problemas de falta de credibilidade de testemunhas, a ausência de nexo entre as narrativas e as incoerências produzidas pela própria investigação, apressada e açodada", ressaltou o presidente. Segundo o peemedebista, Janot "tenta criar fatos para encobrir a necessidade urgente de investigação sobre pessoas que integraram sua equipe e em relação às quais há indícios consistentes de terem direcionado delações e, portanto, as investigações". "Fala de pagamentos em contas no exterior ao presidente sem demonstrar a existência de conta do presidente em outro país. Transforma contribuição lícita de campanha em ilícita, mistura fatos e confunde para tentar ganhar ares de verdade", disse. Leia abaixo a íntegra da nota: "O procurador-geral da República continua sua marcha irresponsável para encobrir suas próprias falhas. Ignora deliberadamente as graves suspeitas que fragilizam as delações sobre as quais se baseou para formular a segunda denúncia contra o presidente da República, Michel Temer. Finge não ver os problemas de falta de credibilidade de testemunhas, a ausência de nexo entre as narrativas e as incoerências produzidas pela própria investigação, apressada e açodada. Ao fazer esse movimento, tenta criar fatos para encobrir a necessidade urgente de investigação sobre pessoas que integraram sua equipe e em relação às quais há indícios consistentes de terem direcionado delações e, portanto, as investigações. Ao não cumprir com obrigações mínimas de cuidado e zelo em seu trabalho, por incompetência ou incúria, coloca em risco o instituto da delação premiada. Ao aceitar depoimentos falsos e mentirosos, instituiu a delação fraudada. Nela, o crime compensa. Embustes, ardis e falcatruas passaram a ser a regra para que se roube a tranquilidade institucional do país. A segunda denúncia é recheada de absurdos. Fala de pagamentos em contas no exterior ao presidente sem demonstrar a existência de conta do presidente em outro país. Transforma contribuição lícita de campanha em ilícita, mistura fatos e confunde para tentar ganhar ares de verdade. É realismo fantástico em estado puro. O presidente tem certeza de que, ao final de todo esse processo, prevalecerá a verdade e, não mais, versões, fantasias e ilações. O governo poderá então se dedicar ainda mais a enfrentar os problemas reais do Brasil. Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República"
poder
Nova denúncia de Janot é recheada de absurdos, afirma TemerO presidente Michel Temer afirmou que a segunda denúncia contra ele, apresentada nesta quinta (14) pela Procuradoria-Geral da República, é "recheada de absurdos". "É realismo fantástico em estado puro", afirmou, por meio de nota divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Temer disse que o procurador-geral, Rodrigo Janot, autor da acusação, "ignora deliberadamente as graves suspeitas que fragilizam as delações sobre as quais se baseou para formular a segunda denúncia". "O procurador-geral da República continua sua marcha irresponsável para encobrir suas próprias falhas", afirmou. "Finge não ver os problemas de falta de credibilidade de testemunhas, a ausência de nexo entre as narrativas e as incoerências produzidas pela própria investigação, apressada e açodada", ressaltou o presidente. Segundo o peemedebista, Janot "tenta criar fatos para encobrir a necessidade urgente de investigação sobre pessoas que integraram sua equipe e em relação às quais há indícios consistentes de terem direcionado delações e, portanto, as investigações". "Fala de pagamentos em contas no exterior ao presidente sem demonstrar a existência de conta do presidente em outro país. Transforma contribuição lícita de campanha em ilícita, mistura fatos e confunde para tentar ganhar ares de verdade", disse. Leia abaixo a íntegra da nota: "O procurador-geral da República continua sua marcha irresponsável para encobrir suas próprias falhas. Ignora deliberadamente as graves suspeitas que fragilizam as delações sobre as quais se baseou para formular a segunda denúncia contra o presidente da República, Michel Temer. Finge não ver os problemas de falta de credibilidade de testemunhas, a ausência de nexo entre as narrativas e as incoerências produzidas pela própria investigação, apressada e açodada. Ao fazer esse movimento, tenta criar fatos para encobrir a necessidade urgente de investigação sobre pessoas que integraram sua equipe e em relação às quais há indícios consistentes de terem direcionado delações e, portanto, as investigações. Ao não cumprir com obrigações mínimas de cuidado e zelo em seu trabalho, por incompetência ou incúria, coloca em risco o instituto da delação premiada. Ao aceitar depoimentos falsos e mentirosos, instituiu a delação fraudada. Nela, o crime compensa. Embustes, ardis e falcatruas passaram a ser a regra para que se roube a tranquilidade institucional do país. A segunda denúncia é recheada de absurdos. Fala de pagamentos em contas no exterior ao presidente sem demonstrar a existência de conta do presidente em outro país. Transforma contribuição lícita de campanha em ilícita, mistura fatos e confunde para tentar ganhar ares de verdade. É realismo fantástico em estado puro. O presidente tem certeza de que, ao final de todo esse processo, prevalecerá a verdade e, não mais, versões, fantasias e ilações. O governo poderá então se dedicar ainda mais a enfrentar os problemas reais do Brasil. Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República"
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A política que nos falta
O ciclo vicioso da crise política e da crise econômica parece não ter fim e resulta nesse sentimento difuso de desesperança e de apreensão. As dificuldades recentes, porém, não devem levar a ignorar os avanços dos últimos anos. Nenhum dos problemas econômicos é recente. Todos já estavam presentes, incubados e latentes, antes da última eleição. Preferiu-se ignorá-los. Há duas décadas se sabia que os gastos com previdência do setor privado e dos servidores se tornariam insustentáveis. Alguns Estados já estavam a caminho da insolvência no começo desta década. Desde o governo anterior se alertava que as políticas de proteção setorial adotadas em vários setores, como óleo e gás, construção civil, indústria automobilística e naval, além da disseminação do crédito subsidiado, eram tecnicamente mal desenhadas e deveriam fracassar. Houve um imenso avanço na aceitação dos problemas nos últimos dois anos, o que resultou nesse começo de debate sobre as possíveis reformas para que retomemos a normalidade. Ocorreram, também, avanços importantes em diversas áreas, como a revisão de algumas das políticas fracassadas dos últimos anos. Alguns analistas e, aparentemente, o próprio governo, porém, subestimaram a extensão do problema. Imaginaram que a crise seria apenas cíclica e que, com rumo novo, a economia já estaria crescendo no fim do ano passado. Infelizmente, estavam errados. De qualquer forma, os avanços reduziram o risco-país e colaboraram para a rápida queda dos juros de mercado, que tem permitido ao Banco Central reduzir a Selic em meio a uma rápida queda da inflação. Para além da maior severidade dos problemas do que o esperado por muitos, há também a surpreendente resistência das corporações com a necessária revisão dos benefícios concedidos na última década. Diversas empresas dependem de subsídios públicos para garantir seus resultados. Alguns grupos de servidores públicos resistem à revisão de regras muito mais benéficas do que é acessível ao resto do setor privado que, afinal, é quem paga a conta. A crise que vivemos decorre de um país que prometeu mais do que pode oferecer. Além do mais, na última década, a expansão do poder público e da sua capacidade em conceder benefícios discricionariamente resultou em políticas fracassadas e em desvios inaceitáveis. Continuar a agenda de reformas passa pela negociação dos benefícios que serão revistos e por novas regras de governança para a relação entre o setor público e o setor privado. Não se trata apenas de uma agenda técnica ou de problema de gestão. Requer negociação e arbitragem de conflitos. Trata-se da Política que nos faz falta.
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A política que nos faltaO ciclo vicioso da crise política e da crise econômica parece não ter fim e resulta nesse sentimento difuso de desesperança e de apreensão. As dificuldades recentes, porém, não devem levar a ignorar os avanços dos últimos anos. Nenhum dos problemas econômicos é recente. Todos já estavam presentes, incubados e latentes, antes da última eleição. Preferiu-se ignorá-los. Há duas décadas se sabia que os gastos com previdência do setor privado e dos servidores se tornariam insustentáveis. Alguns Estados já estavam a caminho da insolvência no começo desta década. Desde o governo anterior se alertava que as políticas de proteção setorial adotadas em vários setores, como óleo e gás, construção civil, indústria automobilística e naval, além da disseminação do crédito subsidiado, eram tecnicamente mal desenhadas e deveriam fracassar. Houve um imenso avanço na aceitação dos problemas nos últimos dois anos, o que resultou nesse começo de debate sobre as possíveis reformas para que retomemos a normalidade. Ocorreram, também, avanços importantes em diversas áreas, como a revisão de algumas das políticas fracassadas dos últimos anos. Alguns analistas e, aparentemente, o próprio governo, porém, subestimaram a extensão do problema. Imaginaram que a crise seria apenas cíclica e que, com rumo novo, a economia já estaria crescendo no fim do ano passado. Infelizmente, estavam errados. De qualquer forma, os avanços reduziram o risco-país e colaboraram para a rápida queda dos juros de mercado, que tem permitido ao Banco Central reduzir a Selic em meio a uma rápida queda da inflação. Para além da maior severidade dos problemas do que o esperado por muitos, há também a surpreendente resistência das corporações com a necessária revisão dos benefícios concedidos na última década. Diversas empresas dependem de subsídios públicos para garantir seus resultados. Alguns grupos de servidores públicos resistem à revisão de regras muito mais benéficas do que é acessível ao resto do setor privado que, afinal, é quem paga a conta. A crise que vivemos decorre de um país que prometeu mais do que pode oferecer. Além do mais, na última década, a expansão do poder público e da sua capacidade em conceder benefícios discricionariamente resultou em políticas fracassadas e em desvios inaceitáveis. Continuar a agenda de reformas passa pela negociação dos benefícios que serão revistos e por novas regras de governança para a relação entre o setor público e o setor privado. Não se trata apenas de uma agenda técnica ou de problema de gestão. Requer negociação e arbitragem de conflitos. Trata-se da Política que nos faz falta.
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Promessa de caixas-d'água para a periferia trava em São Paulo
Na pobre comunidade da zona norte de São Paulo que leva o nome de Vila Esperança da Caixa-d'Água, havia esperança e nada de caixas-d'água em meio à grave crise hídrica do ano passado. Só agora os compartimentos para armazenar água prometidos pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) começaram a chegar à favela, onde as torneiras ficam secas todos os dias das 14h às 8h. Há cinco meses, no auge da crise, o governo paulista anunciou que distribuiria caixas-d'água a moradores da periferia que, sem um reservatório em casa, sofrem mais as consequências do racionamento imposto pelo Estado por meio da técnica de redução de pressão na rede. A ideia era entregar, até junho, 25 mil caixas-d'água, ao custo de R$ 125 cada uma. Com menos pressão, a água é empurrada com menor força nos canos, o que, na prática, deixa com menos água as casas em locais altos e mais distantes das represas de SP. Até agora, das 25 mil prometidas, só 20% das caixas-d'água foram entregues. O cronograma, antes previsto para ser concluído em junho, foi prorrogado até agosto. No auge da crise, o governo tucano responsabilizou famílias sem caixa-d'água pelo desabastecimento que ocorre há meses em alguns pontos. Com esses reservatórios abastecidos de madrugada, as famílias poderiam usar essa reserva nos períodos de falha no fornecimento. Na Vila Esperança da Caixa-d'Água, na última quinta-feira (7), quem instalava sua nova caixa era Carlos Eduardo do Nascimento, 33, que estima ter investido R$ 300 em material de construção. "Agora, eu vou conseguir tomar banho à noite. Antes, era só na caneca, ou debaixo do cano que capta da chuva." Seu vizinho, o pedreiro Cosme dos Santos, 63, é o responsável da região pelo cadastro dos interessados nesses reservatórios. Ele alerta que a responsabilidade pela instalação é das famílias. "São poucas as caixas, então a gente prioriza as famílias mais pobres, mas que têm espaço ou laje para colocar a caixa-d'água." O mesmo cuidado parece não ter ocorrido na Vila Régis, na zona sul. Por lá, alguns moradores estão há dois meses com suas caixas encostadas, sem instalá-las. "O problema é o custo. Fora isso, nem todos têm espaço em casa para colocá-las", diz Lucineuza Boaventura, 50. Assim, alguns desses compartimentos estão no chão e servem como cisternas. "Eu uso essa água para dar descarga ou fazer o jantar", conta Maria Elizabete, 59. Ela diz se preocupar em sempre lavar o reservatório com sabão e cloro, além de tampá-lo, para evitar o mosquito transmissor da dengue. Outras caixas ainda estão encostadas e vazias. É o que ocorre na casa de Cirlene da Silva, que, sem os R$ 1.000 para a instalação, há dois meses tem uma vazia no quintal. "A gente pegou, mas não é para servir de enfeite, né?", afirma, ao apontar para o recipiente suspenso por cordas no quintal de casa.
cotidiano
Promessa de caixas-d'água para a periferia trava em São PauloNa pobre comunidade da zona norte de São Paulo que leva o nome de Vila Esperança da Caixa-d'Água, havia esperança e nada de caixas-d'água em meio à grave crise hídrica do ano passado. Só agora os compartimentos para armazenar água prometidos pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) começaram a chegar à favela, onde as torneiras ficam secas todos os dias das 14h às 8h. Há cinco meses, no auge da crise, o governo paulista anunciou que distribuiria caixas-d'água a moradores da periferia que, sem um reservatório em casa, sofrem mais as consequências do racionamento imposto pelo Estado por meio da técnica de redução de pressão na rede. A ideia era entregar, até junho, 25 mil caixas-d'água, ao custo de R$ 125 cada uma. Com menos pressão, a água é empurrada com menor força nos canos, o que, na prática, deixa com menos água as casas em locais altos e mais distantes das represas de SP. Até agora, das 25 mil prometidas, só 20% das caixas-d'água foram entregues. O cronograma, antes previsto para ser concluído em junho, foi prorrogado até agosto. No auge da crise, o governo tucano responsabilizou famílias sem caixa-d'água pelo desabastecimento que ocorre há meses em alguns pontos. Com esses reservatórios abastecidos de madrugada, as famílias poderiam usar essa reserva nos períodos de falha no fornecimento. Na Vila Esperança da Caixa-d'Água, na última quinta-feira (7), quem instalava sua nova caixa era Carlos Eduardo do Nascimento, 33, que estima ter investido R$ 300 em material de construção. "Agora, eu vou conseguir tomar banho à noite. Antes, era só na caneca, ou debaixo do cano que capta da chuva." Seu vizinho, o pedreiro Cosme dos Santos, 63, é o responsável da região pelo cadastro dos interessados nesses reservatórios. Ele alerta que a responsabilidade pela instalação é das famílias. "São poucas as caixas, então a gente prioriza as famílias mais pobres, mas que têm espaço ou laje para colocar a caixa-d'água." O mesmo cuidado parece não ter ocorrido na Vila Régis, na zona sul. Por lá, alguns moradores estão há dois meses com suas caixas encostadas, sem instalá-las. "O problema é o custo. Fora isso, nem todos têm espaço em casa para colocá-las", diz Lucineuza Boaventura, 50. Assim, alguns desses compartimentos estão no chão e servem como cisternas. "Eu uso essa água para dar descarga ou fazer o jantar", conta Maria Elizabete, 59. Ela diz se preocupar em sempre lavar o reservatório com sabão e cloro, além de tampá-lo, para evitar o mosquito transmissor da dengue. Outras caixas ainda estão encostadas e vazias. É o que ocorre na casa de Cirlene da Silva, que, sem os R$ 1.000 para a instalação, há dois meses tem uma vazia no quintal. "A gente pegou, mas não é para servir de enfeite, né?", afirma, ao apontar para o recipiente suspenso por cordas no quintal de casa.
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Regra dos 5 segundos não funciona, diz pesquisa americana
De acordo com a sabedoria popular, qualquer alimento que caia no chão pode ser consumido sem risco, se for coletado em até cinco segundos. O tempo de exposição varia de acordo com as regiões do globo –há defensores dos três segundos e até quem arrisque 15. A má notícia vem de um estudo da Rutgers University, em Nova Jersey, Estados Unidos. Os pesquisadores selecionaram quatro tipos de pisos (azulejo, madeira, carpete e aço inox) e quatro tipos de alimentos (pão branco, pão com manteiga, melancia e bala de goma), que entraram em contato por tempos de menos de um segundo até cinco minutos, antes de serem analisados. "Nossa principal conclusão é que a regra dos cinco segundos não é verdadeira. Bactérias podem se transferir para o alimento mesmo em uma fração de segundo. Mas o tempo de contato faz bastante diferença", comenta o professor Donald Schaffner, um dos responsáveis pelo estudo, publicado no início de setembro na revista "Applied and Environmental Microbiology". Superfícies foram contaminadas com bactérias Enterobacter aerogenes, similar à salmonela. Alimentos, com bactérias contadas, tinham contato com as superfícies, eram processados e passavam por nova contagem. Regra dos 5 segundos A melancia teve as taxas de contaminação mais altas do experimento, com até 97% em cinco segundos sobre o piso cerâmico. Com menos de um segundo no aço inox, a contaminação já era de 91%. Isso ocorre, de acordo com os cientistas, pela composição da fruta, que tem muito líquido e é pegajosa. As balas de goma de ursinhos, bastante populares nos Estados Unidos, são mais secas e obtiveram as menores taxas de contaminação, com 11% após cinco minutos sobre o azulejo. O carpete foi a superfície menos contaminante. Segundo o pesquisador, isso não quer dizer que seja o mais seguro ou limpo. A topografia do tecido impede que o alimento entre em contato com a sujeira, o que pode influenciar nos dados. "Eu jamais recomendaria que alguém colocasse carpete na cozinha. A questão é que esse tipo de ambiente precisa de superfícies fáceis de limpar, o que não é o caso", diz Schaffner. FAZ MAL? Segundo o professor, o risco de contrair alguma doença após consumir comida do chão, não depende só da presença ou não de bactérias, mas do tipo delas. A maioria delas é inofensiva para o organismo humano e não causará mal algum. Algumas cepas de bactérias como a E. coli ou salmonela, no entanto, podem causar graves infecções abdominais. No Brasil, em 2015, cerca de 9.300 pessoas foram hospitalizadas por doenças transmitidas por alimentos. Alguns ativistas da "regra dos cinco segundos" acreditam ainda que uma boa assoprada na comida logo após o contato com o chão garante a segurança de quem consome. De acordo com Schaffner, não existem estudos que comprovem a eficácia dessa modalidade "profilática", mas o cientista cita outro estudo que mostra que lavar em água corrente pode eliminar até 90% das ameaças. De todo modo, ele não é a favor do "assopro higienizador". Após mergulhar nos resultados das 2.560 medições feitas durante o estudo, porém, Schaffner, sim, come do chão: "Eu como quando é algo seco e cai no chão da minha casa, porque eu sei que foi limpo recentemente. Nunca como quando é um alimento úmido e jamais comeria do chão dos outros".
equilibrioesaude
Regra dos 5 segundos não funciona, diz pesquisa americanaDe acordo com a sabedoria popular, qualquer alimento que caia no chão pode ser consumido sem risco, se for coletado em até cinco segundos. O tempo de exposição varia de acordo com as regiões do globo –há defensores dos três segundos e até quem arrisque 15. A má notícia vem de um estudo da Rutgers University, em Nova Jersey, Estados Unidos. Os pesquisadores selecionaram quatro tipos de pisos (azulejo, madeira, carpete e aço inox) e quatro tipos de alimentos (pão branco, pão com manteiga, melancia e bala de goma), que entraram em contato por tempos de menos de um segundo até cinco minutos, antes de serem analisados. "Nossa principal conclusão é que a regra dos cinco segundos não é verdadeira. Bactérias podem se transferir para o alimento mesmo em uma fração de segundo. Mas o tempo de contato faz bastante diferença", comenta o professor Donald Schaffner, um dos responsáveis pelo estudo, publicado no início de setembro na revista "Applied and Environmental Microbiology". Superfícies foram contaminadas com bactérias Enterobacter aerogenes, similar à salmonela. Alimentos, com bactérias contadas, tinham contato com as superfícies, eram processados e passavam por nova contagem. Regra dos 5 segundos A melancia teve as taxas de contaminação mais altas do experimento, com até 97% em cinco segundos sobre o piso cerâmico. Com menos de um segundo no aço inox, a contaminação já era de 91%. Isso ocorre, de acordo com os cientistas, pela composição da fruta, que tem muito líquido e é pegajosa. As balas de goma de ursinhos, bastante populares nos Estados Unidos, são mais secas e obtiveram as menores taxas de contaminação, com 11% após cinco minutos sobre o azulejo. O carpete foi a superfície menos contaminante. Segundo o pesquisador, isso não quer dizer que seja o mais seguro ou limpo. A topografia do tecido impede que o alimento entre em contato com a sujeira, o que pode influenciar nos dados. "Eu jamais recomendaria que alguém colocasse carpete na cozinha. A questão é que esse tipo de ambiente precisa de superfícies fáceis de limpar, o que não é o caso", diz Schaffner. FAZ MAL? Segundo o professor, o risco de contrair alguma doença após consumir comida do chão, não depende só da presença ou não de bactérias, mas do tipo delas. A maioria delas é inofensiva para o organismo humano e não causará mal algum. Algumas cepas de bactérias como a E. coli ou salmonela, no entanto, podem causar graves infecções abdominais. No Brasil, em 2015, cerca de 9.300 pessoas foram hospitalizadas por doenças transmitidas por alimentos. Alguns ativistas da "regra dos cinco segundos" acreditam ainda que uma boa assoprada na comida logo após o contato com o chão garante a segurança de quem consome. De acordo com Schaffner, não existem estudos que comprovem a eficácia dessa modalidade "profilática", mas o cientista cita outro estudo que mostra que lavar em água corrente pode eliminar até 90% das ameaças. De todo modo, ele não é a favor do "assopro higienizador". Após mergulhar nos resultados das 2.560 medições feitas durante o estudo, porém, Schaffner, sim, come do chão: "Eu como quando é algo seco e cai no chão da minha casa, porque eu sei que foi limpo recentemente. Nunca como quando é um alimento úmido e jamais comeria do chão dos outros".
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Erramos: O Estado do Rio é uma festa
Diferentemente do informado no texto "O Estado do Rio é uma festa", publicado na versão impressa e no site da Folha (Opinião - 20/02/2015 - 02h00), não só o Estado mas também a concessionária MetrôRio compram os trens do metrô.
colunas
Erramos: O Estado do Rio é uma festaDiferentemente do informado no texto "O Estado do Rio é uma festa", publicado na versão impressa e no site da Folha (Opinião - 20/02/2015 - 02h00), não só o Estado mas também a concessionária MetrôRio compram os trens do metrô.
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'Nomes de santo' seguem populares, mas disputam com os de celebridades
Zico foi maior do que Pelé, mas nem juntos os reis da chuteira chegam perto de Cauã Reymond, que só foi atleta na ficção. Ao menos nos cartórios. Segundo a pesquisa "Nomes do Brasil", feita pelo IBGE a partir de dados do Censo de 2010, 82 brasileiros vivos no último recenseamento receberam o nome de guerra de Edson Arantes do Nascimento entre as décadas de 1960 e 1980, 552 foram batizados de Zico desde a década de 1970 e 83.253 jovens nascidos na primeira década do século 21 receberam o nome Cauã. Na década em que o ator da novela "A Regra do Jogo" nasceu, a de 1980, apenas 277 brasileiros ganharam esse nome. Os nomes mais comuns, como era de se esperar, são os "nomes de santo" que a letra de Renato Russo queria dar a um filho: 12% das brasileiras de 2010 se chamavam Maria e 6% dos brasileiros se chamavam José, nomes dos pais de Jesus Cristo. A popularidade dos nomes varia bastante ao longo do tempo, porém. Nomes entram e saem de moda. Dos 50 nomes mais comuns de brasileiros nascidos antes da década de 1930 e ainda vivos em 2010, 30% eram Marias e 11% eram Josés. As proporções dos dois nomes se mantiveram parecidas até a década de 1950 (30% e 13%, respectivamente). NOMES MAIS POPULARES DO BRASIL - Pesquisa foi feita com o Censo de 2010<br> URBANIZAÇÃO E TV A partir dali, fatores como a urbanização, a queda na participação religiosa e a chegada da televisão aos lares aumentaram a criatividade de quem vai ao cartório. Nos anos 1980 e 1990, por exemplo, foram registrados 619 Magáiveres. A profusão de nomes e grafias mais recente é tal que, dentre os nascidos na década de 2000, nenhum nome tem mais de 9% das escolhas nos 50 nomes mais comuns. Isso no caso de Maria; José, entre os adolescentes de hoje, foi desbancado por outros três nomes de santo: Lucas, Pedro e Mateus. Felipe é um sucesso recente: aparece entre os 50 mais comuns apenas a partir dos nascidos nos anos 1980. Marcelos começam a surgir na década de 1960, com Mastroianni, e perdem popularidade nos anos 1990, desaparecendo dos 50 mais comuns na década seguinte. Adrianas são um fenômeno das décadas de 1970 e 1980. Os nomes que mais cresceram foram os baseados em celebridades e com grafias idiossincráticas. Além dos 83.253 Cauãs, também constam 66.962 Kauans, 56.562 Kauãs, 44.513 Cauans, 3.836 Cauams, 3.669 Kauams, 3.014 Kauns, 1.228 Kuans, 1.009 Kawãs, 964 Cauns e 538 Cawans. Nessas grafias alternativas, é mais difícil que um nome esteja entre os 50 mais populares, porém. Ao mesmo tempo, alguns nomes sugerem idade avançada. Mais de 8 a cada 10 mulheres chamadas Mercedes, Edith, Leontina, Ondina e Palmira tinham mais de 60 anos de idade quando foram recenseadas. Entre os homens, mais de 7 a cada 10 Waldemar e Onofre tinham mais de 60 anos em 2010. O IBGE colocou no ar uma página especial onde se pode consultar os nomes mais populares por Estado e cidade, embora não tenha aberto esse dado em planilha para a imprensa.
cotidiano
'Nomes de santo' seguem populares, mas disputam com os de celebridadesZico foi maior do que Pelé, mas nem juntos os reis da chuteira chegam perto de Cauã Reymond, que só foi atleta na ficção. Ao menos nos cartórios. Segundo a pesquisa "Nomes do Brasil", feita pelo IBGE a partir de dados do Censo de 2010, 82 brasileiros vivos no último recenseamento receberam o nome de guerra de Edson Arantes do Nascimento entre as décadas de 1960 e 1980, 552 foram batizados de Zico desde a década de 1970 e 83.253 jovens nascidos na primeira década do século 21 receberam o nome Cauã. Na década em que o ator da novela "A Regra do Jogo" nasceu, a de 1980, apenas 277 brasileiros ganharam esse nome. Os nomes mais comuns, como era de se esperar, são os "nomes de santo" que a letra de Renato Russo queria dar a um filho: 12% das brasileiras de 2010 se chamavam Maria e 6% dos brasileiros se chamavam José, nomes dos pais de Jesus Cristo. A popularidade dos nomes varia bastante ao longo do tempo, porém. Nomes entram e saem de moda. Dos 50 nomes mais comuns de brasileiros nascidos antes da década de 1930 e ainda vivos em 2010, 30% eram Marias e 11% eram Josés. As proporções dos dois nomes se mantiveram parecidas até a década de 1950 (30% e 13%, respectivamente). NOMES MAIS POPULARES DO BRASIL - Pesquisa foi feita com o Censo de 2010<br> URBANIZAÇÃO E TV A partir dali, fatores como a urbanização, a queda na participação religiosa e a chegada da televisão aos lares aumentaram a criatividade de quem vai ao cartório. Nos anos 1980 e 1990, por exemplo, foram registrados 619 Magáiveres. A profusão de nomes e grafias mais recente é tal que, dentre os nascidos na década de 2000, nenhum nome tem mais de 9% das escolhas nos 50 nomes mais comuns. Isso no caso de Maria; José, entre os adolescentes de hoje, foi desbancado por outros três nomes de santo: Lucas, Pedro e Mateus. Felipe é um sucesso recente: aparece entre os 50 mais comuns apenas a partir dos nascidos nos anos 1980. Marcelos começam a surgir na década de 1960, com Mastroianni, e perdem popularidade nos anos 1990, desaparecendo dos 50 mais comuns na década seguinte. Adrianas são um fenômeno das décadas de 1970 e 1980. Os nomes que mais cresceram foram os baseados em celebridades e com grafias idiossincráticas. Além dos 83.253 Cauãs, também constam 66.962 Kauans, 56.562 Kauãs, 44.513 Cauans, 3.836 Cauams, 3.669 Kauams, 3.014 Kauns, 1.228 Kuans, 1.009 Kawãs, 964 Cauns e 538 Cawans. Nessas grafias alternativas, é mais difícil que um nome esteja entre os 50 mais populares, porém. Ao mesmo tempo, alguns nomes sugerem idade avançada. Mais de 8 a cada 10 mulheres chamadas Mercedes, Edith, Leontina, Ondina e Palmira tinham mais de 60 anos de idade quando foram recenseadas. Entre os homens, mais de 7 a cada 10 Waldemar e Onofre tinham mais de 60 anos em 2010. O IBGE colocou no ar uma página especial onde se pode consultar os nomes mais populares por Estado e cidade, embora não tenha aberto esse dado em planilha para a imprensa.
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Não há impasse na Venezuela, afirma chanceler brasileiro
Após o Itamaraty divulgar, na semana passada, uma nota em que pedia que a decisão das urnas fosse respeitada na Venezuela, o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) afirmou que "tudo o que está acontecendo [no país] está sendo resolvido de acordo com a legislação, com o marco legal e com as instituições em vigor". Segundo Vieira, "não há um impasse" no caso venezuelano e, por isso, o Mercosul não adotou medidas punitivas como o fez com o Paraguai. Os paraguaios foram suspensos do bloco em 2012 porque seus pares consideraram que o impeachment do então presidente, Fernando Lugo, havia sido um golpe de Estado. Agora, no entanto, "o problema é venezuelano e está sendo resolvido pelos venezuelanos", disse Vieira. O comunicado do Itamaraty da semana passada foi publicado após o resultado das eleições no Estado de Amazonas ser impugnado, sob a alegação de compra de votos. A decisão afastava do Parlamento venezuelano três deputados antichavistas e um governista, derrubando a primeira supermaioria obtida pela oposição em 16 anos. Os três deputados oposicionistas, porém, pediram a "desincorporação" (espécie de licença). A estratégia foi reduzir o total de deputados de 167 para 163, o que poderá garantir o controle da casa. De acordo com o chanceler brasileiro, a nota do Itamaraty "não era para impor ou julgar. [Ela] celebrava a realização das eleições dizendo que é importante que haja respeito às urnas". Em relação à impugnação dos deputados, o ministro afirmou que "o Judiciário está examinando a questão" e que é preciso esperar a decisão. REUNIÕES NA ARGENTINA Vieira discutiu o caso na manhã desta quinta-feira (14) em uma reunião de duas horas com a chanceler argentina, Susana Malcorra. O país vizinho diz estar de acordo "em tudo" com o Brasil em relação à Venezuela. Quando o presidente Mauricio Macri assumiu o cargo, em dezembro, no entanto, sua posição era mais dura. O ministro brasileiro também se reuniu com Macri, com quem conversou sobre a retomada das relações entre os dois países. As negociações entre Brasília e Buenos Aires, tanto políticas quanto econômicas, estavam praticamente paralisadas no governo anterior, de Cristina Kirchner. Para dar andamento ao processo de reaproximação, o ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento) deverá viajar à Argentina nos próximos 15 dias. Depois, estão programados encontros entre os chefes das pastas de Ciência e Tecnologia e de Justiça. Essas reuniões prepararão o debate para a visita que Macri deverá fazer ao Brasil nos próximos meses.
mundo
Não há impasse na Venezuela, afirma chanceler brasileiroApós o Itamaraty divulgar, na semana passada, uma nota em que pedia que a decisão das urnas fosse respeitada na Venezuela, o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) afirmou que "tudo o que está acontecendo [no país] está sendo resolvido de acordo com a legislação, com o marco legal e com as instituições em vigor". Segundo Vieira, "não há um impasse" no caso venezuelano e, por isso, o Mercosul não adotou medidas punitivas como o fez com o Paraguai. Os paraguaios foram suspensos do bloco em 2012 porque seus pares consideraram que o impeachment do então presidente, Fernando Lugo, havia sido um golpe de Estado. Agora, no entanto, "o problema é venezuelano e está sendo resolvido pelos venezuelanos", disse Vieira. O comunicado do Itamaraty da semana passada foi publicado após o resultado das eleições no Estado de Amazonas ser impugnado, sob a alegação de compra de votos. A decisão afastava do Parlamento venezuelano três deputados antichavistas e um governista, derrubando a primeira supermaioria obtida pela oposição em 16 anos. Os três deputados oposicionistas, porém, pediram a "desincorporação" (espécie de licença). A estratégia foi reduzir o total de deputados de 167 para 163, o que poderá garantir o controle da casa. De acordo com o chanceler brasileiro, a nota do Itamaraty "não era para impor ou julgar. [Ela] celebrava a realização das eleições dizendo que é importante que haja respeito às urnas". Em relação à impugnação dos deputados, o ministro afirmou que "o Judiciário está examinando a questão" e que é preciso esperar a decisão. REUNIÕES NA ARGENTINA Vieira discutiu o caso na manhã desta quinta-feira (14) em uma reunião de duas horas com a chanceler argentina, Susana Malcorra. O país vizinho diz estar de acordo "em tudo" com o Brasil em relação à Venezuela. Quando o presidente Mauricio Macri assumiu o cargo, em dezembro, no entanto, sua posição era mais dura. O ministro brasileiro também se reuniu com Macri, com quem conversou sobre a retomada das relações entre os dois países. As negociações entre Brasília e Buenos Aires, tanto políticas quanto econômicas, estavam praticamente paralisadas no governo anterior, de Cristina Kirchner. Para dar andamento ao processo de reaproximação, o ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento) deverá viajar à Argentina nos próximos 15 dias. Depois, estão programados encontros entre os chefes das pastas de Ciência e Tecnologia e de Justiça. Essas reuniões prepararão o debate para a visita que Macri deverá fazer ao Brasil nos próximos meses.
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Samsung pagará US$ 548 milhões à Apple por violação de patentes
O grupo sul-coreano Samsung aceitou pagar US$ 548 milhões a sua concorrente norte-americana Apple pelo caso das violações de patentes que disputam há vários anos, revelaram fontes judiciais. A Samsung informou em um documento enviado à Justiça americana que irá pagar à Apple a soma determinada por sentença, mas que se reservava ao direito de recuperá-la se a multa for modificada ou anulada posteriormente em apelação, ou se for reconhecida sua autoria das patentes. A Apple informou no mesmo documento que não estava de acordo com a Samsung nesta questão. Um tribunal da Califórnia concedeu em setembro uma vitória parcial à Apple neste caso, o que obrigava a Samsung a pagar ou a levar o caso diante na Suprema Corte dos Estados Unidos. Contudo, os US$ 548 milhões só representam a metade do que a Apple pediu inicialmente, em 2012, e não resolvem a questão de quem pagará as custas judiciais.
tec
Samsung pagará US$ 548 milhões à Apple por violação de patentesO grupo sul-coreano Samsung aceitou pagar US$ 548 milhões a sua concorrente norte-americana Apple pelo caso das violações de patentes que disputam há vários anos, revelaram fontes judiciais. A Samsung informou em um documento enviado à Justiça americana que irá pagar à Apple a soma determinada por sentença, mas que se reservava ao direito de recuperá-la se a multa for modificada ou anulada posteriormente em apelação, ou se for reconhecida sua autoria das patentes. A Apple informou no mesmo documento que não estava de acordo com a Samsung nesta questão. Um tribunal da Califórnia concedeu em setembro uma vitória parcial à Apple neste caso, o que obrigava a Samsung a pagar ou a levar o caso diante na Suprema Corte dos Estados Unidos. Contudo, os US$ 548 milhões só representam a metade do que a Apple pediu inicialmente, em 2012, e não resolvem a questão de quem pagará as custas judiciais.
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Vídeo mostra vítimas agonizando e se debatendo em ataque químico na Síria
Um vídeo divulgado nesta terça-feira (9) pelo canal americano CNN mostra imagens que teriam sido feitas nas horas seguintes ao ataque químico a Khan Sheikhoun, na periferia de Damasco, na Síria, há 35 dias. Em 4 de abril, pelo menos 92 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas em um bairro atingido por gás sarin. O agente químico leva ao colapso do sistema nervoso das vítimas e, dependendo da exposição, pode matar. As cenas fortes, divulgadas ao canal por um grupo chamado Aleppo Media Centre, são de dezenas de pessoas mortas em uma rua. As que ainda permaneciam vivas respiravam com dificuldade e se debatiam no chão. Tanto os mortos quanto os feridos espumavam pelo nariz e a boca, um dos efeitos colaterais da exposição ao gás. Equipes de resgate atiravam água com mangueiras de incêndio nos corpos daqueles que tentavam sobreviver. Em outra cena, editada em relação à primeira, cerca de dez crianças feridas e seminuas aparecem na caçamba de uma picape, também com respiração ofegante e espumando. Um homem joga água nos atingidos. O vídeo começa com um ataque aéreo que forma uma poeira fina sobre uma região, que o Aleppo Media Centre diz ser Khan Sheikhoun, e, em seguida, é cortada para as cenas das vítimas do ataque químico. O grupo foi o mesmo que fez outras imagens da operação, que foram publicados na internet horas após o ataque. Nem a CNN nem os responsáveis pela filmagem informam o motivo pelo qual este vídeo não foi divulgado antes. Alguns analistas afirmam que o Aleppo Media Centre é ligado à Frente al-Nusra, milícia radical islâmica que foi ligada à Al Qaeda até 2016, de modo que a divulgação destas imagens seria uma forma de propaganda. ACUSAÇÕES O ataque a Khan Sheikhoun foi o motivo citado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para bombardear uma base aérea na Síria, em retaliação ao ditador Bashar al-Assad, que Washington considera responsável pela ação. Além dos americanos, países europeus como França e Reino Unido também acusam Damasco de ter usado o gás químico. O regime sírio nega e aponta seus adversários como autores, mesma posição do governo russo. Analistas do conflito se dividem sobre a possível origem do ataque, mas parte deles aventa a hipótese de a oposição a Assad ter executado o ataque para incriminá-lo, diante da vantagem territorial que as forças aliadas ao regime conquistaram nos últimos meses.
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Vídeo mostra vítimas agonizando e se debatendo em ataque químico na SíriaUm vídeo divulgado nesta terça-feira (9) pelo canal americano CNN mostra imagens que teriam sido feitas nas horas seguintes ao ataque químico a Khan Sheikhoun, na periferia de Damasco, na Síria, há 35 dias. Em 4 de abril, pelo menos 92 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas em um bairro atingido por gás sarin. O agente químico leva ao colapso do sistema nervoso das vítimas e, dependendo da exposição, pode matar. As cenas fortes, divulgadas ao canal por um grupo chamado Aleppo Media Centre, são de dezenas de pessoas mortas em uma rua. As que ainda permaneciam vivas respiravam com dificuldade e se debatiam no chão. Tanto os mortos quanto os feridos espumavam pelo nariz e a boca, um dos efeitos colaterais da exposição ao gás. Equipes de resgate atiravam água com mangueiras de incêndio nos corpos daqueles que tentavam sobreviver. Em outra cena, editada em relação à primeira, cerca de dez crianças feridas e seminuas aparecem na caçamba de uma picape, também com respiração ofegante e espumando. Um homem joga água nos atingidos. O vídeo começa com um ataque aéreo que forma uma poeira fina sobre uma região, que o Aleppo Media Centre diz ser Khan Sheikhoun, e, em seguida, é cortada para as cenas das vítimas do ataque químico. O grupo foi o mesmo que fez outras imagens da operação, que foram publicados na internet horas após o ataque. Nem a CNN nem os responsáveis pela filmagem informam o motivo pelo qual este vídeo não foi divulgado antes. Alguns analistas afirmam que o Aleppo Media Centre é ligado à Frente al-Nusra, milícia radical islâmica que foi ligada à Al Qaeda até 2016, de modo que a divulgação destas imagens seria uma forma de propaganda. ACUSAÇÕES O ataque a Khan Sheikhoun foi o motivo citado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para bombardear uma base aérea na Síria, em retaliação ao ditador Bashar al-Assad, que Washington considera responsável pela ação. Além dos americanos, países europeus como França e Reino Unido também acusam Damasco de ter usado o gás químico. O regime sírio nega e aponta seus adversários como autores, mesma posição do governo russo. Analistas do conflito se dividem sobre a possível origem do ataque, mas parte deles aventa a hipótese de a oposição a Assad ter executado o ataque para incriminá-lo, diante da vantagem territorial que as forças aliadas ao regime conquistaram nos últimos meses.
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Empresa russa avalia compra de Viracopos
O fundo russo VTB Capital avalia a compra do aeroporto de Viracopos,em Campinas, no interior de São Paulo, que teve a devolução ao governo anunciada pelos concessionários em julho. A interlocução dos russos tem sido feita com o governo federal. Já foi assinado um contrato de confidencialidade. O VTB Capital faz parte da estatal VTB Group e tem participação no consórcio NCG, que opera o aeroporto de São Petersburgo junto com a alemã Fraport e a grega Horizon Air Investments. Os termos exatos da negociação não estão prontos, até porque ainda há indefinições em relação à devolução do aeroporto de Campinas. Embora já esteja anunciado, por parte do consórcio que administra Viracopos, o desejo de devolvê-lo, a regulamentação ainda não está pronta. Além disso, algumas obrigações que independem de regulamentação não foram cumpridas no pedido de devolução feito pela concessionária, segundo tem dito publicamente Tarcísio de Freitas, secretário de projetos do PPI (Programa de Parceria em Investimentos). Também está sendo calculado ainda como será o pagamento de indenização pelo Estado ou, ao contrário, ressarcimento à União por saldo devedor pela concessionária. A ideia dos russos é se antecipar à relicitação e tentar comprar o ativo antes que ele vá a leilão com concorrência mais acirrada. Nos últimos meses, duas conversas com investidores interessados em Viracopos foram abertas. Ao optar por comprar a participação da concessionária antes da relicitação, os russos abririam mão da chance de ter uma outorga menor do que a que foi definida em 2012, na licitação original. A estatal Infraero é dona de 49% do consórcio que administra Viracopos e sua saída viria em um segundo momento. A transação seria semelhante à venda da participação da Odebrecht TransPort na concessionária RioGaleão para a chinesa HNA, que ocorreu neste ano. No caso da RioGaleão, quem negociou foi o sócio privado, a Odebrecht. A operação foi a solução encontrada para destravar o pagamento de outorgas atrasadas, um problema acentuado pela dificuldade da Odebrecht em obter financiamento após seu envolvimento na Lava Jato. DIFICULDADES Leiloado com ágio de 160%, por R$ 3,8 bilhões, em 2012, na gestão Dilma Rousseff, Viracopos se tornou o primeiro caso de devolução de um terminal privatizado. O governo vinha anunciando que Viracopos seria relicitado no novo modelo sem a participação da Infraero. As construtoras UTC e Triunfo e a minoritária Egis têm, somadas, 51% do total. Envolvida na Lava Jato, a UTC passou a enfrentar restrições de crédito. Endividada, a Infraero também não acompanhou o ritmo do investimento. A Triunfo ficou sobrecarregada, tendo de honrar compromissos no lugar dos sócios. A legislação e o contrato específico de Viracopos exigem que qualquer alteração de controle seja aprovada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Procurada, a Anac diz que ainda não recebeu nenhum pedido oficial. O negócio é visto com otimismo pelo mercado, segundo Bruno Werneck, sócio do escritório Mattos Filho. "Mostra a atratividade do mercado de infraestrutura brasileiro e é uma sinalização para o governo continuar no processos de concessão de outros aeroportos", diz Werneck. Procurados, a concessionária que administra o aeroporto, a Triunfo, a UTC. Nesta quinta-feira (5), o VTB Capital negou que esteja envolvido na operação.
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Empresa russa avalia compra de ViracoposO fundo russo VTB Capital avalia a compra do aeroporto de Viracopos,em Campinas, no interior de São Paulo, que teve a devolução ao governo anunciada pelos concessionários em julho. A interlocução dos russos tem sido feita com o governo federal. Já foi assinado um contrato de confidencialidade. O VTB Capital faz parte da estatal VTB Group e tem participação no consórcio NCG, que opera o aeroporto de São Petersburgo junto com a alemã Fraport e a grega Horizon Air Investments. Os termos exatos da negociação não estão prontos, até porque ainda há indefinições em relação à devolução do aeroporto de Campinas. Embora já esteja anunciado, por parte do consórcio que administra Viracopos, o desejo de devolvê-lo, a regulamentação ainda não está pronta. Além disso, algumas obrigações que independem de regulamentação não foram cumpridas no pedido de devolução feito pela concessionária, segundo tem dito publicamente Tarcísio de Freitas, secretário de projetos do PPI (Programa de Parceria em Investimentos). Também está sendo calculado ainda como será o pagamento de indenização pelo Estado ou, ao contrário, ressarcimento à União por saldo devedor pela concessionária. A ideia dos russos é se antecipar à relicitação e tentar comprar o ativo antes que ele vá a leilão com concorrência mais acirrada. Nos últimos meses, duas conversas com investidores interessados em Viracopos foram abertas. Ao optar por comprar a participação da concessionária antes da relicitação, os russos abririam mão da chance de ter uma outorga menor do que a que foi definida em 2012, na licitação original. A estatal Infraero é dona de 49% do consórcio que administra Viracopos e sua saída viria em um segundo momento. A transação seria semelhante à venda da participação da Odebrecht TransPort na concessionária RioGaleão para a chinesa HNA, que ocorreu neste ano. No caso da RioGaleão, quem negociou foi o sócio privado, a Odebrecht. A operação foi a solução encontrada para destravar o pagamento de outorgas atrasadas, um problema acentuado pela dificuldade da Odebrecht em obter financiamento após seu envolvimento na Lava Jato. DIFICULDADES Leiloado com ágio de 160%, por R$ 3,8 bilhões, em 2012, na gestão Dilma Rousseff, Viracopos se tornou o primeiro caso de devolução de um terminal privatizado. O governo vinha anunciando que Viracopos seria relicitado no novo modelo sem a participação da Infraero. As construtoras UTC e Triunfo e a minoritária Egis têm, somadas, 51% do total. Envolvida na Lava Jato, a UTC passou a enfrentar restrições de crédito. Endividada, a Infraero também não acompanhou o ritmo do investimento. A Triunfo ficou sobrecarregada, tendo de honrar compromissos no lugar dos sócios. A legislação e o contrato específico de Viracopos exigem que qualquer alteração de controle seja aprovada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Procurada, a Anac diz que ainda não recebeu nenhum pedido oficial. O negócio é visto com otimismo pelo mercado, segundo Bruno Werneck, sócio do escritório Mattos Filho. "Mostra a atratividade do mercado de infraestrutura brasileiro e é uma sinalização para o governo continuar no processos de concessão de outros aeroportos", diz Werneck. Procurados, a concessionária que administra o aeroporto, a Triunfo, a UTC. Nesta quinta-feira (5), o VTB Capital negou que esteja envolvido na operação.
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Waterloo inaugura exposição dedicada a Napoleão feita com peças de Lego
A cidade de Waterloo inaugurou na sexta-feira passada (29) uma exposição dedicada aos grandes momentos da vida de Napoleão Bonaparte e de seu adversário, o duque de Wellington, realizada inteiramente com peças de Lego. Um código civil "Napoleão", o escritório do Imperador, seu famoso chapéu armado, seu retrato pintado por David ou ainda os lugares simbólicos da batalha de Waterloo, cujo bicentenário será comemorado em 18 de junho, foram reconstituídos com 1,2 milhão de peças coloridas. "Nós queríamos criar um evento intergeracional. Com esses objetos montados - mobiliário de época, pinturas de Napoleão - os mais jovens podem se apropriar desse pedaço de história de forma divertida", explicou o curador da exposição, Eric Jousse. O aspecto histórico e científico - cada obra foi avaliada por especialistas antes de ser montada - se misturam a um lado lúdico nesta exposição, que estará aberta até 31 de julho nos antigos estábulos, no centro da cidade. Workshops serão propostos aos pequenos para montar esses tijolos de infinitas combinações. O trabalho de construção foi enorme, com a reprodução dos Invalides, em Paris, que abriga o túmulo de Napoleão. Demorou mais de mil horas e 274 mil tijolos para um resultado impressionante: a cúpula mede 2,5 metros de altura e pesa cerca de 500 quilos. Apresentado em 2014, em Rueil-Malmaison, perto de Paris, onde Josephine de Beauharnais, esposa de Napoleão, adquiriu um castelo, ela atraiu mais de 30 mil fãs. Ampliada por ocasião do bicentenário de Waterloo, a exposição deve ser apresentada em breve em La Mure, perto de Grenoble, e depois em Genebra. "Precisávamos de um exposição para os mais jovens, mas que alegrasse os adultos. Ela complementa idealmente os outros eventos, tais como grandes reconstituições para celebrar o bicentenário" em 19 e 20 de junho, festejou o vice-prefeito de Waterloo, Yves Vander Cruysen, visivelmente feliz de poder brincar com Lego.
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Waterloo inaugura exposição dedicada a Napoleão feita com peças de LegoA cidade de Waterloo inaugurou na sexta-feira passada (29) uma exposição dedicada aos grandes momentos da vida de Napoleão Bonaparte e de seu adversário, o duque de Wellington, realizada inteiramente com peças de Lego. Um código civil "Napoleão", o escritório do Imperador, seu famoso chapéu armado, seu retrato pintado por David ou ainda os lugares simbólicos da batalha de Waterloo, cujo bicentenário será comemorado em 18 de junho, foram reconstituídos com 1,2 milhão de peças coloridas. "Nós queríamos criar um evento intergeracional. Com esses objetos montados - mobiliário de época, pinturas de Napoleão - os mais jovens podem se apropriar desse pedaço de história de forma divertida", explicou o curador da exposição, Eric Jousse. O aspecto histórico e científico - cada obra foi avaliada por especialistas antes de ser montada - se misturam a um lado lúdico nesta exposição, que estará aberta até 31 de julho nos antigos estábulos, no centro da cidade. Workshops serão propostos aos pequenos para montar esses tijolos de infinitas combinações. O trabalho de construção foi enorme, com a reprodução dos Invalides, em Paris, que abriga o túmulo de Napoleão. Demorou mais de mil horas e 274 mil tijolos para um resultado impressionante: a cúpula mede 2,5 metros de altura e pesa cerca de 500 quilos. Apresentado em 2014, em Rueil-Malmaison, perto de Paris, onde Josephine de Beauharnais, esposa de Napoleão, adquiriu um castelo, ela atraiu mais de 30 mil fãs. Ampliada por ocasião do bicentenário de Waterloo, a exposição deve ser apresentada em breve em La Mure, perto de Grenoble, e depois em Genebra. "Precisávamos de um exposição para os mais jovens, mas que alegrasse os adultos. Ela complementa idealmente os outros eventos, tais como grandes reconstituições para celebrar o bicentenário" em 19 e 20 de junho, festejou o vice-prefeito de Waterloo, Yves Vander Cruysen, visivelmente feliz de poder brincar com Lego.
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Comparecimento em primárias na França bate em 1 milhão
O comparecimento de eleitores na primeira rodada das primárias conservadoras, que definem o candidato à presidência para a próxima eleição e acontecem neste domingo (20), chegou a 1 milhão, de acordo com o comitê organizador. Thierry Solere, presidente do comitê, disse à rádio LCI que pelo menos 1,1 milhão de eleitores haviam participado do processo. Já foram contadas 67% das urnas em todo o país. Pesquisas de opinião mostraram que a disputa no partido Os Republicanos (Les Republicains, em francês) seria apertada e que o alto comparecimento favoreceria os pré-candidatos Alain Juppe, Francois Fillon e Nicolas Sarkozy. O eleitorado francês é de cerca de 44,8 milhões, segundo a agência de estatística Insee (Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos). Nas primárias socialistas de 2012, 2,6 milhões participaram da decisão que escolheu o candidato do partido.
mundo
Comparecimento em primárias na França bate em 1 milhãoO comparecimento de eleitores na primeira rodada das primárias conservadoras, que definem o candidato à presidência para a próxima eleição e acontecem neste domingo (20), chegou a 1 milhão, de acordo com o comitê organizador. Thierry Solere, presidente do comitê, disse à rádio LCI que pelo menos 1,1 milhão de eleitores haviam participado do processo. Já foram contadas 67% das urnas em todo o país. Pesquisas de opinião mostraram que a disputa no partido Os Republicanos (Les Republicains, em francês) seria apertada e que o alto comparecimento favoreceria os pré-candidatos Alain Juppe, Francois Fillon e Nicolas Sarkozy. O eleitorado francês é de cerca de 44,8 milhões, segundo a agência de estatística Insee (Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos). Nas primárias socialistas de 2012, 2,6 milhões participaram da decisão que escolheu o candidato do partido.
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Misto de culto e espetáculo, 'Deus É Humor' une fé, riso e atualiza a Bíblia
No princípio era o verbo. "Deus É Humor" é título do livro que o cineasta e roteirista Newton Cannito lançou em 2012. Cinco anos depois, nascia em 3 junho um espetáculo interativo com o mesmo nome, misto de culto e programa de auditório no qual fé e riso estão em comunhão. A nova ordem teatral/religiosa, "a seita que dói menos", fica em cartaz até 8 de julho, sempre aos sábados, no Teatro Commune. Idealizador, apóstolo e animador do projeto, Cannito explica o conceito: "É um encontro semanal de uma comunidade de sentido, formada por pessoas, atores e não atores, que defendem o humor como princípio da existência. Por isso, Deus é humor. Tudo é humor. Você se aproxima de Deus e da transcendência com humor". A veia humorística está em toda a ritualística, que começa com uma Palavra da Gozação, em vez da Salvação, como no rito católico. Na sequência, há um stand up para confissão de pecados, inspirado nos tradicionais testemunhos dos cultos evangélicos, em que os fieis vão à frente para compartilhar com os irmãos seus dramas e os ensinamentos. "É a capacidade de fazer autobullying. A única salvação para a humanidade é a cura pelo humor", preconiza o apresentador do espetáculo interativo. TROPICALISMO RELIGIOSO O público é convidado a confessar pecados e a debater temas filosóficos nos encontros definidos "como movimento político e estético inspirado no tropicalismo". O objetivo é debater fé, espiritualidade e temas atuais, como o ódio entre correntes políticas opostas. "Fazemos espetáculos de louvor à vida. Assim como no tropicalismo, buscamos uma síntese de tudo que é diferente e contraditório", explica Cannito. A Folha acompanhou a gestação do projeto em reuniões semanais, sempre às segundas-feiras. A primeira aconteceu em 7 de março. Estavam reunidos ali cerca de 20 pessoas, de diferentes perfis e profissões, que foram convidadas a compartilhar suas crenças. Para inspirar os convidados, Newton falou de sua própria espiritualidade: "Eu sempre fui fanático religioso. Desde criança, eu rezava terço toda noite. Meu pai era ateu, mas eu tinha essa conexão. Tinha visões de Nossa Senhora, de espíritos e começava a rezar." O cineasta nasceu católico, fez primeira comunhão. Aos 12 anos, virou ateu. Aos 20, definia-se como o típico doidão. "Aos 33, comecei a tomar ayahuasca [chá alucinógeno usado em rituais religiosos, como o do Santo Daime] e fui melhorando. Quando você busca a transcendência, você busca qualquer coisa. Seja na religião ou até em movimentos políticos." E o que tem o humor a ver com tudo isso? "Acredito que é ponto de vista mais próximo de Deus, por nos colocar acima dos fatos", diz Cannito. "O humor como princípio da literatura moderna a partir de Cervantes. É também o principio da democracia, de conseguir ver do alto, de relativizar, entrar em todas as vozes e pontos de vistas e estar tranquilo com isso." Como animador do primeiro "culto" da Deus É humor, o idealizador da nova seita explicou aos convidados a sua percepção de um processo evolutivo do Criador ao longo da história da humanidade. "A ideia de Deus começa no xamanismo, quando ele era uma mãe. Depois, Deus virou pai no Antigo Testamento. Em seguida, torna-se irmão, na pele de Jesus, que encarnou por nós. Agora, é a vez do Deus amigo, que conversa de igual para igual conosco. É hora de a gente parar de cobrar Deus." Diretor do longa "Magal e os Formigas" (2016), Cannito fecha o raciocínio com uma frase provocadora: "Igreja é um lugar que você vai perdoar Deus. Por isso estamos criando um ambiente onde se possa pensar em Deus sem culpa, sem inferno. Aqui não existe um Deus punitivo." Outro pilar da seita teatral é fazer atualização dos textos sagrados, ao propor uma Bíblia do humorismo, com paródias de trechos como o do Salmo 23. VERSÃO DO SALMO 23 "O humor é o meu pastor, nada me irritará. Faz-me gozar sem nenhum pranto, guia-me sabiamente a tudo ver com olhos tranquilos. Graceja a minha alma; guia-me pelas veredas da piada, zombando de qualquer nome. Ainda que eu andasse pelo vale da dor e da falta de sorte, não teria mal nenhum, porque tu, humor andas comigo; a tua graça e a tua leveza me renovam. Preparas um cortejo perante mim na presença dos meus limites, unge minha cabeça com graça, a alegria me renova. Certamente que a piada e a gargalhada transmutarão os problemas da minha vida; e habitarei na paz do humor por longos dias." A leitura acaba com um "além" no lugar de amém. DOWNLOAD BÍBLICO "Deus está mandando a gente fazer um download e uma atualização da Bíblia", acredita o roteirista, que chamou para o grupo a missão de fazer esta releitura dos textos sagrados e parábolas bíblicas para o século 21. A ideia é dessacralizar, mas sem desrespeitar as demais religiões. "Não queremos questionar a fé dos outros. Nosso objetivo com a 'Deus é Humor' é reforçar nossa fé. Em quê? Em um Deus justo e misericordioso", diz Cannito. "Sei que às vezes o humor coloca a fé em dúvida e questiona dogmas. Por isso, temos por prática pedir desculpas, caso alguém se sinta ofendido ou tendo sua fé questionada." Apesar da graça explícita, a coisa é séria. O espetáculo de 1h30 de duração tem espaço para discutir temas como carma, livre-arbítrio e justiça divina. "Deus é Humor" busca ainda romper as dicotomias que hoje dividem o país e que paralisam o debate. Por isso, a campanha da fraternidade do movimento é "Adote um Fascista" e "Adote um Machista". A cada semana, o espetáculo propõe uma programação diferente, com cantos e paródias espiritualizadas de clássicos do cancioneiro brega nacional, apresentados ao vivo pela banda Marcheiros. O grupo faz sucesso no YouTube com o hit "O Japonês da Federal". E conta também com um grupo de "profetas tropicais", que embarcaram na onda. Entre eles, o ator, roteirista e comediante Márcio Américo, que brilha na internet na pele do Pastor Adélio. "Todo mundo tem sua própria definição do que é Deus. O meu conceito é bem simples: Deus não existe. Sou ateu", diz o ator, que bate ponto no espetáculo na pessoa física e também com sua "entidade virtual". Há ainda o profeta "drag queen" encarnado pelo músico Cristiano Meirelles, ex-seminarista, que começa sua performance lendo Padre Vieira e termina cantando "Free love". A atriz Sandra Lessa, que trabalha com história de vidas no Museu da Pessoa, busca os testemunhos de fascistas e machistas que vão ser adotados pela seita. O espetáculo de 17 de junho, foi dedicado à "cura hétero", uma paródia das sessões de "cura gay", em voga em templos neopentecostais. O ator Marcos Barreto personificou um certo parlamentar de farda e homofóbico que passa pelo ritual de conversão. Tudo devidamente gravado. "Deus É Humor" já nasce multimídia. Depois de livro e da peça teatral, o processo de criação e o espetáculo em si vão dão dar origem a um documentário pelas mãos de Leo Brandt. "Estamos rompendo a fronteira entre teatro e culto. A Deus É humor pode evoluir para um programa de auditório. Tem até nome provisório: Divino Cabaré", projeta Cannito. Em 14 de julho 2014, ele teve uma iluminação, como relatou em um post no Facebook, quando decidiu abrir uma nova igreja. "A Deus é Humor só aceita pessoas que não estejam desesperadas. Se você está bem, não precisa nada de Deus, nem de milagre, mas acha super legal esse papo sobre Deus e o sentido da vida o lugar é aqui!" RIR COM DEUS Naquele momento, ele tinha claro de que seria uma igreja sem rebanho. "Todos serão pastores. Nosso objetivo é rir com Deus. Não é rir de Deus. Nosso objetivo é virar Deus." Ao escrever sobre o livro "Deus É Humor", o rabino Nilton Bonder, da Congregação Judaica do Brasil, destacou qualidades para que obra virasse uma série de tevê. "A genialidade da obra não está em revelar coisas que não fariam Deus rir, mas no fato de que decide rir junto com Ele". Um riso compartilhado por profetas, palhaços, performers, crentes e descrentes. "Além". "Deus é Humor" - Local: Teatro Commune, rua da Consolação 1218, São Paulo - Data: até 8/07 sempre aos sábados - Horário: 16 horas (no dia 8/07, excepcionalmente às 21h) - Classificação etária: 16 anos - Entrada gratuita, contribuição espontânea.
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Misto de culto e espetáculo, 'Deus É Humor' une fé, riso e atualiza a BíbliaNo princípio era o verbo. "Deus É Humor" é título do livro que o cineasta e roteirista Newton Cannito lançou em 2012. Cinco anos depois, nascia em 3 junho um espetáculo interativo com o mesmo nome, misto de culto e programa de auditório no qual fé e riso estão em comunhão. A nova ordem teatral/religiosa, "a seita que dói menos", fica em cartaz até 8 de julho, sempre aos sábados, no Teatro Commune. Idealizador, apóstolo e animador do projeto, Cannito explica o conceito: "É um encontro semanal de uma comunidade de sentido, formada por pessoas, atores e não atores, que defendem o humor como princípio da existência. Por isso, Deus é humor. Tudo é humor. Você se aproxima de Deus e da transcendência com humor". A veia humorística está em toda a ritualística, que começa com uma Palavra da Gozação, em vez da Salvação, como no rito católico. Na sequência, há um stand up para confissão de pecados, inspirado nos tradicionais testemunhos dos cultos evangélicos, em que os fieis vão à frente para compartilhar com os irmãos seus dramas e os ensinamentos. "É a capacidade de fazer autobullying. A única salvação para a humanidade é a cura pelo humor", preconiza o apresentador do espetáculo interativo. TROPICALISMO RELIGIOSO O público é convidado a confessar pecados e a debater temas filosóficos nos encontros definidos "como movimento político e estético inspirado no tropicalismo". O objetivo é debater fé, espiritualidade e temas atuais, como o ódio entre correntes políticas opostas. "Fazemos espetáculos de louvor à vida. Assim como no tropicalismo, buscamos uma síntese de tudo que é diferente e contraditório", explica Cannito. A Folha acompanhou a gestação do projeto em reuniões semanais, sempre às segundas-feiras. A primeira aconteceu em 7 de março. Estavam reunidos ali cerca de 20 pessoas, de diferentes perfis e profissões, que foram convidadas a compartilhar suas crenças. Para inspirar os convidados, Newton falou de sua própria espiritualidade: "Eu sempre fui fanático religioso. Desde criança, eu rezava terço toda noite. Meu pai era ateu, mas eu tinha essa conexão. Tinha visões de Nossa Senhora, de espíritos e começava a rezar." O cineasta nasceu católico, fez primeira comunhão. Aos 12 anos, virou ateu. Aos 20, definia-se como o típico doidão. "Aos 33, comecei a tomar ayahuasca [chá alucinógeno usado em rituais religiosos, como o do Santo Daime] e fui melhorando. Quando você busca a transcendência, você busca qualquer coisa. Seja na religião ou até em movimentos políticos." E o que tem o humor a ver com tudo isso? "Acredito que é ponto de vista mais próximo de Deus, por nos colocar acima dos fatos", diz Cannito. "O humor como princípio da literatura moderna a partir de Cervantes. É também o principio da democracia, de conseguir ver do alto, de relativizar, entrar em todas as vozes e pontos de vistas e estar tranquilo com isso." Como animador do primeiro "culto" da Deus É humor, o idealizador da nova seita explicou aos convidados a sua percepção de um processo evolutivo do Criador ao longo da história da humanidade. "A ideia de Deus começa no xamanismo, quando ele era uma mãe. Depois, Deus virou pai no Antigo Testamento. Em seguida, torna-se irmão, na pele de Jesus, que encarnou por nós. Agora, é a vez do Deus amigo, que conversa de igual para igual conosco. É hora de a gente parar de cobrar Deus." Diretor do longa "Magal e os Formigas" (2016), Cannito fecha o raciocínio com uma frase provocadora: "Igreja é um lugar que você vai perdoar Deus. Por isso estamos criando um ambiente onde se possa pensar em Deus sem culpa, sem inferno. Aqui não existe um Deus punitivo." Outro pilar da seita teatral é fazer atualização dos textos sagrados, ao propor uma Bíblia do humorismo, com paródias de trechos como o do Salmo 23. VERSÃO DO SALMO 23 "O humor é o meu pastor, nada me irritará. Faz-me gozar sem nenhum pranto, guia-me sabiamente a tudo ver com olhos tranquilos. Graceja a minha alma; guia-me pelas veredas da piada, zombando de qualquer nome. Ainda que eu andasse pelo vale da dor e da falta de sorte, não teria mal nenhum, porque tu, humor andas comigo; a tua graça e a tua leveza me renovam. Preparas um cortejo perante mim na presença dos meus limites, unge minha cabeça com graça, a alegria me renova. Certamente que a piada e a gargalhada transmutarão os problemas da minha vida; e habitarei na paz do humor por longos dias." A leitura acaba com um "além" no lugar de amém. DOWNLOAD BÍBLICO "Deus está mandando a gente fazer um download e uma atualização da Bíblia", acredita o roteirista, que chamou para o grupo a missão de fazer esta releitura dos textos sagrados e parábolas bíblicas para o século 21. A ideia é dessacralizar, mas sem desrespeitar as demais religiões. "Não queremos questionar a fé dos outros. Nosso objetivo com a 'Deus é Humor' é reforçar nossa fé. Em quê? Em um Deus justo e misericordioso", diz Cannito. "Sei que às vezes o humor coloca a fé em dúvida e questiona dogmas. Por isso, temos por prática pedir desculpas, caso alguém se sinta ofendido ou tendo sua fé questionada." Apesar da graça explícita, a coisa é séria. O espetáculo de 1h30 de duração tem espaço para discutir temas como carma, livre-arbítrio e justiça divina. "Deus é Humor" busca ainda romper as dicotomias que hoje dividem o país e que paralisam o debate. Por isso, a campanha da fraternidade do movimento é "Adote um Fascista" e "Adote um Machista". A cada semana, o espetáculo propõe uma programação diferente, com cantos e paródias espiritualizadas de clássicos do cancioneiro brega nacional, apresentados ao vivo pela banda Marcheiros. O grupo faz sucesso no YouTube com o hit "O Japonês da Federal". E conta também com um grupo de "profetas tropicais", que embarcaram na onda. Entre eles, o ator, roteirista e comediante Márcio Américo, que brilha na internet na pele do Pastor Adélio. "Todo mundo tem sua própria definição do que é Deus. O meu conceito é bem simples: Deus não existe. Sou ateu", diz o ator, que bate ponto no espetáculo na pessoa física e também com sua "entidade virtual". Há ainda o profeta "drag queen" encarnado pelo músico Cristiano Meirelles, ex-seminarista, que começa sua performance lendo Padre Vieira e termina cantando "Free love". A atriz Sandra Lessa, que trabalha com história de vidas no Museu da Pessoa, busca os testemunhos de fascistas e machistas que vão ser adotados pela seita. O espetáculo de 17 de junho, foi dedicado à "cura hétero", uma paródia das sessões de "cura gay", em voga em templos neopentecostais. O ator Marcos Barreto personificou um certo parlamentar de farda e homofóbico que passa pelo ritual de conversão. Tudo devidamente gravado. "Deus É Humor" já nasce multimídia. Depois de livro e da peça teatral, o processo de criação e o espetáculo em si vão dão dar origem a um documentário pelas mãos de Leo Brandt. "Estamos rompendo a fronteira entre teatro e culto. A Deus É humor pode evoluir para um programa de auditório. Tem até nome provisório: Divino Cabaré", projeta Cannito. Em 14 de julho 2014, ele teve uma iluminação, como relatou em um post no Facebook, quando decidiu abrir uma nova igreja. "A Deus é Humor só aceita pessoas que não estejam desesperadas. Se você está bem, não precisa nada de Deus, nem de milagre, mas acha super legal esse papo sobre Deus e o sentido da vida o lugar é aqui!" RIR COM DEUS Naquele momento, ele tinha claro de que seria uma igreja sem rebanho. "Todos serão pastores. Nosso objetivo é rir com Deus. Não é rir de Deus. Nosso objetivo é virar Deus." Ao escrever sobre o livro "Deus É Humor", o rabino Nilton Bonder, da Congregação Judaica do Brasil, destacou qualidades para que obra virasse uma série de tevê. "A genialidade da obra não está em revelar coisas que não fariam Deus rir, mas no fato de que decide rir junto com Ele". Um riso compartilhado por profetas, palhaços, performers, crentes e descrentes. "Além". "Deus é Humor" - Local: Teatro Commune, rua da Consolação 1218, São Paulo - Data: até 8/07 sempre aos sábados - Horário: 16 horas (no dia 8/07, excepcionalmente às 21h) - Classificação etária: 16 anos - Entrada gratuita, contribuição espontânea.
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Debate sobre saída é delicado pelo peso da figura imperial no Japão
Apesar de não ser comum um imperador falar ao público na TV, não chegou a ser surpresa para os japoneses o discurso de Akihito nesta segunda (8). Já não era segredo a vontade dele de passar o trono para o primogênito, Naruhito, diante de sua saúde debilitada. Num país em que um quarto da população tem 65 anos ou mais, o pedido de Akihito, 82, para reduzir suas tarefas tem ampla compreensão da sociedade. A questão está em como tirá-lo de cena, já que representa uma figura tão importante na história do Japão, onde tradição e simbologia têm grande peso —a monarquia japonesa, considerada a mais antiga do mundo, remonta ao século 7º a.C. Em sua fala, Akihito tomou o cuidado de dizer que, na posição de imperador, não poderia comentar sobre o sistema imperial do país. Então, "como um indivíduo", passou a dar sua opinião. Ele assim o fez para evitar uma eventual interpretação da opinião pública de que estaria interferindo na política. Trata-se de um tema delicado desde que o Japão perdeu a Segunda Guerra (1939-45) e os EUA obrigaram os derrotados a prever na nova Constituição um papel apenas cerimonial para o imperador. Até então, sua figura tinha um caráter divino, e o culto imperial, associado a um forte nacionalismo, foi um dos motores do expansionismo militar japonês, culminando na guerra contra os Aliados. Destituído de seus poderes, o então imperador Hirohito, pai de Akihito, fez a célebre declaração: "Não sou mais divino; sou um humano." Os tempos são outros, o país não vê mais Akihito como deus, mas as leis imperiais não acompanharam a evolução da sociedade japonesa —envelhecida como seu imperador. A promessa do premiê Shinzo Abe de estudar uma mudança na legislação deve ser seguida de negociações cautelosas. O governo não quer enfraquecer uma instituição tão tradicional, mas tampouco quer vincular a sucessão do trono a questões políticas. Uma alternativa à reforma da Constituição seria aprovar uma lei específica que facilitasse a saída de Akihito.
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Debate sobre saída é delicado pelo peso da figura imperial no JapãoApesar de não ser comum um imperador falar ao público na TV, não chegou a ser surpresa para os japoneses o discurso de Akihito nesta segunda (8). Já não era segredo a vontade dele de passar o trono para o primogênito, Naruhito, diante de sua saúde debilitada. Num país em que um quarto da população tem 65 anos ou mais, o pedido de Akihito, 82, para reduzir suas tarefas tem ampla compreensão da sociedade. A questão está em como tirá-lo de cena, já que representa uma figura tão importante na história do Japão, onde tradição e simbologia têm grande peso —a monarquia japonesa, considerada a mais antiga do mundo, remonta ao século 7º a.C. Em sua fala, Akihito tomou o cuidado de dizer que, na posição de imperador, não poderia comentar sobre o sistema imperial do país. Então, "como um indivíduo", passou a dar sua opinião. Ele assim o fez para evitar uma eventual interpretação da opinião pública de que estaria interferindo na política. Trata-se de um tema delicado desde que o Japão perdeu a Segunda Guerra (1939-45) e os EUA obrigaram os derrotados a prever na nova Constituição um papel apenas cerimonial para o imperador. Até então, sua figura tinha um caráter divino, e o culto imperial, associado a um forte nacionalismo, foi um dos motores do expansionismo militar japonês, culminando na guerra contra os Aliados. Destituído de seus poderes, o então imperador Hirohito, pai de Akihito, fez a célebre declaração: "Não sou mais divino; sou um humano." Os tempos são outros, o país não vê mais Akihito como deus, mas as leis imperiais não acompanharam a evolução da sociedade japonesa —envelhecida como seu imperador. A promessa do premiê Shinzo Abe de estudar uma mudança na legislação deve ser seguida de negociações cautelosas. O governo não quer enfraquecer uma instituição tão tradicional, mas tampouco quer vincular a sucessão do trono a questões políticas. Uma alternativa à reforma da Constituição seria aprovar uma lei específica que facilitasse a saída de Akihito.
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Bolsa ignora Senado e recua 0,12% com desvalorização do petróleo
A retração no preço de commodities trouxe pessimismo para os mercados e ofuscou a aprovação do regime de urgência para a votação da reforma trabalhista no Senado e a permissão do Congresso para uso do dinheiro de precatórios pelo governo. A Bolsa brasileira recuou 0,12%, a 63.154 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,476 bilhões O petróleo despencou nesta quarta-feira após acumular sessões consecutivas de forte alta e se aproximar dos US$$ o barril. O Brent recuou 3,91%, a US$ 47,67, enquanto o WTI cedeu 4,29%, para US$ 45,05. Petrobras, Vale e JBS estiveram entre as principais baixas do dia. As ações preferenciais da estatal recuaram 1,44%, a R$ 12,25, enquanto os ordinários cederam 1,72%, a R$ 13,09. Os papéis preferenciais da Vale caíram 1,53%, para R$ 26,95. Os ordinários perderam 2,39%, a R$ 28,91. A JBS cedeu 2,57%, a R$ 6,44. Fora do Ibovespa, a Gol avançou 12,77%, após a empresa divulgar dados preliminares do segundo trimestre, com estimativa de crescimento de 1,5% a 2% na margem operacional ante igual período do ano passado. Os números foram considerados acima do esperado por analistas do UBS. As Bolsas internacionais fecharam sem direção única. Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou perto da estabilidade, a 21.478 pontos (-0,01%). O S&P 500 ganhou 0,15%, enquanto o Nasdaq subiu 0,67%. DÓLAR O dólar não sustentou a alta exibida na primeira etapa dos negócios e fechou a quarta-feira em queda, mas ainda rondando a casa de R$ 3,30, influenciado por fluxo vendedor de recursos e após a vitória do governo na véspera com a aprovação da urgência para a votação da reforma trabalhista no Senado. O dólar comercial (referência para comércio exterior) cedeu 0,45%, a R$ 3,2950. O dólar à vista avançou 0,15%, a R$ 3,3080. A inversão da trajetória do dólar ante o real teve início antes da divulgação da ata do Federal Reserve e se manteve após o documento mostrar que as autoridades do banco central dos Estados Unidos mostraram-se divididas sobre o cenário para a inflação e como ela pode afetar o ritmo futuro de altas dos juros. Com Reuters
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Bolsa ignora Senado e recua 0,12% com desvalorização do petróleoA retração no preço de commodities trouxe pessimismo para os mercados e ofuscou a aprovação do regime de urgência para a votação da reforma trabalhista no Senado e a permissão do Congresso para uso do dinheiro de precatórios pelo governo. A Bolsa brasileira recuou 0,12%, a 63.154 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,476 bilhões O petróleo despencou nesta quarta-feira após acumular sessões consecutivas de forte alta e se aproximar dos US$$ o barril. O Brent recuou 3,91%, a US$ 47,67, enquanto o WTI cedeu 4,29%, para US$ 45,05. Petrobras, Vale e JBS estiveram entre as principais baixas do dia. As ações preferenciais da estatal recuaram 1,44%, a R$ 12,25, enquanto os ordinários cederam 1,72%, a R$ 13,09. Os papéis preferenciais da Vale caíram 1,53%, para R$ 26,95. Os ordinários perderam 2,39%, a R$ 28,91. A JBS cedeu 2,57%, a R$ 6,44. Fora do Ibovespa, a Gol avançou 12,77%, após a empresa divulgar dados preliminares do segundo trimestre, com estimativa de crescimento de 1,5% a 2% na margem operacional ante igual período do ano passado. Os números foram considerados acima do esperado por analistas do UBS. As Bolsas internacionais fecharam sem direção única. Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou perto da estabilidade, a 21.478 pontos (-0,01%). O S&P 500 ganhou 0,15%, enquanto o Nasdaq subiu 0,67%. DÓLAR O dólar não sustentou a alta exibida na primeira etapa dos negócios e fechou a quarta-feira em queda, mas ainda rondando a casa de R$ 3,30, influenciado por fluxo vendedor de recursos e após a vitória do governo na véspera com a aprovação da urgência para a votação da reforma trabalhista no Senado. O dólar comercial (referência para comércio exterior) cedeu 0,45%, a R$ 3,2950. O dólar à vista avançou 0,15%, a R$ 3,3080. A inversão da trajetória do dólar ante o real teve início antes da divulgação da ata do Federal Reserve e se manteve após o documento mostrar que as autoridades do banco central dos Estados Unidos mostraram-se divididas sobre o cenário para a inflação e como ela pode afetar o ritmo futuro de altas dos juros. Com Reuters
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Planalto confirma que Mantega ajudou na revisão de leis trabalhistas
O Planalto reconheceu nesta segunda-feira (26) que a equipe do ex-ministro Guido Mantega (Fazenda) trabalhou na elaboração das medidas que alteram a concessão de direitos trabalhistas como o seguro-desemprego, o abono salarial e o seguro-defeso, pago a pescadores, conforme informou a a reportagem da Folha "Revisão de regras trabalhistas foi planejada antes da eleição". "O diagnóstico obtido pela equipe do então ministro Guido Mantega mostrou que três de cada quatro beneficiários do seguro-desemprego ao longo de 2014 estavam entrando no mercado de trabalho. As medidas de correção desta distorção foram estudadas em conjunto pelas equipes do ministro Mantega e Joaquim Levy. A necessidade de correções da concessão dos benefícios do Seguro Defeso foram registradas ao longo de 2014", informa a nota. A Secom informou também "que os programas do governo federal passam por constantes correções e atualizações". "Em maio do ano passado, por exemplo, o Ministério do Desenvolvimento Social retirou 1,290 milhão de famílias do cadastro do Bolsa Família. Ou seja, cinco meses antes das eleições, o governo federal fez o maior corte de beneficiários do Bolsa Família na história - o que comprova que a campanha não pautou, e não pauta, o cronograma de medidas do governo", afirmou a Secom na nota. "Por fim, para não restar dúvidas sobre o compromisso deste governo com os direitos dos trabalhadores, destacamos a fala da presidenta Dilma Rousseff no seu discurso de posse no Parlatório: 'Nenhum direito a menos, nenhum passo atrás! Só mais direitos e só o caminho à frente!'." ERRO Na nota, a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República prestou uma informação equivocada sobre o seguro-desemprego. De acordo com a nota, o Projeto da Lei Orçamentária Anual de 2015 (Ploa), enviado pelo governo ao Congresso em agosto do ano passado, previa redução nas despesas com seguro-desemprego "porque o crescimento destes gastos é incompatível com um momento de economia em pleno emprego". Na verdade, o Ploa de 2015 prevê um aumento nominal de R$ 9,1 bilhões nas despesas com o seguro-desemprego para este ano, para R$ 36,8 bilhões no total. No PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias), a estimativa de despesa com a mesma rubrica era de R$ 27,7 bilhões. O PLDO é uma estimativa inicial de receitas e despesas para o exercício do ano seguinte. Já o PLOA é a previsão final. Com base nos números do PLOA, o Congresso aprova, ainda que com alterações, a LOA (Lei Orçamentária Anual) do ano subsequente. O Congresso ainda não aprovou a LOA deste ano. Segundo a reportagem da Folha, o Ploa de 2015 prevê redução, de R$ 8,8 bilhões, no abono salarial, não no seguro-desemprego. Diante do dado de que houve aumento na previsão de gastos no seguro-desemprego, e não redução, as explicações do Planalto ficaram desencontradas com os números.
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Planalto confirma que Mantega ajudou na revisão de leis trabalhistasO Planalto reconheceu nesta segunda-feira (26) que a equipe do ex-ministro Guido Mantega (Fazenda) trabalhou na elaboração das medidas que alteram a concessão de direitos trabalhistas como o seguro-desemprego, o abono salarial e o seguro-defeso, pago a pescadores, conforme informou a a reportagem da Folha "Revisão de regras trabalhistas foi planejada antes da eleição". "O diagnóstico obtido pela equipe do então ministro Guido Mantega mostrou que três de cada quatro beneficiários do seguro-desemprego ao longo de 2014 estavam entrando no mercado de trabalho. As medidas de correção desta distorção foram estudadas em conjunto pelas equipes do ministro Mantega e Joaquim Levy. A necessidade de correções da concessão dos benefícios do Seguro Defeso foram registradas ao longo de 2014", informa a nota. A Secom informou também "que os programas do governo federal passam por constantes correções e atualizações". "Em maio do ano passado, por exemplo, o Ministério do Desenvolvimento Social retirou 1,290 milhão de famílias do cadastro do Bolsa Família. Ou seja, cinco meses antes das eleições, o governo federal fez o maior corte de beneficiários do Bolsa Família na história - o que comprova que a campanha não pautou, e não pauta, o cronograma de medidas do governo", afirmou a Secom na nota. "Por fim, para não restar dúvidas sobre o compromisso deste governo com os direitos dos trabalhadores, destacamos a fala da presidenta Dilma Rousseff no seu discurso de posse no Parlatório: 'Nenhum direito a menos, nenhum passo atrás! Só mais direitos e só o caminho à frente!'." ERRO Na nota, a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República prestou uma informação equivocada sobre o seguro-desemprego. De acordo com a nota, o Projeto da Lei Orçamentária Anual de 2015 (Ploa), enviado pelo governo ao Congresso em agosto do ano passado, previa redução nas despesas com seguro-desemprego "porque o crescimento destes gastos é incompatível com um momento de economia em pleno emprego". Na verdade, o Ploa de 2015 prevê um aumento nominal de R$ 9,1 bilhões nas despesas com o seguro-desemprego para este ano, para R$ 36,8 bilhões no total. No PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias), a estimativa de despesa com a mesma rubrica era de R$ 27,7 bilhões. O PLDO é uma estimativa inicial de receitas e despesas para o exercício do ano seguinte. Já o PLOA é a previsão final. Com base nos números do PLOA, o Congresso aprova, ainda que com alterações, a LOA (Lei Orçamentária Anual) do ano subsequente. O Congresso ainda não aprovou a LOA deste ano. Segundo a reportagem da Folha, o Ploa de 2015 prevê redução, de R$ 8,8 bilhões, no abono salarial, não no seguro-desemprego. Diante do dado de que houve aumento na previsão de gastos no seguro-desemprego, e não redução, as explicações do Planalto ficaram desencontradas com os números.
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Turismo no mundo cresceu 4% no primeiro semestre de 2015, diz OMT
O número de turistas no mundo aumentou 4% no primeiro semestre, impulsionado em particular pela região Ásia-Pacífico e África, e em menor medida pela América Latina e pela Europa –de acordo com dados publicados na semana passada pela OMT (Organização Mundial do Turismo). Pelo menos 561 milhões de turistas percorreram o mundo na primeira metade do ano, quase 21 milhões a mais do que no mesmo período de 2015. As perspectivas para o resto do ano são "positivas", segundo a OMT, que não antecipou dados. A região Ásia-Pacífico recebeu mais 9% de visitantes internacionais, "graças a uma forte demanda intrarregional", informou o comunicado. A Oceania foi líder, com um aumento de 10% de turistas. As Américas Central e do Sul tiveram um aumento de 6% nas chegadas de turistas, que cresceram 4% no Caribe, em parte graças aos visitantes americanos, indicou o organismo. A Europa teve um aumento menor, de 3%, e variou por regiões: os países do leste e do norte registraram mais 5% de visitas internacionais, enquanto os do oeste e do sul tiveram um crescimento de apenas entre 1% e 3%, em um contexto de medo por eventuais atentados. As mesmas preocupações geraram uma queda de 9% no número de turistas na África do Norte e no Oriente Médio. A África teve um aumento de 5%, graças à recuperação da zona subsaariana (+12%), depois de superada a crise de ebola. A China, principal provedor de turistas, registrou uma alta de 20% do gasto de seus viajantes no primeiro trimestre. Os americanos, que se beneficiaram de um dólar forte para viajar, gastaram 8% a mais. Outros países que mostraram um aumento no gasto de seus viajantes no exterior foram Espanha (20%), Noruega (11%) e Austrália (10%). Já os gastos dos viajantes do Brasil e da Rússia "continuam sendo fracos, refletindo as limitações econômicas e moedas desvalorizadas nos dois mercados", acrescentou a OMT.
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Turismo no mundo cresceu 4% no primeiro semestre de 2015, diz OMTO número de turistas no mundo aumentou 4% no primeiro semestre, impulsionado em particular pela região Ásia-Pacífico e África, e em menor medida pela América Latina e pela Europa –de acordo com dados publicados na semana passada pela OMT (Organização Mundial do Turismo). Pelo menos 561 milhões de turistas percorreram o mundo na primeira metade do ano, quase 21 milhões a mais do que no mesmo período de 2015. As perspectivas para o resto do ano são "positivas", segundo a OMT, que não antecipou dados. A região Ásia-Pacífico recebeu mais 9% de visitantes internacionais, "graças a uma forte demanda intrarregional", informou o comunicado. A Oceania foi líder, com um aumento de 10% de turistas. As Américas Central e do Sul tiveram um aumento de 6% nas chegadas de turistas, que cresceram 4% no Caribe, em parte graças aos visitantes americanos, indicou o organismo. A Europa teve um aumento menor, de 3%, e variou por regiões: os países do leste e do norte registraram mais 5% de visitas internacionais, enquanto os do oeste e do sul tiveram um crescimento de apenas entre 1% e 3%, em um contexto de medo por eventuais atentados. As mesmas preocupações geraram uma queda de 9% no número de turistas na África do Norte e no Oriente Médio. A África teve um aumento de 5%, graças à recuperação da zona subsaariana (+12%), depois de superada a crise de ebola. A China, principal provedor de turistas, registrou uma alta de 20% do gasto de seus viajantes no primeiro trimestre. Os americanos, que se beneficiaram de um dólar forte para viajar, gastaram 8% a mais. Outros países que mostraram um aumento no gasto de seus viajantes no exterior foram Espanha (20%), Noruega (11%) e Austrália (10%). Já os gastos dos viajantes do Brasil e da Rússia "continuam sendo fracos, refletindo as limitações econômicas e moedas desvalorizadas nos dois mercados", acrescentou a OMT.
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Evento reúne profissionais da gastronomia em Florença
Cerca de 1.500 cozinheiros, vários barmans, dezenas de sommeliers, aproximadamente 150 empresas relacionadas à produção de alimentos e vinhos e milhares de amantes da gastronomia vão participar do "Food And Wine in Progress", em Florença. A 28ª edição do evento acontecerá entre os dias 8 e 10 de novembro e apresentará o trabalho de vários profissionais do ramo da culinária, com cooking shows, degustações, debates e palestras. Organizada pelo Congresso Italiano dos Cozinheiros, a feira foi apresentada na terça-feira (3), na cidade, e é promovida pela Federação Italiana de Cozinheiros (FIC) e pela União Regional de Cozinheiros Toscanos (Urct), em parceria com a Associação Italiana de Sommeliers da Toscana. As maiores atrações dos três dias de evento são Niki Romito, Claudio Sadler, Igles Corelli, Mauro Uliassi, Enrico Derfingher, Filippo La Mantia, Igor Macchia, Giancarlo Perbellini e Paolo Teverini, entre outros.
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Evento reúne profissionais da gastronomia em FlorençaCerca de 1.500 cozinheiros, vários barmans, dezenas de sommeliers, aproximadamente 150 empresas relacionadas à produção de alimentos e vinhos e milhares de amantes da gastronomia vão participar do "Food And Wine in Progress", em Florença. A 28ª edição do evento acontecerá entre os dias 8 e 10 de novembro e apresentará o trabalho de vários profissionais do ramo da culinária, com cooking shows, degustações, debates e palestras. Organizada pelo Congresso Italiano dos Cozinheiros, a feira foi apresentada na terça-feira (3), na cidade, e é promovida pela Federação Italiana de Cozinheiros (FIC) e pela União Regional de Cozinheiros Toscanos (Urct), em parceria com a Associação Italiana de Sommeliers da Toscana. As maiores atrações dos três dias de evento são Niki Romito, Claudio Sadler, Igles Corelli, Mauro Uliassi, Enrico Derfingher, Filippo La Mantia, Igor Macchia, Giancarlo Perbellini e Paolo Teverini, entre outros.
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Revista estimulava extremistas a usar veículos em ataques
Ao jogar um caminhão frigorífico contra uma multidão em Nice no mais nacionalista dos feriados franceses, a queda da Bastilha, o tunisiano Mohamed Bouhlel, 31, repetiu uma tática adotada há anos entre grupos terroristas. "Nesta seção, ensinamos a nossos leitores como travar sua 'jihad' individual", diz a segunda edição da "Inspire", de 2010. Acredita-se que a revista on-line, em inglês, é editada pela Al Qaeda ou por algum simpatizante. Seu público-alvo: potenciais jihadistas no Ocidente. A página 53 apresentava uma reportagem ("A máquina mortífera definitiva") com a foto de uma picape Super Duty da Ford no meio de uma tempestade. A publicação descreve uma "ideia simples que não requer muito preparo" para atacar americanos. A sugestão é transformar o automóvel numa "máquina de corte, não para cortar grama, mas os inimigos de Alá". Em seguida, instruções para acoplar lâminas de aço numa picape 4WD. "Com a velocidade do veículo no momento do impacto, mesmo uma ponta pouco afiada fatiaria facilmente um osso." O texto prescreve o modus operandi adotado em Nice: selecionar um lugar "com número máximo de pedestres", preferencialmente em área vetada a veículos. Incentiva a levar armas para "terminar o trabalho", caso algo impeça o extremista de continuar dirigindo. EUA, Israel e vários países europeus, França inclusa, são citados como alvo. O artigo reconhece a dificuldade de sair vivo: "É uma operação de martírio". O uso de veículos como armas em si, e não apenas como carros-bomba, adiciona um medo a mais à lista das agências que combatem o terrorismo. Se a compra um rifle pode levantar suspeitas, dirigir é um hábito banal. Em 2014, um porta-voz do Estado Islâmico encorajou que militantes "passassem o carro por cima" dos "descrentes". Um mês depois, um canadense atropelou dois soldados em Quebec após mudar de nome no Facebook (de Martin para Ahmad, o Convertido), deixar a barba crescer e parar de usar jeans. Peten Bergen, analista de segurança nacional da CNN, avalia que o ataque de Nice pode ser um divisor de águas pelo grau recorde de letalidade e "as forças de segurança terão de considerar a vulnerabilidade a ataques motorizados contra multidões".
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Revista estimulava extremistas a usar veículos em ataquesAo jogar um caminhão frigorífico contra uma multidão em Nice no mais nacionalista dos feriados franceses, a queda da Bastilha, o tunisiano Mohamed Bouhlel, 31, repetiu uma tática adotada há anos entre grupos terroristas. "Nesta seção, ensinamos a nossos leitores como travar sua 'jihad' individual", diz a segunda edição da "Inspire", de 2010. Acredita-se que a revista on-line, em inglês, é editada pela Al Qaeda ou por algum simpatizante. Seu público-alvo: potenciais jihadistas no Ocidente. A página 53 apresentava uma reportagem ("A máquina mortífera definitiva") com a foto de uma picape Super Duty da Ford no meio de uma tempestade. A publicação descreve uma "ideia simples que não requer muito preparo" para atacar americanos. A sugestão é transformar o automóvel numa "máquina de corte, não para cortar grama, mas os inimigos de Alá". Em seguida, instruções para acoplar lâminas de aço numa picape 4WD. "Com a velocidade do veículo no momento do impacto, mesmo uma ponta pouco afiada fatiaria facilmente um osso." O texto prescreve o modus operandi adotado em Nice: selecionar um lugar "com número máximo de pedestres", preferencialmente em área vetada a veículos. Incentiva a levar armas para "terminar o trabalho", caso algo impeça o extremista de continuar dirigindo. EUA, Israel e vários países europeus, França inclusa, são citados como alvo. O artigo reconhece a dificuldade de sair vivo: "É uma operação de martírio". O uso de veículos como armas em si, e não apenas como carros-bomba, adiciona um medo a mais à lista das agências que combatem o terrorismo. Se a compra um rifle pode levantar suspeitas, dirigir é um hábito banal. Em 2014, um porta-voz do Estado Islâmico encorajou que militantes "passassem o carro por cima" dos "descrentes". Um mês depois, um canadense atropelou dois soldados em Quebec após mudar de nome no Facebook (de Martin para Ahmad, o Convertido), deixar a barba crescer e parar de usar jeans. Peten Bergen, analista de segurança nacional da CNN, avalia que o ataque de Nice pode ser um divisor de águas pelo grau recorde de letalidade e "as forças de segurança terão de considerar a vulnerabilidade a ataques motorizados contra multidões".
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Ministério apura se contágio de zika por transfusão de sangue é grave
O Ministério da Saúde investiga se a transmissão do vírus zika por transfusão de sangue realmente causa sintomas, e se são leves ou graves. Se essa forma de contágio causar infecções graves, o governo mudará regras de doação de sangue no país. A Divisão de Hemoterapia do Hemocentro da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) afirmou na terça-feira (15) que um paciente foi infectado pelo vírus zika em março, após receber transfusão de sangue de um doador com a doença, em Campinas (93 km de SP). Segundo o diretor da unidade, Marcelo Addas Carvalho, um exame do Instituto Adolfo Lutz confirmou o contágio. Segundo Carvalho, o paciente que pegou zika não teve sintomas da doença (como coceira, manchas e febre). Por isso, o Ministério da Saúde quer analisar melhor esse tipo de contágio. O órgão afirmou que já orientou hemocentros do país a perguntar aos doadores se visitaram regiões com presença do vírus próximo à data da doação. Neste caso, é preciso esperar 30 dias para doar sangue. O Hemocentro da Unicamp já adota essa medida. Em nota divulgada na última terça (15), afirmou que segue todas as exigências internacionais de qualidade e que o caso ocorrido na unidade "não representa uma ameaça" à população. É a primeira vez que a transmissão por sangue é confirmada no país. Até então, havia comprovação de que o vírus é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue. O Adolfo Lutz ainda pesquisa outras formas de transmissão: além do sangue, relação sexual e amamentação. Ainda não há conclusões. A Secretaria de Estado da Saúde, que não havia comentado o caso anteontem, afirmou ontem que já havia notificado o ministério em maio.
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Ministério apura se contágio de zika por transfusão de sangue é graveO Ministério da Saúde investiga se a transmissão do vírus zika por transfusão de sangue realmente causa sintomas, e se são leves ou graves. Se essa forma de contágio causar infecções graves, o governo mudará regras de doação de sangue no país. A Divisão de Hemoterapia do Hemocentro da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) afirmou na terça-feira (15) que um paciente foi infectado pelo vírus zika em março, após receber transfusão de sangue de um doador com a doença, em Campinas (93 km de SP). Segundo o diretor da unidade, Marcelo Addas Carvalho, um exame do Instituto Adolfo Lutz confirmou o contágio. Segundo Carvalho, o paciente que pegou zika não teve sintomas da doença (como coceira, manchas e febre). Por isso, o Ministério da Saúde quer analisar melhor esse tipo de contágio. O órgão afirmou que já orientou hemocentros do país a perguntar aos doadores se visitaram regiões com presença do vírus próximo à data da doação. Neste caso, é preciso esperar 30 dias para doar sangue. O Hemocentro da Unicamp já adota essa medida. Em nota divulgada na última terça (15), afirmou que segue todas as exigências internacionais de qualidade e que o caso ocorrido na unidade "não representa uma ameaça" à população. É a primeira vez que a transmissão por sangue é confirmada no país. Até então, havia comprovação de que o vírus é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue. O Adolfo Lutz ainda pesquisa outras formas de transmissão: além do sangue, relação sexual e amamentação. Ainda não há conclusões. A Secretaria de Estado da Saúde, que não havia comentado o caso anteontem, afirmou ontem que já havia notificado o ministério em maio.
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Para defensor de Lula na ONU, Brasil deve repensar acusações de corrupção
Advogado contratado para representar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva perante o Comitê de Direitos Humanos da ONU, o britânico-australiano Geoffrey Robertson diz esperar que a possível discussão sobre o caso nas Nações Unidas mostre ao Brasil que o país precisa mudar a forma como lida com alegações de corrupção. Em entrevista à Folha, por e-mail, ele criticou as prisões preventivas no âmbito da Lava Jato, a divulgação para a imprensa das gravações envolvendo Lula e a suposta imparcialidade do juiz Sergio Moro. O advogado, que já defendeu Mike Tyson e Julian Assange, apresentou, na última semana, uma petição à ONU alegando que o ex-presidente teve seus direitos violados. Leia a seguir. * Folha - Por que o caso do ex-presidente deve ser discutido no âmbito das Nações Unidas? Geoffrey Robertson - Qualquer país se beneficia quando suas leis e procedimentos estão sujeitos ao escrutínio internacional para que atendam aos padrões internacionais de direitos humanos. O Reino Unido certamente se beneficiou por suas leis terem sido reformadas pela Corte Europeia de Direitos Humanos, assim como Portugal. O Brasil herdou o sistema português antes da reforma, e o Comitê pode apontar onde é preciso mudar para torná-lo mais justo e eficaz. Que provas de violações de direitos humanos vocês têm? A petição aponta seis formas pelas quais Lula e sua família sofreram violações. Um exemplo: a divulgação para a imprensa do áudio de conversas privadas. Isso nunca aconteceria na Europa. Depois, há a questão da prisão preventiva usada contra réus da Lava Jato, que são mantidos presos até confessarem. Grupos de defesa dos direitos humanos têm criticado o Brasil e outros países latino-americanos pelo o abuso de prisões preventivas quando não há risco de fuga. Além disso, há o papel da imprensa em ajudar os promotores, a fim de prejudicar os réus antes do julgamento, com imagens e bonecos de Lula com uniforme de prisioneiro. É fundamental que o réu tenha o direito de ser julgado por um juiz imparcial, que não esteja envolvido em ações da polícia ou do Ministério Público contra ele. Um dos argumentos da defesa é que o advogado do ex-presidente Lula foi grampeado. Mas o juiz Moro disse que Roberto Teixeira foi gravado por ser alvo direto de investigação. Isso pode fazer com que o argumento da defesa seja rejeitado pelo Comitê? Acho que vai além isso, porque as conversas foram divulgadas para a imprensa e a Ordem dos Advogados do Brasil condenou a gravação. Mas isso é um caso para o Comitê avaliar. Na última semana, Lula tornou-se réu por tentativa de obstrução da Operação Lava Jato. Qual deve ser o impacto dessa decisão sobre a análise pelo Comitê da ONU? Isso não tem impacto sobre as questões submetidas à apreciação do Comitê. É um caso diferente. O que o ex-presidente pretende ao recorrer à ONU? Só posso falar por mim. Embora Lula não esteja de nenhuma forma acima da lei, ele deve, como qualquer cidadão, ser tratado de forma justa. Espero que a discussão sobre a petição leve as pessoas a pensarem em como lidar adequadamente com as alegações de corrupção. A maneira apropriada foi encontrada por Hong Kong, Cingapura e Sidney, entre outros, por meio da criação de uma comissão independente contra a corrupção, com todos os poderes de investigação necessários, mas com um comitê de supervisão para garantir que a comissão aja de forma justa. Quando as provas são recolhidas, a comissão as entrega para promotores independentes, que levam o suspeito a julgamento perante um juiz que não teve envolvimento com a investigação. Este é o caminho a ser seguido, e espero que a petição mostre a parlamentares no Brasil que o sistema atual deve ser reformado. A Associação dos Magistrados Brasileiros afirma que a petição é uma tentativa de intimidar a atividade de juízes brasileiros. Há a tentativa de pressionar os juízes envolvidos no caso? Esta é uma crítica absurda, e é triste que uma associação de magistrados reaja de maneira tão defensiva. Eles deveriam acolher a discussão sobre seus procedimentos. O que eles têm a esconder? Sergio Moro debate e fala ao Parlamento sobre formas de combater a corrupção, então ele deveria estar disposto a discutir sobre como tornar essas formas justas e efetivas. Ele é um grande admirador da Operação Mãos Limpas, na Itália, mas muitos advogados italianos acreditam que ela foi um desastre. Quanto à alegação infantil de intimidação, qualquer juiz que se sinta intimidado por uma petição levada à ONU não está apto para ser um juiz. O processo no Comitê pode levar anos. Considerando-se que Lula já é réu, não é possível que a decisão do Comitê chegue muito tarde? Se admitir a petição, o Comitê dará ao Brasil seis meses para responder e dará seu parecer em um ano. É improvável que seja demorado. - Geoffrey Robertson NASCIMENTO 30.set.1946 (69 anos), Sidney CARREIRA Juiz do tribunal da ONU sobre Serra Leoa e advogado da Armênia na Corte Europeia de Direitos Humanos CLIENTES FAMOSOS Mike Tyson, Julian Assange e o escritor Salman Rushdie
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Para defensor de Lula na ONU, Brasil deve repensar acusações de corrupçãoAdvogado contratado para representar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva perante o Comitê de Direitos Humanos da ONU, o britânico-australiano Geoffrey Robertson diz esperar que a possível discussão sobre o caso nas Nações Unidas mostre ao Brasil que o país precisa mudar a forma como lida com alegações de corrupção. Em entrevista à Folha, por e-mail, ele criticou as prisões preventivas no âmbito da Lava Jato, a divulgação para a imprensa das gravações envolvendo Lula e a suposta imparcialidade do juiz Sergio Moro. O advogado, que já defendeu Mike Tyson e Julian Assange, apresentou, na última semana, uma petição à ONU alegando que o ex-presidente teve seus direitos violados. Leia a seguir. * Folha - Por que o caso do ex-presidente deve ser discutido no âmbito das Nações Unidas? Geoffrey Robertson - Qualquer país se beneficia quando suas leis e procedimentos estão sujeitos ao escrutínio internacional para que atendam aos padrões internacionais de direitos humanos. O Reino Unido certamente se beneficiou por suas leis terem sido reformadas pela Corte Europeia de Direitos Humanos, assim como Portugal. O Brasil herdou o sistema português antes da reforma, e o Comitê pode apontar onde é preciso mudar para torná-lo mais justo e eficaz. Que provas de violações de direitos humanos vocês têm? A petição aponta seis formas pelas quais Lula e sua família sofreram violações. Um exemplo: a divulgação para a imprensa do áudio de conversas privadas. Isso nunca aconteceria na Europa. Depois, há a questão da prisão preventiva usada contra réus da Lava Jato, que são mantidos presos até confessarem. Grupos de defesa dos direitos humanos têm criticado o Brasil e outros países latino-americanos pelo o abuso de prisões preventivas quando não há risco de fuga. Além disso, há o papel da imprensa em ajudar os promotores, a fim de prejudicar os réus antes do julgamento, com imagens e bonecos de Lula com uniforme de prisioneiro. É fundamental que o réu tenha o direito de ser julgado por um juiz imparcial, que não esteja envolvido em ações da polícia ou do Ministério Público contra ele. Um dos argumentos da defesa é que o advogado do ex-presidente Lula foi grampeado. Mas o juiz Moro disse que Roberto Teixeira foi gravado por ser alvo direto de investigação. Isso pode fazer com que o argumento da defesa seja rejeitado pelo Comitê? Acho que vai além isso, porque as conversas foram divulgadas para a imprensa e a Ordem dos Advogados do Brasil condenou a gravação. Mas isso é um caso para o Comitê avaliar. Na última semana, Lula tornou-se réu por tentativa de obstrução da Operação Lava Jato. Qual deve ser o impacto dessa decisão sobre a análise pelo Comitê da ONU? Isso não tem impacto sobre as questões submetidas à apreciação do Comitê. É um caso diferente. O que o ex-presidente pretende ao recorrer à ONU? Só posso falar por mim. Embora Lula não esteja de nenhuma forma acima da lei, ele deve, como qualquer cidadão, ser tratado de forma justa. Espero que a discussão sobre a petição leve as pessoas a pensarem em como lidar adequadamente com as alegações de corrupção. A maneira apropriada foi encontrada por Hong Kong, Cingapura e Sidney, entre outros, por meio da criação de uma comissão independente contra a corrupção, com todos os poderes de investigação necessários, mas com um comitê de supervisão para garantir que a comissão aja de forma justa. Quando as provas são recolhidas, a comissão as entrega para promotores independentes, que levam o suspeito a julgamento perante um juiz que não teve envolvimento com a investigação. Este é o caminho a ser seguido, e espero que a petição mostre a parlamentares no Brasil que o sistema atual deve ser reformado. A Associação dos Magistrados Brasileiros afirma que a petição é uma tentativa de intimidar a atividade de juízes brasileiros. Há a tentativa de pressionar os juízes envolvidos no caso? Esta é uma crítica absurda, e é triste que uma associação de magistrados reaja de maneira tão defensiva. Eles deveriam acolher a discussão sobre seus procedimentos. O que eles têm a esconder? Sergio Moro debate e fala ao Parlamento sobre formas de combater a corrupção, então ele deveria estar disposto a discutir sobre como tornar essas formas justas e efetivas. Ele é um grande admirador da Operação Mãos Limpas, na Itália, mas muitos advogados italianos acreditam que ela foi um desastre. Quanto à alegação infantil de intimidação, qualquer juiz que se sinta intimidado por uma petição levada à ONU não está apto para ser um juiz. O processo no Comitê pode levar anos. Considerando-se que Lula já é réu, não é possível que a decisão do Comitê chegue muito tarde? Se admitir a petição, o Comitê dará ao Brasil seis meses para responder e dará seu parecer em um ano. É improvável que seja demorado. - Geoffrey Robertson NASCIMENTO 30.set.1946 (69 anos), Sidney CARREIRA Juiz do tribunal da ONU sobre Serra Leoa e advogado da Armênia na Corte Europeia de Direitos Humanos CLIENTES FAMOSOS Mike Tyson, Julian Assange e o escritor Salman Rushdie
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Por 'merecimento', Tite deixa atletas com que sonhava trabalhar no banco
Antes mesmo de chegar ao posto de técnico da seleção brasileira, Tite gostava de pensar nos jogadores que chamaria caso um dia fosse convidado a assumir o cargo. Encabeçando a lista estava o meia Philippe Coutinho, do Liverpool, e atualmente um dos destaques da equipe que lidera as eliminatórias da Copa de 2018. Outros dois jogadores almejados por Tite também estão no grupo, mas no banco de reservas. O zagueiro Thiago Silva, do Paris Saint-Germain, e o meia Douglas Costa, do Bayern de Munique, têm marcado presença nas listas de convocação, mas ainda pouco jogaram sob o comando do treinador. O motivo é o mesmo que já lhe trouxe questionamentos nos clubes pelos quais passou: o critério do "merecimento", no jargão do treinador. Quem está bem não pode ser retirado do time titular, argumenta. O caso de Thiago Silva é emblemático. Um dos defensores preferidos de Tite no planeta, Thiago não esteve presente na primeira convocação do treinador devido a uma lesão. A dupla de zaga, então, foi composta por Miranda e Marquinhos, que havia acabado de ganhar a Rio-2016. Companheiro de zaga de Thiago no PSG, Marquinhos tem tido atuações irretocáveis. Veloz, com boa impulsão e preciso nos passes na saída de bola, ele não saiu mais do time titular. Curiosamente, Thiago hoje é reserva de um atleta que foi vendido pelo Corinthians em 2012 com o aval de Tite. Em entrevista ao SporTV em 2014, Mário Gobbi, então presidente do time paulista, disse que a "equipe técnica" havia avaliado Marquinhos como "franzino" e sem altura para ser zagueiro –ele mede 1,83m. Contra a Argentina, Thiago substituiu Miranda por cinco minutos, no final do jogo. PROBLEMA BOM Que Neymar é o melhor jogador brasileiro poucos duvidariam. Mas o fascínio do treinador por Philippe Coutinho é tamanho que seu irmão, Miro, brinca que talvez seria o jogador que Tite escolheria se pudesse convocar qualquer um do mundo. Com Neymar do lado esquerdo e Coutinho do outro no meio de campo, Tite colocou Costa por alguns minutos contra a Argentina. Visto como técnico e habilidoso pela comissão técnica, o meia do Bayern de Munique joga nas posições dos dois jogadores preferidos do treinador no esquema 4-1-4-1. Por isso, amarga o banco de reservas, aguardando mais oportunidades.Nos treinos em Belo Horizonte, teve bom desempenho e recebeu elogios do treinador durante as atividades. Nesta quarta-feira (16), contra o Peru, Tite pode testá-lo por mais tempo para poupar Coutinho ou Neymar. HISTÓRICO Ao longo de sua carreira, sua política do merecimento provocou reações negativas de torcedores e de alguns jogadores. No Corinthians, a polêmica mais recente foi com o goleiro Cássio. Em maio, ele escalou Walter como titular após quatro anos seguidos de Cássio no time principal. A decisão revoltou o ex-titular, que reclamou publicamente, mas foi mandado ao banco de toda forma.
esporte
Por 'merecimento', Tite deixa atletas com que sonhava trabalhar no bancoAntes mesmo de chegar ao posto de técnico da seleção brasileira, Tite gostava de pensar nos jogadores que chamaria caso um dia fosse convidado a assumir o cargo. Encabeçando a lista estava o meia Philippe Coutinho, do Liverpool, e atualmente um dos destaques da equipe que lidera as eliminatórias da Copa de 2018. Outros dois jogadores almejados por Tite também estão no grupo, mas no banco de reservas. O zagueiro Thiago Silva, do Paris Saint-Germain, e o meia Douglas Costa, do Bayern de Munique, têm marcado presença nas listas de convocação, mas ainda pouco jogaram sob o comando do treinador. O motivo é o mesmo que já lhe trouxe questionamentos nos clubes pelos quais passou: o critério do "merecimento", no jargão do treinador. Quem está bem não pode ser retirado do time titular, argumenta. O caso de Thiago Silva é emblemático. Um dos defensores preferidos de Tite no planeta, Thiago não esteve presente na primeira convocação do treinador devido a uma lesão. A dupla de zaga, então, foi composta por Miranda e Marquinhos, que havia acabado de ganhar a Rio-2016. Companheiro de zaga de Thiago no PSG, Marquinhos tem tido atuações irretocáveis. Veloz, com boa impulsão e preciso nos passes na saída de bola, ele não saiu mais do time titular. Curiosamente, Thiago hoje é reserva de um atleta que foi vendido pelo Corinthians em 2012 com o aval de Tite. Em entrevista ao SporTV em 2014, Mário Gobbi, então presidente do time paulista, disse que a "equipe técnica" havia avaliado Marquinhos como "franzino" e sem altura para ser zagueiro –ele mede 1,83m. Contra a Argentina, Thiago substituiu Miranda por cinco minutos, no final do jogo. PROBLEMA BOM Que Neymar é o melhor jogador brasileiro poucos duvidariam. Mas o fascínio do treinador por Philippe Coutinho é tamanho que seu irmão, Miro, brinca que talvez seria o jogador que Tite escolheria se pudesse convocar qualquer um do mundo. Com Neymar do lado esquerdo e Coutinho do outro no meio de campo, Tite colocou Costa por alguns minutos contra a Argentina. Visto como técnico e habilidoso pela comissão técnica, o meia do Bayern de Munique joga nas posições dos dois jogadores preferidos do treinador no esquema 4-1-4-1. Por isso, amarga o banco de reservas, aguardando mais oportunidades.Nos treinos em Belo Horizonte, teve bom desempenho e recebeu elogios do treinador durante as atividades. Nesta quarta-feira (16), contra o Peru, Tite pode testá-lo por mais tempo para poupar Coutinho ou Neymar. HISTÓRICO Ao longo de sua carreira, sua política do merecimento provocou reações negativas de torcedores e de alguns jogadores. No Corinthians, a polêmica mais recente foi com o goleiro Cássio. Em maio, ele escalou Walter como titular após quatro anos seguidos de Cássio no time principal. A decisão revoltou o ex-titular, que reclamou publicamente, mas foi mandado ao banco de toda forma.
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Charges sobre economia da 'The New Yorker' são reunidas em livro; veja lançamentos
O Cifras & Letras seleciona semanalmente lançamentos na área de negócios e economia. Confira abaixo os destaques desta semana: NACIONAIS A Graça do Dinheiro AUTOR Robert Mankof EDITORA Zahar QUANTO R$ 69,90 (272 págs.) Reúne quase 400 charges relacionadas à economia e dinheiro publicadas na revista "The New Yorker" entre 1925 e 2009. A edição brasileira, da série Rio Bravo, foi coordenada por Gustavo Franco. Orgânicos - Marcos, Desafios e Comunicação AUTORA Luciana Juhas EDITORA LCTE QUANTO R$ 46 (192 págs.) Jornalista retrata o desenvolvimento e as perspectivas do setor de produtos orgânicos no Brasil. Trata de sua regulamentação, seus pioneiros e da comunicação nesse segmento. A Estratégia das 3 Caixas AUTOR Vijay Govindarajan EDITORA HSM QUANTO R$ 49,90 (224 págs.) Consultor ensina metodologia para aumentar a inovação em empresas a partir de escolhas sobre o que elas devem destruir de seu passado, o que será preservado e o que deve ser criado. Jogue a seu Favor AUTOR César Souza EDITORA Best Business QUANTO R$ 27,90 (144 págs.) O livro da lições de empreendedorismo a partir de uma história que ocorre em 16 semanas. Nela, uma mulher que perdeu o emprego decide se tornar empresária, tendo de escolher um setor e se planejar. INTERNACIONAIS Ray & Joan AUTORA Lisa Napoli EDITORA Dutton QUANTO R$ 84,25 na Amazon (363 págs.) Narra o romance conturbado de Ray Kroc, empresário que iniciou expansão do McDonald's com Joan Kroc que, mais tarde, se tornou famosa por sua atuação filantrópica. Building the Internet of Things AUTOR Maciej Kranz EDITORA Wiley QUANTO R$ 90,25 na Amazon (e-book; 272 págs.) Executivo da área de inovação na Cisco oferece guia para compreensão do potencial da internet das coisas e para sua implementação de modo estratégico nas empresas.
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Charges sobre economia da 'The New Yorker' são reunidas em livro; veja lançamentosO Cifras & Letras seleciona semanalmente lançamentos na área de negócios e economia. Confira abaixo os destaques desta semana: NACIONAIS A Graça do Dinheiro AUTOR Robert Mankof EDITORA Zahar QUANTO R$ 69,90 (272 págs.) Reúne quase 400 charges relacionadas à economia e dinheiro publicadas na revista "The New Yorker" entre 1925 e 2009. A edição brasileira, da série Rio Bravo, foi coordenada por Gustavo Franco. Orgânicos - Marcos, Desafios e Comunicação AUTORA Luciana Juhas EDITORA LCTE QUANTO R$ 46 (192 págs.) Jornalista retrata o desenvolvimento e as perspectivas do setor de produtos orgânicos no Brasil. Trata de sua regulamentação, seus pioneiros e da comunicação nesse segmento. A Estratégia das 3 Caixas AUTOR Vijay Govindarajan EDITORA HSM QUANTO R$ 49,90 (224 págs.) Consultor ensina metodologia para aumentar a inovação em empresas a partir de escolhas sobre o que elas devem destruir de seu passado, o que será preservado e o que deve ser criado. Jogue a seu Favor AUTOR César Souza EDITORA Best Business QUANTO R$ 27,90 (144 págs.) O livro da lições de empreendedorismo a partir de uma história que ocorre em 16 semanas. Nela, uma mulher que perdeu o emprego decide se tornar empresária, tendo de escolher um setor e se planejar. INTERNACIONAIS Ray & Joan AUTORA Lisa Napoli EDITORA Dutton QUANTO R$ 84,25 na Amazon (363 págs.) Narra o romance conturbado de Ray Kroc, empresário que iniciou expansão do McDonald's com Joan Kroc que, mais tarde, se tornou famosa por sua atuação filantrópica. Building the Internet of Things AUTOR Maciej Kranz EDITORA Wiley QUANTO R$ 90,25 na Amazon (e-book; 272 págs.) Executivo da área de inovação na Cisco oferece guia para compreensão do potencial da internet das coisas e para sua implementação de modo estratégico nas empresas.
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No Rio, espaços dedicados aos países têm comes, bebes e diversão
Espalhadas por vários pontos do Rio, as "casas de hospitalidade" reúnem brasileiros e estrangeiros diante de telões, num clima de convivência e intercâmbio cultural.Quem não estiver a fim dos Jogos pode curtir o cardápio variado de atrações, que vai de balada à patinação, de dança com espadas a reunião de negócios.Leia a reportagem
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No Rio, espaços dedicados aos países têm comes, bebes e diversãoEspalhadas por vários pontos do Rio, as "casas de hospitalidade" reúnem brasileiros e estrangeiros diante de telões, num clima de convivência e intercâmbio cultural.Quem não estiver a fim dos Jogos pode curtir o cardápio variado de atrações, que vai de balada à patinação, de dança com espadas a reunião de negócios.Leia a reportagem
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Nem na ditadura garotos eram algemados como em Miracema
Há mais de um ano a rotina das prisões de larápios do andar de cima cumpre um protocolo. Contornando o constrangimento das algemas, os presos aceitam caminhar com as mãos cruzadas às costas. Há duas semanas foi preso em Palmas o ex-governador do Estado de Tocantins, doutor Sandoval Cardoso, e a polícia escoltou-o até o Instituto Médico Legal. Ele não foi algemado, porque no mundo dos marmanjos do andar de cima as coisas funcionam assim. Em Miracema, cidade a 78 km de Palmas, a PM algemou estudantes que haviam ocupado uma escola. Segundo o Ministério Público, o promotor ordenou que dois jovens fossem algemados porque resistiam à ação da polícia. Uma universitária que participava da invasão disse que foi algemada com um menor de 15 anos. Segundo o Ministério Publico, a escola foi invadida com o apoio de pessoas estranhas. Há orquestração nas ocupações de pelo menos 752 escolas e 14 universidades, mas os encarregados da manutenção da ordem precisam entender que o problema adquiriu uma nova dimensão. Nela, algemando-se estudantes joga-se gasolina na fogueira. Em 2013, foi a truculência da polícia de São Paulo que levou o Brasil para a rua. Algemaram os garotos numa semana em que o presidente do Senado chamou um magistrado de "juizeco", a presidente do Supremo Tribunal Federal disse que não tinha horário livre para uma reunião com o presidente da República e o ministro Teori Zavascki suspendeu uma investigação impertinente ordenada pelo magistrado que o senador chamou de "juizeco". Os mecanismos de protesto e manipulação que resultaram na ocupação das escolas foram disparados pela bagunça dos adultos poderosos de Brasília. O presidente Michel Temer, que se apresentou ao país como um "pacificador", resolveu reformar o ensino médio do país editando uma Medida Provisória. Nem durante a ditadura aconteciam coisas assim.
colunas
Nem na ditadura garotos eram algemados como em MiracemaHá mais de um ano a rotina das prisões de larápios do andar de cima cumpre um protocolo. Contornando o constrangimento das algemas, os presos aceitam caminhar com as mãos cruzadas às costas. Há duas semanas foi preso em Palmas o ex-governador do Estado de Tocantins, doutor Sandoval Cardoso, e a polícia escoltou-o até o Instituto Médico Legal. Ele não foi algemado, porque no mundo dos marmanjos do andar de cima as coisas funcionam assim. Em Miracema, cidade a 78 km de Palmas, a PM algemou estudantes que haviam ocupado uma escola. Segundo o Ministério Público, o promotor ordenou que dois jovens fossem algemados porque resistiam à ação da polícia. Uma universitária que participava da invasão disse que foi algemada com um menor de 15 anos. Segundo o Ministério Publico, a escola foi invadida com o apoio de pessoas estranhas. Há orquestração nas ocupações de pelo menos 752 escolas e 14 universidades, mas os encarregados da manutenção da ordem precisam entender que o problema adquiriu uma nova dimensão. Nela, algemando-se estudantes joga-se gasolina na fogueira. Em 2013, foi a truculência da polícia de São Paulo que levou o Brasil para a rua. Algemaram os garotos numa semana em que o presidente do Senado chamou um magistrado de "juizeco", a presidente do Supremo Tribunal Federal disse que não tinha horário livre para uma reunião com o presidente da República e o ministro Teori Zavascki suspendeu uma investigação impertinente ordenada pelo magistrado que o senador chamou de "juizeco". Os mecanismos de protesto e manipulação que resultaram na ocupação das escolas foram disparados pela bagunça dos adultos poderosos de Brasília. O presidente Michel Temer, que se apresentou ao país como um "pacificador", resolveu reformar o ensino médio do país editando uma Medida Provisória. Nem durante a ditadura aconteciam coisas assim.
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O papel do BNDES
O aprofundamento da crise tem ampliado a discussão sobre o papel do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Os críticos sugerem que a própria atuação do órgão inibe o desenvolvimento do crédito privado de longo prazo, pois juros subsidiados reprimem o desenvolvimento do mercado financeiro e geram um efeito de expulsão do investimento privado. No entanto, os dados revelam algo distinto. Apesar da crise global de 2007-8, na última década houve uma forte expansão do crédito privado e da emissão de títulos corporativos. Isso refletiu-se em novos marcos regulatórios, isenções fiscais, novos instrumentos de captação, menor volatilidade e queda dos juros e otimismo quanto ao crescimento. Além disso, em artigos anteriores, sugeri que os principais fatores que limitam a alocação dos recursos dos investidores para ativos de longo prazo são a alta taxa e a volatilidade dos juros. Os dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), de 2009 a 2015, mostram que o volume anual de emissões de debêntures (títulos da dívida), excluindo o leasing, passou de R$ 28 bilhões para R$ 58 bilhões. Em particular, no último ciclo de redução dos juros básicos, que atingiu o menor nível histórico em outubro/2012, houve forte crescimento das emissões de títulos corporativos, que subiram de R$ 51 bilhões em 2011 para R$ 90 bilhões em 2012. Os investidores institucionais, ao se confrontarem com um retorno bem inferior e a queda da percepção de risco, não relutaram em comprar títulos privados de longo prazo emitidos por empresas. Ou seja, com a queda dos juros cresceram tanto as emissões de títulos corporativos quanto os desembolsos do BNDES. Todavia, a volatilidade dos juros também interfere nas características dos títulos de dívida emitidos. Embora hoje o Banco Central controle diretamente apenas as taxas de juros de curtíssimo prazo, ele influencia indiretamente as taxas longas. O Banco Central contribui, dessa forma, para aumentar o risco de taxa de juros e os prêmios de risco exigidos nas maturidades mais longas. O mercado de títulos privados de longo prazo é inibido porque os prêmios são insuficientes para recompensá-los pelos riscos, dada a elevada volatilidade. Uma opção é equilibrar mais o jogo, anunciando metas também para as taxas longas (2, 5, e 10 anos) dos títulos públicos. Além disso, em tempos de juros mais elevados, os altos prêmios exigidos por investidores dificultam o financiamento de projetos de investimento. Por exemplo, nos últimos dois anos, 54% dos recursos obtidos com a emissão de debêntures foram alocados para o refinanciamento de passivo e capital de giro, enquanto que cerca de 15% dos recursos foram destinados para projetos de longo prazo. As emissões de debêntures são uma alternativa ao caro crédito bancário, mas não uma opção plena para financiar o investimento, que necessita de juros compatíveis com o retorno esperado. Em suma, soa insensato que a redução do papel do BNDES seria benéfica agora, quando é urgente retomar os investimentos. Ademais, não é sua atuação que inibe o mercado de dívida longa, mas sim a ineficiente política de juros adotada pelo Banco Central. FELIPE REZENDE, doutor em economia e matemática pela Universidade de Missouri-Kansas City (EUA), é professor associado do departamento de economia da Hobart e William Smith Colleges (EUA) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
opiniao
O papel do BNDESO aprofundamento da crise tem ampliado a discussão sobre o papel do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Os críticos sugerem que a própria atuação do órgão inibe o desenvolvimento do crédito privado de longo prazo, pois juros subsidiados reprimem o desenvolvimento do mercado financeiro e geram um efeito de expulsão do investimento privado. No entanto, os dados revelam algo distinto. Apesar da crise global de 2007-8, na última década houve uma forte expansão do crédito privado e da emissão de títulos corporativos. Isso refletiu-se em novos marcos regulatórios, isenções fiscais, novos instrumentos de captação, menor volatilidade e queda dos juros e otimismo quanto ao crescimento. Além disso, em artigos anteriores, sugeri que os principais fatores que limitam a alocação dos recursos dos investidores para ativos de longo prazo são a alta taxa e a volatilidade dos juros. Os dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), de 2009 a 2015, mostram que o volume anual de emissões de debêntures (títulos da dívida), excluindo o leasing, passou de R$ 28 bilhões para R$ 58 bilhões. Em particular, no último ciclo de redução dos juros básicos, que atingiu o menor nível histórico em outubro/2012, houve forte crescimento das emissões de títulos corporativos, que subiram de R$ 51 bilhões em 2011 para R$ 90 bilhões em 2012. Os investidores institucionais, ao se confrontarem com um retorno bem inferior e a queda da percepção de risco, não relutaram em comprar títulos privados de longo prazo emitidos por empresas. Ou seja, com a queda dos juros cresceram tanto as emissões de títulos corporativos quanto os desembolsos do BNDES. Todavia, a volatilidade dos juros também interfere nas características dos títulos de dívida emitidos. Embora hoje o Banco Central controle diretamente apenas as taxas de juros de curtíssimo prazo, ele influencia indiretamente as taxas longas. O Banco Central contribui, dessa forma, para aumentar o risco de taxa de juros e os prêmios de risco exigidos nas maturidades mais longas. O mercado de títulos privados de longo prazo é inibido porque os prêmios são insuficientes para recompensá-los pelos riscos, dada a elevada volatilidade. Uma opção é equilibrar mais o jogo, anunciando metas também para as taxas longas (2, 5, e 10 anos) dos títulos públicos. Além disso, em tempos de juros mais elevados, os altos prêmios exigidos por investidores dificultam o financiamento de projetos de investimento. Por exemplo, nos últimos dois anos, 54% dos recursos obtidos com a emissão de debêntures foram alocados para o refinanciamento de passivo e capital de giro, enquanto que cerca de 15% dos recursos foram destinados para projetos de longo prazo. As emissões de debêntures são uma alternativa ao caro crédito bancário, mas não uma opção plena para financiar o investimento, que necessita de juros compatíveis com o retorno esperado. Em suma, soa insensato que a redução do papel do BNDES seria benéfica agora, quando é urgente retomar os investimentos. Ademais, não é sua atuação que inibe o mercado de dívida longa, mas sim a ineficiente política de juros adotada pelo Banco Central. FELIPE REZENDE, doutor em economia e matemática pela Universidade de Missouri-Kansas City (EUA), é professor associado do departamento de economia da Hobart e William Smith Colleges (EUA) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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Filmes pequenos são mais interessantes, diz Bill Murray
Theodore Melfi, diretor de "Um Santo Vizinho", queria convidar Bill Murray, lenda da comédia americana, para protagonizar seu filme sobre um garoto que, após o divórcio dos pais, encontra conforto na amizade com um veterano de guerra ranzinza. Conseguiu, mas não foi fácil. Deixou recados em uma secretária eletrônica que podia ou não ser de Murray e enviou roteiros para supostas caixas postais do ator. Quando recebeu uma resposta, teve de dirigir pelo deserto, atravessar reservas indígenas e comer em lanchonetes baratas antes de ouvir um "sim". Murray não tem agente, não usa celular e mora na área rural de Charleston (Carolina do Sul, EUA). "Já me ligaram três vezes para oferecer trabalho para Bill e mal o conheço", brinca a atriz Naomi Watts, sua colega em "Um Santo Vizinho", longa que tem pré-estreia nesta sexta (6) no Brasil. Dono de um currículo que inclui "Os Caça-Fantasmas" (1984) e "Encontros e Desencontros" (2003), Murray encontrou a Folha em Toronto, em 6/9, um dia depois de comemorar com centenas de fãs o Dia de Bill Murray no festival de cinema canadense. "Isso significa que estou mais perto de morrer", diverte-se. "Por que ganhei um dia? Acho que para garantir minha presença no evento." Folha - Você gosta de aparecer em festas de desconhecidos e conversar com fãs na porta do cinema. Por quê? Bill Murray - Gosto de interagir e ter conversas de verdade com pessoas reais. Quando preciso falar mais, ligo para meu irmão ou minha irmã. Eles não conversam comigo pensando no ator, no personagem. Para eles, sou apenas Billy. E sinto falta disso. Você hoje tem a liberdade para fazer o que quiser? Posso fazer o projeto que desejar, porque fiz sucesso cedo na carreira, levado por pessoas como meu irmão [o comediante Brian Doyle-Murray] e John Belushi. Isso me deixou exigente. Decidi que não ia mais correr atrás de nenhum filme e funcionou. Não procuro por eles, os filmes me encontram agora. E como um cineasta consegue Bill Murray para um filme? Não tenho mais agente, pois, quando tinha, sempre recusava projetos. Eles jogavam toneladas de lixo nas minhas costas e eu só falava "não". Parece que os bons filmes estão chegando mais agora. Ainda faço longas ruins, mas em menor número. Mas como esses filmes chegam até você? Não sei. É um fardo para os meus amigos. Um dos meus melhores amigos provavelmente recebe 30 telefonemas por semana me oferecendo emprego. Então, de vez em quando, preciso dar um presente para ele (risos). Financeiramente não é complicado? Acho que faz 13 anos que trabalho sem receber. Escolhi fazer o que chamo de "tragédias artísticas", que mal têm grana, e ganho bem abaixo do que cobro. É um jeito difícil de sobreviver, mas tudo bem. Hoje não se fazem filmes grandes e ousados e os pequenos ficaram mais interessantes. "Encontros e Desencontros" levou 28 dias e ninguém tinha dinheiro. Mas fiz porque gostava do projeto. Não digo que não faria um filme caro, mas só se gostasse.
ilustrada
Filmes pequenos são mais interessantes, diz Bill MurrayTheodore Melfi, diretor de "Um Santo Vizinho", queria convidar Bill Murray, lenda da comédia americana, para protagonizar seu filme sobre um garoto que, após o divórcio dos pais, encontra conforto na amizade com um veterano de guerra ranzinza. Conseguiu, mas não foi fácil. Deixou recados em uma secretária eletrônica que podia ou não ser de Murray e enviou roteiros para supostas caixas postais do ator. Quando recebeu uma resposta, teve de dirigir pelo deserto, atravessar reservas indígenas e comer em lanchonetes baratas antes de ouvir um "sim". Murray não tem agente, não usa celular e mora na área rural de Charleston (Carolina do Sul, EUA). "Já me ligaram três vezes para oferecer trabalho para Bill e mal o conheço", brinca a atriz Naomi Watts, sua colega em "Um Santo Vizinho", longa que tem pré-estreia nesta sexta (6) no Brasil. Dono de um currículo que inclui "Os Caça-Fantasmas" (1984) e "Encontros e Desencontros" (2003), Murray encontrou a Folha em Toronto, em 6/9, um dia depois de comemorar com centenas de fãs o Dia de Bill Murray no festival de cinema canadense. "Isso significa que estou mais perto de morrer", diverte-se. "Por que ganhei um dia? Acho que para garantir minha presença no evento." Folha - Você gosta de aparecer em festas de desconhecidos e conversar com fãs na porta do cinema. Por quê? Bill Murray - Gosto de interagir e ter conversas de verdade com pessoas reais. Quando preciso falar mais, ligo para meu irmão ou minha irmã. Eles não conversam comigo pensando no ator, no personagem. Para eles, sou apenas Billy. E sinto falta disso. Você hoje tem a liberdade para fazer o que quiser? Posso fazer o projeto que desejar, porque fiz sucesso cedo na carreira, levado por pessoas como meu irmão [o comediante Brian Doyle-Murray] e John Belushi. Isso me deixou exigente. Decidi que não ia mais correr atrás de nenhum filme e funcionou. Não procuro por eles, os filmes me encontram agora. E como um cineasta consegue Bill Murray para um filme? Não tenho mais agente, pois, quando tinha, sempre recusava projetos. Eles jogavam toneladas de lixo nas minhas costas e eu só falava "não". Parece que os bons filmes estão chegando mais agora. Ainda faço longas ruins, mas em menor número. Mas como esses filmes chegam até você? Não sei. É um fardo para os meus amigos. Um dos meus melhores amigos provavelmente recebe 30 telefonemas por semana me oferecendo emprego. Então, de vez em quando, preciso dar um presente para ele (risos). Financeiramente não é complicado? Acho que faz 13 anos que trabalho sem receber. Escolhi fazer o que chamo de "tragédias artísticas", que mal têm grana, e ganho bem abaixo do que cobro. É um jeito difícil de sobreviver, mas tudo bem. Hoje não se fazem filmes grandes e ousados e os pequenos ficaram mais interessantes. "Encontros e Desencontros" levou 28 dias e ninguém tinha dinheiro. Mas fiz porque gostava do projeto. Não digo que não faria um filme caro, mas só se gostasse.
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TRF mantém ou endurece penas dadas por Sergio Moro na Lava Jato
O TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), responsável por julgar os recursos de decisões do juiz Sergio Moro na Lava Jato, manteve ou endureceu as penas dos réus em 70% dos casos. Até o momento, Moro condenou 83 pessoas. Destes, o TRF-4 analisou as apelações referentes a 23 condenados –apresentadas por eles ou pelo Ministério Público Federal. Dos 23, 8 tiveram as penas mantidas, e outros 8, endurecidas (70%). Outros 4 condenados acabaram absolvidos pelo tribunal (17%), enquanto 3 (13%) tiveram suas penas diminuídas. O levantamento foi feito pela Folha com auxílio da assessoria da Justiça Federal do Paraná e levou em conta apenas casos em que já houve condenação e análise da apelação –foram excluídos habeas corpus e decisões sobre prisões preventivas. Para entidades de magistrados, como a Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), que já divulgou notas de apoio à atuação de Moro, o índice de confirmação das decisões na segunda instância revela a "isenção e capacidade" do juiz que conduz a Lava Jato. Já advogados de réus apontam para um Judiciário receoso de contrariar a opinião pública, que tende a clamar por mais punições, mesmo que à revelia das leis. Em dezembro, a Quarta Seção do TRF-4 –à qual pertence a oitava turma, que julga os recursos da Lava Jato– negou por unanimidade pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para afastar o desembargador João Pedro Gebran Neto da relatoria da operação. Decisões de Moro reformadas O pedido alegava que Gebran é amigo de Moro, o que poderia contaminar sua imparcialidade ao analisar os recursos. Seus colegas de bancada, porém, refutaram a suspeição e o mantiveram à frente do caso. Além de Gebran, integram a oitava turma os desembargadores federais Victor Luiz dos Santos Laus e Leandro Paulsen. ENDURECIMENTO Na maioria das vezes em que o TRF-4 endureceu as penas dos condenados por Moro, foi levada em conta a alegação do Ministério Público Federal de que os réus eram capazes, social e intelectualmente, de compreender que o que faziam era crime e poderiam tê-lo evitado –a chamada valoração negativa da culpabilidade. Foi assim que foram elevadas, por exemplo, as penas do doleiro Alberto Youssef (de 16 anos, 11 meses e 10 dias para 26 anos e 10 meses) e do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro (de 16 anos e 4 meses para 26 anos e 7 meses). Sediado em Porto Alegre e com jurisdição sobre o Paraná, sede da força-tarefa da Lava Jato, o TRF-4 é visto por advogados como um tribunal duro em matéria penal. Em dezembro, os desembargadores da Quarta Seção editaram quatro súmulas (entendimentos majoritários no colegiado) que tratam de procedimentos investigatórios. Decisões de Moro reformadas Uma delas afirma que "é lícita a sucessiva renovação da interceptação telefônica, enquanto persistir sua necessidade para a investigação". Outra permite que se instaure investigação baseada em denúncia anônima, "quando amparada por outro indício". Nos dois casos, as súmulas contrariam o que defendem criminalistas, que criticam o anonimato e o uso de grampos por longo período. Quatro condenados por Moro foram absolvidos pelo TRF-4. O caso de maior repercussão foi o do ex-executivo da OAS Matheus Oliveira, que ficou nove meses preso. Ele foi acusado de participar do pagamento de propinas em contratos da OAS com a Petrobras, referentes a obras em refinarias. Condenado a 11 anos, foi inocentado pelo tribunal por "restarem dúvidas razoáveis sobre sua atuação no esquema".
poder
TRF mantém ou endurece penas dadas por Sergio Moro na Lava JatoO TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), responsável por julgar os recursos de decisões do juiz Sergio Moro na Lava Jato, manteve ou endureceu as penas dos réus em 70% dos casos. Até o momento, Moro condenou 83 pessoas. Destes, o TRF-4 analisou as apelações referentes a 23 condenados –apresentadas por eles ou pelo Ministério Público Federal. Dos 23, 8 tiveram as penas mantidas, e outros 8, endurecidas (70%). Outros 4 condenados acabaram absolvidos pelo tribunal (17%), enquanto 3 (13%) tiveram suas penas diminuídas. O levantamento foi feito pela Folha com auxílio da assessoria da Justiça Federal do Paraná e levou em conta apenas casos em que já houve condenação e análise da apelação –foram excluídos habeas corpus e decisões sobre prisões preventivas. Para entidades de magistrados, como a Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), que já divulgou notas de apoio à atuação de Moro, o índice de confirmação das decisões na segunda instância revela a "isenção e capacidade" do juiz que conduz a Lava Jato. Já advogados de réus apontam para um Judiciário receoso de contrariar a opinião pública, que tende a clamar por mais punições, mesmo que à revelia das leis. Em dezembro, a Quarta Seção do TRF-4 –à qual pertence a oitava turma, que julga os recursos da Lava Jato– negou por unanimidade pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para afastar o desembargador João Pedro Gebran Neto da relatoria da operação. Decisões de Moro reformadas O pedido alegava que Gebran é amigo de Moro, o que poderia contaminar sua imparcialidade ao analisar os recursos. Seus colegas de bancada, porém, refutaram a suspeição e o mantiveram à frente do caso. Além de Gebran, integram a oitava turma os desembargadores federais Victor Luiz dos Santos Laus e Leandro Paulsen. ENDURECIMENTO Na maioria das vezes em que o TRF-4 endureceu as penas dos condenados por Moro, foi levada em conta a alegação do Ministério Público Federal de que os réus eram capazes, social e intelectualmente, de compreender que o que faziam era crime e poderiam tê-lo evitado –a chamada valoração negativa da culpabilidade. Foi assim que foram elevadas, por exemplo, as penas do doleiro Alberto Youssef (de 16 anos, 11 meses e 10 dias para 26 anos e 10 meses) e do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro (de 16 anos e 4 meses para 26 anos e 7 meses). Sediado em Porto Alegre e com jurisdição sobre o Paraná, sede da força-tarefa da Lava Jato, o TRF-4 é visto por advogados como um tribunal duro em matéria penal. Em dezembro, os desembargadores da Quarta Seção editaram quatro súmulas (entendimentos majoritários no colegiado) que tratam de procedimentos investigatórios. Decisões de Moro reformadas Uma delas afirma que "é lícita a sucessiva renovação da interceptação telefônica, enquanto persistir sua necessidade para a investigação". Outra permite que se instaure investigação baseada em denúncia anônima, "quando amparada por outro indício". Nos dois casos, as súmulas contrariam o que defendem criminalistas, que criticam o anonimato e o uso de grampos por longo período. Quatro condenados por Moro foram absolvidos pelo TRF-4. O caso de maior repercussão foi o do ex-executivo da OAS Matheus Oliveira, que ficou nove meses preso. Ele foi acusado de participar do pagamento de propinas em contratos da OAS com a Petrobras, referentes a obras em refinarias. Condenado a 11 anos, foi inocentado pelo tribunal por "restarem dúvidas razoáveis sobre sua atuação no esquema".
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Sobriedade é destaque nas passarelas parisienses
"Isso é uma festa? Não é um momento muito festivo." Na entrada do Hotel De Ville, onde ocorreu na quarta (4) o desfile do estilista belga Dries van Noten, um grupo de quatro mulheres questionava o motivo da aglomeração de pessoas, algo fora do padrão numa Paris estranhamente sem vida para uma semana de moda –que começou na terça (3). Adesivos com a inscrição "Charlie Hebdo" ainda estão nas vitrines dos supermercados, das lojas de roupas e até de academias, lembrando aos turistas e àqueles de passagem na cidade o atentado ocorrido há quase dois meses ao jornal satírico. A passarela de Van Noten foi uma das poucas a se desprender do clima soturno que domina a temporada de moda, com coleções pouco inspiradas nas quais o preto se confirma como o novo preto. Enquanto Van Noten promoveu um baile de luxo com luvas e roupas com estampas de tapeçaria, o belga Anthony Vaccarello seguiu, na terça-feira (3), a corrente escurecida desta temporada. Numa festa de pretos adornados com estrelas, por vezes estampadas nas roupas com tinta escorrendo, como se sangrando, uma das maiores revelações da passarela parisiense produziu vestidos assimétricos e justos –uma de suas marcas registradas– numa ode à sensualidade. Ainda que seja perceptível o frescor jovem e sexy que o tornou famoso e o fez diretor criativo da Versus Versace, segunda marca da grife italiana Versace, Vaccarello celebra traços da cultura americana, com referências ao faroeste. Metais cromados, estrelas da bandeira americana e o veludo marrom comuns à estética do Velho Oeste evocam um clima de aparente desordem, quase anárquica. Chique e dentro dessa lógica de preto com detalhes metalizados também foi a coleção do inglês Adam Andrascik para a grife Guy Laroche. Num arroubo fetichista, o estilista mesclou couros e fendas distribuídas em saias e vestidos. As roupas com nervuras aplicadas em blusas transparentes contrastavam com os casacos pesados do primeiro bloco. O espírito festeiro, mesmo que revisto em poucas cores e um tanto distante da doçura dos tons pastéis das temporadas passadas, está ali. Paris pode não estar para festa, mas os estilistas de sua semana de moda, a mais importante do circuito internacional de desfiles, sim.
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Sobriedade é destaque nas passarelas parisienses"Isso é uma festa? Não é um momento muito festivo." Na entrada do Hotel De Ville, onde ocorreu na quarta (4) o desfile do estilista belga Dries van Noten, um grupo de quatro mulheres questionava o motivo da aglomeração de pessoas, algo fora do padrão numa Paris estranhamente sem vida para uma semana de moda –que começou na terça (3). Adesivos com a inscrição "Charlie Hebdo" ainda estão nas vitrines dos supermercados, das lojas de roupas e até de academias, lembrando aos turistas e àqueles de passagem na cidade o atentado ocorrido há quase dois meses ao jornal satírico. A passarela de Van Noten foi uma das poucas a se desprender do clima soturno que domina a temporada de moda, com coleções pouco inspiradas nas quais o preto se confirma como o novo preto. Enquanto Van Noten promoveu um baile de luxo com luvas e roupas com estampas de tapeçaria, o belga Anthony Vaccarello seguiu, na terça-feira (3), a corrente escurecida desta temporada. Numa festa de pretos adornados com estrelas, por vezes estampadas nas roupas com tinta escorrendo, como se sangrando, uma das maiores revelações da passarela parisiense produziu vestidos assimétricos e justos –uma de suas marcas registradas– numa ode à sensualidade. Ainda que seja perceptível o frescor jovem e sexy que o tornou famoso e o fez diretor criativo da Versus Versace, segunda marca da grife italiana Versace, Vaccarello celebra traços da cultura americana, com referências ao faroeste. Metais cromados, estrelas da bandeira americana e o veludo marrom comuns à estética do Velho Oeste evocam um clima de aparente desordem, quase anárquica. Chique e dentro dessa lógica de preto com detalhes metalizados também foi a coleção do inglês Adam Andrascik para a grife Guy Laroche. Num arroubo fetichista, o estilista mesclou couros e fendas distribuídas em saias e vestidos. As roupas com nervuras aplicadas em blusas transparentes contrastavam com os casacos pesados do primeiro bloco. O espírito festeiro, mesmo que revisto em poucas cores e um tanto distante da doçura dos tons pastéis das temporadas passadas, está ali. Paris pode não estar para festa, mas os estilistas de sua semana de moda, a mais importante do circuito internacional de desfiles, sim.
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Brasil atinge 207,6 mi de habitantes, aponta uma nova estimativa do IBGE
O Brasil possui pouco mais de 207 milhões de habitantes, segundo nova estimativa populacional divulgada nesta quarta-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número atualizado é de 207.660.929 habitantes, alta de 0,77% em relação aos 206.081.432 do ano passado. No ranking entre os Estados, os três mais populosos são da região Sudeste, enquanto os cinco menos populosos estão no Norte. O líder é São Paulo, com 45,1 milhões de habitantes, concentrando 21,7% da população do país. Roraima é o Estado menos populoso, com 522,6 mil habitantes (0,3% da população total). A capital paulista também se mantém no topo do ranking como a cidade com maior população: 12,1 milhões de pessoas. A contagem populacional, entre outros objetivos, é utilizada para o cálculo das cotas do Fundo de Participação de Estados e Municípios. POPULAÇÃO DO PAÍS, POR ESTADO -
cotidiano
Brasil atinge 207,6 mi de habitantes, aponta uma nova estimativa do IBGEO Brasil possui pouco mais de 207 milhões de habitantes, segundo nova estimativa populacional divulgada nesta quarta-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número atualizado é de 207.660.929 habitantes, alta de 0,77% em relação aos 206.081.432 do ano passado. No ranking entre os Estados, os três mais populosos são da região Sudeste, enquanto os cinco menos populosos estão no Norte. O líder é São Paulo, com 45,1 milhões de habitantes, concentrando 21,7% da população do país. Roraima é o Estado menos populoso, com 522,6 mil habitantes (0,3% da população total). A capital paulista também se mantém no topo do ranking como a cidade com maior população: 12,1 milhões de pessoas. A contagem populacional, entre outros objetivos, é utilizada para o cálculo das cotas do Fundo de Participação de Estados e Municípios. POPULAÇÃO DO PAÍS, POR ESTADO -
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Île d'Orléans, a leste de Québec, oferece fartura gastronômica
Pelos 67 km da estradinha que beira a costa da Île d'Orleans, a leste (20 minutos de carro) de Québec, turistas podem escolher: se empanturrar de morangos, queijos, framboesas, chocolates, cidras ou "maple syrup", o xarope extraído da árvore símbolo do Canadá. É uma verdadeira ilha da fantasia gastronômica. A região, apelidada de "jardins de Québec", tem valor histórico: diz-se que ali se fez o primeiro queijo caseiro das Américas, no século 17, pelos colonizadores franceses. Cerca de 40 famílias produziam a iguaria até os anos 1970, mas hoje só uma queijaria mantém a receita original (e uniformes "de época"), a Les Fromages (fromagesde liledorleans.com). Ali, dá para provar queijos, comprar pães e tomar a "bière d'épinette", cerveja feita a partir da árvore de abeto. Há três variedades de queijos: o "la faisselle" é fresco; depois de secar por cinco ou seis dias, vira o "le paillasson", perfeito para derreter na panela; na cura de 30 dias surge o macio "le raffiné". Frutas podem ser colhidas no pé em fazendas como Onésime Pouliot e Jean-Pierre Plante (savoirfaire.iledorleans.com), cujas plantações ocupam 60 campos de futebol. Entre junho e outubro, turistas são convidados a colher framboesas, mirtilos e oito variedades de morango –ou comprar cestinhas na beira da estrada e ir comendo pelo caminho. Quando as temperaturas baixam, ganham destaque as árvores de bordo, de onde são extraídos os tradicionais xaropes canadenses. Na ilha, há ao menos três "cabanes à sucre" (casas do açúcar), que explicam a fabricação do "maple syrup" e vendem sorvetes e pirulitos (feitos na hora, jogando o líquido denso sobre a neve). Docerias não faltam: há deliciosos "fudges" na Confiserie de la Vieille École (con fiserievieilleecole.com) e chocolates finos na Chocolaterie (chocolaterieorleans.com). E estão por toda parte fabricantes de cidra e de "vin de glace" (vinho de gelo), produzido com uvas congeladas. Um bom lugar para degustação é o Vignoble Isle de Bacchus (isledebacchus.com), que há 25 anos produz vinhos tintos, brancos, rosés e "glaces". Na Cassis Monna & Filles (cassismonna.com), a especialidade é licor de cassis. Para gastar as calorias, boa opção é percorrer a ilha de bicicleta (há circuitos para iniciantes e avançados, de 20 km a 67 km). Não vão faltar gramados e lindas vistas para um longo dia de piqueniques. Onde fica * EMBARQUE PARA O CANADÁ FUSO HORÁRIO Québec tem 1h a menos em relação a Brasília VISTO O Canadá exige visto (R$ 270) para brasileiros COMO CHEGAR SP-Québec-SP Air Canada: a partir de US$ 610 (R$ 2.354); via Toronto; aircanada.com.br SP-Toronto-SP TAM: a partir de R$ 3.846,15; tam.com.br
turismo
Île d'Orléans, a leste de Québec, oferece fartura gastronômicaPelos 67 km da estradinha que beira a costa da Île d'Orleans, a leste (20 minutos de carro) de Québec, turistas podem escolher: se empanturrar de morangos, queijos, framboesas, chocolates, cidras ou "maple syrup", o xarope extraído da árvore símbolo do Canadá. É uma verdadeira ilha da fantasia gastronômica. A região, apelidada de "jardins de Québec", tem valor histórico: diz-se que ali se fez o primeiro queijo caseiro das Américas, no século 17, pelos colonizadores franceses. Cerca de 40 famílias produziam a iguaria até os anos 1970, mas hoje só uma queijaria mantém a receita original (e uniformes "de época"), a Les Fromages (fromagesde liledorleans.com). Ali, dá para provar queijos, comprar pães e tomar a "bière d'épinette", cerveja feita a partir da árvore de abeto. Há três variedades de queijos: o "la faisselle" é fresco; depois de secar por cinco ou seis dias, vira o "le paillasson", perfeito para derreter na panela; na cura de 30 dias surge o macio "le raffiné". Frutas podem ser colhidas no pé em fazendas como Onésime Pouliot e Jean-Pierre Plante (savoirfaire.iledorleans.com), cujas plantações ocupam 60 campos de futebol. Entre junho e outubro, turistas são convidados a colher framboesas, mirtilos e oito variedades de morango –ou comprar cestinhas na beira da estrada e ir comendo pelo caminho. Quando as temperaturas baixam, ganham destaque as árvores de bordo, de onde são extraídos os tradicionais xaropes canadenses. Na ilha, há ao menos três "cabanes à sucre" (casas do açúcar), que explicam a fabricação do "maple syrup" e vendem sorvetes e pirulitos (feitos na hora, jogando o líquido denso sobre a neve). Docerias não faltam: há deliciosos "fudges" na Confiserie de la Vieille École (con fiserievieilleecole.com) e chocolates finos na Chocolaterie (chocolaterieorleans.com). E estão por toda parte fabricantes de cidra e de "vin de glace" (vinho de gelo), produzido com uvas congeladas. Um bom lugar para degustação é o Vignoble Isle de Bacchus (isledebacchus.com), que há 25 anos produz vinhos tintos, brancos, rosés e "glaces". Na Cassis Monna & Filles (cassismonna.com), a especialidade é licor de cassis. Para gastar as calorias, boa opção é percorrer a ilha de bicicleta (há circuitos para iniciantes e avançados, de 20 km a 67 km). Não vão faltar gramados e lindas vistas para um longo dia de piqueniques. Onde fica * EMBARQUE PARA O CANADÁ FUSO HORÁRIO Québec tem 1h a menos em relação a Brasília VISTO O Canadá exige visto (R$ 270) para brasileiros COMO CHEGAR SP-Québec-SP Air Canada: a partir de US$ 610 (R$ 2.354); via Toronto; aircanada.com.br SP-Toronto-SP TAM: a partir de R$ 3.846,15; tam.com.br
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Com banho de mangueira, mineiros fazem 'praia' em praça de BH
Quando o sol chega ao calor do meio-dia, os banhistas começam a aparecer. Estão de sunga ou biquíni, chapéu de praia e óculos escuros. Uns estendem cangas, outros armam o guarda-sol. Seria só mais uma cena de verão, se eles não estivessem a pelo menos 500 quilômetros do litoral. Mas a praia dos belo-horizontinos fica ali mesmo, na praça da Estação, no centro da capital mineira. Para contornar o calor, os banhistas fazem uma vaquinha e contratam um caminhão-pipa. Do alto dele, alguém vestido de Chapolin mira a mangueira na multidão, que levanta os braços e canta em coro: "Ei, Chapolin, joga água em mim!" A Praia da Estação, como foi batizada, surgiu há cinco anos, em protesto contra um decreto municipal que proibia a realização de eventos na praça -mas já revogado. Sem liderança definida, a praia acontece desde então, sempre aos sábados. A periodicidade é irregular, mas ganhou força nos meses do verão, quando também vira palco para ensaios de Carnaval. O início da festa, por sinal, se confunde com o ressurgimento do Carnaval de rua de Belo Horizonte, que vem ganhando mais blocos e foliões desde 2010. "A reivindicação era ocupar os espaços públicos, e o Carnaval também é isso, é ocupar a rua", diz a atriz Denise Leal, a "Chapolin" do caminhão-pipa. Em 2011, a Praia da Estação virou bloco. Aos sábados de Carnaval, os banhistas saem em cortejo da praça até a avenida Afonso Pena, para "lavar" a prefeitura. "O clima é de curtição mesmo. Pra alguns, não tem esse caráter político, mas mesmo que eles não saibam estão ajudando a ocupar um lugar público", conta Denise. POLÊMICA Em plena crise hídrica no Sudeste, a festa não escapou de críticas de que seria um desperdício. A polêmica até fez com que um dos eventos de dezembro ocorresse sem o banho de caminhão-pipa. Na semana passada, a Copasa (Companhia de Saneamento de MG) fez um apelo aos moradores da região metropolitana de BH para reduzirem em 30% o consumo, para evitar o racionamento. Mas quem defende o banho na praça argumenta que o volume gasto por evento é pouco significativo, e que o poder público, que deveria ter se planejado para evitar a crise, joga a responsabilidade na população. "São 8.000 litros d'água, mas são 2.000 pessoas. Se cada um economizar em casa, a gente vai economizar muito mais", defende Denise. "É complicado, mas a gente não tem praia, então esse é o nosso mar. É pontual, um pequeno desperdício válido."
cotidiano
Com banho de mangueira, mineiros fazem 'praia' em praça de BHQuando o sol chega ao calor do meio-dia, os banhistas começam a aparecer. Estão de sunga ou biquíni, chapéu de praia e óculos escuros. Uns estendem cangas, outros armam o guarda-sol. Seria só mais uma cena de verão, se eles não estivessem a pelo menos 500 quilômetros do litoral. Mas a praia dos belo-horizontinos fica ali mesmo, na praça da Estação, no centro da capital mineira. Para contornar o calor, os banhistas fazem uma vaquinha e contratam um caminhão-pipa. Do alto dele, alguém vestido de Chapolin mira a mangueira na multidão, que levanta os braços e canta em coro: "Ei, Chapolin, joga água em mim!" A Praia da Estação, como foi batizada, surgiu há cinco anos, em protesto contra um decreto municipal que proibia a realização de eventos na praça -mas já revogado. Sem liderança definida, a praia acontece desde então, sempre aos sábados. A periodicidade é irregular, mas ganhou força nos meses do verão, quando também vira palco para ensaios de Carnaval. O início da festa, por sinal, se confunde com o ressurgimento do Carnaval de rua de Belo Horizonte, que vem ganhando mais blocos e foliões desde 2010. "A reivindicação era ocupar os espaços públicos, e o Carnaval também é isso, é ocupar a rua", diz a atriz Denise Leal, a "Chapolin" do caminhão-pipa. Em 2011, a Praia da Estação virou bloco. Aos sábados de Carnaval, os banhistas saem em cortejo da praça até a avenida Afonso Pena, para "lavar" a prefeitura. "O clima é de curtição mesmo. Pra alguns, não tem esse caráter político, mas mesmo que eles não saibam estão ajudando a ocupar um lugar público", conta Denise. POLÊMICA Em plena crise hídrica no Sudeste, a festa não escapou de críticas de que seria um desperdício. A polêmica até fez com que um dos eventos de dezembro ocorresse sem o banho de caminhão-pipa. Na semana passada, a Copasa (Companhia de Saneamento de MG) fez um apelo aos moradores da região metropolitana de BH para reduzirem em 30% o consumo, para evitar o racionamento. Mas quem defende o banho na praça argumenta que o volume gasto por evento é pouco significativo, e que o poder público, que deveria ter se planejado para evitar a crise, joga a responsabilidade na população. "São 8.000 litros d'água, mas são 2.000 pessoas. Se cada um economizar em casa, a gente vai economizar muito mais", defende Denise. "É complicado, mas a gente não tem praia, então esse é o nosso mar. É pontual, um pequeno desperdício válido."
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Empresariado prefere continuar com Temer e evitar turbulência, diz CNI
"Todo o empresariado prefere continuar com o presidente Michel Temer. Hoje a posição é essa: é melhor seguir e fazer a transição no país. Chega de turbulência." A afirmação é de Robson Andrade, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), que reúne as 27 federações industriais, 1.250 sindicatos patronais, aos quais estão filiados quase 700 mil companhias. "O processo de escolha de um novo governo demoraria meses, até o final deste ano, para depois no ano que vem já termos campanha para as eleições", diz. Para Andrade, a economia descolou da crise política. "A inflação caiu, o dólar subiu um pouco, o que foi bom para a indústria. Mas não se sabe o que pode acontecer." A construção civil, lembra ele, continua a sofrer pela falta crédito, de financiamento público, dadas as restrições de instituições bancárias. "Bancos públicos anunciam renegociação de dívidas, como a Caixa, mas não têm mecanismos, autonomia, que permitam alongar prazos, diminuir juros, dar carência." No BNDES, é grande a dificuldade em aprovar projetos. "Leva-se mais de um ano para conseguir a aprovação porque [funcionários] podem ser questionados pelo Ministério Público. Órgãos ambientais também estão paralisados [pelo mesmo receio]." Preocupados com a estagnação da produtividade, um grupo de 104 CEOs da entidade encomendou a universidades o estudo Indústria 2027 sobre oportunidades e desafios após as últimas inovações. "Como internet das coisas, nanotecnologia e inteligência artificial afetam a competitividade do produto nacional e qual o seu potencial. É uma agenda imprescindível para a modernização da indústria." * Quebra do jejum A Odebrecht Realizações Imobiliárias vai lançar, até agosto, seu primeiro empreendimento em dois anos. O investimento será de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões, segundo Jayme Fonseca, diretor financeiro da empresa. "Para nós, é importante manter a companhia em operação e mostrar força ao mercado. O loteamento será feito em um terreno que já era da Odebrecht, em Sauípe [BA], então o aporte é relativamente baixo." Outros investimentos dependerão de um aumento na demanda imobiliária. "Temos cerca de sete projetos já aprovados, mas, assim como as demais empresas do setor, vamos aguardar uma melhora." Como parte das políticas de boas práticas que a companhia tem buscado mostrar ao mercado, desde o início deste ano, a empresa instalou um processo de avaliação antifraude das vendas, segundo o executivo. "Como o valor de imóveis é algo relativo, o setor é usado há muito tempo para lavagem de dinheiro. Passamos a analisar as condições de patrimônio e renda dos clientes e comparamos com o valor da transação." Das cerca de 400 unidades comercializadas em 2017, duas foram suspensas. 16 empreendimentos foram entregues no ano passado 5.000 são os funcionários da divisão imobiliária do grupo atuávamos em nenhuma delas", afirma Sá. A Tintas MC possui 53 pontos, a maioria deles na cidade de São Paulo. Antes dessa aquisição, a empresa já havia feito outras duas, de redes menores, com três lojas cada. Não foi revelada como é a nova sociedade, mas o faturamento do grupo por trás da Tintas MC é cerca de seis vezes o da Aquarela. * Livres e limpos O custo da energia renovável no mercado livre (em que preços são negociados diretamente com geradores) ficou 8% mais atrativo em junho, após cinco meses em alta. Ainda assim, os valores são 24% menos vantajosos que há um ano, segundo o cálculo da FDR Energia, empresa de eficiência energética. Um dos motivos é a perspectiva de escassez de energia limpa para suprir a demanda futura no mercado, o que poderá levar a um aumento dos preços. "É um fator que tem mantido a atratividade em um patamar bastante pior que em 2016, quando houve o auge da migração para o mercado livre", afirma Erick Azevedo, sócio da companhia. * Novo... Aumentar o número de clientes que têm mais de um produto passará a ser uma das prioridades da Bradesco Seguros. A estratégia está incorporada à nova campanha publicitária do grupo, afirma o diretor Alexandre Nogueira. ...perfil "Historicamente, quem tem mais de um produto permanece [como cliente] por mais tempo e está menos propenso a cancelamentos", afirma. Hoje, 42% das pessoas físicas e 29% das jurídicas contratam mais de uma solução. Fórmula 1 O Hospital Leforte será a instituição de saúde oficial do GP do Brasil 2017, disputado em Interlagos. A empresa não pagará nem será remunerada para prestar o serviço. Serão cerca de 120 funcionários no evento. * Hora do Café com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI
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Empresariado prefere continuar com Temer e evitar turbulência, diz CNI"Todo o empresariado prefere continuar com o presidente Michel Temer. Hoje a posição é essa: é melhor seguir e fazer a transição no país. Chega de turbulência." A afirmação é de Robson Andrade, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), que reúne as 27 federações industriais, 1.250 sindicatos patronais, aos quais estão filiados quase 700 mil companhias. "O processo de escolha de um novo governo demoraria meses, até o final deste ano, para depois no ano que vem já termos campanha para as eleições", diz. Para Andrade, a economia descolou da crise política. "A inflação caiu, o dólar subiu um pouco, o que foi bom para a indústria. Mas não se sabe o que pode acontecer." A construção civil, lembra ele, continua a sofrer pela falta crédito, de financiamento público, dadas as restrições de instituições bancárias. "Bancos públicos anunciam renegociação de dívidas, como a Caixa, mas não têm mecanismos, autonomia, que permitam alongar prazos, diminuir juros, dar carência." No BNDES, é grande a dificuldade em aprovar projetos. "Leva-se mais de um ano para conseguir a aprovação porque [funcionários] podem ser questionados pelo Ministério Público. Órgãos ambientais também estão paralisados [pelo mesmo receio]." Preocupados com a estagnação da produtividade, um grupo de 104 CEOs da entidade encomendou a universidades o estudo Indústria 2027 sobre oportunidades e desafios após as últimas inovações. "Como internet das coisas, nanotecnologia e inteligência artificial afetam a competitividade do produto nacional e qual o seu potencial. É uma agenda imprescindível para a modernização da indústria." * Quebra do jejum A Odebrecht Realizações Imobiliárias vai lançar, até agosto, seu primeiro empreendimento em dois anos. O investimento será de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões, segundo Jayme Fonseca, diretor financeiro da empresa. "Para nós, é importante manter a companhia em operação e mostrar força ao mercado. O loteamento será feito em um terreno que já era da Odebrecht, em Sauípe [BA], então o aporte é relativamente baixo." Outros investimentos dependerão de um aumento na demanda imobiliária. "Temos cerca de sete projetos já aprovados, mas, assim como as demais empresas do setor, vamos aguardar uma melhora." Como parte das políticas de boas práticas que a companhia tem buscado mostrar ao mercado, desde o início deste ano, a empresa instalou um processo de avaliação antifraude das vendas, segundo o executivo. "Como o valor de imóveis é algo relativo, o setor é usado há muito tempo para lavagem de dinheiro. Passamos a analisar as condições de patrimônio e renda dos clientes e comparamos com o valor da transação." Das cerca de 400 unidades comercializadas em 2017, duas foram suspensas. 16 empreendimentos foram entregues no ano passado 5.000 são os funcionários da divisão imobiliária do grupo atuávamos em nenhuma delas", afirma Sá. A Tintas MC possui 53 pontos, a maioria deles na cidade de São Paulo. Antes dessa aquisição, a empresa já havia feito outras duas, de redes menores, com três lojas cada. Não foi revelada como é a nova sociedade, mas o faturamento do grupo por trás da Tintas MC é cerca de seis vezes o da Aquarela. * Livres e limpos O custo da energia renovável no mercado livre (em que preços são negociados diretamente com geradores) ficou 8% mais atrativo em junho, após cinco meses em alta. Ainda assim, os valores são 24% menos vantajosos que há um ano, segundo o cálculo da FDR Energia, empresa de eficiência energética. Um dos motivos é a perspectiva de escassez de energia limpa para suprir a demanda futura no mercado, o que poderá levar a um aumento dos preços. "É um fator que tem mantido a atratividade em um patamar bastante pior que em 2016, quando houve o auge da migração para o mercado livre", afirma Erick Azevedo, sócio da companhia. * Novo... Aumentar o número de clientes que têm mais de um produto passará a ser uma das prioridades da Bradesco Seguros. A estratégia está incorporada à nova campanha publicitária do grupo, afirma o diretor Alexandre Nogueira. ...perfil "Historicamente, quem tem mais de um produto permanece [como cliente] por mais tempo e está menos propenso a cancelamentos", afirma. Hoje, 42% das pessoas físicas e 29% das jurídicas contratam mais de uma solução. Fórmula 1 O Hospital Leforte será a instituição de saúde oficial do GP do Brasil 2017, disputado em Interlagos. A empresa não pagará nem será remunerada para prestar o serviço. Serão cerca de 120 funcionários no evento. * Hora do Café com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI
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Terra natal de Jimmy Carter teme por saúde de ex-presidente americano
Nesta cidade, logo depois das placas de boas vindas com o selo presidencial, as pessoas ainda o chamam de "Mr. Jimmy". Por isso, no começo deste mês, quando esta localidade da Geórgia com menos de 800 habitantes recebeu a informação de que o ex-presidente Jimmy Carter está com um câncer, a notícia não dizia respeito apenas a um ex-presidente que está doente. A pessoa doente é o "seu Jimmy", o professor da escola dominical que, aos 90 anos, às vezes para no Mimmie's Diner para comer legumes, pão de milho e um copo de leite de manteiga. Em uma curta nota, Carter anunciou que se submeteria a tratamento na Universidade Emory, em Atlanta. "Plains está triste, mas nossa fé é forte", disse Jan Williams, que ajuda a organizar as aulas da escola dominical de Carter na Igreja Batista Maranatha. "É uma coisa que deixa você sem ar." Em Plains, ao sul de Atlanta, é difícil escapar das alusões a Carter, um homem muito ligado a este lugar que se ergue sobre uma antiga plantação de amendoim. Em frente à farmácia, se você espiar do outro lado da rua, verá a estação ferroviária que sediou a campanha presidencial de Carter em 1976. Perto dali há uma parada na Trilha Rosalynn Carter Butterfly, batizada em homenagem à mulher dele. A loja Plains Trading Post está abastecida com souvenires políticos, e outra loja vende amendoins e copinhos, a US$ 2,99, onde se lê: "Plains, Geórgia. Terra de Jimmy Carter". Em Plains, uma sensação de desespero contido vai se estabelecendo. "Estou extremamente preocupado e apreensivo", disse Philip Kurland, dono da Plains Trading Post. "O presidente Carter está com 90 anos, mas ele é muito resistente. Se houver alguma maneira de prolongar ou de derrotar isso, eu aposto nele. Basta ver tudo o que ele enfrentou na sua carreira política." É essa carreira política, numa trajetória que levou um menino que vendia amendoim cozido a atingir o topo do poder político, que há quase quatro décadas mantém esta cidade presente na consciência global. A cada ano, Plains atrai milhares de turistas, incluindo muitos que param para escutá-lo na Maranatha. Num fim de semana, Williams contou nove ônibus chegando a Plains. No entanto, com a doença de Carter, surge a pergunta: o que será de Plains quando ele não fizer mais parte da comunidade? "Ele é a vida desta cidade", disse Willie Raven, cozinheiro do Mimmie's, restaurante inaugurado em 2013 com a presença de Carter. Num lugar tão pequeno como este existem poucos segredos, mas muitas fofocas. Mesmo antes da divulgação da notícia, já se especulava que Carter estaria doente. Ele falou na Maranatha em 2 de agosto e em seguida viajou para Atlanta, onde fica a sede do Centro Carter, a ONG que ele ajudou a criar em 1982 e que se tornou uma das mais importantes organizações mundiais de direitos humanos. No dia seguinte, o escritório de Carter anunciou que os médicos da Emory haviam removido "uma pequena massa" do fígado de Carter. Na época, seus assessores disseram que o prognóstico para o ex-presidente era "excelente", mas a desconfiança persistiu. Para quem estava aqui quando soube da notícia, Plains tornou-se inesperadamente comovedora. "Ele deixará um legado", disse Gretchen Houseman, que mora no Arizona, depois de visitar a escola que Carter frequentou. "Sinto como se eu estivesse acompanhando o final de uma era histórica."
mundo
Terra natal de Jimmy Carter teme por saúde de ex-presidente americanoNesta cidade, logo depois das placas de boas vindas com o selo presidencial, as pessoas ainda o chamam de "Mr. Jimmy". Por isso, no começo deste mês, quando esta localidade da Geórgia com menos de 800 habitantes recebeu a informação de que o ex-presidente Jimmy Carter está com um câncer, a notícia não dizia respeito apenas a um ex-presidente que está doente. A pessoa doente é o "seu Jimmy", o professor da escola dominical que, aos 90 anos, às vezes para no Mimmie's Diner para comer legumes, pão de milho e um copo de leite de manteiga. Em uma curta nota, Carter anunciou que se submeteria a tratamento na Universidade Emory, em Atlanta. "Plains está triste, mas nossa fé é forte", disse Jan Williams, que ajuda a organizar as aulas da escola dominical de Carter na Igreja Batista Maranatha. "É uma coisa que deixa você sem ar." Em Plains, ao sul de Atlanta, é difícil escapar das alusões a Carter, um homem muito ligado a este lugar que se ergue sobre uma antiga plantação de amendoim. Em frente à farmácia, se você espiar do outro lado da rua, verá a estação ferroviária que sediou a campanha presidencial de Carter em 1976. Perto dali há uma parada na Trilha Rosalynn Carter Butterfly, batizada em homenagem à mulher dele. A loja Plains Trading Post está abastecida com souvenires políticos, e outra loja vende amendoins e copinhos, a US$ 2,99, onde se lê: "Plains, Geórgia. Terra de Jimmy Carter". Em Plains, uma sensação de desespero contido vai se estabelecendo. "Estou extremamente preocupado e apreensivo", disse Philip Kurland, dono da Plains Trading Post. "O presidente Carter está com 90 anos, mas ele é muito resistente. Se houver alguma maneira de prolongar ou de derrotar isso, eu aposto nele. Basta ver tudo o que ele enfrentou na sua carreira política." É essa carreira política, numa trajetória que levou um menino que vendia amendoim cozido a atingir o topo do poder político, que há quase quatro décadas mantém esta cidade presente na consciência global. A cada ano, Plains atrai milhares de turistas, incluindo muitos que param para escutá-lo na Maranatha. Num fim de semana, Williams contou nove ônibus chegando a Plains. No entanto, com a doença de Carter, surge a pergunta: o que será de Plains quando ele não fizer mais parte da comunidade? "Ele é a vida desta cidade", disse Willie Raven, cozinheiro do Mimmie's, restaurante inaugurado em 2013 com a presença de Carter. Num lugar tão pequeno como este existem poucos segredos, mas muitas fofocas. Mesmo antes da divulgação da notícia, já se especulava que Carter estaria doente. Ele falou na Maranatha em 2 de agosto e em seguida viajou para Atlanta, onde fica a sede do Centro Carter, a ONG que ele ajudou a criar em 1982 e que se tornou uma das mais importantes organizações mundiais de direitos humanos. No dia seguinte, o escritório de Carter anunciou que os médicos da Emory haviam removido "uma pequena massa" do fígado de Carter. Na época, seus assessores disseram que o prognóstico para o ex-presidente era "excelente", mas a desconfiança persistiu. Para quem estava aqui quando soube da notícia, Plains tornou-se inesperadamente comovedora. "Ele deixará um legado", disse Gretchen Houseman, que mora no Arizona, depois de visitar a escola que Carter frequentou. "Sinto como se eu estivesse acompanhando o final de uma era histórica."
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Como a China conseguiu salvar os pandas gigantes da extinção
Eles são superfofos e acabam de ser salvos da extinção. Os pandas gigantes foram retirados da lista de espécies ameaçadas em grande parte por causa do esforço dos ambientalistas chineses. Mas como conseguiram essa façanha? O bambu, principal fonte de alimentação dos pandas, é a principal resposta. Ícone nacional chinês, o panda habitava todo sul e leste da China. Diante da expansão urbana e do desenvolvimento, a população dos pandas ficou limitada às poucas áreas que mantiveram florestas de bambu. Há anos a China vem tentando aumentar a população do panda gigante. A solução veio depois dos bem-sucedidos esforços para recriar as florestas de bambu. O bambu corresponde a 99% da alimentação dos pandas. Sem ele, aumentam os riscos de os ursos morrerem de forme. Pandas precisam comer de 12 quilos a 38 quilos de bambu por dia para manter o corpo funcionando. Estima-se que atualmente existam 2.060 pandas, dos quais 1.864 são adultos. O número foi suficiente para que o mamífero, até então "espécie ameaçada", tivesse seu status mudado para "espécie vulnerável" na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza. "É tudo sobre como restaurar o habitat. Ao restaurar, é dado de volta o espaço e haverá comida disponível", disse à BBC Craig Hilton-Taylor, responsável pela lista vermelha da entidade. De acordo com Hilton-Taylor, foi a redução das áreas onde viviam os pandas que fez com que número de ursos caísse para aproximadamente 1.200 na década de 1980. "É só conseguir o bambu e, lentamente, o número de pandas vai começar a subir novamente". Ginette Hemley, vice-presidente sênior para a conservação da vida selvagem na ONG World Wildlife Fund (WWF) concorda. "Os chineses têm feito um grande trabalho em investir em habitat para pandas, expandindo e criando novas reservas", disse Hemley. "É um excelente exemplo do que pode acontecer quando um governo tem o compromisso com a conservação", completou. No entanto, esse aparente sucesso pode ter curta duração. O aquecimento global pode acabar com mais de um terço do habitat de bambu do panda nos próximos 80 anos. "Com as mudanças climáticas, vai ficar quente demais para o bambu crescer", explicou Hilton-Taylor. "Sem bambu, o futuro não é muito promissor para eles", disse Hilton-Taylor. REPRODUÇÃO EM CATIVEIRO Muitos zoológicos e unidades de conservação têm apostado na reprodução pandas gigantes em cativeiro, às vezes usando métodos de inseminação artificial. Foi o caso dos bebês gêmeos de panda gigante que nasceram recentemente em um zoológico de Atlanta, nos EUA. A mãe dos bebês tinha sido inseminada artificialmente. "Ter animais em cativeiro é como uma apólice de seguro", avaliou Hilton-Taylor. "Mas você não quer mantê-los em cativeiro para sempre", emendou. O objetivo final da maioria dos programas de reprodução em cativeiro é levar os animais de volta à natureza. A adaptação fora das grades, contudo, nem sempre é fácil ou possível. "Houve tentativas de introdução de pandas à vida selvagem, mas elas não foram bem sucedidas", disse Ginette Hemley, da WWF. Em 2007, o primeiro panda gigante nascido em cativeiro, Xiang Xiang, foi levado de volta à selvagem. Ele morreu depois de ser espancado por panda machos selvagens. SÍMBOLO DA CONSERVAÇÃO O panda não foi o único animal a sair da categoria "em extinção" na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza. Graças ao esforço de ambientalistas, o antílope tibetano também viu sua população crescer. Ainda assim, os pandas se transformaram em ícones das iniciativas para a proteção animal. Mas por que os pandas atraem tanto as pessoas? A representante da WWF tenta explicar. "O pelo branco e preto e os grandes olhos manchados e negros fazem deles animais muito carismáticos. Não há nada como eles no mundo", disse Hemley. Para Cheng Wen-Haur, sub-chefe do Wildlife Reserves em Cingapura, uma "feliz coinciência de adaptações naturais" fez com que pessoas no mundo inteiro pudessem ficar encantados com os pandas. "Com um rosto bonitinho e fofinho é muito mais fácil de amar", disse. "No final, só iremos conservar o que amamos", afirmou Wen-Haur, citando a frase do ambientalista senegalês Baba Dioum - que ficou famoso nos anos 1968 por um discurso feito na Índia, durante a Assembléia Geral da União Internacional para a Conservação da Natureza.
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Como a China conseguiu salvar os pandas gigantes da extinçãoEles são superfofos e acabam de ser salvos da extinção. Os pandas gigantes foram retirados da lista de espécies ameaçadas em grande parte por causa do esforço dos ambientalistas chineses. Mas como conseguiram essa façanha? O bambu, principal fonte de alimentação dos pandas, é a principal resposta. Ícone nacional chinês, o panda habitava todo sul e leste da China. Diante da expansão urbana e do desenvolvimento, a população dos pandas ficou limitada às poucas áreas que mantiveram florestas de bambu. Há anos a China vem tentando aumentar a população do panda gigante. A solução veio depois dos bem-sucedidos esforços para recriar as florestas de bambu. O bambu corresponde a 99% da alimentação dos pandas. Sem ele, aumentam os riscos de os ursos morrerem de forme. Pandas precisam comer de 12 quilos a 38 quilos de bambu por dia para manter o corpo funcionando. Estima-se que atualmente existam 2.060 pandas, dos quais 1.864 são adultos. O número foi suficiente para que o mamífero, até então "espécie ameaçada", tivesse seu status mudado para "espécie vulnerável" na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza. "É tudo sobre como restaurar o habitat. Ao restaurar, é dado de volta o espaço e haverá comida disponível", disse à BBC Craig Hilton-Taylor, responsável pela lista vermelha da entidade. De acordo com Hilton-Taylor, foi a redução das áreas onde viviam os pandas que fez com que número de ursos caísse para aproximadamente 1.200 na década de 1980. "É só conseguir o bambu e, lentamente, o número de pandas vai começar a subir novamente". Ginette Hemley, vice-presidente sênior para a conservação da vida selvagem na ONG World Wildlife Fund (WWF) concorda. "Os chineses têm feito um grande trabalho em investir em habitat para pandas, expandindo e criando novas reservas", disse Hemley. "É um excelente exemplo do que pode acontecer quando um governo tem o compromisso com a conservação", completou. No entanto, esse aparente sucesso pode ter curta duração. O aquecimento global pode acabar com mais de um terço do habitat de bambu do panda nos próximos 80 anos. "Com as mudanças climáticas, vai ficar quente demais para o bambu crescer", explicou Hilton-Taylor. "Sem bambu, o futuro não é muito promissor para eles", disse Hilton-Taylor. REPRODUÇÃO EM CATIVEIRO Muitos zoológicos e unidades de conservação têm apostado na reprodução pandas gigantes em cativeiro, às vezes usando métodos de inseminação artificial. Foi o caso dos bebês gêmeos de panda gigante que nasceram recentemente em um zoológico de Atlanta, nos EUA. A mãe dos bebês tinha sido inseminada artificialmente. "Ter animais em cativeiro é como uma apólice de seguro", avaliou Hilton-Taylor. "Mas você não quer mantê-los em cativeiro para sempre", emendou. O objetivo final da maioria dos programas de reprodução em cativeiro é levar os animais de volta à natureza. A adaptação fora das grades, contudo, nem sempre é fácil ou possível. "Houve tentativas de introdução de pandas à vida selvagem, mas elas não foram bem sucedidas", disse Ginette Hemley, da WWF. Em 2007, o primeiro panda gigante nascido em cativeiro, Xiang Xiang, foi levado de volta à selvagem. Ele morreu depois de ser espancado por panda machos selvagens. SÍMBOLO DA CONSERVAÇÃO O panda não foi o único animal a sair da categoria "em extinção" na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza. Graças ao esforço de ambientalistas, o antílope tibetano também viu sua população crescer. Ainda assim, os pandas se transformaram em ícones das iniciativas para a proteção animal. Mas por que os pandas atraem tanto as pessoas? A representante da WWF tenta explicar. "O pelo branco e preto e os grandes olhos manchados e negros fazem deles animais muito carismáticos. Não há nada como eles no mundo", disse Hemley. Para Cheng Wen-Haur, sub-chefe do Wildlife Reserves em Cingapura, uma "feliz coinciência de adaptações naturais" fez com que pessoas no mundo inteiro pudessem ficar encantados com os pandas. "Com um rosto bonitinho e fofinho é muito mais fácil de amar", disse. "No final, só iremos conservar o que amamos", afirmou Wen-Haur, citando a frase do ambientalista senegalês Baba Dioum - que ficou famoso nos anos 1968 por um discurso feito na Índia, durante a Assembléia Geral da União Internacional para a Conservação da Natureza.
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Bayern vence e conquista o inédito tetra do Alemão por antecipação
Com uma rodada de antecipação, o Bayern de Munique conquistou o inédito tetracampeonato Alemão. O título veio com uma vitória sobre o Ingolstadt por 2 a 1, neste sábado (7), fora de casa, pela 33ª rodada da competição. Com o resultado, o time dirigido pelo espanhol Pep Guardiola chegou a 85 pontos e não pode ser mais alcançado pelo Borussia Dortmund, que permaneceu com 77 pontos após perder para o Eintracht Frankfurt, em jogo realizado também neste sábado. Até então, o máximo que um clube havia alcançado no torneio era o tricampeonato. O próprio Bayern tinha conseguido o feito duas vezes entre 1972 e 1974 e 1985 e 1987. O Borussia Mönchengladbach foi a outra equipe que venceu a competição três vezes consecutivas entre 1975 e 1977. O título conquistado neste sábado foi o 26º da equipe de Munique, que é a maior vencedora do torneio. A conquista acontece quatro dias após o clube ser eliminado nas semifinais da Liga dos Campeões —venceu o Atlético de Madri por 2 a 1, mas não obteve a vaga na decisão. Os gols da vitória do Bayern de Munique sobre o Ingolstadt foram marcados por Robert Lewandowski. De pênalti, ele abriu o placar aos 15 minutos da etapa inicial. Ainda no primeiro tempo, o jogador marcou o segundo. Moritz Hartmann descontou para o adversário. Os brasileiros Rafinha e Douglas Costa participaram da partida. Guardiola, que na próxima temporada vai dirigir o Manchester City, pode encerrar sua passagem pelo clube alemão com mais um título. No próximo dia 21, a equipe enfrenta o Borussia Dortmund na final da Copa da Alemanha. Jogadores do Bayern de Munique comemoram o título com a torcida CONFIRA OS JOGOS E OS RESULTADOS DA 33ª RODADA DO CAMPEONATO ALEMÃO SÁBADO Borussia Mönchengladbach 2 x 1 Bayer Leverkusen Frankfurt 1 x 0 Borussia Dortmund Colônia 0 x 0 Werder Bremen Hamburgo 0 x 1 Wolfsburg Hannover 1 x 0 Hoffenheim Hertha Berlin 1 x 2 Darmstadt Ingolstadt 1 x 2 Bayern de Munique Schalke 1 x 1 Augsburg Stuttgart 1 x 3 Mainz
esporte
Bayern vence e conquista o inédito tetra do Alemão por antecipaçãoCom uma rodada de antecipação, o Bayern de Munique conquistou o inédito tetracampeonato Alemão. O título veio com uma vitória sobre o Ingolstadt por 2 a 1, neste sábado (7), fora de casa, pela 33ª rodada da competição. Com o resultado, o time dirigido pelo espanhol Pep Guardiola chegou a 85 pontos e não pode ser mais alcançado pelo Borussia Dortmund, que permaneceu com 77 pontos após perder para o Eintracht Frankfurt, em jogo realizado também neste sábado. Até então, o máximo que um clube havia alcançado no torneio era o tricampeonato. O próprio Bayern tinha conseguido o feito duas vezes entre 1972 e 1974 e 1985 e 1987. O Borussia Mönchengladbach foi a outra equipe que venceu a competição três vezes consecutivas entre 1975 e 1977. O título conquistado neste sábado foi o 26º da equipe de Munique, que é a maior vencedora do torneio. A conquista acontece quatro dias após o clube ser eliminado nas semifinais da Liga dos Campeões —venceu o Atlético de Madri por 2 a 1, mas não obteve a vaga na decisão. Os gols da vitória do Bayern de Munique sobre o Ingolstadt foram marcados por Robert Lewandowski. De pênalti, ele abriu o placar aos 15 minutos da etapa inicial. Ainda no primeiro tempo, o jogador marcou o segundo. Moritz Hartmann descontou para o adversário. Os brasileiros Rafinha e Douglas Costa participaram da partida. Guardiola, que na próxima temporada vai dirigir o Manchester City, pode encerrar sua passagem pelo clube alemão com mais um título. No próximo dia 21, a equipe enfrenta o Borussia Dortmund na final da Copa da Alemanha. Jogadores do Bayern de Munique comemoram o título com a torcida CONFIRA OS JOGOS E OS RESULTADOS DA 33ª RODADA DO CAMPEONATO ALEMÃO SÁBADO Borussia Mönchengladbach 2 x 1 Bayer Leverkusen Frankfurt 1 x 0 Borussia Dortmund Colônia 0 x 0 Werder Bremen Hamburgo 0 x 1 Wolfsburg Hannover 1 x 0 Hoffenheim Hertha Berlin 1 x 2 Darmstadt Ingolstadt 1 x 2 Bayern de Munique Schalke 1 x 1 Augsburg Stuttgart 1 x 3 Mainz
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Por corrupção, Fifa bane do futebol Marin e outros dez dirigentes
O comitê de ética na Fifa proibiu provisoriamente o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, e outros dez envolvidos no escândalo de corrupção entre dirigentes e empresas de marketing e transmissão esportiva de exercerem qualquer atividade ligada ao futebol. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (27) pelo presidente da câmara decisória do comitê de ética, Hans-Joachim Eckert, com base nas investigações conduzidas pela Justiça norte-americana. "As acusações estão claramente relacionadas com o futebol e são de natureza tão grave que era necessário tomar uma ação rápida e imediata. O processo seguirá o seu curso de acordo com o código de ética da Fifa", afirmou Eckert. Apesar de não ser mais o mandatário da CBF, Marin ainda ocupa a vice-presidência da entidade e é membro do comitê organizador do futebol na Olimpíada. Ele terá de deixar esses dois cargos. Além do brasileiro, receberam a mesma sanção Jeffrey Webb, um dos vice-presidentes da Fifa, além de Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Jack Warner, Eugenio Figueredo, Rafael Esquivel, Nicolás Leoz, Chuck Blazer e Daryll Warner. Marin, 83, e outros seis dirigentes detidos nesta quarta pela polícia suíça em uma operação surpresa, realizada a pedido das autoridades dos Estados Unidos. Os cartolas são investigados pela justiça americana em um suposto esquema de corrupção. Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, foram detidos, além de Marin, que deixou a presidência da CBF em abril, Jeffrey Webb, Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Eugenio Figueredo e Rafael Esquivel (veja abaixo o perfil dos dirigentes). Agentes chegaram no início da manhã (horário local) ao luxuoso hotel cinco estrelas Baur au Lac, em Zurique, onde os dirigentes estão reunidos para um congresso anual da entidade máxima do futebol. A entrada do prédio foi bloqueada e dezenas de jornalistas se aglomeravam no local. Marin foi escoltado por autoridades suíças na saída do hotel. Não há a confirmação para onde os detidos foram encaminhados. Apesar do escândalo, a Fifa já anunciou que irá manter a eleição presidencial desta sexta-feira (29). Após as desistências do ex-jogador português Luís Figo e do holandês Michael van Praag, o príncipe Ali é o único candidato de oposição contra o suíço Joseph Blatter, que busca seu quinto mandato à frente da entidade.
esporte
Por corrupção, Fifa bane do futebol Marin e outros dez dirigentesO comitê de ética na Fifa proibiu provisoriamente o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, e outros dez envolvidos no escândalo de corrupção entre dirigentes e empresas de marketing e transmissão esportiva de exercerem qualquer atividade ligada ao futebol. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (27) pelo presidente da câmara decisória do comitê de ética, Hans-Joachim Eckert, com base nas investigações conduzidas pela Justiça norte-americana. "As acusações estão claramente relacionadas com o futebol e são de natureza tão grave que era necessário tomar uma ação rápida e imediata. O processo seguirá o seu curso de acordo com o código de ética da Fifa", afirmou Eckert. Apesar de não ser mais o mandatário da CBF, Marin ainda ocupa a vice-presidência da entidade e é membro do comitê organizador do futebol na Olimpíada. Ele terá de deixar esses dois cargos. Além do brasileiro, receberam a mesma sanção Jeffrey Webb, um dos vice-presidentes da Fifa, além de Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Jack Warner, Eugenio Figueredo, Rafael Esquivel, Nicolás Leoz, Chuck Blazer e Daryll Warner. Marin, 83, e outros seis dirigentes detidos nesta quarta pela polícia suíça em uma operação surpresa, realizada a pedido das autoridades dos Estados Unidos. Os cartolas são investigados pela justiça americana em um suposto esquema de corrupção. Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, foram detidos, além de Marin, que deixou a presidência da CBF em abril, Jeffrey Webb, Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Eugenio Figueredo e Rafael Esquivel (veja abaixo o perfil dos dirigentes). Agentes chegaram no início da manhã (horário local) ao luxuoso hotel cinco estrelas Baur au Lac, em Zurique, onde os dirigentes estão reunidos para um congresso anual da entidade máxima do futebol. A entrada do prédio foi bloqueada e dezenas de jornalistas se aglomeravam no local. Marin foi escoltado por autoridades suíças na saída do hotel. Não há a confirmação para onde os detidos foram encaminhados. Apesar do escândalo, a Fifa já anunciou que irá manter a eleição presidencial desta sexta-feira (29). Após as desistências do ex-jogador português Luís Figo e do holandês Michael van Praag, o príncipe Ali é o único candidato de oposição contra o suíço Joseph Blatter, que busca seu quinto mandato à frente da entidade.
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Terremoto no Equador forçará cidade turística a mudar perfil econômico
A 300 km de Quito, Pedernales era a praia dos moradores da capital equatoriana e também de Guayaquil. A cidade e os balneários vizinhos atraíam turistas e o dinheiro de famílias e investidores. A cidade mais afetada pelo terremoto do último sábado (16) viverá, a partir de agora, um desafio duplo. Depois de contar os mortos, que até agora são 172 só em Pedernales, seus moradores terão que lidar não apenas com a reconstrução, mas com a interrupção do turismo por tempo indeterminado ou a mudança de perfil econômico. A perspectiva preocupa os pequenos comerciantes que investiram seu dinheiro em restaurantes e serviços. "Pedernales vai ter que começar do zero. O turismo só deve voltar em uns dez anos e não tenho ideia de como vai ser", disse David Mendoza, 52, dono de um balneário e uma quitanda em frente ao mar. Sem trabalho desde o terremoto, os pescadores José Gabriel Gamelozo, 64, e Emilio Vilela, 51, não sabem de onde vão tirar o seu sustento nos próximos dias. Eles foram impedidos de ir ao mar para pescar camarão porque a Capitania dos Portos proibiu a navegação devido ao risco de tsunami. A produção deles era dividida entre os restaurantes da região e as processadoras de frutos do mar. Agora, só restará a segunda opção. " Não conseguimos gasolina, não há mais hotéis e as fábricas estão fechadas. De que vamos viver?", disse Gamelozo, cujo sobrinho sofreu duas fraturas quando um muro caiu sobre ele durante o tremor. Eles afirmam não terem recebido a ajuda do governo até o momento. Já Maria José Palacios, cuja família tinha dois hotéis, reclama da falta de segurança e dos saques. "Tive que contratar seguranças para impedir o roubo do que sobrou", lamenta. Assim como no resto da cidade, poucas construções restaram de pé na orla. Os quiosques, feitos de madeira e palha, foram os mais afetados. Na manhã desta quinta (21), a Folha viu só um restaurante aberto, servindo comida aos policiais que terminavam seu turno de trabalho na segurança da cidade. Por lá, o cheiro de lixo e dos corpos em composição, presente em toda a cidade, era amenizado pelo vento e a maresia da praia, que lembra também que a tragédia poderia ter sido pior. O terremoto não teve força para formar um tsunami. SOCORRO A madrugada desta quinta foi a primeira desde o terremoto em que não houve réplicas em Pedernales. Isso não significa, porém, que a população esteja tranquila. Muitas pessoas ainda dormiram nas ruas e no ginásio de esportes, improvisado como abrigo. A trégua durou pouco. Por volta das 22h desta quinta (0h de sexta em Brasília), o Equador foi atingido por um novo tremor, de magnitude 6,0. O epicentro foi no mar, a 23 km de Bahía de Caraquez, cidade no meio do caminho entre Manta e Pedernales. O calor de 30 graus e a alta umidade favorecem a proliferação de mosquitos e moscas. As autoridades se preparam para a disseminação de doenças na próxima semana. Na estrada costeira que leva às praias ao sul da cidade, os moradores dos vilarejos pediam socorro. À região ainda não chegaram as doações de comida, água e roupas que vêm do resto do país. Com cartazes, bandeiras feitas de camisetas e até cordas, eles fecham a passagem em busca de mantimentos. Dinheiro neste caso tem pouca serventia, já que os mercados abertos mais próximos estão em San Vicente, a quase 100 km dali. A maioria dos grupos monta acampamento com barracas de lona preta e bambu ao lado de suas antigas casas, derrubadas pelo tremor, ou então em outro ponto da estrada. Um deles acabou escolhendo a calçada de um condomínio de luxo que foi lançado meses atrás. Em outro, pessoas buscavam roupas que lhe serviam em um saco de doações recém-chegado. Um homem escolheu entre algumas peças uma camiseta do Grêmio, time que na quarta homenageou as vítimas da tragédia. A dificuldade para conseguir comida não é exclusividade da região de Pedernales. Mais de 3.000 pessoas formaram filas na orla de Tarqui, bairro de Manta, em busca de ajuda humanitária. Nesta quinta (21), chegaram à cidade dois caminhões do Programa Mundial de Alimentos da ONU, escoltados todo o tempo pela polícia devido ao temor a saques.
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Terremoto no Equador forçará cidade turística a mudar perfil econômicoA 300 km de Quito, Pedernales era a praia dos moradores da capital equatoriana e também de Guayaquil. A cidade e os balneários vizinhos atraíam turistas e o dinheiro de famílias e investidores. A cidade mais afetada pelo terremoto do último sábado (16) viverá, a partir de agora, um desafio duplo. Depois de contar os mortos, que até agora são 172 só em Pedernales, seus moradores terão que lidar não apenas com a reconstrução, mas com a interrupção do turismo por tempo indeterminado ou a mudança de perfil econômico. A perspectiva preocupa os pequenos comerciantes que investiram seu dinheiro em restaurantes e serviços. "Pedernales vai ter que começar do zero. O turismo só deve voltar em uns dez anos e não tenho ideia de como vai ser", disse David Mendoza, 52, dono de um balneário e uma quitanda em frente ao mar. Sem trabalho desde o terremoto, os pescadores José Gabriel Gamelozo, 64, e Emilio Vilela, 51, não sabem de onde vão tirar o seu sustento nos próximos dias. Eles foram impedidos de ir ao mar para pescar camarão porque a Capitania dos Portos proibiu a navegação devido ao risco de tsunami. A produção deles era dividida entre os restaurantes da região e as processadoras de frutos do mar. Agora, só restará a segunda opção. " Não conseguimos gasolina, não há mais hotéis e as fábricas estão fechadas. De que vamos viver?", disse Gamelozo, cujo sobrinho sofreu duas fraturas quando um muro caiu sobre ele durante o tremor. Eles afirmam não terem recebido a ajuda do governo até o momento. Já Maria José Palacios, cuja família tinha dois hotéis, reclama da falta de segurança e dos saques. "Tive que contratar seguranças para impedir o roubo do que sobrou", lamenta. Assim como no resto da cidade, poucas construções restaram de pé na orla. Os quiosques, feitos de madeira e palha, foram os mais afetados. Na manhã desta quinta (21), a Folha viu só um restaurante aberto, servindo comida aos policiais que terminavam seu turno de trabalho na segurança da cidade. Por lá, o cheiro de lixo e dos corpos em composição, presente em toda a cidade, era amenizado pelo vento e a maresia da praia, que lembra também que a tragédia poderia ter sido pior. O terremoto não teve força para formar um tsunami. SOCORRO A madrugada desta quinta foi a primeira desde o terremoto em que não houve réplicas em Pedernales. Isso não significa, porém, que a população esteja tranquila. Muitas pessoas ainda dormiram nas ruas e no ginásio de esportes, improvisado como abrigo. A trégua durou pouco. Por volta das 22h desta quinta (0h de sexta em Brasília), o Equador foi atingido por um novo tremor, de magnitude 6,0. O epicentro foi no mar, a 23 km de Bahía de Caraquez, cidade no meio do caminho entre Manta e Pedernales. O calor de 30 graus e a alta umidade favorecem a proliferação de mosquitos e moscas. As autoridades se preparam para a disseminação de doenças na próxima semana. Na estrada costeira que leva às praias ao sul da cidade, os moradores dos vilarejos pediam socorro. À região ainda não chegaram as doações de comida, água e roupas que vêm do resto do país. Com cartazes, bandeiras feitas de camisetas e até cordas, eles fecham a passagem em busca de mantimentos. Dinheiro neste caso tem pouca serventia, já que os mercados abertos mais próximos estão em San Vicente, a quase 100 km dali. A maioria dos grupos monta acampamento com barracas de lona preta e bambu ao lado de suas antigas casas, derrubadas pelo tremor, ou então em outro ponto da estrada. Um deles acabou escolhendo a calçada de um condomínio de luxo que foi lançado meses atrás. Em outro, pessoas buscavam roupas que lhe serviam em um saco de doações recém-chegado. Um homem escolheu entre algumas peças uma camiseta do Grêmio, time que na quarta homenageou as vítimas da tragédia. A dificuldade para conseguir comida não é exclusividade da região de Pedernales. Mais de 3.000 pessoas formaram filas na orla de Tarqui, bairro de Manta, em busca de ajuda humanitária. Nesta quinta (21), chegaram à cidade dois caminhões do Programa Mundial de Alimentos da ONU, escoltados todo o tempo pela polícia devido ao temor a saques.
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'Espero que ela fique bem e volte logo', diz Trump sobre pneumonia de Hillary
Donald Trump, candidato republicano à Presidência dos EUA, se solidarizou com sua rival, a democrata Hillary Clinton, que anunciou neste domingo (11) estar com pneumonia. Ela passou mal durante a cerimônia de 15 anos dos ataques do 11 de Setembro e deixou o evento. "Eu espero que ela fique bem e volte logo, e estaremos vendo ela no debate", disse Trump nesta segunda-feira (12), em uma entrevista por telefone à rede Fox News, em referência ao primeiro debate da corrida presidencial, marcado para o próximo dia 26. O republicano afirmou ainda acreditar que a saúde dos candidatos é um tema importante para a campanha. "Inclusive, nessa última semana fiz exames e... quando os números saírem vou divulgar números bem, bem detalhados." Hillary deixou o memorial do 11 de Setembro uma hora após o início da cerimônia. Horas depois, sua campanha informou que a democrata havia sido diagnosticada com pneumonia na sexta-feira (9). À noite, o comando de campanha de Hillary anunciou o cancelamento de uma viagem à Califórnia, onde ela faria comícios na segunda (12) e na terça-feira (13). Inicialmente, o porta-voz da campanha, Nick Merrill, disse que a ex-secretária de Estado se sentiu "superaquecida" durante a cerimônia —a manhã em Nova York foi de sol forte, temperatura de 27°C e alta umidade. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra a candidata, quase tropeçando, sendo amparada por assessores para entrar numa van. Em seguida, ela foi levada ao apartamento da filha, Chelsea, em Manhattan. Hillary passa mal durante cerimônia dos 15 anos do 11/9, em NY A médica de Hillary, Lisa Bardack, disse ter diagnosticado a doença após investigar sucessivos acessos de tosse. Ela está tomando antibióticos e foi aconselhada a descansar e diminuir o ritmo de campanha, segundo Bardack.
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'Espero que ela fique bem e volte logo', diz Trump sobre pneumonia de HillaryDonald Trump, candidato republicano à Presidência dos EUA, se solidarizou com sua rival, a democrata Hillary Clinton, que anunciou neste domingo (11) estar com pneumonia. Ela passou mal durante a cerimônia de 15 anos dos ataques do 11 de Setembro e deixou o evento. "Eu espero que ela fique bem e volte logo, e estaremos vendo ela no debate", disse Trump nesta segunda-feira (12), em uma entrevista por telefone à rede Fox News, em referência ao primeiro debate da corrida presidencial, marcado para o próximo dia 26. O republicano afirmou ainda acreditar que a saúde dos candidatos é um tema importante para a campanha. "Inclusive, nessa última semana fiz exames e... quando os números saírem vou divulgar números bem, bem detalhados." Hillary deixou o memorial do 11 de Setembro uma hora após o início da cerimônia. Horas depois, sua campanha informou que a democrata havia sido diagnosticada com pneumonia na sexta-feira (9). À noite, o comando de campanha de Hillary anunciou o cancelamento de uma viagem à Califórnia, onde ela faria comícios na segunda (12) e na terça-feira (13). Inicialmente, o porta-voz da campanha, Nick Merrill, disse que a ex-secretária de Estado se sentiu "superaquecida" durante a cerimônia —a manhã em Nova York foi de sol forte, temperatura de 27°C e alta umidade. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra a candidata, quase tropeçando, sendo amparada por assessores para entrar numa van. Em seguida, ela foi levada ao apartamento da filha, Chelsea, em Manhattan. Hillary passa mal durante cerimônia dos 15 anos do 11/9, em NY A médica de Hillary, Lisa Bardack, disse ter diagnosticado a doença após investigar sucessivos acessos de tosse. Ela está tomando antibióticos e foi aconselhada a descansar e diminuir o ritmo de campanha, segundo Bardack.
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'Por que essas pessoas não votaram?', pergunta Trump sobre manifestações
O presidente dos EUA, Donald Trump, reagiu com sarcasmo aos protestos contra ele que reuniram milhares de pessoas em Washington e em várias outras cidades do país e do mundo no sábado (21), um dia após sua posse. "Assisti aos protestos ontem, mas tenho a impressão de que acabamos de ter uma eleição! Por que essas pessoas não votaram? Celebridades causam sérios danos à causa", publicou Trump em sua conta pessoal no Twitter. Veja Foi o primeiro comentário de seu governo à "Marcha das Mulheres", que reuniu cerca de um milhão de pessoas em eventos ao redor do mundo, metade na capital americana, Washington. Várias famosas se juntaram ao protesto, como a cantora Madonna, a comediante Amy Schumer e a atriz Ashley Judd. Organizada como um ato de defesa dos direitos das mulheres e outras minorias, a marcha foi na prática uma manifestação de repúdio a Trump, que entrou na Casa Branca com rejeição de mais de metade dos americanos, segundo pesquisas. Após a primeira reação minimizando os protestos, o presidente voltou à rede social cerca de uma hora e meia depois, desta vez em tom conciliatório. "Protestos pacíficos são uma marca de nossa democracia. Mesmo que eu nem sempre concorde, eu reconheço os direitos das pessoas de expressar suas visões." Veja No terceiro dia como presidente, Trump participou na Casa Branca da cerimônia de juramento de membros do alto escalão de seu governo e antecipou algumas de suas ações nos próximos dias, entre elas encontros com os primeiros-ministros do Reino Unido e do Canadá e com o presidente do México. AGENDA Horas antes, o chefe de gabinete de Trump, Reince Priebus, disse que a agenda do presidente nesta semana incluirá ações nas áreas de comércio, imigração e segurança nacional. Segundo Priebus, Trump deve assinar algumas ordens executivas (espécie de medida provisória) para anular algumas medidas do presidente Barack Obama, mas não especificou quais. Uma das principais políticas de Obama foi alvo de Trump já no dia da posse, quando ele assinou um decreto para "reduzir o peso" do Obamacare, o programa de saúde implementado pelo antecessor. O governo e legisladores republicanos esperam acelerar durante a semana a aprovação dos nomes indicados por Trump para compor seu gabinete. Apenas dois haviam recebido o aval do Senado no primeiro dia de Trump como presidente –os generais James Mattis para a Defesa e John Kelly para a Segurança Doméstica–, menos que os sete aprovados quando Obama tomou posse. INTERESSES A aprovação do gabinete requer maioria simples no Senado, exatamente a que os republicanos possuem (51 de 100 cadeiras). Mas a oposição democrata acha que pode descarrilar algumas das nomeações, e ficou mais confiante depois que alguns dos candidatos contradisseram nas sabatinas posições do chefe. "Tantos têm diferentes visões do presidente mostradas na campanha que obviamente deve haver um escrutínio. Se vamos ganhar algumas brigas? Possivelmente", disse o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, à TV NBC. Schumer também lembrou que o grande número de homens de negócios bilionários entre os nomeados exige esclarecimentos sobre possíveis conflitos de interesses.
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'Por que essas pessoas não votaram?', pergunta Trump sobre manifestaçõesO presidente dos EUA, Donald Trump, reagiu com sarcasmo aos protestos contra ele que reuniram milhares de pessoas em Washington e em várias outras cidades do país e do mundo no sábado (21), um dia após sua posse. "Assisti aos protestos ontem, mas tenho a impressão de que acabamos de ter uma eleição! Por que essas pessoas não votaram? Celebridades causam sérios danos à causa", publicou Trump em sua conta pessoal no Twitter. Veja Foi o primeiro comentário de seu governo à "Marcha das Mulheres", que reuniu cerca de um milhão de pessoas em eventos ao redor do mundo, metade na capital americana, Washington. Várias famosas se juntaram ao protesto, como a cantora Madonna, a comediante Amy Schumer e a atriz Ashley Judd. Organizada como um ato de defesa dos direitos das mulheres e outras minorias, a marcha foi na prática uma manifestação de repúdio a Trump, que entrou na Casa Branca com rejeição de mais de metade dos americanos, segundo pesquisas. Após a primeira reação minimizando os protestos, o presidente voltou à rede social cerca de uma hora e meia depois, desta vez em tom conciliatório. "Protestos pacíficos são uma marca de nossa democracia. Mesmo que eu nem sempre concorde, eu reconheço os direitos das pessoas de expressar suas visões." Veja No terceiro dia como presidente, Trump participou na Casa Branca da cerimônia de juramento de membros do alto escalão de seu governo e antecipou algumas de suas ações nos próximos dias, entre elas encontros com os primeiros-ministros do Reino Unido e do Canadá e com o presidente do México. AGENDA Horas antes, o chefe de gabinete de Trump, Reince Priebus, disse que a agenda do presidente nesta semana incluirá ações nas áreas de comércio, imigração e segurança nacional. Segundo Priebus, Trump deve assinar algumas ordens executivas (espécie de medida provisória) para anular algumas medidas do presidente Barack Obama, mas não especificou quais. Uma das principais políticas de Obama foi alvo de Trump já no dia da posse, quando ele assinou um decreto para "reduzir o peso" do Obamacare, o programa de saúde implementado pelo antecessor. O governo e legisladores republicanos esperam acelerar durante a semana a aprovação dos nomes indicados por Trump para compor seu gabinete. Apenas dois haviam recebido o aval do Senado no primeiro dia de Trump como presidente –os generais James Mattis para a Defesa e John Kelly para a Segurança Doméstica–, menos que os sete aprovados quando Obama tomou posse. INTERESSES A aprovação do gabinete requer maioria simples no Senado, exatamente a que os republicanos possuem (51 de 100 cadeiras). Mas a oposição democrata acha que pode descarrilar algumas das nomeações, e ficou mais confiante depois que alguns dos candidatos contradisseram nas sabatinas posições do chefe. "Tantos têm diferentes visões do presidente mostradas na campanha que obviamente deve haver um escrutínio. Se vamos ganhar algumas brigas? Possivelmente", disse o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, à TV NBC. Schumer também lembrou que o grande número de homens de negócios bilionários entre os nomeados exige esclarecimentos sobre possíveis conflitos de interesses.
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Livro de Hitler deve ser proibido no Brasil? Não
UM ERRO DIGNO DE REFLEXÃO A recente decisão cautelar do juízo da 33ª Vara Criminal do Rio de Janeiro proibindo, cautelarmente, a circulação, exposição e divulgação do livro "Minha Luta", de Adolf Hitler, é um notável erro e, como tal, digno de reflexão. Ela é um claro exemplo de censura em razão do conteúdo, o que está em desacordo com o princípio constitucional da liberdade de expressão. A decisão carioca baseia-se no artigo 20 da lei nº 7.716/89, que estabelece pena de reclusão de um a três anos para quem "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". O ponto é que práticas discursivas são uma forma de ação social, mas de um tipo especial. Estão protegidas pela liberdade de expressão. É proibida a discriminação de pessoas com base em raça, religião ou grupo étnico. Mas seria crime expressar e defender ideias preconceituosas? Defender ideias que pareçam discriminatórias por alguns não equivale a praticar diretamente a discriminação. Ações discursivas merecem distinção, embora possam existir situações de difícil diferenciação. Daí a atenção que se deve prestar ao significado de incitar, induzir ou praticar diretamente a discriminação. É importante também que se reconheça que não temos o direito de não sermos ofendidos pelas ideias alheias, por mais ofensivas que possam nos parecer. O princípio constitucional da liberdade garante a livre expressão de ideia e opiniões na esfera pública. Essa liberdade baseia-se parcialmente em argumentos consequencialistas, como, por exemplo, garantir o pleno exercício do teste dos argumentos no mercado de ideias, estimular a crítica, reduzir os riscos do pensamento errado e autoritário etc. Tais consequências são também úteis porque fortalecem o regime democrático e pluralismo. O livro "Minha Luta", de Hitler, é um documento relevante diretamente relacionado a um dos episódios mais importantes e nefastos da história do século 20. Impossível imaginar que historiadores sérios possam desconhecê-lo ou sejam proibidos de conhecê-lo. Afinal, a que tipo de consequência real se presta a proibição da Justiça carioca? Ela não acabaria por gerar uma limitação do próprio debate das ideais defendidas no livro? Ademais, qual é a real consequência da proibição de comercialização de um livro que há anos é vendido no Brasil e que pode ser obtido, em inúmeras traduções, com imensa facilidade na internet? Será a proibição um bom serviço ao combate à discriminação contra judeus e outros grupos ofendidos pelas ideias de Hitler? O combate a tais ideias no âmbito da esfera pública, com a publicação de edição crítica da obra, serve melhor a tais objetivos de questionamento e refutação. Censurar o livro contraria também os argumentos "de princípio" que fundamentam a liberdade de expressão. Esta justifica-se pela exigência de proteção da autonomia e autenticidade das convicções pessoais, fundantes da garantia da dignidade humana. Afinal, um indivíduo vê sua autonomia pessoal e dignidade desrespeitadas quando suas convicções não podem ser colocadas em discussão no debate público. Para muitos, a própria Bíblia veicula ideias que parecem preconceituosas hoje em dia. Faria sentido, no entanto, censurar partes do livro sagrado, discursos de líderes religiosos ou o próprio papa com o argumento de que eles "incitam" a discriminação? Muitos autores também argumentam corretamente que a censura violaria o princípio da democracia por não permitir que ideias minoritários participem do debate público. Por fim, a decisão revela ainda um equívoco de matriz institucional: o perigoso otimismo na crença de que "vigilantes das boas ideias", de toga ou não, serão razoáveis, capazes e competentes para proteger a sociedade de opiniões preconceituosas. Neste ponto, a ingenuidade otimista, bem-intencionada ou não, une-se ao moralismo paternalista, ao autoritarismo e, de novo, ao preconceito. RONALDO PORTO MACEDO JUNIOR, 53, é procurador de Justiça em São Paulo, professor titular de ética e filosofia do direito da Faculdade de Direito da USP e professor de teoria do direito da ética, teoria e filosofia do direito da FGV - Fundação Getulio Vargas * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Livro de Hitler deve ser proibido no Brasil? NãoUM ERRO DIGNO DE REFLEXÃO A recente decisão cautelar do juízo da 33ª Vara Criminal do Rio de Janeiro proibindo, cautelarmente, a circulação, exposição e divulgação do livro "Minha Luta", de Adolf Hitler, é um notável erro e, como tal, digno de reflexão. Ela é um claro exemplo de censura em razão do conteúdo, o que está em desacordo com o princípio constitucional da liberdade de expressão. A decisão carioca baseia-se no artigo 20 da lei nº 7.716/89, que estabelece pena de reclusão de um a três anos para quem "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". O ponto é que práticas discursivas são uma forma de ação social, mas de um tipo especial. Estão protegidas pela liberdade de expressão. É proibida a discriminação de pessoas com base em raça, religião ou grupo étnico. Mas seria crime expressar e defender ideias preconceituosas? Defender ideias que pareçam discriminatórias por alguns não equivale a praticar diretamente a discriminação. Ações discursivas merecem distinção, embora possam existir situações de difícil diferenciação. Daí a atenção que se deve prestar ao significado de incitar, induzir ou praticar diretamente a discriminação. É importante também que se reconheça que não temos o direito de não sermos ofendidos pelas ideias alheias, por mais ofensivas que possam nos parecer. O princípio constitucional da liberdade garante a livre expressão de ideia e opiniões na esfera pública. Essa liberdade baseia-se parcialmente em argumentos consequencialistas, como, por exemplo, garantir o pleno exercício do teste dos argumentos no mercado de ideias, estimular a crítica, reduzir os riscos do pensamento errado e autoritário etc. Tais consequências são também úteis porque fortalecem o regime democrático e pluralismo. O livro "Minha Luta", de Hitler, é um documento relevante diretamente relacionado a um dos episódios mais importantes e nefastos da história do século 20. Impossível imaginar que historiadores sérios possam desconhecê-lo ou sejam proibidos de conhecê-lo. Afinal, a que tipo de consequência real se presta a proibição da Justiça carioca? Ela não acabaria por gerar uma limitação do próprio debate das ideais defendidas no livro? Ademais, qual é a real consequência da proibição de comercialização de um livro que há anos é vendido no Brasil e que pode ser obtido, em inúmeras traduções, com imensa facilidade na internet? Será a proibição um bom serviço ao combate à discriminação contra judeus e outros grupos ofendidos pelas ideias de Hitler? O combate a tais ideias no âmbito da esfera pública, com a publicação de edição crítica da obra, serve melhor a tais objetivos de questionamento e refutação. Censurar o livro contraria também os argumentos "de princípio" que fundamentam a liberdade de expressão. Esta justifica-se pela exigência de proteção da autonomia e autenticidade das convicções pessoais, fundantes da garantia da dignidade humana. Afinal, um indivíduo vê sua autonomia pessoal e dignidade desrespeitadas quando suas convicções não podem ser colocadas em discussão no debate público. Para muitos, a própria Bíblia veicula ideias que parecem preconceituosas hoje em dia. Faria sentido, no entanto, censurar partes do livro sagrado, discursos de líderes religiosos ou o próprio papa com o argumento de que eles "incitam" a discriminação? Muitos autores também argumentam corretamente que a censura violaria o princípio da democracia por não permitir que ideias minoritários participem do debate público. Por fim, a decisão revela ainda um equívoco de matriz institucional: o perigoso otimismo na crença de que "vigilantes das boas ideias", de toga ou não, serão razoáveis, capazes e competentes para proteger a sociedade de opiniões preconceituosas. Neste ponto, a ingenuidade otimista, bem-intencionada ou não, une-se ao moralismo paternalista, ao autoritarismo e, de novo, ao preconceito. RONALDO PORTO MACEDO JUNIOR, 53, é procurador de Justiça em São Paulo, professor titular de ética e filosofia do direito da Faculdade de Direito da USP e professor de teoria do direito da ética, teoria e filosofia do direito da FGV - Fundação Getulio Vargas * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Imigração de cidadãos brasileiros para Israel cresce 58% em 2015
Funcionários e voluntários do Beit Brasil (Casa do Brasil), ONG que há quase dois anos auxilia imigrantes do país em Israel, sentiram o ritmo de trabalho. Em 2015, o número oficial de brasileiros que se mudaram para Israel chegou a 486, um recorde desde a criação do país, em 1948. Trata-se de um salto de 58% sobre 2014 e de 132,5% sobre 2013. E a tendência ganha força: em 2016, a ONG prevê receber mil imigrantes brasileiros. "Nossa expectativa é um aumento significativo, de 100%, em 2016", diz Gládis Berezowsky, diretora-executiva do Beit Brasil. Para Berezowsky, o número oficial de 2015 é subestimado, e o total chegaria a 506 brasileiros, contando quem havia voltado ao Brasil depois de uma imigração frustrada, mas que, no ano passado, retornou de vez a Israel. Há também aumento no total de casais e famílias. Foram 240 em 2015, enquanto os solteiros foram 148. "Muita gente vem porque se identifica com Israel, sua religião e cultura. Mas há cada vez mais famílias buscando qualidade de vida e fugindo da crise econômica", diz. MIGRAÇÃO DO BRASIL PARA ISRAEL - Alta no ano passado foi de 58% em relação a 2014 "Israel é, hoje, um país desenvolvido, ponta de lança de tecnologia. Os brasileiros pensam no futuro dos filhos." Em São Paulo, Revital Poleg, representante da Agência Judaica no Brasil, também sente aumentar o interesse em emigrar para Israel. "Não diria que a crise é o único motivo, mas ela ajuda as pessoas a tomar uma decisão que já vinha sendo pensada", diz Revital. A grande maioria dos brasileiros que emigram para Israel (ou fazem "aliá", "subida", em hebraico) são judeus beneficiados pela Lei do Retorno, de 1950, que dá a judeus do mundo todo o direito de serem recebidos imediatamente como cidadãos de Israel se o quiserem. Recebem uma pequena ajuda financeira, moradia por alguns meses e curso de hebraico. A onda brasileira atual lembra a de 2000 entre os argentinos. Com a crise econômica no país, de 2000 a 2002 10 mil pessoas emigraram para Israel. Destas, cerca de 15% voltaram à Argentina alguns anos depois, mesmo percentual médio dos brasileiros. O aumento da presença brasileira em Israel já é sentido no maior número de bares e restaurantes brasileiros na área de Tel Aviv. Mas as cifras não chegam ao patamar da imigração francesa (quase 8.000 pessoas em 2015), que teve impulso da maior sensação de antissemitismo no país, ou ucraniana (7.000), motivada pela intervenção russa. Israel recebeu, ao todo, 29,5 mil imigrantes no ano passado. Com 4% do total, o Brasil não ocupa as primeiras posições do ranking. "Em números absolutos ainda não é um fenômeno. Mas estamos acompanhando", disse o porta-voz da Agência Judaica, Yigal Palmor. "A crise econômica é um fato, já que o Brasil não está em guerra e a comunidade judaica brasileira não enfrenta ataques antissemitas." A economista carioca Cláudia Lazkani, 38, desembarcou há cinco meses em Israel com o marido Charles, 38, e os filhos de 7 e 3 anos. No último dia 13, nasceu no país a terceira filha do casal. "A decisão foi tomada antes da crise, mas ganhou força com os últimos acontecimentos. Sou economista do setor de petróleo e gás, vi o país afundando. Queria vir para um lugar em que tivesse gosto de viver. A roubalheira estava me fazendo mal."
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Imigração de cidadãos brasileiros para Israel cresce 58% em 2015Funcionários e voluntários do Beit Brasil (Casa do Brasil), ONG que há quase dois anos auxilia imigrantes do país em Israel, sentiram o ritmo de trabalho. Em 2015, o número oficial de brasileiros que se mudaram para Israel chegou a 486, um recorde desde a criação do país, em 1948. Trata-se de um salto de 58% sobre 2014 e de 132,5% sobre 2013. E a tendência ganha força: em 2016, a ONG prevê receber mil imigrantes brasileiros. "Nossa expectativa é um aumento significativo, de 100%, em 2016", diz Gládis Berezowsky, diretora-executiva do Beit Brasil. Para Berezowsky, o número oficial de 2015 é subestimado, e o total chegaria a 506 brasileiros, contando quem havia voltado ao Brasil depois de uma imigração frustrada, mas que, no ano passado, retornou de vez a Israel. Há também aumento no total de casais e famílias. Foram 240 em 2015, enquanto os solteiros foram 148. "Muita gente vem porque se identifica com Israel, sua religião e cultura. Mas há cada vez mais famílias buscando qualidade de vida e fugindo da crise econômica", diz. MIGRAÇÃO DO BRASIL PARA ISRAEL - Alta no ano passado foi de 58% em relação a 2014 "Israel é, hoje, um país desenvolvido, ponta de lança de tecnologia. Os brasileiros pensam no futuro dos filhos." Em São Paulo, Revital Poleg, representante da Agência Judaica no Brasil, também sente aumentar o interesse em emigrar para Israel. "Não diria que a crise é o único motivo, mas ela ajuda as pessoas a tomar uma decisão que já vinha sendo pensada", diz Revital. A grande maioria dos brasileiros que emigram para Israel (ou fazem "aliá", "subida", em hebraico) são judeus beneficiados pela Lei do Retorno, de 1950, que dá a judeus do mundo todo o direito de serem recebidos imediatamente como cidadãos de Israel se o quiserem. Recebem uma pequena ajuda financeira, moradia por alguns meses e curso de hebraico. A onda brasileira atual lembra a de 2000 entre os argentinos. Com a crise econômica no país, de 2000 a 2002 10 mil pessoas emigraram para Israel. Destas, cerca de 15% voltaram à Argentina alguns anos depois, mesmo percentual médio dos brasileiros. O aumento da presença brasileira em Israel já é sentido no maior número de bares e restaurantes brasileiros na área de Tel Aviv. Mas as cifras não chegam ao patamar da imigração francesa (quase 8.000 pessoas em 2015), que teve impulso da maior sensação de antissemitismo no país, ou ucraniana (7.000), motivada pela intervenção russa. Israel recebeu, ao todo, 29,5 mil imigrantes no ano passado. Com 4% do total, o Brasil não ocupa as primeiras posições do ranking. "Em números absolutos ainda não é um fenômeno. Mas estamos acompanhando", disse o porta-voz da Agência Judaica, Yigal Palmor. "A crise econômica é um fato, já que o Brasil não está em guerra e a comunidade judaica brasileira não enfrenta ataques antissemitas." A economista carioca Cláudia Lazkani, 38, desembarcou há cinco meses em Israel com o marido Charles, 38, e os filhos de 7 e 3 anos. No último dia 13, nasceu no país a terceira filha do casal. "A decisão foi tomada antes da crise, mas ganhou força com os últimos acontecimentos. Sou economista do setor de petróleo e gás, vi o país afundando. Queria vir para um lugar em que tivesse gosto de viver. A roubalheira estava me fazendo mal."
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SBM diz que autoridades dos EUA reabriram inquérito sobre corrupção
A holandesa SBM Offshore, principal afretadora de plataformas de petróleo e gás do mundo, afirmou nesta quarta-feira (10) que as autoridades norte-americanas reabriram um inquérito sobre alegações de suborno envolvendo a empresa holandesa. A SBM chegou a um acordo recorde de US$ 240 milhões, em novembro de 2014, com autoridades holandesas e norte-americanas. O acordo se refere a acusações de corrupção em Angola, Brasil e Guiné Equatorial, envolvendo cerca de US$ 200 milhões em subornos entre 2007 e 2011. A SBM Offshore disse em um comunicado que está reservando US$ 245 milhões para um possível acordo com autoridades brasileiras, embora o momento para um acordo não esteja claro. A empresa, que gera cerca de 60% de sua receita no Brasil, está negociando com a Controladoria-Geral da União (CGU), no Brasil, um acordo de leniência relacionado ao escândalo de corrupção na Petrobras. Em dezembro, promotores brasileiros denunciaram 12 pessoas com envolvimento no esquema de corrupção, incluindo um cidadão dos Estados Unidos. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos tem "feito pedidos de informação relacionados com o inquérito. A empresa está buscando mais esclarecimentos sobre o alcance da investigação", disse SBM Offshore. O presidente-executivo da SBM Offshore, Bruno Chabas, disse aos jornalistas que as autoridades norte-americanas estão observando "uma série de questões". "Vamos, naturalmente, responder a essas perguntas e cooperar. Neste ponto, não estamos sendo processados. É apenas um processo normal que está acontecendo." Chabas disse que a SBM Offshore não sabe qual é o foco da investigação. "A única coisa que podemos imaginar é que, provavelmente, está ligado ao que aconteceu em dezembro no Brasil", disse ele. No mês passado, Chabas e o ex-membro do conselho Sietze Hepkema fecharam acordos com o Ministério Público Federal sobre acusações de "favorecimento pessoal", pagando multa de US$ 60 mil cada, sem reconhecerem culpa.
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SBM diz que autoridades dos EUA reabriram inquérito sobre corrupçãoA holandesa SBM Offshore, principal afretadora de plataformas de petróleo e gás do mundo, afirmou nesta quarta-feira (10) que as autoridades norte-americanas reabriram um inquérito sobre alegações de suborno envolvendo a empresa holandesa. A SBM chegou a um acordo recorde de US$ 240 milhões, em novembro de 2014, com autoridades holandesas e norte-americanas. O acordo se refere a acusações de corrupção em Angola, Brasil e Guiné Equatorial, envolvendo cerca de US$ 200 milhões em subornos entre 2007 e 2011. A SBM Offshore disse em um comunicado que está reservando US$ 245 milhões para um possível acordo com autoridades brasileiras, embora o momento para um acordo não esteja claro. A empresa, que gera cerca de 60% de sua receita no Brasil, está negociando com a Controladoria-Geral da União (CGU), no Brasil, um acordo de leniência relacionado ao escândalo de corrupção na Petrobras. Em dezembro, promotores brasileiros denunciaram 12 pessoas com envolvimento no esquema de corrupção, incluindo um cidadão dos Estados Unidos. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos tem "feito pedidos de informação relacionados com o inquérito. A empresa está buscando mais esclarecimentos sobre o alcance da investigação", disse SBM Offshore. O presidente-executivo da SBM Offshore, Bruno Chabas, disse aos jornalistas que as autoridades norte-americanas estão observando "uma série de questões". "Vamos, naturalmente, responder a essas perguntas e cooperar. Neste ponto, não estamos sendo processados. É apenas um processo normal que está acontecendo." Chabas disse que a SBM Offshore não sabe qual é o foco da investigação. "A única coisa que podemos imaginar é que, provavelmente, está ligado ao que aconteceu em dezembro no Brasil", disse ele. No mês passado, Chabas e o ex-membro do conselho Sietze Hepkema fecharam acordos com o Ministério Público Federal sobre acusações de "favorecimento pessoal", pagando multa de US$ 60 mil cada, sem reconhecerem culpa.
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País fraturado
Um dos efeitos preocupantes da erosão do debate público sereno e objetivo no país, que cavou um abismo entre os que são pró e contra o governo Dilma Rousseff (PT), está no sumiço da atenção para outros temas tão ou mais importantes. A falta de luz e o excesso de calor criam ambiente propício para a proliferação de iniciativas nocivas cujos impactos ficarão entre nós por várias décadas. Dois exemplos: o cadastro ambiental rural (CAR) e a exploração de gás de xisto por fraturamento hidráulico ("fracking"). O CAR surgiu com a reformulação do Código Florestal (lei 12.651), sancionado por Dilma em 2012. Até maio de 2015, todas as propriedades rurais do país tinham de registrar num arquivo digital suas áreas de produção, de preservação permanente e de reserva legal. Isso implica reconhecer, perante o Estado, qualquer passivo ambiental –desmatamento em margem de rio, por exemplo. Era só o primeiro passo para a regularização, mas muito fazendeiro arrastou o pé, como seria de prever. O governo federal adiou por um ano a obrigação. Até fevereiro, 2,4 milhões de imóveis rurais foram cadastrados no país. São 2,69 milhões de km2, quase um terço do território nacional. Isso corresponde a 67,6% da área que deveria ser cadastrada nesse prazo (bit.ly/1MG6rOu ). Já tem quem fale em prorrogar de novo o compromisso. Se acontecer, ficará com cara de boba a maioria de fazendeiros que se esforçou para cumprir o novo código, patrocinado aliás pela bancada ruralista. Na balbúrdia em que se acham o Brasil e seu Congresso, não seria surpresa se conseguirem passar mais esse afrouxamento. Como, de resto, querem fazer com as regras de licenciamento ambiental –após a hecatombe em Mariana, note bem. Nossa sorte é que há grupos de interesse que não cochilam, mesmo em meio ao entorpecimento geral da nação. No caso do CAR, a Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura veio a público (bit.ly/1TV4mWU ) para se opor ao novo adiamento. Para esse grupo, a prorrogação "comprometeria a imagem do setor perante investidores e resultaria em atrasos na implementação de compromissos firmados por empresas compradoras de produtos agropecuários brasileiros para a promoção de cadeias de valor livres de desmatamento ilegal, abalando a imagem e reputação do país e resultando em impactos comerciais relevantes". No caso da fratura hidráulica, a resistência tem como protagonista a Coalizão Não Fracking Brasil e pela Sustentabilidade (Coesus). Aqui a objeção se dá contra os contratos originados da 12ª e da 13ª rodadas de licitações de blocos exploratórios para gás de xisto por fracking na Bacia de Sergipe-Alagoas, respectivamente de 2013 e 2015. Na sexta (18), o grupo comemorou decisão liminar da Justiça obtida pelo Ministério Público Federal em Alagoas (bit.ly/1Zb48dQ ). Decisões similares já foram emitidas no Piauí, em São Paulo, no Acre e no Paraná. A coalizão considera a tecnologia de fracking altamente poluente, grande consumidora de água e emissora de CO2, além de contribuir para as mudanças climáticas também com a liberação de metano, um gás de efeito estufa várias vezes mais poluente que o dióxido de carbono. Essa é uma discussão muito presente nos EUA, onde o fracking revolucionou a indústria de combustíveis fósseis, mas também vem enfrentando repúdio crescente das comunidades afetadas pela extração. No Brasil, mesmerizado pela crise em torno de Dilma e Lula, o debate está apenas começando. Mas pouca gente presta atenção.
colunas
País fraturadoUm dos efeitos preocupantes da erosão do debate público sereno e objetivo no país, que cavou um abismo entre os que são pró e contra o governo Dilma Rousseff (PT), está no sumiço da atenção para outros temas tão ou mais importantes. A falta de luz e o excesso de calor criam ambiente propício para a proliferação de iniciativas nocivas cujos impactos ficarão entre nós por várias décadas. Dois exemplos: o cadastro ambiental rural (CAR) e a exploração de gás de xisto por fraturamento hidráulico ("fracking"). O CAR surgiu com a reformulação do Código Florestal (lei 12.651), sancionado por Dilma em 2012. Até maio de 2015, todas as propriedades rurais do país tinham de registrar num arquivo digital suas áreas de produção, de preservação permanente e de reserva legal. Isso implica reconhecer, perante o Estado, qualquer passivo ambiental –desmatamento em margem de rio, por exemplo. Era só o primeiro passo para a regularização, mas muito fazendeiro arrastou o pé, como seria de prever. O governo federal adiou por um ano a obrigação. Até fevereiro, 2,4 milhões de imóveis rurais foram cadastrados no país. São 2,69 milhões de km2, quase um terço do território nacional. Isso corresponde a 67,6% da área que deveria ser cadastrada nesse prazo (bit.ly/1MG6rOu ). Já tem quem fale em prorrogar de novo o compromisso. Se acontecer, ficará com cara de boba a maioria de fazendeiros que se esforçou para cumprir o novo código, patrocinado aliás pela bancada ruralista. Na balbúrdia em que se acham o Brasil e seu Congresso, não seria surpresa se conseguirem passar mais esse afrouxamento. Como, de resto, querem fazer com as regras de licenciamento ambiental –após a hecatombe em Mariana, note bem. Nossa sorte é que há grupos de interesse que não cochilam, mesmo em meio ao entorpecimento geral da nação. No caso do CAR, a Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura veio a público (bit.ly/1TV4mWU ) para se opor ao novo adiamento. Para esse grupo, a prorrogação "comprometeria a imagem do setor perante investidores e resultaria em atrasos na implementação de compromissos firmados por empresas compradoras de produtos agropecuários brasileiros para a promoção de cadeias de valor livres de desmatamento ilegal, abalando a imagem e reputação do país e resultando em impactos comerciais relevantes". No caso da fratura hidráulica, a resistência tem como protagonista a Coalizão Não Fracking Brasil e pela Sustentabilidade (Coesus). Aqui a objeção se dá contra os contratos originados da 12ª e da 13ª rodadas de licitações de blocos exploratórios para gás de xisto por fracking na Bacia de Sergipe-Alagoas, respectivamente de 2013 e 2015. Na sexta (18), o grupo comemorou decisão liminar da Justiça obtida pelo Ministério Público Federal em Alagoas (bit.ly/1Zb48dQ ). Decisões similares já foram emitidas no Piauí, em São Paulo, no Acre e no Paraná. A coalizão considera a tecnologia de fracking altamente poluente, grande consumidora de água e emissora de CO2, além de contribuir para as mudanças climáticas também com a liberação de metano, um gás de efeito estufa várias vezes mais poluente que o dióxido de carbono. Essa é uma discussão muito presente nos EUA, onde o fracking revolucionou a indústria de combustíveis fósseis, mas também vem enfrentando repúdio crescente das comunidades afetadas pela extração. No Brasil, mesmerizado pela crise em torno de Dilma e Lula, o debate está apenas começando. Mas pouca gente presta atenção.
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Arrecadação sobre doações e heranças dispara em São Paulo
A arrecadação do ITCMD (imposto sobre heranças e doações) atingiu R$ 935,4 milhões no primeiro semestre deste ano em São Paulo. O volume é 53,8% maior do que no mesmo período de 2014. A disparada ocorre enquanto os Estados discutem elevar a alíquota e a União estuda uma forma de se apropriar de parte desse imposto. Advogados têm orientado os clientes a correrem para fazer o planejamento sucessório ainda em vida, por meio de doação, antes de um possível aumento no ITCMD pelos Estados. O escritório Siqueira Castro criou um núcleo para lidar com o assunto. Para a Secretaria da Fazenda paulista, a alta na arrecadação reflete o esforço de fiscalização do Estado, que passou a monitorar as doações. Herança x doação - Veja alíquotas cobradas para transferência de bens no país Com alíquota máxima de 8%, o imposto brasileiro sobre herança é um dos menores do mundo. Nos EUA, chega a 40% e na França a 60%. Na última quinta (20), o Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), que reúne os secretários estaduais de Fazenda, decidiu propor a elevação da alíquota do ITCMD para até 20%. A proposta deve chegar ao Senado nesta semana. Se for aprovada, a alta entrará em vigor no ano fiscal seguinte. Já para a União ficar com parte desse imposto, o Congresso precisa aprovar uma emenda constitucional com maioria qualificada de 3/5 dos senadores e deputados em dois turnos de votação. Herança x doação no mundo - Veja quanto países cobram pela transferência de bens Segundo o advogado Plinio Sales, especialista em sucessão patrimonial, nenhuma mudança vai pegar as famílias em processo de sucessão despreparadas. "Os processos de doação e sucessão são relativamente rápidos." Para Carolina Rotatori, da EY (antiga Ernst & Young), o mais provável no curto prazo é que os Estados elevem a alíquota para o máximo de 8%, em vigor só na Bahia, Ceará e Santa Catarina. Em São Paulo, o imposto é de 4%. Para passar bens como imóveis sob a forma de doação a filhos, por exemplo, o instrumento jurídico é o contrato de doação com registro público feito por um advogado. O imposto incide sobre o valor do bem e é recolhido no momento do registro. Nas doações em que doador tem o direito de continuar usando o imóvel até sua morte, chamadas de doação com reserva de usufruto, o recolhimento do ITCMD em São Paulo é feito metade na doação e o restante no cancelamento do usufruto, após a morte do doador. SUCESSÃO PATRIMONIAL Conheça os instrumentos disponíveis para destinar bens e recursos aos herdeiros 1 - Conta conjunta no banco Cotitular da conta ou poupança também é considerado dono do dinheiro e pode movimentar valores sem passar pelo inventário. É a formas mais simples de permitir acesso a recursos em caso de morte 2 - Testamento Titular expressa como será a partilha dos bens após a morte. Só é possível destinar metade do patrimônio fora dos herdeiros necessários (filhos, companheiro e pais). Desvantagem é que o inventário será por via judicial 3 - Seguro de vida Beneficiários recebem um valor em caso de morte. Principal vantagem é que a família não corre risco de ficar sem dinheiro, inclusive para custos do inventário. Há apólices com cláusulas específicas para isso 4 - Previdência VGBL Fundo de previdência privada voltado para quem faz declaração do Imposto de Renda pelo modelo simplificado. Permite destinar o capital acumulado aos beneficiários sem passar por inventário 5 - Fundos de investimento Geralmente focados em imóveis, os fundos permitem administração de aluguéis e exploração de direitos como crédito, royalties etc. Herdeiros se tornam cotistas e são tributados como investidores 6 - Empresa holding Imóveis, ações e direitos são transferidos para empresa que tem os herdeiros como sócios. Não há ITCMD, mas lucros e ganho de capital são tributados como pessoa jurídica, com alíquota que pode ser maior > ENTENDA A DOAÇÃO Instrumento de transmissão de recursos, bens e direitos para herdeiros e terceiros conforme a vontade do doador. Pode ter as seguintes cláusulas: USUFRUTO: direito de uso e proventos, como aluguéis, são vitalícios dos antigos donos INALIENABILIDADE: bens não podem ser vendidos INCOMUNICABILIDADE: bens não podem ser passados para cônjuges e herdeiros IMPENHORABILIDADE: bens não podem ser penhorados ou dados como garantia
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Arrecadação sobre doações e heranças dispara em São PauloA arrecadação do ITCMD (imposto sobre heranças e doações) atingiu R$ 935,4 milhões no primeiro semestre deste ano em São Paulo. O volume é 53,8% maior do que no mesmo período de 2014. A disparada ocorre enquanto os Estados discutem elevar a alíquota e a União estuda uma forma de se apropriar de parte desse imposto. Advogados têm orientado os clientes a correrem para fazer o planejamento sucessório ainda em vida, por meio de doação, antes de um possível aumento no ITCMD pelos Estados. O escritório Siqueira Castro criou um núcleo para lidar com o assunto. Para a Secretaria da Fazenda paulista, a alta na arrecadação reflete o esforço de fiscalização do Estado, que passou a monitorar as doações. Herança x doação - Veja alíquotas cobradas para transferência de bens no país Com alíquota máxima de 8%, o imposto brasileiro sobre herança é um dos menores do mundo. Nos EUA, chega a 40% e na França a 60%. Na última quinta (20), o Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), que reúne os secretários estaduais de Fazenda, decidiu propor a elevação da alíquota do ITCMD para até 20%. A proposta deve chegar ao Senado nesta semana. Se for aprovada, a alta entrará em vigor no ano fiscal seguinte. Já para a União ficar com parte desse imposto, o Congresso precisa aprovar uma emenda constitucional com maioria qualificada de 3/5 dos senadores e deputados em dois turnos de votação. Herança x doação no mundo - Veja quanto países cobram pela transferência de bens Segundo o advogado Plinio Sales, especialista em sucessão patrimonial, nenhuma mudança vai pegar as famílias em processo de sucessão despreparadas. "Os processos de doação e sucessão são relativamente rápidos." Para Carolina Rotatori, da EY (antiga Ernst & Young), o mais provável no curto prazo é que os Estados elevem a alíquota para o máximo de 8%, em vigor só na Bahia, Ceará e Santa Catarina. Em São Paulo, o imposto é de 4%. Para passar bens como imóveis sob a forma de doação a filhos, por exemplo, o instrumento jurídico é o contrato de doação com registro público feito por um advogado. O imposto incide sobre o valor do bem e é recolhido no momento do registro. Nas doações em que doador tem o direito de continuar usando o imóvel até sua morte, chamadas de doação com reserva de usufruto, o recolhimento do ITCMD em São Paulo é feito metade na doação e o restante no cancelamento do usufruto, após a morte do doador. SUCESSÃO PATRIMONIAL Conheça os instrumentos disponíveis para destinar bens e recursos aos herdeiros 1 - Conta conjunta no banco Cotitular da conta ou poupança também é considerado dono do dinheiro e pode movimentar valores sem passar pelo inventário. É a formas mais simples de permitir acesso a recursos em caso de morte 2 - Testamento Titular expressa como será a partilha dos bens após a morte. Só é possível destinar metade do patrimônio fora dos herdeiros necessários (filhos, companheiro e pais). Desvantagem é que o inventário será por via judicial 3 - Seguro de vida Beneficiários recebem um valor em caso de morte. Principal vantagem é que a família não corre risco de ficar sem dinheiro, inclusive para custos do inventário. Há apólices com cláusulas específicas para isso 4 - Previdência VGBL Fundo de previdência privada voltado para quem faz declaração do Imposto de Renda pelo modelo simplificado. Permite destinar o capital acumulado aos beneficiários sem passar por inventário 5 - Fundos de investimento Geralmente focados em imóveis, os fundos permitem administração de aluguéis e exploração de direitos como crédito, royalties etc. Herdeiros se tornam cotistas e são tributados como investidores 6 - Empresa holding Imóveis, ações e direitos são transferidos para empresa que tem os herdeiros como sócios. Não há ITCMD, mas lucros e ganho de capital são tributados como pessoa jurídica, com alíquota que pode ser maior > ENTENDA A DOAÇÃO Instrumento de transmissão de recursos, bens e direitos para herdeiros e terceiros conforme a vontade do doador. Pode ter as seguintes cláusulas: USUFRUTO: direito de uso e proventos, como aluguéis, são vitalícios dos antigos donos INALIENABILIDADE: bens não podem ser vendidos INCOMUNICABILIDADE: bens não podem ser passados para cônjuges e herdeiros IMPENHORABILIDADE: bens não podem ser penhorados ou dados como garantia
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No mundo das novas mídias, 'tudo é verdade e nada é verdade', diz Obama
O presidente dos EUA, Barack Obama, avalia que um dos motivos que levaram à vitória de Trump na eleição presidencial do país foi o fato de que ele "entende o novo ecossistema em que fatos e a verdade não importam. Você atrai a atenção, desperta emoções, e continua. Você pode surfar essas emoções", disse, em entrevista à revista "The New Yorker". O comentário de Obama se enquadra na acusação de que redes sociais e a proliferação de notícias falsas à véspera da eleição ajudaram a eleger Trump. Segundo um levantamento realizado pelo BuzzFeed News, antes da eleição, os usuários de redes sociais se engajaram mais com notícias falsas sobre o pleito do que com reportagens reais de veículos de comunicação. Para Obama, esse novo ecossistema da mídia "significa que tudo é verdade e nada é verdade", disse, ecoando o fenômeno chamado de "pós-verdade", termo escolhido pelo dicionário Oxford como a palavra do ano. A palavra faz referência à tendência, apontada por analistas, de emoções terem mais influência sobre a opinião pública do que os fatos. "A explicação de um físico ganhador do Prêmio Nobel para o aquecimento global no Facebook parece exatamente igual à negação do aquecimento global por alguém que receba dinheiro dos irmãos Koch. E a capacidade de disseminar desinformação, teorias da conspiração, de pintar a oposição de forma totalmente negativa sem nenhuma refutação –isso se acelerou de formas que polarizam fortemente o eleitorado e tornam mais difícil ter uma conversa", disse. Segundo o presidente, isso mudou completamente a situação política. "Idealmente, em uma democracia, todo mundo concordaria que o aquecimento global é consequência do comportamento humano, porque isso é o que 99% dos cientistas nos dizem. Então teríamos um debate sobre como consertar isso. (...) Agora não temos mais isso", avaliou. David Simas, diretor político de Obama, também avaliou o efeito de novas mídias na eleição de Trump. Segundo ele, o governo falhou ao falar apenas para seu próprio público, sem alcançar leitores da direita. "Até recentemente, instituições religiosas, a academia e a mídia definiam os parâmetros do discurso aceitável", disse. Trump mudou isso, segundo ele, e conseguiu fazer discursos extremos e ser replicado em redes sociais sem ser denunciado de forma eficiente. "Se Trump tivesse dito o que disse durante a campanha oito anos atrás –sobre banir muçulmanos, sobre mexicanos, sobre deficientes, sobre mulheres–, seus oponentes republicanos, líderes religiosos, acadêmicos teriam denunciado ele e não haveria como contornar essas vozes. Agora, com Facebook e Twitter, pode-se contorná-las. Há permissão social para este tipo de discurso. Ademais, pelas mesmas redes sociais, pode-se achar pessoas que concordam com você e validam esses pensamentos e opiniões. Isso cria toda uma estrutura de permissão, um senso de afirmação social, para aquilo que antes era impensável", explicou. Apesar do diagnóstico e da preocupação com a situação política do país, a surpreendente eleição Trump "não é o apocalipse", disse Obama ao conversar com sua equipe na Casa Branca após o resultado. "Não acredito no apocalíptico – até que o apocalipse ocorra. Acho que nada é o fim do mundo até o fim do mundo", disse, segundo a "New Yorker".
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No mundo das novas mídias, 'tudo é verdade e nada é verdade', diz ObamaO presidente dos EUA, Barack Obama, avalia que um dos motivos que levaram à vitória de Trump na eleição presidencial do país foi o fato de que ele "entende o novo ecossistema em que fatos e a verdade não importam. Você atrai a atenção, desperta emoções, e continua. Você pode surfar essas emoções", disse, em entrevista à revista "The New Yorker". O comentário de Obama se enquadra na acusação de que redes sociais e a proliferação de notícias falsas à véspera da eleição ajudaram a eleger Trump. Segundo um levantamento realizado pelo BuzzFeed News, antes da eleição, os usuários de redes sociais se engajaram mais com notícias falsas sobre o pleito do que com reportagens reais de veículos de comunicação. Para Obama, esse novo ecossistema da mídia "significa que tudo é verdade e nada é verdade", disse, ecoando o fenômeno chamado de "pós-verdade", termo escolhido pelo dicionário Oxford como a palavra do ano. A palavra faz referência à tendência, apontada por analistas, de emoções terem mais influência sobre a opinião pública do que os fatos. "A explicação de um físico ganhador do Prêmio Nobel para o aquecimento global no Facebook parece exatamente igual à negação do aquecimento global por alguém que receba dinheiro dos irmãos Koch. E a capacidade de disseminar desinformação, teorias da conspiração, de pintar a oposição de forma totalmente negativa sem nenhuma refutação –isso se acelerou de formas que polarizam fortemente o eleitorado e tornam mais difícil ter uma conversa", disse. Segundo o presidente, isso mudou completamente a situação política. "Idealmente, em uma democracia, todo mundo concordaria que o aquecimento global é consequência do comportamento humano, porque isso é o que 99% dos cientistas nos dizem. Então teríamos um debate sobre como consertar isso. (...) Agora não temos mais isso", avaliou. David Simas, diretor político de Obama, também avaliou o efeito de novas mídias na eleição de Trump. Segundo ele, o governo falhou ao falar apenas para seu próprio público, sem alcançar leitores da direita. "Até recentemente, instituições religiosas, a academia e a mídia definiam os parâmetros do discurso aceitável", disse. Trump mudou isso, segundo ele, e conseguiu fazer discursos extremos e ser replicado em redes sociais sem ser denunciado de forma eficiente. "Se Trump tivesse dito o que disse durante a campanha oito anos atrás –sobre banir muçulmanos, sobre mexicanos, sobre deficientes, sobre mulheres–, seus oponentes republicanos, líderes religiosos, acadêmicos teriam denunciado ele e não haveria como contornar essas vozes. Agora, com Facebook e Twitter, pode-se contorná-las. Há permissão social para este tipo de discurso. Ademais, pelas mesmas redes sociais, pode-se achar pessoas que concordam com você e validam esses pensamentos e opiniões. Isso cria toda uma estrutura de permissão, um senso de afirmação social, para aquilo que antes era impensável", explicou. Apesar do diagnóstico e da preocupação com a situação política do país, a surpreendente eleição Trump "não é o apocalipse", disse Obama ao conversar com sua equipe na Casa Branca após o resultado. "Não acredito no apocalíptico – até que o apocalipse ocorra. Acho que nada é o fim do mundo até o fim do mundo", disse, segundo a "New Yorker".
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Mudas plantadas na abertura da Rio-2016 seguem no mesmo lugar
Talvez você se lembre de um momento emocionante na abertura da Rio-2016. Enquanto os locutores falam sobre o problema do aquecimento global e são mostradas imagens do mundo sob o impacto do derretimento das calotas polares, um garoto entra no gramado do Maracanã, vai até o centro, onde descansa, solitária, a muda de uma árvore. "Será que tem jeito?", questionam. Fernanda Montenegro lê o poema "A Flor e a Náusea", de Carlos Drummond. Então, é anunciado em francês, inglês e português, a seguinte promessa: "Durante a sua entrada cada atleta semeará uma árvore nativa do Brasil. As 11 mil mudas serão plantadas no Parque Radical. A Floresta dos Atletas será um legado para o Rio de Janeiro." Os participantes fazem a festa e, no corredor central, os voluntários trazem os totens onde deverão ser depositadas as sementes de 207 espécies da Mata Atlântica, que representam cada uma das delegações. Havia ainda a intenção de se fazer um filme para documentar o resultado da iniciativa até 2020, que deveria ser exibido na Olimpíada no Japão. Mais de um ano depois, as mudas continuam no mesmo lugar, em posse da Biovert Engenharia Ambiental e Florestal, em Silva Jardim, no interior do Estado do Rio. E o assunto só não caiu no esquecimento porque o Tribunal de Contas da União resolveu cobrar a dívida do comitê organizador e da prefeitura. "Ao fazer a promessa perante a comunidade mundial, o Comitê Rio-2016 vinculou-se, sobretudo moralmente, por conta do seu dever de probidade, e não apenas pelo fato de a Floresta dos Atletas e o Bosque dos Medalhistas representarem uma parcela mínima daquele compromisso de plantio de 24 milhões de mudas estabelecido no Dossiê da Candidatura. Consumada tal inadimplência, ficará a frustração causada pelo engodo, pela encenação", foi a bronca oficial do TCU. Tem lá um filme com o então prefeito Eduardo Paes, todo pimpão, brincando de plantar árvore em Deodoro. Esse é outro capítulo triste da nossa história olímpica. O Parque Radical foi erguido no Morro do Capim, no bairro da Zona Norte da cidade. Era um descampado que ganhou as instalações que serviram para as competições de canoagem. Inaugurado em dezembro de 2015, era a diversão da comunidade local, até ser fechado para os Jogos. Nunca mais foi reaberto. Necas de legado. Nem parque para a população nem floresta para salvar o mundo do aquecimento global. O Brasil assumiu um compromisso perante uma audiência de 2,5 bilhões de pessoas naquela noite. Estamos carecas de ver promessas não serem cumpridas. Está lá no Dossiê da Candidatura a de limpar a baía da Guanabara e o complexo lagunar de Jacarepaguá, que está condenado. Nada foi feito. Mas muito dinheiro foi gasto. Com a pressão do TCU, a prefeitura diz que as mudas serão transportadas para Deodoro em 21 de setembro, mesmo dia em que o Parque deve ser reaberto para a população. Mas a Biovert trabalha com o prazo determinado pelo tribunal de fazer o replantio em novembro. Se o aquecimento global tem jeito, não faço a menor ideia. Mas em se tratando das promessas feitas por políticos e dirigentes esportivos, posso afirmar que essas dívidas não correm o menor risco de serem honradas como deveriam. E a gente ainda paga um mico mundial.
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Mudas plantadas na abertura da Rio-2016 seguem no mesmo lugarTalvez você se lembre de um momento emocionante na abertura da Rio-2016. Enquanto os locutores falam sobre o problema do aquecimento global e são mostradas imagens do mundo sob o impacto do derretimento das calotas polares, um garoto entra no gramado do Maracanã, vai até o centro, onde descansa, solitária, a muda de uma árvore. "Será que tem jeito?", questionam. Fernanda Montenegro lê o poema "A Flor e a Náusea", de Carlos Drummond. Então, é anunciado em francês, inglês e português, a seguinte promessa: "Durante a sua entrada cada atleta semeará uma árvore nativa do Brasil. As 11 mil mudas serão plantadas no Parque Radical. A Floresta dos Atletas será um legado para o Rio de Janeiro." Os participantes fazem a festa e, no corredor central, os voluntários trazem os totens onde deverão ser depositadas as sementes de 207 espécies da Mata Atlântica, que representam cada uma das delegações. Havia ainda a intenção de se fazer um filme para documentar o resultado da iniciativa até 2020, que deveria ser exibido na Olimpíada no Japão. Mais de um ano depois, as mudas continuam no mesmo lugar, em posse da Biovert Engenharia Ambiental e Florestal, em Silva Jardim, no interior do Estado do Rio. E o assunto só não caiu no esquecimento porque o Tribunal de Contas da União resolveu cobrar a dívida do comitê organizador e da prefeitura. "Ao fazer a promessa perante a comunidade mundial, o Comitê Rio-2016 vinculou-se, sobretudo moralmente, por conta do seu dever de probidade, e não apenas pelo fato de a Floresta dos Atletas e o Bosque dos Medalhistas representarem uma parcela mínima daquele compromisso de plantio de 24 milhões de mudas estabelecido no Dossiê da Candidatura. Consumada tal inadimplência, ficará a frustração causada pelo engodo, pela encenação", foi a bronca oficial do TCU. Tem lá um filme com o então prefeito Eduardo Paes, todo pimpão, brincando de plantar árvore em Deodoro. Esse é outro capítulo triste da nossa história olímpica. O Parque Radical foi erguido no Morro do Capim, no bairro da Zona Norte da cidade. Era um descampado que ganhou as instalações que serviram para as competições de canoagem. Inaugurado em dezembro de 2015, era a diversão da comunidade local, até ser fechado para os Jogos. Nunca mais foi reaberto. Necas de legado. Nem parque para a população nem floresta para salvar o mundo do aquecimento global. O Brasil assumiu um compromisso perante uma audiência de 2,5 bilhões de pessoas naquela noite. Estamos carecas de ver promessas não serem cumpridas. Está lá no Dossiê da Candidatura a de limpar a baía da Guanabara e o complexo lagunar de Jacarepaguá, que está condenado. Nada foi feito. Mas muito dinheiro foi gasto. Com a pressão do TCU, a prefeitura diz que as mudas serão transportadas para Deodoro em 21 de setembro, mesmo dia em que o Parque deve ser reaberto para a população. Mas a Biovert trabalha com o prazo determinado pelo tribunal de fazer o replantio em novembro. Se o aquecimento global tem jeito, não faço a menor ideia. Mas em se tratando das promessas feitas por políticos e dirigentes esportivos, posso afirmar que essas dívidas não correm o menor risco de serem honradas como deveriam. E a gente ainda paga um mico mundial.
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Veterano Hypolito e estreante Nory levam primeiras medalhas no solo para o Brasil
EDUARDO GERAQUE MARIANA LAJOLO ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO Um veterano que, enfim, realiza o sonho de pendurar uma medalha no peito. Um jovem que se arrisca e atinge o que parecia improvável. A ginástica artística masculina do Brasil conseguiu um feito inédito nos Jogos do Rio e colocou dois atletas no pódio do solo: Diego Hypolito, 30, é prata; Arthur Nory, 22, bronze. "Não consigo acreditar que é real. Mostra para qualquer pessoa que, se acreditar, você pode realizar seu sonho. Em uma Olimpíada [2008] eu caí de bunda, na outra [2012], literalmente de cara, e agora caí e pé, afirmou Hypolito, campeão mundial de solo em 2005 e 2007. "Eu nem era tão bom agora quanto nas outras Olimpíadas e consegui uma medalha. Quando saí de lá parecia que havia saído um caminhão das minhas costas. Era minha terceira Olimpíada, com 30 anos, e vou para quarta Olimpíada, sim." hypolito e nory Hypolito havia dito que iria fazer seu papel e jogar a pressão para os rivais. Foi o segundo a se apresentar e saiu do solo vibrando. Mas quando viu a nota no placar, 15.533, não escondeu o desapontamento: "É baixa", disse ao técnico Marcos Goto. E aí começou a agonia. O campeão do individual geral, Kohei Unchimura, havia se apresentado primeiro e pisado fora do tablado. O japonês estava fora da disputa. Mas logo veio Max Whitlock. Hypolito andava pra lá e pra cá, ansioso. O britânico, que havia empatado com o brasileiro no qualificatório, foi mais eficiente na final: 15.633. Um lugar a menos no pódio para ser ocupado. Nada de ouro. Quando Arthur Nory entrou para se apresentar, as posições estavam inalteradas. O brasileiro cravou sua série e saiu vibrando tanto que quase caiu do tablado. A nota o colocou ao lado do colega de equipe na agonia da espera: 15.433. Depois da frustração de ficar fora da final da barra fixa, ele resolveu arriscar e aumentar em 0.3 sua nota de partida, colocando elementos que jamais havia apresentado em competições grandes. "Eu fui para o tudo ou nada", disse. Hypolito estava muito aflito. Roeu os dedos, deitou no chão, ficou com a pressão baixa e teve de ser acalmado por Goto. Faltavam três rivais. A torcida deixou o "fair play" de lado e vibrou com os erros do japonês Kenzo Shirai e do norte-americano Jacob Dalton. Quando Samuel Mikulak entrou no tablado, Hypolito já tinha uma medalha assegurada e já chorava. O norte-americano fez uma série fraca (14.333) e abriu o caminho para Nory, que ajoelhou e colocou a cabeça no chão, chorando, subir no pódio. "Depois que você faz a série, um filme passa na sua cabeça", afirmou o medalhista de bronze, que ainda teve de tempo de ficar contrariado com a torcida brasileira. "Até pedi [por meio de gestos] para que eles parassem. Tem que ter espírito esportivo, esperar o último competidor terminar. E só depois da nota se manifestar", afirmou. O Brasil ainda tem Arthur Zanetti, nas argolas, e Flavia Saraiva, trave, nas finais desta segunda (15). Na terça (16), Franciso Barreto Jr. disputa a barra fixa. TRAUMAS PARA TRÁS Praticamente fora da Olimpíada há alguns meses, Diego Hypolito focou no objetivo que era voltar aos Jogos. Com os resultados nos treinos e a necessidade de a equipe brasileira ter um especialista no solo, acabou conquistando a sonhada vaga. Acabou levando a prata. Bicampeão do mundo no seu aparelho preferido, voltou a disputar uma final olímpica depois de oito anos. Na prova na Arena Olímpica do Rio, Diego mostrou que, enfim, como ele mesmo disse nesta semana, conseguiu superar seus traumas olímpicos. Em Pequim-2008, após obter a vaga na final em primeiro lugar no solo, o ginasta foi para a sua primeira decisão olímpica favorito a ganhar a primeira medalha da história da ginástica para o Brasil. Após uma queda na sua apresentação, conseguiu apenas o sexto lugar na decisão. Quatro anos depois, em Londres-2012, outra queda, desta vez na fase classificatória. Diego, então, nem conseguiu chegar à final. "Ralei muito para estar aqui. Fui a três Olimpíadas, não tenho que ter vergonha de nada. Sei que posso realizar", disse o ginasta, que chorou muito logo depois de terminar sua participação no solo na fase classificatória da Rio-2016. DO JUDÔ À GINÁSTICA Medalha de bronze no solo, Arthur Nory começou no esporte no judô. Era o plano do pai, Roberto, faixa preta. Mas o garoto ia para os treinos no clube e ficava encantado com as acrobacias das ginastas. Quando os pais se separaram, e a mãe, Nadna Oyakawa, passou a dar aulas de educação física em um clube da zona Leste, o garoto de 11 anos contou que queria praticar ginástica, e foi incentivado por ela. Nory começou a frequentar os treinos e, menos de seis meses depois, passava em um teste no Pinheiros, para uma das principais equipes do país. O pai, no entanto, só passou a apoiar o garoto após uma conversa com o técnico e psicóloga de Nory. Ele viu os resultados do filho, entendeu o que era a ginástica e viu que ele poderia "ter futuro". Ele foi campeão brasileiro infantil aos 14 anos. No Mundial do ano passado, foi o primeiro atleta do país a chegar à final da barra fixa. Terminou em quarto lugar, colocação inédita. A marca fez ele e seu treinador, Cristiano Albino, acreditarem na chance de medalhas. Nory, no entanto, foi mal em seu aparelho mais forte e nem avançou à decisão na Rio-2016. Restou-lhe o solo, do qual levou medalha. No ano passado, Nory passou por momentos conturbados. Em fevereiro, Nory havia passado por uma cirurgia no menisco. Em maio, envolveu-se em uma polêmica sobre racismo. Publicou em uma rede social um vídeo em que ele e mais dois ginastas faziam piadas racistas direcionadas ao colega Angelo Assumpção, que é negro. O trio foi suspenso por 30 dias e gravou um depoimento pedindo desculpas. Assumpção disse que a ferida já está cicatrizada. Desde então, quando questionado, Nory afirma que não toca mais no assunto. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
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Veterano Hypolito e estreante Nory levam primeiras medalhas no solo para o Brasil EDUARDO GERAQUE MARIANA LAJOLO ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO Um veterano que, enfim, realiza o sonho de pendurar uma medalha no peito. Um jovem que se arrisca e atinge o que parecia improvável. A ginástica artística masculina do Brasil conseguiu um feito inédito nos Jogos do Rio e colocou dois atletas no pódio do solo: Diego Hypolito, 30, é prata; Arthur Nory, 22, bronze. "Não consigo acreditar que é real. Mostra para qualquer pessoa que, se acreditar, você pode realizar seu sonho. Em uma Olimpíada [2008] eu caí de bunda, na outra [2012], literalmente de cara, e agora caí e pé, afirmou Hypolito, campeão mundial de solo em 2005 e 2007. "Eu nem era tão bom agora quanto nas outras Olimpíadas e consegui uma medalha. Quando saí de lá parecia que havia saído um caminhão das minhas costas. Era minha terceira Olimpíada, com 30 anos, e vou para quarta Olimpíada, sim." hypolito e nory Hypolito havia dito que iria fazer seu papel e jogar a pressão para os rivais. Foi o segundo a se apresentar e saiu do solo vibrando. Mas quando viu a nota no placar, 15.533, não escondeu o desapontamento: "É baixa", disse ao técnico Marcos Goto. E aí começou a agonia. O campeão do individual geral, Kohei Unchimura, havia se apresentado primeiro e pisado fora do tablado. O japonês estava fora da disputa. Mas logo veio Max Whitlock. Hypolito andava pra lá e pra cá, ansioso. O britânico, que havia empatado com o brasileiro no qualificatório, foi mais eficiente na final: 15.633. Um lugar a menos no pódio para ser ocupado. Nada de ouro. Quando Arthur Nory entrou para se apresentar, as posições estavam inalteradas. O brasileiro cravou sua série e saiu vibrando tanto que quase caiu do tablado. A nota o colocou ao lado do colega de equipe na agonia da espera: 15.433. Depois da frustração de ficar fora da final da barra fixa, ele resolveu arriscar e aumentar em 0.3 sua nota de partida, colocando elementos que jamais havia apresentado em competições grandes. "Eu fui para o tudo ou nada", disse. Hypolito estava muito aflito. Roeu os dedos, deitou no chão, ficou com a pressão baixa e teve de ser acalmado por Goto. Faltavam três rivais. A torcida deixou o "fair play" de lado e vibrou com os erros do japonês Kenzo Shirai e do norte-americano Jacob Dalton. Quando Samuel Mikulak entrou no tablado, Hypolito já tinha uma medalha assegurada e já chorava. O norte-americano fez uma série fraca (14.333) e abriu o caminho para Nory, que ajoelhou e colocou a cabeça no chão, chorando, subir no pódio. "Depois que você faz a série, um filme passa na sua cabeça", afirmou o medalhista de bronze, que ainda teve de tempo de ficar contrariado com a torcida brasileira. "Até pedi [por meio de gestos] para que eles parassem. Tem que ter espírito esportivo, esperar o último competidor terminar. E só depois da nota se manifestar", afirmou. O Brasil ainda tem Arthur Zanetti, nas argolas, e Flavia Saraiva, trave, nas finais desta segunda (15). Na terça (16), Franciso Barreto Jr. disputa a barra fixa. TRAUMAS PARA TRÁS Praticamente fora da Olimpíada há alguns meses, Diego Hypolito focou no objetivo que era voltar aos Jogos. Com os resultados nos treinos e a necessidade de a equipe brasileira ter um especialista no solo, acabou conquistando a sonhada vaga. Acabou levando a prata. Bicampeão do mundo no seu aparelho preferido, voltou a disputar uma final olímpica depois de oito anos. Na prova na Arena Olímpica do Rio, Diego mostrou que, enfim, como ele mesmo disse nesta semana, conseguiu superar seus traumas olímpicos. Em Pequim-2008, após obter a vaga na final em primeiro lugar no solo, o ginasta foi para a sua primeira decisão olímpica favorito a ganhar a primeira medalha da história da ginástica para o Brasil. Após uma queda na sua apresentação, conseguiu apenas o sexto lugar na decisão. Quatro anos depois, em Londres-2012, outra queda, desta vez na fase classificatória. Diego, então, nem conseguiu chegar à final. "Ralei muito para estar aqui. Fui a três Olimpíadas, não tenho que ter vergonha de nada. Sei que posso realizar", disse o ginasta, que chorou muito logo depois de terminar sua participação no solo na fase classificatória da Rio-2016. DO JUDÔ À GINÁSTICA Medalha de bronze no solo, Arthur Nory começou no esporte no judô. Era o plano do pai, Roberto, faixa preta. Mas o garoto ia para os treinos no clube e ficava encantado com as acrobacias das ginastas. Quando os pais se separaram, e a mãe, Nadna Oyakawa, passou a dar aulas de educação física em um clube da zona Leste, o garoto de 11 anos contou que queria praticar ginástica, e foi incentivado por ela. Nory começou a frequentar os treinos e, menos de seis meses depois, passava em um teste no Pinheiros, para uma das principais equipes do país. O pai, no entanto, só passou a apoiar o garoto após uma conversa com o técnico e psicóloga de Nory. Ele viu os resultados do filho, entendeu o que era a ginástica e viu que ele poderia "ter futuro". Ele foi campeão brasileiro infantil aos 14 anos. No Mundial do ano passado, foi o primeiro atleta do país a chegar à final da barra fixa. Terminou em quarto lugar, colocação inédita. A marca fez ele e seu treinador, Cristiano Albino, acreditarem na chance de medalhas. Nory, no entanto, foi mal em seu aparelho mais forte e nem avançou à decisão na Rio-2016. Restou-lhe o solo, do qual levou medalha. No ano passado, Nory passou por momentos conturbados. Em fevereiro, Nory havia passado por uma cirurgia no menisco. Em maio, envolveu-se em uma polêmica sobre racismo. Publicou em uma rede social um vídeo em que ele e mais dois ginastas faziam piadas racistas direcionadas ao colega Angelo Assumpção, que é negro. O trio foi suspenso por 30 dias e gravou um depoimento pedindo desculpas. Assumpção disse que a ferida já está cicatrizada. Desde então, quando questionado, Nory afirma que não toca mais no assunto. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
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Passaporte alemão dificulta extradição de Eike, dizem especialistas
O passaporte alemão de Eike Batista facilitará que o empresário, considerado foragido pela Justiça e procurado pela Interpol (Polícia Internacional), não seja extraditado ao Brasil caso seja localizado fora do país e resista a voltar. A avaliação é de especialistas em Direito Internacional, que apontam a Alemanha como "o melhor lugar do mundo para Eike estar no momento", já que ele é filho de uma alemã e tem cidadania no país –a Constituição local não permite a extradição de cidadãos. O Brasil não tem tratado bilateral com a Alemanha sobre o tema. Porém, caso Eike seja localizado no país europeu, deve ser solicitada a sua extradição. Se ela for recusada, o Brasil pode apelar para convenções da ONU anti-corrupção e contra crime organizado internacional, assinadas pelos dois países. "Caso a extradição não seja aceita mesmo assim, o último recurso é pedir que seja aberto um processo criminal contra Eike na Alemanha", afirma o procurador e professor da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) Artur Gueiros. Se estivesse na Alemanha e não houvesse extradição, Eike poderia viver como qualquer cidadão comum. No Brasil, o processo contra ele poderia correr normalmente, à distância, de acordo com o professor da FGV Thiago Bottino. A defesa de Eike diz que ele está nos Estados Unidos e deve se apresentar em breve às autoridades brasileiras. Segundo a Polícia Federal, ele embarcou na terça (24) para Nova York com um passaporte alemão. Para Gueiros, os EUA são "o pior lugar do mundo para Eike estar no momento", porque a legislação americana pode permitir a investigação e abertura de processo criminal contra o empresário, devido ao porte das suas empresas. No entanto, o advogado e professor da Mackenzie Clayton Pegoraro relativiza essa possibilidade. Ele diz que os EUA podem não ter interesse em abrir processo contra Eike se não houver indícios de que o empresário cometeu crimes que afetem o país. Além disso, por estar com um passaporte alemão, o Brasil também poderia ter dificuldade em realizar sua extradição, mesmo que ele não esteja na Alemanha. "Como o Brasil pode pedir para prender um alemão? Isso pode até causar um incidente internacional", afirma Pegoraro. Eike Batista é suspeito de ocultar US$ 16,5 milhões de propina do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) no exterior. Ele foi alvo de um mandado de prisão preventiva (sem data para terminar) da operação Eficiência, braço da Lava Jato deflagrado nesta quinta (26). O advogado Sérgio Bermudes, que representa Eike em causas cíveis, nega que o empresário tenha viajado com o objetivo de escapar da Justiça.
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Passaporte alemão dificulta extradição de Eike, dizem especialistasO passaporte alemão de Eike Batista facilitará que o empresário, considerado foragido pela Justiça e procurado pela Interpol (Polícia Internacional), não seja extraditado ao Brasil caso seja localizado fora do país e resista a voltar. A avaliação é de especialistas em Direito Internacional, que apontam a Alemanha como "o melhor lugar do mundo para Eike estar no momento", já que ele é filho de uma alemã e tem cidadania no país –a Constituição local não permite a extradição de cidadãos. O Brasil não tem tratado bilateral com a Alemanha sobre o tema. Porém, caso Eike seja localizado no país europeu, deve ser solicitada a sua extradição. Se ela for recusada, o Brasil pode apelar para convenções da ONU anti-corrupção e contra crime organizado internacional, assinadas pelos dois países. "Caso a extradição não seja aceita mesmo assim, o último recurso é pedir que seja aberto um processo criminal contra Eike na Alemanha", afirma o procurador e professor da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) Artur Gueiros. Se estivesse na Alemanha e não houvesse extradição, Eike poderia viver como qualquer cidadão comum. No Brasil, o processo contra ele poderia correr normalmente, à distância, de acordo com o professor da FGV Thiago Bottino. A defesa de Eike diz que ele está nos Estados Unidos e deve se apresentar em breve às autoridades brasileiras. Segundo a Polícia Federal, ele embarcou na terça (24) para Nova York com um passaporte alemão. Para Gueiros, os EUA são "o pior lugar do mundo para Eike estar no momento", porque a legislação americana pode permitir a investigação e abertura de processo criminal contra o empresário, devido ao porte das suas empresas. No entanto, o advogado e professor da Mackenzie Clayton Pegoraro relativiza essa possibilidade. Ele diz que os EUA podem não ter interesse em abrir processo contra Eike se não houver indícios de que o empresário cometeu crimes que afetem o país. Além disso, por estar com um passaporte alemão, o Brasil também poderia ter dificuldade em realizar sua extradição, mesmo que ele não esteja na Alemanha. "Como o Brasil pode pedir para prender um alemão? Isso pode até causar um incidente internacional", afirma Pegoraro. Eike Batista é suspeito de ocultar US$ 16,5 milhões de propina do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) no exterior. Ele foi alvo de um mandado de prisão preventiva (sem data para terminar) da operação Eficiência, braço da Lava Jato deflagrado nesta quinta (26). O advogado Sérgio Bermudes, que representa Eike em causas cíveis, nega que o empresário tenha viajado com o objetivo de escapar da Justiça.
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Comadre de papel reciclado começa a ser testada em hospitais do país
Não se espante se chegar a um hospital e se deparar com comadres e papagaios feitos de papel reciclado. Um sistema de coletores biodegradáveis de urina e fezes está sendo apresentado na Feira Hospitalar, em São Paulo, e testado em hospitais do país. Depois de usado, o material é descartado em uma máquina que o tritura –junto com os detritos– e faz o tratamento de limpeza antes de tudo ser jogado no esgoto. Utilizado em 50 países do mundo, inclusive no Reino Unido, onde é usado em 94% dos hospitais, o sistema tem reduzido o risco de infecções por meio de bactérias que resistem aos processos de desinfecção de coletores de plástico ou aço, que precisam ser lavados após o uso. Segundo Ricardo Mistrone, diretor da Zarek, distribuidora do produto no Brasil, os coletores são produzidos com jornais limpos e reciclados. Mas por que apenas agora o Brasil está testando esses coletores? Para Mistrone, a razão está no fato de o país só ter demonstrado mais consciência de preservação ambiental nos últimos anos. Segundo estudos da fabricante, o sistema utiliza 96,5% menos energia e 60% menos água que os outros coletores. No processo tradicional, é preciso despejar a urina e as fezes no vaso sanitário, acionar a descarga e lavar os recipientes de plástico ou aço. Já os coletores utilizam muito menos água e energia para transformar os resíduos em uma solução que pode ser destinada ao esgoto comum." Um dos hospitais que testou o sistema foi a Santa Casa de Porto Alegre. Segundo a enfermeira Marcia Arsejo, da área de controle de infecção hospitalar, os coletores são um "sonho de consumo". "Os pacientes acharam que eles são mais confortáveis e, por serem de papelão, não são gelados como os coletores de aço. O pessoal da enfermagem gostou porque é descartável, o que é mais prático e seguro", conta. Uma preocupação inicial do hospital era que o material, depois de triturado, entupisse a tubulação do local, o que não aconteceu. Agora o setor de compras avalia a relação custo e benefício do sistema para saber se vale a pena implantá-lo. No Reino Unido, o custo operacional (que envolve os coletores, a máquina, água, luz entre outros) do sistema é de 2.107 libras (R$ 9.190) por ala com 25 leitos. O sistema tradicional custa 3.459 libras (R$ 15.088). O preço ainda não está fechado para o Brasil.
equilibrioesaude
Comadre de papel reciclado começa a ser testada em hospitais do paísNão se espante se chegar a um hospital e se deparar com comadres e papagaios feitos de papel reciclado. Um sistema de coletores biodegradáveis de urina e fezes está sendo apresentado na Feira Hospitalar, em São Paulo, e testado em hospitais do país. Depois de usado, o material é descartado em uma máquina que o tritura –junto com os detritos– e faz o tratamento de limpeza antes de tudo ser jogado no esgoto. Utilizado em 50 países do mundo, inclusive no Reino Unido, onde é usado em 94% dos hospitais, o sistema tem reduzido o risco de infecções por meio de bactérias que resistem aos processos de desinfecção de coletores de plástico ou aço, que precisam ser lavados após o uso. Segundo Ricardo Mistrone, diretor da Zarek, distribuidora do produto no Brasil, os coletores são produzidos com jornais limpos e reciclados. Mas por que apenas agora o Brasil está testando esses coletores? Para Mistrone, a razão está no fato de o país só ter demonstrado mais consciência de preservação ambiental nos últimos anos. Segundo estudos da fabricante, o sistema utiliza 96,5% menos energia e 60% menos água que os outros coletores. No processo tradicional, é preciso despejar a urina e as fezes no vaso sanitário, acionar a descarga e lavar os recipientes de plástico ou aço. Já os coletores utilizam muito menos água e energia para transformar os resíduos em uma solução que pode ser destinada ao esgoto comum." Um dos hospitais que testou o sistema foi a Santa Casa de Porto Alegre. Segundo a enfermeira Marcia Arsejo, da área de controle de infecção hospitalar, os coletores são um "sonho de consumo". "Os pacientes acharam que eles são mais confortáveis e, por serem de papelão, não são gelados como os coletores de aço. O pessoal da enfermagem gostou porque é descartável, o que é mais prático e seguro", conta. Uma preocupação inicial do hospital era que o material, depois de triturado, entupisse a tubulação do local, o que não aconteceu. Agora o setor de compras avalia a relação custo e benefício do sistema para saber se vale a pena implantá-lo. No Reino Unido, o custo operacional (que envolve os coletores, a máquina, água, luz entre outros) do sistema é de 2.107 libras (R$ 9.190) por ala com 25 leitos. O sistema tradicional custa 3.459 libras (R$ 15.088). O preço ainda não está fechado para o Brasil.
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Emerson Fittipaldi lança próprio carro no Salão de Genebra
RODRIGO MORA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE GENEBRA "Minha vida está nesse carro", afirma Emerson Fittipaldi. O esportivo a que se refere o bicampeão de Fórmula 1, campeão da Fórmula Indy e duas vezes vencedor das 500 Milhas de Indianápolis não é um dos bólidos de competição que pilotou, mas, sim, o EF7 Vision Gran Turismo, superesportivo que estreia no Salão de Genebra. A engenharia, que inclui um motor 4.8 V8 de 600 cv e carroceria em fibra de carbono, é de origem alemã: o carro sairá da mesma oficina onde são preparados os bólidos da Mercedes-Benz na DTM, categoria de automobilismo bastante popular na Europa. O desenho é do estúdio Pininfarina. "Disse a eles que queria algo semelhante à silhueta de um tubarão, que para mim é a forma mais bonita da natureza", diz Fittipaldi. Serão apenas 39 exemplares produzidos, e há uma romântica razão para tal número: é a soma de vitórias (36) e títulos (3) que o brasileiro tem na Fórmula 1 e na Indy. "Muita gente já me ligou dizendo que queria o número 1. Para resolver isso, dedicamos cada carro a uma prova", explica o ex-piloto. Não se sabe ainda se carros ligados às corridas mais importantes, como as 500 Milhas de Indianápolis, valerão mais. O preço também não foi definido, mas, segundo Fittipaldi, deve partir de US$ 1 milhão. Quem não puder bancar, poderá ao menos brincar com o carro no game Gran Turismo Sport, próximo jogo da franquia e primeiro da série para o PlayStation 4. Fittipaldi diz não ainda não saber qual vitória batizará o seu próprio exemplar, mas tem até agosto do ano que vem para decidir, antes que comecem as entregas dos primeiros modelos. Além das 39 unidades, há outro número mágico ao redor do EF7: além de estrear na F-1 na década de 70, sete é a quantidade de filhos e de netos que tem o piloto, hoje com 70 anos.
sobretudo
Emerson Fittipaldi lança próprio carro no Salão de Genebra RODRIGO MORA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE GENEBRA "Minha vida está nesse carro", afirma Emerson Fittipaldi. O esportivo a que se refere o bicampeão de Fórmula 1, campeão da Fórmula Indy e duas vezes vencedor das 500 Milhas de Indianápolis não é um dos bólidos de competição que pilotou, mas, sim, o EF7 Vision Gran Turismo, superesportivo que estreia no Salão de Genebra. A engenharia, que inclui um motor 4.8 V8 de 600 cv e carroceria em fibra de carbono, é de origem alemã: o carro sairá da mesma oficina onde são preparados os bólidos da Mercedes-Benz na DTM, categoria de automobilismo bastante popular na Europa. O desenho é do estúdio Pininfarina. "Disse a eles que queria algo semelhante à silhueta de um tubarão, que para mim é a forma mais bonita da natureza", diz Fittipaldi. Serão apenas 39 exemplares produzidos, e há uma romântica razão para tal número: é a soma de vitórias (36) e títulos (3) que o brasileiro tem na Fórmula 1 e na Indy. "Muita gente já me ligou dizendo que queria o número 1. Para resolver isso, dedicamos cada carro a uma prova", explica o ex-piloto. Não se sabe ainda se carros ligados às corridas mais importantes, como as 500 Milhas de Indianápolis, valerão mais. O preço também não foi definido, mas, segundo Fittipaldi, deve partir de US$ 1 milhão. Quem não puder bancar, poderá ao menos brincar com o carro no game Gran Turismo Sport, próximo jogo da franquia e primeiro da série para o PlayStation 4. Fittipaldi diz não ainda não saber qual vitória batizará o seu próprio exemplar, mas tem até agosto do ano que vem para decidir, antes que comecem as entregas dos primeiros modelos. Além das 39 unidades, há outro número mágico ao redor do EF7: além de estrear na F-1 na década de 70, sete é a quantidade de filhos e de netos que tem o piloto, hoje com 70 anos.
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Vitória de Trump derruba ações de empresas de energia limpa
A eleição do empresário Donald Trump fez ações de empresas de energia limpa —como eólica e solar— caírem nas Bolsas, enquanto os papéis de produtores de equipamentos pesados e de ferrovias subiram. O índice S&P Global Clean Energy, que mede o desempenho de 30 companhias de energia limpa, caiu 4,84% na quarta (9), com a vitória de Trump. No mesmo dia, o S&P 500, que reúne 500 grandes empresas americanas, subiu 0,45%. O bilionário diz não acreditar na mudança climática, fenômeno que, segundo ele, foi criado para favorecer os chineses. Durante a campanha, ele prometeu cancelar medidas para reduzir o consumo de combustíveis fósseis e ajudar a indústria do carvão voltar a crescer. Diante da sinalização do republicano, foram beneficiadas ações como a da Caterpillar, que produz equipamentos para mineração. EFEITO TRUMP - Bolsas DÓLAR Especulações sobre a política econômica a ser adotada pelo presidente eleito dos EUA levaram o dólar a uma onda de valorização em todo o mundo. Isso influencia a economia de países emergentes, como o Brasil, onde a já fraca recuperação da atividade pode ficar ainda mais lenta. Os sinais iniciais, captados com o primeiro discurso de Trump após a vitória, sugerem que, no Brasil, a cotação da moeda americana deve ficar mais elevada e os juros vão cair em velocidade mais lenta, afirmam analistas. O resultado dessa combinação é um estímulo menor à retomada da economia brasileira, que está há mais de dois anos em recessão. Nesta quinta (10), o dólar comercial à vista subiu 5% no Brasil, para R$ 3,36, a maior alta em oito anos (desde outubro de 2008) e Bolsa caiu 3,25%. CÂMBIO - Variação de outras moedas em relação ao dólar, em % - Quais são as promessas de Donald Trump para a economia americana? Uma das críticas sofridas pelo republicano durante a campanha era o fato de não dar detalhes sobre o que vai fazer para a maior economia global. No seu discurso de vitória, ele prometeu investimento maciço em infraestrutura. Durante a campanha, Trump prometeu ainda cortar impostos e reduzir a regulação do setor financeiro e das legislações ambiental e trabalhista. Além disso, afirmou que vai renegociar o acordo de livre-comércio com México e Canadá e impor tarifas mais duras para os produtos chineses Se as promessas não são claras, por que as Bolsas americanas bateram recorde? A aposta dos investidores é que setores como banco, empresas de energia e farmacêuticas serão grandes beneficiárias das novas políticas. A história mostra, porém, que é preciso muita cautela nesses momentos. Frequentemente as promessas de campanha não viram realidade após a posse do presidente Como fica o Brasil? A grande questão é o que sairá do discurso para a prática. Nesta quinta-feira (10), o dólar foi mais afetado porque a grande preocupação foi se as políticas de Trump para infraestrutura não vão gerar inflação, o que levaria o BC dos EUA a subir os juros mais rapidamente, atraindo para os mercados americanos investimentos que hoje estão em emergentes
mercado
Vitória de Trump derruba ações de empresas de energia limpaA eleição do empresário Donald Trump fez ações de empresas de energia limpa —como eólica e solar— caírem nas Bolsas, enquanto os papéis de produtores de equipamentos pesados e de ferrovias subiram. O índice S&P Global Clean Energy, que mede o desempenho de 30 companhias de energia limpa, caiu 4,84% na quarta (9), com a vitória de Trump. No mesmo dia, o S&P 500, que reúne 500 grandes empresas americanas, subiu 0,45%. O bilionário diz não acreditar na mudança climática, fenômeno que, segundo ele, foi criado para favorecer os chineses. Durante a campanha, ele prometeu cancelar medidas para reduzir o consumo de combustíveis fósseis e ajudar a indústria do carvão voltar a crescer. Diante da sinalização do republicano, foram beneficiadas ações como a da Caterpillar, que produz equipamentos para mineração. EFEITO TRUMP - Bolsas DÓLAR Especulações sobre a política econômica a ser adotada pelo presidente eleito dos EUA levaram o dólar a uma onda de valorização em todo o mundo. Isso influencia a economia de países emergentes, como o Brasil, onde a já fraca recuperação da atividade pode ficar ainda mais lenta. Os sinais iniciais, captados com o primeiro discurso de Trump após a vitória, sugerem que, no Brasil, a cotação da moeda americana deve ficar mais elevada e os juros vão cair em velocidade mais lenta, afirmam analistas. O resultado dessa combinação é um estímulo menor à retomada da economia brasileira, que está há mais de dois anos em recessão. Nesta quinta (10), o dólar comercial à vista subiu 5% no Brasil, para R$ 3,36, a maior alta em oito anos (desde outubro de 2008) e Bolsa caiu 3,25%. CÂMBIO - Variação de outras moedas em relação ao dólar, em % - Quais são as promessas de Donald Trump para a economia americana? Uma das críticas sofridas pelo republicano durante a campanha era o fato de não dar detalhes sobre o que vai fazer para a maior economia global. No seu discurso de vitória, ele prometeu investimento maciço em infraestrutura. Durante a campanha, Trump prometeu ainda cortar impostos e reduzir a regulação do setor financeiro e das legislações ambiental e trabalhista. Além disso, afirmou que vai renegociar o acordo de livre-comércio com México e Canadá e impor tarifas mais duras para os produtos chineses Se as promessas não são claras, por que as Bolsas americanas bateram recorde? A aposta dos investidores é que setores como banco, empresas de energia e farmacêuticas serão grandes beneficiárias das novas políticas. A história mostra, porém, que é preciso muita cautela nesses momentos. Frequentemente as promessas de campanha não viram realidade após a posse do presidente Como fica o Brasil? A grande questão é o que sairá do discurso para a prática. Nesta quinta-feira (10), o dólar foi mais afetado porque a grande preocupação foi se as políticas de Trump para infraestrutura não vão gerar inflação, o que levaria o BC dos EUA a subir os juros mais rapidamente, atraindo para os mercados americanos investimentos que hoje estão em emergentes
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