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Vírus do alarmismo
Produziu mais estrondo que luz a carta aberta em que 150 pesquisadores clamam pelo adiamento (ou transferência) dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro enquanto a zika não estiver controlada no Brasil. Não se questiona a reputação de quem assina o apelo; vários deles são especialistas em campos como a bioética. Mas suscita dúvidas, para não dizer espanto, vê-los lançar o germe do alarmismo sem corroborá-lo com análise de risco mais robusta. O grupo foi logo refutado por especialistas ocupados diuturnamente com a prevenção de surtos e epidemias mundo afora. A Organização Mundial da Saúde, além dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) e de seu congênere europeu (ECDC), afirma que não há razão de saúde pública para sustar a Olimpíada. Ao rebater a carta, essas organizações o fazem com dados e argumentos. Se é fato que o Brasil passa por grave crise econômica e que a administração e a saúde fluminenses estão à beira de falir, como destaca o alerta, não menos verdade é que os Jogos se realizarão no inverno, quando cai muito o número de mosquitos e de novas infecções pelo vírus. O apelo fala em 500 mil visitantes atraídos pela competição, que poderiam voltar infectados para casa. Omite, porém, que seus deslocamentos constituiriam parcela ínfima das viagens entre regiões afetadas pelo zika: menos de 0,25%, calcularam os CDC. Mesmo sem a Olimpíada, permaneceriam inalterados 99,75% do risco de disseminação do vírus a outros países. O zika se transmite pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti. Em 2014, ano da Copa do Mundo, um estudo da USP previra a notificação de 3 a 59 casos de infecção entre esperados 600 mil turistas; depois, verificou-se que foram três. Não há motivo para que a zika divirja desse padrão. O Brasil é só uma das 60 nações com transmissão ativa de zika, 39 delas nas Américas —incluindo Porto Rico, território dos EUA. Decerto nosso governo precisaria ser mais eficiente no controle do A. aegypti, mas cabe ressalvar que o inseto se tornou cosmopolita e desafia autoridades em diversos países, mesmo na União Europeia. Adiar ou transferir os Jogos Olímpicos do Rio seria um recurso extremo e, por ora, desproporcional. Tudo que se conhece sobre a zika indica que bastam as recomendações da OMS, tais como usar mangas compridas e repelentes, sem necessidade de insuflar alarmismo. [email protected]
opiniao
Vírus do alarmismoProduziu mais estrondo que luz a carta aberta em que 150 pesquisadores clamam pelo adiamento (ou transferência) dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro enquanto a zika não estiver controlada no Brasil. Não se questiona a reputação de quem assina o apelo; vários deles são especialistas em campos como a bioética. Mas suscita dúvidas, para não dizer espanto, vê-los lançar o germe do alarmismo sem corroborá-lo com análise de risco mais robusta. O grupo foi logo refutado por especialistas ocupados diuturnamente com a prevenção de surtos e epidemias mundo afora. A Organização Mundial da Saúde, além dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) e de seu congênere europeu (ECDC), afirma que não há razão de saúde pública para sustar a Olimpíada. Ao rebater a carta, essas organizações o fazem com dados e argumentos. Se é fato que o Brasil passa por grave crise econômica e que a administração e a saúde fluminenses estão à beira de falir, como destaca o alerta, não menos verdade é que os Jogos se realizarão no inverno, quando cai muito o número de mosquitos e de novas infecções pelo vírus. O apelo fala em 500 mil visitantes atraídos pela competição, que poderiam voltar infectados para casa. Omite, porém, que seus deslocamentos constituiriam parcela ínfima das viagens entre regiões afetadas pelo zika: menos de 0,25%, calcularam os CDC. Mesmo sem a Olimpíada, permaneceriam inalterados 99,75% do risco de disseminação do vírus a outros países. O zika se transmite pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti. Em 2014, ano da Copa do Mundo, um estudo da USP previra a notificação de 3 a 59 casos de infecção entre esperados 600 mil turistas; depois, verificou-se que foram três. Não há motivo para que a zika divirja desse padrão. O Brasil é só uma das 60 nações com transmissão ativa de zika, 39 delas nas Américas —incluindo Porto Rico, território dos EUA. Decerto nosso governo precisaria ser mais eficiente no controle do A. aegypti, mas cabe ressalvar que o inseto se tornou cosmopolita e desafia autoridades em diversos países, mesmo na União Europeia. Adiar ou transferir os Jogos Olímpicos do Rio seria um recurso extremo e, por ora, desproporcional. Tudo que se conhece sobre a zika indica que bastam as recomendações da OMS, tais como usar mangas compridas e repelentes, sem necessidade de insuflar alarmismo. [email protected]
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Marco Aurélio Canônico: Segurança patrocinada
RIO DE JANEIRO - Sem muito alarde ou maiores detalhes, o secretário de Segurança do Rio anunciou, há uma semana, que o Estado estava fechando parcerias com empresários para financiar com dinheiro privado ações públicas de policiamento. A ideia surge, não por acaso, num momento em que as limitações do orçamento da Segurança colocam o Rio em um clima que lembra o dos anos 1990, com o tráfico retomando o espaço em morros e uma série de roubos de rua em bairros da capital. Segundo o que o secretário disse à imprensa, na primeira parceria a ser concretizada empresários darão R$ 450 mil para a construção de duas bases policiais na Lagoa e doarão bicicletas, armas não letais e outros equipamentos à PM. A lógica por trás da escolha do bairro, um dos mais ricos e turísticos do Rio, não foi apresentada, mas é difícil não notar um dos potenciais problemas da ideia: quem paga quer policiamento em sua porta, mesmo que não seja o local mais carente de segurança. Outra parceria anunciada parece ainda mais problemática: a doação de smartphones para que agentes das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) gravem seus patrulhamentos nas favelas. Não há dúvida sobre a importância do registro das abordagens policiais, especialmente em locais onde elas rotineiramente acabam mal. Justamente por isso foi criada em 2009 uma lei que obriga a instalação de câmeras em todos os carros de polícia e que, se tivesse sido cumprida, dispensaria o Estado de adotar uma solução intermediária e que depende de dinheiro privado. Mais do que isso: deixar as câmeras de vídeo sob controle de policiais não parece sensato nem para o agente público –como se defender e gravar ao mesmo tempo?– nem para o cidadão, cuja narrativa ficaria sujeita ao diretor com uma arma na mão e uma ideia na cabeça.
opiniao
Marco Aurélio Canônico: Segurança patrocinadaRIO DE JANEIRO - Sem muito alarde ou maiores detalhes, o secretário de Segurança do Rio anunciou, há uma semana, que o Estado estava fechando parcerias com empresários para financiar com dinheiro privado ações públicas de policiamento. A ideia surge, não por acaso, num momento em que as limitações do orçamento da Segurança colocam o Rio em um clima que lembra o dos anos 1990, com o tráfico retomando o espaço em morros e uma série de roubos de rua em bairros da capital. Segundo o que o secretário disse à imprensa, na primeira parceria a ser concretizada empresários darão R$ 450 mil para a construção de duas bases policiais na Lagoa e doarão bicicletas, armas não letais e outros equipamentos à PM. A lógica por trás da escolha do bairro, um dos mais ricos e turísticos do Rio, não foi apresentada, mas é difícil não notar um dos potenciais problemas da ideia: quem paga quer policiamento em sua porta, mesmo que não seja o local mais carente de segurança. Outra parceria anunciada parece ainda mais problemática: a doação de smartphones para que agentes das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) gravem seus patrulhamentos nas favelas. Não há dúvida sobre a importância do registro das abordagens policiais, especialmente em locais onde elas rotineiramente acabam mal. Justamente por isso foi criada em 2009 uma lei que obriga a instalação de câmeras em todos os carros de polícia e que, se tivesse sido cumprida, dispensaria o Estado de adotar uma solução intermediária e que depende de dinheiro privado. Mais do que isso: deixar as câmeras de vídeo sob controle de policiais não parece sensato nem para o agente público –como se defender e gravar ao mesmo tempo?– nem para o cidadão, cuja narrativa ficaria sujeita ao diretor com uma arma na mão e uma ideia na cabeça.
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Governo de RN confirma 38 ataques no Estado em menos de 24 horas
Pelo menos 38 ataques a carros oficiais, ônibus e prédios do governo ocorreram desde a tarde desta quarta-feira (18), segundo o governo do Rio Grande do Norte. De acordo com a administração estadual, a estratégia dos criminosos fora dos presídios é a mesma que ocorreu após rebeliões no Estado no ano passado. O motim no presídio de Alcaçuz, em Nísia Floresta (região metropolitana de Natal) já está em seu sexto dia. Os ataques iniciados nesta quarta ocorrem após assassinatos de 26 detentos integrantes da facção criminosa Sindicato do Crime por rivais do PCC (Primeiro Comando da Capital), grupo criminoso nascido em São Paulo, no presídio de Alcaçuz. Entre a tarde de quarta e esta quinta criminosos atearam fogo em ônibus e carros oficiais nas cidade de Parnamirim (região metropolitana), Caicó (250 km de Natal), João Câmara (95 km de Natal) e Macau (180 km da capital. Na tarde desta quinta (19), a Secretaria de Segurança Pública disse que entre os detentos que entraram em confronto nesta manhã há alguns com armas de fogo, além de facões. A série de ataques assustou os moradores de Natal nesta quarta-feira (18). Ao anoitecer, as ruas ficaram vazias de pedestres e o tráfego de veículos, bem abaixo do normal, já que muitas pessoas foram para casa mais cedo. Ao todo, foram registrados 15 ônibus incendiados e tiros disparados contra duas delegacias. Segundo a Secretaria de Segurança Pública os ataques estão sendo apurados, mas há indícios de que tenham sido ordenados por membros da facção Sindicato do Crime do Rio Grande do Norte. A ação seria uma represália contra a transferência de 220 membros da facção do presídio de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal (RN). As remoções começaram nesta quarta, após o Batalhão de Choque entrar na unidade e encerrar a rebelião que já durava cinco dias e deixou 26 detentos mortos. Com os ataques, a frota de ônibus da cidade foi recolhida. Sem opção, as poucas pessoas na rua acabavam optando por voltar para casa com táxis, que foram autorizados a fazer lotação. O taxista Ademir Silva, 62, disse que os natalenses não tinham alternativa de locomoção desde o fim da tarde.
cotidiano
Governo de RN confirma 38 ataques no Estado em menos de 24 horasPelo menos 38 ataques a carros oficiais, ônibus e prédios do governo ocorreram desde a tarde desta quarta-feira (18), segundo o governo do Rio Grande do Norte. De acordo com a administração estadual, a estratégia dos criminosos fora dos presídios é a mesma que ocorreu após rebeliões no Estado no ano passado. O motim no presídio de Alcaçuz, em Nísia Floresta (região metropolitana de Natal) já está em seu sexto dia. Os ataques iniciados nesta quarta ocorrem após assassinatos de 26 detentos integrantes da facção criminosa Sindicato do Crime por rivais do PCC (Primeiro Comando da Capital), grupo criminoso nascido em São Paulo, no presídio de Alcaçuz. Entre a tarde de quarta e esta quinta criminosos atearam fogo em ônibus e carros oficiais nas cidade de Parnamirim (região metropolitana), Caicó (250 km de Natal), João Câmara (95 km de Natal) e Macau (180 km da capital. Na tarde desta quinta (19), a Secretaria de Segurança Pública disse que entre os detentos que entraram em confronto nesta manhã há alguns com armas de fogo, além de facões. A série de ataques assustou os moradores de Natal nesta quarta-feira (18). Ao anoitecer, as ruas ficaram vazias de pedestres e o tráfego de veículos, bem abaixo do normal, já que muitas pessoas foram para casa mais cedo. Ao todo, foram registrados 15 ônibus incendiados e tiros disparados contra duas delegacias. Segundo a Secretaria de Segurança Pública os ataques estão sendo apurados, mas há indícios de que tenham sido ordenados por membros da facção Sindicato do Crime do Rio Grande do Norte. A ação seria uma represália contra a transferência de 220 membros da facção do presídio de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal (RN). As remoções começaram nesta quarta, após o Batalhão de Choque entrar na unidade e encerrar a rebelião que já durava cinco dias e deixou 26 detentos mortos. Com os ataques, a frota de ônibus da cidade foi recolhida. Sem opção, as poucas pessoas na rua acabavam optando por voltar para casa com táxis, que foram autorizados a fazer lotação. O taxista Ademir Silva, 62, disse que os natalenses não tinham alternativa de locomoção desde o fim da tarde.
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Comissão será comandada por deputado que quer reduzir maioridade
A comissão especial da Câmara dos Deputados que vai discutir a redução da maioridade penal será comandada pelo deputado André Moura (PSC-SE), que é favorável à mudança na Constituição para diminuir de 18 para 16 anos de idade a responsabilização penal. O colegiado começa a discutir o texto na quarta-feira (8). Moura é um dos principais aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que patrocinou sua indicação. Ele é líder do PSC, partido com forte base evangélica. A chamada bancada da bala, formada por deputados ligados à área de segurança, se aliou aos evangélicos para articular a aprovação da proposta na Câmara. Católico, Moura reconheceu que é a favor da redução da maioridade, mas afirmou à Folha que vai atuar como um magistrado, concedendo o mesmo espaço na comissão para todos os lados defenderem suas posições. Ele minimizou sua posição pessoal, mas admitiu que o tema é polêmico e precisará ser bem aprofundado. "Aquele que vai para esta comissão e não tem posição formada... são raríssimas exceções", disse o deputado. A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) já se manifestou contrária à diminuição da imputação penal. Segundo Moura, este será o principal tema em discussão no Congresso neste ano. O deputado afirmou que ainda não definiu quem será o relator da proposta. Na semana passada, Cunha também se declarou a favor da alteração na Constituição e prometeu dar celeridade ao tema. Essa comissão será formada por 27 deputados e terá 40 sessões, cerca de três meses, para discutir o conteúdo e finalizar um parecer. É o último passo antes de o debate chegar ao plenário da Casa. No colegiado, a proposta que repassa de 18 para 16 anos a maioridade, será debatida junto com outros textos que tratam do mesmo tema. Entre as sugestões, há desde proposta para que a redução da maioridade tenha validade apenas para crimes hediondos (como latrocínio e estupro) até projeto para reduzir o limite para 12 anos. Essa comissão será formada por 27 deputados e terá 40 sessões, cerca de três meses, para discutir o conteúdo e finalizar um parecer. Atualmente, um adolescente que comete crime pode ficar internado por, no máximo, três anos e até os 21 anos. O crime não fica registrado nos antecedentes do jovem. BANCADA DA BALA Os partidos têm até esta terça para formalizar as indicações de seus representantes na comissão. Até agora, o PMDB, de Eduardo Cunha, indicou deputados que são integrantes da bancada da bala e são jornalistas de programas policiais, como Laudívio Carvalho (PMDB-MG) e Vitor Valim (PMDB-CE). O PT apresentou nome de deputados ligados aos direitos humanos: Erika Kokay (DF) e Maria do Rosário (RS). Há ainda expectativa de que, entre os nomes, esteja o do polêmico deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), outro defensor da redução.
cotidiano
Comissão será comandada por deputado que quer reduzir maioridadeA comissão especial da Câmara dos Deputados que vai discutir a redução da maioridade penal será comandada pelo deputado André Moura (PSC-SE), que é favorável à mudança na Constituição para diminuir de 18 para 16 anos de idade a responsabilização penal. O colegiado começa a discutir o texto na quarta-feira (8). Moura é um dos principais aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que patrocinou sua indicação. Ele é líder do PSC, partido com forte base evangélica. A chamada bancada da bala, formada por deputados ligados à área de segurança, se aliou aos evangélicos para articular a aprovação da proposta na Câmara. Católico, Moura reconheceu que é a favor da redução da maioridade, mas afirmou à Folha que vai atuar como um magistrado, concedendo o mesmo espaço na comissão para todos os lados defenderem suas posições. Ele minimizou sua posição pessoal, mas admitiu que o tema é polêmico e precisará ser bem aprofundado. "Aquele que vai para esta comissão e não tem posição formada... são raríssimas exceções", disse o deputado. A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) já se manifestou contrária à diminuição da imputação penal. Segundo Moura, este será o principal tema em discussão no Congresso neste ano. O deputado afirmou que ainda não definiu quem será o relator da proposta. Na semana passada, Cunha também se declarou a favor da alteração na Constituição e prometeu dar celeridade ao tema. Essa comissão será formada por 27 deputados e terá 40 sessões, cerca de três meses, para discutir o conteúdo e finalizar um parecer. É o último passo antes de o debate chegar ao plenário da Casa. No colegiado, a proposta que repassa de 18 para 16 anos a maioridade, será debatida junto com outros textos que tratam do mesmo tema. Entre as sugestões, há desde proposta para que a redução da maioridade tenha validade apenas para crimes hediondos (como latrocínio e estupro) até projeto para reduzir o limite para 12 anos. Essa comissão será formada por 27 deputados e terá 40 sessões, cerca de três meses, para discutir o conteúdo e finalizar um parecer. Atualmente, um adolescente que comete crime pode ficar internado por, no máximo, três anos e até os 21 anos. O crime não fica registrado nos antecedentes do jovem. BANCADA DA BALA Os partidos têm até esta terça para formalizar as indicações de seus representantes na comissão. Até agora, o PMDB, de Eduardo Cunha, indicou deputados que são integrantes da bancada da bala e são jornalistas de programas policiais, como Laudívio Carvalho (PMDB-MG) e Vitor Valim (PMDB-CE). O PT apresentou nome de deputados ligados aos direitos humanos: Erika Kokay (DF) e Maria do Rosário (RS). Há ainda expectativa de que, entre os nomes, esteja o do polêmico deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), outro defensor da redução.
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Sem legado, orçamento da Rio-2016 é atualizado para R$ 37,7 bilhões
Sem as informações sobre os projetos de legado, a APO (Autoridade Pública Olímpica) atualizou o orçamento da Olimpíada do Rio, que atingiu custo de R$ 37,7 bilhões. De acordo com os dados, 42 dos 56 projetos voltados para as competições esportivas têm orçamento definido, uma evolução em relação aos dados apresentados há seis meses, quando eram 37 projetos orçados. O custo das arenas atingiu R$ 6,6 bilhões, um aumento de apenas R$ 0,1 bilhão em relação ao último documento. "Não importa o valor, mas o andamento dentro da maturidade", disse o general Fernando Azevedo e Silva, presidente da APO. Ele destacou como avanço a assinatura do contrato do Complexo Esportivo de Deodoro e a definição de responsabilidades sobre a matriz energética de abastecimento das arenas. O governo federal vai se responsabilizar por geradores temporários, a serem usados como segunda linha de transmissão. No entanto, ainda há indefinição sobre a transferência de responsabilidades do comitê organizador para os entes públicos. Alguns serviços serão repassados após a decisão de não transferir recursos públicos para a entidade –havia essa previsão no dossiê de candidatura. "Município e Estados estão bem avançados nessa questão. Falta a União", disse o presidente da APO. LEGADO O novo documento não traz atualização sobre o avanço de obras de infraestrutura e legado. De acordo com o último balanço, divulgado em abril de 2014, o custo dessas obras estava em R$ 24,1 bilhões. Contudo, já houve alterações no documento. A reurbanização do entorno do Engenhão, que parte estava na matriz esportiva, agora está toda na lista de obras do legado. "Os entes se focaram muito no coração dos Jogos", afirmou o general.
esporte
Sem legado, orçamento da Rio-2016 é atualizado para R$ 37,7 bilhõesSem as informações sobre os projetos de legado, a APO (Autoridade Pública Olímpica) atualizou o orçamento da Olimpíada do Rio, que atingiu custo de R$ 37,7 bilhões. De acordo com os dados, 42 dos 56 projetos voltados para as competições esportivas têm orçamento definido, uma evolução em relação aos dados apresentados há seis meses, quando eram 37 projetos orçados. O custo das arenas atingiu R$ 6,6 bilhões, um aumento de apenas R$ 0,1 bilhão em relação ao último documento. "Não importa o valor, mas o andamento dentro da maturidade", disse o general Fernando Azevedo e Silva, presidente da APO. Ele destacou como avanço a assinatura do contrato do Complexo Esportivo de Deodoro e a definição de responsabilidades sobre a matriz energética de abastecimento das arenas. O governo federal vai se responsabilizar por geradores temporários, a serem usados como segunda linha de transmissão. No entanto, ainda há indefinição sobre a transferência de responsabilidades do comitê organizador para os entes públicos. Alguns serviços serão repassados após a decisão de não transferir recursos públicos para a entidade –havia essa previsão no dossiê de candidatura. "Município e Estados estão bem avançados nessa questão. Falta a União", disse o presidente da APO. LEGADO O novo documento não traz atualização sobre o avanço de obras de infraestrutura e legado. De acordo com o último balanço, divulgado em abril de 2014, o custo dessas obras estava em R$ 24,1 bilhões. Contudo, já houve alterações no documento. A reurbanização do entorno do Engenhão, que parte estava na matriz esportiva, agora está toda na lista de obras do legado. "Os entes se focaram muito no coração dos Jogos", afirmou o general.
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Cidade na Dinamarca oferece a radicais programa de reabilitação
Em meados de 2013, o dinamarquês Mohamed, 25, viajou às cidades sírias de Idlib e Aleppo para se juntar a grupos extremistas islâmicos. Dois meses depois, voltou para casa, em Aarhus, segunda maior cidade da Dinamarca. "Decidi fazer a viagem por causa da opressão do regime de Bashar al-Assad contra inocentes sírios, mas retornei porque vi que não podia ajudar como imaginava", disse Mohamed à Folha. Ele não revela o sobrenome, nem permite que sejam feitas imagens. Não quer ser identificado como alguém que foi para a "jihad", a guerra sagrada dos muçulmanos. Mohamed integra um programa de reabilitação de jihadistas criado em 2014 em Aarhus para "desradicalizar" jovens como ele e evitar que outros tracem a mesma rota. Essa "segunda chance" surgiu após o serviço de inteligência de Aarhus descobrir que 30 jovens muçulmanos haviam viajado para a Síria em 2013 –número considerado alto em uma cidade de cerca de 300 mil habitantes. Desses 30, 22 frequentavam a mesma mesquita, num bairro na periferia onde vive a comunidade islâmica. O centro recebeu um ultimato das autoridades: deveria ajudar a conter o fluxo e combater o extremismo ou correria risco de ser fechado. "Eu não tenho aeroporto. A polícia sabe por onde eles foram. Não temos responsabilidade pela viagem", disse à Folha Oussama el-Saadi, palestino que comanda a mesquita. Ele diz reconhecer oito desses 22. A maioria, entre 18 e 25 anos, foi combater o regime do ditador Bashar al-Assad, e cinco morreram, segundo as autoridades da Dinamarca. REINSERÇÃO O movimento criou um impasse: a legislação dinamarquesa não restringe que um cidadão viaje àquela região e muito menos que retorne ao território dinamarquês. Então como lidar com riscos de atos de extremismos se eles decidirem voltar para casa? A solução foi um programa para "desradicalizá-los" e reinseri-los na sociedade. "Uma alternativa é não fazer nada, o que pode ser um risco à sociedade. O que podemos fazer para reduzir esse risco? Ajudá-los no retorno", disse Jorge Ilum, diretor-geral da polícia de Aarhus. O programa é uma parceria entre a prefeitura e a polícia, com a colaboração de uma universidade e sem custo para o jihadista. É um projeto impensável em países como Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Espanha e França, que têm buscado aumentar o controle e barrar o retorno de quem buscou o caminho do conflito no Oriente Médio –e se possível, prendê-lo. Recentemente, um brasileiro de 18 anos foi preso pela Interpol na Bulgária a caminho da Síria. É acusado na Espanha de integrar a facção radical Estado Islâmico (EI). RESULTADOS Ao que parece, a iniciativa na Dinamarca tem dado resultado: em 2014, segundo o governo local, apenas um jovem de Aarhus foi para a Síria. Pelo menos 16 dos 30 que viajaram em 2013 regressaram à cidade no ano passado, parte porque soube do programa por meio de parentes. "O programa não é uma loja de presentes para eles. É também uma maneira possível de criar estabilidade e segurança para a sociedade local", afirmou à reportagem Toke Agerschou, chefe da secretaria de jovens da cidade. Os dados e nomes deles são tratados com sigilo. De maneira privada, jovens e a família recebem atendimento psicológico, em parceria com a Universidade de Aarhus, e orientações para não retornar ao conflito. Ainda são auxiliados a retomarem estudos e empregos, sem necessariamente revelar o passado. E, claro, são monitorados. "Nós dizemos a eles: 'Sabemos onde vocês estão'", diz o diretor da polícia. Além disso, reuniões abertas são realizadas com outros jovens, algumas na mesquita de El-Saadi, para discutir o radicalismo –sem entrar no mérito da crença religiosa, enfatizam as autoridades. A lei dinamarquesa permite prendê-los e processá-los só se houver indícios de que praticaram atos terroristas ou assassinatos durante a estada na Síria. Os que retornaram, entre eles Mohamed, negam isso e a polícia até agora não encontrou provas que os incriminem. "Não é justo achar que todos que vão para lá querem lutar", diz o jovem. O chefe da mesquita frequentada por ele, porém, admite: "Alguns contam que vão por motivos humanitários e lá dizem: 'Ok, podemos entrar na luta também'".
mundo
Cidade na Dinamarca oferece a radicais programa de reabilitaçãoEm meados de 2013, o dinamarquês Mohamed, 25, viajou às cidades sírias de Idlib e Aleppo para se juntar a grupos extremistas islâmicos. Dois meses depois, voltou para casa, em Aarhus, segunda maior cidade da Dinamarca. "Decidi fazer a viagem por causa da opressão do regime de Bashar al-Assad contra inocentes sírios, mas retornei porque vi que não podia ajudar como imaginava", disse Mohamed à Folha. Ele não revela o sobrenome, nem permite que sejam feitas imagens. Não quer ser identificado como alguém que foi para a "jihad", a guerra sagrada dos muçulmanos. Mohamed integra um programa de reabilitação de jihadistas criado em 2014 em Aarhus para "desradicalizar" jovens como ele e evitar que outros tracem a mesma rota. Essa "segunda chance" surgiu após o serviço de inteligência de Aarhus descobrir que 30 jovens muçulmanos haviam viajado para a Síria em 2013 –número considerado alto em uma cidade de cerca de 300 mil habitantes. Desses 30, 22 frequentavam a mesma mesquita, num bairro na periferia onde vive a comunidade islâmica. O centro recebeu um ultimato das autoridades: deveria ajudar a conter o fluxo e combater o extremismo ou correria risco de ser fechado. "Eu não tenho aeroporto. A polícia sabe por onde eles foram. Não temos responsabilidade pela viagem", disse à Folha Oussama el-Saadi, palestino que comanda a mesquita. Ele diz reconhecer oito desses 22. A maioria, entre 18 e 25 anos, foi combater o regime do ditador Bashar al-Assad, e cinco morreram, segundo as autoridades da Dinamarca. REINSERÇÃO O movimento criou um impasse: a legislação dinamarquesa não restringe que um cidadão viaje àquela região e muito menos que retorne ao território dinamarquês. Então como lidar com riscos de atos de extremismos se eles decidirem voltar para casa? A solução foi um programa para "desradicalizá-los" e reinseri-los na sociedade. "Uma alternativa é não fazer nada, o que pode ser um risco à sociedade. O que podemos fazer para reduzir esse risco? Ajudá-los no retorno", disse Jorge Ilum, diretor-geral da polícia de Aarhus. O programa é uma parceria entre a prefeitura e a polícia, com a colaboração de uma universidade e sem custo para o jihadista. É um projeto impensável em países como Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Espanha e França, que têm buscado aumentar o controle e barrar o retorno de quem buscou o caminho do conflito no Oriente Médio –e se possível, prendê-lo. Recentemente, um brasileiro de 18 anos foi preso pela Interpol na Bulgária a caminho da Síria. É acusado na Espanha de integrar a facção radical Estado Islâmico (EI). RESULTADOS Ao que parece, a iniciativa na Dinamarca tem dado resultado: em 2014, segundo o governo local, apenas um jovem de Aarhus foi para a Síria. Pelo menos 16 dos 30 que viajaram em 2013 regressaram à cidade no ano passado, parte porque soube do programa por meio de parentes. "O programa não é uma loja de presentes para eles. É também uma maneira possível de criar estabilidade e segurança para a sociedade local", afirmou à reportagem Toke Agerschou, chefe da secretaria de jovens da cidade. Os dados e nomes deles são tratados com sigilo. De maneira privada, jovens e a família recebem atendimento psicológico, em parceria com a Universidade de Aarhus, e orientações para não retornar ao conflito. Ainda são auxiliados a retomarem estudos e empregos, sem necessariamente revelar o passado. E, claro, são monitorados. "Nós dizemos a eles: 'Sabemos onde vocês estão'", diz o diretor da polícia. Além disso, reuniões abertas são realizadas com outros jovens, algumas na mesquita de El-Saadi, para discutir o radicalismo –sem entrar no mérito da crença religiosa, enfatizam as autoridades. A lei dinamarquesa permite prendê-los e processá-los só se houver indícios de que praticaram atos terroristas ou assassinatos durante a estada na Síria. Os que retornaram, entre eles Mohamed, negam isso e a polícia até agora não encontrou provas que os incriminem. "Não é justo achar que todos que vão para lá querem lutar", diz o jovem. O chefe da mesquita frequentada por ele, porém, admite: "Alguns contam que vão por motivos humanitários e lá dizem: 'Ok, podemos entrar na luta também'".
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Parecida com iogurte, bebida à base de grão desconhecido regula o intestino
O nome é pouco conhecido, e o gosto talvez menos ainda. Mas o kefir, bebida cremosa parecida com o iogurte, é mais nutritivo que o laticínio e pode ser preparado sem a adição de leite (veja receita abaixo). Ele é feito a partir de grãos que, na verdade, são colônias de microrganismos benéficos ao intestino: os probióticos. No Brasil, os grãos kefir podem ser encontrados em sites de comércio eletrônico -no Mercado Livre, por exemplo, vão de R$ 9 a R$ 33- ou em grupos nas redes sociais, como o Kefir Brasil, no Facebook. Eles são misturados a leite de coco, água adoçada ou leite. O produto da fermentação gera a bebida que há séculos é fabricada pelo mundo. Os primeiros registros do seu uso remetem às regiões montanhosas do norte do Cáucaso. A origem do nome permanece obscura, mas há quem diga que venha do turco e signifique "bem viver". "A gente sente um bem-estar, uma energia", diz a dona de casa Andréa Tavares, 39, que toma kefir diariamente. O kefir é fonte de aminoácidos, vitaminas e minerais. Segundo a médica Michele Haikal, os benefícios do kefir vão além do bom funcionamento intestinal. "Boa parte do nosso sistema de defesa fica no intestino. Substâncias como a serotonina, que causa a sensação de bem-estar, também podem ser produzidas por bactérias intestinais", exemplifica. "A maioria dos probióticos precisam ser consumidos sempre, mas o kefir não. As bactérias dele sobrevivem por mais tempo no intestino", acrescenta. Ainda que o kefir seja diferente dos demais probióticos, a maior parte de seus benefícios pode ser assegurada pelo consumo regular de coalhadas e iogurtes naturais. Mas, se ficou curioso, veja a seguir uma receita para fazer a iguaria em casa. INGREDIENTES MODO DE PREPARO NAÍLA COSTA fez o 3º Programa de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde da Folha, patrocinado pela Pfizer.
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Parecida com iogurte, bebida à base de grão desconhecido regula o intestinoO nome é pouco conhecido, e o gosto talvez menos ainda. Mas o kefir, bebida cremosa parecida com o iogurte, é mais nutritivo que o laticínio e pode ser preparado sem a adição de leite (veja receita abaixo). Ele é feito a partir de grãos que, na verdade, são colônias de microrganismos benéficos ao intestino: os probióticos. No Brasil, os grãos kefir podem ser encontrados em sites de comércio eletrônico -no Mercado Livre, por exemplo, vão de R$ 9 a R$ 33- ou em grupos nas redes sociais, como o Kefir Brasil, no Facebook. Eles são misturados a leite de coco, água adoçada ou leite. O produto da fermentação gera a bebida que há séculos é fabricada pelo mundo. Os primeiros registros do seu uso remetem às regiões montanhosas do norte do Cáucaso. A origem do nome permanece obscura, mas há quem diga que venha do turco e signifique "bem viver". "A gente sente um bem-estar, uma energia", diz a dona de casa Andréa Tavares, 39, que toma kefir diariamente. O kefir é fonte de aminoácidos, vitaminas e minerais. Segundo a médica Michele Haikal, os benefícios do kefir vão além do bom funcionamento intestinal. "Boa parte do nosso sistema de defesa fica no intestino. Substâncias como a serotonina, que causa a sensação de bem-estar, também podem ser produzidas por bactérias intestinais", exemplifica. "A maioria dos probióticos precisam ser consumidos sempre, mas o kefir não. As bactérias dele sobrevivem por mais tempo no intestino", acrescenta. Ainda que o kefir seja diferente dos demais probióticos, a maior parte de seus benefícios pode ser assegurada pelo consumo regular de coalhadas e iogurtes naturais. Mas, se ficou curioso, veja a seguir uma receita para fazer a iguaria em casa. INGREDIENTES MODO DE PREPARO NAÍLA COSTA fez o 3º Programa de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde da Folha, patrocinado pela Pfizer.
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Vereador diz que 'máfia' em São Paulo age contra o aplicativo Uber
Em debate sobre o Uber nesta terça-feira (25) no Instituto Fernando Henrique Cardoso, o vereador Ricardo Young (PPS) afirmou que parte da discussão entre taxistas e Uber diz respeito à "máfia dos alvarás". "Existe uma máfia que está na Câmara, no DTP [Departamento de Transporte Público], nos sindicatos, que não tem o mínimo interesse na diminuição do preço nos alvarás porque eles viraram um negócio hiper-rentável", disse o vereador, que faz oposição à gestão do prefeito Fernando Haddad (PT). Para Young, qualquer ameaça ao "controle" de licenças "mexe com interesses muito sérios e com a corrupção instalada no sistema". No próximo dia 9, a Câmara irá apreciar, em segunda votação, um projeto que veta serviços como o do Uber. Procurado, o autor do projeto, Adilson Amadeu (PTB), disse que Young deve provar que existe a máfia e citar as pessoas envolvidas. A prefeitura não quis se manifestar.
cotidiano
Vereador diz que 'máfia' em São Paulo age contra o aplicativo UberEm debate sobre o Uber nesta terça-feira (25) no Instituto Fernando Henrique Cardoso, o vereador Ricardo Young (PPS) afirmou que parte da discussão entre taxistas e Uber diz respeito à "máfia dos alvarás". "Existe uma máfia que está na Câmara, no DTP [Departamento de Transporte Público], nos sindicatos, que não tem o mínimo interesse na diminuição do preço nos alvarás porque eles viraram um negócio hiper-rentável", disse o vereador, que faz oposição à gestão do prefeito Fernando Haddad (PT). Para Young, qualquer ameaça ao "controle" de licenças "mexe com interesses muito sérios e com a corrupção instalada no sistema". No próximo dia 9, a Câmara irá apreciar, em segunda votação, um projeto que veta serviços como o do Uber. Procurado, o autor do projeto, Adilson Amadeu (PTB), disse que Young deve provar que existe a máfia e citar as pessoas envolvidas. A prefeitura não quis se manifestar.
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Tenho um apartamento financiado e uma reserva. É vantagem quitá-lo?
A pergunta foi enviada pelo leitor C.E.S., de Bruques, Santa Catarina. * Caso sua opção seja permanecer com o apartamento -visto que em sua pergunta completa você questiona se deve morar no imóvel, alugá-lo ou vendê-lo-, o melhor a ser feito é quitá-lo integralmente para poder então usufruir de seus rendimentos posteriores. Para tanto, deve-se escolher entre integralizar o pagamento com a reserva disponível ou realizar um financiamento para cumprir com esses custos. O uso da reserva de capital será vantajoso caso a taxa de financiamento seja superior à taxa de retorno oferecida pela modalidade em que o montante está investido atualmente. Caso contrário, o melhor é permanecer com a aplicação e ir quitando a dívida aos poucos. Como o imóvel não será utilizado necessariamente como moradia, poderá ser interessante alugá-lo para gerar retornos futuros. A rentabilidade obtida por esse meio, no entanto, não se mostra muito vantajosa para o investidor. Essa rentabilidade é dada pela taxa de aluguel, a qual tem permanecido em torno de 0,4% ao mês nos últimos anos. Tal patamar se mostra significativamente inferior ao oferecido por outras modalidades de investimento de risco menor, como os CDBs de grandes bancos, os títulos do Tesouro vendidos por meio do programa do Tesouro Direto e as letras de crédito, tanto imobiliário (LCIs) como do agronegócio (LCAs), que usualmente têm alcançado a taxa de 0,8% de retorno líquido mensal. Só valerá a pena imobilizar a renda disponível em um apartamento caso a taxa de aluguel seja suficientemente alta para superar a rentabilidade das ferramentas de baixo risco, uma realidade bastante distante da situação econômica pela qual o país passa atualmente. Por isso, pode ser interessante vender o imóvel e aportar os recursos em ferramentas mais lucrativas, especialmente porque o mercado já mostra fortes indícios de estar passando por uma bolha imobiliária -como a recente baixa nos valores dos imóveis e o aumento da quantidade de saldões e descontos. Sob esse ponto de vista, a tendência provável é a continuação das quedas de preços no setor. Como o Brasil já possui a maior taxa de juros real do mundo e a expectativa é a de que a Selic -taxa básica de juros da economia, definida pelo Banco Central em reuniões a cada 45 dias- continue subindo até 12,5% ao ano ainda no primeiro trimestre de 2015, o investimento em renda fixa tende a ser mais interessante do que a aplicação em ações, uma vez que o retorno por ele oferecido se mostra bastante superior quando ponderado pelo risco a ele inerente. Estudos publicados anteriormente nesta seção mostraram que a renda fixa superou a Bolsa de Valores no longo prazo histórico em termos de rentabilidade. Considerando o atual quadro econômico e a perspectiva para o futuro, nada leva a crer que o caminho será muito diferente agora.
colunas
Tenho um apartamento financiado e uma reserva. É vantagem quitá-lo?A pergunta foi enviada pelo leitor C.E.S., de Bruques, Santa Catarina. * Caso sua opção seja permanecer com o apartamento -visto que em sua pergunta completa você questiona se deve morar no imóvel, alugá-lo ou vendê-lo-, o melhor a ser feito é quitá-lo integralmente para poder então usufruir de seus rendimentos posteriores. Para tanto, deve-se escolher entre integralizar o pagamento com a reserva disponível ou realizar um financiamento para cumprir com esses custos. O uso da reserva de capital será vantajoso caso a taxa de financiamento seja superior à taxa de retorno oferecida pela modalidade em que o montante está investido atualmente. Caso contrário, o melhor é permanecer com a aplicação e ir quitando a dívida aos poucos. Como o imóvel não será utilizado necessariamente como moradia, poderá ser interessante alugá-lo para gerar retornos futuros. A rentabilidade obtida por esse meio, no entanto, não se mostra muito vantajosa para o investidor. Essa rentabilidade é dada pela taxa de aluguel, a qual tem permanecido em torno de 0,4% ao mês nos últimos anos. Tal patamar se mostra significativamente inferior ao oferecido por outras modalidades de investimento de risco menor, como os CDBs de grandes bancos, os títulos do Tesouro vendidos por meio do programa do Tesouro Direto e as letras de crédito, tanto imobiliário (LCIs) como do agronegócio (LCAs), que usualmente têm alcançado a taxa de 0,8% de retorno líquido mensal. Só valerá a pena imobilizar a renda disponível em um apartamento caso a taxa de aluguel seja suficientemente alta para superar a rentabilidade das ferramentas de baixo risco, uma realidade bastante distante da situação econômica pela qual o país passa atualmente. Por isso, pode ser interessante vender o imóvel e aportar os recursos em ferramentas mais lucrativas, especialmente porque o mercado já mostra fortes indícios de estar passando por uma bolha imobiliária -como a recente baixa nos valores dos imóveis e o aumento da quantidade de saldões e descontos. Sob esse ponto de vista, a tendência provável é a continuação das quedas de preços no setor. Como o Brasil já possui a maior taxa de juros real do mundo e a expectativa é a de que a Selic -taxa básica de juros da economia, definida pelo Banco Central em reuniões a cada 45 dias- continue subindo até 12,5% ao ano ainda no primeiro trimestre de 2015, o investimento em renda fixa tende a ser mais interessante do que a aplicação em ações, uma vez que o retorno por ele oferecido se mostra bastante superior quando ponderado pelo risco a ele inerente. Estudos publicados anteriormente nesta seção mostraram que a renda fixa superou a Bolsa de Valores no longo prazo histórico em termos de rentabilidade. Considerando o atual quadro econômico e a perspectiva para o futuro, nada leva a crer que o caminho será muito diferente agora.
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EUA deixarão Parceria Transpacífico no primeiro dia de governo, diz Trump
Em meio a uma maratona de reuniões com candidatos a compor o seu governo, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou um vídeo nesta segunda (21) em que anuncia uma série de ações executivas que tomará "no primeiro dia" de sua administração. Entre elas, a retirada do país da Parceria Transpacífico (TPP), a principal iniciativa de comércio internacional do presidente Barack Obama, que chamou de "um potencial desastre" para o país. "Em seu lugar, nós vamos negociar acordos bilaterais justos, que tragam de volta empregos e indústrias de volta para a América", disse Trump em seu primeiro pronunciamento à nação desde seu discurso da vitória, no dia 9. O principal foco do anúncio foi a economia e a criação de empregos. O TPP foi alvo constante de ataques de Trump durante a campanha e acabou tornando-se um dos maiores vilão de ambos os lados da disputa, com a oposição ao acordo vindo também de sua adversária, a democrata Hillary Clinton, correligionária de Obama. MEDIDAS Trump também anunciou uma primeira medida sobre imigração, outro carro-chefe de sua campanha presidencial, afirmando que ordenará o departamento do Trabalho a investigar "abusos em programas de vistos que prejudicam o trabalhador americano". Não houve menção às deportações em massa que ele prometeu ordenar enquanto era candidato. Outras medidas anunciadas por Trump para o início de seu governo incluem a suspensão de restrições à produção de energia, incluindo o gás de xisto, um plano para proteger o país de ataques cibernéticos e a imposição de um veto de cinco anos a ex-membros do governo que queiram se envolver em lobby político. Para lobbies em favor de governos estrangeiros, o veto será "para toda a vida". Além disso, Trump anunciou que pretende reduzir as regulações, mais uma de suas promessas frequentes na campanha. "Para cada nova regulação, duas regulações antigas devem ser eliminadas", afirmou. TRANSIÇÃO Numa aparente resposta às notícias de que o processo de transição estava sendo conduzido de forma desordenada e até caótica, Trump disse que sua equipe está trabalhando "de forma suave e eficaz" e que "patriotas de fato" estavam sendo chamados para compor o governo e "fazer a América grandiosa novamente", seu slogan de campanha. "Minha agenda será baseada num princípio simples: colocar a América em primeiro lugar. Seja produzindo aço, construindo carros ou curando doenças, eu quero que a próxima geração de produção e inovação aconteça aqui, em nossa grande pátria, America, criando riqueza e empregos para os trabalhadores americanos", disse o presidente eleito. Trump disse que as medidas anunciadas são apenas algumas das ações que tomará assim que tomar posse, no dia 20 de janeiro, para "reformar Washington e reconstruir nossa classe média', e prometeu novas atualizações em breve. Nesta segunda prosseguiu na sede de seus negócios, em Nova York, a sequência de encontros que Trump havia mantido no fim de semana em seu clube de golfe em Nova Jersey. Até agora o presidente eleito já anunciou o chefe de gabinete, o estrategista-chefe, o secretário de Justiça, o chefe da CIA (agência de inteligência) e o assessor de segurança nacional. - O QUE É? Assinado em outubro de 2015 por 12 países, após oito anos de negociações, é o maior acordo comercial da história, abrangendo 800 milhões de pessoas e 40% do PIB e mundial QUEM ESTÁ DENTRO? EUA, Japão, Malásia, Vietnã, Cingapura, Brunei, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, México, Chile e Peru. QUAL O OBJETIVO? Aprofundar laços econômicos entre os membros, com redução de barreiras tarifárias e regras uniformes em áreas como propriedade intelectual e transparência POR QUE É CRITICADO? Um dos principais alvos é uma cláusula que permite que empresas estrangeiras recorram de decisões governamentais em cortes internacionais de arbitragem O QUE DIZEM OS EUA? Acordo é peça central da estratégia do governo Obama de ampliar mercados e influência na Ásia e conter China, que ficou de fora
mundo
EUA deixarão Parceria Transpacífico no primeiro dia de governo, diz TrumpEm meio a uma maratona de reuniões com candidatos a compor o seu governo, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou um vídeo nesta segunda (21) em que anuncia uma série de ações executivas que tomará "no primeiro dia" de sua administração. Entre elas, a retirada do país da Parceria Transpacífico (TPP), a principal iniciativa de comércio internacional do presidente Barack Obama, que chamou de "um potencial desastre" para o país. "Em seu lugar, nós vamos negociar acordos bilaterais justos, que tragam de volta empregos e indústrias de volta para a América", disse Trump em seu primeiro pronunciamento à nação desde seu discurso da vitória, no dia 9. O principal foco do anúncio foi a economia e a criação de empregos. O TPP foi alvo constante de ataques de Trump durante a campanha e acabou tornando-se um dos maiores vilão de ambos os lados da disputa, com a oposição ao acordo vindo também de sua adversária, a democrata Hillary Clinton, correligionária de Obama. MEDIDAS Trump também anunciou uma primeira medida sobre imigração, outro carro-chefe de sua campanha presidencial, afirmando que ordenará o departamento do Trabalho a investigar "abusos em programas de vistos que prejudicam o trabalhador americano". Não houve menção às deportações em massa que ele prometeu ordenar enquanto era candidato. Outras medidas anunciadas por Trump para o início de seu governo incluem a suspensão de restrições à produção de energia, incluindo o gás de xisto, um plano para proteger o país de ataques cibernéticos e a imposição de um veto de cinco anos a ex-membros do governo que queiram se envolver em lobby político. Para lobbies em favor de governos estrangeiros, o veto será "para toda a vida". Além disso, Trump anunciou que pretende reduzir as regulações, mais uma de suas promessas frequentes na campanha. "Para cada nova regulação, duas regulações antigas devem ser eliminadas", afirmou. TRANSIÇÃO Numa aparente resposta às notícias de que o processo de transição estava sendo conduzido de forma desordenada e até caótica, Trump disse que sua equipe está trabalhando "de forma suave e eficaz" e que "patriotas de fato" estavam sendo chamados para compor o governo e "fazer a América grandiosa novamente", seu slogan de campanha. "Minha agenda será baseada num princípio simples: colocar a América em primeiro lugar. Seja produzindo aço, construindo carros ou curando doenças, eu quero que a próxima geração de produção e inovação aconteça aqui, em nossa grande pátria, America, criando riqueza e empregos para os trabalhadores americanos", disse o presidente eleito. Trump disse que as medidas anunciadas são apenas algumas das ações que tomará assim que tomar posse, no dia 20 de janeiro, para "reformar Washington e reconstruir nossa classe média', e prometeu novas atualizações em breve. Nesta segunda prosseguiu na sede de seus negócios, em Nova York, a sequência de encontros que Trump havia mantido no fim de semana em seu clube de golfe em Nova Jersey. Até agora o presidente eleito já anunciou o chefe de gabinete, o estrategista-chefe, o secretário de Justiça, o chefe da CIA (agência de inteligência) e o assessor de segurança nacional. - O QUE É? Assinado em outubro de 2015 por 12 países, após oito anos de negociações, é o maior acordo comercial da história, abrangendo 800 milhões de pessoas e 40% do PIB e mundial QUEM ESTÁ DENTRO? EUA, Japão, Malásia, Vietnã, Cingapura, Brunei, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, México, Chile e Peru. QUAL O OBJETIVO? Aprofundar laços econômicos entre os membros, com redução de barreiras tarifárias e regras uniformes em áreas como propriedade intelectual e transparência POR QUE É CRITICADO? Um dos principais alvos é uma cláusula que permite que empresas estrangeiras recorram de decisões governamentais em cortes internacionais de arbitragem O QUE DIZEM OS EUA? Acordo é peça central da estratégia do governo Obama de ampliar mercados e influência na Ásia e conter China, que ficou de fora
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Computadores substituem executivos que selecionam ações para investidor
A BlackRock, maior administradora mundial de fundos de investimento, vem enfrentando um complicado desafio desde que adquiriu a divisão de fundos cotados em bolsa do banco Barclays, em 2009. Esses fundos de baixo custo e administrados por computadores vêm registrando crescimento explosivo, deixando na poeira os selecionadores de ações que propeliram a expansão anterior da empresa. A ascensão do investimento passivo —fundos com cotas negociadas em bolsa, fundos de índices e operações semelhantes— revolucionou o mundo do investimento, oferecendo grandes oportunidades a investidores comuns por preços acessíveis, e pressionando as grandes administradoras de fundos de Wall Street. Agora, depois de anos de deliberação, Laurence Fink, fundador e presidente-executivo da BlackRock, decidiu que vai apostar nas máquinas. Nesta terça-feira (28), a BlackRock anunciou um ambicioso plano para unir grande número de fundos administrados ativamente a fundos que dependem mais de algoritmos e modelos matemáticos para selecionar ações. A iniciativa é a ação mais explícita de uma grande administradora de fundos até o momento em reação ao êxodo de investidores dos fundos administrados ativamente. Os investidores agora preferem fundos mais baratos que acompanham toda espécie de índice e tema de investimento. Cerca de US$ 30 bilhões em ativos (por volta de 11% dos fundos de ações administrados ativamente pela empresa) estarão envolvidos no processo, em companhia de US$ 6 bilhões administrados pelos fundos BlackRock Advantage. O foco desses últimos fundos está nas estratégias quantitativas e assemelhadas, que adotam uma abordagem baseada em regras para seus investimentos. "A democratização da informação tornou muito difícil manter estratégias ativas de administração", disse Fink em entrevista. "Temos de mudar o ecossistema. Isso significa confiar mais em big data, inteligência artificial, fatores e modelos, dentro das estratégias de investimento quantitativas e tradicionais." Como parte da reestruturação, sete dos 53 executivos da BlackRock encarregados de selecionar ações devem deixar o comando de seus fundos. Diversos desses administradores de fundos continuarão na empresa como consultores. Pelo menos 36 funcionários conectados a esses fundos estão deixando a companhia. Embora a BlackRock tenha optado por agir gradualmente com os seus administradores, o novo plano é de muitas maneiras um ataque ao culto da inteligência, popularizado nos anos 80 e 90 por causa de administradores de fundos mútuos renomados por seu poder cerebral, como Peter Lynch, um mago da seleção de ações que trabalhava para a Fidelity, uma das gigantes entre as administradoras de fundos. Hoje, administradoras de fundos como a Pimco, Franklin Templeton, Aberdeen e, claro, Fidelity continuam a argumentar que seus administradores de fundos de títulos e ações conseguem fazer escolhas mais inteligentes do que a média do mercado —o que explica as comissões altas que elas cobram. REVIRAVOLTA Desde 2009, porém, quando o desempenho desses fundos começou a sofrer, milhões de investidores vêm rejeitando essa tese, e abandonaram seus dispendiosos fundos mútuos em troca de fundos de melhor desempenho, que acompanham diversos índices a uma fração do custo. Hoje, as maiores empresas entre as administradoras de fundos são a Vanguard, pioneira nos fundos de índices, e a BlackRock. Juntas, elas administram perto de US$ 10 trilhões em ativos. A BlackRock, com sua frota de fundos iShares com cotas negociadas em bolsa, certamente se beneficiou da revolução dos investidores —que ameaça desordenar o setor de fundos mútuos nos próximos anos. Ainda assim, o verdadeiro monstro entre as administradoras de fundos mútuos vem sendo a Vanguard, por larga margem. A empresa vem recebendo influxos históricos de capital para seus fundos de índices e fundos negociados em bolsa. No ano passado, por exemplo, US$ 423 bilhões foram retirados de fundos com administração ativa e US$ 390 bilhões foram investidos em fundos de índices, de acordo com a Morningstar. Desse total, a Vanguard capturou US$ 277 bilhões, quase o triplo do montante direcionado à sua rival mais próxima, a BlackRock. Fink sempre declarou não ter preferência quanto à escolha dos clientes de sua empresa, seja por um fundo de baixo custo negociado em bolsa que acompanhe ações de baixa volatilidade, seja por um dispendioso fundo mútuo que invista em pequenas empresas dos Estados Unidos. Para ele, o lema sempre foi permitir que o cliente escolha. O que Fink não revela é que no fundo se tornou um verdadeiro adepto do estilo sistemático de investimento, que favorece algoritmos, ciência e modelos dependentes de dados, de preferência à inteligência individual dos administradores de fundos aplicada à seleção de ações. Nos últimos anos, ele contratou Andrew Ang, um dos mais renomados professores de finanças da Universidade Colúmbia, para liderar o ingresso da BlackRock no investimento fatorial, uma abordagem temática de alocação de ativos. E desde o ano passado, os veteranos selecionadores de ações da BlackRock vêm trabalhando na mesma divisão que os profissionais quantitativos. Esses últimos, muitos deles detentores de doutorados, trabalham com a chamada seleção científica de ações, e podem ordenar a compra (ou venda) de ações da Walmart com base em imagens obtidas por satélite que mostram o número de carros estacionados nos pátios das lojas da empresa, em lugar de basearem suas recomendações na análise minuciosa do balanço da rede de varejo. Em resumo, Fink se convenceu de que a BlackRock precisa fazer uma grande aposta no poder das máquinas, quer se trate do sistema Aladdin, desenvolvido pela empresa para análise de riscos, quer se trate de consultores robotizados, sistemas de big data ou até inteligência artificial. Qualquer entrevista ou conversa telefônica com Fink confirma o fato —o diálogo invariavelmente se volta à tecnologia, e ele pouco menciona o que os selecionadores de ações tradicionais da empresa estão fazendo. Mas abandonar totalmente o investimento ativo em troca de um sistema passivo operado por máquinas não é opção, para Fink. Embora os ativos dos fundos sob administração ativa da empresa tenham caído a US$ 201 bilhões hoje ante US$ 208 bilhões em 2009, o negócio continua a ser muito lucrativo para a BlackRock, e representa 16% de sua receita total. De acordo com dados da Morningstar, apenas 11% dos fundos de ações administrados ativamente pela BlackRock obtiveram resultados superiores aos seus referenciais, de 2009 para cá. De 2012 para cá, US$ 27,5 bilhões foram retirados dos fundos mútuos administrados ativamente pela BlackRock, de acordo com dados da Morningstar. CONSOLIDAÇÃO A consolidação de fundos ativos e passivos está sendo comandada por Mark Wiseman, importante executivo do maior fundo de pensões canadense que Fink contratou no ano passado com a missão de reorganizar a divisão de ações de sua empresa, e o foco da reforma estará em estratégias sob as quais um administrador de fundos poderá fazer grandes apostas em um grupo seleto de ações. Mas a mensagem principal é inequívoca: os fundos dispendiosos e administrados ativamente que desejem ganhar território selecionando ações norte-americanas terão de se adaptar às novas realidades da BlackRock. Um exemplo é o fundo Large Cap Core da BlackRock, que investe em grandes empresas dos Estados Unidos. De 2009 para cá, os ativos do fundo caíram à metade, para US$ 1,5 bilhão, e ele apresentou desempenho 1,3% inferior ao do índice do setor, nos três últimos anos. O principal administrador do fundo será substituído por três especialistas em carteiras de investimento da equipe de investimento quantitativo da BlackRock, que recorre a toda espécie de modelos de computação em busca de ideias para selecionar ações. As comissões cobradas pelo fundo cairão à metade. É claro que nenhuma dessas medidas deve deter imediatamente a saída de capital registrada nos últimos anos. A verdade é que as saídas devem crescer, porque poucos investidores optam por permanecer em um fundo que está passando por uma grande reformulação. Mas na interpretação de Fink e de seu novo vice para a área de ações, é melhor lidar com a dor agora do que mais tarde. "O jeito antigo de selecionar ações, com aqueles caras sentados em uma sala e se achando mais inteligentes do que os outros... isso não funciona mais", disse Wiseman. "O mar está revolto para os administradores ativos, mas a BlackRock é um porta-aviões, e vamos encontrar nosso caminho nesses mares". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Computadores substituem executivos que selecionam ações para investidorA BlackRock, maior administradora mundial de fundos de investimento, vem enfrentando um complicado desafio desde que adquiriu a divisão de fundos cotados em bolsa do banco Barclays, em 2009. Esses fundos de baixo custo e administrados por computadores vêm registrando crescimento explosivo, deixando na poeira os selecionadores de ações que propeliram a expansão anterior da empresa. A ascensão do investimento passivo —fundos com cotas negociadas em bolsa, fundos de índices e operações semelhantes— revolucionou o mundo do investimento, oferecendo grandes oportunidades a investidores comuns por preços acessíveis, e pressionando as grandes administradoras de fundos de Wall Street. Agora, depois de anos de deliberação, Laurence Fink, fundador e presidente-executivo da BlackRock, decidiu que vai apostar nas máquinas. Nesta terça-feira (28), a BlackRock anunciou um ambicioso plano para unir grande número de fundos administrados ativamente a fundos que dependem mais de algoritmos e modelos matemáticos para selecionar ações. A iniciativa é a ação mais explícita de uma grande administradora de fundos até o momento em reação ao êxodo de investidores dos fundos administrados ativamente. Os investidores agora preferem fundos mais baratos que acompanham toda espécie de índice e tema de investimento. Cerca de US$ 30 bilhões em ativos (por volta de 11% dos fundos de ações administrados ativamente pela empresa) estarão envolvidos no processo, em companhia de US$ 6 bilhões administrados pelos fundos BlackRock Advantage. O foco desses últimos fundos está nas estratégias quantitativas e assemelhadas, que adotam uma abordagem baseada em regras para seus investimentos. "A democratização da informação tornou muito difícil manter estratégias ativas de administração", disse Fink em entrevista. "Temos de mudar o ecossistema. Isso significa confiar mais em big data, inteligência artificial, fatores e modelos, dentro das estratégias de investimento quantitativas e tradicionais." Como parte da reestruturação, sete dos 53 executivos da BlackRock encarregados de selecionar ações devem deixar o comando de seus fundos. Diversos desses administradores de fundos continuarão na empresa como consultores. Pelo menos 36 funcionários conectados a esses fundos estão deixando a companhia. Embora a BlackRock tenha optado por agir gradualmente com os seus administradores, o novo plano é de muitas maneiras um ataque ao culto da inteligência, popularizado nos anos 80 e 90 por causa de administradores de fundos mútuos renomados por seu poder cerebral, como Peter Lynch, um mago da seleção de ações que trabalhava para a Fidelity, uma das gigantes entre as administradoras de fundos. Hoje, administradoras de fundos como a Pimco, Franklin Templeton, Aberdeen e, claro, Fidelity continuam a argumentar que seus administradores de fundos de títulos e ações conseguem fazer escolhas mais inteligentes do que a média do mercado —o que explica as comissões altas que elas cobram. REVIRAVOLTA Desde 2009, porém, quando o desempenho desses fundos começou a sofrer, milhões de investidores vêm rejeitando essa tese, e abandonaram seus dispendiosos fundos mútuos em troca de fundos de melhor desempenho, que acompanham diversos índices a uma fração do custo. Hoje, as maiores empresas entre as administradoras de fundos são a Vanguard, pioneira nos fundos de índices, e a BlackRock. Juntas, elas administram perto de US$ 10 trilhões em ativos. A BlackRock, com sua frota de fundos iShares com cotas negociadas em bolsa, certamente se beneficiou da revolução dos investidores —que ameaça desordenar o setor de fundos mútuos nos próximos anos. Ainda assim, o verdadeiro monstro entre as administradoras de fundos mútuos vem sendo a Vanguard, por larga margem. A empresa vem recebendo influxos históricos de capital para seus fundos de índices e fundos negociados em bolsa. No ano passado, por exemplo, US$ 423 bilhões foram retirados de fundos com administração ativa e US$ 390 bilhões foram investidos em fundos de índices, de acordo com a Morningstar. Desse total, a Vanguard capturou US$ 277 bilhões, quase o triplo do montante direcionado à sua rival mais próxima, a BlackRock. Fink sempre declarou não ter preferência quanto à escolha dos clientes de sua empresa, seja por um fundo de baixo custo negociado em bolsa que acompanhe ações de baixa volatilidade, seja por um dispendioso fundo mútuo que invista em pequenas empresas dos Estados Unidos. Para ele, o lema sempre foi permitir que o cliente escolha. O que Fink não revela é que no fundo se tornou um verdadeiro adepto do estilo sistemático de investimento, que favorece algoritmos, ciência e modelos dependentes de dados, de preferência à inteligência individual dos administradores de fundos aplicada à seleção de ações. Nos últimos anos, ele contratou Andrew Ang, um dos mais renomados professores de finanças da Universidade Colúmbia, para liderar o ingresso da BlackRock no investimento fatorial, uma abordagem temática de alocação de ativos. E desde o ano passado, os veteranos selecionadores de ações da BlackRock vêm trabalhando na mesma divisão que os profissionais quantitativos. Esses últimos, muitos deles detentores de doutorados, trabalham com a chamada seleção científica de ações, e podem ordenar a compra (ou venda) de ações da Walmart com base em imagens obtidas por satélite que mostram o número de carros estacionados nos pátios das lojas da empresa, em lugar de basearem suas recomendações na análise minuciosa do balanço da rede de varejo. Em resumo, Fink se convenceu de que a BlackRock precisa fazer uma grande aposta no poder das máquinas, quer se trate do sistema Aladdin, desenvolvido pela empresa para análise de riscos, quer se trate de consultores robotizados, sistemas de big data ou até inteligência artificial. Qualquer entrevista ou conversa telefônica com Fink confirma o fato —o diálogo invariavelmente se volta à tecnologia, e ele pouco menciona o que os selecionadores de ações tradicionais da empresa estão fazendo. Mas abandonar totalmente o investimento ativo em troca de um sistema passivo operado por máquinas não é opção, para Fink. Embora os ativos dos fundos sob administração ativa da empresa tenham caído a US$ 201 bilhões hoje ante US$ 208 bilhões em 2009, o negócio continua a ser muito lucrativo para a BlackRock, e representa 16% de sua receita total. De acordo com dados da Morningstar, apenas 11% dos fundos de ações administrados ativamente pela BlackRock obtiveram resultados superiores aos seus referenciais, de 2009 para cá. De 2012 para cá, US$ 27,5 bilhões foram retirados dos fundos mútuos administrados ativamente pela BlackRock, de acordo com dados da Morningstar. CONSOLIDAÇÃO A consolidação de fundos ativos e passivos está sendo comandada por Mark Wiseman, importante executivo do maior fundo de pensões canadense que Fink contratou no ano passado com a missão de reorganizar a divisão de ações de sua empresa, e o foco da reforma estará em estratégias sob as quais um administrador de fundos poderá fazer grandes apostas em um grupo seleto de ações. Mas a mensagem principal é inequívoca: os fundos dispendiosos e administrados ativamente que desejem ganhar território selecionando ações norte-americanas terão de se adaptar às novas realidades da BlackRock. Um exemplo é o fundo Large Cap Core da BlackRock, que investe em grandes empresas dos Estados Unidos. De 2009 para cá, os ativos do fundo caíram à metade, para US$ 1,5 bilhão, e ele apresentou desempenho 1,3% inferior ao do índice do setor, nos três últimos anos. O principal administrador do fundo será substituído por três especialistas em carteiras de investimento da equipe de investimento quantitativo da BlackRock, que recorre a toda espécie de modelos de computação em busca de ideias para selecionar ações. As comissões cobradas pelo fundo cairão à metade. É claro que nenhuma dessas medidas deve deter imediatamente a saída de capital registrada nos últimos anos. A verdade é que as saídas devem crescer, porque poucos investidores optam por permanecer em um fundo que está passando por uma grande reformulação. Mas na interpretação de Fink e de seu novo vice para a área de ações, é melhor lidar com a dor agora do que mais tarde. "O jeito antigo de selecionar ações, com aqueles caras sentados em uma sala e se achando mais inteligentes do que os outros... isso não funciona mais", disse Wiseman. "O mar está revolto para os administradores ativos, mas a BlackRock é um porta-aviões, e vamos encontrar nosso caminho nesses mares". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Brasil ganha bronze e supera melhor campanha da história no atletismo
DO UOL A brasileira Verônica Hipólito conquistou a sua segunda medalha na Paraolimpíada do Rio nesta quarta-feira (14). Depois de levar a prata nos 100 m rasos, classe T38 para pessoas com paralisia cerebral, ela correu os 400 m e ganhou a medalha de bronze. Com o pódio, o Brasil chega a 22 medalhas conquistadas no atletismo na Rio-16 e supera a melhor campanha da história da modalidade, que era dos Jogos de 84, em Nova York.  Verônica sentiu muito o ritmo da prova. Ela largou atrás e ficou em quarto até os primeiros 200 m, quando deu uma arrancada, chegou a ficar em segundo, mas acabou em terceiro com o tempo de 1min03s14. O ouro ficou com Kadeena Cox, que quebrou o recorde paraolímpico com 1min00s71. A prata ficou com a chinesa, Junfei Chen, com 1min01s34.  A história de Verônica é de muita superação. Hipólito descobriu o primeiro tumor aos 12 anos após uma consulta de rotina ao ginecologista e realizou uma cirurgia às pressas para retirá-lo. Dois anos depois, sofreu um AVC. Ano passado, após o Pan de Toronto, para evitar um risco de câncer, fez uma operação e retirou 90% do intestino grosso.
esporte
Brasil ganha bronze e supera melhor campanha da história no atletismo DO UOL A brasileira Verônica Hipólito conquistou a sua segunda medalha na Paraolimpíada do Rio nesta quarta-feira (14). Depois de levar a prata nos 100 m rasos, classe T38 para pessoas com paralisia cerebral, ela correu os 400 m e ganhou a medalha de bronze. Com o pódio, o Brasil chega a 22 medalhas conquistadas no atletismo na Rio-16 e supera a melhor campanha da história da modalidade, que era dos Jogos de 84, em Nova York.  Verônica sentiu muito o ritmo da prova. Ela largou atrás e ficou em quarto até os primeiros 200 m, quando deu uma arrancada, chegou a ficar em segundo, mas acabou em terceiro com o tempo de 1min03s14. O ouro ficou com Kadeena Cox, que quebrou o recorde paraolímpico com 1min00s71. A prata ficou com a chinesa, Junfei Chen, com 1min01s34.  A história de Verônica é de muita superação. Hipólito descobriu o primeiro tumor aos 12 anos após uma consulta de rotina ao ginecologista e realizou uma cirurgia às pressas para retirá-lo. Dois anos depois, sofreu um AVC. Ano passado, após o Pan de Toronto, para evitar um risco de câncer, fez uma operação e retirou 90% do intestino grosso.
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Al Jazeera encerra operações nos EUA até final de abril
O canal a cabo Al Jazeera anunciou que encerrará suas operações nos Estados Unidos até o final de abril, e citou os desafios econômicos no mercado de mídia norte-americano. A Al Jazeera Media Network, sediada no Catar, disse por outro lado que expandirá os atuais serviços digitais que já opera nos Estados Unidos, em um momento em que os consumidores deixam a mídia tradicional e migram para aparelhos móveis para acessarem notícias. Mais detalhes sobre a expansão dos serviços digitais nos EUA serão divulgados nos próximos meses, disse a emissora. A empresa lançou sua emissora nos Estados Unidos em 2013.
mercado
Al Jazeera encerra operações nos EUA até final de abrilO canal a cabo Al Jazeera anunciou que encerrará suas operações nos Estados Unidos até o final de abril, e citou os desafios econômicos no mercado de mídia norte-americano. A Al Jazeera Media Network, sediada no Catar, disse por outro lado que expandirá os atuais serviços digitais que já opera nos Estados Unidos, em um momento em que os consumidores deixam a mídia tradicional e migram para aparelhos móveis para acessarem notícias. Mais detalhes sobre a expansão dos serviços digitais nos EUA serão divulgados nos próximos meses, disse a emissora. A empresa lançou sua emissora nos Estados Unidos em 2013.
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FHC diz que vai esperar manifestação da Brasif sobre contrato fictício
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) afirmou por meio de nota, nesta quinta-feira (18), não ter condições de se manifestar sobre a acusação, revelada pela Folha, de que teria se utilizado de um contrato fictício com a empresa Brasif S.A. Exportação e Importação para enviar ao exterior recursos para ajudar a jornalista Mirian Dutra, com quem manteve um relacionamento nos anos 1980 e 1990, a pagar despesas do filho Tomás Dutra Schmidt. A transferência foi feita, segundo Mirian, por meio da assinatura de um contrato fictício de trabalho, celebrado em dezembro de 2002 e com validade até dezembro de 2006. FHC afirma que vai esperar a empresa se manifestar. "Com referência à empresa citada no noticiário de hoje, trata-se de um contrato feito há mais de 13 anos, sobre o qual não tenho condições de me manifestar enquanto a referida empresa não fizer os esclarecimentos que considerar necessários." Em resposta à Folha nesta quarta (17), o ex-presidente negou a informação de que teria bancado Tomás por meio de uma empresa, como Miriam afirmou. Na mesma nota, FHC admite manter contas no exterior, ter mandado dinheiro para Tomás e ter lhe presenteado recentemente com um apartamento de € 200 mil em Barcelona, na Espanha. O ex-presidente diz que os recursos enviados a Tomás provêm de "rendas legítimas" de seu trabalho, depositadas em contas legais e declaradas ao Imposto de Renda. Segundo ele, as contas estão "mantidas no Banco do Brasil em Nova York e Miami ou no Novo Banco, em Madri, quando não em bancos no Brasil". "Nenhuma outra empresa, salvos as bancárias já referidas, foi utilizada por mim para fazer esses pagamentos", afirma FHC. O ex-presidente diz ainda que o repasse dos recursos para que Tomás comprasse o apartamento em Barcelona foi feito por meio de transferências de sua conta bancária no Bradesco "com o conhecimento do Banco Central" brasileiro. Mirian e FHC
poder
FHC diz que vai esperar manifestação da Brasif sobre contrato fictícioO ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) afirmou por meio de nota, nesta quinta-feira (18), não ter condições de se manifestar sobre a acusação, revelada pela Folha, de que teria se utilizado de um contrato fictício com a empresa Brasif S.A. Exportação e Importação para enviar ao exterior recursos para ajudar a jornalista Mirian Dutra, com quem manteve um relacionamento nos anos 1980 e 1990, a pagar despesas do filho Tomás Dutra Schmidt. A transferência foi feita, segundo Mirian, por meio da assinatura de um contrato fictício de trabalho, celebrado em dezembro de 2002 e com validade até dezembro de 2006. FHC afirma que vai esperar a empresa se manifestar. "Com referência à empresa citada no noticiário de hoje, trata-se de um contrato feito há mais de 13 anos, sobre o qual não tenho condições de me manifestar enquanto a referida empresa não fizer os esclarecimentos que considerar necessários." Em resposta à Folha nesta quarta (17), o ex-presidente negou a informação de que teria bancado Tomás por meio de uma empresa, como Miriam afirmou. Na mesma nota, FHC admite manter contas no exterior, ter mandado dinheiro para Tomás e ter lhe presenteado recentemente com um apartamento de € 200 mil em Barcelona, na Espanha. O ex-presidente diz que os recursos enviados a Tomás provêm de "rendas legítimas" de seu trabalho, depositadas em contas legais e declaradas ao Imposto de Renda. Segundo ele, as contas estão "mantidas no Banco do Brasil em Nova York e Miami ou no Novo Banco, em Madri, quando não em bancos no Brasil". "Nenhuma outra empresa, salvos as bancárias já referidas, foi utilizada por mim para fazer esses pagamentos", afirma FHC. O ex-presidente diz ainda que o repasse dos recursos para que Tomás comprasse o apartamento em Barcelona foi feito por meio de transferências de sua conta bancária no Bradesco "com o conhecimento do Banco Central" brasileiro. Mirian e FHC
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Jay-Z enfrenta oposição por oferta em serviço de streaming de música
O cantor Jay-Z pode acrescentar "pequenos acionistas suecos" aos seus "99 problemas". O rapper, que em uma de suas músicas canta "I got 99 problems but a bitch ain't one" (tenho 99 problemas, mas uma biscate não é um deles), está enfrentando problemas com sua oferta à Aspiro, empresa sueca de streaming de música. A associação de acionistas suecos disse na quarta-feira (4) que teria conseguido apoio de mais de 10% dos investidores da Aspiro para se opor à oferta. A empresa que está fazendo a oferta, Project Panther Bidco, e que pertence ao cantor, tem um nível de aceitação de 90% para sua oferta, o que o ajuda a espremer os acionistas minoritários. "Ainda é muito cedo para comentar. Cabe a cada indivíduo fazer sua própria análise. Nós acreditamos que a oferta é vantajosa para os acionistas da Aspiro", disse um assessor de imprensa da Project Panther. Jay-Z é o único rapper a tentar, recentemente, entrar no ramo de streaming de música depois de Dr Dre fundar a Beats Electronic –vendida no ano passado para a Apple por US$ 3 bilhões. A Aspiro é a empresa por de trás do Wimp, serviço popular nos países nórdicos, assim como o Tidal, um novo negócio que procura oferecer alta qualidade de música nos Estados Unidos, Reino Unido e outros lugares. Carl Rosen, executivo-chefe da associação dos acionistas, disse que mais de 10% dos investidores da Aspiro foram contrários ao negócio, que ofereceu um prêmio de 59% para o preço da ação um dia antes de a oferta ter sido anunciada. Ele ainda acrescentou que a Project Panther não tinha respondido aos acionistas que queriam uma oferta maior. "O motivo para o sigilo do licitante está envolto de mistério", comenta. As pessoas familiarizadas com a proposta notaram que não estava claro se 10% dos investidores iriam votar contra a oferta, que expira no dia 11 de março. Shawn Carter, verdadeiro nome do rapper, pode até esse ponto retirar sua oferta, prolongar o período de aceitação, aumentar o seu valor ou diminuir o percentual de acionistas necessários. Ele já tem o apoio do principal proprietário da Aspiro, que detém 76% das ações, controladas pela empresa de mídia Schibsted. Jay-Z disse no documento de licitação da Project Panther que gostaria de empurrar o Wimp e o Tidal agressivamente em novos países, mantendo a Aspiro privada. O documento acrescentava: "A Panther acredita que os desenvolvimentos recentes na indústria de entretenimento, com a migração para a música e a mídia streaming, oferecem grande potencial para aumentar o consumo de entretenimento e a oportunidade para artistas promoverem ainda mais suas músicas. A ambição estratégica da Panther gira em torno da expansão global e promoção de plataforma, tecnologia e serviços da Aspiro".
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Jay-Z enfrenta oposição por oferta em serviço de streaming de músicaO cantor Jay-Z pode acrescentar "pequenos acionistas suecos" aos seus "99 problemas". O rapper, que em uma de suas músicas canta "I got 99 problems but a bitch ain't one" (tenho 99 problemas, mas uma biscate não é um deles), está enfrentando problemas com sua oferta à Aspiro, empresa sueca de streaming de música. A associação de acionistas suecos disse na quarta-feira (4) que teria conseguido apoio de mais de 10% dos investidores da Aspiro para se opor à oferta. A empresa que está fazendo a oferta, Project Panther Bidco, e que pertence ao cantor, tem um nível de aceitação de 90% para sua oferta, o que o ajuda a espremer os acionistas minoritários. "Ainda é muito cedo para comentar. Cabe a cada indivíduo fazer sua própria análise. Nós acreditamos que a oferta é vantajosa para os acionistas da Aspiro", disse um assessor de imprensa da Project Panther. Jay-Z é o único rapper a tentar, recentemente, entrar no ramo de streaming de música depois de Dr Dre fundar a Beats Electronic –vendida no ano passado para a Apple por US$ 3 bilhões. A Aspiro é a empresa por de trás do Wimp, serviço popular nos países nórdicos, assim como o Tidal, um novo negócio que procura oferecer alta qualidade de música nos Estados Unidos, Reino Unido e outros lugares. Carl Rosen, executivo-chefe da associação dos acionistas, disse que mais de 10% dos investidores da Aspiro foram contrários ao negócio, que ofereceu um prêmio de 59% para o preço da ação um dia antes de a oferta ter sido anunciada. Ele ainda acrescentou que a Project Panther não tinha respondido aos acionistas que queriam uma oferta maior. "O motivo para o sigilo do licitante está envolto de mistério", comenta. As pessoas familiarizadas com a proposta notaram que não estava claro se 10% dos investidores iriam votar contra a oferta, que expira no dia 11 de março. Shawn Carter, verdadeiro nome do rapper, pode até esse ponto retirar sua oferta, prolongar o período de aceitação, aumentar o seu valor ou diminuir o percentual de acionistas necessários. Ele já tem o apoio do principal proprietário da Aspiro, que detém 76% das ações, controladas pela empresa de mídia Schibsted. Jay-Z disse no documento de licitação da Project Panther que gostaria de empurrar o Wimp e o Tidal agressivamente em novos países, mantendo a Aspiro privada. O documento acrescentava: "A Panther acredita que os desenvolvimentos recentes na indústria de entretenimento, com a migração para a música e a mídia streaming, oferecem grande potencial para aumentar o consumo de entretenimento e a oportunidade para artistas promoverem ainda mais suas músicas. A ambição estratégica da Panther gira em torno da expansão global e promoção de plataforma, tecnologia e serviços da Aspiro".
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Para Levy, divulgação do balanço 'marcará reconstrução' da Petrobras
O ministro Joaquim Levy afirmou esperar que a Petrobras supere nos próximos dias a questão da divulgação dos resultados auditados. A falta dos dados tem gerado preocupações de que credores usassem o fato para pedir a antecipação do pagamento de dívidas pela estatal. Segundo Levy, a divulgação do balanço "marcará mais uma etapa na reconstrução" da companhia. As falas ocorreram em evento da Bloomberg em Nova York nesta segunda-feira (20). O balanço fiscal do terceiro trimestre e de todo o ano de 2014 da Petrobras deve ser enviado ainda hoje para o conselho fiscal da companhia. O documento contábil ainda não foi publicado porque a Petrobras precisou calcular o custo da corrupção embutido indevidamente em seus investimentos, entre 2004 e 2012. Os resultados devem ser divulgados nesta quarta (22). "Acho que a principal coisa é que vai acabar com essa preocupação [do mercado]. As pessoas estavam muito preocupadas, é uma grande companhia, todos prestam atenção", disse Levy. Levy destacou também a substituição de integrantes políticos por membros do setor privado no conselho como algo positivo. "Eles terão muito mais tempo para supervisionar a companhia", afirmou. O ministro destacou os esforços para mudar a forma com que a companhia é gerenciada, com maior transparência entre os altos executivos. "Isso é um dos melhores jeitos de garantir a melhora na governança, assim como a expectativa de ter um novo Conselho de Administração", afirmou. PAÍS TRANSPARENTE Para o ministro, os problemas na Petrobras não fazem do Brasil uma pior opção de investimento. "Quem tem um entendimento profundo percebe que o Brasil é um dos países mais transparentes do mundo", disse. "É um país em que tudo é discutido, onde o governo é responsabilizado por tudo que faz. Você tem eleições regulares e onde as pessoas que fazem coisas erradas vão para a cadeia." O ministro defendeu que, dentro de uma companhia, nem sempre todos os executivos sabem de tudo. Mas que, aqueles que estavam cientes do esquema de corrupção dentro da Petrobras foram punidos. "Aqueles que sabiam estão na cadeia."
mercado
Para Levy, divulgação do balanço 'marcará reconstrução' da PetrobrasO ministro Joaquim Levy afirmou esperar que a Petrobras supere nos próximos dias a questão da divulgação dos resultados auditados. A falta dos dados tem gerado preocupações de que credores usassem o fato para pedir a antecipação do pagamento de dívidas pela estatal. Segundo Levy, a divulgação do balanço "marcará mais uma etapa na reconstrução" da companhia. As falas ocorreram em evento da Bloomberg em Nova York nesta segunda-feira (20). O balanço fiscal do terceiro trimestre e de todo o ano de 2014 da Petrobras deve ser enviado ainda hoje para o conselho fiscal da companhia. O documento contábil ainda não foi publicado porque a Petrobras precisou calcular o custo da corrupção embutido indevidamente em seus investimentos, entre 2004 e 2012. Os resultados devem ser divulgados nesta quarta (22). "Acho que a principal coisa é que vai acabar com essa preocupação [do mercado]. As pessoas estavam muito preocupadas, é uma grande companhia, todos prestam atenção", disse Levy. Levy destacou também a substituição de integrantes políticos por membros do setor privado no conselho como algo positivo. "Eles terão muito mais tempo para supervisionar a companhia", afirmou. O ministro destacou os esforços para mudar a forma com que a companhia é gerenciada, com maior transparência entre os altos executivos. "Isso é um dos melhores jeitos de garantir a melhora na governança, assim como a expectativa de ter um novo Conselho de Administração", afirmou. PAÍS TRANSPARENTE Para o ministro, os problemas na Petrobras não fazem do Brasil uma pior opção de investimento. "Quem tem um entendimento profundo percebe que o Brasil é um dos países mais transparentes do mundo", disse. "É um país em que tudo é discutido, onde o governo é responsabilizado por tudo que faz. Você tem eleições regulares e onde as pessoas que fazem coisas erradas vão para a cadeia." O ministro defendeu que, dentro de uma companhia, nem sempre todos os executivos sabem de tudo. Mas que, aqueles que estavam cientes do esquema de corrupção dentro da Petrobras foram punidos. "Aqueles que sabiam estão na cadeia."
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CPTM vai liberar entrada de bicicletas nos trens todos os dias da semana
Os usuários poderão levar suas bicicletas dentro dos trens da CPTM todos os dias da semana a partir desta quarta-feira (19), data em que se comemora o Dia do Ciclista. Elas já são permitidas desde 2007, mas apenas aos finais de semana e feridos. Agora, as bicicletas serão permitidas após as 20h30 de segunda a sexta, após as 14h aos sábados e durante todo o dia nos feriados. Continuará valendo o limite de quatro bicicletas por viagem, sendo sempre levadas no último carro de cada trem. Segundo a companhia, o número de bicicletas levadas nos trens da CPTM quase quadruplicou entre os anos de 2007 e 2014, saltando de 15.090 para 57.828. Apenas no primeiro semestre deste ano, o número chegou a 31.663. A campeã em embarques de ciclistas é a linha 9-esmeralda, com 126.340 registros desde a liberação. A maioria atraídos pela ciclovia rio Pinheiros, que fica ao lado da linha. As linhas da CPTM possuem também 28 bicicletários, sendo 25 delas administradas pela companhia. Todas são gratuitas, exceto a unidade de Mauá, que cobra mensalidade de R$ 20 dos sócios e diária de R$ 2 de eventuais usuários. Infográfico Bicicletários da CPTM
cotidiano
CPTM vai liberar entrada de bicicletas nos trens todos os dias da semanaOs usuários poderão levar suas bicicletas dentro dos trens da CPTM todos os dias da semana a partir desta quarta-feira (19), data em que se comemora o Dia do Ciclista. Elas já são permitidas desde 2007, mas apenas aos finais de semana e feridos. Agora, as bicicletas serão permitidas após as 20h30 de segunda a sexta, após as 14h aos sábados e durante todo o dia nos feriados. Continuará valendo o limite de quatro bicicletas por viagem, sendo sempre levadas no último carro de cada trem. Segundo a companhia, o número de bicicletas levadas nos trens da CPTM quase quadruplicou entre os anos de 2007 e 2014, saltando de 15.090 para 57.828. Apenas no primeiro semestre deste ano, o número chegou a 31.663. A campeã em embarques de ciclistas é a linha 9-esmeralda, com 126.340 registros desde a liberação. A maioria atraídos pela ciclovia rio Pinheiros, que fica ao lado da linha. As linhas da CPTM possuem também 28 bicicletários, sendo 25 delas administradas pela companhia. Todas são gratuitas, exceto a unidade de Mauá, que cobra mensalidade de R$ 20 dos sócios e diária de R$ 2 de eventuais usuários. Infográfico Bicicletários da CPTM
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Propostas de João Doria para saúde em SP são paliativas, dizem técnicos
As principais propostas do prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), para a saúde, como o "corujão" e as carretas itinerantes para exames, são medidas paliativas e pouco resolutivas se o paciente não estiver dentro do sistema de saúde, recebendo um atendimento integral. Para especialistas em saúde pública, não há nada mais urgente na rede municipal do que os serviços trabalharem de forma mais integrada. Hoje, o paciente fica perdido em um labirinto de unidades de saúde municipais e estaduais, administradas por várias organizações sociais (OSs) que, muitas vezes, não conversam entre si. Um exemplo. Ao mesmo tempo em que há mais de 600 mil pessoas esperando até cinco meses, em média, por exames e consultas na rede municipal, existem AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades), ligados ao governo estadual, com taxas de absenteísmo de 30%. Segundo o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha, a atual gestão promoveu maior integração na atenção básica, diminuiu em 44% a fila de espera por exames, mas falta um melhor entrosamento entre as unidades de média e alta complexidades (ambulatórios e hospitais). Uma das promessas de Doria é a integração dos sistemas de saúde municipal e estadual –com cartão e prontuários eletrônicos ligados a um aplicativo-que, segundo ele, seria mais factível porque prefeitura e Estado estarão sob gestão do mesmo PSDB. Mas só isso não garante que as administrações estejam afinadas na saúde. A cidade de São Paulo já teve prefeito e governador alinhados politicamente (José Serra e Gilberto Kassab, entre 2007 e 2010), porém, isso não resultou em uma maior integração e resolutividade na saúde. "A estrutura é grande, existem muitos funcionários de carreira e um ranço que faz com que Estado e município não conversem", diz o médico João Ladislau Rosa, superintendente da SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina). CULTURAL Padilha afirma que há uma questão cultural na falta de diálogo, que também se repetiria em outros municípios paulistas, mas que, na gestão de Fernando Haddad, o primeiro passo já foi dado, com a integração dos serviços de urgência e emergência. O secretário de Estado da Saúde, David Uip, aposta que as decisões em saúde estarão mais alinhadas a partir de janeiro. "Além de sermos do mesmo partido, minha família e a do Doria são muito próximas. Isso é uma enorme vantagem", acredita. Segundo Uip, é fundamental que o município aprimore a sua atenção básica de forma a torná-la mais resolutiva e gestora da saúde do paciente. "Cabe a prefeitura o primeiro acesso do paciente ao sistema. Quando bem organizado, ele resolve 80% dos problemas", diz o secretário. Uip defende uma revisão na fila de espera por exames e especialistas e uma via de acesso única, tal como ocorre com a lista dos transplantes. "Hoje, as pessoas se inscrevem em vários serviços. Quando consegue vaga num lugar, o nome continua no outro. A culpa não é dela, é nossa [gestores]", afirma. CORUJÃO E CARRETAS O "corujão da saúde", que propõe o uso das instalações dos hospitais privados das 20h às 8h por um ano, para zerar as filas de exames, é uma das propostas do prefeito eleito mais criticadas. "Pode segregar os mais pobres ao atendimento na madrugada, longe de onde moram. Sem investir no atendimento integral em cada região, a fila volta", diz Mario Scheffer, professor de medicina preventiva da USP. Para Rosa, da SPDM, além de paliativo, o programa "não soa bem". "É oferecer sobras ao usuário do SUS." Gustavo Gusso, médico de família e professor da USP, diz que o corujão pode funcionar emergencialmente, como um mutirão, mas é ineficaz se não existir um desenho de rede bem definido. "O paciente deve entrar onde e deve seguir qual fluxo?", questiona. Segundo Padilha, o município já realiza mensalmente 590 mil exames de apoio de diagnóstico. "O Doria diz que com o corujão fará 500 mil exames em um ano. É menos do que a gente já faz mensalmente. Dá para aumentar a produção aprimorando a própria rede municipal." As carretas itinerantes, que ofertarão exames e tratamentos, também são tidas como um improviso caro e ineficaz. "Tem que haver garantia de vínculo dos pacientes com a rede de saúde", diz Scheffer. "São Paulo não precisa de carretas. É muito mais barato oferecer esses serviços em unidades fixas, incluir esses pacientes no sistema para serem cuidados de forma contínua", completa João Rosa. Outra proposta de Doria é a contratação de 800 médicos para atuar prioritariamente nas periferias. Padilha lembra que já existem 1.090 médicos contratados para trabalhar na atenção básica. "Só estão esperando a nomeação, que não pode ser feita por causa da lei eleitoral." Fila na saúde - Unidades Básicas de Saúde (UBSs) Oferecem consultas, curativos, vacinas, remédios, tratamento odontológico e encaminhamento para especialidades, sempre com hora marcada Estratégia Saúde da Família (ESF) Programa federal prevê equipes formadas por agentes comunitários, enfermeiros, médicos e dentistas que atuam em UBSs; na capital, são 1.318 equipes UBSs/AMAs Integradas As duas unidades funcionam no mesmo prédio; o objetivo é oferecer atendimentos complementares, com acompanhamento do paciente Assistência Médica Ambulatorial (AMAs) Fazem atendimentos não agendados de baixa e média complexidade em pediatria, clínica médica, cirurgia geral e ginecologia Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Em horário integral, atendem emergências e urgências; é o serviço intermediário entre a atenção básica e os hospitais Prontos-socorros municipais Assim como as UPAs, fazem atendimentos de urgência e emergência AMAs de Especialidades De segunda a sábado, oferecem consultas e exames em áreas como ortopedia, cardiologia e neurologia; os agendamentos são feitos pelas UBSs Rede Hora Certa Realizam procedimentos clínicos, diagnósticos, terapêuticos e cirúrgicos com permanência por até 12 horas; agendamento é feito pelas UBSs Hospitais municipais Recebem urgências e emergências, além de casos de maior complexidade; também servem de retaguarda para UBSs e AMAs
cotidiano
Propostas de João Doria para saúde em SP são paliativas, dizem técnicosAs principais propostas do prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), para a saúde, como o "corujão" e as carretas itinerantes para exames, são medidas paliativas e pouco resolutivas se o paciente não estiver dentro do sistema de saúde, recebendo um atendimento integral. Para especialistas em saúde pública, não há nada mais urgente na rede municipal do que os serviços trabalharem de forma mais integrada. Hoje, o paciente fica perdido em um labirinto de unidades de saúde municipais e estaduais, administradas por várias organizações sociais (OSs) que, muitas vezes, não conversam entre si. Um exemplo. Ao mesmo tempo em que há mais de 600 mil pessoas esperando até cinco meses, em média, por exames e consultas na rede municipal, existem AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades), ligados ao governo estadual, com taxas de absenteísmo de 30%. Segundo o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha, a atual gestão promoveu maior integração na atenção básica, diminuiu em 44% a fila de espera por exames, mas falta um melhor entrosamento entre as unidades de média e alta complexidades (ambulatórios e hospitais). Uma das promessas de Doria é a integração dos sistemas de saúde municipal e estadual –com cartão e prontuários eletrônicos ligados a um aplicativo-que, segundo ele, seria mais factível porque prefeitura e Estado estarão sob gestão do mesmo PSDB. Mas só isso não garante que as administrações estejam afinadas na saúde. A cidade de São Paulo já teve prefeito e governador alinhados politicamente (José Serra e Gilberto Kassab, entre 2007 e 2010), porém, isso não resultou em uma maior integração e resolutividade na saúde. "A estrutura é grande, existem muitos funcionários de carreira e um ranço que faz com que Estado e município não conversem", diz o médico João Ladislau Rosa, superintendente da SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina). CULTURAL Padilha afirma que há uma questão cultural na falta de diálogo, que também se repetiria em outros municípios paulistas, mas que, na gestão de Fernando Haddad, o primeiro passo já foi dado, com a integração dos serviços de urgência e emergência. O secretário de Estado da Saúde, David Uip, aposta que as decisões em saúde estarão mais alinhadas a partir de janeiro. "Além de sermos do mesmo partido, minha família e a do Doria são muito próximas. Isso é uma enorme vantagem", acredita. Segundo Uip, é fundamental que o município aprimore a sua atenção básica de forma a torná-la mais resolutiva e gestora da saúde do paciente. "Cabe a prefeitura o primeiro acesso do paciente ao sistema. Quando bem organizado, ele resolve 80% dos problemas", diz o secretário. Uip defende uma revisão na fila de espera por exames e especialistas e uma via de acesso única, tal como ocorre com a lista dos transplantes. "Hoje, as pessoas se inscrevem em vários serviços. Quando consegue vaga num lugar, o nome continua no outro. A culpa não é dela, é nossa [gestores]", afirma. CORUJÃO E CARRETAS O "corujão da saúde", que propõe o uso das instalações dos hospitais privados das 20h às 8h por um ano, para zerar as filas de exames, é uma das propostas do prefeito eleito mais criticadas. "Pode segregar os mais pobres ao atendimento na madrugada, longe de onde moram. Sem investir no atendimento integral em cada região, a fila volta", diz Mario Scheffer, professor de medicina preventiva da USP. Para Rosa, da SPDM, além de paliativo, o programa "não soa bem". "É oferecer sobras ao usuário do SUS." Gustavo Gusso, médico de família e professor da USP, diz que o corujão pode funcionar emergencialmente, como um mutirão, mas é ineficaz se não existir um desenho de rede bem definido. "O paciente deve entrar onde e deve seguir qual fluxo?", questiona. Segundo Padilha, o município já realiza mensalmente 590 mil exames de apoio de diagnóstico. "O Doria diz que com o corujão fará 500 mil exames em um ano. É menos do que a gente já faz mensalmente. Dá para aumentar a produção aprimorando a própria rede municipal." As carretas itinerantes, que ofertarão exames e tratamentos, também são tidas como um improviso caro e ineficaz. "Tem que haver garantia de vínculo dos pacientes com a rede de saúde", diz Scheffer. "São Paulo não precisa de carretas. É muito mais barato oferecer esses serviços em unidades fixas, incluir esses pacientes no sistema para serem cuidados de forma contínua", completa João Rosa. Outra proposta de Doria é a contratação de 800 médicos para atuar prioritariamente nas periferias. Padilha lembra que já existem 1.090 médicos contratados para trabalhar na atenção básica. "Só estão esperando a nomeação, que não pode ser feita por causa da lei eleitoral." Fila na saúde - Unidades Básicas de Saúde (UBSs) Oferecem consultas, curativos, vacinas, remédios, tratamento odontológico e encaminhamento para especialidades, sempre com hora marcada Estratégia Saúde da Família (ESF) Programa federal prevê equipes formadas por agentes comunitários, enfermeiros, médicos e dentistas que atuam em UBSs; na capital, são 1.318 equipes UBSs/AMAs Integradas As duas unidades funcionam no mesmo prédio; o objetivo é oferecer atendimentos complementares, com acompanhamento do paciente Assistência Médica Ambulatorial (AMAs) Fazem atendimentos não agendados de baixa e média complexidade em pediatria, clínica médica, cirurgia geral e ginecologia Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Em horário integral, atendem emergências e urgências; é o serviço intermediário entre a atenção básica e os hospitais Prontos-socorros municipais Assim como as UPAs, fazem atendimentos de urgência e emergência AMAs de Especialidades De segunda a sábado, oferecem consultas e exames em áreas como ortopedia, cardiologia e neurologia; os agendamentos são feitos pelas UBSs Rede Hora Certa Realizam procedimentos clínicos, diagnósticos, terapêuticos e cirúrgicos com permanência por até 12 horas; agendamento é feito pelas UBSs Hospitais municipais Recebem urgências e emergências, além de casos de maior complexidade; também servem de retaguarda para UBSs e AMAs
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Roteirista de 'Game of Thrones' culpa inverno por episódios atrasados
O roteirista de "Game of Thrones", David Benioff, contou aos fãs da série americana na feira internacional Comic-Con, em San Diego (EUA), nesta sexta-feira (22), que o atraso na próxima temporada é inevitável, porque "o inverno chegou". A série fantástica, sucesso em todo o mundo, fala sobre a chegada do inverno desde o episódio piloto e, com o episódio final da sexta temporada intitulado "Os Ventos do Inverno", a equipe de câmera foi forçada a esperar por um clima mais frio. "O inverno chegou, e nós tivemos de filmar em lugares com árvores e esperar que as folhas caíssem", relatou Benioff, em uma sala da Comic-Con. Junto com o roteirista, estão na feira em San Diego membros do elenco, incluindo Liam Cunningham, Sophie Turner e Kristian Nairn, assim como o diretor Miguel Sapochnik. Benioff e seu corroteirista D.B. Weiss já anunciaram um número menor de episódios para as duas últimas temporadas, enquanto a HBO confirmou que a sétima temporada estreia no segundo semestre de 2017. A série normalmente estreia em abril, mas Benioff disse que o lançamento tardio vai permitir um tempo maior de gravação em um clima mais frio. Disse também que as gravações vão até fevereiro e que "não há como lançar a temporada antes do verão". "Game of Thrones" conta a história de famílias nobres lutando pelo Trono de Ferro, enquanto têm de se preocupar com a horda de zumbis, os "White Walkers". A sexta temporada bateu um recorde de público, vista por mais de 25 milhões de espectadores por semana, e teve 23 indicações ao Emmy, incluindo melhor drama, que ganhou no ano passado. Esta foi a primeira temporada sem ter como base a série de livros de George R.R. Martin, "Uma canção de Geo e Fogo". "Ainda é a imaginação de George que nos dá esses personagens, esse mundo... tomara que ainda estejamos no espírito da imaginação de George", afirmou Benioff. O ator Kristian Nairn foi aplaudido de pé com um coro de "Hodor, Hodor", em homenagem a um dos personagens mais queridos da série. "Eu não esperava que fosse tão louco. Estou muito, muito lisonjeado. Isso me surpreendeu", comentou o ator irlandês, de 40 anos. O público perguntou quem vai tomar o Trono de Ferro, e o diretor Miguel Sapochnik respondeu que "ficaria muito feliz se eles dividissem, mas não acho que isso vá acontecer". Iwan Rheon, que interpreta o sádico Ramsay Bolton, foi aplaudido pelos espectadores quando disse que "derreteria (o trono) e faria uma democracia". Os fãs da Comic-Con ganharam de presente um vídeo curto, mostrando uma bandeira dos Lanister erguida, assim como o elenco se preparando para a sétima temporada, com a construção do novo set de filmagem e uma fila de armas usadas na série. Nenhuma imagem nova foi mostrada, porém.
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Roteirista de 'Game of Thrones' culpa inverno por episódios atrasadosO roteirista de "Game of Thrones", David Benioff, contou aos fãs da série americana na feira internacional Comic-Con, em San Diego (EUA), nesta sexta-feira (22), que o atraso na próxima temporada é inevitável, porque "o inverno chegou". A série fantástica, sucesso em todo o mundo, fala sobre a chegada do inverno desde o episódio piloto e, com o episódio final da sexta temporada intitulado "Os Ventos do Inverno", a equipe de câmera foi forçada a esperar por um clima mais frio. "O inverno chegou, e nós tivemos de filmar em lugares com árvores e esperar que as folhas caíssem", relatou Benioff, em uma sala da Comic-Con. Junto com o roteirista, estão na feira em San Diego membros do elenco, incluindo Liam Cunningham, Sophie Turner e Kristian Nairn, assim como o diretor Miguel Sapochnik. Benioff e seu corroteirista D.B. Weiss já anunciaram um número menor de episódios para as duas últimas temporadas, enquanto a HBO confirmou que a sétima temporada estreia no segundo semestre de 2017. A série normalmente estreia em abril, mas Benioff disse que o lançamento tardio vai permitir um tempo maior de gravação em um clima mais frio. Disse também que as gravações vão até fevereiro e que "não há como lançar a temporada antes do verão". "Game of Thrones" conta a história de famílias nobres lutando pelo Trono de Ferro, enquanto têm de se preocupar com a horda de zumbis, os "White Walkers". A sexta temporada bateu um recorde de público, vista por mais de 25 milhões de espectadores por semana, e teve 23 indicações ao Emmy, incluindo melhor drama, que ganhou no ano passado. Esta foi a primeira temporada sem ter como base a série de livros de George R.R. Martin, "Uma canção de Geo e Fogo". "Ainda é a imaginação de George que nos dá esses personagens, esse mundo... tomara que ainda estejamos no espírito da imaginação de George", afirmou Benioff. O ator Kristian Nairn foi aplaudido de pé com um coro de "Hodor, Hodor", em homenagem a um dos personagens mais queridos da série. "Eu não esperava que fosse tão louco. Estou muito, muito lisonjeado. Isso me surpreendeu", comentou o ator irlandês, de 40 anos. O público perguntou quem vai tomar o Trono de Ferro, e o diretor Miguel Sapochnik respondeu que "ficaria muito feliz se eles dividissem, mas não acho que isso vá acontecer". Iwan Rheon, que interpreta o sádico Ramsay Bolton, foi aplaudido pelos espectadores quando disse que "derreteria (o trono) e faria uma democracia". Os fãs da Comic-Con ganharam de presente um vídeo curto, mostrando uma bandeira dos Lanister erguida, assim como o elenco se preparando para a sétima temporada, com a construção do novo set de filmagem e uma fila de armas usadas na série. Nenhuma imagem nova foi mostrada, porém.
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Com rimas em francês, Emicida lança parceria com rapper Féfé
O rapper paulistano Emicida lançou, nesta segunda (23), o clipe "Bonjour", em colaboração com o rapper francês Féfé. Com cenas filmadas tanto na periferia de São Paulo como em Paris, a música traz Emicida cantando em francês enrolado e Féfé se arriscando no português. O single foi apresentado ao público pela primeira vez em dezembro de 2014, quando os dois rappers participaram de um festival em São Paulo. Emicida deve sair em turnê com Féfé na França em 2015 e está confirmado no Festival Le Printemps de Bourges, na cidade de Bourges, no dia 27 de abril. Assista ao clipe de "Bonjour" Bonjour
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Com rimas em francês, Emicida lança parceria com rapper FéféO rapper paulistano Emicida lançou, nesta segunda (23), o clipe "Bonjour", em colaboração com o rapper francês Féfé. Com cenas filmadas tanto na periferia de São Paulo como em Paris, a música traz Emicida cantando em francês enrolado e Féfé se arriscando no português. O single foi apresentado ao público pela primeira vez em dezembro de 2014, quando os dois rappers participaram de um festival em São Paulo. Emicida deve sair em turnê com Féfé na França em 2015 e está confirmado no Festival Le Printemps de Bourges, na cidade de Bourges, no dia 27 de abril. Assista ao clipe de "Bonjour" Bonjour
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'As Polacas', de Daniel Burman, migra da Globo para o cinema
Pensada inicialmente como uma minissérie de oito capítulos para a Globo, "As Polacas", projeto do cineasta argentino Daniel Burman, virará primeiro um filme. A Globo Filmes cuidará dessa produção, com roteiro do próprio Burman ("O Abraço Partido") e de seu compatriota Mario Segade. A ideia é que o longa seja rodado no segundo semestre do ano que vem. Depois, a trama poderá ser adaptada para a TV. A história fala das chamadas "polacas", judias traficadas para o Brasil no início do século passado, que eram obrigadas a se prostituírem. Em outra parceria com a Globo, anunciada na feira Comic Con, Burman fará a versão hispânica da série inédita "Supermax". Titia Bey, sobrinho Noel A apresentadora Patricia Abravanel encarnará a cantora Beyoncé no programa "Máquina da Fama" (SBT) da próxima segunda, 19. No dia 24, será a vez de seu sobrinho Tiago Abravanel aparecer fantasiado como Papai Noel no especial "Presente de Natal", da Globo. "Na minha família, fui Papai Noel uns dez anos", diz ele. Riiitmo de festa E Tiago Abravanel foi liberado pela Globo para atuar no especial dos 85 anos de seu avô Silvio Santos, dono do SBT. Ele será um cantor e contracenará com Marília Gabriela, narradora da trajetória de Silvio. Quatro atores interpretarão o apresentador. Riiitmo O SBT deve decidir nesta sexta (11) se exibirá o documentário de 2h15 min neste sábado (12), aniversário de Silvio, no lugar do "Sabadão Sertanejo", ou no domingo, no "Programa Silvio Santos". 12 pontos de média no Ibope na Grande SP (cada ponto equivale a 67 mil casas) registrou a final do "Batalha dos Confeiteiros" (Record), nesta quarta (9). Vai, Brasil Atletas da equipe olímpica brasileira participam de um encontro no Projac, da Globo, na segunda (14), com profissionais da emissora. Corpo fechado Neymar contará a história de suas 33 tatuagens no "Esporte Espetacular" (Globo) neste domingo. >> Com BIANCA SOARES
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'As Polacas', de Daniel Burman, migra da Globo para o cinemaPensada inicialmente como uma minissérie de oito capítulos para a Globo, "As Polacas", projeto do cineasta argentino Daniel Burman, virará primeiro um filme. A Globo Filmes cuidará dessa produção, com roteiro do próprio Burman ("O Abraço Partido") e de seu compatriota Mario Segade. A ideia é que o longa seja rodado no segundo semestre do ano que vem. Depois, a trama poderá ser adaptada para a TV. A história fala das chamadas "polacas", judias traficadas para o Brasil no início do século passado, que eram obrigadas a se prostituírem. Em outra parceria com a Globo, anunciada na feira Comic Con, Burman fará a versão hispânica da série inédita "Supermax". Titia Bey, sobrinho Noel A apresentadora Patricia Abravanel encarnará a cantora Beyoncé no programa "Máquina da Fama" (SBT) da próxima segunda, 19. No dia 24, será a vez de seu sobrinho Tiago Abravanel aparecer fantasiado como Papai Noel no especial "Presente de Natal", da Globo. "Na minha família, fui Papai Noel uns dez anos", diz ele. Riiitmo de festa E Tiago Abravanel foi liberado pela Globo para atuar no especial dos 85 anos de seu avô Silvio Santos, dono do SBT. Ele será um cantor e contracenará com Marília Gabriela, narradora da trajetória de Silvio. Quatro atores interpretarão o apresentador. Riiitmo O SBT deve decidir nesta sexta (11) se exibirá o documentário de 2h15 min neste sábado (12), aniversário de Silvio, no lugar do "Sabadão Sertanejo", ou no domingo, no "Programa Silvio Santos". 12 pontos de média no Ibope na Grande SP (cada ponto equivale a 67 mil casas) registrou a final do "Batalha dos Confeiteiros" (Record), nesta quarta (9). Vai, Brasil Atletas da equipe olímpica brasileira participam de um encontro no Projac, da Globo, na segunda (14), com profissionais da emissora. Corpo fechado Neymar contará a história de suas 33 tatuagens no "Esporte Espetacular" (Globo) neste domingo. >> Com BIANCA SOARES
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Cruz Vermelha Americana é suspeita de desvio de doações no Haiti
Reportagem publicada por um respeitado site investigativo dos EUA aponta que a Cruz Vermelha Americana teria usado para outros fins US$ 488 milhões (R$ 1,54 bilhão) arrecadados em uma campanha para ajudar vítimas do terremoto no Haiti, em 2010. Segundo informou o site ProPublica nesta sexta (5), a situação mais grave é no setor de moradia, para o qual foram destinados US$ 173 milhões, ou 35% do total. Ao fazer o apelo por doações em 2010, a ONG prometera dar abrigo a 132 mil haitianos. Cinco anos depois, porém, só seis casas foram construídas pela Cruz Vermelha Americana no país. Mesmo assim, a campanha foi mantida, superando a meta inicial de arrecadação. Em comunicado, a entidade rechaçou as acusações e afirmou que abrigou milhares de haitianos em casas temporárias e que operou por parcerias com outras ONGs. O projeto habitacional citado no texto faz parte da ação chamada de Lamika (sigla em crioulo para Uma Vida Melhor no Meu Bairro). A intenção era entregar em 2013 moradias completas, com piso, vaso sanitário, chuveiro e sistema de coleta de água da chuva. Mas no bairro Campeche, na capital, Porto Príncipe, a situação permanece precária como após o tremor de 2010. Os moradores ainda vivem em barracos de madeira e chapas de metal, sem acesso a água potável, energia elétrica e saneamento básico. Esta não é a primeira vez que uma das organizações abrigadas sob o nome guarda-chuva da Cruz Vermelha é suspeita de desvios. Em 2014, a Cruz Vermelha no Brasil se viu no centro de um escândalo envolvendo o sumiço de doações a vítimas de desastres nacionais e externos. Em julho do ano passado, a Folha revelou uma auditoria do órgão internacional que apontava que R$ 2,3 milhões doados para ajudar Japão, Somália e Rio foram desviados para uma ONG ligada a funcionários da entidade. Nos EUA, a organização esteve na berlinda diversas vezes –de questionamentos sobre os altos salários de seus dirigentes, contratados no meio corporativo, ao mau uso de fundos para as vítimas do furacão Katrina, em 2005. Além da gestão de recursos, a atuação da Cruz Vermelha no Haiti também atrai críticas dos que acompanharam as operações. Em "The Big Truck that Went By" (2013), seu livro sobre o Haiti, o jornalista Jonathan Katz relata problemas de planejamento e eficácia na operação da organização, frequentemente causados pelo desconhecimento da situação local. Em entrevista à Folha em maio, Katz descreveu a marginalização dos haitianos na operação, lembrando que "quase nenhum dos agentes estrangeiros falava crioulo" – crítica é ecoada por moradores de Porto Príncipe ouvidos pela ProPublica. OUTRO LADO Em nota no site da Cruz Vermelha americana, o chefe de operações internacionais, David Meltzer, admite que só foram construídas seis casas, mas afirma que elas integravam um projeto piloto. Meltzer alega não ter avançado no projeto devido a disputas fundiárias e ao retorno de beneficiários de iniciativas de outras ONGs a favelas de Porto Príncipe. Ele diz, porém, que a entidade fez cerca de 860 mil casas provisórias.
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Cruz Vermelha Americana é suspeita de desvio de doações no HaitiReportagem publicada por um respeitado site investigativo dos EUA aponta que a Cruz Vermelha Americana teria usado para outros fins US$ 488 milhões (R$ 1,54 bilhão) arrecadados em uma campanha para ajudar vítimas do terremoto no Haiti, em 2010. Segundo informou o site ProPublica nesta sexta (5), a situação mais grave é no setor de moradia, para o qual foram destinados US$ 173 milhões, ou 35% do total. Ao fazer o apelo por doações em 2010, a ONG prometera dar abrigo a 132 mil haitianos. Cinco anos depois, porém, só seis casas foram construídas pela Cruz Vermelha Americana no país. Mesmo assim, a campanha foi mantida, superando a meta inicial de arrecadação. Em comunicado, a entidade rechaçou as acusações e afirmou que abrigou milhares de haitianos em casas temporárias e que operou por parcerias com outras ONGs. O projeto habitacional citado no texto faz parte da ação chamada de Lamika (sigla em crioulo para Uma Vida Melhor no Meu Bairro). A intenção era entregar em 2013 moradias completas, com piso, vaso sanitário, chuveiro e sistema de coleta de água da chuva. Mas no bairro Campeche, na capital, Porto Príncipe, a situação permanece precária como após o tremor de 2010. Os moradores ainda vivem em barracos de madeira e chapas de metal, sem acesso a água potável, energia elétrica e saneamento básico. Esta não é a primeira vez que uma das organizações abrigadas sob o nome guarda-chuva da Cruz Vermelha é suspeita de desvios. Em 2014, a Cruz Vermelha no Brasil se viu no centro de um escândalo envolvendo o sumiço de doações a vítimas de desastres nacionais e externos. Em julho do ano passado, a Folha revelou uma auditoria do órgão internacional que apontava que R$ 2,3 milhões doados para ajudar Japão, Somália e Rio foram desviados para uma ONG ligada a funcionários da entidade. Nos EUA, a organização esteve na berlinda diversas vezes –de questionamentos sobre os altos salários de seus dirigentes, contratados no meio corporativo, ao mau uso de fundos para as vítimas do furacão Katrina, em 2005. Além da gestão de recursos, a atuação da Cruz Vermelha no Haiti também atrai críticas dos que acompanharam as operações. Em "The Big Truck that Went By" (2013), seu livro sobre o Haiti, o jornalista Jonathan Katz relata problemas de planejamento e eficácia na operação da organização, frequentemente causados pelo desconhecimento da situação local. Em entrevista à Folha em maio, Katz descreveu a marginalização dos haitianos na operação, lembrando que "quase nenhum dos agentes estrangeiros falava crioulo" – crítica é ecoada por moradores de Porto Príncipe ouvidos pela ProPublica. OUTRO LADO Em nota no site da Cruz Vermelha americana, o chefe de operações internacionais, David Meltzer, admite que só foram construídas seis casas, mas afirma que elas integravam um projeto piloto. Meltzer alega não ter avançado no projeto devido a disputas fundiárias e ao retorno de beneficiários de iniciativas de outras ONGs a favelas de Porto Príncipe. Ele diz, porém, que a entidade fez cerca de 860 mil casas provisórias.
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Nota de Tombini é 'atitude sem precedentes', diz Meirelles
O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles classificou como "atitude sem precedentes" a nota em que o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou serem "significativas" as revisões das projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional) para o PIB do Brasil, de contração de 1% para recuo de 3,5%. Em seminário do Credit Suisse, Meirelles, que esteve à frente do BC durante o governo Lula, de 2003 a 2011, foi questionado sobre a nota que Tombini divulgou na manhã desta terça (19), mas evitou fazer mais comentários sobre o assunto. Ele lembrou que Paul Volcker, que comandou o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) nos anos 1980, ainda se recusa a falar sobre as políticas de seus sucessores, mesmo tendo deixado o cargo há mais de 25 anos. No Brasil, disse Meirelles, "existe uma boa prática de Banco Central de não haver comentários diretos pelo menos no primeiro mandato". "Quando se sai do Banco Central, durante quatro anos [seguintes], [a orientação] é que não se faça comentários de julgamento direto, dizendo "eu faria isso, não faria. [Isso] está errado, está certo". Porque, inclusive, tem impacto no mercado. Dito isso, é uma atitude [de Tombini], talvez, sem precedentes", limitou-se a dizer. A nota divulgada por Tombini na véspera da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a taxa básica de juros gerou uma série de críticas do mercado. A instituição afirma, no entanto, que não violou nenhuma regra escrita e que agiu de maneira inédita diante de um fato também inédito: a drástica revisão das projeções de crescimento do país feita pelo FMI. Colaboraram VALDO CRUZ e EDUARDO CUCOLO, de Brasília Taxa básica de juros (Selic)
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Nota de Tombini é 'atitude sem precedentes', diz MeirellesO ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles classificou como "atitude sem precedentes" a nota em que o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou serem "significativas" as revisões das projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional) para o PIB do Brasil, de contração de 1% para recuo de 3,5%. Em seminário do Credit Suisse, Meirelles, que esteve à frente do BC durante o governo Lula, de 2003 a 2011, foi questionado sobre a nota que Tombini divulgou na manhã desta terça (19), mas evitou fazer mais comentários sobre o assunto. Ele lembrou que Paul Volcker, que comandou o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) nos anos 1980, ainda se recusa a falar sobre as políticas de seus sucessores, mesmo tendo deixado o cargo há mais de 25 anos. No Brasil, disse Meirelles, "existe uma boa prática de Banco Central de não haver comentários diretos pelo menos no primeiro mandato". "Quando se sai do Banco Central, durante quatro anos [seguintes], [a orientação] é que não se faça comentários de julgamento direto, dizendo "eu faria isso, não faria. [Isso] está errado, está certo". Porque, inclusive, tem impacto no mercado. Dito isso, é uma atitude [de Tombini], talvez, sem precedentes", limitou-se a dizer. A nota divulgada por Tombini na véspera da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a taxa básica de juros gerou uma série de críticas do mercado. A instituição afirma, no entanto, que não violou nenhuma regra escrita e que agiu de maneira inédita diante de um fato também inédito: a drástica revisão das projeções de crescimento do país feita pelo FMI. Colaboraram VALDO CRUZ e EDUARDO CUCOLO, de Brasília Taxa básica de juros (Selic)
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Manifestante anti-Cunha joga cédulas para o alto e é detido pela segurança
Um dia após a instauração do processo de cassação do seu mandato no Conselho de Ética da Câmara, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi alvo de mais um protesto no Salão Verde, que paralisou por alguns instantes uma entrevista à imprensa. Integrante do Levante Popular da Juventude, Tiago Ferreira, 26, aguardou Cunha começar a falar e jogou cédulas com o rosto do presidente da Câmara para o alto, aproveitando para gritar: "Trouxeram sua encomenda da Suíça". O manifestante, que é secretário-geral da UNE desde o meio deste ano, foi imediatamente imobilizado e retirado por policiais legislativos, que o levaram para a delegacia da Câmara. No caminho, arrastado, ele continuou aos gritos, chamando Cunha de "corrupto". "Não vou, por causa de um militante encomendado aqui para fazer uma agressão, me intimidar, constranger. Ele foi contratado por alguém com um objetivo. Não vou pautar a minha atuação por causa de um militante. Vou impor a ordem à Casa, pode ter certeza disso", afirmou Cunha ao fim da coletiva. No plenário, ele disse que vai "abrir uma sindicância". Essa é a segunda manifestação de que Cunha é alvo na Câmara desde que vieram à tona suspeitas de que ele esconde contas na Suíça. Na semana passada, a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) levantou cartaz sobre as acusações. Liberado pela Polícia Legislativa, Thiago Ferreira reclamou do tratamento dos seguranças do presidente da Câmara. Ele relatou ter ouvido, enquanto estava preso, que Cunha o acusou de injúria. Só foi liberado após a chegada de seu advogado. O manifestante negou qualquer filiação política. Destacou, porém, que o Levante Popular não defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas também não está de acordo com a política que tem sido adotada pelo governo. "Não somos a favor do impeachment. Achamos que é uma cortina de fumaça que políticos corruptos estão querendo construir. Somos a favor de investigação. Há provas concretas contra o Cunha e ele tem se valido da condição de presidente da Câmara para postergar as investigações. Já o impeachment achamos que é uma forma de a direita, que perdeu as eleições, procurar chegar ao governo pelo tapetão", ponderou. Ele conta ter participado da manifestação contra Cunha na segunda-feira (2), quando um grupo pichou "fora cunha" na entrada da residência oficial do peemedebista, em Brasília. "Os movimentos fazem parte de uma jornada nacional que temos construído, acompanhado pelo lançamento de faixas". Thiago contou que o Levante Popular da Juventude prepara para a próxima sexta-feira (13) um ato nacional pedindo o afastamento de Cunha. Segundo ele, o movimento tem sido convocado pelas redes sociais e deve ocorrer em todas as capitais.
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Manifestante anti-Cunha joga cédulas para o alto e é detido pela segurançaUm dia após a instauração do processo de cassação do seu mandato no Conselho de Ética da Câmara, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi alvo de mais um protesto no Salão Verde, que paralisou por alguns instantes uma entrevista à imprensa. Integrante do Levante Popular da Juventude, Tiago Ferreira, 26, aguardou Cunha começar a falar e jogou cédulas com o rosto do presidente da Câmara para o alto, aproveitando para gritar: "Trouxeram sua encomenda da Suíça". O manifestante, que é secretário-geral da UNE desde o meio deste ano, foi imediatamente imobilizado e retirado por policiais legislativos, que o levaram para a delegacia da Câmara. No caminho, arrastado, ele continuou aos gritos, chamando Cunha de "corrupto". "Não vou, por causa de um militante encomendado aqui para fazer uma agressão, me intimidar, constranger. Ele foi contratado por alguém com um objetivo. Não vou pautar a minha atuação por causa de um militante. Vou impor a ordem à Casa, pode ter certeza disso", afirmou Cunha ao fim da coletiva. No plenário, ele disse que vai "abrir uma sindicância". Essa é a segunda manifestação de que Cunha é alvo na Câmara desde que vieram à tona suspeitas de que ele esconde contas na Suíça. Na semana passada, a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) levantou cartaz sobre as acusações. Liberado pela Polícia Legislativa, Thiago Ferreira reclamou do tratamento dos seguranças do presidente da Câmara. Ele relatou ter ouvido, enquanto estava preso, que Cunha o acusou de injúria. Só foi liberado após a chegada de seu advogado. O manifestante negou qualquer filiação política. Destacou, porém, que o Levante Popular não defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas também não está de acordo com a política que tem sido adotada pelo governo. "Não somos a favor do impeachment. Achamos que é uma cortina de fumaça que políticos corruptos estão querendo construir. Somos a favor de investigação. Há provas concretas contra o Cunha e ele tem se valido da condição de presidente da Câmara para postergar as investigações. Já o impeachment achamos que é uma forma de a direita, que perdeu as eleições, procurar chegar ao governo pelo tapetão", ponderou. Ele conta ter participado da manifestação contra Cunha na segunda-feira (2), quando um grupo pichou "fora cunha" na entrada da residência oficial do peemedebista, em Brasília. "Os movimentos fazem parte de uma jornada nacional que temos construído, acompanhado pelo lançamento de faixas". Thiago contou que o Levante Popular da Juventude prepara para a próxima sexta-feira (13) um ato nacional pedindo o afastamento de Cunha. Segundo ele, o movimento tem sido convocado pelas redes sociais e deve ocorrer em todas as capitais.
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Uma entidade de humor oscilante
RESUMO Jornalista relata neste texto sua experiência em caminhada ao pé do K2, segundo pico mais alto do mundo, no Paquistão. Entre cansaço, sede, galinhas em caixotes, um bode e militares armados, os alpinistas também convivem com paquistaneses pobres que ganham muito pouco para carregar suprimentos e barracas. * No aeroporto de Guarulhos, a atendente atrás do balcão perguntou: tem certeza de que quer embarcar? Sabe qual a situação do país hoje? O Paquistão não estava exatamente em guerra naquela tarde de julho passado. Mas uma série de atentados terroristas havia deflagrado uma campanha mais dura do exército do país contra o Talibã e outros grupos jihadistas. A operação havia espalhado postos militares por estradas e ruas de todo o território paquistanês. Para entrar em um hotel em Islamabad, a capital do país, era necessário passar por até três pontos de revista. Meu destino era a cidade de Skardu, no nordeste, de onde uma expedição com sete brasileiros e oito paquistaneses sairia rumo ao monte K2, 60 anos após a primeira ascensão ao topo dessa, que é a segunda montanha mais alta do planeta. O marco fora conquistado pelos italianos Achille Compagnoni e Lino Lacedelli em 1954. No Paquistão, guias com experiência no trajeto cobram de US$ 1.600 a US$ 3.000 (de cerca de R$ 4.950 a R$ 9.280) para organizar a parte terrestre do percurso. Eles contam que o turismo foi tradicional no país e resiste sustentado por montanhistas europeus e asiáticos, esvaziado em quase 70% em relação a fluxos anteriores ao 11 de Setembro. No próximo mês, reabre-se a temporada de escaladas. Marinheiros de primeira viagem, não subiríamos ao cume da montanha. Com seus 8.611 metros acima do nível do mar, o K2 tem fama de ser bem mais mortal que o Everest, de 8.848 metros, no Nepal. Nossa ideia era apenas conhecer o mítico trajeto até sua base, caminhada de 11 dias para ir (subida) e sete para retornar (descida), totalizando 180 km de andanças e pausas para o sono sob as estrelas. Para cada quatro pessoas que chegaram ao topo do K2, uma morreu, e dois episódios fizeram crescer essa marca. Em 1986, 13 mortes deram título ao chamado Verão Negro. E, em 2008, uma avalanche desencadeou outras 11 mortes. A última pessoa que o K2 matou foi o alpinista espanhol Miguel Ángel Pérez, que naquele julho de 2014, quando descia do cume ao chão, foi provavelmente acometido por um edema cerebral. Altura atrai, falta de oxigênio mata. O nome dele foi gravado em uma placa de alumínio. Ao pé do K2, há 83 iguais. Quando digo que o K2 matou Pérez estou falando como alpinistas se referem ao monte: uma entidade de humor oscilante. Em 2014, morte de Pérez à parte, o K2 concedeu passagem a 48 montanhistas, diz o site explorersweb.com. O início da caminhada à tal entidade é o vilarejo de Askole, onde plantações de arroz balançam ao pé de montanhas. Só carros de tração nas quatro rodas chegam àquelas paragens, percorrendo estradas sinuosas de terra que recortam precipícios e atravessam riachos. As velhas pontes de metal e madeira no trajeto não podem nunca ser fotografadas. Militares dizem que as imagens ajudam grupos terroristas a estudá-las a fim de planejar atentados. Na caminhada ao K2, nos acompanhariam ainda 37 carregadores. Camponeses pobres, no verão eles ganham US$ 7 (cerca de R$ 21,60) por dia, mais gorjetas, para carregar até 30 kg em caminhadas que se estendem por até 12 horas diárias. No lombo, levam comida, mochilas, barracas. O trabalho deixa cicatrizes profundas no corpo de jovens e velhos. Na tropa que seguiu adiante, enfileiravam-se ainda 20 mulas, 5 galinhas vivas encaixotadas, um bode que viraria churrasco já a cerca de 5.000 metros de altura, 2.500 metros acima daquele ponto inicial. Propus o movimento "Free the Goat" (liberte o bode). Não fui atendido. A carne é doce. E dura. É difícil lembrar o nome de alguém no Paquistão, porque lá não existem Gustavos, Ricardos e Fernandos. Mas, como a convivência diária é capaz de superar distâncias culturais e a barreira da língua, não me esquecerei de Nassir e Rasul. Nassir, 22, na companhia de uma mula que carregava seis mochilas em seu lombo, passou por mim e perguntou com inglês razoável: "Oi, cara, você é rico?". Eu, que aos 37 anos pago aluguel e tenho um carro popular, respondi que não, mas ele não aceitou a resposta: "Olha meus sapatos, eu sou pobre, você é rico!". Rasul, 41, destacou-se por um episódio traumático: ele se impacientou, como muitos se impacientam naquele trajeto longo e quente. Queria chegar logo ao camping de Paiju, uma de nossas paradas. Andávamos ao lado de uma ribanceira íngreme, sete, oito metros de altura, e ele passou a apressar cinco mulas à nossa frente, dando golpes violentos com os pés no chão de pedra e areia. Uma mula pisou em falso. Rolou a ribanceira, caiu de costas. Rasul procurou um caminho para descer entre as pedras. Examinou cada osso do animal. "Ela está bem?", perguntei lá de cima. "Sim, são fortes". Adiante, encontramos cadáveres de outras duas mulas que não haviam sido tão fortes como aquela. Os riscos, as histórias de erros que acabaram em mortes e o esforço físico levaram Rasul a "odiar" aquele trabalho. Ele contou que, num verão passado, foi acometido por uma cegueira temporária causada pela luz refletida da neve. GLACIAR Logo após Paiju, a paisagem muda. Ali se inicia o glaciar, terreno acidentado, onde camadas de gelo cobrem pedras, em cujas curvas sinuosas as águas do degelo vão cavando crateras, grutas e formações similares. O ir e vir das mulas deixa um rastro de fezes por todo o caminho. Há pontos cheios de moscas, de forma que é preciso andar muitas vezes com um lenço cobrindo a boca. No glaciar, nada parece fixo, o solo de pedras escapa aos pés, as avalanches emitem sons de trovão. Sem vegetação, não há sombra para se proteger do sol de até 40 graus, temperatura que pode cair para 20 negativos nas noites de verão. Na parte mais baixa do trajeto, há um rio volumoso de água esbranquiçada. Poucas fontes potáveis aparecem entre as pedras, o que só vai mudar no fim do trajeto. Conforme o K2 se aproxima, o caminho torna-se mais belo, e é possível ouvir rios debaixo de nossos pés, correndo sob as camadas de gelo que nos servem de chão. Nesse ponto, após enfrentar diarreia, febres, o mal-estar causado pelo ar rarefeito e todos os dias sem banho, meu cansaço se abriu para breves delírios, em parte provocados pela imagem de homens com metralhadoras correndo em minha direção. Pessimismo puro; eram apenas militares. Outras belas figuras no caminho compensaram o susto. Passados 11 dias de caminhada, noites de luas imensas e cânticos religiosos entoados ao anoitecer pelos muçulmanos, conheci a alpinista espanhola Anna Pujol. Ao pé do Broad Peak, cujo cume está a 8.047 metros, ela fazia anotações. Os dedos dos pés haviam congelado 50 metros antes de seu grupo chegar ao cume. Acrescentou-se uma ventania, e a expedição teve de descer. Com expressão tranquila, esperava um helicóptero. O risco de amputação diminuiria se chegasse logo ao hospital. Ingenuamente, antevi um clima mais descontraído no acampamento na base do K2, algo que se revelasse como uma recompensa depois de dias tão árduos. Mas, ao pé da montanha, o clima é de trabalho. Se não estão escalando, alpinistas estudam ou conferem equipamentos. Também praticam o escambo: longe do comércio, troca-se um naco de salame por refresco Tang, por exemplo. Ao pé do K2, foi estranho pensar que alguém ali subiria o paredão, bem mais exaustivo do que o trajeto que o antecede, supus. Na volta, perguntei ao alpinista alemão Felix Berg, 35, se havia alguma propensão ao suicídio naquele esporte. Antes de fechar a barraca para dormir, ele disse que bons alpinistas não posam "de valentões" e evitam situações críticas. Outros atletas de rostos envelhecidos me fizeram entender também: o que eu via como provas inócuas de heroísmo poderia ser, sob a argumentação apaixonada deles, vontade de viver mais. Foi no caminho da volta que passei pelo momento mais agudo da viagem. Entre Khoburtse e Paiju reparei que Sherz Ali, carregador de 28 anos, pai de seis filhos, levava uma carga excessiva nas costas, e o fato agravou em mim a crise de consciência que se avolumava desde o início da viagem. CULPA As árvores de Paiju apareceram como um ponto verde em uma montanha não muito distante, mas as horas passavam, o sol ardia, e Paiju não vinha nunca. A água em meu cantil acabou três horas antes de eu chegar. Senti um corte no meio dos lábios, e deles também brotou uma pasta de mucosa morta, que eu limpava nas mangas. Exausto, pensei que seria necessário voltar a oferecer ajuda a Sherz Ali. E, se a omissão é de fato um mal, tornei-me ali o próprio demônio. O camping de Paiju estava sujo, a água vertia de uma mangueira sobre um chão cheio de lixo e restos de comida. Era ali que alpinistas e "trekkers" lavavam a louça. Quando decidi enfrentar o nojo e matar a sede, alguém avisou que tinha Coca-Cola à venda em uma cabana não muito distante, à porta da qual, de joelhos, perdi a voz antes de dizer "Coke, please" a um paquistanês maltrapilho. Não havia Coca, mas havia uma garrafa do refrigerante Mountain Dew imersa na água suja de um balde, que eu apontei com o dedo. William Lee, amigo brasileiro, me salvou, comprando a garrafa por dez dólares. Entornei dois litros goela abaixo e, embora aquilo tenha caído no estômago como uma faca, pude retomar o fôlego. Karim Hayat, 42, alpinista paquistanês veterano que eu havia conhecido ao pé do Broad Peak estava logo ao lado, assistindo à minha cena ridícula. Também com lábios rachados, ele me passou aquele tipo de ensinamento que os treinamentos empresariais adorariam transformar em metáforas do progresso: "Escalar uma montanha nos dá forças para escalar outra mais alta depois", explicou. Karim só pensou em desistir da profissão uma vez. Em 2013, enquanto escalava o Nanga Parbat, não muito longe dali, um grupo talibã matou nove alpinistas no acampamento que fica ao pé da montanha. Pelas ondas do rádio, lá de cima, ele ficou sabendo que os terroristas colocaram seus colegas em linha, de joelhos, exigiram dinheiro e outros pertences. E então abriram fogo. Karim não conseguia respirar depois da notícia. "Entrei em choque", contou, "e decidi descer". Ao ver os mortos, ele sentiu que havia "perdido o mundo". Perder o mundo é uma expressão interessante, prossegui pensando no dia seguinte. Sherz Ali andou por horas ao meu lado, e eu ao lado dele, observando aquele peso em suas costas. Com inglês pobre, perguntou se eu poderia doar as botas ao fim da viagem, o que, para me livrar de algum culpa, eu disse que faria. Para agradecer a promessa, ele apanhou meu cantil. Sem equipamento, escalou uma pedra, cerca de dez metros, e voltou. Em um mundo perdido, penso agora, nada poderia ter valido mais do que água e aquela pequena dose de amizade. GUSTAVO FIORATTI, 37, é jornalista.
ilustrissima
Uma entidade de humor oscilanteRESUMO Jornalista relata neste texto sua experiência em caminhada ao pé do K2, segundo pico mais alto do mundo, no Paquistão. Entre cansaço, sede, galinhas em caixotes, um bode e militares armados, os alpinistas também convivem com paquistaneses pobres que ganham muito pouco para carregar suprimentos e barracas. * No aeroporto de Guarulhos, a atendente atrás do balcão perguntou: tem certeza de que quer embarcar? Sabe qual a situação do país hoje? O Paquistão não estava exatamente em guerra naquela tarde de julho passado. Mas uma série de atentados terroristas havia deflagrado uma campanha mais dura do exército do país contra o Talibã e outros grupos jihadistas. A operação havia espalhado postos militares por estradas e ruas de todo o território paquistanês. Para entrar em um hotel em Islamabad, a capital do país, era necessário passar por até três pontos de revista. Meu destino era a cidade de Skardu, no nordeste, de onde uma expedição com sete brasileiros e oito paquistaneses sairia rumo ao monte K2, 60 anos após a primeira ascensão ao topo dessa, que é a segunda montanha mais alta do planeta. O marco fora conquistado pelos italianos Achille Compagnoni e Lino Lacedelli em 1954. No Paquistão, guias com experiência no trajeto cobram de US$ 1.600 a US$ 3.000 (de cerca de R$ 4.950 a R$ 9.280) para organizar a parte terrestre do percurso. Eles contam que o turismo foi tradicional no país e resiste sustentado por montanhistas europeus e asiáticos, esvaziado em quase 70% em relação a fluxos anteriores ao 11 de Setembro. No próximo mês, reabre-se a temporada de escaladas. Marinheiros de primeira viagem, não subiríamos ao cume da montanha. Com seus 8.611 metros acima do nível do mar, o K2 tem fama de ser bem mais mortal que o Everest, de 8.848 metros, no Nepal. Nossa ideia era apenas conhecer o mítico trajeto até sua base, caminhada de 11 dias para ir (subida) e sete para retornar (descida), totalizando 180 km de andanças e pausas para o sono sob as estrelas. Para cada quatro pessoas que chegaram ao topo do K2, uma morreu, e dois episódios fizeram crescer essa marca. Em 1986, 13 mortes deram título ao chamado Verão Negro. E, em 2008, uma avalanche desencadeou outras 11 mortes. A última pessoa que o K2 matou foi o alpinista espanhol Miguel Ángel Pérez, que naquele julho de 2014, quando descia do cume ao chão, foi provavelmente acometido por um edema cerebral. Altura atrai, falta de oxigênio mata. O nome dele foi gravado em uma placa de alumínio. Ao pé do K2, há 83 iguais. Quando digo que o K2 matou Pérez estou falando como alpinistas se referem ao monte: uma entidade de humor oscilante. Em 2014, morte de Pérez à parte, o K2 concedeu passagem a 48 montanhistas, diz o site explorersweb.com. O início da caminhada à tal entidade é o vilarejo de Askole, onde plantações de arroz balançam ao pé de montanhas. Só carros de tração nas quatro rodas chegam àquelas paragens, percorrendo estradas sinuosas de terra que recortam precipícios e atravessam riachos. As velhas pontes de metal e madeira no trajeto não podem nunca ser fotografadas. Militares dizem que as imagens ajudam grupos terroristas a estudá-las a fim de planejar atentados. Na caminhada ao K2, nos acompanhariam ainda 37 carregadores. Camponeses pobres, no verão eles ganham US$ 7 (cerca de R$ 21,60) por dia, mais gorjetas, para carregar até 30 kg em caminhadas que se estendem por até 12 horas diárias. No lombo, levam comida, mochilas, barracas. O trabalho deixa cicatrizes profundas no corpo de jovens e velhos. Na tropa que seguiu adiante, enfileiravam-se ainda 20 mulas, 5 galinhas vivas encaixotadas, um bode que viraria churrasco já a cerca de 5.000 metros de altura, 2.500 metros acima daquele ponto inicial. Propus o movimento "Free the Goat" (liberte o bode). Não fui atendido. A carne é doce. E dura. É difícil lembrar o nome de alguém no Paquistão, porque lá não existem Gustavos, Ricardos e Fernandos. Mas, como a convivência diária é capaz de superar distâncias culturais e a barreira da língua, não me esquecerei de Nassir e Rasul. Nassir, 22, na companhia de uma mula que carregava seis mochilas em seu lombo, passou por mim e perguntou com inglês razoável: "Oi, cara, você é rico?". Eu, que aos 37 anos pago aluguel e tenho um carro popular, respondi que não, mas ele não aceitou a resposta: "Olha meus sapatos, eu sou pobre, você é rico!". Rasul, 41, destacou-se por um episódio traumático: ele se impacientou, como muitos se impacientam naquele trajeto longo e quente. Queria chegar logo ao camping de Paiju, uma de nossas paradas. Andávamos ao lado de uma ribanceira íngreme, sete, oito metros de altura, e ele passou a apressar cinco mulas à nossa frente, dando golpes violentos com os pés no chão de pedra e areia. Uma mula pisou em falso. Rolou a ribanceira, caiu de costas. Rasul procurou um caminho para descer entre as pedras. Examinou cada osso do animal. "Ela está bem?", perguntei lá de cima. "Sim, são fortes". Adiante, encontramos cadáveres de outras duas mulas que não haviam sido tão fortes como aquela. Os riscos, as histórias de erros que acabaram em mortes e o esforço físico levaram Rasul a "odiar" aquele trabalho. Ele contou que, num verão passado, foi acometido por uma cegueira temporária causada pela luz refletida da neve. GLACIAR Logo após Paiju, a paisagem muda. Ali se inicia o glaciar, terreno acidentado, onde camadas de gelo cobrem pedras, em cujas curvas sinuosas as águas do degelo vão cavando crateras, grutas e formações similares. O ir e vir das mulas deixa um rastro de fezes por todo o caminho. Há pontos cheios de moscas, de forma que é preciso andar muitas vezes com um lenço cobrindo a boca. No glaciar, nada parece fixo, o solo de pedras escapa aos pés, as avalanches emitem sons de trovão. Sem vegetação, não há sombra para se proteger do sol de até 40 graus, temperatura que pode cair para 20 negativos nas noites de verão. Na parte mais baixa do trajeto, há um rio volumoso de água esbranquiçada. Poucas fontes potáveis aparecem entre as pedras, o que só vai mudar no fim do trajeto. Conforme o K2 se aproxima, o caminho torna-se mais belo, e é possível ouvir rios debaixo de nossos pés, correndo sob as camadas de gelo que nos servem de chão. Nesse ponto, após enfrentar diarreia, febres, o mal-estar causado pelo ar rarefeito e todos os dias sem banho, meu cansaço se abriu para breves delírios, em parte provocados pela imagem de homens com metralhadoras correndo em minha direção. Pessimismo puro; eram apenas militares. Outras belas figuras no caminho compensaram o susto. Passados 11 dias de caminhada, noites de luas imensas e cânticos religiosos entoados ao anoitecer pelos muçulmanos, conheci a alpinista espanhola Anna Pujol. Ao pé do Broad Peak, cujo cume está a 8.047 metros, ela fazia anotações. Os dedos dos pés haviam congelado 50 metros antes de seu grupo chegar ao cume. Acrescentou-se uma ventania, e a expedição teve de descer. Com expressão tranquila, esperava um helicóptero. O risco de amputação diminuiria se chegasse logo ao hospital. Ingenuamente, antevi um clima mais descontraído no acampamento na base do K2, algo que se revelasse como uma recompensa depois de dias tão árduos. Mas, ao pé da montanha, o clima é de trabalho. Se não estão escalando, alpinistas estudam ou conferem equipamentos. Também praticam o escambo: longe do comércio, troca-se um naco de salame por refresco Tang, por exemplo. Ao pé do K2, foi estranho pensar que alguém ali subiria o paredão, bem mais exaustivo do que o trajeto que o antecede, supus. Na volta, perguntei ao alpinista alemão Felix Berg, 35, se havia alguma propensão ao suicídio naquele esporte. Antes de fechar a barraca para dormir, ele disse que bons alpinistas não posam "de valentões" e evitam situações críticas. Outros atletas de rostos envelhecidos me fizeram entender também: o que eu via como provas inócuas de heroísmo poderia ser, sob a argumentação apaixonada deles, vontade de viver mais. Foi no caminho da volta que passei pelo momento mais agudo da viagem. Entre Khoburtse e Paiju reparei que Sherz Ali, carregador de 28 anos, pai de seis filhos, levava uma carga excessiva nas costas, e o fato agravou em mim a crise de consciência que se avolumava desde o início da viagem. CULPA As árvores de Paiju apareceram como um ponto verde em uma montanha não muito distante, mas as horas passavam, o sol ardia, e Paiju não vinha nunca. A água em meu cantil acabou três horas antes de eu chegar. Senti um corte no meio dos lábios, e deles também brotou uma pasta de mucosa morta, que eu limpava nas mangas. Exausto, pensei que seria necessário voltar a oferecer ajuda a Sherz Ali. E, se a omissão é de fato um mal, tornei-me ali o próprio demônio. O camping de Paiju estava sujo, a água vertia de uma mangueira sobre um chão cheio de lixo e restos de comida. Era ali que alpinistas e "trekkers" lavavam a louça. Quando decidi enfrentar o nojo e matar a sede, alguém avisou que tinha Coca-Cola à venda em uma cabana não muito distante, à porta da qual, de joelhos, perdi a voz antes de dizer "Coke, please" a um paquistanês maltrapilho. Não havia Coca, mas havia uma garrafa do refrigerante Mountain Dew imersa na água suja de um balde, que eu apontei com o dedo. William Lee, amigo brasileiro, me salvou, comprando a garrafa por dez dólares. Entornei dois litros goela abaixo e, embora aquilo tenha caído no estômago como uma faca, pude retomar o fôlego. Karim Hayat, 42, alpinista paquistanês veterano que eu havia conhecido ao pé do Broad Peak estava logo ao lado, assistindo à minha cena ridícula. Também com lábios rachados, ele me passou aquele tipo de ensinamento que os treinamentos empresariais adorariam transformar em metáforas do progresso: "Escalar uma montanha nos dá forças para escalar outra mais alta depois", explicou. Karim só pensou em desistir da profissão uma vez. Em 2013, enquanto escalava o Nanga Parbat, não muito longe dali, um grupo talibã matou nove alpinistas no acampamento que fica ao pé da montanha. Pelas ondas do rádio, lá de cima, ele ficou sabendo que os terroristas colocaram seus colegas em linha, de joelhos, exigiram dinheiro e outros pertences. E então abriram fogo. Karim não conseguia respirar depois da notícia. "Entrei em choque", contou, "e decidi descer". Ao ver os mortos, ele sentiu que havia "perdido o mundo". Perder o mundo é uma expressão interessante, prossegui pensando no dia seguinte. Sherz Ali andou por horas ao meu lado, e eu ao lado dele, observando aquele peso em suas costas. Com inglês pobre, perguntou se eu poderia doar as botas ao fim da viagem, o que, para me livrar de algum culpa, eu disse que faria. Para agradecer a promessa, ele apanhou meu cantil. Sem equipamento, escalou uma pedra, cerca de dez metros, e voltou. Em um mundo perdido, penso agora, nada poderia ter valido mais do que água e aquela pequena dose de amizade. GUSTAVO FIORATTI, 37, é jornalista.
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Manifestantes detidos durante ato contra tarifa em SP são liberados
Os nove manifestantes detidos durante o terceiro protesto do MPL (Movimento do Passe Livre) realizado na tarde desta terça-feira (20) foram liberados. O próximo ato do movimento foi marcado para a próxima sexta-feira (23), as 17h, em frente ao Theatro Municipal, no centro da capital paulista. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), os manifestantes foram detidos por volta das 22h desta terça após entrar em confronto com a Polícia Militar próximo à estação Belém do Metrô de São Paulo, na zona leste da capital paulista. A confusão começou logo após o término do protesto do MPL contra a alta das tarifas do transporte público. A secretaria informou que os detidos picharam paredes, destruíram um terminal de recarga do Bilhete Único e depredaram a bilheteria da estação. Os seguranças fecharam os portões da estação para conter os manifestantes que tentavam pular as catracas. A reportagem também viu um policial agredir com cassetete um passageiro que nem sequer protestava. Os manifestantes detidos foram encaminhados para o 8° DP (Brás/Belém) e foram enquadrados na Lei de Organização Criminosa pelos atos de vandalismo. Veja vídeo MANIFESTAÇÃO A manifestação organizada pelo MPL foi realizada na região do Tatuapé, zona leste da capital paulista. Segundo a PM, havia 5.000 manifestantes no protesto; para o MPL eram 10 mil pessoas. O protesto começou na praça Sílvio Romero, no Tatuapé, e bloqueou a Radial Leste, no sentido centro, das 20h às 20h45. Terminou no largo do Belém. Para manter o protesto de forma pacífica, os integrantes do MPL impediram que adeptos da tática "black bloc" (que defende a depredação como protesto) atirassem pedras contra concessionárias de veículos. A Folha flagrou várias discussões entre os dois grupos. Um militante do movimento bateu boca com um "black bloc" para que ele não quebrasse vidraças. "Um ato com 10 mil pessoas e você faz isso. Assim você implode o ato. Vocês não podem cometer os erros de 2013", disse ele. Em outra conversa, um rapaz encapuzado prometeu a um integrante do movimento que não faria "maldades". Militante do MPL, Luize Tavares, 18, disse que o movimento comemorou por ter conseguido concluir o ato sem repressão policial.
cotidiano
Manifestantes detidos durante ato contra tarifa em SP são liberadosOs nove manifestantes detidos durante o terceiro protesto do MPL (Movimento do Passe Livre) realizado na tarde desta terça-feira (20) foram liberados. O próximo ato do movimento foi marcado para a próxima sexta-feira (23), as 17h, em frente ao Theatro Municipal, no centro da capital paulista. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), os manifestantes foram detidos por volta das 22h desta terça após entrar em confronto com a Polícia Militar próximo à estação Belém do Metrô de São Paulo, na zona leste da capital paulista. A confusão começou logo após o término do protesto do MPL contra a alta das tarifas do transporte público. A secretaria informou que os detidos picharam paredes, destruíram um terminal de recarga do Bilhete Único e depredaram a bilheteria da estação. Os seguranças fecharam os portões da estação para conter os manifestantes que tentavam pular as catracas. A reportagem também viu um policial agredir com cassetete um passageiro que nem sequer protestava. Os manifestantes detidos foram encaminhados para o 8° DP (Brás/Belém) e foram enquadrados na Lei de Organização Criminosa pelos atos de vandalismo. Veja vídeo MANIFESTAÇÃO A manifestação organizada pelo MPL foi realizada na região do Tatuapé, zona leste da capital paulista. Segundo a PM, havia 5.000 manifestantes no protesto; para o MPL eram 10 mil pessoas. O protesto começou na praça Sílvio Romero, no Tatuapé, e bloqueou a Radial Leste, no sentido centro, das 20h às 20h45. Terminou no largo do Belém. Para manter o protesto de forma pacífica, os integrantes do MPL impediram que adeptos da tática "black bloc" (que defende a depredação como protesto) atirassem pedras contra concessionárias de veículos. A Folha flagrou várias discussões entre os dois grupos. Um militante do movimento bateu boca com um "black bloc" para que ele não quebrasse vidraças. "Um ato com 10 mil pessoas e você faz isso. Assim você implode o ato. Vocês não podem cometer os erros de 2013", disse ele. Em outra conversa, um rapaz encapuzado prometeu a um integrante do movimento que não faria "maldades". Militante do MPL, Luize Tavares, 18, disse que o movimento comemorou por ter conseguido concluir o ato sem repressão policial.
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Personagens de 'Velozes e Furiosos' ganharão filmes solo, diz Vin Diesel
Dez filmes não são suficientes para a franquia "Velozes e Furiosos". À revista americana "Variety", o protagonista Vin Diesel anunciou planos de expandir o universo ficcional com longas sobre as origens dos personagens. "Nós já escrevemos tramas para vários personagens. Brincamos com isso já há algum tempo. É um universo rico e estamos comprometidos em tratá-lo com classe", disse. "Estamos conversando sobre como expandir a franquia agora. É um elenco vasto e há espaço para trazer novos personagens e dizer adeus aos antigos", confirmou a presidente da Universal Pictures, Donna Langley. Os nomes que ganharão aventura solo não foram revelados, mas, no passado, Dwayne Johnson (Luke Hobbs) expressou desejo de um filme próprio. A estratégia se assemelha à adotada pela Marvel com a franquia "Os Vingadores", que concilia os filmes individuais de cada herói com as ações em equipe. A saga "Star Wars" também se aventura por esse rumo, desenvolvendo filme derivado do personagem Han Solo (Harrison Ford). Por enquanto, porém, Vin Diesel diz focar-se nos próximos três filmes da saga. Segundo ele, os volumes oito, nove e dez terão tom mais sério que os antecessores, escolha sustentada pela escolha de diretor: F. Gary Gray, de "Straight Outta Compton". "Nós temos um diretor que trará mais escuridão e explorará mais os personagens", declarou Diesel. Ele o diretor colaboraram no thriller de 2003 "O Vingador". "Você não pode ter cada filme com acrobacias maiores e maiores. Eventualmente, você precisa focar na história. Nós ainda as teremos, mas trazer esse ótimo contador de histórias será ótimo", afirmou Jeff Shell, presidente da Universal Filmed Entertainment Group. "Velozes e Furiosos 8" tem estreia prevista para 13 de abril de 2017 no Brasil.
ilustrada
Personagens de 'Velozes e Furiosos' ganharão filmes solo, diz Vin DieselDez filmes não são suficientes para a franquia "Velozes e Furiosos". À revista americana "Variety", o protagonista Vin Diesel anunciou planos de expandir o universo ficcional com longas sobre as origens dos personagens. "Nós já escrevemos tramas para vários personagens. Brincamos com isso já há algum tempo. É um universo rico e estamos comprometidos em tratá-lo com classe", disse. "Estamos conversando sobre como expandir a franquia agora. É um elenco vasto e há espaço para trazer novos personagens e dizer adeus aos antigos", confirmou a presidente da Universal Pictures, Donna Langley. Os nomes que ganharão aventura solo não foram revelados, mas, no passado, Dwayne Johnson (Luke Hobbs) expressou desejo de um filme próprio. A estratégia se assemelha à adotada pela Marvel com a franquia "Os Vingadores", que concilia os filmes individuais de cada herói com as ações em equipe. A saga "Star Wars" também se aventura por esse rumo, desenvolvendo filme derivado do personagem Han Solo (Harrison Ford). Por enquanto, porém, Vin Diesel diz focar-se nos próximos três filmes da saga. Segundo ele, os volumes oito, nove e dez terão tom mais sério que os antecessores, escolha sustentada pela escolha de diretor: F. Gary Gray, de "Straight Outta Compton". "Nós temos um diretor que trará mais escuridão e explorará mais os personagens", declarou Diesel. Ele o diretor colaboraram no thriller de 2003 "O Vingador". "Você não pode ter cada filme com acrobacias maiores e maiores. Eventualmente, você precisa focar na história. Nós ainda as teremos, mas trazer esse ótimo contador de histórias será ótimo", afirmou Jeff Shell, presidente da Universal Filmed Entertainment Group. "Velozes e Furiosos 8" tem estreia prevista para 13 de abril de 2017 no Brasil.
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Bênção
Considerada a realidade do sistema penitenciário brasileiro, o empresário Jacob Barata Filho pode julgar-se indivíduo de sorte. Detido no dia 2 de julho em mais uma fase da Lava Jato, o famigerado Rei do Ônibus permaneceu menos de dois meses atrás das grades. De acordo com os investigadores, a prisão provisória era necessária não só para frustrar planos de fuga mas também para interromper o ciclo de pagamento de propinas e garantir o levantamento de provas sobre ilegalidades no sistema de transporte coletivo do Rio. Os argumentos convenceram o juiz Marcelo Bretas e os desembargadores Abel Gomes e Paulo Espírito Santo (do Tribunal Regional Federal da 2ª Região), mas não Gilmar Mendes. O ministro do Supremo Tribunal Federal concedeu a Barata nada menos do que duas ordens de soltura, uma no dia 17, outra no dia 18 deste mês. O Rei do Ônibus aguardará seu julgamento em prisão domiciliar, um benefício constantemente negado a dezenas de milhares de pessoas acusadas dos mais diversos crimes. Segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça, há no país pelo menos 221 mil presos provisórios, um terço da massa carcerária brasileira. Consequência do descaso das autoridades, essa situação agrava o caos penitenciário e constitui uma das razões para rebeliões e massacres como os do começo do ano. O mesmo estudo indica que, no Rio, os presos provisórios (23 mil) representam quase a metade do total (51 mil) de encarcerados do Estado -e que eles, em média, aguardam julgamento por pouco mais de um ano (375 dias) atrás das grades (a média nacional é de 368 dias). Médias, como se sabe, ocultam as particularidades de cada caso. Num processo penal, existem diferenças relativas ao tipo de crime e à qualidade do advogado contratado, para ficar em dois exemplos. Isso faz parte do jogo. O que não faz, ou não deveria fazer, são os laços entre acusado e julgador. Entre outros fatos que atestam proximidade desconfortável está o casamento do sobrinho da mulher de Gilmar Mendes com a filha de Barata. Na cerimônia, o ministro acompanhou a esposa, madrinha . Nada impede, de um ponto de vista objetivo, que Gilmar Mendes atue nesse processo. Sua relação com o Rei do Ônibus, contudo, torna legítimo desconfiar de decisões favoráveis ao empresário. A Justiça, como todo ministro do STF sabe, também vive de simbolismos. Abalar a reputação do Judiciário seria um desserviço em qualquer democracia, mas é ainda mais grave num país onde os demais Poderes já vivem momento de descrédito -e cujo sistema prisional reserva mais rigor a uns do que a outros. [email protected]
opiniao
BênçãoConsiderada a realidade do sistema penitenciário brasileiro, o empresário Jacob Barata Filho pode julgar-se indivíduo de sorte. Detido no dia 2 de julho em mais uma fase da Lava Jato, o famigerado Rei do Ônibus permaneceu menos de dois meses atrás das grades. De acordo com os investigadores, a prisão provisória era necessária não só para frustrar planos de fuga mas também para interromper o ciclo de pagamento de propinas e garantir o levantamento de provas sobre ilegalidades no sistema de transporte coletivo do Rio. Os argumentos convenceram o juiz Marcelo Bretas e os desembargadores Abel Gomes e Paulo Espírito Santo (do Tribunal Regional Federal da 2ª Região), mas não Gilmar Mendes. O ministro do Supremo Tribunal Federal concedeu a Barata nada menos do que duas ordens de soltura, uma no dia 17, outra no dia 18 deste mês. O Rei do Ônibus aguardará seu julgamento em prisão domiciliar, um benefício constantemente negado a dezenas de milhares de pessoas acusadas dos mais diversos crimes. Segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça, há no país pelo menos 221 mil presos provisórios, um terço da massa carcerária brasileira. Consequência do descaso das autoridades, essa situação agrava o caos penitenciário e constitui uma das razões para rebeliões e massacres como os do começo do ano. O mesmo estudo indica que, no Rio, os presos provisórios (23 mil) representam quase a metade do total (51 mil) de encarcerados do Estado -e que eles, em média, aguardam julgamento por pouco mais de um ano (375 dias) atrás das grades (a média nacional é de 368 dias). Médias, como se sabe, ocultam as particularidades de cada caso. Num processo penal, existem diferenças relativas ao tipo de crime e à qualidade do advogado contratado, para ficar em dois exemplos. Isso faz parte do jogo. O que não faz, ou não deveria fazer, são os laços entre acusado e julgador. Entre outros fatos que atestam proximidade desconfortável está o casamento do sobrinho da mulher de Gilmar Mendes com a filha de Barata. Na cerimônia, o ministro acompanhou a esposa, madrinha . Nada impede, de um ponto de vista objetivo, que Gilmar Mendes atue nesse processo. Sua relação com o Rei do Ônibus, contudo, torna legítimo desconfiar de decisões favoráveis ao empresário. A Justiça, como todo ministro do STF sabe, também vive de simbolismos. Abalar a reputação do Judiciário seria um desserviço em qualquer democracia, mas é ainda mais grave num país onde os demais Poderes já vivem momento de descrédito -e cujo sistema prisional reserva mais rigor a uns do que a outros. [email protected]
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Greve no país fica esvaziada sem adesão de metroviários
Divididas após atuação do governo Temer, as centrais sindicais farão paralisações parciais em todo o país, nesta sexta-feira (30). Anteriormente anunciado como greve geral, o movimento foi esvaziado porque os trabalhadores do setor de transportes não aderiram em São Paulo. Os ônibus não vão parar na cidade de São Paulo. Reunidos em assembleia na noite desta quinta-feira (29), os metroviários também decidiram não aderir à greve. Três centrais dividem a diretoria da entidade. Apenas a Conlutas insistiu na paralisação. Secretário-geral da CTB, Wagner Gomes explica que a ideia é "guardar energia para as vésperas da votação das reformas trabalhista e previdenciária. A votação das mudanças na CLT deve ocorrer na próxima semana no Senado, já a discussão sobre as regras da Previdência está paralisada desde maio, depois da delação da JBS. O secretário-geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sérgio Nobre diz que "haverá paralisações em todo o país". Mas admite que a mobilização foi esvaziada porque a previsão era de que as reformas estivessem em pauta neste momento. Por isso, seria melhor reservar os esforços. A intervenção do governo federal também pesou. Na semana passada, dirigentes da Força Sindical, UGT, Nova Central e CSB foram chamados para uma reunião com o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. Ficou acertada uma audiência com o presidente Michel Temer. Segundo participantes, o ministro do Trabalho manifestou o temor de que o dia fosse marcado pelo "fora, Temer" e acenou com a possibilidade de manutenção da contribuição sindical (fonte de sobrevivência de algumas centrais) e a extinção gradativa do tributo. A CUT admite a suspensão da contribuição. A Força Sindical reivindica sua permanência. Além disso, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, emplacou o novo secretário-executivo do Ministério do Trabalho. O sindicalista Cícero da Silva, dos metalúrgicos de Santo André (SP), ocupará no dia 4 a cadeira que será deixada por Carlos Lacerda, ambos do Solidariedade, partido de Paulinho. DIVISÃO Em uma demonstração dessa divisão, haverá duas manifestações na cidade de São Paulo. A organizada pela Força Sindical acontecerá às 11h, na rua Martins Fontes, no centro da cidade. Às 16h, CUT e movimentos de esquerda farão uma passeata na avenida Paulista rumo à sede da prefeitura. A Força Sindical não participará desse ato. O secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, afirma que o "governo sinalizou com o diálogo" ao admitir a hipótese de veto ou edição de uma medida provisória sobre a contribuição sindical. E acrescenta: "A paralisação fortalece a negociação", diz. Embora afirme que o ato mais importante do dia acontecerá na avenida Paulista, Sérgio Nobre, da CUT, minimiza a ideia de racha nas centrais. "A Força Sindical tem autonomia. Mas haverá uma participação ampla dos trabalhadores." O QUE ESTÁ PREVISTO PARALISAÇÕES E MANIFESTAÇÕES PROGRAMADAS Acre > Categorias que devem parar: Bancários SINTEAC Urbanitários Correios ADUFAC SINDACS SINPOSPETRO SINTEST Auditores fiscais Vigilantes > Ato às 8h em frente à escadaria do Palácio do Governo do Estado, em Rio Branco, seguido por caminhada até o centro da cidade Alagoas > Categorias que devem parar: Bancários > Ato às 8h na Praça dos Martírios, no centro de Maceió Amapá > Ato às 8h tem ato na Praça da Bandeira, em Macapá Bahia > Categorias que devem parar: Ferroviários Petroleiros Químicos Servidores públicos federais; estaduais e municipais; previdenciários; Correios Vigilantes; Metalúrgicos Comerciários Professores Sentir Sindiferro Sindicato dos profissionais em pesquisa Sindiborracha; Sindicatos da agricultura familiar Sintercoba Sindalimentação > Ato às 6h30 no Iguatemi > Ato às 15h no Campo Grande, em Salvador Ceará > Categorias que devem parar: Transporte Educação Comércio e Serviço Metalúrgicos Servidores Públicos Bancários > Ato às 9h na Praça da Bandeira, em Fortaleza Distrito Federal > Categorias que devem parar: Metroviários Rodoviários Urbanitários Trabalhadores em telecomunicação Bancários Professores Correios Comerciários Professores Saúde UnB Judiciário MPU > Ato às 8h em Formosa e Brazlândia > Ato às 9h no Paranoá e em Taguatinga Espírito Santo > Categorias que devem parar: Metroviários Metalúrgicos Professores Construção civil Eletricitários, Comerciário, > Ato às 12h na Assembleia Legislativa, em Vitória Goiás > Ato às 8h na Praça Cívica, em Goiânia Maranhão > Categorias que devem parar: Urbanitários Servidores federais Servidores estaduais Professores das redes Estadual, municipal e universidades > Ato às 6h30 em frente ao Porto de Itaqui e ato político na sequência Minas Gerais > Categorias que devem parar: Educação Saúde Bancários Aeroviários Urbanitários Metroviários > Ato às 9h na Praça da Estação, na Avenida dos Andradas, em Belo Horizonte > Ato às 9h na Praça da Estação, em Juiz de Fora Mato Grosso > Categorias que devem parar: Bancários Educação Servidores federais Rodoviários > Ato às 15h na Praça Ipiranga, centro de Cuiabá Mato Grosso do Sul > Categorias que devem parar: Educação Bancários Construção Civil Servidores Públicos Estaduais e Federais > Ato às 9h na Praça Ary Coelho, no centro de Campo Grande Pará > Ato às 11h na Praça da República, com caminhada para o bairro São Brás > Ato às 8h, em Altamira, no Mercado Municipal > Ato em Santarém em frente à Praça São Sebastião > Ato às 7h30 em Marabá em frente ao estádio Zinho Oliveira > Ato às 7h em Marituba, região metropolitana de Belém, na entrada da Alça Viária Pernambuco > Categorias que devem parar: Bancários Metroviários Metalúrgicos > Ato às 15h "Arraiá da Greve Geral" na Praça da Democracia, no Derby, em Recife Piauí > Ato às 8h para o ato na Praça Rio Branco, em Teresina Paraná > Categorias que devem parar: Motoristas e cobradores de ônibus Correios Garis Servidores municipais Bancários Petroleiros Técnicos da Saúde Servidores da Justiça Federal Vigilantes Metalúrgicos Professores > Ato às 12h em Curitiba na Boca Maldita > Ato às 8h30 em frente à Prefeitura em Araucária > Ato às 10h no Núcleo Regional de Educação em Cascavel > Ato às 8h em Foz do Iguaçu no Bosque Guarani > Ato às 8h30 na Praça 9 de Dezembro em Guarapuava > Ato às 9h no Calçadão em Londrina > Ato às 9h em frente ao INSS em Maringá > Ato às 9h em frente à Prefeitura em Paranavaí > Ato às 8h30 na Praça Barão de Guaraúna em Ponta Grossa Rio de Janeiro > Categorias que devem parar: Petroleiros Bancários Professores Universidades Servidores públicos estaduais e municipais Metalúrgicos Vigilantes > Ato às 17h na Candelária Rio Grande do Norte > Ato às 15h em frente a Igreja do Alto de São Manoel, em Mossoró Rondônia > Ato às 8h na Praça das Três Caixas D'Água, em Porto Velho > Ato às 15 em Ji-Paraná na Rua Idelfonso da Silva e caminhada até a Praça do Trevo Roraima > Categorias que devem parar: Professores da UFRR > Ato às 6h em frente ao Ibama na Av. Brig. Eduardo Gomes > Carreata às 9h saindo do Centro Cívico, em Boa Vista Sergipe > Categorias que devem parar: Rodoviários. > Ato às 14h na Praça General Valadão, em Sergipe Santa Catarina > Categorias que devem parar: Rurais Agricultura familiar > Ato às 9h em Chapecó no trevo da BR-282 > Ato às 15h em Florianópolis no Ticen > Ato às 16h30 na Praça João Costa em Lages > Ato às 8h em frente ao INSS em Ararangua > Ato às 9h no Largo Caçanjurê em Caçador > Ato às 5h no centro de Itajaí > Ato na Praça da Bandeira em Joinvile > Ato às 13h30 na Praça Victor Konder em Blumenau > Ato às 8h na BR-282 em Campos Novos > Ato às 9h na Praça da Catedral em Rio do Sul São Paulo São Paulo > Categorias que devem parar: Petroleiros Bancários Professores Saúde Ferroviários vão parar a Linha 8-Diamante/Esmeralda > Ato às 16h em frente ao vão livre do Masp, em São Paulo > Ato unificado das centrais sindicais às 11h em frente à Superintendência Regional do Trabalho, no centro > Ato às 8h30 no Aeroporto de Congonhas > Ato às 7h em frente à Empresa Taiff, de onde sairão rumo à Ponte do Socorro > Ato às 8h na Praça Lorenzetti, na Mooca > Ato às 7h em frente à Metalpó/Combustol > Ato às 7h na Aliança Metalúrgica, Jaçanã ABC > Ato dos Metalúrgicos do ABC em frente ao Sindicato às 9h, seguido por caminhada até a Praça da Matriz em São Bernardo do Campo > Químicos devem parar as principais empresas das cidades de Santo André, Diadema, São Bernardo do Campo, Mauá e Rio Grande da Serra > Professores no ABC Osasco > Bancários vão fechar agências nas ruas centrais da cidade > Comerciários vão fechar as lojas no calçadão > Professores de Osasco farão aula pública no calçadão Sorocaba > Categorias que devem parar: Rodoviários Metalúrgicos Químicos > Ato às 8h na Zona Norte > Concentração às 9h na Praça Coronel Fernando Prestes Ribeirão Preto > Ato às 9h na Rua Álvares Cabral > Ato às 11h na Esplanada Pedro II São Carlos > Ato às 7h na Praça Santa Cruz > Marcha pelo centro da cidade às 9h Araraquara > Ato às 7h na Praça Santa Cruz > Marcha às 9h pela Avenida São Carlos São José do Rio Preto > Ato às 17h em frente ao terminal urbano Campinas > Ato às 17h no Largo do Rosário Guarulhos > Ato às 4h30 no Aeroporto de Cumbica Bauru > Ato das 6h às 9h na Avenida Rodrigues Alves, em frente a Câmara Municipal Santos > Ato às 6h na Martins Fontes, entrada de Santos via centro da cidade > Ato às 6h na Av. Presidente Wilson, em frente ao teleférico de São Vicente, na Baixada Santista > Paralisação de 40 horas dos estivadores de Santos nos terminais de contêineres Santos Brasil, Libra, Ecoporto e BTP Jundiaí > Ato às 9h30 na Rua XV de Novembro Mogi das Cruzes > Ato às 6h na Praça Marisa Tocantins > Categorias que devem parar: Educação > Ato às 8h na avenida JK Fonte: CUT e Força Sindical
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Greve no país fica esvaziada sem adesão de metroviáriosDivididas após atuação do governo Temer, as centrais sindicais farão paralisações parciais em todo o país, nesta sexta-feira (30). Anteriormente anunciado como greve geral, o movimento foi esvaziado porque os trabalhadores do setor de transportes não aderiram em São Paulo. Os ônibus não vão parar na cidade de São Paulo. Reunidos em assembleia na noite desta quinta-feira (29), os metroviários também decidiram não aderir à greve. Três centrais dividem a diretoria da entidade. Apenas a Conlutas insistiu na paralisação. Secretário-geral da CTB, Wagner Gomes explica que a ideia é "guardar energia para as vésperas da votação das reformas trabalhista e previdenciária. A votação das mudanças na CLT deve ocorrer na próxima semana no Senado, já a discussão sobre as regras da Previdência está paralisada desde maio, depois da delação da JBS. O secretário-geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sérgio Nobre diz que "haverá paralisações em todo o país". Mas admite que a mobilização foi esvaziada porque a previsão era de que as reformas estivessem em pauta neste momento. Por isso, seria melhor reservar os esforços. A intervenção do governo federal também pesou. Na semana passada, dirigentes da Força Sindical, UGT, Nova Central e CSB foram chamados para uma reunião com o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. Ficou acertada uma audiência com o presidente Michel Temer. Segundo participantes, o ministro do Trabalho manifestou o temor de que o dia fosse marcado pelo "fora, Temer" e acenou com a possibilidade de manutenção da contribuição sindical (fonte de sobrevivência de algumas centrais) e a extinção gradativa do tributo. A CUT admite a suspensão da contribuição. A Força Sindical reivindica sua permanência. Além disso, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, emplacou o novo secretário-executivo do Ministério do Trabalho. O sindicalista Cícero da Silva, dos metalúrgicos de Santo André (SP), ocupará no dia 4 a cadeira que será deixada por Carlos Lacerda, ambos do Solidariedade, partido de Paulinho. DIVISÃO Em uma demonstração dessa divisão, haverá duas manifestações na cidade de São Paulo. A organizada pela Força Sindical acontecerá às 11h, na rua Martins Fontes, no centro da cidade. Às 16h, CUT e movimentos de esquerda farão uma passeata na avenida Paulista rumo à sede da prefeitura. A Força Sindical não participará desse ato. O secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, afirma que o "governo sinalizou com o diálogo" ao admitir a hipótese de veto ou edição de uma medida provisória sobre a contribuição sindical. E acrescenta: "A paralisação fortalece a negociação", diz. Embora afirme que o ato mais importante do dia acontecerá na avenida Paulista, Sérgio Nobre, da CUT, minimiza a ideia de racha nas centrais. "A Força Sindical tem autonomia. Mas haverá uma participação ampla dos trabalhadores." O QUE ESTÁ PREVISTO PARALISAÇÕES E MANIFESTAÇÕES PROGRAMADAS Acre > Categorias que devem parar: Bancários SINTEAC Urbanitários Correios ADUFAC SINDACS SINPOSPETRO SINTEST Auditores fiscais Vigilantes > Ato às 8h em frente à escadaria do Palácio do Governo do Estado, em Rio Branco, seguido por caminhada até o centro da cidade Alagoas > Categorias que devem parar: Bancários > Ato às 8h na Praça dos Martírios, no centro de Maceió Amapá > Ato às 8h tem ato na Praça da Bandeira, em Macapá Bahia > Categorias que devem parar: Ferroviários Petroleiros Químicos Servidores públicos federais; estaduais e municipais; previdenciários; Correios Vigilantes; Metalúrgicos Comerciários Professores Sentir Sindiferro Sindicato dos profissionais em pesquisa Sindiborracha; Sindicatos da agricultura familiar Sintercoba Sindalimentação > Ato às 6h30 no Iguatemi > Ato às 15h no Campo Grande, em Salvador Ceará > Categorias que devem parar: Transporte Educação Comércio e Serviço Metalúrgicos Servidores Públicos Bancários > Ato às 9h na Praça da Bandeira, em Fortaleza Distrito Federal > Categorias que devem parar: Metroviários Rodoviários Urbanitários Trabalhadores em telecomunicação Bancários Professores Correios Comerciários Professores Saúde UnB Judiciário MPU > Ato às 8h em Formosa e Brazlândia > Ato às 9h no Paranoá e em Taguatinga Espírito Santo > Categorias que devem parar: Metroviários Metalúrgicos Professores Construção civil Eletricitários, Comerciário, > Ato às 12h na Assembleia Legislativa, em Vitória Goiás > Ato às 8h na Praça Cívica, em Goiânia Maranhão > Categorias que devem parar: Urbanitários Servidores federais Servidores estaduais Professores das redes Estadual, municipal e universidades > Ato às 6h30 em frente ao Porto de Itaqui e ato político na sequência Minas Gerais > Categorias que devem parar: Educação Saúde Bancários Aeroviários Urbanitários Metroviários > Ato às 9h na Praça da Estação, na Avenida dos Andradas, em Belo Horizonte > Ato às 9h na Praça da Estação, em Juiz de Fora Mato Grosso > Categorias que devem parar: Bancários Educação Servidores federais Rodoviários > Ato às 15h na Praça Ipiranga, centro de Cuiabá Mato Grosso do Sul > Categorias que devem parar: Educação Bancários Construção Civil Servidores Públicos Estaduais e Federais > Ato às 9h na Praça Ary Coelho, no centro de Campo Grande Pará > Ato às 11h na Praça da República, com caminhada para o bairro São Brás > Ato às 8h, em Altamira, no Mercado Municipal > Ato em Santarém em frente à Praça São Sebastião > Ato às 7h30 em Marabá em frente ao estádio Zinho Oliveira > Ato às 7h em Marituba, região metropolitana de Belém, na entrada da Alça Viária Pernambuco > Categorias que devem parar: Bancários Metroviários Metalúrgicos > Ato às 15h "Arraiá da Greve Geral" na Praça da Democracia, no Derby, em Recife Piauí > Ato às 8h para o ato na Praça Rio Branco, em Teresina Paraná > Categorias que devem parar: Motoristas e cobradores de ônibus Correios Garis Servidores municipais Bancários Petroleiros Técnicos da Saúde Servidores da Justiça Federal Vigilantes Metalúrgicos Professores > Ato às 12h em Curitiba na Boca Maldita > Ato às 8h30 em frente à Prefeitura em Araucária > Ato às 10h no Núcleo Regional de Educação em Cascavel > Ato às 8h em Foz do Iguaçu no Bosque Guarani > Ato às 8h30 na Praça 9 de Dezembro em Guarapuava > Ato às 9h no Calçadão em Londrina > Ato às 9h em frente ao INSS em Maringá > Ato às 9h em frente à Prefeitura em Paranavaí > Ato às 8h30 na Praça Barão de Guaraúna em Ponta Grossa Rio de Janeiro > Categorias que devem parar: Petroleiros Bancários Professores Universidades Servidores públicos estaduais e municipais Metalúrgicos Vigilantes > Ato às 17h na Candelária Rio Grande do Norte > Ato às 15h em frente a Igreja do Alto de São Manoel, em Mossoró Rondônia > Ato às 8h na Praça das Três Caixas D'Água, em Porto Velho > Ato às 15 em Ji-Paraná na Rua Idelfonso da Silva e caminhada até a Praça do Trevo Roraima > Categorias que devem parar: Professores da UFRR > Ato às 6h em frente ao Ibama na Av. Brig. Eduardo Gomes > Carreata às 9h saindo do Centro Cívico, em Boa Vista Sergipe > Categorias que devem parar: Rodoviários. > Ato às 14h na Praça General Valadão, em Sergipe Santa Catarina > Categorias que devem parar: Rurais Agricultura familiar > Ato às 9h em Chapecó no trevo da BR-282 > Ato às 15h em Florianópolis no Ticen > Ato às 16h30 na Praça João Costa em Lages > Ato às 8h em frente ao INSS em Ararangua > Ato às 9h no Largo Caçanjurê em Caçador > Ato às 5h no centro de Itajaí > Ato na Praça da Bandeira em Joinvile > Ato às 13h30 na Praça Victor Konder em Blumenau > Ato às 8h na BR-282 em Campos Novos > Ato às 9h na Praça da Catedral em Rio do Sul São Paulo São Paulo > Categorias que devem parar: Petroleiros Bancários Professores Saúde Ferroviários vão parar a Linha 8-Diamante/Esmeralda > Ato às 16h em frente ao vão livre do Masp, em São Paulo > Ato unificado das centrais sindicais às 11h em frente à Superintendência Regional do Trabalho, no centro > Ato às 8h30 no Aeroporto de Congonhas > Ato às 7h em frente à Empresa Taiff, de onde sairão rumo à Ponte do Socorro > Ato às 8h na Praça Lorenzetti, na Mooca > Ato às 7h em frente à Metalpó/Combustol > Ato às 7h na Aliança Metalúrgica, Jaçanã ABC > Ato dos Metalúrgicos do ABC em frente ao Sindicato às 9h, seguido por caminhada até a Praça da Matriz em São Bernardo do Campo > Químicos devem parar as principais empresas das cidades de Santo André, Diadema, São Bernardo do Campo, Mauá e Rio Grande da Serra > Professores no ABC Osasco > Bancários vão fechar agências nas ruas centrais da cidade > Comerciários vão fechar as lojas no calçadão > Professores de Osasco farão aula pública no calçadão Sorocaba > Categorias que devem parar: Rodoviários Metalúrgicos Químicos > Ato às 8h na Zona Norte > Concentração às 9h na Praça Coronel Fernando Prestes Ribeirão Preto > Ato às 9h na Rua Álvares Cabral > Ato às 11h na Esplanada Pedro II São Carlos > Ato às 7h na Praça Santa Cruz > Marcha pelo centro da cidade às 9h Araraquara > Ato às 7h na Praça Santa Cruz > Marcha às 9h pela Avenida São Carlos São José do Rio Preto > Ato às 17h em frente ao terminal urbano Campinas > Ato às 17h no Largo do Rosário Guarulhos > Ato às 4h30 no Aeroporto de Cumbica Bauru > Ato das 6h às 9h na Avenida Rodrigues Alves, em frente a Câmara Municipal Santos > Ato às 6h na Martins Fontes, entrada de Santos via centro da cidade > Ato às 6h na Av. Presidente Wilson, em frente ao teleférico de São Vicente, na Baixada Santista > Paralisação de 40 horas dos estivadores de Santos nos terminais de contêineres Santos Brasil, Libra, Ecoporto e BTP Jundiaí > Ato às 9h30 na Rua XV de Novembro Mogi das Cruzes > Ato às 6h na Praça Marisa Tocantins > Categorias que devem parar: Educação > Ato às 8h na avenida JK Fonte: CUT e Força Sindical
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Temporadas de moda de Milão e Paris refletem papel da mulher no mercado
Na história da moda, as mulheres ocupam lugar de destaque. Mas qual destaque? Até pouco tempo, o de consumirem modelos estabelecidos por estilistas e grifes que, por sua vez, gestavam padrões de silhueta e comportamento dentro do escopo de uma pretensa feminilidade. A fórmula se desgastou e, nesta temporada de inverno 2018, o padrão feminista se sobrepôs a essa lógica rosada. Desde Milão até o último dia da Semana de Moda de Paris, na terça (7), as marcas se uniram para repensar o papel da mulher no mercado de trabalho, seus costumes e sua luta contra o machismo. Todas essas questões foram ensaiadas por grandes estilistas do século 20, como Coco Chanel e Yves Saint Laurent, mas nunca adotadas com firmeza nas araras "girlie" e "ladylike" das lojas -essa imagem de garota "feminina", com roupa de moça comportada. Segundo as passarelas, elas podem tudo: usar alfaiataria combinada com saias (Dior), mostrar o corpo (Saint Laurent), serem góticas-românticas (Valentino), amazonas fetichistas (Hermès), descombinar tons pastel com estética militar (Miu Miu), adotar a lingerie e o esporte como uniforme do dia (Louis Vuitton), subir a montanha (Moncler)... Só não podem deixar de ir à luta. E foram exatamente os períodos de luta as chaves da estação, que coroou o vermelho e o azul como dupla cromática. Os anos 1970 que são obsessão da Gucci, os 1960 revistos por Chanel e Miu Miu e os 1980 que permearam a Valentino são alguns exemplos. A estilista Maria Grazia Chiuri, da Dior, enveredou pelo caminho do feminismo ao se inspirar na roupa das sufragistas, mas foi Miuccia Prada a mulher que se posicionou no "front" dessa guerra. Para além da passarela da Prada, em Milão, que fez referência aos movimentos feministas, a da Miu Miu em Paris foi um tapa no conceito de beleza angelical. Grife mais "jovem" do grupo de moda que leva o nome da estilista, apresentou um emaranhado de looks desconectados, alguns com pelúcia, outros com paetês, que chocaram os fashionistas conservadores. "Mas isso é bonito?", questionaram. "E o que é para ser bonito numa mulher?", perguntou Miuccia na coleção. Afinal, se ela quiser sair com casacos que parecem roupões de banho estampados, quem deveria dizer que isso é errado? SEM FRONTEIRAS Há vários tipos de mulher marchando pelas ruas, e parece ser esse o recado final, embora tardio, das marcas de luxo do hemisfério Norte. A maior delas, a francesa Louis Vuitton, resumiu o sentimento de incerteza sobre o futuro em tempos de guerra e, ao mesmo tempo, elucubrou sobre o lugar das mulheres nessa batalha. O estilista Nicolas Ghesquière apresentou o desfile mais contemporâneo da temporada, montado no meio da ala Richelieu do Louvre. Distribuídos por espaços entre as escadarias, os convidados eram separados por muros que impediam a visão imediata das roupas. Qualquer lembrança do muro de Trump não é mera coincidência. Ao seu reconhecido trabalho de remodelar o uniforme de "motocross", herança dos tempos em que chefiava o estilo da Balenciaga, Ghesquière adicionou referências selvagens, esportivas e do guarda-roupa de dormir. Nos primeiros blocos da coleção, há peles misturadas a calças cuja imagem, à primeira vista, remetem ao jeans. São, na verdade, uma mistura de várias tramas de uma base de lã que receberam processos de enceramento. Grafismos da indumentária indígena foram aplicados em detalhes de cardigãs pesados, nas pequenas bolsas de mão e nas barras de um conjunto esportivo. REFÚGIO CANADENSE Esse ideal meio anti-Trump também é norte de Giambattista Valli, estilista da Moncler. Na passarela inspirada nas montanhas do Canadá, o designer italiano constrói uma visão de conto de fadas sobre o país comandado por Justin Trudeau. As folhas alaranjadas características de um outono nas montanhas geladas do país combinavam com os tons de rosa, vermelho, verde e branco que compuseram a coleção. A estética "girlie" é oposta à imagem feminista da temporada, mas na Moncler esse retrato adolescente é colocado como contraponto da realidade nada florida, um escape para o mundo real onde, a moda agora entende, cabe às mulheres optar por vesti-lo ou não.
ilustrada
Temporadas de moda de Milão e Paris refletem papel da mulher no mercadoNa história da moda, as mulheres ocupam lugar de destaque. Mas qual destaque? Até pouco tempo, o de consumirem modelos estabelecidos por estilistas e grifes que, por sua vez, gestavam padrões de silhueta e comportamento dentro do escopo de uma pretensa feminilidade. A fórmula se desgastou e, nesta temporada de inverno 2018, o padrão feminista se sobrepôs a essa lógica rosada. Desde Milão até o último dia da Semana de Moda de Paris, na terça (7), as marcas se uniram para repensar o papel da mulher no mercado de trabalho, seus costumes e sua luta contra o machismo. Todas essas questões foram ensaiadas por grandes estilistas do século 20, como Coco Chanel e Yves Saint Laurent, mas nunca adotadas com firmeza nas araras "girlie" e "ladylike" das lojas -essa imagem de garota "feminina", com roupa de moça comportada. Segundo as passarelas, elas podem tudo: usar alfaiataria combinada com saias (Dior), mostrar o corpo (Saint Laurent), serem góticas-românticas (Valentino), amazonas fetichistas (Hermès), descombinar tons pastel com estética militar (Miu Miu), adotar a lingerie e o esporte como uniforme do dia (Louis Vuitton), subir a montanha (Moncler)... Só não podem deixar de ir à luta. E foram exatamente os períodos de luta as chaves da estação, que coroou o vermelho e o azul como dupla cromática. Os anos 1970 que são obsessão da Gucci, os 1960 revistos por Chanel e Miu Miu e os 1980 que permearam a Valentino são alguns exemplos. A estilista Maria Grazia Chiuri, da Dior, enveredou pelo caminho do feminismo ao se inspirar na roupa das sufragistas, mas foi Miuccia Prada a mulher que se posicionou no "front" dessa guerra. Para além da passarela da Prada, em Milão, que fez referência aos movimentos feministas, a da Miu Miu em Paris foi um tapa no conceito de beleza angelical. Grife mais "jovem" do grupo de moda que leva o nome da estilista, apresentou um emaranhado de looks desconectados, alguns com pelúcia, outros com paetês, que chocaram os fashionistas conservadores. "Mas isso é bonito?", questionaram. "E o que é para ser bonito numa mulher?", perguntou Miuccia na coleção. Afinal, se ela quiser sair com casacos que parecem roupões de banho estampados, quem deveria dizer que isso é errado? SEM FRONTEIRAS Há vários tipos de mulher marchando pelas ruas, e parece ser esse o recado final, embora tardio, das marcas de luxo do hemisfério Norte. A maior delas, a francesa Louis Vuitton, resumiu o sentimento de incerteza sobre o futuro em tempos de guerra e, ao mesmo tempo, elucubrou sobre o lugar das mulheres nessa batalha. O estilista Nicolas Ghesquière apresentou o desfile mais contemporâneo da temporada, montado no meio da ala Richelieu do Louvre. Distribuídos por espaços entre as escadarias, os convidados eram separados por muros que impediam a visão imediata das roupas. Qualquer lembrança do muro de Trump não é mera coincidência. Ao seu reconhecido trabalho de remodelar o uniforme de "motocross", herança dos tempos em que chefiava o estilo da Balenciaga, Ghesquière adicionou referências selvagens, esportivas e do guarda-roupa de dormir. Nos primeiros blocos da coleção, há peles misturadas a calças cuja imagem, à primeira vista, remetem ao jeans. São, na verdade, uma mistura de várias tramas de uma base de lã que receberam processos de enceramento. Grafismos da indumentária indígena foram aplicados em detalhes de cardigãs pesados, nas pequenas bolsas de mão e nas barras de um conjunto esportivo. REFÚGIO CANADENSE Esse ideal meio anti-Trump também é norte de Giambattista Valli, estilista da Moncler. Na passarela inspirada nas montanhas do Canadá, o designer italiano constrói uma visão de conto de fadas sobre o país comandado por Justin Trudeau. As folhas alaranjadas características de um outono nas montanhas geladas do país combinavam com os tons de rosa, vermelho, verde e branco que compuseram a coleção. A estética "girlie" é oposta à imagem feminista da temporada, mas na Moncler esse retrato adolescente é colocado como contraponto da realidade nada florida, um escape para o mundo real onde, a moda agora entende, cabe às mulheres optar por vesti-lo ou não.
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Governo Haddad quer privatizar o centro de convenções do Anhembi
O governo Haddad vai privatizar o Anhembi. A Prefeitura de São Paulo lança nesta semana um chamamento para que as empresas interessadas apresentem propostas para exploração do maior centro de convenções da América Latina. A área total do parque do Anhembi é de 400 mil metros quadrados, sendo 220 mil metros quadrados passíveis de exploração pela iniciativa privada. O projeto não inclui o Sambódromo. A prefeitura calcula arrecadar no mínimo R$ 1,5 bilhão com o "aluguel" do pavilhão de exposições e do terreno ao seu redor. Em troca do direito de exploração do Anhembi, a iniciativa privada deverá modernizar suas instalações e construir dois novos edifícios. Estima-se que o processo para escolha do grupo concessionário deverá consumir de oito meses a um ano. O secretário de Turismo e presidente da SPturis, Wilson Martins Poit, explica que o modelo ideal para concessão ainda será objeto de estudo a partir das sugestões das próprias empresas. Mas afirma que qualquer proposta deverá necessariamente incluir a construção de três obras: um hotel de padrão internacional, um edifício-garagem com espaço para escritórios e uma interligação do centro de convenções com o metrô do Tietê. Segundo Poit, não está descartada a opção por uma PPP (parceria público-privada), mas a hipótese que conta com maior simpatia é de uma sociedade nos moldes da privatização dos aeroportos brasileiros. Por esse modelo, as concessionários pagam ao governo federal para entrar numa sociedade e pelo direito de exploração dos novos terminais aeroportuários. "Nesse caso, a Spturis fica sócia de um novo investidor e usa os dividendos dessa sociedade para investir realmente na promoção do turismo de São Paulo", defende Poit, alegando que a prefeitura é "proprietária de um terreno valioso", cujo metro quadrado custa R$ 7.000. Ainda segundo Poit, já existe um projeto pronto para fazer a interligação do Anhembi com a estação Tietê do Metrô. A ideia é adotar a tecnologia do aerotrem de Porto Alegre. O trajeto seria de 1.050 metros. Na opinão de Poit, a modernização do Anhembi será uma marca da gestão Haddad. "Venho da iniciativa privada. Sou um empresário. Estou aí não por acaso. Não tenho partido. Estou dirigindo como executivo. A ideia é rentabilizar mais o Anhembi e consolidá-lo como maior centro de exposições da América Latina."
cotidiano
Governo Haddad quer privatizar o centro de convenções do AnhembiO governo Haddad vai privatizar o Anhembi. A Prefeitura de São Paulo lança nesta semana um chamamento para que as empresas interessadas apresentem propostas para exploração do maior centro de convenções da América Latina. A área total do parque do Anhembi é de 400 mil metros quadrados, sendo 220 mil metros quadrados passíveis de exploração pela iniciativa privada. O projeto não inclui o Sambódromo. A prefeitura calcula arrecadar no mínimo R$ 1,5 bilhão com o "aluguel" do pavilhão de exposições e do terreno ao seu redor. Em troca do direito de exploração do Anhembi, a iniciativa privada deverá modernizar suas instalações e construir dois novos edifícios. Estima-se que o processo para escolha do grupo concessionário deverá consumir de oito meses a um ano. O secretário de Turismo e presidente da SPturis, Wilson Martins Poit, explica que o modelo ideal para concessão ainda será objeto de estudo a partir das sugestões das próprias empresas. Mas afirma que qualquer proposta deverá necessariamente incluir a construção de três obras: um hotel de padrão internacional, um edifício-garagem com espaço para escritórios e uma interligação do centro de convenções com o metrô do Tietê. Segundo Poit, não está descartada a opção por uma PPP (parceria público-privada), mas a hipótese que conta com maior simpatia é de uma sociedade nos moldes da privatização dos aeroportos brasileiros. Por esse modelo, as concessionários pagam ao governo federal para entrar numa sociedade e pelo direito de exploração dos novos terminais aeroportuários. "Nesse caso, a Spturis fica sócia de um novo investidor e usa os dividendos dessa sociedade para investir realmente na promoção do turismo de São Paulo", defende Poit, alegando que a prefeitura é "proprietária de um terreno valioso", cujo metro quadrado custa R$ 7.000. Ainda segundo Poit, já existe um projeto pronto para fazer a interligação do Anhembi com a estação Tietê do Metrô. A ideia é adotar a tecnologia do aerotrem de Porto Alegre. O trajeto seria de 1.050 metros. Na opinão de Poit, a modernização do Anhembi será uma marca da gestão Haddad. "Venho da iniciativa privada. Sou um empresário. Estou aí não por acaso. Não tenho partido. Estou dirigindo como executivo. A ideia é rentabilizar mais o Anhembi e consolidá-lo como maior centro de exposições da América Latina."
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Alexandre Nero vai treinar diante do espelho para viver maestro em filme
A equipe do diretor Mauro Lima está gravando cenas em que João Carlos Martins toca piano. Elas serão entregues a Alexandre Nero, que interpretará o maestro num filme sobre a vida dele. O ator ensaiará diante de um espelho, para tentar repetir os gestos de Martins. - Leia a coluna completa aqui.
colunas
Alexandre Nero vai treinar diante do espelho para viver maestro em filmeA equipe do diretor Mauro Lima está gravando cenas em que João Carlos Martins toca piano. Elas serão entregues a Alexandre Nero, que interpretará o maestro num filme sobre a vida dele. O ator ensaiará diante de um espelho, para tentar repetir os gestos de Martins. - Leia a coluna completa aqui.
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Lava Jato aponta que Delúbio recebeu de empresa ligada a petista
Uma empresa que pertence a um ex-diretor da CUT e que recebeu recursos do Instituto Lula foi a principal fonte de recursos do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares no período pós-mensalão. Segundo dados da quebra de sigilo do ex-tesoureiro, nos anos de 2007 a 2013, ele recebeu um total de R$ 235,4 mil da empresa Mil Povos Consultoria Ltda, que está no nome de Kjeld Jakobsen, ex-secretário municipal de São Paulo, ex-diretor da central sindical e atual diretor da Fundação Perseu Abramo, que é ligada ao PT. Entre os anos de 2010 a 2012, Delúbio recebia uma quantia que equivalia a R$ 3.990 mensais. Os dados estão em documento anexado a inquérito da 27ª fase da Operação Lava Jato, na qual ele foi alvo de mandado de condução coercitiva. A Mil Povos Consultoria já tinha aparecido em outra quebra de sigilo da Lava Jato, que abordava as finanças do Instituto Lula, investigado na 24ª fase da operação. De 2012 a 2014, a empresa de Jakobsen esteve na lista de beneficiários de pagamentos da entidade do ex-presidente, com um total recebido de R$ 162,5 mil. Nos registros formais da empresa, consta sua atividade como "consultoria em gestão empresarial". A quebra de sigilo mostra que os pagamentos continuaram quando Delúbio já tinha sido julgado pelo Supremo Tribunal Federal no mensalão. EMPRESA HOLANDESA A segunda maior fonte de recursos do ex-tesoureiro foi a empresa Crown Holding e Aquisições, que pagou a ele R$ 214,3 mil de 2009 a 2011. A Crown Holding está registrada em Minas e é controlada por José Antônio Soares Pereira Júnior, que também chegou a ser mencionado no caso do mensalão. Uma das CPIs que investigaram o caso apontou que ele recebeu R$ 21,9 mil do publicitário Marcos Valério, pivô do esquema. A firma também está ligada a uma outra empresa, com sede na Holanda, a Templar Investments. O relatório da quebra de sigilo, feito pela Receita Federal, também chama a atenção para a movimentação de recursos de Delúbio em 2014. Naquele ano, ele recebeu a R$ 1,2 milhão de doações de pessoas físicas e declarou o valor como sendo da campanha de arrecadação para pagamento da multa imposta pelo Supremo. Segundo o documento da Receita, não foram informados os nomes de doadores de 23% da quantia. Uma "sobra" de R$ 155 mil dessas doações foi depositada em uma poupança. O relatório da Receita aponta ainda que Delúbio fez duas doações para colegas condenados –R$ 143 mil para o ex-ministro José Dirceu e R$ 390 mil para o ex-deputado João Paulo Cunha. Ao investigar outro alvo da 27ª fase envolvido no mensalão, o ex-secretário do PT Silvio Pereira, o Ministério Público Federal levantou suspeitas de pagamentos a ele como um "cala boca". OUTRO LADO Procurado, o Instituto Lula informou que a Mil Povos Consultoria presta "serviços de assessoria em relações internacionais" em projetos da entidade voltados para a integração da América Latina. O instituto disse ainda que Delúbio Soares não participou da prestação de serviços. A Folha procurou Kjeld Jakobsen, que não quis se manifestar. A reportagem também procurou os advogados do ex-tesoureiro, que não ligaram de volta. José Antônio Soares Pereira Júnior não foi encontrado.
poder
Lava Jato aponta que Delúbio recebeu de empresa ligada a petistaUma empresa que pertence a um ex-diretor da CUT e que recebeu recursos do Instituto Lula foi a principal fonte de recursos do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares no período pós-mensalão. Segundo dados da quebra de sigilo do ex-tesoureiro, nos anos de 2007 a 2013, ele recebeu um total de R$ 235,4 mil da empresa Mil Povos Consultoria Ltda, que está no nome de Kjeld Jakobsen, ex-secretário municipal de São Paulo, ex-diretor da central sindical e atual diretor da Fundação Perseu Abramo, que é ligada ao PT. Entre os anos de 2010 a 2012, Delúbio recebia uma quantia que equivalia a R$ 3.990 mensais. Os dados estão em documento anexado a inquérito da 27ª fase da Operação Lava Jato, na qual ele foi alvo de mandado de condução coercitiva. A Mil Povos Consultoria já tinha aparecido em outra quebra de sigilo da Lava Jato, que abordava as finanças do Instituto Lula, investigado na 24ª fase da operação. De 2012 a 2014, a empresa de Jakobsen esteve na lista de beneficiários de pagamentos da entidade do ex-presidente, com um total recebido de R$ 162,5 mil. Nos registros formais da empresa, consta sua atividade como "consultoria em gestão empresarial". A quebra de sigilo mostra que os pagamentos continuaram quando Delúbio já tinha sido julgado pelo Supremo Tribunal Federal no mensalão. EMPRESA HOLANDESA A segunda maior fonte de recursos do ex-tesoureiro foi a empresa Crown Holding e Aquisições, que pagou a ele R$ 214,3 mil de 2009 a 2011. A Crown Holding está registrada em Minas e é controlada por José Antônio Soares Pereira Júnior, que também chegou a ser mencionado no caso do mensalão. Uma das CPIs que investigaram o caso apontou que ele recebeu R$ 21,9 mil do publicitário Marcos Valério, pivô do esquema. A firma também está ligada a uma outra empresa, com sede na Holanda, a Templar Investments. O relatório da quebra de sigilo, feito pela Receita Federal, também chama a atenção para a movimentação de recursos de Delúbio em 2014. Naquele ano, ele recebeu a R$ 1,2 milhão de doações de pessoas físicas e declarou o valor como sendo da campanha de arrecadação para pagamento da multa imposta pelo Supremo. Segundo o documento da Receita, não foram informados os nomes de doadores de 23% da quantia. Uma "sobra" de R$ 155 mil dessas doações foi depositada em uma poupança. O relatório da Receita aponta ainda que Delúbio fez duas doações para colegas condenados –R$ 143 mil para o ex-ministro José Dirceu e R$ 390 mil para o ex-deputado João Paulo Cunha. Ao investigar outro alvo da 27ª fase envolvido no mensalão, o ex-secretário do PT Silvio Pereira, o Ministério Público Federal levantou suspeitas de pagamentos a ele como um "cala boca". OUTRO LADO Procurado, o Instituto Lula informou que a Mil Povos Consultoria presta "serviços de assessoria em relações internacionais" em projetos da entidade voltados para a integração da América Latina. O instituto disse ainda que Delúbio Soares não participou da prestação de serviços. A Folha procurou Kjeld Jakobsen, que não quis se manifestar. A reportagem também procurou os advogados do ex-tesoureiro, que não ligaram de volta. José Antônio Soares Pereira Júnior não foi encontrado.
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Animações revelam drama vivido por crianças refugiadas sírias
A pequena Ivine aparece sob uma mesa, protegendo-se de um bombardeio na Síria. Segurando a mão da mãe e agarrada a seu travesseiro, a menina sai andando pelas ruas arrasadas, cobertas de poças sangue. Depois de atravessar o mar, a floresta e o deserto, já abrigada em um campo de refugiados, Ivine, 14, conta sobre seus pesadelos e sobre como acordava com o pequeno travesseiro "molhado de lágrimas". "A história de Ivine e o travesseiro —uma viagem partindo da Síria" é uma das três animações lançadas pelo Unicef (braço da ONU para a infância), nesta terça-feira (29). Vídeo Ivine Os três desenhos partem de histórias reais de crianças refugiadas sírias e integram a campanha "Unfairy Tales", um jogo de palavras com "conto de fadas" e "injustiça". Os vídeos são, justamente, o oposto de um conto de fadas e passam a mensagem de que "algumas histórias não são para crianças". A proposta do Unicef é causar percepções positivas em torno das milhares de crianças refugiadas e imigrantes —não especificamente nacionais da Síria. "'Unfairy Tales' faz parte da iniciativa #actofhumanity [ato de humanidade], que enfatiza que crianças são crianças, não importa de onde venham. E que todas as crianças merecem uma chance", informa o Unicef em seu site. Estima-se que quase 500 mil pessoas tenham morrido na guerra civil síria, que já dura cinco anos. Além das mortes e da destruição do país, o conflito abriu espaço para o Estado Islâmico e desato uma grave crise de refugiados na Europa. Segundo o Unicef, pelo menos 65 milhões de crianças e jovens estão em trânsito no mundo, seja escapando áreas de conflito, pobreza ou clima severo. "NÃO HÁ NINGUÉM" Assim como Ivine, o sírio Mustafa —da animação "Mustafa dá um passeio"— tem 14 anos. A animação conta como ele teve de deixar para trás seus brinquedos e como sente muita falta dos amigos. "Com quem vou fazer amigos? Não há ninguém", diz o próprio garoto ao final da animação. Vídeo Mustafa O terceiro vídeo conta o que já viveu Malak —"Malak e o barco". Do alto de seus 7 anos, a garotinha relata que, durante a travessia irregular no mar, passou "muito, muito frio" e ficou com "muito, muito, muito medo". Enquanto Malak conta sobre o temor de naufragar com a mãe, o oceano vira um grande polvo malvado e assustador. Vídeo Malak A história de Malak foi divulgada pelo Unicef em fevereiro, num pré-lançamento da campanha "Unfairy Tales". Nenhuma das três crianças é identificada com os sobrenomes. BRASILEIROS As animações foram concebidas e produzidas pela agência de publicidade americana 180LA, como cortesia para o Unicef, com a participação de brasileiros na direção executiva de criação das três peças e na elaboração de dois dos desenhos —pelas casas de animação Consulado e House of Colors. "Todo mundo gosta de politizar sobre o que acontece com os refugiados", diz Rafael Rizuto, da 180LA e um dos diretores executivos de criação. "Dizem que [os refugiados] vão roubar empregos, há o terrorismo. Mas as pessoas esquecem que é uma crise humanitária, com 8 milhões de crianças. A gente quis que a criança fosse mais que um número." Eduardo Marques, também da agência e diretor executivo de criação, lembra do episódio do menino Alan Kurdi, 3, que morreu na tentativa de atravessar para a Grécia, como um momento em que a crise de refugiados e migrantes ganhou destaque como uma tragédia humanitária. "[Com a campanha] a gente humanizou, nos aproximando de uma forma bonita, infantil." Rizuto pondera que a campanha mostra que ainda há muito o que ser feito. "No final das animações, quando você vê a criança, você percebe que a história não acabou ainda. Não tem um final feliz."
mundo
Animações revelam drama vivido por crianças refugiadas síriasA pequena Ivine aparece sob uma mesa, protegendo-se de um bombardeio na Síria. Segurando a mão da mãe e agarrada a seu travesseiro, a menina sai andando pelas ruas arrasadas, cobertas de poças sangue. Depois de atravessar o mar, a floresta e o deserto, já abrigada em um campo de refugiados, Ivine, 14, conta sobre seus pesadelos e sobre como acordava com o pequeno travesseiro "molhado de lágrimas". "A história de Ivine e o travesseiro —uma viagem partindo da Síria" é uma das três animações lançadas pelo Unicef (braço da ONU para a infância), nesta terça-feira (29). Vídeo Ivine Os três desenhos partem de histórias reais de crianças refugiadas sírias e integram a campanha "Unfairy Tales", um jogo de palavras com "conto de fadas" e "injustiça". Os vídeos são, justamente, o oposto de um conto de fadas e passam a mensagem de que "algumas histórias não são para crianças". A proposta do Unicef é causar percepções positivas em torno das milhares de crianças refugiadas e imigrantes —não especificamente nacionais da Síria. "'Unfairy Tales' faz parte da iniciativa #actofhumanity [ato de humanidade], que enfatiza que crianças são crianças, não importa de onde venham. E que todas as crianças merecem uma chance", informa o Unicef em seu site. Estima-se que quase 500 mil pessoas tenham morrido na guerra civil síria, que já dura cinco anos. Além das mortes e da destruição do país, o conflito abriu espaço para o Estado Islâmico e desato uma grave crise de refugiados na Europa. Segundo o Unicef, pelo menos 65 milhões de crianças e jovens estão em trânsito no mundo, seja escapando áreas de conflito, pobreza ou clima severo. "NÃO HÁ NINGUÉM" Assim como Ivine, o sírio Mustafa —da animação "Mustafa dá um passeio"— tem 14 anos. A animação conta como ele teve de deixar para trás seus brinquedos e como sente muita falta dos amigos. "Com quem vou fazer amigos? Não há ninguém", diz o próprio garoto ao final da animação. Vídeo Mustafa O terceiro vídeo conta o que já viveu Malak —"Malak e o barco". Do alto de seus 7 anos, a garotinha relata que, durante a travessia irregular no mar, passou "muito, muito frio" e ficou com "muito, muito, muito medo". Enquanto Malak conta sobre o temor de naufragar com a mãe, o oceano vira um grande polvo malvado e assustador. Vídeo Malak A história de Malak foi divulgada pelo Unicef em fevereiro, num pré-lançamento da campanha "Unfairy Tales". Nenhuma das três crianças é identificada com os sobrenomes. BRASILEIROS As animações foram concebidas e produzidas pela agência de publicidade americana 180LA, como cortesia para o Unicef, com a participação de brasileiros na direção executiva de criação das três peças e na elaboração de dois dos desenhos —pelas casas de animação Consulado e House of Colors. "Todo mundo gosta de politizar sobre o que acontece com os refugiados", diz Rafael Rizuto, da 180LA e um dos diretores executivos de criação. "Dizem que [os refugiados] vão roubar empregos, há o terrorismo. Mas as pessoas esquecem que é uma crise humanitária, com 8 milhões de crianças. A gente quis que a criança fosse mais que um número." Eduardo Marques, também da agência e diretor executivo de criação, lembra do episódio do menino Alan Kurdi, 3, que morreu na tentativa de atravessar para a Grécia, como um momento em que a crise de refugiados e migrantes ganhou destaque como uma tragédia humanitária. "[Com a campanha] a gente humanizou, nos aproximando de uma forma bonita, infantil." Rizuto pondera que a campanha mostra que ainda há muito o que ser feito. "No final das animações, quando você vê a criança, você percebe que a história não acabou ainda. Não tem um final feliz."
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Greve dos caminhoneiros recua após sanção de lei e passa a atingir três Estados
O número de trechos bloqueados ou parcialmente interditados nas rodovias estaduais e federais brasileiras caiu para 26 após a sanção da Lei dos Caminhoneiros pela presidente Dilma Rousseff, e, há pouco ainda atingia três Estados brasileiros: RS, SC e MT. As interdições, por causa da greve dos caminhoneiros, chegou a atingir 41 pontos em seis Estados, no início da tarde de hoje. No Sul, são 25 pontos de interdição, sendo 24 em rodovias federais e uma em estrada estadual. Mais cedo, próximo ao município de Guarapuava, no Paraná, um manifestante foi preso por atirar pedras contra os caminhoneiros que passavam na BR 277, quilômetro 343. A pior situação é no Rio Grande do Sul, onde, além de bloqueios, a Polícia Rodoviária Federal e e Brigada Militar Rodoviária registraram violência contra motoristas que não quiseram aderir ao movimento. Pneus foram incendiados na noite deste domingo (1º) e 18 manifestantes foram presos pela Polícia Rodoviária Federal na manhã desta segunda (2). As rodovias gaúchas, que chegaram a ser totalmente liberadas ontem à noite, voltaram a ser bloqueadas por caminhoneiros durante a madrugada, segundo a PRF. Até o início da manhã desta segunda (2), 6 trechos estavam bloqueados no Estado. No início da tarde, o número subiu para 19 e, no fim do dia subiu para 24. Em São Paulo, onde não há mais bloqueios, cerca de 100 caminhões interditavam parcialmente o quilômetro 420 da SP 270, entre os municípios de Ourinhos e Palmital. Os protestos dos caminhoneiros contra o aumento do diesel e pela alta do valor do frete completaram nesta segunda-feira 12 dias. No auge das manifestações, na quarta (25), a categoria bloqueou 129 trechos em 14 Estados -incluindo SP. Confira abaixo os trechos onde ainda há interdições: LEI DOS CAMINHONEIROS A presidente Dilma Rousseff sancionou no começo da noite desta segunda­-feira (2), sem vetos, a nova Lei dos Caminhoneiros. A norma, que altera uma lei anterior de 2012, será publicada no "Diário Oficial da União" da terça. A sanção integral era um dos pedidos dos grevistas e parte do pacote de medidas que o governo ofereceu aos caminhoneiros grevistas na semana passada. A condição para a implementação das medidas era o fim das paralisações. Apesar de ainda existir bloqueios nas estradas do país, o Planalto considera que eles são pontuais e logo terminarão.
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Greve dos caminhoneiros recua após sanção de lei e passa a atingir três EstadosO número de trechos bloqueados ou parcialmente interditados nas rodovias estaduais e federais brasileiras caiu para 26 após a sanção da Lei dos Caminhoneiros pela presidente Dilma Rousseff, e, há pouco ainda atingia três Estados brasileiros: RS, SC e MT. As interdições, por causa da greve dos caminhoneiros, chegou a atingir 41 pontos em seis Estados, no início da tarde de hoje. No Sul, são 25 pontos de interdição, sendo 24 em rodovias federais e uma em estrada estadual. Mais cedo, próximo ao município de Guarapuava, no Paraná, um manifestante foi preso por atirar pedras contra os caminhoneiros que passavam na BR 277, quilômetro 343. A pior situação é no Rio Grande do Sul, onde, além de bloqueios, a Polícia Rodoviária Federal e e Brigada Militar Rodoviária registraram violência contra motoristas que não quiseram aderir ao movimento. Pneus foram incendiados na noite deste domingo (1º) e 18 manifestantes foram presos pela Polícia Rodoviária Federal na manhã desta segunda (2). As rodovias gaúchas, que chegaram a ser totalmente liberadas ontem à noite, voltaram a ser bloqueadas por caminhoneiros durante a madrugada, segundo a PRF. Até o início da manhã desta segunda (2), 6 trechos estavam bloqueados no Estado. No início da tarde, o número subiu para 19 e, no fim do dia subiu para 24. Em São Paulo, onde não há mais bloqueios, cerca de 100 caminhões interditavam parcialmente o quilômetro 420 da SP 270, entre os municípios de Ourinhos e Palmital. Os protestos dos caminhoneiros contra o aumento do diesel e pela alta do valor do frete completaram nesta segunda-feira 12 dias. No auge das manifestações, na quarta (25), a categoria bloqueou 129 trechos em 14 Estados -incluindo SP. Confira abaixo os trechos onde ainda há interdições: LEI DOS CAMINHONEIROS A presidente Dilma Rousseff sancionou no começo da noite desta segunda­-feira (2), sem vetos, a nova Lei dos Caminhoneiros. A norma, que altera uma lei anterior de 2012, será publicada no "Diário Oficial da União" da terça. A sanção integral era um dos pedidos dos grevistas e parte do pacote de medidas que o governo ofereceu aos caminhoneiros grevistas na semana passada. A condição para a implementação das medidas era o fim das paralisações. Apesar de ainda existir bloqueios nas estradas do país, o Planalto considera que eles são pontuais e logo terminarão.
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Acúmulo de lixo inviabiliza uso de calçadão em Guarujá
Quando sai para passear com os dois cachorros na orla da Enseada, em Guarujá (SP), a publicitária Maria Cristina Piovezani, 56, vai pela rua, invadindo a ciclofaixa. O calçadão de mais de 5 km de extensão está vetado. Há uma semana, ela e outros turistas deixaram de usar a calçada à beira-mar por causa das montanhas de sacos de lixo acumuladas. "É um nojo. Eu também passei a dar banho nos cachorros dia sim dia não porque as ruas estão imundas. É fácil para pegar qualquer doença", diz a paulistana. "Minha vontade é juntar o lixo das ruas da cidade e jogar na cara da prefeita [Maria Antonieta de Brito, do PMDB]." Ela e o marido, o administrador Armando Fernandes, 58, compraram um apartamento na praia da Enseada há seis anos e reclamam da falta de segurança e de limpeza em Guarujá (SP). "A gente paga IPTU alto e não tem retorno. As ruas estão imundas", diz Fernandes, que cogita vender o imóvel. Para ele, é um absurdo a prefeitura pôr a culpa no volume de turistas. "Ninguém esperava movimento grande em uma cidade turística? É falta de planejamento." A Folha percorreu ruas do bairro da Enseada na manhã e na tarde deste domingo (4). A situação é a mesma: lixo por toda a parte. Com a chuva, o cenário ficou pior, com sacos de lixo rasgados e restos de comida pelo chão. OUTRO LADO A Prefeitura de Guarujá diz que a coleta de lixo na orla da Enseada é feita a partir das 10h todos os dias, após a varrição "que tem início a partir das 6h e é finalizada por volta de 8h30". A Folha flagrou funcionárias da limpeza começando a varrer o calçadão às 17h deste domingo. A Secretaria de Operações Urbanas afirma que foi informada sobre falta de coleta na Enseada e "cobrou novamente a execução do serviço à empresa responsável".
cotidiano
Acúmulo de lixo inviabiliza uso de calçadão em GuarujáQuando sai para passear com os dois cachorros na orla da Enseada, em Guarujá (SP), a publicitária Maria Cristina Piovezani, 56, vai pela rua, invadindo a ciclofaixa. O calçadão de mais de 5 km de extensão está vetado. Há uma semana, ela e outros turistas deixaram de usar a calçada à beira-mar por causa das montanhas de sacos de lixo acumuladas. "É um nojo. Eu também passei a dar banho nos cachorros dia sim dia não porque as ruas estão imundas. É fácil para pegar qualquer doença", diz a paulistana. "Minha vontade é juntar o lixo das ruas da cidade e jogar na cara da prefeita [Maria Antonieta de Brito, do PMDB]." Ela e o marido, o administrador Armando Fernandes, 58, compraram um apartamento na praia da Enseada há seis anos e reclamam da falta de segurança e de limpeza em Guarujá (SP). "A gente paga IPTU alto e não tem retorno. As ruas estão imundas", diz Fernandes, que cogita vender o imóvel. Para ele, é um absurdo a prefeitura pôr a culpa no volume de turistas. "Ninguém esperava movimento grande em uma cidade turística? É falta de planejamento." A Folha percorreu ruas do bairro da Enseada na manhã e na tarde deste domingo (4). A situação é a mesma: lixo por toda a parte. Com a chuva, o cenário ficou pior, com sacos de lixo rasgados e restos de comida pelo chão. OUTRO LADO A Prefeitura de Guarujá diz que a coleta de lixo na orla da Enseada é feita a partir das 10h todos os dias, após a varrição "que tem início a partir das 6h e é finalizada por volta de 8h30". A Folha flagrou funcionárias da limpeza começando a varrer o calçadão às 17h deste domingo. A Secretaria de Operações Urbanas afirma que foi informada sobre falta de coleta na Enseada e "cobrou novamente a execução do serviço à empresa responsável".
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Cristo gostava de estar com os gentios, diz leitor protestante
Menina de 11 anos é atacada após sair de culto de candomblé, no Rio. Eu sou protestante e nunca aprendi a agir dessa maneira, por isso repudio veementemente a ação desses que foram identificados como protestantes por causa das características descritas. Se forem, realmente, e se não forem, só posso considerá-los bandidos. Sim, porque quem faz esse tipo de coisa é bandido néscio. A mesma Bíblia que esses delinqüente brandiram para agredir a jovem de 11 anos ensina que devemos amar uns aos outros incondicionalmente. O próprio Cristo gostava de estar com os gentios apesar da reprovação dos judaizantes. Penso que a polícia deve investigar o ocorrido para que ponha um fim nesse tipo de coisa e para separar o joio do trigo. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Cristo gostava de estar com os gentios, diz leitor protestanteMenina de 11 anos é atacada após sair de culto de candomblé, no Rio. Eu sou protestante e nunca aprendi a agir dessa maneira, por isso repudio veementemente a ação desses que foram identificados como protestantes por causa das características descritas. Se forem, realmente, e se não forem, só posso considerá-los bandidos. Sim, porque quem faz esse tipo de coisa é bandido néscio. A mesma Bíblia que esses delinqüente brandiram para agredir a jovem de 11 anos ensina que devemos amar uns aos outros incondicionalmente. O próprio Cristo gostava de estar com os gentios apesar da reprovação dos judaizantes. Penso que a polícia deve investigar o ocorrido para que ponha um fim nesse tipo de coisa e para separar o joio do trigo. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Crítica: Edição traz clássico 'Carmen', de Mérimée, e conto do autor
Esta edição de "Carmen" traz não apenas a obra-prima de Mérimée, mas também o conto "Mateo Falcone". Nas duas, está a obsessão –compartilhada por escritores do século 19 como Goethe e Stendhal– pelas terras mediterrâneas, onde um modo de vida solar e sanguíneo prometia um contraponto ao convencionalismo da Europa setentrional. Convém começar pelo conto, já que a novela amplifica alguns de seus elementos. A história se passa em Porto-Vecchio, na Córsega, e o personagem Mateo Falcone é o arquétipo do chefe de um clã à margem da abstração das leis modernas, mas com um código de honra mais rigoroso, baseado na palavra. Após essa sucinta descrição, Mateo sai de cena para que sua casa, guardada pelo filho de dez anos, seja assolada por um fugitivo, que suborna o menino, e depois pelo líder de uma patrulha, que o seduz a revelar o esconderijo do meliante. A volta do pai, seguida da punição atroz da criança, restaura uma moral viril, impiedosa com a ambiguidade e chocante para o leitor que tolera pequenos delitos à margem de normas feitas justamente para minimizar o inevitável calculismo da sociedade moderna. O encontro dessas esferas colidentes subjaz em "Carmen" –cujo enredo serviu de base para a ópera homônima de Bizet, que simplificou a estrutura da novela, anulando o contraste da "narrativa dentro da narrativa" de Mérimée. "Carmen" começa com um anônimo narrador, calcado nas próprias experiências do escritor francês, que conta, em registro sóbrio e erudito, uma expedição arqueológica à Andaluzia. E que, assim como o "autor" das "Crônicas Italianas", de Stendhal (amigo e interlocutor de Mérimée), dá voz, entre fascinado e atônito, a um nativo daquelas terras exóticas. Dom José assume então o comando da narrativa, relatando suas vicissitudes de homem honrado que, após conhecer uma "boêmia" (designação para "cigana") de olhos oblíquos, cai numa vida de crime, clandestinidade e, sobretudo, no desvario do ciúme. Nos momentos em que se apresenta ao narrador e, depois, ao amante –este realizando retrospectivamente a tentação do primeiro, duplos complementares que são–, Carmen assume uma volubilidade demoníaca e passional, absolutamente fiel a um amor que se dissipa justamente quando este ameaça domesticá-la. A presente edição agrega notas àquelas do próprio Mérimée (que dão irônico tom antropológico à novela) e um ensaio do tradutor Samuel Titan Jr. no qual, entre outras iluminações, são mapeadas as confluências entre Carmen e outra figura de olhar cigano, oblíquo e dissimulado: a Capitu de "Dom Casmurro". Mas é sobretudo o contraste entre perspectivas diferentes que ressalta do ensaio, fazendo-nos perceber que, sob a fala aparentemente selvagem de dom José (Mérimée maneja magistralmente a diferença entre as vozes do narrador erudito e do narrador bandoleiro) se esconde um "emissário do universo de valores burgueses" –com as consequências trágicas desse encontro. CARMEN AUTOR Prosper Mérimée TRADUÇÃO Samuel Titan Jr. EDITORA Editora 34 QUANTO R$ 34 (136 págs.) AVALIAÇÃO ótimo
ilustrada
Crítica: Edição traz clássico 'Carmen', de Mérimée, e conto do autorEsta edição de "Carmen" traz não apenas a obra-prima de Mérimée, mas também o conto "Mateo Falcone". Nas duas, está a obsessão –compartilhada por escritores do século 19 como Goethe e Stendhal– pelas terras mediterrâneas, onde um modo de vida solar e sanguíneo prometia um contraponto ao convencionalismo da Europa setentrional. Convém começar pelo conto, já que a novela amplifica alguns de seus elementos. A história se passa em Porto-Vecchio, na Córsega, e o personagem Mateo Falcone é o arquétipo do chefe de um clã à margem da abstração das leis modernas, mas com um código de honra mais rigoroso, baseado na palavra. Após essa sucinta descrição, Mateo sai de cena para que sua casa, guardada pelo filho de dez anos, seja assolada por um fugitivo, que suborna o menino, e depois pelo líder de uma patrulha, que o seduz a revelar o esconderijo do meliante. A volta do pai, seguida da punição atroz da criança, restaura uma moral viril, impiedosa com a ambiguidade e chocante para o leitor que tolera pequenos delitos à margem de normas feitas justamente para minimizar o inevitável calculismo da sociedade moderna. O encontro dessas esferas colidentes subjaz em "Carmen" –cujo enredo serviu de base para a ópera homônima de Bizet, que simplificou a estrutura da novela, anulando o contraste da "narrativa dentro da narrativa" de Mérimée. "Carmen" começa com um anônimo narrador, calcado nas próprias experiências do escritor francês, que conta, em registro sóbrio e erudito, uma expedição arqueológica à Andaluzia. E que, assim como o "autor" das "Crônicas Italianas", de Stendhal (amigo e interlocutor de Mérimée), dá voz, entre fascinado e atônito, a um nativo daquelas terras exóticas. Dom José assume então o comando da narrativa, relatando suas vicissitudes de homem honrado que, após conhecer uma "boêmia" (designação para "cigana") de olhos oblíquos, cai numa vida de crime, clandestinidade e, sobretudo, no desvario do ciúme. Nos momentos em que se apresenta ao narrador e, depois, ao amante –este realizando retrospectivamente a tentação do primeiro, duplos complementares que são–, Carmen assume uma volubilidade demoníaca e passional, absolutamente fiel a um amor que se dissipa justamente quando este ameaça domesticá-la. A presente edição agrega notas àquelas do próprio Mérimée (que dão irônico tom antropológico à novela) e um ensaio do tradutor Samuel Titan Jr. no qual, entre outras iluminações, são mapeadas as confluências entre Carmen e outra figura de olhar cigano, oblíquo e dissimulado: a Capitu de "Dom Casmurro". Mas é sobretudo o contraste entre perspectivas diferentes que ressalta do ensaio, fazendo-nos perceber que, sob a fala aparentemente selvagem de dom José (Mérimée maneja magistralmente a diferença entre as vozes do narrador erudito e do narrador bandoleiro) se esconde um "emissário do universo de valores burgueses" –com as consequências trágicas desse encontro. CARMEN AUTOR Prosper Mérimée TRADUÇÃO Samuel Titan Jr. EDITORA Editora 34 QUANTO R$ 34 (136 págs.) AVALIAÇÃO ótimo
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Marcelo Oliveira analisa empate como 'normal' e elogia atuação de jogadores
Mesmo após levar o empate no final da partida e ceder o empate ao Sport, o técnico do Palmeiras, Marcelo Oliveira, classificou o resultado deste domingo (12), na Arena Pernambuco, como "normal". "No sentido de tabela e classificação, se você vem jogar aqui com o momento que o Sport está vivendo, é normal e ele vai tirar pontos de outras equipes, com toda a certeza. Se pensarmos nas circunstâncias do jogo, nós estávamos ganhando até os 44 minutos do segundo tempo e tivemos a oportunidade de matar o jogo, aí você pode até lamentar. Mas, para mim, fica evidenciado que a gente pode chegar e o resultado foi absolutamente normal", comentou o comandante palmeirense. O pior para o Palmeiras só não aconteceu, pois o goleiro Fernando Prass estava em uma noite inspirada e fez pelo menos seis defesas difíceis em todo jogo. No entanto, não segurou o chute de André, autor do segundo gol dos pernambucanos. "Já conheço bem o Prass, nós já trabalhamos juntos. É um profissional que é o primeiro a entrar e o último a sair sempre. Ele é muito profissional e determinado, e a resposta veio quando precisamos dele", declarou Marcelo. Outro jogador que se destacou na partida foi o atacante Leandro Pereira. O palmeirense marcou os dois gols do time, e também ganhou elogios do comandante. "O Leandro é batalhador, sempre está brigando. Teremos ótimas opções no ataque, fiquei feliz com a atuação dele hoje. Os gols dele puderam nos ajudar, mas, infelizmente, não foi o suficiente para a vitória", completou., Veja vídeo
esporte
Marcelo Oliveira analisa empate como 'normal' e elogia atuação de jogadoresMesmo após levar o empate no final da partida e ceder o empate ao Sport, o técnico do Palmeiras, Marcelo Oliveira, classificou o resultado deste domingo (12), na Arena Pernambuco, como "normal". "No sentido de tabela e classificação, se você vem jogar aqui com o momento que o Sport está vivendo, é normal e ele vai tirar pontos de outras equipes, com toda a certeza. Se pensarmos nas circunstâncias do jogo, nós estávamos ganhando até os 44 minutos do segundo tempo e tivemos a oportunidade de matar o jogo, aí você pode até lamentar. Mas, para mim, fica evidenciado que a gente pode chegar e o resultado foi absolutamente normal", comentou o comandante palmeirense. O pior para o Palmeiras só não aconteceu, pois o goleiro Fernando Prass estava em uma noite inspirada e fez pelo menos seis defesas difíceis em todo jogo. No entanto, não segurou o chute de André, autor do segundo gol dos pernambucanos. "Já conheço bem o Prass, nós já trabalhamos juntos. É um profissional que é o primeiro a entrar e o último a sair sempre. Ele é muito profissional e determinado, e a resposta veio quando precisamos dele", declarou Marcelo. Outro jogador que se destacou na partida foi o atacante Leandro Pereira. O palmeirense marcou os dois gols do time, e também ganhou elogios do comandante. "O Leandro é batalhador, sempre está brigando. Teremos ótimas opções no ataque, fiquei feliz com a atuação dele hoje. Os gols dele puderam nos ajudar, mas, infelizmente, não foi o suficiente para a vitória", completou., Veja vídeo
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O que o governo combina sentado não cumpre em pé, diz Cunha a aliados
O presidente da Câmara sinalizou a parlamentares de oposição que vai "tocar adiante" a proposta de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Cunha chegou a dizer a alguns, nesta semana, que deu "petelecos" no pedido assinado por Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr. para que ficasse mais fácil, do ponto de vista jurídico, dar seguimento à propositura. SOFÁ Em uma das conversas, segundo relatos, ele chegou a dizer que não fecha acordo com o governo porque "o que esses caras [ministros do PT] combinam sentados não cumprem em pé". NA MESMA Dirigentes de partidos de oposição, no entanto, desconfiam de Cunha. Acreditam que ele apenas "blefa" para assustar o governo. PODERES PRIVADOS O senador Raimundo Lira (PMDB-PB), relator da reforma política na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, confirmou nesta terça (20) à CNBB e à OAB que vai retirar do texto a proposta de financiamento privado de campanha, vetando a contribuição de empresas a candidatos a cargos públicos. DE LONGE A proposta de colocar na Constituição que o financiamento das eleições deve ser feito por empresas privadas era questão de honra para Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que conseguiu aprová-la na Câmara dos Deputados há alguns meses. Só que, para valer, ela deve ser endossada pelo Senado –o que fica distante com a decisão de Lira de eliminá-la do texto. ELE SABE "Estamos comemorando, é uma conquista extraordinária", diz a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), que estava presente à reunião. O fato de Lira ser empresário –ele é dono de concessionárias de automóveis– dá ainda mais peso à decisão, diz a parlamentar. NÚMERO 2 O cargo de adjunto do secretário municipal de Direitos Humanos de SP, Eduardo Suplicy, vago desde o início do mês com a saída de Rogério Sottili rumo ao governo federal, deverá ser ocupado pelo advogado e professor Guilherme Assis de Almeida. NÚMERO 1 Almeida tem extensa atuação na área. É filiado ao PT, foi assessor da ONU para refugiados e trabalhou no governo FHC com o então secretário de Direitos Humanos Paulo Sérgio Pinheiro. O escolhido para o cargo na secretaria municipal pode virar o titular em 2016 caso Suplicy saia para concorrer a vereador. BICHO DA SEDA A estilista Lilly Sarti, que apresentou sua nova coleção na São Paulo Fashion Week na segunda (19), fez festa pós-desfile no Jardim América. O evento foi na casa do empresário Dinho Diniz, dono da lhama Amora. Entre os convidados, a designer Paola de Orleans e Bragança, a modelo Aline Weber e o stylist Luis Fiod. PENSANDO NO FRIO O estilista Ronaldo Fraga apresentou sua coleção de inverno na segunda (19), na São Paulo Fashion Week, no prédio da Bienal, no parque Ibirapuera. Circularam pelo segundo dia do evento a empresária e apresentadora Val Marchiori e as blogueiras Carol Celico e Helena Bordon. As atrizes Isabel Wilker, Sophie Charlotte e Tania Khalill também compareceram. * Leia mais sobre a São Paulo Fashion Week aqui. SAÚDE DE SOBRA O presidente da Bradesco Saúde, Marcio Coriolano, fez revelação surpreendente num fórum sobre longevidade. Segundo ele, 257 clientes da empresa já têm mais de 100 anos. A mais velha é uma mulher de 114 anos. PUXADINHO A Galeria Millan, em Pinheiros, inaugura em 12 de novembro seu segundo espaço expositivo. Batizado de Anexo, ele fica no mesmo quarteirão e será aberto com uma mostra de Paulo Pasta. O artista também vai fazer uma pintura sobre uma parede do novo prédio. CONEXÃO A dupla Dois Africanos vai se apresentar em um encontro entre empresários brasileiros e africanos, no fim do mês, em São Paulo. Participante do programa "SuperStar", da TV Globo, a dupla formada por um cantor do Benin e outro do Togo que moram na Paraíba será a principal atração musical da Feafro, no Expo Center Norte. Na reunião, segundo estimativas dos organizadores do evento, podem ser fechados negócios de até US$ 1,5 bilhão. CURTO-CIRCUITO Jack Black participa nesta quarta (21) da estreia de "Goosebumps - Monstros e Arrepios", no JK Iguatemi, às 20h. O Vivo Open Air, cinema a céu aberto, será aberto nesta quarta (21) no Jockey Club, às 19h30. A banda RC na Veia, de Dudu Braga, faz show nesta quarta (21) no bar Charles Edward, às 21h30. 18 anos. Fendi, Beth Szafir e Bete Arbaitman promovem noite de jazz nesta quarta (21) no Cidade Jardim, das 19h às 23h. A New Creators, nos Jardins, abre nesta quarta (21) a exposição coletiva "Tríade", em parceria com a Verve Galeria. O Inhotim ganhou uma das categorias do IDCA Awards (prêmio de design de museus) por linha desenvolvida com a Hardy Design. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
colunas
O que o governo combina sentado não cumpre em pé, diz Cunha a aliadosO presidente da Câmara sinalizou a parlamentares de oposição que vai "tocar adiante" a proposta de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Cunha chegou a dizer a alguns, nesta semana, que deu "petelecos" no pedido assinado por Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr. para que ficasse mais fácil, do ponto de vista jurídico, dar seguimento à propositura. SOFÁ Em uma das conversas, segundo relatos, ele chegou a dizer que não fecha acordo com o governo porque "o que esses caras [ministros do PT] combinam sentados não cumprem em pé". NA MESMA Dirigentes de partidos de oposição, no entanto, desconfiam de Cunha. Acreditam que ele apenas "blefa" para assustar o governo. PODERES PRIVADOS O senador Raimundo Lira (PMDB-PB), relator da reforma política na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, confirmou nesta terça (20) à CNBB e à OAB que vai retirar do texto a proposta de financiamento privado de campanha, vetando a contribuição de empresas a candidatos a cargos públicos. DE LONGE A proposta de colocar na Constituição que o financiamento das eleições deve ser feito por empresas privadas era questão de honra para Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que conseguiu aprová-la na Câmara dos Deputados há alguns meses. Só que, para valer, ela deve ser endossada pelo Senado –o que fica distante com a decisão de Lira de eliminá-la do texto. ELE SABE "Estamos comemorando, é uma conquista extraordinária", diz a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), que estava presente à reunião. O fato de Lira ser empresário –ele é dono de concessionárias de automóveis– dá ainda mais peso à decisão, diz a parlamentar. NÚMERO 2 O cargo de adjunto do secretário municipal de Direitos Humanos de SP, Eduardo Suplicy, vago desde o início do mês com a saída de Rogério Sottili rumo ao governo federal, deverá ser ocupado pelo advogado e professor Guilherme Assis de Almeida. NÚMERO 1 Almeida tem extensa atuação na área. É filiado ao PT, foi assessor da ONU para refugiados e trabalhou no governo FHC com o então secretário de Direitos Humanos Paulo Sérgio Pinheiro. O escolhido para o cargo na secretaria municipal pode virar o titular em 2016 caso Suplicy saia para concorrer a vereador. BICHO DA SEDA A estilista Lilly Sarti, que apresentou sua nova coleção na São Paulo Fashion Week na segunda (19), fez festa pós-desfile no Jardim América. O evento foi na casa do empresário Dinho Diniz, dono da lhama Amora. Entre os convidados, a designer Paola de Orleans e Bragança, a modelo Aline Weber e o stylist Luis Fiod. PENSANDO NO FRIO O estilista Ronaldo Fraga apresentou sua coleção de inverno na segunda (19), na São Paulo Fashion Week, no prédio da Bienal, no parque Ibirapuera. Circularam pelo segundo dia do evento a empresária e apresentadora Val Marchiori e as blogueiras Carol Celico e Helena Bordon. As atrizes Isabel Wilker, Sophie Charlotte e Tania Khalill também compareceram. * Leia mais sobre a São Paulo Fashion Week aqui. SAÚDE DE SOBRA O presidente da Bradesco Saúde, Marcio Coriolano, fez revelação surpreendente num fórum sobre longevidade. Segundo ele, 257 clientes da empresa já têm mais de 100 anos. A mais velha é uma mulher de 114 anos. PUXADINHO A Galeria Millan, em Pinheiros, inaugura em 12 de novembro seu segundo espaço expositivo. Batizado de Anexo, ele fica no mesmo quarteirão e será aberto com uma mostra de Paulo Pasta. O artista também vai fazer uma pintura sobre uma parede do novo prédio. CONEXÃO A dupla Dois Africanos vai se apresentar em um encontro entre empresários brasileiros e africanos, no fim do mês, em São Paulo. Participante do programa "SuperStar", da TV Globo, a dupla formada por um cantor do Benin e outro do Togo que moram na Paraíba será a principal atração musical da Feafro, no Expo Center Norte. Na reunião, segundo estimativas dos organizadores do evento, podem ser fechados negócios de até US$ 1,5 bilhão. CURTO-CIRCUITO Jack Black participa nesta quarta (21) da estreia de "Goosebumps - Monstros e Arrepios", no JK Iguatemi, às 20h. O Vivo Open Air, cinema a céu aberto, será aberto nesta quarta (21) no Jockey Club, às 19h30. A banda RC na Veia, de Dudu Braga, faz show nesta quarta (21) no bar Charles Edward, às 21h30. 18 anos. Fendi, Beth Szafir e Bete Arbaitman promovem noite de jazz nesta quarta (21) no Cidade Jardim, das 19h às 23h. A New Creators, nos Jardins, abre nesta quarta (21) a exposição coletiva "Tríade", em parceria com a Verve Galeria. O Inhotim ganhou uma das categorias do IDCA Awards (prêmio de design de museus) por linha desenvolvida com a Hardy Design. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Oposição pressionará Cunha a dar seguimento a impeachment
Em meio à turbulência política causada pela denúncia do Ministério Público Federal contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os quatro principais partidos de oposição pressionarão o peemedebista a permitir que o plenário da Câmara dê prosseguimento a um pedido de impeachment contra Dilma Rousseff. Em reunião marcada para a próxima terça-feira (25), PSDB, DEM, PPS, SD aproveitarão a piora na relação do Palácio do Planalto com o peemedebista, que acusa o governo federal ] de ter agido para retaliar sua atuação, para unificar o discurso e passar a mensagem de que apoiam o afastamento imediato da petista. A estratégia, esboçada há algumas semanas por aliados do peemedebistas, é de que ele, a quem cabe monocraticamente a decisão, rejeitaria dar prosseguimento a um pedido de impeachment. Com a iniciativa, seria possível recorrer da decisão ao plenário da Casa Legislativa, que precisaria do voto de pelo menos 257 dos 513 deputados federais para reverter o despacho e dar seguimento ao caso. O objetivo da manobra é livrar o peemedebista de assumir isoladamente o desgaste político com o governo federal e, consequentemente, dar um caráter coletivo à ação. Se o plenário decidir dar sequência ao pedido, é montada uma comissão especial para analisar o tema. Dilma só é afastada caso o processo de impeachment seja formalmente aberto pelo plenário da Câmara, o que só ocorrerá pelo voto de pelo menos dois terços da Casa (342 de 513 deputados). O governo tem maioria na Casa, no papel, mas essa base tem se mostrado bastante instável e rebelde neste ano. REUNIÃO A ideia é de que, além de lideranças e dirigentes dos partidos de oposição, participem da reunião, marcada em Brasília, advogados e juristas, como Miguel Reale Júnior, que elaborou para o PSDB um parecer sobre o afastamento da petista. As siglas de oposição se dividem sobre apresentarem elas próprias um pedido de impeachment. Os que defendem a medida dizem ter recebido sinais de Cunha de que esse é o melhor momento. Já os que são contra a iniciativa, parcela atualmente mais numerosa, preferem aguardar os desdobramentos políticos das próximas semanas e assegurar que há chance real de bancar o prosseguimento da tramitação do pedido. Eventual derrota nessa questão significaria um tiro pela culatra para os adversários de Dilma. Acuado, Cunha tem acusado o governo de patrocinar sua incriminação no esquema de corrupção da Petrobras. Em público, porém, afirma que não pretende misturar as coisas e promover retaliações contra quem quer que seja. No encontro, além de analisarem o cenário político atual, será feita uma discussão sobre os atuais fundamentos jurídicos para um eventual pedido de afastamento da petista. Com o discurso afinado, o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, pretende se reunir com peemedebistas tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal para discutir um eventual impedimento da presidente.
poder
Oposição pressionará Cunha a dar seguimento a impeachmentEm meio à turbulência política causada pela denúncia do Ministério Público Federal contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os quatro principais partidos de oposição pressionarão o peemedebista a permitir que o plenário da Câmara dê prosseguimento a um pedido de impeachment contra Dilma Rousseff. Em reunião marcada para a próxima terça-feira (25), PSDB, DEM, PPS, SD aproveitarão a piora na relação do Palácio do Planalto com o peemedebista, que acusa o governo federal ] de ter agido para retaliar sua atuação, para unificar o discurso e passar a mensagem de que apoiam o afastamento imediato da petista. A estratégia, esboçada há algumas semanas por aliados do peemedebistas, é de que ele, a quem cabe monocraticamente a decisão, rejeitaria dar prosseguimento a um pedido de impeachment. Com a iniciativa, seria possível recorrer da decisão ao plenário da Casa Legislativa, que precisaria do voto de pelo menos 257 dos 513 deputados federais para reverter o despacho e dar seguimento ao caso. O objetivo da manobra é livrar o peemedebista de assumir isoladamente o desgaste político com o governo federal e, consequentemente, dar um caráter coletivo à ação. Se o plenário decidir dar sequência ao pedido, é montada uma comissão especial para analisar o tema. Dilma só é afastada caso o processo de impeachment seja formalmente aberto pelo plenário da Câmara, o que só ocorrerá pelo voto de pelo menos dois terços da Casa (342 de 513 deputados). O governo tem maioria na Casa, no papel, mas essa base tem se mostrado bastante instável e rebelde neste ano. REUNIÃO A ideia é de que, além de lideranças e dirigentes dos partidos de oposição, participem da reunião, marcada em Brasília, advogados e juristas, como Miguel Reale Júnior, que elaborou para o PSDB um parecer sobre o afastamento da petista. As siglas de oposição se dividem sobre apresentarem elas próprias um pedido de impeachment. Os que defendem a medida dizem ter recebido sinais de Cunha de que esse é o melhor momento. Já os que são contra a iniciativa, parcela atualmente mais numerosa, preferem aguardar os desdobramentos políticos das próximas semanas e assegurar que há chance real de bancar o prosseguimento da tramitação do pedido. Eventual derrota nessa questão significaria um tiro pela culatra para os adversários de Dilma. Acuado, Cunha tem acusado o governo de patrocinar sua incriminação no esquema de corrupção da Petrobras. Em público, porém, afirma que não pretende misturar as coisas e promover retaliações contra quem quer que seja. No encontro, além de analisarem o cenário político atual, será feita uma discussão sobre os atuais fundamentos jurídicos para um eventual pedido de afastamento da petista. Com o discurso afinado, o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, pretende se reunir com peemedebistas tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal para discutir um eventual impedimento da presidente.
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Navio de minério de ferro afunda com 22 tripulantes no Uruguai
Um navio com 260 mil toneladas de minério de ferro da Vale afundou em frente à costa do Uruguai na última sexta-feira (31). O navio levava a commodity do Terminal de Guaíba, no Rio, para a China. De acordo com a agência Reuters, 22 pessoas estavam a bordo. Dois tripulantes filipinos foram resgatados em um bote salva-vidas no sábado, mas outros botes estavam vazios, segundo a agência de notícias Yonhap da Coreia do Sul. Depois de realizar buscas durante o fim de semana, a Marinha uruguaia afirmou na manhã desta segunda (3) que estava perdendo a esperança de encontrar novos sobreviventes. O navio StellarDaisy pertencia à coreana Polaris Shipping e foi contratado pela Vale para levar o minério. Tinha 340 metros de comprimento e capacidade para transportar 266 mil toneladas de minério de ferro. A Vale disse que a carga estava coberta por seguro.
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Navio de minério de ferro afunda com 22 tripulantes no UruguaiUm navio com 260 mil toneladas de minério de ferro da Vale afundou em frente à costa do Uruguai na última sexta-feira (31). O navio levava a commodity do Terminal de Guaíba, no Rio, para a China. De acordo com a agência Reuters, 22 pessoas estavam a bordo. Dois tripulantes filipinos foram resgatados em um bote salva-vidas no sábado, mas outros botes estavam vazios, segundo a agência de notícias Yonhap da Coreia do Sul. Depois de realizar buscas durante o fim de semana, a Marinha uruguaia afirmou na manhã desta segunda (3) que estava perdendo a esperança de encontrar novos sobreviventes. O navio StellarDaisy pertencia à coreana Polaris Shipping e foi contratado pela Vale para levar o minério. Tinha 340 metros de comprimento e capacidade para transportar 266 mil toneladas de minério de ferro. A Vale disse que a carga estava coberta por seguro.
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O novo regime fiscal
Num cenário complexo e de justificável ansiedade, é imprescindível clareza e realismo ao analisar a estratégia para tirar o país do que deve ser a pior recessão de nossa história. A crise tem como principal componente o grave desequilíbrio fiscal, resultado do aumento continuado das despesas públicas por quase três décadas, uma trajetória que foi acentuada gravemente por decisões tomadas nos últimos anos. De 1997 a 2015, as despesas do governo federal cresceram, em média, 6% acima da inflação. De 2007 a 2015, cresceram mais de 50% acima da inflação. A deterioração fiscal e o forte intervencionismo causaram queda aguda da confiança, gerando colapso no investimento e reduzindo a atividade econômica e o emprego. A recessão que se seguiu intensificou a queda da arrecadação tributária, iniciada em 2011. A dívida pública bruta já se aproxima de 70% do PIB, contra média de 45% dos países emergentes. Corremos o risco de uma crise ainda mais grave que só pode ser evitada com mudanças estruturais na dinâmica das contas públicas. Isso requer alterações na Constituição, já que cerca de 80% das despesas do governo são definidas constitucionalmente. Sem essas mudanças, não há como reverter a trajetória de deterioração. O país se defronta, portanto, com um quadro dramático, que causou alta descontrolada da dívida e aumento dos prêmios de risco, elevando os juros estruturais da economia. Por isso, apresentamos proposta de emenda constitucional (PEC) que fixa um teto para o aumento das despesas públicas, com crescimento real zero ao longo do tempo. Trabalhamos também no projeto de reforma da Previdência, imprescindível para que possamos manter as contas públicas em equilíbrio. É um processo longo frente à demanda por soluções imediatas, mas rápido para uma mudança estrutural na trajetória de elevação das despesas resultante da Carta de 1988. Com a aprovação das medidas, será a primeira vez, em décadas, que uma administração terminará com despesas menores (em % do PIB) do que quando começou. Um sinal de que estamos na direção correta é o início da reação dos agentes econômicos às mudanças estruturais propostas. O nível de confiança empresarial e do consumidor aumentou, e já há dados claros de retomada da atividade, como a produção industrial do segundo trimestre. Naturalmente, como em qualquer democracia, o cronograma de mudanças depende de prazos e ritos legislativos. Nesse processo, estamos caminhando sem recuos. Um dos grandes ganhos dessa reforma, além do realismo orçamentário, será a discussão de prioridades do Orçamento diante do teto de gastos. Outro avanço importante é a renegociação das dívidas estaduais, que estabelece o ajuste fiscal também com adoção de teto ao crescimento das despesas. As alterações propostas pelo Legislativo referem-se a ajustes na Lei de Responsabilidade Fiscal. Não são mudanças na contrapartida exigida dos Estados, mantida integralmente. As reformas, portanto, seguem seu curso dentro do debate legislativo, que não prejudica, mas legitima, o novo regime fiscal. Seguimos convictos de que o limite constitucional de gastos federais será aprovado pelo Congresso no menor prazo possível. O resultado será uma transformação duradoura na trajetória das contas públicas, garantindo o realismo e o equilíbrio estrutural fundamentais para que o Brasil retome o desenvolvimento sustentável e ofereça um melhor padrão de vida a todos. Essa, afinal, deve sempre ser a meta de toda política econômica. HENRIQUE MEIRELLES é ministro da Fazenda. Foi presidente do Banco Central (governo Lula) e presidente mundial do BankBoston PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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O novo regime fiscalNum cenário complexo e de justificável ansiedade, é imprescindível clareza e realismo ao analisar a estratégia para tirar o país do que deve ser a pior recessão de nossa história. A crise tem como principal componente o grave desequilíbrio fiscal, resultado do aumento continuado das despesas públicas por quase três décadas, uma trajetória que foi acentuada gravemente por decisões tomadas nos últimos anos. De 1997 a 2015, as despesas do governo federal cresceram, em média, 6% acima da inflação. De 2007 a 2015, cresceram mais de 50% acima da inflação. A deterioração fiscal e o forte intervencionismo causaram queda aguda da confiança, gerando colapso no investimento e reduzindo a atividade econômica e o emprego. A recessão que se seguiu intensificou a queda da arrecadação tributária, iniciada em 2011. A dívida pública bruta já se aproxima de 70% do PIB, contra média de 45% dos países emergentes. Corremos o risco de uma crise ainda mais grave que só pode ser evitada com mudanças estruturais na dinâmica das contas públicas. Isso requer alterações na Constituição, já que cerca de 80% das despesas do governo são definidas constitucionalmente. Sem essas mudanças, não há como reverter a trajetória de deterioração. O país se defronta, portanto, com um quadro dramático, que causou alta descontrolada da dívida e aumento dos prêmios de risco, elevando os juros estruturais da economia. Por isso, apresentamos proposta de emenda constitucional (PEC) que fixa um teto para o aumento das despesas públicas, com crescimento real zero ao longo do tempo. Trabalhamos também no projeto de reforma da Previdência, imprescindível para que possamos manter as contas públicas em equilíbrio. É um processo longo frente à demanda por soluções imediatas, mas rápido para uma mudança estrutural na trajetória de elevação das despesas resultante da Carta de 1988. Com a aprovação das medidas, será a primeira vez, em décadas, que uma administração terminará com despesas menores (em % do PIB) do que quando começou. Um sinal de que estamos na direção correta é o início da reação dos agentes econômicos às mudanças estruturais propostas. O nível de confiança empresarial e do consumidor aumentou, e já há dados claros de retomada da atividade, como a produção industrial do segundo trimestre. Naturalmente, como em qualquer democracia, o cronograma de mudanças depende de prazos e ritos legislativos. Nesse processo, estamos caminhando sem recuos. Um dos grandes ganhos dessa reforma, além do realismo orçamentário, será a discussão de prioridades do Orçamento diante do teto de gastos. Outro avanço importante é a renegociação das dívidas estaduais, que estabelece o ajuste fiscal também com adoção de teto ao crescimento das despesas. As alterações propostas pelo Legislativo referem-se a ajustes na Lei de Responsabilidade Fiscal. Não são mudanças na contrapartida exigida dos Estados, mantida integralmente. As reformas, portanto, seguem seu curso dentro do debate legislativo, que não prejudica, mas legitima, o novo regime fiscal. Seguimos convictos de que o limite constitucional de gastos federais será aprovado pelo Congresso no menor prazo possível. O resultado será uma transformação duradoura na trajetória das contas públicas, garantindo o realismo e o equilíbrio estrutural fundamentais para que o Brasil retome o desenvolvimento sustentável e ofereça um melhor padrão de vida a todos. Essa, afinal, deve sempre ser a meta de toda política econômica. HENRIQUE MEIRELLES é ministro da Fazenda. Foi presidente do Banco Central (governo Lula) e presidente mundial do BankBoston PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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Livro da Coleção Folha Folclore ensina como fugir do Lobisomem
Ele pode ser metade homem, metade lobo. Um cão peludo, com aparência de porco da cintura para baixo, ou então um cachorro grande, do tamanho de um bezerro. São essas algumas das descrições comuns do lobisomem que estão no 19º volume da Coleção Folha Folclore Brasileiro para Crianças. Em "A História do Lobisomem", que sai no próximo domingo (24), Nhô Quim fala sobre a criatura para as crianças da vizinhança. "Ser lobisomem não é escolha, é um destino ruim", diz o velhinho, dando início à narrativa. A lenda mete medo na garotada, que quer logo saber como reconhecer um lobisomem quando ele anda na forma humana e como escapar do monstro, já que ele costuma sair desembestado pela noite, atacando filhotes de animais e gente indefesa. Claro que Nhô Quim conhece um jeito de escapar da criatura, e divide o segredo com seus ouvintes. No final do volume, outro texto ensina como fugir do lobisomem. JOGOS O volume, assinado pela escritora Crika e ilustrado por Weberson Santiago, apresenta a história nas versões escrita e narrada, no CD que acompanha o volume. "A História do Lobisomem" se inspira no clima de medo para propor atividades. Uma das brincadeiras é o "Balança, caixão". Muitos pais e avós vão lembrar dos versos que embalam o jogo de esconde-esconde, em que é preciso recapturar os "defuntos": "Balança caixão. Balança, você. Dá um tapa na bunda e vai se esconder".
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Livro da Coleção Folha Folclore ensina como fugir do LobisomemEle pode ser metade homem, metade lobo. Um cão peludo, com aparência de porco da cintura para baixo, ou então um cachorro grande, do tamanho de um bezerro. São essas algumas das descrições comuns do lobisomem que estão no 19º volume da Coleção Folha Folclore Brasileiro para Crianças. Em "A História do Lobisomem", que sai no próximo domingo (24), Nhô Quim fala sobre a criatura para as crianças da vizinhança. "Ser lobisomem não é escolha, é um destino ruim", diz o velhinho, dando início à narrativa. A lenda mete medo na garotada, que quer logo saber como reconhecer um lobisomem quando ele anda na forma humana e como escapar do monstro, já que ele costuma sair desembestado pela noite, atacando filhotes de animais e gente indefesa. Claro que Nhô Quim conhece um jeito de escapar da criatura, e divide o segredo com seus ouvintes. No final do volume, outro texto ensina como fugir do lobisomem. JOGOS O volume, assinado pela escritora Crika e ilustrado por Weberson Santiago, apresenta a história nas versões escrita e narrada, no CD que acompanha o volume. "A História do Lobisomem" se inspira no clima de medo para propor atividades. Uma das brincadeiras é o "Balança, caixão". Muitos pais e avós vão lembrar dos versos que embalam o jogo de esconde-esconde, em que é preciso recapturar os "defuntos": "Balança caixão. Balança, você. Dá um tapa na bunda e vai se esconder".
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Jessica Lange fotógrafa e outras quatro indicações culturais
EXPOSIÇÃO | JESSICA LANGE: FOTÓGRAFA A "Ilustríssima" fez três perguntas para a atriz de 65 anos que expõe em São Paulo suas fotografias. Museu da Imagem e do Som tel. (11) 2117-4777 | abertura ter. (10), às 20h | de ter. a sex., das 12h às 21h; sáb., das 10h às 22h; dom. e feriados, das 11h às 20h | R$ 6 (grátis às ter.) | até 5/4 Folha - Qual Jessica veio primeiro: a atriz ou a fotógrafa? Lange - Provavelmente foi a pintora, essa era minha intenção quando me matriculei na faculdade de belas artes [em 1967]. Uma das disciplinas era fotografia e assim me iniciei, com [Francisco] Paco Grande, que foi meu professor. A fotografia influencia seu trabalho de atriz? É mais ao contrário. Como atriz, é indispensável saber ocupar o espaço e o tempo. Num set, ou na vida real, fotografando, tenho que estar no que interpreto, no que vejo; essa é uma característica que deve ser levada em conta nos dois âmbitos, se não, nada acontece. O que há em comum entre cinema e fotografia? A minha experiência no cinema me permitiu cultivar certa sensibilidade à luz. Nos filmes, como em minhas fotos, a protagonista é sempre a luz, principalmente em meu trabalho no México. Essa sensibilidade vem de 35 anos de cinema. (ÚRSULA PASSOS) * LIVRO | WILLIAM FAULKNER Publicado em 1936, "Absalão, Absalão!" conta, por meio de quatro narradores, a história de Thomas Sutpen, um fazendeiro que busca ficar rico no sul do Estados Unidos na época da Guerra de Secessão. O escritor americano (1897-1962) trata, nesta obra, de questões familiares e do racismo. trad. Celso Mauro Paciornik e Julia Romeu | Cosac Naify | R$ 69,90 (352 págs.) * CINEMA | NICOLAS PHILIBERT A mostra dedicada ao documentarista francês, diretor de "Ser e Ter" (2002), exibe oito de seus longa-metragens, como "A Cidade Louvre" (1990), no qual é possível conhecer as reservas técnicas e os segredos do museu parisiense. Com exceção de "A Estação de Rádio" (2013), seu filme mais recente, sobre a Radio France, todos os títulos serão exibidos em 35mm. Centro Cultural Banco do Brasil | tel. (11) 3113-3651 programação em bb.com.br/cultura | R$ 4 | até 23/2 * EXPOSIÇÃO | 6º SALÃO DOS ARTISTAS SEM GALERIA Com seleção de Adriano Casanova, Enock Sacramento e Mario Gioia, a mostra expõe, em dois espaços, dez artistas que não tenham contrato de representação com galerias -foram 145 inscritos, de 11 Estados. O vencedor ganha prêmio de R$ 1.000 e uma individual na Orlando Lemos Galeria, em Belo Horizonte. Zipper | tel. (11) 4306-4306 de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 11h às 17h galeria Sancovsky | tel. (11) 3086-0784 | de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às 18h30 | grátis | até 21/2 * MÚSICA | HEITOR VILLA-LOBOS O CD da gravação da "Sinfonia nº 10, Ameríndia" pela Osesp, com o Coro da Osesp, sob regência de Isaac Karabtchevsky, é o terceiro lançamento do projeto da orquestra que pretende gravar as 11 sinfonias do músico carioca (1887-1959). Com trechos de coro em tupi e em latim, a peça foi uma encomenda para o 400º aniversário de São Paulo, em 1954, mas só estreou em 1957. Naxos/Movieplay | R$ 35,90
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Jessica Lange fotógrafa e outras quatro indicações culturaisEXPOSIÇÃO | JESSICA LANGE: FOTÓGRAFA A "Ilustríssima" fez três perguntas para a atriz de 65 anos que expõe em São Paulo suas fotografias. Museu da Imagem e do Som tel. (11) 2117-4777 | abertura ter. (10), às 20h | de ter. a sex., das 12h às 21h; sáb., das 10h às 22h; dom. e feriados, das 11h às 20h | R$ 6 (grátis às ter.) | até 5/4 Folha - Qual Jessica veio primeiro: a atriz ou a fotógrafa? Lange - Provavelmente foi a pintora, essa era minha intenção quando me matriculei na faculdade de belas artes [em 1967]. Uma das disciplinas era fotografia e assim me iniciei, com [Francisco] Paco Grande, que foi meu professor. A fotografia influencia seu trabalho de atriz? É mais ao contrário. Como atriz, é indispensável saber ocupar o espaço e o tempo. Num set, ou na vida real, fotografando, tenho que estar no que interpreto, no que vejo; essa é uma característica que deve ser levada em conta nos dois âmbitos, se não, nada acontece. O que há em comum entre cinema e fotografia? A minha experiência no cinema me permitiu cultivar certa sensibilidade à luz. Nos filmes, como em minhas fotos, a protagonista é sempre a luz, principalmente em meu trabalho no México. Essa sensibilidade vem de 35 anos de cinema. (ÚRSULA PASSOS) * LIVRO | WILLIAM FAULKNER Publicado em 1936, "Absalão, Absalão!" conta, por meio de quatro narradores, a história de Thomas Sutpen, um fazendeiro que busca ficar rico no sul do Estados Unidos na época da Guerra de Secessão. O escritor americano (1897-1962) trata, nesta obra, de questões familiares e do racismo. trad. Celso Mauro Paciornik e Julia Romeu | Cosac Naify | R$ 69,90 (352 págs.) * CINEMA | NICOLAS PHILIBERT A mostra dedicada ao documentarista francês, diretor de "Ser e Ter" (2002), exibe oito de seus longa-metragens, como "A Cidade Louvre" (1990), no qual é possível conhecer as reservas técnicas e os segredos do museu parisiense. Com exceção de "A Estação de Rádio" (2013), seu filme mais recente, sobre a Radio France, todos os títulos serão exibidos em 35mm. Centro Cultural Banco do Brasil | tel. (11) 3113-3651 programação em bb.com.br/cultura | R$ 4 | até 23/2 * EXPOSIÇÃO | 6º SALÃO DOS ARTISTAS SEM GALERIA Com seleção de Adriano Casanova, Enock Sacramento e Mario Gioia, a mostra expõe, em dois espaços, dez artistas que não tenham contrato de representação com galerias -foram 145 inscritos, de 11 Estados. O vencedor ganha prêmio de R$ 1.000 e uma individual na Orlando Lemos Galeria, em Belo Horizonte. Zipper | tel. (11) 4306-4306 de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 11h às 17h galeria Sancovsky | tel. (11) 3086-0784 | de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às 18h30 | grátis | até 21/2 * MÚSICA | HEITOR VILLA-LOBOS O CD da gravação da "Sinfonia nº 10, Ameríndia" pela Osesp, com o Coro da Osesp, sob regência de Isaac Karabtchevsky, é o terceiro lançamento do projeto da orquestra que pretende gravar as 11 sinfonias do músico carioca (1887-1959). Com trechos de coro em tupi e em latim, a peça foi uma encomenda para o 400º aniversário de São Paulo, em 1954, mas só estreou em 1957. Naxos/Movieplay | R$ 35,90
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Temer descarta rever fim do imposto sindical, mas avalia contribuição
O presidente Michel Temer não irá rever o fim da obrigatoriedade do imposto sindical, mas avalia regulamentar a contribuição assistencial como uma forma de contemplar as centrais sindicais. Em minuta de medida provisória distribuída nesta quinta-feira (13), com revisões na reforma trabalhista, o Palácio do Planalto retirou sugestão anterior de revisão do fim da obrigatoriedade do imposto sindical, que se tornará facultativo a partir de novembro. A possibilidade de mudança foi alterada devido a pressão do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que chegou a ameaçar barrar qualquer medida provisória sobre as novas regras trabalhistas. "Não há hipótese de discussão de retorno do imposto sindical, e o próprio movimento sindical tem essa consciência", disse o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. Ele ponderou, contudo, que tanto o Palácio do Planalto como o Congresso Nacional sabem da necessidade de fortalecer as centrais sindicais, criando alguma forma de financiamento voluntário. "Há a necessidade de uma regulamentação [da contribuição assistencial] para ampliar a segurança e é nessa linha que estamos discutindo para que possamos buscar uma alternativa, porém que não seja obrigatória", disse. DECISÃO DO SUPREMO Em fevereiro, o STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu a cobrança da contribuição de trabalhadores não sindicalizados, o que afetou o caixa das entidades trabalhistas, que têm pressionado o Ministério do Trabalho a regulamentá-la. O Planalto defende que o valor seja pago por filiados e não filiados à entidade sindical, contanto que seja voluntário e definido por meio de acordos coletivos em assembleias e convenções. Reforma trabalhista - Confira os principais pontos que mudam com a reforma Pela regra estudada, 60% da arrecadação seria destinada ao sindicato que realizou a negociação e o restante seria divido entre federação, confederação e central sindical às quais o sindicato é associado. O ministro não deixou claro se a regulamentação poderia entrar na medida provisória ou seria feita por meio de projeto de lei. Segundo ele, haverá uma reunião na próxima semana com as centrais sindicais para discutir as novas regras trabalhistas. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também disse que não há nenhum acordo para o retorno do imposto sindical. "Eu não fiz esse acordo, não tenho texto sobre isso e o Senado Federal se manifestou para não incluir isso na medida provisória."
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Temer descarta rever fim do imposto sindical, mas avalia contribuiçãoO presidente Michel Temer não irá rever o fim da obrigatoriedade do imposto sindical, mas avalia regulamentar a contribuição assistencial como uma forma de contemplar as centrais sindicais. Em minuta de medida provisória distribuída nesta quinta-feira (13), com revisões na reforma trabalhista, o Palácio do Planalto retirou sugestão anterior de revisão do fim da obrigatoriedade do imposto sindical, que se tornará facultativo a partir de novembro. A possibilidade de mudança foi alterada devido a pressão do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que chegou a ameaçar barrar qualquer medida provisória sobre as novas regras trabalhistas. "Não há hipótese de discussão de retorno do imposto sindical, e o próprio movimento sindical tem essa consciência", disse o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. Ele ponderou, contudo, que tanto o Palácio do Planalto como o Congresso Nacional sabem da necessidade de fortalecer as centrais sindicais, criando alguma forma de financiamento voluntário. "Há a necessidade de uma regulamentação [da contribuição assistencial] para ampliar a segurança e é nessa linha que estamos discutindo para que possamos buscar uma alternativa, porém que não seja obrigatória", disse. DECISÃO DO SUPREMO Em fevereiro, o STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu a cobrança da contribuição de trabalhadores não sindicalizados, o que afetou o caixa das entidades trabalhistas, que têm pressionado o Ministério do Trabalho a regulamentá-la. O Planalto defende que o valor seja pago por filiados e não filiados à entidade sindical, contanto que seja voluntário e definido por meio de acordos coletivos em assembleias e convenções. Reforma trabalhista - Confira os principais pontos que mudam com a reforma Pela regra estudada, 60% da arrecadação seria destinada ao sindicato que realizou a negociação e o restante seria divido entre federação, confederação e central sindical às quais o sindicato é associado. O ministro não deixou claro se a regulamentação poderia entrar na medida provisória ou seria feita por meio de projeto de lei. Segundo ele, haverá uma reunião na próxima semana com as centrais sindicais para discutir as novas regras trabalhistas. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também disse que não há nenhum acordo para o retorno do imposto sindical. "Eu não fiz esse acordo, não tenho texto sobre isso e o Senado Federal se manifestou para não incluir isso na medida provisória."
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Doria diz que tentar impedir suas viagens é 'ditadura' e 'totalitarismo'
"No dia que alguém for impedido pelo Ministério Público ou pelo desejo de petistas de viajar por seu próprio país, teremos instalada a ditadura e o totalitarismo". Assim o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu a representação feita nesta terça (22) pelo diretório municipal do PT-SP junto ao Ministério Público Estadual. Na representação, o PT acusa o prefeito de improbidade administrativa por conta de suas viagens pelo Brasil. Segundo o partido, seriam para fins eleitorais, em desacordo com o interesse público da função de prefeito. Dória falou à Folha nesta quarta (23) durante mais uma de suas viagens. O prefeito esteve no Espírito Santo, onde foi recebido com protestos por cerca de 20 manifestantes, gritos de "fascista", bate-boca e confusão na frente da Câmara de Vereadores de Vila Velha (7 km da capital Vitória), onde recebeu o título de cidadão local. Para evitar o encontro com os opositores, o prefeito entrou pelos fundos do prédio. "O PT e o Lula produziram essa intolerância, onde as pessoas acham que a verdade é só a do Lula. Quantos bandidos já nasceram nessa cidade (de Vila Velha) e nem só por isso foram homenageados. Por que alguém que nunca esteve não pode receber homenagens?", rebateu enquanto militantes das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo protestavam do lado de fora da Câmara. CONTRA-ATAQUE Agora, enquanto aguarda o Ministério Público Estadual receber parecer da assessoria técnica da Procuradoria-Geral de Justiça para análise da acusação do PT, João Doria segue para o contra-ataque. "Uma acusação destas, vindo do PT, é bizarra, para não dizer ridícula. É o partido que promoveu a maior falcatrua com dinheiro público na história do país. Viajo com o meu avião e uso o meu dinheiro na condição de prefeito da maior cidade brasileira e como vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos", justificou. Batendo na tecla de que suas viagens -em sete meses, Doria saiu de São Paulo três vezes mais que seu antecessor, Fernando Haddad (PT)- não possuem cunho eleitoreiro e aura de pré-corrida presidencial, o prefeito avaliou como "ótima" a postagem no Twitter do governador Geraldo Alckmin, na manhã de hoje, de que quer ser candidato à Presidência. "Ele tem todo o direito de pleitear e trabalhar por isso. Eu, no entanto, não estou em pré-campanha e não me apresento como pré-candidato, falou. Doria, que movimentou 11 viaturas policiais e 32 homens fazendo a segurança da Câmara de Vereadores de Vila Velha durante o protesto, saiu carregando chocolates, uma panela de barro e acusando: "O que fazem é uma agressão covarde e não há rojões ou ovadas que vão me calar".
poder
Doria diz que tentar impedir suas viagens é 'ditadura' e 'totalitarismo'"No dia que alguém for impedido pelo Ministério Público ou pelo desejo de petistas de viajar por seu próprio país, teremos instalada a ditadura e o totalitarismo". Assim o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu a representação feita nesta terça (22) pelo diretório municipal do PT-SP junto ao Ministério Público Estadual. Na representação, o PT acusa o prefeito de improbidade administrativa por conta de suas viagens pelo Brasil. Segundo o partido, seriam para fins eleitorais, em desacordo com o interesse público da função de prefeito. Dória falou à Folha nesta quarta (23) durante mais uma de suas viagens. O prefeito esteve no Espírito Santo, onde foi recebido com protestos por cerca de 20 manifestantes, gritos de "fascista", bate-boca e confusão na frente da Câmara de Vereadores de Vila Velha (7 km da capital Vitória), onde recebeu o título de cidadão local. Para evitar o encontro com os opositores, o prefeito entrou pelos fundos do prédio. "O PT e o Lula produziram essa intolerância, onde as pessoas acham que a verdade é só a do Lula. Quantos bandidos já nasceram nessa cidade (de Vila Velha) e nem só por isso foram homenageados. Por que alguém que nunca esteve não pode receber homenagens?", rebateu enquanto militantes das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo protestavam do lado de fora da Câmara. CONTRA-ATAQUE Agora, enquanto aguarda o Ministério Público Estadual receber parecer da assessoria técnica da Procuradoria-Geral de Justiça para análise da acusação do PT, João Doria segue para o contra-ataque. "Uma acusação destas, vindo do PT, é bizarra, para não dizer ridícula. É o partido que promoveu a maior falcatrua com dinheiro público na história do país. Viajo com o meu avião e uso o meu dinheiro na condição de prefeito da maior cidade brasileira e como vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos", justificou. Batendo na tecla de que suas viagens -em sete meses, Doria saiu de São Paulo três vezes mais que seu antecessor, Fernando Haddad (PT)- não possuem cunho eleitoreiro e aura de pré-corrida presidencial, o prefeito avaliou como "ótima" a postagem no Twitter do governador Geraldo Alckmin, na manhã de hoje, de que quer ser candidato à Presidência. "Ele tem todo o direito de pleitear e trabalhar por isso. Eu, no entanto, não estou em pré-campanha e não me apresento como pré-candidato, falou. Doria, que movimentou 11 viaturas policiais e 32 homens fazendo a segurança da Câmara de Vereadores de Vila Velha durante o protesto, saiu carregando chocolates, uma panela de barro e acusando: "O que fazem é uma agressão covarde e não há rojões ou ovadas que vão me calar".
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Lula encontra com Renan para discutir crise do Congresso com o Planalto
Em meio à crise política entre o Palácio do Planalto e o Congresso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu um encontro com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Lula e Renan vão almoçar na residência oficial do Senado nesta quinta (14) para discutir a articulação política do governo e temas sensíveis ao Planalto no Legislativo –como as medidas provisórias do ajuste fiscal. Lula vem atuando como "bombeiro" do Planalto nos últimos meses, desde que Dilma começou a enfrentar dificuldades em sua relação com os presidentes do Senado e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O ex-presidente tem bom trânsito com Renan e a cúpula do PMDB, numa ação vista por aliados do presidente do Senado como estratégica para o Planalto. Renan vem fazendo sucessivos ataques à presidente Dilma Rouseff e à sua articulação política desde que seu nome entrou na lista dos políticos investigados pela Operação Lava Jato, que apura o esquema de corrupção na Petrobras. O peemedebista vem mobilizando aliados para impor derrotas a Dilma no Congresso em temas como o ajuste fiscal, o projeto que regulamenta a terceirização, além da indicação do advogado Luiz Edson Fachin para o STF (Supremo Tribunal Federal). O Senado começa a analisar na semana que vem as duas medidas provisórias do ajuste fiscal, editadas pelo governo. Renan afirmou em sucessivas ocasiões que as MPspenalizam os trabalhadores sem que o governo promova um verdadeiro ajuste –que deveria incluir a diminuição de ministérios e o enxugamento da máquina pública. É um claro sinal da disposição do peemedebista de trabalhar pelas suas derrubadas no Senado. A disposição do presidente do Senado é manter a decisão da Câmara, tomada na noite desta quarta (13), de aprovar emenda que cria uma alternativa ao fator previdenciário. O governo é contrário à mudança, mas como a medida agrada aos trabalhadores, vários deputados petistas votaram contra o Planalto. No Senado, Walter Pinheiro (PT-BA) e Paulo Paim (PT-RS) já anunciaram que votarão em favor da derrubada do fator. Outro tema sensível ao governo é a indicação de Fachin para o Supremo. Renan trabalha nos bastidores para derrubar a indicação do advogado como forma de demonstrar a Dilma sua força no Senado. Como a votação será secreta, a chance de o governo identificar "defecções" é menor, o que tem motivado a ação do peemedebista.
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Lula encontra com Renan para discutir crise do Congresso com o PlanaltoEm meio à crise política entre o Palácio do Planalto e o Congresso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu um encontro com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Lula e Renan vão almoçar na residência oficial do Senado nesta quinta (14) para discutir a articulação política do governo e temas sensíveis ao Planalto no Legislativo –como as medidas provisórias do ajuste fiscal. Lula vem atuando como "bombeiro" do Planalto nos últimos meses, desde que Dilma começou a enfrentar dificuldades em sua relação com os presidentes do Senado e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O ex-presidente tem bom trânsito com Renan e a cúpula do PMDB, numa ação vista por aliados do presidente do Senado como estratégica para o Planalto. Renan vem fazendo sucessivos ataques à presidente Dilma Rouseff e à sua articulação política desde que seu nome entrou na lista dos políticos investigados pela Operação Lava Jato, que apura o esquema de corrupção na Petrobras. O peemedebista vem mobilizando aliados para impor derrotas a Dilma no Congresso em temas como o ajuste fiscal, o projeto que regulamenta a terceirização, além da indicação do advogado Luiz Edson Fachin para o STF (Supremo Tribunal Federal). O Senado começa a analisar na semana que vem as duas medidas provisórias do ajuste fiscal, editadas pelo governo. Renan afirmou em sucessivas ocasiões que as MPspenalizam os trabalhadores sem que o governo promova um verdadeiro ajuste –que deveria incluir a diminuição de ministérios e o enxugamento da máquina pública. É um claro sinal da disposição do peemedebista de trabalhar pelas suas derrubadas no Senado. A disposição do presidente do Senado é manter a decisão da Câmara, tomada na noite desta quarta (13), de aprovar emenda que cria uma alternativa ao fator previdenciário. O governo é contrário à mudança, mas como a medida agrada aos trabalhadores, vários deputados petistas votaram contra o Planalto. No Senado, Walter Pinheiro (PT-BA) e Paulo Paim (PT-RS) já anunciaram que votarão em favor da derrubada do fator. Outro tema sensível ao governo é a indicação de Fachin para o Supremo. Renan trabalha nos bastidores para derrubar a indicação do advogado como forma de demonstrar a Dilma sua força no Senado. Como a votação será secreta, a chance de o governo identificar "defecções" é menor, o que tem motivado a ação do peemedebista.
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Se quiser ganhar a guerra, Joesley não pode poupar ninguém
Tudo indica que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai manter os benefícios que Joesley Batista conseguiu em sua delação premiada. Engana-se, no entanto, quem acha que ele recebeu um salvo-conduto da corte. Os magistrados apenas ganharam tempo, deixando para resolver a questão no fim do processo, quando ficar claro se ele entregou o que prometeu e, principalmente, se contou tudo que sabia. O empresário - que disse ter corrompido mais de 1,8 mil políticos, incluindo o presidente —venceu, portanto, apenas uma batalha na guerra que trava contra Michel Temer. Ao se manter no cargo mais alto da República, Temer detém uma arma letal: poder. Em setembro, dará ao país mais uma amostra do que isso significa ao indicar o novo procurador-geral da República (PGR). Na prática, significa que, depois de escolher os juízes que o absolveram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Temer agora vai apontar também seu acusador. Cabe ao PGR decidir se denuncia ou não Joesley Batista, seu irmão Wesley e os demais delatores por seus crimes. Rodrigo Janot decidiu deixá-los impunes, porque achou sua oferta muito atrativa, mas seu sucessor pode ter outra opinião. Só que para mudar o que já foi acertado, o novo PGR escolhido por Temer vai precisar de uma razão contundente. Nada seria melhor do que descobrir que os delatores não contaram toda a verdade. Joesley Batista ainda tem 180 dias para completar sua delação e é provável que surjam novos anexos, relatando outros crimes. Mas a prudência aconselha a limpar as gavetas e vasculhar toda a memória. Deslizes como esquecer uma reunião com o ex-presidente Lula e com o ex-deputado Eduardo Cunha para tratar do impeachment de Dilma Rousseff não serão perdoados por Temer e seus aliados. Se quiser ganhar a guerra, Joesley Batista não pode poupar ninguém.
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Se quiser ganhar a guerra, Joesley não pode poupar ninguémTudo indica que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai manter os benefícios que Joesley Batista conseguiu em sua delação premiada. Engana-se, no entanto, quem acha que ele recebeu um salvo-conduto da corte. Os magistrados apenas ganharam tempo, deixando para resolver a questão no fim do processo, quando ficar claro se ele entregou o que prometeu e, principalmente, se contou tudo que sabia. O empresário - que disse ter corrompido mais de 1,8 mil políticos, incluindo o presidente —venceu, portanto, apenas uma batalha na guerra que trava contra Michel Temer. Ao se manter no cargo mais alto da República, Temer detém uma arma letal: poder. Em setembro, dará ao país mais uma amostra do que isso significa ao indicar o novo procurador-geral da República (PGR). Na prática, significa que, depois de escolher os juízes que o absolveram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Temer agora vai apontar também seu acusador. Cabe ao PGR decidir se denuncia ou não Joesley Batista, seu irmão Wesley e os demais delatores por seus crimes. Rodrigo Janot decidiu deixá-los impunes, porque achou sua oferta muito atrativa, mas seu sucessor pode ter outra opinião. Só que para mudar o que já foi acertado, o novo PGR escolhido por Temer vai precisar de uma razão contundente. Nada seria melhor do que descobrir que os delatores não contaram toda a verdade. Joesley Batista ainda tem 180 dias para completar sua delação e é provável que surjam novos anexos, relatando outros crimes. Mas a prudência aconselha a limpar as gavetas e vasculhar toda a memória. Deslizes como esquecer uma reunião com o ex-presidente Lula e com o ex-deputado Eduardo Cunha para tratar do impeachment de Dilma Rousseff não serão perdoados por Temer e seus aliados. Se quiser ganhar a guerra, Joesley Batista não pode poupar ninguém.
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Decisões dos estaduais têm definição nos pênaltis em São Paulo, zebra no Paraná e recorde de público no Rio
Diferentemente do ano passado, quando perdeu o título paulista nos pênaltis, o Santos se sagrou campeão estadual neste domingo (3), na Vila Belmiro, ao vencer o Palmeiras nas penalidades por 4 a 2 após sair vitorioso no tempo normal por 2 a 1. Com a conquista, o Santos alcançou o seu 21º título regional na história. A equipe santista, que fez a sua sétima final estadual consecutiva, havia sido campeão paulista pela última vez em 2012. - Entre os quatro clubes grandes do Rio, o Vasco enfrentava a sina de ser o que estava há mais tempo sem ser campeão carioca. Desde 2003 a equipe não conquistava a taça do torneio, em um período de 12 anos que teve fim neste domingo, ao vencer o Botafogo por 2 a 1, no Maracanã, pela segunda partida da decisão. Foi o 23º título estadual da história do Vasco. O Maracanã teve um público total de 66.156 torcedores, com 58.446 pagantes, superando a final da Copa do Nordeste na semana passada, no Castelão, entre Ceará e Bahia. - Jogando em Varginha, a 313 quilômetros de distância de Belo Horizonte, o Atlético-MG venceu a Caldense, por 2 a 1, e conquistou seu 43º título Mineiro. O jogo ficou empatado até os 32 min do segundo tempo, quando Jô fez o gol que deu o título ao Atlético. O centroavante revelado pelo Corinthians não marcava um gol desde o dia 10 de abril do ano passado. - Com uma atuação excelente na primeira etapa, o Inter conquistou o quinto título consecutivo do Campeonato Gaúcho neste domingo (3), ao derrotar o Grêmio por 2 a 1 no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Ao fim da partida, uma cena chamou a atenção nas arquibancadas do estádio Beira-Rio. Alguns Gremistas que compareceram ao estádio arremessaram cadeiras na torcida colorada. Não há informações de feridos. - Pela primeira vez em seus 103 anos de história, o Operário de Ponta Grossa venceu o Campeonato Paranaense após vitória por 3 a 0 sobre o Coritiba, neste domingo (3). O Coritiba jogou em casa pelo 38º título, no Estádio Couto Pereira, e precisava reverter o placar de 2 a 0 sofrido na primeira partida. - Após perder por 3 a 0 do Vitória da Conquista na primeira partida da final do Campeonato Baiano, o Bahia ganhou o 46º título estadual da sua história ao golear o rival por 6 a 0 neste domingo (3), na partida de volta.
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Decisões dos estaduais têm definição nos pênaltis em São Paulo, zebra no Paraná e recorde de público no RioDiferentemente do ano passado, quando perdeu o título paulista nos pênaltis, o Santos se sagrou campeão estadual neste domingo (3), na Vila Belmiro, ao vencer o Palmeiras nas penalidades por 4 a 2 após sair vitorioso no tempo normal por 2 a 1. Com a conquista, o Santos alcançou o seu 21º título regional na história. A equipe santista, que fez a sua sétima final estadual consecutiva, havia sido campeão paulista pela última vez em 2012. - Entre os quatro clubes grandes do Rio, o Vasco enfrentava a sina de ser o que estava há mais tempo sem ser campeão carioca. Desde 2003 a equipe não conquistava a taça do torneio, em um período de 12 anos que teve fim neste domingo, ao vencer o Botafogo por 2 a 1, no Maracanã, pela segunda partida da decisão. Foi o 23º título estadual da história do Vasco. O Maracanã teve um público total de 66.156 torcedores, com 58.446 pagantes, superando a final da Copa do Nordeste na semana passada, no Castelão, entre Ceará e Bahia. - Jogando em Varginha, a 313 quilômetros de distância de Belo Horizonte, o Atlético-MG venceu a Caldense, por 2 a 1, e conquistou seu 43º título Mineiro. O jogo ficou empatado até os 32 min do segundo tempo, quando Jô fez o gol que deu o título ao Atlético. O centroavante revelado pelo Corinthians não marcava um gol desde o dia 10 de abril do ano passado. - Com uma atuação excelente na primeira etapa, o Inter conquistou o quinto título consecutivo do Campeonato Gaúcho neste domingo (3), ao derrotar o Grêmio por 2 a 1 no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Ao fim da partida, uma cena chamou a atenção nas arquibancadas do estádio Beira-Rio. Alguns Gremistas que compareceram ao estádio arremessaram cadeiras na torcida colorada. Não há informações de feridos. - Pela primeira vez em seus 103 anos de história, o Operário de Ponta Grossa venceu o Campeonato Paranaense após vitória por 3 a 0 sobre o Coritiba, neste domingo (3). O Coritiba jogou em casa pelo 38º título, no Estádio Couto Pereira, e precisava reverter o placar de 2 a 0 sofrido na primeira partida. - Após perder por 3 a 0 do Vitória da Conquista na primeira partida da final do Campeonato Baiano, o Bahia ganhou o 46º título estadual da sua história ao golear o rival por 6 a 0 neste domingo (3), na partida de volta.
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Nova fase da Operação Lava Jato mira apartamento triplex ligado a Lula
A 22ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira (27) e batizada de Triplo X, vai apurar a relação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com um apartamento tríplex na praia de Astúrias, em Guarujá (SP), cuja opção de compra pertencia à mulher dele, Marisa Letícia, e hoje está em nome da OAS. O objetivo da força-tarefa é descobrir se a empreiteira, acusada de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, buscou beneficiar ilegalmente o ex-presidente por meio do imóvel. É a primeira vez que a operação investiga um negócio diretamente ligado a Lula e seus parentes. Marisa Letícia adquiriu a opção de compra do imóvel em 2005 por meio da cooperativa habitacional Bancoop, a antiga titular do prédio. Em 2014, o tríplex foi totalmente reformado pela OAS. Porém, em novembro de 2015, a assessoria de Lula informou à Folha que a família havia desistido de ficar com o imóvel. O recuo ocorreu após as informações sobre o apartamento ganharem visibilidade na imprensa e a Lava Jato levar à prisão o ex-presidente da Bancoop e ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e de executivos da OAS. Como revelado pela Folha em dezembro, a Promotoria colheu depoimentos de engenheiros e funcionários do condomínio apontando que familiares de Lula estiveram no tríplex durante as fases de construção e reforma do imóvel. As visitas envolveram medidas para esconder a presença da família no condomínio. Ao anunciar a operação deflagrada nesta quarta, a força-tarefa da Lava Jato não citou Lula em nenhum momento. Informou apenas que todos os apartamentos do condomínio onde fica o tríplex serão investigados para apurar se a OAS cedeu unidades do empreendimento para repasse disfarçado de propina do esquema de corrupção na Petrobras. O prédio não foi alvo de nenhuma medida de busca e apreensão nesta quarta. O juiz Sergio Moro, no entanto, autorizou buscas específicas por documentos na OAS e na Bancoop que poderão rastrear a ligação da família de Lula com o empreendimento. Indagado se o ex-presidente era alvo da operação, o procurador da República Carlos Fernando Lima afirmou: "Nós investigamos fatos. Se houve um apartamento dele, que esteja no seu nome ou que ele tenha negociado ou alguém da sua família, vamos investigar, como todo mundo". Em manifestação à Justiça, a Procuradoria apontou que são alvo de apuração unidades que "indicaram alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade". A relação de Lula com o tríplex também é investigada pelo Ministério Público de São Paulo. O promotor de Justiça Cassio Conserino já anunciou ter obtido indícios suficientes para denunciar Lula pelo crime de lavagem de dinheiro em inquérito sobre o imóvel. Entre os apartamentos sob investigação, nove estão em nome da OAS, um é registrado em nome de uma funcionária da empresa e outro é da offshore Murray Holdings, sediada no Panamá e criada pela firma Mossack Fonseca. Integrantes da força-tarefa afirmaram ter indícios de que essa empresa foi usada para ocultação de patrimônio. Na operação desta quarta, foram presas três pessoas ligadas ao escritório da Mossack Fonseca. Outras duas estavam no exterior e um terceiro não foi localizado. Houve buscas no escritório da empresa. A publicitária Nelci Warken, que já prestou serviços para a Bancoop, foi presa. A PF apura se ela usou a estrutura da Murray para ocultar patrimônio em favor da cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima. OUTRO LADO O ex-presidente Lula afirmou, por meio de nota de seu instituto, que repudia qualquer tentativa de envolver seu nome em atos ilícitos da Operação Lava Jato. "Lula nunca escondeu que sua família comprou uma cota da Bancoop, para ter um apartamento onde hoje é o edifício Solaris. Isso foi declarado ao Fisco e é público desde 2006. Ou seja: pagou dinheiro, não recebeu dinheiro pelo imóvel", diz a nota. O advogado de Lula, Cristiano Martins, aponta que a decisão do juiz Sergio Moro não faz nenhuma referência ao petista. "Lula e nenhum de seus familiares têm ligação com essa investigação", afirmou Martins, que defende o petista em conjunto com o criminalista Nilo Batista. Ele explicou que Lula e sua mulher, Marisa Letícia, possuíam uma cota do empreendimento, mas decidiram resgatá-la quando ele foi transferido para a OAS. O advogado da OAS, Edward Carvalho, criticou a condução dos mandatos. "Bastaria ter solicitado os documentos, e não fazer algo espalhafatoso." Em nota, a Bancoop afirmou que por deliberação coletiva dos cooperados, "o empreendimento foi transferido à OAS Empreendimentos". A cooperativa diz que desde 2009 não tem relação com o empreendimento. O advogado de João Vaccari Neto, Luiz Flávio Borges D´Urso, disse que não há acusações contra seu cliente nesta operação. "Ele teve cotas da Bancoop, pagas mensalmente, dentro da lei." A Mossack Fonseca não retornou o contato da reportagem. A defesa da publicitária Nelci Warken e de Marice Correa de Lima, cunhada de Vaccari, não foram encontradas. Tríplex em Guarujá
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Nova fase da Operação Lava Jato mira apartamento triplex ligado a LulaA 22ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira (27) e batizada de Triplo X, vai apurar a relação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com um apartamento tríplex na praia de Astúrias, em Guarujá (SP), cuja opção de compra pertencia à mulher dele, Marisa Letícia, e hoje está em nome da OAS. O objetivo da força-tarefa é descobrir se a empreiteira, acusada de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, buscou beneficiar ilegalmente o ex-presidente por meio do imóvel. É a primeira vez que a operação investiga um negócio diretamente ligado a Lula e seus parentes. Marisa Letícia adquiriu a opção de compra do imóvel em 2005 por meio da cooperativa habitacional Bancoop, a antiga titular do prédio. Em 2014, o tríplex foi totalmente reformado pela OAS. Porém, em novembro de 2015, a assessoria de Lula informou à Folha que a família havia desistido de ficar com o imóvel. O recuo ocorreu após as informações sobre o apartamento ganharem visibilidade na imprensa e a Lava Jato levar à prisão o ex-presidente da Bancoop e ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e de executivos da OAS. Como revelado pela Folha em dezembro, a Promotoria colheu depoimentos de engenheiros e funcionários do condomínio apontando que familiares de Lula estiveram no tríplex durante as fases de construção e reforma do imóvel. As visitas envolveram medidas para esconder a presença da família no condomínio. Ao anunciar a operação deflagrada nesta quarta, a força-tarefa da Lava Jato não citou Lula em nenhum momento. Informou apenas que todos os apartamentos do condomínio onde fica o tríplex serão investigados para apurar se a OAS cedeu unidades do empreendimento para repasse disfarçado de propina do esquema de corrupção na Petrobras. O prédio não foi alvo de nenhuma medida de busca e apreensão nesta quarta. O juiz Sergio Moro, no entanto, autorizou buscas específicas por documentos na OAS e na Bancoop que poderão rastrear a ligação da família de Lula com o empreendimento. Indagado se o ex-presidente era alvo da operação, o procurador da República Carlos Fernando Lima afirmou: "Nós investigamos fatos. Se houve um apartamento dele, que esteja no seu nome ou que ele tenha negociado ou alguém da sua família, vamos investigar, como todo mundo". Em manifestação à Justiça, a Procuradoria apontou que são alvo de apuração unidades que "indicaram alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade". A relação de Lula com o tríplex também é investigada pelo Ministério Público de São Paulo. O promotor de Justiça Cassio Conserino já anunciou ter obtido indícios suficientes para denunciar Lula pelo crime de lavagem de dinheiro em inquérito sobre o imóvel. Entre os apartamentos sob investigação, nove estão em nome da OAS, um é registrado em nome de uma funcionária da empresa e outro é da offshore Murray Holdings, sediada no Panamá e criada pela firma Mossack Fonseca. Integrantes da força-tarefa afirmaram ter indícios de que essa empresa foi usada para ocultação de patrimônio. Na operação desta quarta, foram presas três pessoas ligadas ao escritório da Mossack Fonseca. Outras duas estavam no exterior e um terceiro não foi localizado. Houve buscas no escritório da empresa. A publicitária Nelci Warken, que já prestou serviços para a Bancoop, foi presa. A PF apura se ela usou a estrutura da Murray para ocultar patrimônio em favor da cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima. OUTRO LADO O ex-presidente Lula afirmou, por meio de nota de seu instituto, que repudia qualquer tentativa de envolver seu nome em atos ilícitos da Operação Lava Jato. "Lula nunca escondeu que sua família comprou uma cota da Bancoop, para ter um apartamento onde hoje é o edifício Solaris. Isso foi declarado ao Fisco e é público desde 2006. Ou seja: pagou dinheiro, não recebeu dinheiro pelo imóvel", diz a nota. O advogado de Lula, Cristiano Martins, aponta que a decisão do juiz Sergio Moro não faz nenhuma referência ao petista. "Lula e nenhum de seus familiares têm ligação com essa investigação", afirmou Martins, que defende o petista em conjunto com o criminalista Nilo Batista. Ele explicou que Lula e sua mulher, Marisa Letícia, possuíam uma cota do empreendimento, mas decidiram resgatá-la quando ele foi transferido para a OAS. O advogado da OAS, Edward Carvalho, criticou a condução dos mandatos. "Bastaria ter solicitado os documentos, e não fazer algo espalhafatoso." Em nota, a Bancoop afirmou que por deliberação coletiva dos cooperados, "o empreendimento foi transferido à OAS Empreendimentos". A cooperativa diz que desde 2009 não tem relação com o empreendimento. O advogado de João Vaccari Neto, Luiz Flávio Borges D´Urso, disse que não há acusações contra seu cliente nesta operação. "Ele teve cotas da Bancoop, pagas mensalmente, dentro da lei." A Mossack Fonseca não retornou o contato da reportagem. A defesa da publicitária Nelci Warken e de Marice Correa de Lima, cunhada de Vaccari, não foram encontradas. Tríplex em Guarujá
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'Em cima do cavalo todo mundo é igual': a torcida no hipismo, único esporte em que homens e mulheres são rivais
CAMILLA COSTA ENVIADA DA BBC BRASIL NO RIO DE JANEIRO Para atletas e torcedores acompanhando a prova de saltos do hipismo, no Parque Olímpico de Deodoro, soam estranhos os comentários que chamam nadadoras de "Michael Phelps de saia" e os gritos provocadores de "Marta é melhor do que Neymar". Afinal, aqui homens e mulheres são rigorosamente iguais. O hipismo é considerado a única modalidade olímpica em que atletas de ambos os sexos disputam provas individuais e por equipe sob a mesmas condições. A vela foi a pioneira a admitir mulheres nas equipes, em 1908. Mas hoje o esporte também tem provas exclusivamente masculinas e femininas. Na disputa à cavalo, porém, não há qualquer separação por gênero. "Ninguém te olha de forma diferente. É um esporte que valoriza muito a mulher. Não há comparações entre elas e os homens", disse à BBC Brasil a médica veterinária e ex-amazona profissional Miriam Demori, de 47 anos, que acompanhava da plateia. "Esses comentários e comparações em outros esportes são lamentáveis. Nós temos tanto valor quanto os homens." PÓDIO CONSTANTE Desde que começaram a participar das provas de hipismo nos Jogos Olímpicos, em 1952, as mulheres poucas vezes ficaram fora do pódio. No adestramento individual, desde 1972 há sempre uma delas entre os três primeiros. No salto, ganham medalhas a cada dois ciclos olímpicos. No Circuito Completo de Equitação, fizeram "dobradinhas" de prata e o bronze nas últimas três edições dos Jogos. Hoje, os dois maiores medalhistas do esporte são alemães - um homem e uma mulher. Para Demori, o fato de montar "desde que nasceu" e de ter exemplos femininos de sucesso no esporte fez diferença. "Ser amazona me deu uma segurança que levei para todos os aspectos da vida." A IMPORTÂNCIA DOS CAVALOS Para a cirurgiã mineira Maria Fernanda Portugal, de 26 anos, a parceria com o cavalo é determinante para a igualdade de gênero no hipismo. "Em cima de um cavalo todo mundo é igual", afirmou. "Os próprios comentaristas do hipismo focam mais no cavalo do que nos cavaleiros e amazonas. Mas as mulheres sempre são citadas em pé de igualdade com os homens." Mesmo nas provas individuais, atletas e cavalos formam uma "equipe" - o entrosamento deles define a capacidade da dupla de ultrapassar os desafios técnicos. Atletas já deixaram de competir por não terem conseguido encontrar o cavalo ideal, e na Rio 2016 chamou a atenção a história da hipista holandesa Adelinde Cornelissen, que resolveu abandonar os Jogos para poupar seu animal, que estava doente. Miriam Demori explica que a necessidade de competência técnica e sensibilidade para vencer uma competição de hipismo faz com que outros elementos que diferenciem homens e mulheres, como a força física, se tornem secundários. "Na verdade, eu acho que no hipismo as mulheres até levam vantagem, porque têm mais sensibilidade com a pista e com o cavalo." Mesmo assim, a diretora esportiva da Federação Sueca de Hipismo, Wiveka Lundh, disse à BBC Brasil que o esporte ainda precisa de mais participação feminina em nível mundial. "Já é bastante igualitário, principalmente na Europa. Mas fora da Europa percebemos que há menos mulheres competindo." Os números corroboram: quase todas as mulheres participantes da prova de salto eram de países europeus e norte-americanos - além delas, havia uma da Austrália, uma do Japão e uma da China. A equipe brasileira de hipismo é formada por 12 atletas, apenas duas das quais são mulheres. Elas não participaram da prova de salto. COMPARAÇÕES Na plateia, a mineira Maria Fernanda, que acompanha o hipismo desde a adolescência, disse achar infundadas as comparações entre mulheres e homens em outros esportes. "Do meu ponto de vista como médica, o homem é mais ágil, tem maior explosão muscular a mais adrenalina. Então os esportes masculinos serão mais violentos e rápidos. São coisas diferentes, não faz sentido comparar com os femininos", afirmou. "Mas me entristece um pouco que o esporte masculino dê mais dinheiro. Não sei se é só por preconceito, parece algo mais comercial. Mas pode ter um pouco dos dois. Pode ter preconceito na distribuição comercial." Ao seu lado, o advogado mineiro Ricardo Schuchter, de 28 anos, disse que as comparações de performance ainda ocorrem mais em modalidades onde "as mulheres estão começando agora a participar de forma mais profissional e organizada" como o futebol feminino - que só teve a primeira Copa do Mundo em 1991, tornou-se esporte olímpico em Atlanta 1996 e teve seu primeiro campeonato no Brasil apenas em 2013. "O futebol feminino vem melhorando a cada dia, mas ainda tem muito o que melhorar. Falta mais incentivo e organização. Como torcedor, ainda é não é tão legal de assistir quanto o masculino", afirmou. "Judô, ginástica e natação já não têm essa diferença. São tão bem estruturados para homens quanto para mulheres. Ver Phelps é tão legal quanto ver (a nadadora Americana Katie) Ledecky." 'OLIMPÍADA DAS MULHERES' Em meio ao debate, o casal mineiro diz acreditar que as modalidades esportivas devem se adaptar cada vez mais ao potencial físico feminino. "Dizem que essa é a Olimpíada das mulheres, mas eu espero que seja apenas a primeira. O talento e a capacidade já eram inegáveis, mas elas tinham pouca oportunidade para mostrar que, nas devidas circunstâncias, são tão boas ou melhores que os homens", opinou a cirurgiã. "Isso pode significar que no futebol o gol tenha que ser menor ou no basquete, como já acontece na WNBA (liga feminina americana de basquete), a bola seja menor e mais leve. Com isso elas podem mostrar todo o potencial que a natureza permite." Já a ex-amazona Miriam Demori não se surpreende com a atual atenção às modalidades femininas. "As mulheres já se eram muito boas, mas agora a gente observa mais. Essa discussão está ganhando cada vez mais expressão." Na classificatória do salto, 74 atletas competiram, entre eles 13 mulheres. Onze delas se qualificaram para a próxima fase.
esporte
'Em cima do cavalo todo mundo é igual': a torcida no hipismo, único esporte em que homens e mulheres são rivais CAMILLA COSTA ENVIADA DA BBC BRASIL NO RIO DE JANEIRO Para atletas e torcedores acompanhando a prova de saltos do hipismo, no Parque Olímpico de Deodoro, soam estranhos os comentários que chamam nadadoras de "Michael Phelps de saia" e os gritos provocadores de "Marta é melhor do que Neymar". Afinal, aqui homens e mulheres são rigorosamente iguais. O hipismo é considerado a única modalidade olímpica em que atletas de ambos os sexos disputam provas individuais e por equipe sob a mesmas condições. A vela foi a pioneira a admitir mulheres nas equipes, em 1908. Mas hoje o esporte também tem provas exclusivamente masculinas e femininas. Na disputa à cavalo, porém, não há qualquer separação por gênero. "Ninguém te olha de forma diferente. É um esporte que valoriza muito a mulher. Não há comparações entre elas e os homens", disse à BBC Brasil a médica veterinária e ex-amazona profissional Miriam Demori, de 47 anos, que acompanhava da plateia. "Esses comentários e comparações em outros esportes são lamentáveis. Nós temos tanto valor quanto os homens." PÓDIO CONSTANTE Desde que começaram a participar das provas de hipismo nos Jogos Olímpicos, em 1952, as mulheres poucas vezes ficaram fora do pódio. No adestramento individual, desde 1972 há sempre uma delas entre os três primeiros. No salto, ganham medalhas a cada dois ciclos olímpicos. No Circuito Completo de Equitação, fizeram "dobradinhas" de prata e o bronze nas últimas três edições dos Jogos. Hoje, os dois maiores medalhistas do esporte são alemães - um homem e uma mulher. Para Demori, o fato de montar "desde que nasceu" e de ter exemplos femininos de sucesso no esporte fez diferença. "Ser amazona me deu uma segurança que levei para todos os aspectos da vida." A IMPORTÂNCIA DOS CAVALOS Para a cirurgiã mineira Maria Fernanda Portugal, de 26 anos, a parceria com o cavalo é determinante para a igualdade de gênero no hipismo. "Em cima de um cavalo todo mundo é igual", afirmou. "Os próprios comentaristas do hipismo focam mais no cavalo do que nos cavaleiros e amazonas. Mas as mulheres sempre são citadas em pé de igualdade com os homens." Mesmo nas provas individuais, atletas e cavalos formam uma "equipe" - o entrosamento deles define a capacidade da dupla de ultrapassar os desafios técnicos. Atletas já deixaram de competir por não terem conseguido encontrar o cavalo ideal, e na Rio 2016 chamou a atenção a história da hipista holandesa Adelinde Cornelissen, que resolveu abandonar os Jogos para poupar seu animal, que estava doente. Miriam Demori explica que a necessidade de competência técnica e sensibilidade para vencer uma competição de hipismo faz com que outros elementos que diferenciem homens e mulheres, como a força física, se tornem secundários. "Na verdade, eu acho que no hipismo as mulheres até levam vantagem, porque têm mais sensibilidade com a pista e com o cavalo." Mesmo assim, a diretora esportiva da Federação Sueca de Hipismo, Wiveka Lundh, disse à BBC Brasil que o esporte ainda precisa de mais participação feminina em nível mundial. "Já é bastante igualitário, principalmente na Europa. Mas fora da Europa percebemos que há menos mulheres competindo." Os números corroboram: quase todas as mulheres participantes da prova de salto eram de países europeus e norte-americanos - além delas, havia uma da Austrália, uma do Japão e uma da China. A equipe brasileira de hipismo é formada por 12 atletas, apenas duas das quais são mulheres. Elas não participaram da prova de salto. COMPARAÇÕES Na plateia, a mineira Maria Fernanda, que acompanha o hipismo desde a adolescência, disse achar infundadas as comparações entre mulheres e homens em outros esportes. "Do meu ponto de vista como médica, o homem é mais ágil, tem maior explosão muscular a mais adrenalina. Então os esportes masculinos serão mais violentos e rápidos. São coisas diferentes, não faz sentido comparar com os femininos", afirmou. "Mas me entristece um pouco que o esporte masculino dê mais dinheiro. Não sei se é só por preconceito, parece algo mais comercial. Mas pode ter um pouco dos dois. Pode ter preconceito na distribuição comercial." Ao seu lado, o advogado mineiro Ricardo Schuchter, de 28 anos, disse que as comparações de performance ainda ocorrem mais em modalidades onde "as mulheres estão começando agora a participar de forma mais profissional e organizada" como o futebol feminino - que só teve a primeira Copa do Mundo em 1991, tornou-se esporte olímpico em Atlanta 1996 e teve seu primeiro campeonato no Brasil apenas em 2013. "O futebol feminino vem melhorando a cada dia, mas ainda tem muito o que melhorar. Falta mais incentivo e organização. Como torcedor, ainda é não é tão legal de assistir quanto o masculino", afirmou. "Judô, ginástica e natação já não têm essa diferença. São tão bem estruturados para homens quanto para mulheres. Ver Phelps é tão legal quanto ver (a nadadora Americana Katie) Ledecky." 'OLIMPÍADA DAS MULHERES' Em meio ao debate, o casal mineiro diz acreditar que as modalidades esportivas devem se adaptar cada vez mais ao potencial físico feminino. "Dizem que essa é a Olimpíada das mulheres, mas eu espero que seja apenas a primeira. O talento e a capacidade já eram inegáveis, mas elas tinham pouca oportunidade para mostrar que, nas devidas circunstâncias, são tão boas ou melhores que os homens", opinou a cirurgiã. "Isso pode significar que no futebol o gol tenha que ser menor ou no basquete, como já acontece na WNBA (liga feminina americana de basquete), a bola seja menor e mais leve. Com isso elas podem mostrar todo o potencial que a natureza permite." Já a ex-amazona Miriam Demori não se surpreende com a atual atenção às modalidades femininas. "As mulheres já se eram muito boas, mas agora a gente observa mais. Essa discussão está ganhando cada vez mais expressão." Na classificatória do salto, 74 atletas competiram, entre eles 13 mulheres. Onze delas se qualificaram para a próxima fase.
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É impressionante como as jogadas de bolas paradas se repetem no Palmeiras
É claro que o primeiro gol do Palmeiras contra o Coritiba nasceu do vacilo do adversário. Mas é impressionante como as jogadas de bolas paradas se repetem no Palmeiras. E as jogadas ensaiadas, como a do segundo gol. Cuca insiste que a bola caia no lugar exato durante os treinos. Dos 47 gols do ataque mais positivo do Brasileirão, 19 foram frutos de bola parada —um terço. A vitória deste sábado (24) joga o problema para o Flamengo. O plano palmeirense precisa ser fazer 13 pontos somando o jogo de ontem aos quatro próximos. TECNOLOGIA PRO Os árbitros do Brasileirão que carregam o escudo da Fifa recebem R$ 3.850 por partida. Os personagens da quarta-feira, Jean Pierre Gonçalves Lima e Rodolpho Toski, de atuações ruins nos jogos Vasco x Santos e Corinthians x Fluminense, recebem menos do que isso: R$ 2.950. É também o caso de Rodrigo Raposo, que estragou Internacional x Santos há duas semanas. Raposo foi afastado de todas as escalas da Série A desde os erros do Beira-Rio. Quem não apita não recebe. É óbvio que os árbitros lambões têm de sair das escalas. O castigo é tímido e isso sempre traz a impressão de que os juízes ficam impunes, como disse o presidente do Vasco, Eurico Miranda: "Errar é humano, mas o único que erra e não acontece nada é o árbitro." Eurico também errou ao dizer que os árbitros não são amadores, mas profissionais. O Brasileirão começou no dia 14 de maio. Em quatro meses, apenas seis homens apitaram mais de dez partidas. Ou seja, somente seis árbitros receberam média de R$ 10 mil mensais. Como todos têm mulher e filhos -e mãe também- precisam dedicar-se a outra atividade. Enquanto jogadores de 22 anos passam a semana inteira treinando, os árbitros na faixa dos 35 voltam para casa e exercem outra profissão. O lugar onde há menos escândalos de arbitragem no mundo é a Inglaterra, único país onde quem se veste de preto é profissional. Lá também se pede o uso de tecnologia e árbitros de vídeo. Aqui, pergunta-se se é mais urgente adotar a tecnologia ou profissionalizar os árbitros. A resposta é óbvia: ambos! É o único jeito de diminuir o número de polêmicas. O verbo é diminuir... Dos seis lances discutidos em Corinthians x Fluminense, houve três acertos indiscutíveis e três jogadas polêmicas. De cabeça fria, um dia depois da eliminação da Copa do Brasil, o diretor de futebol do Flu, Jorge Macedo, anistiou o árbitro pela expulsão de Marquinho. Seguiu reclamando dos dois pênaltis. Na ESPN, o analista de arbitragem, Sálvio Spínola, julgou a expulsão de Marquinho o único erro das seis jogadas discutidas. No FOX Sports, Carlos Eugênio Símon marcaria o pênalti de Fágner em Richarlison e não expulsaria Marquinho -eu também. O chefe da arbitragem, Sérgio Corrêa, julgou que Rodolpho Toski acertou em todas as decisões. Erra junto com o árbitro. Mas uma frase de Sérgio Corrêa mata a charada: "Aqui discute-se uma jogada, ela vira polêmica e em instantes a polêmica passa a ser tratada como erro. Muitas vezes não é erro. É apenas polêmica." A única maneira de acabar com isso e manter os torneios a salvo da nuvem de desconfiança é adotar o profissionalismo dos árbitros. E também a tecnologia. O NOVO MUNDIAL O presidente da Fifa, Gianni Infantino, visitou a CBF em agosto e ouviu um apelo do presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno. Queria que a Fifa trabalhasse para que os torneios de clubes fossem valorizados em outros continentes, como acontece na Europa. Quarenta dias depois, a Fifa tem um plano para o novo Mundial de Clubes. A ideia é que seja bienal, com 16 a 24 participantes, dois terços provenientes de Europa e América do Sul. A Fifa admite que o modelo atual não pegou.
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É impressionante como as jogadas de bolas paradas se repetem no PalmeirasÉ claro que o primeiro gol do Palmeiras contra o Coritiba nasceu do vacilo do adversário. Mas é impressionante como as jogadas de bolas paradas se repetem no Palmeiras. E as jogadas ensaiadas, como a do segundo gol. Cuca insiste que a bola caia no lugar exato durante os treinos. Dos 47 gols do ataque mais positivo do Brasileirão, 19 foram frutos de bola parada —um terço. A vitória deste sábado (24) joga o problema para o Flamengo. O plano palmeirense precisa ser fazer 13 pontos somando o jogo de ontem aos quatro próximos. TECNOLOGIA PRO Os árbitros do Brasileirão que carregam o escudo da Fifa recebem R$ 3.850 por partida. Os personagens da quarta-feira, Jean Pierre Gonçalves Lima e Rodolpho Toski, de atuações ruins nos jogos Vasco x Santos e Corinthians x Fluminense, recebem menos do que isso: R$ 2.950. É também o caso de Rodrigo Raposo, que estragou Internacional x Santos há duas semanas. Raposo foi afastado de todas as escalas da Série A desde os erros do Beira-Rio. Quem não apita não recebe. É óbvio que os árbitros lambões têm de sair das escalas. O castigo é tímido e isso sempre traz a impressão de que os juízes ficam impunes, como disse o presidente do Vasco, Eurico Miranda: "Errar é humano, mas o único que erra e não acontece nada é o árbitro." Eurico também errou ao dizer que os árbitros não são amadores, mas profissionais. O Brasileirão começou no dia 14 de maio. Em quatro meses, apenas seis homens apitaram mais de dez partidas. Ou seja, somente seis árbitros receberam média de R$ 10 mil mensais. Como todos têm mulher e filhos -e mãe também- precisam dedicar-se a outra atividade. Enquanto jogadores de 22 anos passam a semana inteira treinando, os árbitros na faixa dos 35 voltam para casa e exercem outra profissão. O lugar onde há menos escândalos de arbitragem no mundo é a Inglaterra, único país onde quem se veste de preto é profissional. Lá também se pede o uso de tecnologia e árbitros de vídeo. Aqui, pergunta-se se é mais urgente adotar a tecnologia ou profissionalizar os árbitros. A resposta é óbvia: ambos! É o único jeito de diminuir o número de polêmicas. O verbo é diminuir... Dos seis lances discutidos em Corinthians x Fluminense, houve três acertos indiscutíveis e três jogadas polêmicas. De cabeça fria, um dia depois da eliminação da Copa do Brasil, o diretor de futebol do Flu, Jorge Macedo, anistiou o árbitro pela expulsão de Marquinho. Seguiu reclamando dos dois pênaltis. Na ESPN, o analista de arbitragem, Sálvio Spínola, julgou a expulsão de Marquinho o único erro das seis jogadas discutidas. No FOX Sports, Carlos Eugênio Símon marcaria o pênalti de Fágner em Richarlison e não expulsaria Marquinho -eu também. O chefe da arbitragem, Sérgio Corrêa, julgou que Rodolpho Toski acertou em todas as decisões. Erra junto com o árbitro. Mas uma frase de Sérgio Corrêa mata a charada: "Aqui discute-se uma jogada, ela vira polêmica e em instantes a polêmica passa a ser tratada como erro. Muitas vezes não é erro. É apenas polêmica." A única maneira de acabar com isso e manter os torneios a salvo da nuvem de desconfiança é adotar o profissionalismo dos árbitros. E também a tecnologia. O NOVO MUNDIAL O presidente da Fifa, Gianni Infantino, visitou a CBF em agosto e ouviu um apelo do presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno. Queria que a Fifa trabalhasse para que os torneios de clubes fossem valorizados em outros continentes, como acontece na Europa. Quarenta dias depois, a Fifa tem um plano para o novo Mundial de Clubes. A ideia é que seja bienal, com 16 a 24 participantes, dois terços provenientes de Europa e América do Sul. A Fifa admite que o modelo atual não pegou.
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Executivos da Mendes Júnior e do Grupo Galvão são dispensados de CPI
A sequência de depoimentos dos empreiteiros investigados no esquema de corrupção da Petrobras à CPI aberta na Câmara terminou sem avanços e com executivos dispensados de falar. Nesta terça-feira (2), o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), dispensou de prestarem depoimentos mais dois empreiteiros, depois que eles avisariam que ficariam em silêncio: Sérgio Cunha Mendes, da construtora Mendes Júnior, e Dario Galvão Filho, diretor-presidente do Grupo Galvão. O entendimento adotado por Motta foi o de que quem optasse por ficar em silêncio seria dispensado sem ser questionado pelos parlamentares, o que provocou protestos de alguns deputados. "Nós também temos o direito na CPI de perguntar", disse nesta terça o deputado Ivan Valente (PSOL-SP). Os únicos executivos que de fato falaram foram os dois da Camargo Corrêa que fizeram a delação premiada, Eduardo Leite e Dalton Avancini –mas eles não trouxeram elementos novos ao que já revelaram em suas delações. Foram dispensados sumariamente Gerson Almada (Engevix), João Auler (Camargo Corrêa), José Aldemário Pinheiro Filho (OAS), José Ricardo Nogueira Breghirolli e Mateus Coutinho de Sá Oliveira (ambos da OAS). Todos chegaram a ser presos na Lava Jato. Atualmente, estão em prisão preventiva domiciliar, após habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki. As dispensas chegaram a provocar comentários dos deputados de que haveria risco de passar à opinião pública a impressão de que houve um acordo na CPI para poupar os empreiteiros, o que foi rechaçado por Motta. O presidente da comissão justificou a decisão dizendo que era para dar rapidez aos trabalhos. GRUPO SCHAHIN Além deles, os integrantes do grupo Schahin, investigado na Lava Jato, também ficaram calados, mas neste caso não foram dispensados de serem questionados. Foram eles: Carlos Schahin, Milton Schahin, Salin Schahin, Rubens Schahin e Pedro Schahin. Neste caso, o entendimento de Hugo Motta é que eles estavam sendo ouvidos como testemunhas, não como investigados, por isso não seriam dispensados –interpretação criticada por parlamentares, já que a empresa é investigada na Lava Jato. Na próxima fase, o planejamento da cúpula da CPI é ouvir integrantes do sistema financeiro nacional, para detectar brechas que permitiram as transações de recursos no esquema de corrupção da Petrobras, e aprovar acareações entre personagens investigados. Na próxima terça-feira (9) será ouvido o empresário Julio Faerman, apontado como elo das propinas entre a empresa holandesa SBM Offshore e a Petrobras.
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Executivos da Mendes Júnior e do Grupo Galvão são dispensados de CPIA sequência de depoimentos dos empreiteiros investigados no esquema de corrupção da Petrobras à CPI aberta na Câmara terminou sem avanços e com executivos dispensados de falar. Nesta terça-feira (2), o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), dispensou de prestarem depoimentos mais dois empreiteiros, depois que eles avisariam que ficariam em silêncio: Sérgio Cunha Mendes, da construtora Mendes Júnior, e Dario Galvão Filho, diretor-presidente do Grupo Galvão. O entendimento adotado por Motta foi o de que quem optasse por ficar em silêncio seria dispensado sem ser questionado pelos parlamentares, o que provocou protestos de alguns deputados. "Nós também temos o direito na CPI de perguntar", disse nesta terça o deputado Ivan Valente (PSOL-SP). Os únicos executivos que de fato falaram foram os dois da Camargo Corrêa que fizeram a delação premiada, Eduardo Leite e Dalton Avancini –mas eles não trouxeram elementos novos ao que já revelaram em suas delações. Foram dispensados sumariamente Gerson Almada (Engevix), João Auler (Camargo Corrêa), José Aldemário Pinheiro Filho (OAS), José Ricardo Nogueira Breghirolli e Mateus Coutinho de Sá Oliveira (ambos da OAS). Todos chegaram a ser presos na Lava Jato. Atualmente, estão em prisão preventiva domiciliar, após habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki. As dispensas chegaram a provocar comentários dos deputados de que haveria risco de passar à opinião pública a impressão de que houve um acordo na CPI para poupar os empreiteiros, o que foi rechaçado por Motta. O presidente da comissão justificou a decisão dizendo que era para dar rapidez aos trabalhos. GRUPO SCHAHIN Além deles, os integrantes do grupo Schahin, investigado na Lava Jato, também ficaram calados, mas neste caso não foram dispensados de serem questionados. Foram eles: Carlos Schahin, Milton Schahin, Salin Schahin, Rubens Schahin e Pedro Schahin. Neste caso, o entendimento de Hugo Motta é que eles estavam sendo ouvidos como testemunhas, não como investigados, por isso não seriam dispensados –interpretação criticada por parlamentares, já que a empresa é investigada na Lava Jato. Na próxima fase, o planejamento da cúpula da CPI é ouvir integrantes do sistema financeiro nacional, para detectar brechas que permitiram as transações de recursos no esquema de corrupção da Petrobras, e aprovar acareações entre personagens investigados. Na próxima terça-feira (9) será ouvido o empresário Julio Faerman, apontado como elo das propinas entre a empresa holandesa SBM Offshore e a Petrobras.
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Com sem-teto à frente, movimentos fazem ato contra impeachment em SP
Manifestantes encabeçados pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) fizeram nesta quinta-feira (24), nas zonas oeste e sul de São Paulo, um ato contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e o que classificaram como golpe da direita. Um dos principais alvos do protesto foi a TV Globo –que, segundo os manifestantes, "apoia um golpe contra a democracia no país". Também atacaram o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e os partidos PSDB e DEM. A Polícia Militar não fez nenhuma estimativa de público até a publicação deste texto. Segundo o MTST, foram cerca de 30 mil. Os manifestantes terminaram o ato –que começou no largo da Batata (zona oeste)– em frente à sede da emissora, no Brooklin (zona sul). Ali, soltaram fogos de artifício. Alguns manifestantes picharam a calçada e uma das paredes de entrada. Na frente da Globo, as lideranças do MTST anunciaram que o governo assinará os contratos do programa Minha Casa, Minha Vida 3. E gritaram: "Globo, coxinhas e Fiesp, não passarão". Embora sejam contra o impeachment, os líderes da manifestação disseram que o ato não é de apoio ao governo. Mas o presidente do PT, Rui Falcão, subiu num carro de som e discursou. "Esse ato mostra que muita gente, de vários setores sociais, está lutando contra o golpe. Sabem que o impeachment significa um retrocesso, a imposição de uma pauta neoliberal, com arrocho e privatizações", disse Falcão. Ele negou a informação de que o ex-presidente Lula será assessor especial de Dilma. "Minha posição é de que Lula tem que ser ministro", disse. Participaram do ato cerca de 30 movimentos, boa parte deles ligados à questão da moradia, que compõem a Frente Povo Sem Medo, que usa como uma espécie de slogan a frase "a saída é mais à esquerda". Além de moradores de ocupações da Grande São Paulo, havia representantes do PC do B, partido da base do governo, MST (Movimento Sem-Terra), CUT (Central Única dos Trabalhadores) e o MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas). SHOPPINGS O grupo fez uma caminhada que seguiu pela avenidas Brigadeiro Faria Lima, Juscelino Kubitschek e Luís Carlos Berrini. Em frente ao shopping Iguatemi, que baixou as portas quando os manifestantes passaram, houve gritos de "ei, coxinha, vai tomar no c...". A cena se repetiu em frente ao JK Iguatemi e ao mercado Eataly. Os manifestantes também acusam o juiz Sergio Moro de agir como herói, tomando porém decisões contra a democracia. A frente já fez outros atos contrários ao que chamam de golpe contra a democracia, mas sem poupar a própria presidente. Os movimentos são contrário ao ajuste fiscal previsto pela gestão Dilma, pois temem que os investimentos em áreas sociais –como os do projeto Minha Casa, Minha Vida– sejam reduzidos. "Os do andar de cima têm que pagar a conta da crise", disse o líder do MTST, Guilherme Boulos, que também é colunista da Folha,. "Estamos nas ruas para deter uma ameaça à democracia, que também é um golpismo. O que vivemos hoje no país é autenticamente um golpe sem militares nas ruas, mas que ataca as liberdades democráticas e direitos sociais", disse Boulos. Em Brasília, um grupo de aproximadamente 50 pessoas faz uma manifestação contra o impeachment de Dilma em frente ao prédio da TV Globo, com palavras de ordem como "Não vai ter golpe". NO RIO Também nesta quinta (24), centenas de pessoas pessoas participam de uma manifestação na Cinelândia, região central do Rio, contra o impeachment de Dilma. Um dos objetivos do protesto também é dar apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve sua nomeação ao ministério da Casa Civil suspensa pelo STF (Supremo tribunal Federal). O ato que começou por volta das 16h, foi convocado por meio de redes sociais e contou a divulgação do ator Gregório Duvivier (colunista da Folha), do cantor Tico Santa Cruz e da cartunista Laerte Coutinho, que gravaram vídeos apoiando a ação. "Ninguém está aqui para defender governo, mas pelos milhões que votaram na presidente Dilma. Temos que lutar pelas pessoas que não entendem o que é democracia. Tem um grupo que não venceu nas urnas e está querendo sabotar as ruas. Sessenta e quatro nunca mais", afirmou Tico Santa Cruz. Os manifestantes levam para o protesto cartazes com as frases "não vai ter golpe" e com críticas ao juiz Sérgio Moro e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Os manifestantes pediam que o senador Aécio Neves também seja investigado pela operação Lava Jato. De acordo com a advogada Fernanda Góis, 47, o objetivo do ato é chamar atenção para a "tentativa de golpe" no Brasil. "As pessoas têm que ver que tudo isso é um golpe. A nossa presidente ganhou as eleições de forma justa e só sairá no final do mandato, quando o Lula voltará a governar nosso país. Só assim para crescermos e sermos um país justo", afirmou a advogada. O ato, que tem a apresentação de diversos cantores, também conta com a presença de representantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores), de movimentos sociais da Frente Brasil Popular e de partidos políticos. A Polícia Militar não informou a estimativa de público oficial. De acordo com os manifestantes, por volta das 17h30 havia cerca de 300 pessoas.
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Com sem-teto à frente, movimentos fazem ato contra impeachment em SPManifestantes encabeçados pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) fizeram nesta quinta-feira (24), nas zonas oeste e sul de São Paulo, um ato contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e o que classificaram como golpe da direita. Um dos principais alvos do protesto foi a TV Globo –que, segundo os manifestantes, "apoia um golpe contra a democracia no país". Também atacaram o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e os partidos PSDB e DEM. A Polícia Militar não fez nenhuma estimativa de público até a publicação deste texto. Segundo o MTST, foram cerca de 30 mil. Os manifestantes terminaram o ato –que começou no largo da Batata (zona oeste)– em frente à sede da emissora, no Brooklin (zona sul). Ali, soltaram fogos de artifício. Alguns manifestantes picharam a calçada e uma das paredes de entrada. Na frente da Globo, as lideranças do MTST anunciaram que o governo assinará os contratos do programa Minha Casa, Minha Vida 3. E gritaram: "Globo, coxinhas e Fiesp, não passarão". Embora sejam contra o impeachment, os líderes da manifestação disseram que o ato não é de apoio ao governo. Mas o presidente do PT, Rui Falcão, subiu num carro de som e discursou. "Esse ato mostra que muita gente, de vários setores sociais, está lutando contra o golpe. Sabem que o impeachment significa um retrocesso, a imposição de uma pauta neoliberal, com arrocho e privatizações", disse Falcão. Ele negou a informação de que o ex-presidente Lula será assessor especial de Dilma. "Minha posição é de que Lula tem que ser ministro", disse. Participaram do ato cerca de 30 movimentos, boa parte deles ligados à questão da moradia, que compõem a Frente Povo Sem Medo, que usa como uma espécie de slogan a frase "a saída é mais à esquerda". Além de moradores de ocupações da Grande São Paulo, havia representantes do PC do B, partido da base do governo, MST (Movimento Sem-Terra), CUT (Central Única dos Trabalhadores) e o MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas). SHOPPINGS O grupo fez uma caminhada que seguiu pela avenidas Brigadeiro Faria Lima, Juscelino Kubitschek e Luís Carlos Berrini. Em frente ao shopping Iguatemi, que baixou as portas quando os manifestantes passaram, houve gritos de "ei, coxinha, vai tomar no c...". A cena se repetiu em frente ao JK Iguatemi e ao mercado Eataly. Os manifestantes também acusam o juiz Sergio Moro de agir como herói, tomando porém decisões contra a democracia. A frente já fez outros atos contrários ao que chamam de golpe contra a democracia, mas sem poupar a própria presidente. Os movimentos são contrário ao ajuste fiscal previsto pela gestão Dilma, pois temem que os investimentos em áreas sociais –como os do projeto Minha Casa, Minha Vida– sejam reduzidos. "Os do andar de cima têm que pagar a conta da crise", disse o líder do MTST, Guilherme Boulos, que também é colunista da Folha,. "Estamos nas ruas para deter uma ameaça à democracia, que também é um golpismo. O que vivemos hoje no país é autenticamente um golpe sem militares nas ruas, mas que ataca as liberdades democráticas e direitos sociais", disse Boulos. Em Brasília, um grupo de aproximadamente 50 pessoas faz uma manifestação contra o impeachment de Dilma em frente ao prédio da TV Globo, com palavras de ordem como "Não vai ter golpe". NO RIO Também nesta quinta (24), centenas de pessoas pessoas participam de uma manifestação na Cinelândia, região central do Rio, contra o impeachment de Dilma. Um dos objetivos do protesto também é dar apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve sua nomeação ao ministério da Casa Civil suspensa pelo STF (Supremo tribunal Federal). O ato que começou por volta das 16h, foi convocado por meio de redes sociais e contou a divulgação do ator Gregório Duvivier (colunista da Folha), do cantor Tico Santa Cruz e da cartunista Laerte Coutinho, que gravaram vídeos apoiando a ação. "Ninguém está aqui para defender governo, mas pelos milhões que votaram na presidente Dilma. Temos que lutar pelas pessoas que não entendem o que é democracia. Tem um grupo que não venceu nas urnas e está querendo sabotar as ruas. Sessenta e quatro nunca mais", afirmou Tico Santa Cruz. Os manifestantes levam para o protesto cartazes com as frases "não vai ter golpe" e com críticas ao juiz Sérgio Moro e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Os manifestantes pediam que o senador Aécio Neves também seja investigado pela operação Lava Jato. De acordo com a advogada Fernanda Góis, 47, o objetivo do ato é chamar atenção para a "tentativa de golpe" no Brasil. "As pessoas têm que ver que tudo isso é um golpe. A nossa presidente ganhou as eleições de forma justa e só sairá no final do mandato, quando o Lula voltará a governar nosso país. Só assim para crescermos e sermos um país justo", afirmou a advogada. O ato, que tem a apresentação de diversos cantores, também conta com a presença de representantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores), de movimentos sociais da Frente Brasil Popular e de partidos políticos. A Polícia Militar não informou a estimativa de público oficial. De acordo com os manifestantes, por volta das 17h30 havia cerca de 300 pessoas.
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A crise atual é política na essência e econômica na consequência, diz leitor
Muito correta a afirmação do governador Flávio Dino ("Só o diálogo salvará o Brasil", "Tendências/Debates", 30/12) de que PC do B e PSDB juntos derrotaram a oligarquia mais longeva do Estado do Maranhão. No entanto, ao dizer que o Brasil não precisa trocar de governo agora, pois isso pode ocorrer a cada quatro anos, aferra-se à ideia de que o povo deve resignar-se diante de péssimos gerentes. PAULO EDUARDO GRIMALDI (Cotia, SP) * Flávio Dino relata um caso local de convivência política semelhante ao que se esperava no Brasil nos anos 1980. A crise atual é política na essência e econômica na consequência. Se apenas com conversa haverá o convencimento disso, saberemos em 2016. Adilson Roberto Gonçalves (Lorena, SP) * Se o governo alega que as "pedaladas fiscais" não são motivo para o impeachment, por que a pressa agora em pagar todas as dívidas antes de 1º de janeiro de 2016? Jatiacy Francisco da Silva (Guarulhos, SP) PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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A crise atual é política na essência e econômica na consequência, diz leitorMuito correta a afirmação do governador Flávio Dino ("Só o diálogo salvará o Brasil", "Tendências/Debates", 30/12) de que PC do B e PSDB juntos derrotaram a oligarquia mais longeva do Estado do Maranhão. No entanto, ao dizer que o Brasil não precisa trocar de governo agora, pois isso pode ocorrer a cada quatro anos, aferra-se à ideia de que o povo deve resignar-se diante de péssimos gerentes. PAULO EDUARDO GRIMALDI (Cotia, SP) * Flávio Dino relata um caso local de convivência política semelhante ao que se esperava no Brasil nos anos 1980. A crise atual é política na essência e econômica na consequência. Se apenas com conversa haverá o convencimento disso, saberemos em 2016. Adilson Roberto Gonçalves (Lorena, SP) * Se o governo alega que as "pedaladas fiscais" não são motivo para o impeachment, por que a pressa agora em pagar todas as dívidas antes de 1º de janeiro de 2016? Jatiacy Francisco da Silva (Guarulhos, SP) PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Cunha critica OAB e Datafolha após pesquisa sobre doações de campanha
Defensor do financiamento empresarial de campanha, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou pesquisa Datafolha segundo a qual a maioria dos brasileiros é contra esse tipo de doação. O levantamento, encomendado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), constatou que 74% dos entrevistados são contrários ao financiamento empresarial de partidos e políticos, 16% são favoráveis e 10% não sabem. "Eu não vi essa pesquisa e tem que ver como foi feita a pergunta. Pelo que vi até agora ninguém da população quer gastar o dinheiro que pode ir para a saúde, para a educação, ir para campanha política. Eu não vi uma pesquisa até hoje que dissesse isso", disse. A pergunta –"Você é a favor ou contra que empresas privadas possam financiar as campanhas de partidos?"– foi feita pelo Datafolha a 2.125 entrevistados entre os dias 9 e 13 de junho em 135 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Cunha também aproveitou o tema para alfinetar a instituição que encomendou a pesquisa. "A OAB não tem muita credibilidade há muito tempo. As minhas críticas à OAB são constantes", disse. "A OAB é um cartel, é um cartel de uma eleição indireta, de uma série de poder feito com movimento de milhões sem fiscalização. Então, a OAB tem que ser questionada em muitos pontos dela, a OAB precisa ser mais transparente", completou. De acordo com a ONG Transparência Brasil, Eduardo Cunha declarou ter recebido aproximadamente R$ 3,4 milhões em 2010 para sua campanha a deputado federal, excluído o valor que ele deu a sua própria campanha. Desse total, 97,9% –R$ 3,3 milhões– foram doados por empresas. Em maio, o presidente da Câmara patrocinou movimento para fazer com que a Constituição permita explicitamente doações de empresas a campanhas. Derrotado na primeira votação sobre o tema, Cunha quebrou acordo, pautou texto semelhante e se saiu vitorioso no dia seguinte à derrota inicial. A proposta ainda precisa passar por uma segunda votação entre os deputados e, se aprovada, seguirá para discussão no Senado. A OAB é autora de uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) que pede a proibição de doações de empresas privadas a campanhas. A maioria dos ministros votou pela proibição, mas o julgamento foi suspenso há mais de um ano por Gilmar Mendes, que trancou a pauta ao pedir mais prazo para examinar o caso. OUTRO LADO O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, refuta as dúvidas lançadas por Cunha a respeito da forma como o instituto formulou a pergunta sobre financiamento eleitoral no estudo contratado pela OAB. "A pergunta é clara e objetiva", diz Paulino. "Da mesma forma como, clara e objetiva, era a pergunta sobre maioridade penal [em outro levantamento recente do Datafolha sobre tema em pauta na Câmara]", completa. "As pessoas respondem com base nas informações que recebem. E, de maneira geral, avalio que recebem pouca informação." Feita também em junho, uma pesquisa Datafolha sobre maioridade penal mostrou que 87% dos brasileiros defendem a redução dos atuais 18 anos para 16, proposta defendida com ênfase por Cunha. Nesse caso, porém, o peemedebista sempre recorre ao apoio popular à medida para justificar sua posição. Em resposta a Cunha, o presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado, afirmou que ofender e desacatar alguém não irá "mudar os números da opinião pública". "A pesquisa é do Datafolha. Ela revelou os números, com a credibilidade que é detentora. As ideias devem brigar, não as pessoas. As instituições devem se respeitar", disse. "O debate de ideias e a divergência de opiniões são próprias de uma democracia. Ofensas e desacatos não vão mudar os números da opinião pública", completou.
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Cunha critica OAB e Datafolha após pesquisa sobre doações de campanhaDefensor do financiamento empresarial de campanha, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou pesquisa Datafolha segundo a qual a maioria dos brasileiros é contra esse tipo de doação. O levantamento, encomendado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), constatou que 74% dos entrevistados são contrários ao financiamento empresarial de partidos e políticos, 16% são favoráveis e 10% não sabem. "Eu não vi essa pesquisa e tem que ver como foi feita a pergunta. Pelo que vi até agora ninguém da população quer gastar o dinheiro que pode ir para a saúde, para a educação, ir para campanha política. Eu não vi uma pesquisa até hoje que dissesse isso", disse. A pergunta –"Você é a favor ou contra que empresas privadas possam financiar as campanhas de partidos?"– foi feita pelo Datafolha a 2.125 entrevistados entre os dias 9 e 13 de junho em 135 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Cunha também aproveitou o tema para alfinetar a instituição que encomendou a pesquisa. "A OAB não tem muita credibilidade há muito tempo. As minhas críticas à OAB são constantes", disse. "A OAB é um cartel, é um cartel de uma eleição indireta, de uma série de poder feito com movimento de milhões sem fiscalização. Então, a OAB tem que ser questionada em muitos pontos dela, a OAB precisa ser mais transparente", completou. De acordo com a ONG Transparência Brasil, Eduardo Cunha declarou ter recebido aproximadamente R$ 3,4 milhões em 2010 para sua campanha a deputado federal, excluído o valor que ele deu a sua própria campanha. Desse total, 97,9% –R$ 3,3 milhões– foram doados por empresas. Em maio, o presidente da Câmara patrocinou movimento para fazer com que a Constituição permita explicitamente doações de empresas a campanhas. Derrotado na primeira votação sobre o tema, Cunha quebrou acordo, pautou texto semelhante e se saiu vitorioso no dia seguinte à derrota inicial. A proposta ainda precisa passar por uma segunda votação entre os deputados e, se aprovada, seguirá para discussão no Senado. A OAB é autora de uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) que pede a proibição de doações de empresas privadas a campanhas. A maioria dos ministros votou pela proibição, mas o julgamento foi suspenso há mais de um ano por Gilmar Mendes, que trancou a pauta ao pedir mais prazo para examinar o caso. OUTRO LADO O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, refuta as dúvidas lançadas por Cunha a respeito da forma como o instituto formulou a pergunta sobre financiamento eleitoral no estudo contratado pela OAB. "A pergunta é clara e objetiva", diz Paulino. "Da mesma forma como, clara e objetiva, era a pergunta sobre maioridade penal [em outro levantamento recente do Datafolha sobre tema em pauta na Câmara]", completa. "As pessoas respondem com base nas informações que recebem. E, de maneira geral, avalio que recebem pouca informação." Feita também em junho, uma pesquisa Datafolha sobre maioridade penal mostrou que 87% dos brasileiros defendem a redução dos atuais 18 anos para 16, proposta defendida com ênfase por Cunha. Nesse caso, porém, o peemedebista sempre recorre ao apoio popular à medida para justificar sua posição. Em resposta a Cunha, o presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado, afirmou que ofender e desacatar alguém não irá "mudar os números da opinião pública". "A pesquisa é do Datafolha. Ela revelou os números, com a credibilidade que é detentora. As ideias devem brigar, não as pessoas. As instituições devem se respeitar", disse. "O debate de ideias e a divergência de opiniões são próprias de uma democracia. Ofensas e desacatos não vão mudar os números da opinião pública", completou.
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São Paulo tem dinheiro de venda de Souza penhorado para pagar dívida
A 11ª Vara Civil do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou nesta terça-feira (21) que o valor que o São Paulo receberá pela venda do volante Souza ao Fernebahce, da Turquia, seja penhorado para o pagamento de uma dívida do clube tricolor com a empresa Prazan Comercial Ltda. A dívida atualmente é de R$ 1.195.870,15, e corresponde a comissão pela contratação do lateral Jorginho Paulista, em 2002. Na época, a comissão era de R$ 732 mil. O valor que o São Paulo receberá pela venda negociação do volante Souza é superior: quase R$ 10 milhões. A decisão cabe recurso. Este é mais um capítulo de uma longa disputa entre São Paulo e a Prazan. O processo está na Justiça desde 2006. O São Paulo recorreu em todas as instâncias cabíveis, mas foi condenado pela Justiça a pagar a quantia. Há uma multa de 10% a cada mês de atraso, além de juros e correção monetária. Na última quarta-feira (15), a Justiça autorizou o bloqueio de R$ 1.924.230,52, valor que estava disponível na conta do São Paulo, para pagamento de outra parte dívida. Há também uma ordem da Justiça para que os valores das negociações dos volantes Denilson (vendido ao Al Wahda) e Paulo Miranda (Red Bull Salzburg) sejam depositados em juízo assim que entrarem no país. A soma do valor das vendas deles também supera o saldo da dívida: R$ 19 milhões. É a terceira vez que o São Paulo terá receitas penhoradas para pagar a empresa. Além do bloqueio da venda dos jogadores, a renda de São Paulo x Cruzeiro, pelas oitavas de final da Copa Libertadores, foi penhorada em maio. No mês passado, a Justiça também determinou a penhora da venda de Rodrigo Caio, mas a venda para o Valencia não foi concretizada. O São Paulo tem ainda outra dívida para administrar. Essa é mais recente e tem a ver com o empréstimo do meia Kaká pelo Orlando City, em 2014. ENTENDA O CASO O então presidente Paulo Amaral, que comandou o clube entre abril de 2000 a abril de 2002, foi responsável pela contratação de Jorginho Paulista. Na época, a Prazan ajudou o São Paulo a contratar o jogador após acordo com a Udinese, da Itália, clube que tinha o vínculo com o atleta. A comissão acertada entre as parte foi de R$ 732 mil, mas o São Paulo não pagou até o prazo em contrato, 5 de outubro de 2002. Mas quem acabou herdando a contratação e a dívida foi a gestão de Marcelo Portugal Gouveia, presidente entre abril de 2002 e abril 2006.
esporte
São Paulo tem dinheiro de venda de Souza penhorado para pagar dívidaA 11ª Vara Civil do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou nesta terça-feira (21) que o valor que o São Paulo receberá pela venda do volante Souza ao Fernebahce, da Turquia, seja penhorado para o pagamento de uma dívida do clube tricolor com a empresa Prazan Comercial Ltda. A dívida atualmente é de R$ 1.195.870,15, e corresponde a comissão pela contratação do lateral Jorginho Paulista, em 2002. Na época, a comissão era de R$ 732 mil. O valor que o São Paulo receberá pela venda negociação do volante Souza é superior: quase R$ 10 milhões. A decisão cabe recurso. Este é mais um capítulo de uma longa disputa entre São Paulo e a Prazan. O processo está na Justiça desde 2006. O São Paulo recorreu em todas as instâncias cabíveis, mas foi condenado pela Justiça a pagar a quantia. Há uma multa de 10% a cada mês de atraso, além de juros e correção monetária. Na última quarta-feira (15), a Justiça autorizou o bloqueio de R$ 1.924.230,52, valor que estava disponível na conta do São Paulo, para pagamento de outra parte dívida. Há também uma ordem da Justiça para que os valores das negociações dos volantes Denilson (vendido ao Al Wahda) e Paulo Miranda (Red Bull Salzburg) sejam depositados em juízo assim que entrarem no país. A soma do valor das vendas deles também supera o saldo da dívida: R$ 19 milhões. É a terceira vez que o São Paulo terá receitas penhoradas para pagar a empresa. Além do bloqueio da venda dos jogadores, a renda de São Paulo x Cruzeiro, pelas oitavas de final da Copa Libertadores, foi penhorada em maio. No mês passado, a Justiça também determinou a penhora da venda de Rodrigo Caio, mas a venda para o Valencia não foi concretizada. O São Paulo tem ainda outra dívida para administrar. Essa é mais recente e tem a ver com o empréstimo do meia Kaká pelo Orlando City, em 2014. ENTENDA O CASO O então presidente Paulo Amaral, que comandou o clube entre abril de 2000 a abril de 2002, foi responsável pela contratação de Jorginho Paulista. Na época, a Prazan ajudou o São Paulo a contratar o jogador após acordo com a Udinese, da Itália, clube que tinha o vínculo com o atleta. A comissão acertada entre as parte foi de R$ 732 mil, mas o São Paulo não pagou até o prazo em contrato, 5 de outubro de 2002. Mas quem acabou herdando a contratação e a dívida foi a gestão de Marcelo Portugal Gouveia, presidente entre abril de 2002 e abril 2006.
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Epidemia cruel
O governo federal anunciou na segunda-feira (23) a criação de uma força-tarefa para tentar conter o surto de microcefalia que já atinge 160 municípios de nove Estados. Até agora o país contabiliza 739 registros de episódios suspeitos, um aumento assustador em relação ao último quinquênio. De 2010 a 2014, a média anual ficou em 156 casos. Embora as autoridades sanitárias ainda mantenham como hipótese a explicação para esse fenômeno, tudo leva a crer que o aumento de ocorrências de malformação do crânio esteja ligado à propagação do vírus zika, identificado no Brasil pela primeira vez em junho. Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti –também responsável pela difusão da dengue–, o zika produz uma infecção mais branda e menos prolongada; 80% dos infectados nem sequer têm sintomas. Há grande preocupação, porém, com seu até então desconhecido potencial teratogênico. Não se ignorava que certos vírus (o causador da rubéola, por exemplo) podem afetar o desenvolvimento cerebral de um feto, mas tal conexão não fora estabelecida para o zika. Trata-se, afinal, de agente infeccioso algo discreto. Isolado em 1952, na África, só veio a provocar uma epidemia em 2007, numa ilha do Pacífico (Yap). No ano passado, durante surto na mesma região (Nova Caledônia), suspeitou-se que o zika pudesse estar associado à síndrome de Guillain-Barré, que leva o sistema imunológico a atacar o sistema nervoso por engano. A possibilidade de esse vírus provocar microcefalia é ora aventada pela coincidência temporal entre o aparecimento do zika e a súbita disparada de casos da anomalia em recém-nascidos. Tal desconfiança viu-se reforçada quando mães de bebês microcéfalos afirmaram que, na gestação, exibiram sintomas de zika, como manchas vermelhas na pele. Agora, os resultados de exames de duas gestantes confirmaram a contaminação dos fetos pelo vírus. Além disso, a explosão do número de registros aponta para uma doença transmitida por um vetor. É crucial identificar a causa de um surto para melhor enfrentá-lo, mas, no contexto brasileiro, as notícias são pouco alvissareiras. Até o último dia 14, assinalaram-se 1,5 milhão de casos prováveis de dengue no país; no mesmo período de 2014, a conta parava em 555 mil. Em outras palavras, o combate ao Aedes aegypti, transmissor da dengue e do zika, tem-se revelado dos mais precários. Ainda que persistam dúvidas sobre a relação entre o vírus e a microcefalia, o poder público, nas três esferas de governo, não pode tardar a agir. [email protected]
opiniao
Epidemia cruelO governo federal anunciou na segunda-feira (23) a criação de uma força-tarefa para tentar conter o surto de microcefalia que já atinge 160 municípios de nove Estados. Até agora o país contabiliza 739 registros de episódios suspeitos, um aumento assustador em relação ao último quinquênio. De 2010 a 2014, a média anual ficou em 156 casos. Embora as autoridades sanitárias ainda mantenham como hipótese a explicação para esse fenômeno, tudo leva a crer que o aumento de ocorrências de malformação do crânio esteja ligado à propagação do vírus zika, identificado no Brasil pela primeira vez em junho. Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti –também responsável pela difusão da dengue–, o zika produz uma infecção mais branda e menos prolongada; 80% dos infectados nem sequer têm sintomas. Há grande preocupação, porém, com seu até então desconhecido potencial teratogênico. Não se ignorava que certos vírus (o causador da rubéola, por exemplo) podem afetar o desenvolvimento cerebral de um feto, mas tal conexão não fora estabelecida para o zika. Trata-se, afinal, de agente infeccioso algo discreto. Isolado em 1952, na África, só veio a provocar uma epidemia em 2007, numa ilha do Pacífico (Yap). No ano passado, durante surto na mesma região (Nova Caledônia), suspeitou-se que o zika pudesse estar associado à síndrome de Guillain-Barré, que leva o sistema imunológico a atacar o sistema nervoso por engano. A possibilidade de esse vírus provocar microcefalia é ora aventada pela coincidência temporal entre o aparecimento do zika e a súbita disparada de casos da anomalia em recém-nascidos. Tal desconfiança viu-se reforçada quando mães de bebês microcéfalos afirmaram que, na gestação, exibiram sintomas de zika, como manchas vermelhas na pele. Agora, os resultados de exames de duas gestantes confirmaram a contaminação dos fetos pelo vírus. Além disso, a explosão do número de registros aponta para uma doença transmitida por um vetor. É crucial identificar a causa de um surto para melhor enfrentá-lo, mas, no contexto brasileiro, as notícias são pouco alvissareiras. Até o último dia 14, assinalaram-se 1,5 milhão de casos prováveis de dengue no país; no mesmo período de 2014, a conta parava em 555 mil. Em outras palavras, o combate ao Aedes aegypti, transmissor da dengue e do zika, tem-se revelado dos mais precários. Ainda que persistam dúvidas sobre a relação entre o vírus e a microcefalia, o poder público, nas três esferas de governo, não pode tardar a agir. [email protected]
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Governo quer que indústria e shopping liguem gerador em horário de pico
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse neste domingo (1º) que o governo quer que indústrias capazes de produzir sua própria energia e estabelecimentos como shopping centers acionem seus equipamentos de geração durante o horário de pico de consumo para dar suporte ao sistema elétrico. "Temos que mudar a forma de manejar e administrar a energia de reserva que o Brasil tem para atender e passar às pontas de carga. É esse o trabalho que estamos fazendo agora", disse o ministro, pouco antes da eleição para a presidência do Senado. "Acabei de me reunir com o setor privado e reguladores para tomar uma série de medidas que estão sendo encaminhadas", afirmou Braga, ao acrescentar que a presidente Dilma Rousseff já aprovou algumas delas e outras serão analisadas numa reunião no próximo dia 12. "Vamos tomar ações juntos aos produtores independentes de energia, como é o caso de shopping centers e algumas indústrias, para que possamos acionar esses equipamentos no período de ponta de carga e passar este momento crítico com maior tranquilidade", afirmou Braga. De acordo com o ministro, o país passa por crise hídrica, que pressiona o setor elétrico, mas não existe crise energética. "O nosso desafio é mitigar a crise hídrica para não gerar uma crise energética." A reunião do próximo dia 12, de acordo com Braga, será com a presidente e com a presença de representantes de todos os órgãos governamentais do setor. CUSTO Após o anúncio do ministro, a diretoria da Alshop, associação que representa 107 mil lojistas de 802 shoppings do país, decidiu marcar reunião. "Vamos ver a melhor forma de evitar prejuízo para os lojistas", disse Nabil Sahyoun, presidente da Alshop. A fim de diluir o custo com o acionamento de geradores (que usam combustível, mais caro), uma alternativa poderia ser abrir os shoppings uma hora mais tarde. A Folha não conseguiu contato com a Abrasce, que representa os shoppings. APAGÃO E DEUS Na tarde do dia 19 de janeiro, 11 Estados e o DF foram atingidos por um apagão, motivado por um pico de consumo e por falha no sistema de transmissão de energia. Na mesma semana, depois de afirmar que "Deus é brasileiro" e que não haveria risco de faltar energia, Braga admitiu a possibilidade de racionamento, se o nível dos reservatórios das hidrelétricas caísse para 10% –percentual esse que, segundo especialistas, paralisaria as turbinas. Segundo dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o nível dos reservatórios na região Sudeste/Centro-Oeste –tida como a "caixa-d'água" do sistema– caiu para 16,79% no sábado (31), dado mais recente disponível. Para complicar a situação, as chuvas que cairão nas nascentes dos rios da região neste mês, de acordo com o ONS, deverão ser apenas 52% da média do período. Colaborou JULIO WIZIACK, de São Paulo
mercado
Governo quer que indústria e shopping liguem gerador em horário de picoO ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse neste domingo (1º) que o governo quer que indústrias capazes de produzir sua própria energia e estabelecimentos como shopping centers acionem seus equipamentos de geração durante o horário de pico de consumo para dar suporte ao sistema elétrico. "Temos que mudar a forma de manejar e administrar a energia de reserva que o Brasil tem para atender e passar às pontas de carga. É esse o trabalho que estamos fazendo agora", disse o ministro, pouco antes da eleição para a presidência do Senado. "Acabei de me reunir com o setor privado e reguladores para tomar uma série de medidas que estão sendo encaminhadas", afirmou Braga, ao acrescentar que a presidente Dilma Rousseff já aprovou algumas delas e outras serão analisadas numa reunião no próximo dia 12. "Vamos tomar ações juntos aos produtores independentes de energia, como é o caso de shopping centers e algumas indústrias, para que possamos acionar esses equipamentos no período de ponta de carga e passar este momento crítico com maior tranquilidade", afirmou Braga. De acordo com o ministro, o país passa por crise hídrica, que pressiona o setor elétrico, mas não existe crise energética. "O nosso desafio é mitigar a crise hídrica para não gerar uma crise energética." A reunião do próximo dia 12, de acordo com Braga, será com a presidente e com a presença de representantes de todos os órgãos governamentais do setor. CUSTO Após o anúncio do ministro, a diretoria da Alshop, associação que representa 107 mil lojistas de 802 shoppings do país, decidiu marcar reunião. "Vamos ver a melhor forma de evitar prejuízo para os lojistas", disse Nabil Sahyoun, presidente da Alshop. A fim de diluir o custo com o acionamento de geradores (que usam combustível, mais caro), uma alternativa poderia ser abrir os shoppings uma hora mais tarde. A Folha não conseguiu contato com a Abrasce, que representa os shoppings. APAGÃO E DEUS Na tarde do dia 19 de janeiro, 11 Estados e o DF foram atingidos por um apagão, motivado por um pico de consumo e por falha no sistema de transmissão de energia. Na mesma semana, depois de afirmar que "Deus é brasileiro" e que não haveria risco de faltar energia, Braga admitiu a possibilidade de racionamento, se o nível dos reservatórios das hidrelétricas caísse para 10% –percentual esse que, segundo especialistas, paralisaria as turbinas. Segundo dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o nível dos reservatórios na região Sudeste/Centro-Oeste –tida como a "caixa-d'água" do sistema– caiu para 16,79% no sábado (31), dado mais recente disponível. Para complicar a situação, as chuvas que cairão nas nascentes dos rios da região neste mês, de acordo com o ONS, deverão ser apenas 52% da média do período. Colaborou JULIO WIZIACK, de São Paulo
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Brasil e EUA assinam acordo para desburocratizar comércio
Brasil e Estados Unidos selaram nesta quinta-feira (19) um memorando de facilitação de comércio. O objetivo é harmonizar as regras e desburocratizar. Os dois países vão identificar setores promissores e negociar a convergência dos produtos brasileiros para padrões americanos. O primeiro esforço será feito no setor de cerâmica. Representantes do setor privado americano e brasileiro já firmaram um protocolo. "A convergência regulatória é mais importante para exportar para os americanos do que a redução de tarifas de importação, que, em média, são de apenas 3,5% para produtos manufaturados", disse Armando Monteiro, ministro do Desenvolvimento. Nos dias 11 e 12 de fevereiro, Monteiro esteve nos EUA –uma de suas primeiras viagens internacionais. Com a retomada do crescimento da economia americana, o país é visto com uma oportunidade para elevar as exportações brasileiras. Os dois países estão tentando estreitar as relações econômicas após um longo período de estagnação. Um acordo de livre comércio, no entanto, é praticamente descartado por falta de condições políticas. O memorando de facilitação de comércio foi assinado em Washington pelo secretário de Comércio Exterior do Brasil, Daniel Godinho, e seu colega americano, Kenneth Hyatt. O Inmetro, que regula os produtos brasileiros, também participou da visita.
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Brasil e EUA assinam acordo para desburocratizar comércioBrasil e Estados Unidos selaram nesta quinta-feira (19) um memorando de facilitação de comércio. O objetivo é harmonizar as regras e desburocratizar. Os dois países vão identificar setores promissores e negociar a convergência dos produtos brasileiros para padrões americanos. O primeiro esforço será feito no setor de cerâmica. Representantes do setor privado americano e brasileiro já firmaram um protocolo. "A convergência regulatória é mais importante para exportar para os americanos do que a redução de tarifas de importação, que, em média, são de apenas 3,5% para produtos manufaturados", disse Armando Monteiro, ministro do Desenvolvimento. Nos dias 11 e 12 de fevereiro, Monteiro esteve nos EUA –uma de suas primeiras viagens internacionais. Com a retomada do crescimento da economia americana, o país é visto com uma oportunidade para elevar as exportações brasileiras. Os dois países estão tentando estreitar as relações econômicas após um longo período de estagnação. Um acordo de livre comércio, no entanto, é praticamente descartado por falta de condições políticas. O memorando de facilitação de comércio foi assinado em Washington pelo secretário de Comércio Exterior do Brasil, Daniel Godinho, e seu colega americano, Kenneth Hyatt. O Inmetro, que regula os produtos brasileiros, também participou da visita.
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Mega-Sena acumula e pode pagar prêmio de R$ 30 mi na quarta-feira
Nenhuma aposta conseguiu acertar as seis dezenas do concurso 1.705 da Mega-Sena sorteadas neste sábado (16). O prêmio acumulou, e a estimava da Caixa Econômica Federal é de R$ 30 milhões para o próximo sorteio, que acontece na quarta-feira (20). Os números sorteados neste sábado, em Governador Lindenberg (ES), foram: 25 - 27 - 29 - 37 - 50 - 51. Apesar de nenhum bilhete ter acertado as seis dezenas, 60 apostas fizeram a quina e vão levar R$ 52.107,79 cada uma. Outros 6.095 fizeram a quadra e ganharão R$ 732,79 cada um. A aposta mínima, de seis número, é de R$ 2,50 e pode ser feita até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer uma das mais de 13 mil lotéricas do país. A Mega-Sena realiza sorteios duas vezes por semana, às quartas e aos sábados. Acompanhe o resultados das loterias REAJUSTE O preço das apostas na Mega-Sena vai subir para R$ 3,50 a partir do próximo dia 24. O aumento de 40% foi autorizado pelo Ministério da Fazenda e publicado no "Diário Oficial" da União no dia 29 de abril. Além da Mega-Sena, as apostas da Loteca, Lotogol, Quina, Lotofácil e Dupla Sena também serão reajustadas entre os dias 18 e 24 de maio. Apenas os preços das apostas da Lotomania e da Timemania serão mantidos, respectivamente, em R$ 1,50 e R$ 2.
cotidiano
Mega-Sena acumula e pode pagar prêmio de R$ 30 mi na quarta-feiraNenhuma aposta conseguiu acertar as seis dezenas do concurso 1.705 da Mega-Sena sorteadas neste sábado (16). O prêmio acumulou, e a estimava da Caixa Econômica Federal é de R$ 30 milhões para o próximo sorteio, que acontece na quarta-feira (20). Os números sorteados neste sábado, em Governador Lindenberg (ES), foram: 25 - 27 - 29 - 37 - 50 - 51. Apesar de nenhum bilhete ter acertado as seis dezenas, 60 apostas fizeram a quina e vão levar R$ 52.107,79 cada uma. Outros 6.095 fizeram a quadra e ganharão R$ 732,79 cada um. A aposta mínima, de seis número, é de R$ 2,50 e pode ser feita até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer uma das mais de 13 mil lotéricas do país. A Mega-Sena realiza sorteios duas vezes por semana, às quartas e aos sábados. Acompanhe o resultados das loterias REAJUSTE O preço das apostas na Mega-Sena vai subir para R$ 3,50 a partir do próximo dia 24. O aumento de 40% foi autorizado pelo Ministério da Fazenda e publicado no "Diário Oficial" da União no dia 29 de abril. Além da Mega-Sena, as apostas da Loteca, Lotogol, Quina, Lotofácil e Dupla Sena também serão reajustadas entre os dias 18 e 24 de maio. Apenas os preços das apostas da Lotomania e da Timemania serão mantidos, respectivamente, em R$ 1,50 e R$ 2.
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Alexandre de Moraes é um ator despudorado
Desde que Alexandre de Moraes posou para um vídeo ceifando pés de maconha com uma peixeira, se sabe que ele é um ator despudorado. Vestido de preto da careca às botas, brandindo o facão para lá e para cá, o titular do ministério mais antigo, o da Justiça, criado antes da Independência, virou um astro da política da noite para o dia. O audaz ataque se deu numa plantação na fronteira paraguaia. Foi um comercial corriqueiro, daqueles no qual um político simula enfrentar os problemas sob a sua alçada. Como quando o ministro da Saúde vai a hospitais, ou o da Educação a escolas. Encenar uma armação num cenário real é um clichê que, de tão reiterado, ficou inócuo. O inédito no desempenho de Moraes foi a sua garra eletrizante. Ele se inspirou em Bruce Willis, no tipo que arregaça as mangas e parte para a ignorância. Como os arbustos de maconha se acovardaram diante da sua arremetida furiosa, a encenação ficou canhestra. Mas o recado foi dado: Alexandrão está de peixeira em punho, não mexam com ele. Em março, o modelito másculo fora o mesmo. Ainda secretário da Segurança de Geraldo Alckmin, Moraes foi a um ato pela derrubada de Dilma na avenida Paulista. O protesto se arrastava havia 18 horas, mas ele não foi lá zelar pelo sacrossanto direito dos motoristas (que pagam impostos!) ao engarrafamento, cláusula pétrea do programa tucano. Queria pegar carona na onda contra o PT. Com o terno lustroso, seu figurino clássico em entrevistas, deitou falação na frente da Fiesp para câmeras e microfones. O seu oportunismo foi captado de imediato. Veio o grito "aproveitador!", seguido de vaias e de "ladrão!" Os apupos se tornaram belicosos. O que fez Moraes? Espelhou-se em John Malkovich. Foi uma atuação soberba. Protegido por meia dúzia de meganhas, ele adotou um andar melífluo —não tão lento que parecesse provocação, nem tão rápido que evidenciasse a fuga. O seu semblante transmitia toda uma paleta de emoções contraditórias, do medo de levar uns cascudos ao pavor de parecer covarde, enquanto calculava com frieza o que seria melhor para o seu futuro. Moraes voltou às telas no domingo. Ao fazer campanha por seus correligionários tucanos no interior paulista, disse que haveria uma nova investida da Lava Jato nessa semana. E profetizou que seria lembrado pela plateia assim que a Polícia Federal agisse. Não deu outra, a PF prendeu Antonio Palocci na manhã seguinte. Moraes foi lembrado sim —só que como um político que está informado sobre ações policiais das quais não deveria ter ciência, um ministro que usa a Lava Jato para proteger o governo e assediar os seus adversários. Pego sem maquiagem, Moraes embromou com galhardia. Yul Brynner teve o topete de acusar a imprensa de deturpar o que afirmara. Aí surgiu o vídeo mostrando o que de fato disse no domingo. A conclusão é inequívoca: cheio de certezas, um Moraes muito à vontade demonstrou que não só sabe o que a Lava Jato fará como se jacta de o saber. Se um ministro de Dilma incorresse em tal abuso de autoridade, o cinema viria abaixo. Mas o protagonista da chanchada em cartaz é Michel Temer, que Antonio Carlos Magalhães dizia ter a fatiota de mordomo de filmes de terror. Convém, no entanto, que o júri do Festival de Gramado dê uma olhada nos vídeos de Moraes na internet. Apesar da concorrência renhida, ele é um candidato forte ao Kikito de coadjuvante.
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Alexandre de Moraes é um ator despudoradoDesde que Alexandre de Moraes posou para um vídeo ceifando pés de maconha com uma peixeira, se sabe que ele é um ator despudorado. Vestido de preto da careca às botas, brandindo o facão para lá e para cá, o titular do ministério mais antigo, o da Justiça, criado antes da Independência, virou um astro da política da noite para o dia. O audaz ataque se deu numa plantação na fronteira paraguaia. Foi um comercial corriqueiro, daqueles no qual um político simula enfrentar os problemas sob a sua alçada. Como quando o ministro da Saúde vai a hospitais, ou o da Educação a escolas. Encenar uma armação num cenário real é um clichê que, de tão reiterado, ficou inócuo. O inédito no desempenho de Moraes foi a sua garra eletrizante. Ele se inspirou em Bruce Willis, no tipo que arregaça as mangas e parte para a ignorância. Como os arbustos de maconha se acovardaram diante da sua arremetida furiosa, a encenação ficou canhestra. Mas o recado foi dado: Alexandrão está de peixeira em punho, não mexam com ele. Em março, o modelito másculo fora o mesmo. Ainda secretário da Segurança de Geraldo Alckmin, Moraes foi a um ato pela derrubada de Dilma na avenida Paulista. O protesto se arrastava havia 18 horas, mas ele não foi lá zelar pelo sacrossanto direito dos motoristas (que pagam impostos!) ao engarrafamento, cláusula pétrea do programa tucano. Queria pegar carona na onda contra o PT. Com o terno lustroso, seu figurino clássico em entrevistas, deitou falação na frente da Fiesp para câmeras e microfones. O seu oportunismo foi captado de imediato. Veio o grito "aproveitador!", seguido de vaias e de "ladrão!" Os apupos se tornaram belicosos. O que fez Moraes? Espelhou-se em John Malkovich. Foi uma atuação soberba. Protegido por meia dúzia de meganhas, ele adotou um andar melífluo —não tão lento que parecesse provocação, nem tão rápido que evidenciasse a fuga. O seu semblante transmitia toda uma paleta de emoções contraditórias, do medo de levar uns cascudos ao pavor de parecer covarde, enquanto calculava com frieza o que seria melhor para o seu futuro. Moraes voltou às telas no domingo. Ao fazer campanha por seus correligionários tucanos no interior paulista, disse que haveria uma nova investida da Lava Jato nessa semana. E profetizou que seria lembrado pela plateia assim que a Polícia Federal agisse. Não deu outra, a PF prendeu Antonio Palocci na manhã seguinte. Moraes foi lembrado sim —só que como um político que está informado sobre ações policiais das quais não deveria ter ciência, um ministro que usa a Lava Jato para proteger o governo e assediar os seus adversários. Pego sem maquiagem, Moraes embromou com galhardia. Yul Brynner teve o topete de acusar a imprensa de deturpar o que afirmara. Aí surgiu o vídeo mostrando o que de fato disse no domingo. A conclusão é inequívoca: cheio de certezas, um Moraes muito à vontade demonstrou que não só sabe o que a Lava Jato fará como se jacta de o saber. Se um ministro de Dilma incorresse em tal abuso de autoridade, o cinema viria abaixo. Mas o protagonista da chanchada em cartaz é Michel Temer, que Antonio Carlos Magalhães dizia ter a fatiota de mordomo de filmes de terror. Convém, no entanto, que o júri do Festival de Gramado dê uma olhada nos vídeos de Moraes na internet. Apesar da concorrência renhida, ele é um candidato forte ao Kikito de coadjuvante.
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EI mata civis que tentam fugir de conflito em Fallujah, no Iraque
O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) está atirando em civis que tentam deixar a cidade de Fallujah, no Iraque, em meio a uma batalha entre forças militares do governo iraquiano e militantes do EI que já dura duas semanas, segundo informações de uma organização de ajuda internacional e o Exército do Iraque. Forças do governo buscam desde o final de maio recuperar a cidade controlada pelo EI. As tropas, no entanto, encontram dificuldades para superar a resistência dos militantes e a presença de 50 mil civis na cidade. Um homem-bomba se explodiu em meio a uma multidão de civis em fuga, matando duas pessoas e deixando outras três feridas neste domingo (5), segundo a polícia. Civis também foram mortos enquanto tentavam cruzar o rio Eufrates, de acordo com o Conselho de Refugiados Norueguês (NRC), uma das entidades que ajudam as famílias que saíram da cidade. O número de vítimas do grupo jihadista na cidade chega às dezenas, afirmou o membro das forças antiterroristas iraquianas Maj. Ali Hanoon. Oficiais iraquianos dizem que o total de mortos pode ser ainda maior. "Nossos maiores medos foram tragicamente confirmados, com civis sendo transformados em alvos enquanto tentam fugir em segurança", disse Nasr Muflahi, diretor do NRC no Iraque. OPERAÇÃO A operação em Fallujah coincide com uma dupla ofensiva a bastiões do EI próximos à Síria. Forças curdas avançam sobre Manbij, cidade dominada pelo grupo jihadista, que controla a rota de suprimentos entre a fronteira turca e a cidade de Raqqa, capital do EI. Ao mesmo tempo, tropas do governo sírio avançam sobre Raqqa pelo sul. Segundo informações do OSDH (Observatório Sírio de Direitos Humanos), as tropas sírias "estão apoiadas por bombardeios aéreos russos e por milícias treinadas em Moscou" em Raqqa.
mundo
EI mata civis que tentam fugir de conflito em Fallujah, no IraqueO grupo jihadista Estado Islâmico (EI) está atirando em civis que tentam deixar a cidade de Fallujah, no Iraque, em meio a uma batalha entre forças militares do governo iraquiano e militantes do EI que já dura duas semanas, segundo informações de uma organização de ajuda internacional e o Exército do Iraque. Forças do governo buscam desde o final de maio recuperar a cidade controlada pelo EI. As tropas, no entanto, encontram dificuldades para superar a resistência dos militantes e a presença de 50 mil civis na cidade. Um homem-bomba se explodiu em meio a uma multidão de civis em fuga, matando duas pessoas e deixando outras três feridas neste domingo (5), segundo a polícia. Civis também foram mortos enquanto tentavam cruzar o rio Eufrates, de acordo com o Conselho de Refugiados Norueguês (NRC), uma das entidades que ajudam as famílias que saíram da cidade. O número de vítimas do grupo jihadista na cidade chega às dezenas, afirmou o membro das forças antiterroristas iraquianas Maj. Ali Hanoon. Oficiais iraquianos dizem que o total de mortos pode ser ainda maior. "Nossos maiores medos foram tragicamente confirmados, com civis sendo transformados em alvos enquanto tentam fugir em segurança", disse Nasr Muflahi, diretor do NRC no Iraque. OPERAÇÃO A operação em Fallujah coincide com uma dupla ofensiva a bastiões do EI próximos à Síria. Forças curdas avançam sobre Manbij, cidade dominada pelo grupo jihadista, que controla a rota de suprimentos entre a fronteira turca e a cidade de Raqqa, capital do EI. Ao mesmo tempo, tropas do governo sírio avançam sobre Raqqa pelo sul. Segundo informações do OSDH (Observatório Sírio de Direitos Humanos), as tropas sírias "estão apoiadas por bombardeios aéreos russos e por milícias treinadas em Moscou" em Raqqa.
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Parlamento alemão aprova multa contra discurso de ódio nas redes
O Parlamento da Alemanha aprovou nesta sexta-feira (30) um projeto de lei que prevê multa de até 50 milhões de euros para sites de redes sociais que não retirarem, em pouco tempo, conteúdos agressivos e notícias falsas. A medida deve impor novos limites à liberdade de expressão no país, que já possui uma das leis mais duras do mundo contra difamação e discurso de ódio contra minorias -por exemplo, há pena de prisão para o crime de negação do Holocausto. Mas poucos casos chegam a ser julgados. A chegada de centenas de milhares de refugiados nos últimos anos gerou debates inflamados nas redes sociais, e as autoridades vêm encontrando dificuldades em proceder com o grande fluxo de denúncias de crimes de ódio. "A liberdade de expressão termina onde começa a lei criminal", disse o ministro da Justiça, Jeiko Maas, que impulsionou a medida. De acordo com Maas, dados oficiais apontam que a ocorrência de crimes de ódio na Alemanha aumentou em 300% nos dois últimos anos. Ele também disse que as negociações sobre o projeto de lei com as empresas de tecnologia não avançaram. Crítico da medida, o Facebook reclamou da falta de diálogo e disse que o projeto, em sua forma atual, "não irá melhorar os esforços para combater" o discurso de ódio. O partido ultranacionalista de direita Alternativa para a Alemanha disse que avalia entrar com recurso na Suprema Corte contra a lei. Apoiador da lei, o Conselho Central de Judeus ressaltou a ocorrência de discurso antissemita nas redes sociais e disse que a medida é importante para "limitar o discurso de ódio de maneira eficaz".
mundo
Parlamento alemão aprova multa contra discurso de ódio nas redesO Parlamento da Alemanha aprovou nesta sexta-feira (30) um projeto de lei que prevê multa de até 50 milhões de euros para sites de redes sociais que não retirarem, em pouco tempo, conteúdos agressivos e notícias falsas. A medida deve impor novos limites à liberdade de expressão no país, que já possui uma das leis mais duras do mundo contra difamação e discurso de ódio contra minorias -por exemplo, há pena de prisão para o crime de negação do Holocausto. Mas poucos casos chegam a ser julgados. A chegada de centenas de milhares de refugiados nos últimos anos gerou debates inflamados nas redes sociais, e as autoridades vêm encontrando dificuldades em proceder com o grande fluxo de denúncias de crimes de ódio. "A liberdade de expressão termina onde começa a lei criminal", disse o ministro da Justiça, Jeiko Maas, que impulsionou a medida. De acordo com Maas, dados oficiais apontam que a ocorrência de crimes de ódio na Alemanha aumentou em 300% nos dois últimos anos. Ele também disse que as negociações sobre o projeto de lei com as empresas de tecnologia não avançaram. Crítico da medida, o Facebook reclamou da falta de diálogo e disse que o projeto, em sua forma atual, "não irá melhorar os esforços para combater" o discurso de ódio. O partido ultranacionalista de direita Alternativa para a Alemanha disse que avalia entrar com recurso na Suprema Corte contra a lei. Apoiador da lei, o Conselho Central de Judeus ressaltou a ocorrência de discurso antissemita nas redes sociais e disse que a medida é importante para "limitar o discurso de ódio de maneira eficaz".
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Aumento de impostos pode frear ainda mais a economia, dizem analistas
O aumento dos impostos anunciado pelo governo deve contribuir para reduzir ainda mais o ritmo do crescimento da economia neste ano, afirmam analistas ouvidos pela Folha. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou na segunda-feira (19) o aumento dos tributos sobre gasolina, diesel, cosméticos e produtos importados. O governo decidiu também dobrar a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nas operações de crédito para pessoa física, de 1,5% para 3%. A medida soma-se ao aumento recente na taxa básica de juros, a Selic. Ambas tornam mais caro pegar financiamentos e fazer compras parceladas, desaquecendo, assim, o consumo. "As medidas são muito recessivas. É preocupante o cenário para a atividade econômica nos próximos meses", diz André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. A consultoria LCA é uma das que estão revisando sua projeção para o crescimento da economia. A consultoria projetava aumento de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto), baixou a expectativa para 0,4% e avalia se reduzirá ainda mais o número nos próximos dias. "Tivemos as mudanças no PSI [linha de crédito do BNDES], no seguro-desemprego, o aumento das taxas sobre o crédito. Há ainda a condição hídrica ao longo do mês que causa muita incerteza e perspectivas mais negativas para a economia argentina. Estamos avaliando novamente nossa projeção", afirma Francisco Pessoa, economista da LCA. INFLAÇÃO O objetivo das medidas divulgadas pela equipe econômica é melhorar as contas do governo, que nos últimos anos vem tendo dificuldade para cumprir sua meta de economia para o pagamento dos juros, o chamado superavit primário. Mas elas devem ter impacto inflacionário, alertam especialistas. O aumento do PIS/Cofins e a volta da Cide (tributo regulador do preço de combustíveis) farão com que a gasolina na bomba fique entre 7% e 8,4% mais cara, segundo estimativas de mercado. A Petrobras já disse que irá repassar ao consumidor a alta na tributação. Embora não tenha afirmado de quanto será o aumento, a aposta do mercado é que a petroleira repassará toda a alta –a estatal tem dívidas bilionárias e o preço do barril de petróleo não para de cair. Como a gasolina tem peso de cerca de 4% no IPCA, o índice que mede a inflação oficial do país, o efeito no ano seria um aumento de 0,3 ponto percentual na inflação, segundo analistas. Eles lembram, contudo, que o desaquecimento da economia pode fazer com que os preços livres subam menos, atenuando esse efeito. A Gradual, por exemplo, reajustou de 6,2% para 6,4% sua previsão de inflação para o ano. A consultoria LCA também aumentou em apenas 0,2 ponto percentual sua estimativa, que saiu de 7% para 7,2%. Outros analistas já projetavam um aumento significativo no preço dos combustíveis este ano e, por isso, decidiram manter a expectativa de inflação anterior. É o caso da consultoria Tendências, que seguiu com estimativa de inflação em 6,8% no ano, e da GO Associados, que manteve a projeção de 6,4%. "Nossa estimativa já considerava aumento de R$ 0,28 por litro na gasolina por conta da volta da Cide. Veio abaixo disso, mas ainda temos o impacto da energia elétrica, cujo reajuste não foi definido", diz Adriana Molinari, economista da Tendências. "Essas medidas já estavam no radar. Já contávamos com a majoração do preço da gasolina, da energia elétrica, o aumento da tarifa de ônibus. Há vários fatores jogando a inflação para cima. No cômputo geral, a inflação de janeiro a março vai rodar em 0,95% em média. É esse cenário pavoroso que se espera", afirmou Fábio Silveira, sócio da GO Associados. O relatório Focus, divulgado no dia 16 de janeiro, previa inflação de 6,67% no ano e crescimento do PIB de 0,38%.
mercado
Aumento de impostos pode frear ainda mais a economia, dizem analistasO aumento dos impostos anunciado pelo governo deve contribuir para reduzir ainda mais o ritmo do crescimento da economia neste ano, afirmam analistas ouvidos pela Folha. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou na segunda-feira (19) o aumento dos tributos sobre gasolina, diesel, cosméticos e produtos importados. O governo decidiu também dobrar a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nas operações de crédito para pessoa física, de 1,5% para 3%. A medida soma-se ao aumento recente na taxa básica de juros, a Selic. Ambas tornam mais caro pegar financiamentos e fazer compras parceladas, desaquecendo, assim, o consumo. "As medidas são muito recessivas. É preocupante o cenário para a atividade econômica nos próximos meses", diz André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. A consultoria LCA é uma das que estão revisando sua projeção para o crescimento da economia. A consultoria projetava aumento de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto), baixou a expectativa para 0,4% e avalia se reduzirá ainda mais o número nos próximos dias. "Tivemos as mudanças no PSI [linha de crédito do BNDES], no seguro-desemprego, o aumento das taxas sobre o crédito. Há ainda a condição hídrica ao longo do mês que causa muita incerteza e perspectivas mais negativas para a economia argentina. Estamos avaliando novamente nossa projeção", afirma Francisco Pessoa, economista da LCA. INFLAÇÃO O objetivo das medidas divulgadas pela equipe econômica é melhorar as contas do governo, que nos últimos anos vem tendo dificuldade para cumprir sua meta de economia para o pagamento dos juros, o chamado superavit primário. Mas elas devem ter impacto inflacionário, alertam especialistas. O aumento do PIS/Cofins e a volta da Cide (tributo regulador do preço de combustíveis) farão com que a gasolina na bomba fique entre 7% e 8,4% mais cara, segundo estimativas de mercado. A Petrobras já disse que irá repassar ao consumidor a alta na tributação. Embora não tenha afirmado de quanto será o aumento, a aposta do mercado é que a petroleira repassará toda a alta –a estatal tem dívidas bilionárias e o preço do barril de petróleo não para de cair. Como a gasolina tem peso de cerca de 4% no IPCA, o índice que mede a inflação oficial do país, o efeito no ano seria um aumento de 0,3 ponto percentual na inflação, segundo analistas. Eles lembram, contudo, que o desaquecimento da economia pode fazer com que os preços livres subam menos, atenuando esse efeito. A Gradual, por exemplo, reajustou de 6,2% para 6,4% sua previsão de inflação para o ano. A consultoria LCA também aumentou em apenas 0,2 ponto percentual sua estimativa, que saiu de 7% para 7,2%. Outros analistas já projetavam um aumento significativo no preço dos combustíveis este ano e, por isso, decidiram manter a expectativa de inflação anterior. É o caso da consultoria Tendências, que seguiu com estimativa de inflação em 6,8% no ano, e da GO Associados, que manteve a projeção de 6,4%. "Nossa estimativa já considerava aumento de R$ 0,28 por litro na gasolina por conta da volta da Cide. Veio abaixo disso, mas ainda temos o impacto da energia elétrica, cujo reajuste não foi definido", diz Adriana Molinari, economista da Tendências. "Essas medidas já estavam no radar. Já contávamos com a majoração do preço da gasolina, da energia elétrica, o aumento da tarifa de ônibus. Há vários fatores jogando a inflação para cima. No cômputo geral, a inflação de janeiro a março vai rodar em 0,95% em média. É esse cenário pavoroso que se espera", afirmou Fábio Silveira, sócio da GO Associados. O relatório Focus, divulgado no dia 16 de janeiro, previa inflação de 6,67% no ano e crescimento do PIB de 0,38%.
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Feira de Frankfurt debate uso de novas tecnologias no mercado editorial
A Feira do Livro de Frankfurt, a maior do mundo, aposta neste ano nas novas tecnologias, convocadas a revolucionar o mundo da edição. Seus visitantes poderão conhecer óculos de realidade virtual, uma aula interativa e impressões em 3D. Para os organizadores do evento, realizado de 19 a 23 de outubro, o objetivo é explorar os vínculos entre arte e tecnologia, para permitir que os 275 mil visitantes esperados mergulhem em universos até agora acessíveis apenas através da leitura. O livro do artista taiwanês Jimmy Liao "All My World Is You" ("meu mundo é você", em tradução livre) ganha vida quando o leitor coloca óculos de realidade virtual, que lhe permitirão interagir com a heroína da obra, uma misteriosa menina a quem se deve fazer sorrir. Os convidados de honra deste ano, Flandres e Holanda, criaram suas próprias experiências deste tipo. Uma delas permitirá que o visitante viva na pele de uma menina ou de seu pai depois do falecimento de um membro da família. "A literatura não existe apenas nas páginas [de um livro]", afirma Suzanne Meeuwissen, da Fundação Holandesa para a Literatura, colocando como exemplo o Prêmio Nobel de Literatura concedido ao cantor e compositor americano Bob Dylan. A realidade virtual é uma nova forma de expressão "para os autores e os artistas que querem explorar este novo terreno que pouco conhecem", explicou Meeuwissen. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E 3D Os editores especializados em educação também apostam nas novas tecnologias, seja de aplicativos que convertem os manuais em objetos interativos ou na impressão em 3D para reproduzir órgãos em cursos de biologia. Os visitantes também poderão observar uma "sala de aula do futuro", na qual estudantes e professores testarão diferentes inovações educacionais. A questão de saber se estas novas ideias serão geradoras de receitas para o mundo editorial estará no centro dos debates profissionais que ocorrem durante a Feira. Estas ideias inovadoras geram tanta curiosidade e esperança que o espaço chamado "Arts" constitui quase "uma feira dentro da Feira". O vice-presidente do salão, Holger Volland, destaca que a Feira de Frankfurt é baseada no "conteúdo independentemente do formato", e a seção "Arts" visa analisar "este novo modelo de negócios e as sinergias entre arte e tecnologia". Artistas, arquitetos e representantes do mundo inteiro também debaterão os desafios e oportunidades da edição digital com base em experiências concretas. O Salão do Livro, que tem mais de 500 anos, receberá nesta ocasião a visita do rei da Holanda, Willem-Alexander, e do casal real belga, Filipe e Matilde, que inaugurarão juntos o pavilhão flamengo e holandês da Feira.
ilustrada
Feira de Frankfurt debate uso de novas tecnologias no mercado editorialA Feira do Livro de Frankfurt, a maior do mundo, aposta neste ano nas novas tecnologias, convocadas a revolucionar o mundo da edição. Seus visitantes poderão conhecer óculos de realidade virtual, uma aula interativa e impressões em 3D. Para os organizadores do evento, realizado de 19 a 23 de outubro, o objetivo é explorar os vínculos entre arte e tecnologia, para permitir que os 275 mil visitantes esperados mergulhem em universos até agora acessíveis apenas através da leitura. O livro do artista taiwanês Jimmy Liao "All My World Is You" ("meu mundo é você", em tradução livre) ganha vida quando o leitor coloca óculos de realidade virtual, que lhe permitirão interagir com a heroína da obra, uma misteriosa menina a quem se deve fazer sorrir. Os convidados de honra deste ano, Flandres e Holanda, criaram suas próprias experiências deste tipo. Uma delas permitirá que o visitante viva na pele de uma menina ou de seu pai depois do falecimento de um membro da família. "A literatura não existe apenas nas páginas [de um livro]", afirma Suzanne Meeuwissen, da Fundação Holandesa para a Literatura, colocando como exemplo o Prêmio Nobel de Literatura concedido ao cantor e compositor americano Bob Dylan. A realidade virtual é uma nova forma de expressão "para os autores e os artistas que querem explorar este novo terreno que pouco conhecem", explicou Meeuwissen. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E 3D Os editores especializados em educação também apostam nas novas tecnologias, seja de aplicativos que convertem os manuais em objetos interativos ou na impressão em 3D para reproduzir órgãos em cursos de biologia. Os visitantes também poderão observar uma "sala de aula do futuro", na qual estudantes e professores testarão diferentes inovações educacionais. A questão de saber se estas novas ideias serão geradoras de receitas para o mundo editorial estará no centro dos debates profissionais que ocorrem durante a Feira. Estas ideias inovadoras geram tanta curiosidade e esperança que o espaço chamado "Arts" constitui quase "uma feira dentro da Feira". O vice-presidente do salão, Holger Volland, destaca que a Feira de Frankfurt é baseada no "conteúdo independentemente do formato", e a seção "Arts" visa analisar "este novo modelo de negócios e as sinergias entre arte e tecnologia". Artistas, arquitetos e representantes do mundo inteiro também debaterão os desafios e oportunidades da edição digital com base em experiências concretas. O Salão do Livro, que tem mais de 500 anos, receberá nesta ocasião a visita do rei da Holanda, Willem-Alexander, e do casal real belga, Filipe e Matilde, que inaugurarão juntos o pavilhão flamengo e holandês da Feira.
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Congressistas estão acuados, diz Onyx Lorenzoni, relator das 'dez medidas'
O médico veterinário Onyx Lorenzoni (DEM-RS) afirma ver um grande risco de que a Câmara dos Deputados aprove uma anistia aos alvos da Lava Jato, o que segundo ele jogará por terra o pacote de medidas elaborado pelo Ministério Público Federal com o objetivo alegado de combater a corrupção e apoiado por mais de dois milhões de eleitores. Relator há quatro meses das "dez medidas", que ele elevou para 17, Lorenzoni diz ver um Congresso "acuado" e em "desespero". Com o apoio de líderes de partidos, a Câmara gesta nos bastidores um texto com o objetivo de deixar claro que os alvos da Lava Jato estarão livres da regra que criminaliza o caixa dois eleitoral, já que a lei penal não pode retroagir para atingir o réu. O parecer do deputado deve ser votado na terça (22). * Folha - Quais pressões o sr. sofreu ao relatar essas propostas? Onyx Lorenzoni - Pressões são normais na vida pública, como eu tenho mais de 20 anos [de mandato] eu já sou bem calejado, então não me assustam. O que eu vejo é que esse projeto é muito similar ao Ficha Limpa [de 2010, fruto de iniciativa popular, que endureceu as regras de elegibilidade para políticos condenados]. Todo mundo dizia que não iria passar. "Olha, os deputados vão votar contra seus próprios interesses?" Passou. Vamos tocar na ferida. O caixa dois [uso de recursos na campanha sem conhecimento da Justiça Eleitoral] é um fantasma que acompanha a política brasileira desde sempre. Ao ponto de ser algo muito, entre aspas, natural. Insistindo, o sr. recebeu pressão dos colegas? É claro. A gente não pode esquecer que na Mãos Limpas [ação contra a máfia italiana nos anos 1990] foram 3.700 presos, a grande maioria políticos ou ligados a partidos políticos, então houve um conflito quase da mesma intensidade do que tem agora. Há um suspense permanente dentro do Congresso Nacional por conta do que vem pela frente. Por causa da delação premiada da Odebrecht... É. As pessoas estão assustadas, acuadas. Mas a conversa entre seus colegas, nos bastidores, é só sobre o caixa dois e o endurecimento da punição aos magistrados [Onyx incluiu esse último ponto, mas depois o retirou]. Há claramente uma articulação de anistia ao caixa dois e para barrar enquadramento em outro crime. Acho que isso é algo que absolutamente não se sustenta do ponto de vista constitucional. Vai querer anistiar os crimes conexos? Como vai criar um instrumento que vai evitar que seja aplicada, quer pelo promotor, quer pelo juiz, a lei de lavagem de ativos, ou a lei de corrupção, ou a lei dos crimes contra o sistema financeiro? São leis que estão aí, não tem como anular. Então acho que é um esforço absolutamente irracional e que tem origem em uma palavra: desespero. O sr. recebeu pedido direto para acatar a anistia? Não. A gente recebe, vamos dizer assim, indiretas. No cafezinho, no plenário, na conversa sobre um assunto. Eu sou macaco velho aqui, tô entendendo que estou recebendo um recado. Mas aí eu tenho clareza que tenho um compromisso com 2,4 milhões de brasileiros que assinaram as "dez medidas". Esse movimento pela anistia é uma ameaça ao pacote? Com sinceridade, acho. Acho que é um risco. Inclusive acredito que a questão da responsabilização que chegamos a propor para juízes e procuradores é apenas a desculpa [parlamentares ameaçam derrubar o relatório sob o argumento de que Onyx retirou essa medida]. O mote é derrotar o relatório, que é derrotar as "dez medidas". O sr. acha que a crítica à retirada da punição mais dura a juízes e Ministério Público é um pretexto para aprovar a anistia ao caixa dois? Sim, o caixa dois é uma desculpa, é um biombo para passar a boiada do ilícito. Sou médico veterinário e não vou permitir a passagem da boiada do ilícito. Integrantes do partido do sr. participam da negociação. Eu não vi os meus colegas até o presente momento nessa linha. Espero que não aconteça, mas se acontecer... O cara que morreu pregado na cruz morreu pregando que cada um tenha sua livre escolha. Respeito a liberdade de cada um. O sr. vai voltar atrás e recolocar a punição mais dura a crimes de magistrados e promotores? Não. O promotor de Justiça e o Judiciário brasileiro são prestadores de serviço público como qualquer um. Hoje eles têm um privilégio, eles atuam como uma casta, acima do bem e do mal. Isso não está certo. Não concordo que um juiz e um promotor, quando pegos cometendo crime ou ilícito, tenham benefício da aposentadoria remunerada. Isso é um absurdo, tem que acabar. Mas quando o Ministério Público, a força-tarefa da Lava Jato e outros representantes me procuraram, usaram argumentos válidos. Existe uma série de iniciativas por parte de setores do Congresso para amordaçar e calar a boca de investigadores e de juízes. Aceitei esses argumentos. Disse a eles que concluída a votação das "dez medidas" vamos apresentar projeto para alterar a lei dos crimes de responsabilidade. Os próprios juízes e promotores topam vir discutir isso.
poder
Congressistas estão acuados, diz Onyx Lorenzoni, relator das 'dez medidas'O médico veterinário Onyx Lorenzoni (DEM-RS) afirma ver um grande risco de que a Câmara dos Deputados aprove uma anistia aos alvos da Lava Jato, o que segundo ele jogará por terra o pacote de medidas elaborado pelo Ministério Público Federal com o objetivo alegado de combater a corrupção e apoiado por mais de dois milhões de eleitores. Relator há quatro meses das "dez medidas", que ele elevou para 17, Lorenzoni diz ver um Congresso "acuado" e em "desespero". Com o apoio de líderes de partidos, a Câmara gesta nos bastidores um texto com o objetivo de deixar claro que os alvos da Lava Jato estarão livres da regra que criminaliza o caixa dois eleitoral, já que a lei penal não pode retroagir para atingir o réu. O parecer do deputado deve ser votado na terça (22). * Folha - Quais pressões o sr. sofreu ao relatar essas propostas? Onyx Lorenzoni - Pressões são normais na vida pública, como eu tenho mais de 20 anos [de mandato] eu já sou bem calejado, então não me assustam. O que eu vejo é que esse projeto é muito similar ao Ficha Limpa [de 2010, fruto de iniciativa popular, que endureceu as regras de elegibilidade para políticos condenados]. Todo mundo dizia que não iria passar. "Olha, os deputados vão votar contra seus próprios interesses?" Passou. Vamos tocar na ferida. O caixa dois [uso de recursos na campanha sem conhecimento da Justiça Eleitoral] é um fantasma que acompanha a política brasileira desde sempre. Ao ponto de ser algo muito, entre aspas, natural. Insistindo, o sr. recebeu pressão dos colegas? É claro. A gente não pode esquecer que na Mãos Limpas [ação contra a máfia italiana nos anos 1990] foram 3.700 presos, a grande maioria políticos ou ligados a partidos políticos, então houve um conflito quase da mesma intensidade do que tem agora. Há um suspense permanente dentro do Congresso Nacional por conta do que vem pela frente. Por causa da delação premiada da Odebrecht... É. As pessoas estão assustadas, acuadas. Mas a conversa entre seus colegas, nos bastidores, é só sobre o caixa dois e o endurecimento da punição aos magistrados [Onyx incluiu esse último ponto, mas depois o retirou]. Há claramente uma articulação de anistia ao caixa dois e para barrar enquadramento em outro crime. Acho que isso é algo que absolutamente não se sustenta do ponto de vista constitucional. Vai querer anistiar os crimes conexos? Como vai criar um instrumento que vai evitar que seja aplicada, quer pelo promotor, quer pelo juiz, a lei de lavagem de ativos, ou a lei de corrupção, ou a lei dos crimes contra o sistema financeiro? São leis que estão aí, não tem como anular. Então acho que é um esforço absolutamente irracional e que tem origem em uma palavra: desespero. O sr. recebeu pedido direto para acatar a anistia? Não. A gente recebe, vamos dizer assim, indiretas. No cafezinho, no plenário, na conversa sobre um assunto. Eu sou macaco velho aqui, tô entendendo que estou recebendo um recado. Mas aí eu tenho clareza que tenho um compromisso com 2,4 milhões de brasileiros que assinaram as "dez medidas". Esse movimento pela anistia é uma ameaça ao pacote? Com sinceridade, acho. Acho que é um risco. Inclusive acredito que a questão da responsabilização que chegamos a propor para juízes e procuradores é apenas a desculpa [parlamentares ameaçam derrubar o relatório sob o argumento de que Onyx retirou essa medida]. O mote é derrotar o relatório, que é derrotar as "dez medidas". O sr. acha que a crítica à retirada da punição mais dura a juízes e Ministério Público é um pretexto para aprovar a anistia ao caixa dois? Sim, o caixa dois é uma desculpa, é um biombo para passar a boiada do ilícito. Sou médico veterinário e não vou permitir a passagem da boiada do ilícito. Integrantes do partido do sr. participam da negociação. Eu não vi os meus colegas até o presente momento nessa linha. Espero que não aconteça, mas se acontecer... O cara que morreu pregado na cruz morreu pregando que cada um tenha sua livre escolha. Respeito a liberdade de cada um. O sr. vai voltar atrás e recolocar a punição mais dura a crimes de magistrados e promotores? Não. O promotor de Justiça e o Judiciário brasileiro são prestadores de serviço público como qualquer um. Hoje eles têm um privilégio, eles atuam como uma casta, acima do bem e do mal. Isso não está certo. Não concordo que um juiz e um promotor, quando pegos cometendo crime ou ilícito, tenham benefício da aposentadoria remunerada. Isso é um absurdo, tem que acabar. Mas quando o Ministério Público, a força-tarefa da Lava Jato e outros representantes me procuraram, usaram argumentos válidos. Existe uma série de iniciativas por parte de setores do Congresso para amordaçar e calar a boca de investigadores e de juízes. Aceitei esses argumentos. Disse a eles que concluída a votação das "dez medidas" vamos apresentar projeto para alterar a lei dos crimes de responsabilidade. Os próprios juízes e promotores topam vir discutir isso.
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Acidente deixa 3 mortos e espalha 1 milhão de abelhas em estrada de SP
Um enxame de mais de 1 milhão de abelhas ficou à solta no meio de uma estrada no interior de São Paulo neste sábado (29). O caso aconteceu depois que o caminhão que transportava os animais se envolveu em um acidente na rodovia Mario Perosa, no trevo próximo a Urupês (a 443 quilômetros da capital). A via teve que ser interditada por mais de três horas. Três pessoas da mesma família morreram quando o carro onde estavam bateu de frente com o caminhão, de acordo com a Polícia Rodoviária Estadual de São José do Rio Preto (SP). Ainda segundo a polícia, para desviar de um outro carro que teria cruzado a rodovia, o motorista foi obrigado a invadir a pista contrária e acabou batendo de frente com o caminhão, carregado com 70 caixas de abelhas –da espécie europeia, as mais comuns entre produtores de mel. Uma mulher de 27 anos morreu no local. Uma criança de 1 ano e onze meses e um homem de 21 anos ficaram presos às ferragens. Para realizar o resgate, os bombeiros precisaram utilizar trajes especiais de apicultores. Pai e filha chegaram a ser resgatados e levados à Santa Casa de Urupês, mas não resistiram aos ferimentos. O motorista do caminhão não se feriu. As abelhas saíram do Mato Grosso e seriam levadas até Novo Horizonte (a 413 km de São Paulo). Apesar do risco de ataques, já que os insetos estavam estressados, o hospital da cidade não registrou casos de vítimas de picadas.
cotidiano
Acidente deixa 3 mortos e espalha 1 milhão de abelhas em estrada de SPUm enxame de mais de 1 milhão de abelhas ficou à solta no meio de uma estrada no interior de São Paulo neste sábado (29). O caso aconteceu depois que o caminhão que transportava os animais se envolveu em um acidente na rodovia Mario Perosa, no trevo próximo a Urupês (a 443 quilômetros da capital). A via teve que ser interditada por mais de três horas. Três pessoas da mesma família morreram quando o carro onde estavam bateu de frente com o caminhão, de acordo com a Polícia Rodoviária Estadual de São José do Rio Preto (SP). Ainda segundo a polícia, para desviar de um outro carro que teria cruzado a rodovia, o motorista foi obrigado a invadir a pista contrária e acabou batendo de frente com o caminhão, carregado com 70 caixas de abelhas –da espécie europeia, as mais comuns entre produtores de mel. Uma mulher de 27 anos morreu no local. Uma criança de 1 ano e onze meses e um homem de 21 anos ficaram presos às ferragens. Para realizar o resgate, os bombeiros precisaram utilizar trajes especiais de apicultores. Pai e filha chegaram a ser resgatados e levados à Santa Casa de Urupês, mas não resistiram aos ferimentos. O motorista do caminhão não se feriu. As abelhas saíram do Mato Grosso e seriam levadas até Novo Horizonte (a 413 km de São Paulo). Apesar do risco de ataques, já que os insetos estavam estressados, o hospital da cidade não registrou casos de vítimas de picadas.
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Liga da Espanha denuncia insultos homofóbicos a Cristiano ante Barça
A liga de futebol da Espanha apresentou nesta terça-feira (5) denúncia contra os insultos homofóbicos direcionados ao jogador Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, durante a vitória da equipe sobre o Barcelona, em clássico disputado no sábado (2). Em um comunicado, a liga afirmou que enviará um relatório do jogo, disputado no estádio Camp Nou, em Barcelona, para o comitê do governo espanhol contra a violência, racismo, xenofobia e intolerância no esporte. De acordo com os relatos, os insultos contra Cristiano Ronaldo aconteceram durante o minuto de silêncio em homenagem a Johan Cruyff, antes do início do jogo. Além disso, o Real Madrid também foi alvo de cânticos cantados por alguns torcedores do Barcelona. Os insultos homofóbicos foram também criticados por grupos que defendem os direitos LGBT. No jogo, o Real Madrid venceu por 2 a 1, com o gol da vitória marcado por Cristiano Ronaldo.
esporte
Liga da Espanha denuncia insultos homofóbicos a Cristiano ante BarçaA liga de futebol da Espanha apresentou nesta terça-feira (5) denúncia contra os insultos homofóbicos direcionados ao jogador Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, durante a vitória da equipe sobre o Barcelona, em clássico disputado no sábado (2). Em um comunicado, a liga afirmou que enviará um relatório do jogo, disputado no estádio Camp Nou, em Barcelona, para o comitê do governo espanhol contra a violência, racismo, xenofobia e intolerância no esporte. De acordo com os relatos, os insultos contra Cristiano Ronaldo aconteceram durante o minuto de silêncio em homenagem a Johan Cruyff, antes do início do jogo. Além disso, o Real Madrid também foi alvo de cânticos cantados por alguns torcedores do Barcelona. Os insultos homofóbicos foram também criticados por grupos que defendem os direitos LGBT. No jogo, o Real Madrid venceu por 2 a 1, com o gol da vitória marcado por Cristiano Ronaldo.
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Renan recua de chapa alternativa e fecha apoio a reeleição de Temer
O grupo do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), recuou do lançamento de uma chapa alternativa ao comando nacional do PMDB e decidiu apoiar a reeleição do vice-presidente Michel Temer. O acordo foi fechado na terça-feira (2), em café da manhã entre Temer e Renan no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente. No encontro, ficou definido que a bancada do partido no Senado Federal manterá três postos na Executiva Nacional do PMDB. Em busca da unidade, o vice-presidente cogita não disputar a reeleição ao cargo em 2018, quando completará 17 anos à frente do partido. Há discussão ainda, defendida pelos senadores do partido, que o peemedebista se licencie do cargo de presidente ainda neste ano. A definição dos postos que serão ocupados pelos senadores peemedebistas ainda não foi fechada. O grupo do vice-presidente ofereceu para Romero Jucá (PMDB-RR) o cargo de vice-presidente e para Eunício Oliveira (PMDB-CE) que continue na tesouraria. A bancada do Senado Federal, no entanto, ainda discute em que posto acomodará o atual vice-presidente Valdir Raupp (PMDB-RO), que poderá se tornar segundo vice-presidente ou, como pregam alguns senadores peemedebistas, presidente da Fundação Ulysses Guimarães, comandada atualmente pelo ex-ministro Moreira Franco. Para pacificar a ala do Rio de Janeiro, Temer também avalia aumentar o espaço do grupo na Executiva Nacional do PMDB, que dispõe hoje apenas de um posto, ocupado pelo líder do partido na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ).
poder
Renan recua de chapa alternativa e fecha apoio a reeleição de TemerO grupo do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), recuou do lançamento de uma chapa alternativa ao comando nacional do PMDB e decidiu apoiar a reeleição do vice-presidente Michel Temer. O acordo foi fechado na terça-feira (2), em café da manhã entre Temer e Renan no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente. No encontro, ficou definido que a bancada do partido no Senado Federal manterá três postos na Executiva Nacional do PMDB. Em busca da unidade, o vice-presidente cogita não disputar a reeleição ao cargo em 2018, quando completará 17 anos à frente do partido. Há discussão ainda, defendida pelos senadores do partido, que o peemedebista se licencie do cargo de presidente ainda neste ano. A definição dos postos que serão ocupados pelos senadores peemedebistas ainda não foi fechada. O grupo do vice-presidente ofereceu para Romero Jucá (PMDB-RR) o cargo de vice-presidente e para Eunício Oliveira (PMDB-CE) que continue na tesouraria. A bancada do Senado Federal, no entanto, ainda discute em que posto acomodará o atual vice-presidente Valdir Raupp (PMDB-RO), que poderá se tornar segundo vice-presidente ou, como pregam alguns senadores peemedebistas, presidente da Fundação Ulysses Guimarães, comandada atualmente pelo ex-ministro Moreira Franco. Para pacificar a ala do Rio de Janeiro, Temer também avalia aumentar o espaço do grupo na Executiva Nacional do PMDB, que dispõe hoje apenas de um posto, ocupado pelo líder do partido na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ).
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Hoje na TV: Brasil x Canadá, no Mundial de polo aquático de Kazan
10h - Torneio de Gstaad, tênis, ESPN + 10h - Torneio de Florianópolis, tênis, Bandsports 11h30 - Nado sincronizado, Mundial de Kazan, SporTV 2 13h30 - Saltos ornamentais, Mundial de Kazan, SporTV 2 14h - Brasil x Canadá, Mundial de polo aquático, SporTV 2 15h30 - PGA Tour, golfe, ESPN 19h - Boa x Criciúma, Série B, SporTV (menos MG) 20h - Baltimore Orioles x Detroit Tigers, beisebol, ESPN + 21h30 - ABC x Bahia, Série B, SporTV (menos RN)
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Hoje na TV: Brasil x Canadá, no Mundial de polo aquático de Kazan10h - Torneio de Gstaad, tênis, ESPN + 10h - Torneio de Florianópolis, tênis, Bandsports 11h30 - Nado sincronizado, Mundial de Kazan, SporTV 2 13h30 - Saltos ornamentais, Mundial de Kazan, SporTV 2 14h - Brasil x Canadá, Mundial de polo aquático, SporTV 2 15h30 - PGA Tour, golfe, ESPN 19h - Boa x Criciúma, Série B, SporTV (menos MG) 20h - Baltimore Orioles x Detroit Tigers, beisebol, ESPN + 21h30 - ABC x Bahia, Série B, SporTV (menos RN)
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Alerta de especialistas no Japão sobre 'grande terremoto' causa apreensão
Cinco anos após o terremoto de 9.0 graus que provocou um tsunami e deixou mais de 15 mil mortos no nordeste do Japão, uma série de fortes tremores registrada desde o último dia 14 no sudoeste do país reacendeu temores de que uma tragédia como a de 2011 possa se repetir em breve. Os dois abalos sísmicos mais fortes da semana passada, de 6,5 e 7,3 graus, deixaram até agora 42 mortos na província de Kumamoto. Além disso, perto de 250 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas por causa do risco de desabamento em consequência da série de réplicas. Mais de 600 tremores foram registrados até agora na região e a terra continua se mexendo. Esses números são impressionantes, pois representam quase metade dos terremotos registrados anualmente no país. O Japão está localizado sobre três placas tectônicas: Eurasiana, das Filipinas e do Pacífico. Cada uma delas foi formada a partir de "colagens" de placas mais antigas e, por isso, sua formação é cheia de irregularidades, chamadas de falhas. O terremoto ocorre justamente quando essas falhas se "acomodam". O medo, segundo tem divulgado a mídia japonesa, é de que esses fortes tremores na região sudoeste desencadeiem o assentamento de outras falhas e virem um efeito dominó, subindo pelo arquipélago. "Em ambas extremidades da falha é possível que haja deformação por causa da sua movimentação inicial concentrada, o que acaba incentivando outras falhas próximas a se movimentarem", explicou à BBC Brasil o pesquisador e professor de sismologia Naoshi Hirata, do Instituto de Pesquisas de Terremotos da Universidade de Tóquio. Um relatório assinado por especialistas da Universidade de Kyoto e divulgado pela imprensa diz que que fortes terremotos poderiam ocorrer em torno de uma grande falha que se estende do sudoeste do país até próximo à Tóquio. Os especialistas acreditam que os novos tremores sejam um sinal dessa movimentação. Os últimos tremores foram registrados em uma área que abrange três províncias ao norte de Kumamoto e partes da região mais central do país. Porém, para Hirata, esses abalos sísmicos intensos no sudoeste do Japão não devem desencadear os temidos e fortes terremotos esperados para as regiões mais próximas da capital japonesa. "São áreas muito distantes de Kumamoto", lembra. Mesmo assim, para os pesquisadores, estes fenômenos naturais de grande proporção não estão longe de acontecer. Segundo estimativas da Universidade de Tóquio, existe 98% de possibilidade de que nos próximos 30 anos aconteça o que eles chamam de Grande Terremoto de Kanto, em uma área onde se encontra a capital japonesa. O último terremoto forte nesta região foi registrado em 1923 e teve uma magnitude de 7,8 graus. Na época, mais de 140 mil pessoas morreram. Já os cálculos da Agência de Meteorologia do Japão é de que essa probabilidade seja de 70%. ALERTA Por causa do grande destaque na mídia à possibilidade de um aumento nas fortes atividades sísmicas no país, o Consulado do Brasil em Tóquio divulgou um alerta para os brasileiros que vivem no país, que hoje são cerca de 200 mil brasileiros. "Tendo em vista que os dois fortes terremotos da semana passada podem representar o início de outros tremores, tomamos a iniciativa de avisar os brasileiros para que eles estejam preparados, tenham mais informação e possam localizar facilmente os abrigos", explicou Marco Farani, cônsul-geral do Brasil em Tóquio. Para o diplomata, a divulgação do alerta é uma obrigação do consulado. "Nosso objetivo é fazer com que os brasileiros estejam alertas e que tomem as providências para se proteger", justificou. Arnaldo Caiche D'Oliveira, cônsul-geral do Brasil em Nagoia, região que concentra a maior parte dos brasileiros no Japão, também tem se preocupado em informar os brasileiros e garantiu que existe um plano bem detalhado de ação e assistência em caso de desastres de grandes proporções. Para que tudo ocorra como o planejado, os funcionários dos três consulados brasileiros existentes no Japão passam por treinamentos regulares. "O objetivo é aperfeiçoar a capacidade de resposta do consulado a um desastre", explicou o cônsul. KIT TERREMOTO Rodrigo Sumikawa, 37, mora em Hamamatsu, uma das cidades japonesas com maior número de brasileiros e que está na lista das que serão mais afetadas em caso de um grande terremoto, e que inclusive pode ser atingida por um tsunami. Por causa dos riscos, ele tem uma mochila com roupa, comida, água e artigos de primeira necessidade pronta para o caso de ter de sair correndo de casa. "Também participo dos treinamentos oferecidos na fábrica e fiz um curso de primeiros socorros", contou. Medo ele confessa que tem. "Mas a gente não fica pensando muito nisso." Já Gracete Suzuki, 62, diz já estar acostumada com os terremotos no Japão. "Mas agora, com tanta notícia sobre esses fortes tremores que estão para acontecer, comecei a ficar com medo", contou a brasileira. Por isso, depois de 23 anos morando no Japão, ela contou que finalmente montou um kit terremoto para cada membro da família. "Bateu uma insegurança e achei melhor me prevenir desta vez." PAÍS PREPARADO Apesar das previsões nada otimistas, o professor Hirata lembra que o Japão é um país bastante preparado para fortes terremotos. As normas de segurança para construções melhoraram depois de 1995, ano em que um forte tremor em Kobe matou mais de 6.400 pessoas, muitas das quais vítimas de desabamento de edifícios. "O código de construção atual é resultado de muitas experiências de grandes desastres sísmicos do passado. Casas e edifícios construídos depois de 1981 entram no chamado novo código de construção, o que garante uma certa segurança", explicou o pesquisador japonês. No entanto, ele lembra que ainda há cerca de 20% de construções que não são nem um pouco resistentes a fortes tremores ou que possuem estruturas que podem causar facilmente incêndios.
mundo
Alerta de especialistas no Japão sobre 'grande terremoto' causa apreensãoCinco anos após o terremoto de 9.0 graus que provocou um tsunami e deixou mais de 15 mil mortos no nordeste do Japão, uma série de fortes tremores registrada desde o último dia 14 no sudoeste do país reacendeu temores de que uma tragédia como a de 2011 possa se repetir em breve. Os dois abalos sísmicos mais fortes da semana passada, de 6,5 e 7,3 graus, deixaram até agora 42 mortos na província de Kumamoto. Além disso, perto de 250 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas por causa do risco de desabamento em consequência da série de réplicas. Mais de 600 tremores foram registrados até agora na região e a terra continua se mexendo. Esses números são impressionantes, pois representam quase metade dos terremotos registrados anualmente no país. O Japão está localizado sobre três placas tectônicas: Eurasiana, das Filipinas e do Pacífico. Cada uma delas foi formada a partir de "colagens" de placas mais antigas e, por isso, sua formação é cheia de irregularidades, chamadas de falhas. O terremoto ocorre justamente quando essas falhas se "acomodam". O medo, segundo tem divulgado a mídia japonesa, é de que esses fortes tremores na região sudoeste desencadeiem o assentamento de outras falhas e virem um efeito dominó, subindo pelo arquipélago. "Em ambas extremidades da falha é possível que haja deformação por causa da sua movimentação inicial concentrada, o que acaba incentivando outras falhas próximas a se movimentarem", explicou à BBC Brasil o pesquisador e professor de sismologia Naoshi Hirata, do Instituto de Pesquisas de Terremotos da Universidade de Tóquio. Um relatório assinado por especialistas da Universidade de Kyoto e divulgado pela imprensa diz que que fortes terremotos poderiam ocorrer em torno de uma grande falha que se estende do sudoeste do país até próximo à Tóquio. Os especialistas acreditam que os novos tremores sejam um sinal dessa movimentação. Os últimos tremores foram registrados em uma área que abrange três províncias ao norte de Kumamoto e partes da região mais central do país. Porém, para Hirata, esses abalos sísmicos intensos no sudoeste do Japão não devem desencadear os temidos e fortes terremotos esperados para as regiões mais próximas da capital japonesa. "São áreas muito distantes de Kumamoto", lembra. Mesmo assim, para os pesquisadores, estes fenômenos naturais de grande proporção não estão longe de acontecer. Segundo estimativas da Universidade de Tóquio, existe 98% de possibilidade de que nos próximos 30 anos aconteça o que eles chamam de Grande Terremoto de Kanto, em uma área onde se encontra a capital japonesa. O último terremoto forte nesta região foi registrado em 1923 e teve uma magnitude de 7,8 graus. Na época, mais de 140 mil pessoas morreram. Já os cálculos da Agência de Meteorologia do Japão é de que essa probabilidade seja de 70%. ALERTA Por causa do grande destaque na mídia à possibilidade de um aumento nas fortes atividades sísmicas no país, o Consulado do Brasil em Tóquio divulgou um alerta para os brasileiros que vivem no país, que hoje são cerca de 200 mil brasileiros. "Tendo em vista que os dois fortes terremotos da semana passada podem representar o início de outros tremores, tomamos a iniciativa de avisar os brasileiros para que eles estejam preparados, tenham mais informação e possam localizar facilmente os abrigos", explicou Marco Farani, cônsul-geral do Brasil em Tóquio. Para o diplomata, a divulgação do alerta é uma obrigação do consulado. "Nosso objetivo é fazer com que os brasileiros estejam alertas e que tomem as providências para se proteger", justificou. Arnaldo Caiche D'Oliveira, cônsul-geral do Brasil em Nagoia, região que concentra a maior parte dos brasileiros no Japão, também tem se preocupado em informar os brasileiros e garantiu que existe um plano bem detalhado de ação e assistência em caso de desastres de grandes proporções. Para que tudo ocorra como o planejado, os funcionários dos três consulados brasileiros existentes no Japão passam por treinamentos regulares. "O objetivo é aperfeiçoar a capacidade de resposta do consulado a um desastre", explicou o cônsul. KIT TERREMOTO Rodrigo Sumikawa, 37, mora em Hamamatsu, uma das cidades japonesas com maior número de brasileiros e que está na lista das que serão mais afetadas em caso de um grande terremoto, e que inclusive pode ser atingida por um tsunami. Por causa dos riscos, ele tem uma mochila com roupa, comida, água e artigos de primeira necessidade pronta para o caso de ter de sair correndo de casa. "Também participo dos treinamentos oferecidos na fábrica e fiz um curso de primeiros socorros", contou. Medo ele confessa que tem. "Mas a gente não fica pensando muito nisso." Já Gracete Suzuki, 62, diz já estar acostumada com os terremotos no Japão. "Mas agora, com tanta notícia sobre esses fortes tremores que estão para acontecer, comecei a ficar com medo", contou a brasileira. Por isso, depois de 23 anos morando no Japão, ela contou que finalmente montou um kit terremoto para cada membro da família. "Bateu uma insegurança e achei melhor me prevenir desta vez." PAÍS PREPARADO Apesar das previsões nada otimistas, o professor Hirata lembra que o Japão é um país bastante preparado para fortes terremotos. As normas de segurança para construções melhoraram depois de 1995, ano em que um forte tremor em Kobe matou mais de 6.400 pessoas, muitas das quais vítimas de desabamento de edifícios. "O código de construção atual é resultado de muitas experiências de grandes desastres sísmicos do passado. Casas e edifícios construídos depois de 1981 entram no chamado novo código de construção, o que garante uma certa segurança", explicou o pesquisador japonês. No entanto, ele lembra que ainda há cerca de 20% de construções que não são nem um pouco resistentes a fortes tremores ou que possuem estruturas que podem causar facilmente incêndios.
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Governo prevê recuperação da economia apenas no último trimestre
Após participar da reunião de coordenação política do governo Dilma Rousseff, nesta segunda-feira (27), o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) afirmou que o Palácio do Planalto espera a recuperação da economia para o último trimestre deste ano. A nova previsão adia os planos do governo, que considerava que o país poderia voltar a crescer já no início do segundo semestre. De acordo com Barbosa, a redução da meta fiscal de 1,1% para 0,15% do PIB, medida que ainda tem gerado desconfiança no mercado e reflexos financeiros importantes, é "compatível com a manutenção dos principais programas do governo", mas o Planalto não pretende usar as reservas internacionais para segurar a alta do dólar. "[A redução da meta fiscal] É compatível com a manutenção dos principais programas do governo e com a recuperação da economia, que nós esperamos que já comece a acontecer a partir do final deste ano, a partir do último trimestre de 2015, e ganhe força a partir do ano que vem", disse o ministro. "O governo não pensa em utilizar os estoques de reservas internacionais [para segurar a alta do dólar], que é um ativo que dá ao governo brasileiro maior autonomia na condução de sua política econômica. Essa é um decisão que não é de agora, é de 2005, quando o governo do presidente Lula decidiu pagar a dívida do FMI e acumular reservas internacionais", completou. Barbosa ressaltou ainda que vê sinais de recuperação em alguns setores da economia, como agronegócio e exportações, e que é "natural" que, com mudanças no cenário econômico, os preços flutuem e haja um aumento temporário da inflação, que deve ser reduzida no ano que vem. "Temos um aumento temporário na inflação deste ano, mas as expectativas para o ano seguinte já indicam uma redução mais rápida para a inflação. Estamos numa fase de reequilíbrio, numa fase de ajuste. Durante essa fase há um aumento temporário da inflação e uma redução da atividade econômica, com flutuação de alguns preços", disse. Para ele, o importante é que a economia brasileira "absorva" essas flutuações sem grandes prejuízos. META FISCAL A revisão da meta fiscal, anunciada na semana passada pelo governo, deve ser aprovada em projeto de lei pelo Congresso. Barbosa afirmou que a equipe econômica atuará diretamente na articulação com os parlamentares. "Acertamos uma agenda no Congresso. A equipe econômica vai apresentar o cenário para as lideranças, vamos fazer reuniões com os partidos da base, dialogar com os parlamentares, sindicatos, mercado e imprensa", afirmou Barbosa. "Temos confiança de que os mercados vão se ajustar a esse novo cenário", completou.
mercado
Governo prevê recuperação da economia apenas no último trimestreApós participar da reunião de coordenação política do governo Dilma Rousseff, nesta segunda-feira (27), o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) afirmou que o Palácio do Planalto espera a recuperação da economia para o último trimestre deste ano. A nova previsão adia os planos do governo, que considerava que o país poderia voltar a crescer já no início do segundo semestre. De acordo com Barbosa, a redução da meta fiscal de 1,1% para 0,15% do PIB, medida que ainda tem gerado desconfiança no mercado e reflexos financeiros importantes, é "compatível com a manutenção dos principais programas do governo", mas o Planalto não pretende usar as reservas internacionais para segurar a alta do dólar. "[A redução da meta fiscal] É compatível com a manutenção dos principais programas do governo e com a recuperação da economia, que nós esperamos que já comece a acontecer a partir do final deste ano, a partir do último trimestre de 2015, e ganhe força a partir do ano que vem", disse o ministro. "O governo não pensa em utilizar os estoques de reservas internacionais [para segurar a alta do dólar], que é um ativo que dá ao governo brasileiro maior autonomia na condução de sua política econômica. Essa é um decisão que não é de agora, é de 2005, quando o governo do presidente Lula decidiu pagar a dívida do FMI e acumular reservas internacionais", completou. Barbosa ressaltou ainda que vê sinais de recuperação em alguns setores da economia, como agronegócio e exportações, e que é "natural" que, com mudanças no cenário econômico, os preços flutuem e haja um aumento temporário da inflação, que deve ser reduzida no ano que vem. "Temos um aumento temporário na inflação deste ano, mas as expectativas para o ano seguinte já indicam uma redução mais rápida para a inflação. Estamos numa fase de reequilíbrio, numa fase de ajuste. Durante essa fase há um aumento temporário da inflação e uma redução da atividade econômica, com flutuação de alguns preços", disse. Para ele, o importante é que a economia brasileira "absorva" essas flutuações sem grandes prejuízos. META FISCAL A revisão da meta fiscal, anunciada na semana passada pelo governo, deve ser aprovada em projeto de lei pelo Congresso. Barbosa afirmou que a equipe econômica atuará diretamente na articulação com os parlamentares. "Acertamos uma agenda no Congresso. A equipe econômica vai apresentar o cenário para as lideranças, vamos fazer reuniões com os partidos da base, dialogar com os parlamentares, sindicatos, mercado e imprensa", afirmou Barbosa. "Temos confiança de que os mercados vão se ajustar a esse novo cenário", completou.
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'Já dá para sentir um pouco desse negócio de ser ídolo', afirma Isaquias
MARCEL MERGUIZO PAULO ROBERTO CONDE ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO Ele não tem um rim. Nasceu em família pobre, e o esporte o alçou ao sucesso. No Rio, antes mesmo da cerimônia de abertura dos Jogos, tinha seu nome muito comentado. Agora, sente-se um herói nacional. Como se fosse o Pelé da canoagem velocidade no Brasil. Isaquias Queiroz tem algumas semelhanças com o Rei do Futebol. Graças às medalhas olímpicas conquistadas nesta semana, ele começou a perceber como é se tornar um ídolo nacional. "Já dá para sentir um pouco desse negócio de ser ídolo", afirmou o baiano de 22 anos, medalhista de prata e bronze nos Jogos do Rio. "Ontem fui tentar ir à academia, e todo mundo me parava na rua para tirar foto. Meu técnico [Jesús Morlán] teve que me tirar dali", contou o atleta, que não está hospedado na Vila Olímpica, mas em um hotel na zona sul do Rio, pela proximidade com a lagoa Rodrigo de Freitas. Após a conquista do bronze no C1 200 m, Isaquias demorou mais do que o comum entre medalhistas na área de entrevistas porque, no estádio da lagoa, os torcedores ficam muito próximos à chamada zona mista. Isaquias, então, parava a cada pedido de fotos. A cena se repetiu algumas vezes: ele pegava o celular de um torcedor, virava-se para o fã, erguia a medalha com uma mão e tirava uma selfie com a outra. O atleta deu tamanha atenção à torcida que os organizados precisaram retirá-lo da frente de um portão que dava acesso à área dos atletas com receio de que houvesse invasão. "Eu fui agradecer a todos [torcedores], porque os atletas precisam deles do lado. Sou muito agradecido a eles. Não poderia estar mais feliz. Reconhecimento é o que todo atleta quer", disse. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
esporte
'Já dá para sentir um pouco desse negócio de ser ídolo', afirma Isaquias MARCEL MERGUIZO PAULO ROBERTO CONDE ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO Ele não tem um rim. Nasceu em família pobre, e o esporte o alçou ao sucesso. No Rio, antes mesmo da cerimônia de abertura dos Jogos, tinha seu nome muito comentado. Agora, sente-se um herói nacional. Como se fosse o Pelé da canoagem velocidade no Brasil. Isaquias Queiroz tem algumas semelhanças com o Rei do Futebol. Graças às medalhas olímpicas conquistadas nesta semana, ele começou a perceber como é se tornar um ídolo nacional. "Já dá para sentir um pouco desse negócio de ser ídolo", afirmou o baiano de 22 anos, medalhista de prata e bronze nos Jogos do Rio. "Ontem fui tentar ir à academia, e todo mundo me parava na rua para tirar foto. Meu técnico [Jesús Morlán] teve que me tirar dali", contou o atleta, que não está hospedado na Vila Olímpica, mas em um hotel na zona sul do Rio, pela proximidade com a lagoa Rodrigo de Freitas. Após a conquista do bronze no C1 200 m, Isaquias demorou mais do que o comum entre medalhistas na área de entrevistas porque, no estádio da lagoa, os torcedores ficam muito próximos à chamada zona mista. Isaquias, então, parava a cada pedido de fotos. A cena se repetiu algumas vezes: ele pegava o celular de um torcedor, virava-se para o fã, erguia a medalha com uma mão e tirava uma selfie com a outra. O atleta deu tamanha atenção à torcida que os organizados precisaram retirá-lo da frente de um portão que dava acesso à área dos atletas com receio de que houvesse invasão. "Eu fui agradecer a todos [torcedores], porque os atletas precisam deles do lado. Sou muito agradecido a eles. Não poderia estar mais feliz. Reconhecimento é o que todo atleta quer", disse. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
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Promotoria multa Prefeitura de SP por fechar a avenida Paulista para carros
O Ministério Público multou a Prefeitura de São Paulo em R$ 50.101,49 por fechar a avenida Paulista (região central) para o tráfego de carros no último domingo (18). A Promotoria alega que a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) descumpriu um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado em 2007, que previa o bloqueio total da via apenas três vezes ao ano. Haddad e a Promotoria entraram em atrito após promotores tentarem barrar o fechamento da via aos domingos, sob a ameaça de aplicar uma multa e entrar na Justiça conta a ação. A prefeitura rebate, dizendo que o TAC se refere a grandes eventos. Alega, também, que o fechamento da Paulista aos carros é uma política pública que cria uma área de lazer na cidade, nos fins de semana. Em nota publicada nesta sexta-feira (23), o promotor de Habitação e Habitação e Urbanismo José Fernando Cecchi informou ter notificado a prefeitura no dia anterior para que ela depositasse o dinheiro da multa em até 15 dias ao Fundo Estadual de Reparação dos Interesses Difusos. A Promotoria informou ainda que a multa será aplicada sempre que a via voltar a ser fechada. A prefeitura informou que não pretende cancelar o fechamento da avenida Paulista ou qualquer outra via da cidade "dentro da sua política pública de ampliar os espaços de lazer da população". A prefeitura deve voltar a fechar a avenida Paulista para o tráfego de carros no próximo domingo (25). Desta vez, porém, será por menos tempo. A intenção é não atrapalhar a chegada dos estudantes que vão prestar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2015 em colégios da região. O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, disse que a via só deve ser fechada às 13h –horário máximo permitido para a entrada dos candidatos que vão fazer a prova. A proposta da prefeitura é fechar a via sempre aos domingos, das 9h às 17h. O município disse ter discutido o fechamento da Paulista "à exaustão com o Ministério Público e acatou várias sugestões oferecidas", mas ainda está aberto ao diálogo. A prefeitura conclui dizendo que o TAC refere-se a eventos privados, e que o fechamento do local para carros aos domingos é uma política pública dentro de uma lei do Plano Nacional de Mobilidade, aprovada em 2012, que prioriza pedestres e veículos não motorizados.
cotidiano
Promotoria multa Prefeitura de SP por fechar a avenida Paulista para carrosO Ministério Público multou a Prefeitura de São Paulo em R$ 50.101,49 por fechar a avenida Paulista (região central) para o tráfego de carros no último domingo (18). A Promotoria alega que a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) descumpriu um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado em 2007, que previa o bloqueio total da via apenas três vezes ao ano. Haddad e a Promotoria entraram em atrito após promotores tentarem barrar o fechamento da via aos domingos, sob a ameaça de aplicar uma multa e entrar na Justiça conta a ação. A prefeitura rebate, dizendo que o TAC se refere a grandes eventos. Alega, também, que o fechamento da Paulista aos carros é uma política pública que cria uma área de lazer na cidade, nos fins de semana. Em nota publicada nesta sexta-feira (23), o promotor de Habitação e Habitação e Urbanismo José Fernando Cecchi informou ter notificado a prefeitura no dia anterior para que ela depositasse o dinheiro da multa em até 15 dias ao Fundo Estadual de Reparação dos Interesses Difusos. A Promotoria informou ainda que a multa será aplicada sempre que a via voltar a ser fechada. A prefeitura informou que não pretende cancelar o fechamento da avenida Paulista ou qualquer outra via da cidade "dentro da sua política pública de ampliar os espaços de lazer da população". A prefeitura deve voltar a fechar a avenida Paulista para o tráfego de carros no próximo domingo (25). Desta vez, porém, será por menos tempo. A intenção é não atrapalhar a chegada dos estudantes que vão prestar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2015 em colégios da região. O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, disse que a via só deve ser fechada às 13h –horário máximo permitido para a entrada dos candidatos que vão fazer a prova. A proposta da prefeitura é fechar a via sempre aos domingos, das 9h às 17h. O município disse ter discutido o fechamento da Paulista "à exaustão com o Ministério Público e acatou várias sugestões oferecidas", mas ainda está aberto ao diálogo. A prefeitura conclui dizendo que o TAC refere-se a eventos privados, e que o fechamento do local para carros aos domingos é uma política pública dentro de uma lei do Plano Nacional de Mobilidade, aprovada em 2012, que prioriza pedestres e veículos não motorizados.
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Mortes: Mazolinha, o esquecido herói do Botafogo
Quando a TV quis contar a história dos "coadjuvantes de luxo" do futebol, homens de raça que brilharam por instantes sob os holofotes da decisão para então apagar-se diluídos no cotidiano, pensou em Mazolinha. Na memória do público, ele durou o tempo de um passe. Obra do destino, e não só do talento, Vágner Aparecido foi construído e desconstruído pelo capricho do jogo. No 21 de junho, a torcida explodia no Maracanã. A final era contra o Flamengo de Zico. Foi de Mazolinha a jogada que alçou o Botafogo, após 21 anos, ao título de campeão carioca de 1989. Aos 12 do segundo tempo veio o passe de Luisinho: ele lançou na área e Maurício cravou –gol! E daí para o hall da fama de poucos dias. Com o prêmio, comprou um Passat Pointer. E foi isso. O rapaz "de coração puro", nascido em Santa Bárbara d'Oeste (SP), acabou de volta às origens. "Não sou parado na rua", lamentava, pá de pedreiro na mão, enquanto alisava a parede. Na TV, contava como dias após o grande passe foi cedido ao Avaí. A partir daí, Mazolinha, obra erguida em bases frágeis, passou a desconstruir-se. Abriu uma confecção, faliu no Plano Collor, separou-se. Foi sacoleiro, carpinteiro, caiu no álcool, até casar-se e retomar a profissão. A história era a de alguém que poderia ter sido e não foi. Infartou aos 57 no dia 5. Deixa três filhos e lembrança do dia em que foi jogado para o alto como herói, ainda que para logo cair no esquecimento. Sorrindo amarelo para a câmera, Mazolinha desabafou: "Se eu tivesse feito o gol..." [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
cotidiano
Mortes: Mazolinha, o esquecido herói do BotafogoQuando a TV quis contar a história dos "coadjuvantes de luxo" do futebol, homens de raça que brilharam por instantes sob os holofotes da decisão para então apagar-se diluídos no cotidiano, pensou em Mazolinha. Na memória do público, ele durou o tempo de um passe. Obra do destino, e não só do talento, Vágner Aparecido foi construído e desconstruído pelo capricho do jogo. No 21 de junho, a torcida explodia no Maracanã. A final era contra o Flamengo de Zico. Foi de Mazolinha a jogada que alçou o Botafogo, após 21 anos, ao título de campeão carioca de 1989. Aos 12 do segundo tempo veio o passe de Luisinho: ele lançou na área e Maurício cravou –gol! E daí para o hall da fama de poucos dias. Com o prêmio, comprou um Passat Pointer. E foi isso. O rapaz "de coração puro", nascido em Santa Bárbara d'Oeste (SP), acabou de volta às origens. "Não sou parado na rua", lamentava, pá de pedreiro na mão, enquanto alisava a parede. Na TV, contava como dias após o grande passe foi cedido ao Avaí. A partir daí, Mazolinha, obra erguida em bases frágeis, passou a desconstruir-se. Abriu uma confecção, faliu no Plano Collor, separou-se. Foi sacoleiro, carpinteiro, caiu no álcool, até casar-se e retomar a profissão. A história era a de alguém que poderia ter sido e não foi. Infartou aos 57 no dia 5. Deixa três filhos e lembrança do dia em que foi jogado para o alto como herói, ainda que para logo cair no esquecimento. Sorrindo amarelo para a câmera, Mazolinha desabafou: "Se eu tivesse feito o gol..." [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Estatal brasileira de energia nuclear negocia contratos na Argentina
Uma missão de executivos da empresa estatal INB (Indústrias Nucleares do Brasil) está na Argentina em busca de negócios no país vizinho. Em junho, a companhia, que é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, firmou contrato para fornecer urânio à menor das quatro usinas argentinas. Esse negócio tem valor de US$ 4,5 milhões (R$ 14 milhões, na cotação atual). "O esforço agora é para conseguir contratos com as outras", diz João Carlos Tupinambá, presidente da INB. A visita é comercial e técnica, para averiguar se o urânio brasileiro, cuja tecnologia foi desenvolvida pela Marinha, pode ser usado nos três outros reatores do país. A Argentina vai ampliar de quatro para sete o número de usinas nucleares. Das três a serem construídas, duas serão feitas por chineses. A outra concorrência está aberta. O Brasil dificilmente conseguirá se tornar fornecedor de urânio das novas instalações, pois, nos primeiros anos de vida delas, o fabricante supre o combustível. Leia a coluna completa aqui.
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Estatal brasileira de energia nuclear negocia contratos na ArgentinaUma missão de executivos da empresa estatal INB (Indústrias Nucleares do Brasil) está na Argentina em busca de negócios no país vizinho. Em junho, a companhia, que é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, firmou contrato para fornecer urânio à menor das quatro usinas argentinas. Esse negócio tem valor de US$ 4,5 milhões (R$ 14 milhões, na cotação atual). "O esforço agora é para conseguir contratos com as outras", diz João Carlos Tupinambá, presidente da INB. A visita é comercial e técnica, para averiguar se o urânio brasileiro, cuja tecnologia foi desenvolvida pela Marinha, pode ser usado nos três outros reatores do país. A Argentina vai ampliar de quatro para sete o número de usinas nucleares. Das três a serem construídas, duas serão feitas por chineses. A outra concorrência está aberta. O Brasil dificilmente conseguirá se tornar fornecedor de urânio das novas instalações, pois, nos primeiros anos de vida delas, o fabricante supre o combustível. Leia a coluna completa aqui.
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'Saturday Night Live' faz esquete sobre Estado Islâmico com atriz de '50 Tons'
A atriz Dakota Johnson, protagonista do longa "Cinquenta Tons de Cinza", causou polêmica nas redes sociais neste sábado (28), após apresentar, no programa "Saturday Night Live", um esquete em que era recrutada pelo grupo Estado Islâmico. Sátira de um comercial da Toyota, que mostra um pai levando a filha para o aeroporto para juntar-se ao exército americano, o quadro mostra Johnson saindo do carro e entrando na caçamba de uma caminhonete com homens armados. "Tome cuidado," diz o ator que interpreta o pai de Johnson no esquete, que ainda pede que os homens "tomem conta dela" (a que um dos barbudos responde com "morte à América"). "Pai, é só o Estado Islâmico", responde ela. O quadro causou polêmica nas redes sociais, com muitos internautas dizendo que era "insensível" da parte do programa fazer piada com o recrutamento de combatentes para o Estado Islâmico. "Não pode ser sério. Um quadro sobre o EI? Como se fosse ir para a faculdade? Quando tantas pessoas estão sendo sequestradas e mortas? Depravado. #SNL", escreveu um usuário. Algumas pessoas, no entanto, saíram em defesa do programa. "Ninguém merece mais o ridículo do que esse grupo", disse um usuário no Twitter. Veja vídeo Veja o comercial da Toyota parodiado pelo "SNL": Veja vídeo
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'Saturday Night Live' faz esquete sobre Estado Islâmico com atriz de '50 Tons'A atriz Dakota Johnson, protagonista do longa "Cinquenta Tons de Cinza", causou polêmica nas redes sociais neste sábado (28), após apresentar, no programa "Saturday Night Live", um esquete em que era recrutada pelo grupo Estado Islâmico. Sátira de um comercial da Toyota, que mostra um pai levando a filha para o aeroporto para juntar-se ao exército americano, o quadro mostra Johnson saindo do carro e entrando na caçamba de uma caminhonete com homens armados. "Tome cuidado," diz o ator que interpreta o pai de Johnson no esquete, que ainda pede que os homens "tomem conta dela" (a que um dos barbudos responde com "morte à América"). "Pai, é só o Estado Islâmico", responde ela. O quadro causou polêmica nas redes sociais, com muitos internautas dizendo que era "insensível" da parte do programa fazer piada com o recrutamento de combatentes para o Estado Islâmico. "Não pode ser sério. Um quadro sobre o EI? Como se fosse ir para a faculdade? Quando tantas pessoas estão sendo sequestradas e mortas? Depravado. #SNL", escreveu um usuário. Algumas pessoas, no entanto, saíram em defesa do programa. "Ninguém merece mais o ridículo do que esse grupo", disse um usuário no Twitter. Veja vídeo Veja o comercial da Toyota parodiado pelo "SNL": Veja vídeo
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Ministro admite racionar energia se nível de reservatórios cair a 10%
O ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) disse nesta quinta-feira (22) que um racionamento de energia elétrica será decretado caso o nível dos reservatórios chegue ao limite chamado de "prudencial", estabelecido em 10%. Na última segunda-feira (19), um apagão atingiu 11 Estados e o Distrito Federal. "10% é o limite prudencial", disse. "Nenhum reservatório de hidrelétrica pode funcionar com menos de 10% de água. Ele tem problemas técnicos que impedem que as turbinas funcionem. Não é no Sudeste. É em qualquer lugar", destacou. De acordo com os dados mais recentes publicados no site do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o nível dos reservatórios no Sudeste/Centro-Oeste, os mais importantes para geração hídrica no país, está em 17,43%. O nível é mais baixo que o de janeiro de 2001, ano em que o governo, comandado à época por Fernando Henrique Cardoso, colocou um plano de racionamento de energia em prática. Em janeiro de 2001, os reservatórios do Sudeste/Centro-oeste estavam 31,41% cheios. O Nordeste está 17,18% cheio e o Norte, 35,2%. Apenas a região sul apresenta indicador melhor (67,17%). Durante a tarde, Braga esteve reunido com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para tratar o assunto. "Estamos também muito preocupados com a situação hidrológica. Inclusive amanhã teremos uma reunião na casa Civil com a ANA (Agência Nacional de Águas), o Ministério do Meio Ambiente, de Ciência e Tecnologia e outros, porque o nível hidrológico chegou a níveis mínimos em várias regiões", explicou. "Estamos fazendo um acompanhamento muito de perto. Por causa das hidrelétricas e por questões de abastecimento", completou. Braga disse que a reunião desta tarde foi uma preliminar para o encontro desta sexta-feira (23), quando será elaborado plano de ações e detalhados cenários possíveis. ARGENTINA Ao comentar a importação de energia da Argentina, o ministro disse que o Brasil tem desde 2006 um acordo com o país vizinho. "Nós temos, portanto, um sistema interligado com a Argentina. É normal nós usarmos a energia deles e eles usarem energia nossa. Isso sequer é tratado como compra de energia. O que nós temos é compensação de energia. Isso é feito desde 2006", afirmou. Quando questionado sobre o motivo do uso neste momento, especificamente, já que essa importação não era feita desde 2010, Braga disse não ter a informação. "A informação que tenho é que não é a primeira vez que ela é usada. Ainda não vi os boletins do ONS", explicou. Braga destacou que a medida não foi emergencial e voltou a destacar que "não falta energia no Brasil". "Para você ter uma ideia, no dia de ontem tínhamos 2,5 GW de energia sobrando no Nordeste, mas por limitações que temos nos entroncamentos das nossas linhas de transmissão, não tínhamos como trazer essa energia para o Sudeste", afirmou. "No total temos energia mais do que suficientes. Muitas vezes o que acontece é que temos que remanejar através das linhas de transmissão. Isso não significa dizer que está faltando energia", concluiu. Esta semana o Brasil voltou a importar energia da Argentina para fazer frente ao consumo intenso no país. Nesta quarta-feira (21), pelo segundo dia consecutivo, uma carga do país vizinho foi enviada por uma interligação no Rio Grande do Sul. Na última terça (20), um dia depois do apagão que atingiu 11 Estados e o Distrito Federal, o ONS autorizou a transferência de energia. Foi a primeira vez que o governo Dilma Rousseff usou um acordo firmado em 2006 com o país vizinho, projetado para funcionar em situações de emergência. As últimas importações ocorreram em novembro e dezembro de 2010. HISTÓRICO Na última terça-feira (20), porém, Braga afirmou que o apagão não ocorreu por falta de energia, mas por uma sequência de desligamentos. No mesmo dia, o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, afirmou que não houve apagão. "O que houve foi um corte preventivo feito pelo operador para evitar o desligamento de maiores proporções", disse. A posição do ministro tentou se sobrepor ao fato de que, segundo o próprio ONS, houve um recorde de consumo de energia minutos antes de o desligamento ocorrer. (COM LUCAS VETTORAZZO, DO RIO)
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Ministro admite racionar energia se nível de reservatórios cair a 10%O ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) disse nesta quinta-feira (22) que um racionamento de energia elétrica será decretado caso o nível dos reservatórios chegue ao limite chamado de "prudencial", estabelecido em 10%. Na última segunda-feira (19), um apagão atingiu 11 Estados e o Distrito Federal. "10% é o limite prudencial", disse. "Nenhum reservatório de hidrelétrica pode funcionar com menos de 10% de água. Ele tem problemas técnicos que impedem que as turbinas funcionem. Não é no Sudeste. É em qualquer lugar", destacou. De acordo com os dados mais recentes publicados no site do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o nível dos reservatórios no Sudeste/Centro-Oeste, os mais importantes para geração hídrica no país, está em 17,43%. O nível é mais baixo que o de janeiro de 2001, ano em que o governo, comandado à época por Fernando Henrique Cardoso, colocou um plano de racionamento de energia em prática. Em janeiro de 2001, os reservatórios do Sudeste/Centro-oeste estavam 31,41% cheios. O Nordeste está 17,18% cheio e o Norte, 35,2%. Apenas a região sul apresenta indicador melhor (67,17%). Durante a tarde, Braga esteve reunido com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para tratar o assunto. "Estamos também muito preocupados com a situação hidrológica. Inclusive amanhã teremos uma reunião na casa Civil com a ANA (Agência Nacional de Águas), o Ministério do Meio Ambiente, de Ciência e Tecnologia e outros, porque o nível hidrológico chegou a níveis mínimos em várias regiões", explicou. "Estamos fazendo um acompanhamento muito de perto. Por causa das hidrelétricas e por questões de abastecimento", completou. Braga disse que a reunião desta tarde foi uma preliminar para o encontro desta sexta-feira (23), quando será elaborado plano de ações e detalhados cenários possíveis. ARGENTINA Ao comentar a importação de energia da Argentina, o ministro disse que o Brasil tem desde 2006 um acordo com o país vizinho. "Nós temos, portanto, um sistema interligado com a Argentina. É normal nós usarmos a energia deles e eles usarem energia nossa. Isso sequer é tratado como compra de energia. O que nós temos é compensação de energia. Isso é feito desde 2006", afirmou. Quando questionado sobre o motivo do uso neste momento, especificamente, já que essa importação não era feita desde 2010, Braga disse não ter a informação. "A informação que tenho é que não é a primeira vez que ela é usada. Ainda não vi os boletins do ONS", explicou. Braga destacou que a medida não foi emergencial e voltou a destacar que "não falta energia no Brasil". "Para você ter uma ideia, no dia de ontem tínhamos 2,5 GW de energia sobrando no Nordeste, mas por limitações que temos nos entroncamentos das nossas linhas de transmissão, não tínhamos como trazer essa energia para o Sudeste", afirmou. "No total temos energia mais do que suficientes. Muitas vezes o que acontece é que temos que remanejar através das linhas de transmissão. Isso não significa dizer que está faltando energia", concluiu. Esta semana o Brasil voltou a importar energia da Argentina para fazer frente ao consumo intenso no país. Nesta quarta-feira (21), pelo segundo dia consecutivo, uma carga do país vizinho foi enviada por uma interligação no Rio Grande do Sul. Na última terça (20), um dia depois do apagão que atingiu 11 Estados e o Distrito Federal, o ONS autorizou a transferência de energia. Foi a primeira vez que o governo Dilma Rousseff usou um acordo firmado em 2006 com o país vizinho, projetado para funcionar em situações de emergência. As últimas importações ocorreram em novembro e dezembro de 2010. HISTÓRICO Na última terça-feira (20), porém, Braga afirmou que o apagão não ocorreu por falta de energia, mas por uma sequência de desligamentos. No mesmo dia, o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, afirmou que não houve apagão. "O que houve foi um corte preventivo feito pelo operador para evitar o desligamento de maiores proporções", disse. A posição do ministro tentou se sobrepor ao fato de que, segundo o próprio ONS, houve um recorde de consumo de energia minutos antes de o desligamento ocorrer. (COM LUCAS VETTORAZZO, DO RIO)
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Falta de recursos essenciais gera violência entre humanos, diz pesquisa
Quando faltam recursos essenciais, seres humanos matam outros seres humanos. Se falta comida em uma tribo, seus guerreiros atacam uma tribo vizinha para conseguir o alimento. Isso foi comprovado agora pela análise dos esqueletos de milhares de vítimas na região central da Califórnia, costa oeste dos EUA, durante um período de 1.500 anos. O exame dos ossos costuma indicar aos cientistas forenses a causa da morte de uma pessoa, notadamente em casos de violência, em função de danos provocados por instrumentos perfuro-cortantes ou contundentes. Se isso vale para um indivíduo, vale ainda mais para 16.820 esqueletos enterrados desde 5.000 anos atrás, examinados em 329 sítios arqueológicos –o total da base de dados coletada nas últimas duas décadas por Al W. Schwitalla, da empresa de consultoria Millennia Archaeological Consulting, de Sacramento, Califórnia. A empresa detém esses dados porque cerca de 80% dos sítios foram escavados desde 1975 por empreiteiras durante construções, demandando uma escavação arqueológica antes que os tratores arrasassem com os achados. Usando os dados de Schwitalla, a equipe de Mark W. Allen, da Universidade Politécnica do Estado da Califórnia em Pomona, examinou os padrões de trauma nos esqueletos, e os comparou com momentos históricos distintos: quando havia escassez de alimentos, e quando havia um aumento da organização política, isto é, da formação de cacicados ou protoestados. A falta de recursos faria o indivíduo examinar os custos e benefícios da agressão. Já uma estrutura política coercitiva poderia fazê-lo participar de conflitos. As duas hipóteses costumam estar vinculadas ao trabalho de dois famosos filósofos ocidentais. Hobbes X Rousseau ROUSSEAU OU HOBBES? O filósofo franco-suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) acreditava que o homem era essencialmente "bom" quando vivia em "estado de natureza", antes da criação do Estado e da propriedade privada, que estariam na raiz dos conflitos armados. Rousseau criticava seu predecessor inglês, Thomas Hobbes (1588-1679), que defendia visão oposta. Para Hobbes, "o homem era o lobo do homem" e, graças ao Estado, a anarquia poderia ser domada. Allen e colegas foram atrás dos dados para checar qual visão do mundo seria mais realista. Analisaram esqueletos relacionados aos últimos 1.500 anos da pré-história dos índios da região central da Califórnia, entre 1.530-1230 anos atrás. A amostra de 127 sítios arqueológicos inclui 3.947 enterros de vítimas nas quais se encontrou evidências de traumas contundentes, e 3.939 por traumas penetrantes. Os dados foram relacionados com estudos etnográficos sobre a forma de poder político e com estimativas de produtividade ambiental. "As descobertas mostram que os indivíduos são propensos à violência em tempos e lugares de escassez de recursos", resumiram os autores em artigo publicado na revista científica "PNAS". E que o uso de força perfurante –pelo uso de lanças e de flechas– esteve intimamente ligado a esse processo. "Nós acreditamos que o trauma contundente pode ter diferentes contextos sociais e políticos do que o trauma penetrante. Achamos que era menos letal do que a violência com lanças ou flechas. Cerca de 24% dos traumas contundentes foram antes da morte, enquanto que 94% dos traumas perfurantes eram provavelmente letais", disse Allen à Folha. Quem estava certo, Rousseau ou Hobbes? Allen não se compromete em questões filosóficas. "Nosso estudo sugere que a melhor previsão de violência entre sociedades humanas em pequena escala é a escassez de recursos em vez da organização sociopolítica. Isso indicaria que a violência intergrupal pode de fato ter uma longa história."
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Falta de recursos essenciais gera violência entre humanos, diz pesquisaQuando faltam recursos essenciais, seres humanos matam outros seres humanos. Se falta comida em uma tribo, seus guerreiros atacam uma tribo vizinha para conseguir o alimento. Isso foi comprovado agora pela análise dos esqueletos de milhares de vítimas na região central da Califórnia, costa oeste dos EUA, durante um período de 1.500 anos. O exame dos ossos costuma indicar aos cientistas forenses a causa da morte de uma pessoa, notadamente em casos de violência, em função de danos provocados por instrumentos perfuro-cortantes ou contundentes. Se isso vale para um indivíduo, vale ainda mais para 16.820 esqueletos enterrados desde 5.000 anos atrás, examinados em 329 sítios arqueológicos –o total da base de dados coletada nas últimas duas décadas por Al W. Schwitalla, da empresa de consultoria Millennia Archaeological Consulting, de Sacramento, Califórnia. A empresa detém esses dados porque cerca de 80% dos sítios foram escavados desde 1975 por empreiteiras durante construções, demandando uma escavação arqueológica antes que os tratores arrasassem com os achados. Usando os dados de Schwitalla, a equipe de Mark W. Allen, da Universidade Politécnica do Estado da Califórnia em Pomona, examinou os padrões de trauma nos esqueletos, e os comparou com momentos históricos distintos: quando havia escassez de alimentos, e quando havia um aumento da organização política, isto é, da formação de cacicados ou protoestados. A falta de recursos faria o indivíduo examinar os custos e benefícios da agressão. Já uma estrutura política coercitiva poderia fazê-lo participar de conflitos. As duas hipóteses costumam estar vinculadas ao trabalho de dois famosos filósofos ocidentais. Hobbes X Rousseau ROUSSEAU OU HOBBES? O filósofo franco-suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) acreditava que o homem era essencialmente "bom" quando vivia em "estado de natureza", antes da criação do Estado e da propriedade privada, que estariam na raiz dos conflitos armados. Rousseau criticava seu predecessor inglês, Thomas Hobbes (1588-1679), que defendia visão oposta. Para Hobbes, "o homem era o lobo do homem" e, graças ao Estado, a anarquia poderia ser domada. Allen e colegas foram atrás dos dados para checar qual visão do mundo seria mais realista. Analisaram esqueletos relacionados aos últimos 1.500 anos da pré-história dos índios da região central da Califórnia, entre 1.530-1230 anos atrás. A amostra de 127 sítios arqueológicos inclui 3.947 enterros de vítimas nas quais se encontrou evidências de traumas contundentes, e 3.939 por traumas penetrantes. Os dados foram relacionados com estudos etnográficos sobre a forma de poder político e com estimativas de produtividade ambiental. "As descobertas mostram que os indivíduos são propensos à violência em tempos e lugares de escassez de recursos", resumiram os autores em artigo publicado na revista científica "PNAS". E que o uso de força perfurante –pelo uso de lanças e de flechas– esteve intimamente ligado a esse processo. "Nós acreditamos que o trauma contundente pode ter diferentes contextos sociais e políticos do que o trauma penetrante. Achamos que era menos letal do que a violência com lanças ou flechas. Cerca de 24% dos traumas contundentes foram antes da morte, enquanto que 94% dos traumas perfurantes eram provavelmente letais", disse Allen à Folha. Quem estava certo, Rousseau ou Hobbes? Allen não se compromete em questões filosóficas. "Nosso estudo sugere que a melhor previsão de violência entre sociedades humanas em pequena escala é a escassez de recursos em vez da organização sociopolítica. Isso indicaria que a violência intergrupal pode de fato ter uma longa história."
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Editora sombria DarkSide conquista leitores de terror e fantasia
Caveiras espalhadas pelas mesas, uma estátua em miniatura de Freddie Krueger e a máscara de hóquei usada por Jason na série "Sexta-Feira 13" estão entre os itens decorativos do escritório da pequena editora DarkSide, em um prédio no bairro da Glória, na zona sul do Rio. No igualmente sombrio site da empresa, a mensagem "Aposte no Escuro" sintetiza a história da casa que, especializada em livros de terror e fantasia, atingiu a marca de 500 mil exemplares vendidos em três anos de existência. A editora segue numa crescente desde 2013, quando a foi criada: naquele ano, a editora comercializou 75 mil exemplares. No ano seguinte, alcançou mais do que o dobro em vendas, com 160 mil títulos negociados. Até agosto, a DarkSide Books já havia ultrapassado a marca de 265 mil exemplares e estima encerrar o ano com um faturamento em torno de R$ 8 milhões (no anterior foram R$ 3,5 milhões). "Percebemos o potencial de leitura do segmento ao lançar o primeiro livro, 'Os Goonies'. Os mil exemplares da primeira edição se esgotaram em três semanas", diz Christiano Menezes, 37, que adotou o apelido Chucky, em referência ao brinquedo assassino consagrado no cinema. Seu sócio, Francisco de Assis, 37, costuma ser comparado ao personagem Fester, de "A Família Addams", que na versão para o português ficou Tio Chico. "Nós parecemos mesmo com eles", brinca Assis. Outros tipos consagrados em filmes de terror e aventura estão no catálogo da DarkSide, que publicou "O Exterminador do Futuro", "Tubarão", "O Massacre da Serra Elétrica", "Sexta-feira 13", "A Noite dos Mortos Vivos", 'Hellraiser' e a trilogia "Star Wars" (episódios 4, 5 e 6). "Psicose" é lembrado como uma das grandes conquistas da empresa. "Tivemos que entrar em contato com o sobrinho-neto do autor para comprar os direitos para publicar o romance no Brasil", afirma Assis. "Muita gente não sabe que o filme é a adaptação de um romance", comenta Menezes. O catálogo da editora, que conta com mais de 490 mil fãs em sua página no Facebook, inclui ainda títulos nacionais, como "Arquivos Serial Killers - Made in Brazil", de Ilana Casoy. Os títulos, porém, ainda aparecem timidamente em listas de mais vendidos. Neste ano, apenas "Demonologista", do norte-americano Andrew Piper, entrou no ranking do site "PublishNews". Sobre um professor universitário que começa a duvidar de sua crença de que o diabo não existe, o livro vendeu 60 mil cópias desde março. "O público gosta do terror, dos sustos", comenta Chucky.
ilustrada
Editora sombria DarkSide conquista leitores de terror e fantasiaCaveiras espalhadas pelas mesas, uma estátua em miniatura de Freddie Krueger e a máscara de hóquei usada por Jason na série "Sexta-Feira 13" estão entre os itens decorativos do escritório da pequena editora DarkSide, em um prédio no bairro da Glória, na zona sul do Rio. No igualmente sombrio site da empresa, a mensagem "Aposte no Escuro" sintetiza a história da casa que, especializada em livros de terror e fantasia, atingiu a marca de 500 mil exemplares vendidos em três anos de existência. A editora segue numa crescente desde 2013, quando a foi criada: naquele ano, a editora comercializou 75 mil exemplares. No ano seguinte, alcançou mais do que o dobro em vendas, com 160 mil títulos negociados. Até agosto, a DarkSide Books já havia ultrapassado a marca de 265 mil exemplares e estima encerrar o ano com um faturamento em torno de R$ 8 milhões (no anterior foram R$ 3,5 milhões). "Percebemos o potencial de leitura do segmento ao lançar o primeiro livro, 'Os Goonies'. Os mil exemplares da primeira edição se esgotaram em três semanas", diz Christiano Menezes, 37, que adotou o apelido Chucky, em referência ao brinquedo assassino consagrado no cinema. Seu sócio, Francisco de Assis, 37, costuma ser comparado ao personagem Fester, de "A Família Addams", que na versão para o português ficou Tio Chico. "Nós parecemos mesmo com eles", brinca Assis. Outros tipos consagrados em filmes de terror e aventura estão no catálogo da DarkSide, que publicou "O Exterminador do Futuro", "Tubarão", "O Massacre da Serra Elétrica", "Sexta-feira 13", "A Noite dos Mortos Vivos", 'Hellraiser' e a trilogia "Star Wars" (episódios 4, 5 e 6). "Psicose" é lembrado como uma das grandes conquistas da empresa. "Tivemos que entrar em contato com o sobrinho-neto do autor para comprar os direitos para publicar o romance no Brasil", afirma Assis. "Muita gente não sabe que o filme é a adaptação de um romance", comenta Menezes. O catálogo da editora, que conta com mais de 490 mil fãs em sua página no Facebook, inclui ainda títulos nacionais, como "Arquivos Serial Killers - Made in Brazil", de Ilana Casoy. Os títulos, porém, ainda aparecem timidamente em listas de mais vendidos. Neste ano, apenas "Demonologista", do norte-americano Andrew Piper, entrou no ranking do site "PublishNews". Sobre um professor universitário que começa a duvidar de sua crença de que o diabo não existe, o livro vendeu 60 mil cópias desde março. "O público gosta do terror, dos sustos", comenta Chucky.
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Governo turco enfrenta dissidências internas após renúncia de premiê
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pode ter reforçado sua autoridade sobre o governista partido AK com a saída do primeiro-ministro Ahmet Davutoglu, mas, em lugar de o partido emergir mais unido, as dissidências apenas foram empurradas para baixo do tapete. O anúncio de Davutoglu de que ele não vai voltar a candidatar-se à liderança do AKP no congresso do partido que terá lugar em 22 de maio, e, portanto, que deixará o cargo de primeiro-ministro, consolidou o domínio de Erdogan, que busca apoio para a adoção de um sistema presidencialista de governo. Mas o anúncio também chamou a atenção para os rachas na fachada monolítica do AKP. Fundado por Erdogan 15 anos atrás, o partido governa a Turquia desde então e, em seus primeiros anos de existência, assistiu a um aumento marcante na riqueza e influência do país, que é membro da Otan. "Existe uma equipe no interior do partido que está incomodada com o modo que as coisas aconteceram, e isso é fato", disse à Reuters um representante sênior do AKP, pedindo para não ser identificado devido à natureza delicada do assunto. DIVERGÊNCIA Segundo o representante, há poucas chances de qualquer divergência aberta de opiniões no curto prazo. Ele citou o discurso de despedida de Davutoglu na quinta-feira passada, em que ele defendeu sua atuação como primeiro-ministro, mas pediu união partidária e prometeu nunca falar mal de Erdogan. "Erdogan é inquestionavelmente o líder único", disse o representante, mas ressalvou que a insatisfação de muitos pode acabar prejudicando o presidente. "Se as coisas não forem bem, as divisões internas podem voltar à tona, e as vozes dissidentes poderão receber mais apoio." As iniciativas mais recentes de Erdogan foram recebidas com indignação por seus adversários fora da AKP, que acusam o presidente de ter pisoteado a Constituição pelo fato de fazer política partidária, apesar de supostamente ser um chefe de Estado apartidário. Erdogan nega, dizendo que está agindo com seus poderes legítimos, como presidente democraticamente eleito. O presidente preocupa os aliados ocidentais e os investidores estrangeiros na Turquia. Eles temem que uma Presidência mais forte de Erdogan, sem freios ou contrapesos, possa acabar levando à erosão do Estado de direito em um país que é crucial para a luta liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico e para os esforços da Europa para conter a crise da migração. Erdogan ainda terá obstáculos pela frente para conseguir promulgar a mudança constitucional que ele busca, para substituir a democracia parlamentar turca por uma versão turca do sistema americano ou francês, em que o chefe de Estado eleito exerce o poder executivo. 'OBEDIÊNCIA TOTAL' Para evitar um referendo e a consequente alteração direta na Constituição, o AKP precisaria de dois terços das 550 cadeiras no Parlamento -ou seja, 50 mais que os 317 que o partido hoje detém. Seria uma votação secreta, o que significa que alguns deputados do AKP poderiam votar contra. "O que ele quer é obediência total. É por isso que não funcionou com Davutoglu", disse um segundo representante do AKP, ex-membro do comitê executivo do partido que estava próximo do então presidente Abdullah Gul. Como Davutoglu, Gul foi visto, no passado, como contrapeso à influência de Erdogan no partido. "A luta no interior do AKP precisa continuar. Este partido é nosso, não estamos pensando em entregar as pontas e ir embora", disse o representante, se bem que tenha admitido não saber que forma a luta pode assumir. DISSIDENTES Mas seria preciso ser corajoso para apostar contra Erdogan. Menos de uma semana antes de Davutoglu ter anunciado sua saída, o AKP o destituiu da autoridade de aprovar seus representantes provinciais, numa iniciativa que cortou seus vínculos com partidários de base, consolidando o poder de Erdogan. Apenas três membros dos 51 que compõem o comitê executivo votaram contra a mudança, em um sinal da influência do poder. Num esforço de último instante para evitar um confronto, até Davutoglu votou em favor da mudança. Outro funcionário sênior do AKP, próximo da Presidência, falou: "Pode haver uma ala dita oposicionista triste dentro do partido, mas parece que não é possível haver divisão aberta". Ele estimou que, em qualquer votação secreta no partido, o número de dissidentes não passe de dez. "É claro que, no caso de votações críticas, como as que decidem por emendas constitucionais, dez votos serão muito importantes. Mas com o tempo, quando a poeira assentar, é possível que esse risco seja removido." Erdogan pode procurar antecipar as eleições gerais, para tentar calar as vozes dissidentes no AKP, capitalizar sobre o pouco apoio à oposição pró-curda e explorar a crise de liderança no nacionalista MHP, que pode reforçar a maioria do AKP. ESCANTEIO Erdogan tem um histórico confirmado de colocar dissidentes de escanteio. O ex-ministro das Finanças Abdullatif Sener, co-fundador do AKP, separou-se do partido em 2009 para formar um partido novo, depois de desentender-se com Erdogan. Mas seu novo partido foi fechado depois de três anos. O ex-presidente Gul e o então primeiro-ministro Bulent Arinc divergiram de Erdogan, na época o primeiro-mninistro, sobre o tratamento dado por ele aos protestos amplos antigoverno em 2013. Pouco depois, os dois abandonaram a política. "O que eles demonstram ao longo de sua história política é um instinto de se unirem em volta de Erdogan, algo que pesa mais que qualquer outra consideração", disse Sinan Ulgen, ex-diplomata e diretor do instituto de estudos EDAM, em Istambul. "Isso é algo peculiar do AKP e de Erdogan." No dia após o anúncio de Davutoglu sobre sua saída, uma coluna no jornal pró-governo "Star" fez algo raro: destacou as divisões no partido. O colunista Ahmet Tasgetiren escreveu que a saída do premiê "criou preocupação, tristeza e ressentimento" entre parte da base partidária. Mas os dissidentes estão conservando perfil baixo por enquanto, observando o avanço de Erdogan em direção à Presidência executiva e um possível referendo sobre alterações constitucionais. "Tudo depende deste referendo", falou Atilla Yesilada, analista da Global Source Partners que presta assessoria a investidores estrangeiros. "Se ele conseguir seu intento, eles vão se conformar com seu destino e aceitar qualquer papel que lhes seja reservado na Turquia de Erdogan." "Se isso não acontecer, assistiremos a uma grande luta pelo poder dentro do AKP." Tradução de Clara Allain
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Governo turco enfrenta dissidências internas após renúncia de premiêO presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pode ter reforçado sua autoridade sobre o governista partido AK com a saída do primeiro-ministro Ahmet Davutoglu, mas, em lugar de o partido emergir mais unido, as dissidências apenas foram empurradas para baixo do tapete. O anúncio de Davutoglu de que ele não vai voltar a candidatar-se à liderança do AKP no congresso do partido que terá lugar em 22 de maio, e, portanto, que deixará o cargo de primeiro-ministro, consolidou o domínio de Erdogan, que busca apoio para a adoção de um sistema presidencialista de governo. Mas o anúncio também chamou a atenção para os rachas na fachada monolítica do AKP. Fundado por Erdogan 15 anos atrás, o partido governa a Turquia desde então e, em seus primeiros anos de existência, assistiu a um aumento marcante na riqueza e influência do país, que é membro da Otan. "Existe uma equipe no interior do partido que está incomodada com o modo que as coisas aconteceram, e isso é fato", disse à Reuters um representante sênior do AKP, pedindo para não ser identificado devido à natureza delicada do assunto. DIVERGÊNCIA Segundo o representante, há poucas chances de qualquer divergência aberta de opiniões no curto prazo. Ele citou o discurso de despedida de Davutoglu na quinta-feira passada, em que ele defendeu sua atuação como primeiro-ministro, mas pediu união partidária e prometeu nunca falar mal de Erdogan. "Erdogan é inquestionavelmente o líder único", disse o representante, mas ressalvou que a insatisfação de muitos pode acabar prejudicando o presidente. "Se as coisas não forem bem, as divisões internas podem voltar à tona, e as vozes dissidentes poderão receber mais apoio." As iniciativas mais recentes de Erdogan foram recebidas com indignação por seus adversários fora da AKP, que acusam o presidente de ter pisoteado a Constituição pelo fato de fazer política partidária, apesar de supostamente ser um chefe de Estado apartidário. Erdogan nega, dizendo que está agindo com seus poderes legítimos, como presidente democraticamente eleito. O presidente preocupa os aliados ocidentais e os investidores estrangeiros na Turquia. Eles temem que uma Presidência mais forte de Erdogan, sem freios ou contrapesos, possa acabar levando à erosão do Estado de direito em um país que é crucial para a luta liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico e para os esforços da Europa para conter a crise da migração. Erdogan ainda terá obstáculos pela frente para conseguir promulgar a mudança constitucional que ele busca, para substituir a democracia parlamentar turca por uma versão turca do sistema americano ou francês, em que o chefe de Estado eleito exerce o poder executivo. 'OBEDIÊNCIA TOTAL' Para evitar um referendo e a consequente alteração direta na Constituição, o AKP precisaria de dois terços das 550 cadeiras no Parlamento -ou seja, 50 mais que os 317 que o partido hoje detém. Seria uma votação secreta, o que significa que alguns deputados do AKP poderiam votar contra. "O que ele quer é obediência total. É por isso que não funcionou com Davutoglu", disse um segundo representante do AKP, ex-membro do comitê executivo do partido que estava próximo do então presidente Abdullah Gul. Como Davutoglu, Gul foi visto, no passado, como contrapeso à influência de Erdogan no partido. "A luta no interior do AKP precisa continuar. Este partido é nosso, não estamos pensando em entregar as pontas e ir embora", disse o representante, se bem que tenha admitido não saber que forma a luta pode assumir. DISSIDENTES Mas seria preciso ser corajoso para apostar contra Erdogan. Menos de uma semana antes de Davutoglu ter anunciado sua saída, o AKP o destituiu da autoridade de aprovar seus representantes provinciais, numa iniciativa que cortou seus vínculos com partidários de base, consolidando o poder de Erdogan. Apenas três membros dos 51 que compõem o comitê executivo votaram contra a mudança, em um sinal da influência do poder. Num esforço de último instante para evitar um confronto, até Davutoglu votou em favor da mudança. Outro funcionário sênior do AKP, próximo da Presidência, falou: "Pode haver uma ala dita oposicionista triste dentro do partido, mas parece que não é possível haver divisão aberta". Ele estimou que, em qualquer votação secreta no partido, o número de dissidentes não passe de dez. "É claro que, no caso de votações críticas, como as que decidem por emendas constitucionais, dez votos serão muito importantes. Mas com o tempo, quando a poeira assentar, é possível que esse risco seja removido." Erdogan pode procurar antecipar as eleições gerais, para tentar calar as vozes dissidentes no AKP, capitalizar sobre o pouco apoio à oposição pró-curda e explorar a crise de liderança no nacionalista MHP, que pode reforçar a maioria do AKP. ESCANTEIO Erdogan tem um histórico confirmado de colocar dissidentes de escanteio. O ex-ministro das Finanças Abdullatif Sener, co-fundador do AKP, separou-se do partido em 2009 para formar um partido novo, depois de desentender-se com Erdogan. Mas seu novo partido foi fechado depois de três anos. O ex-presidente Gul e o então primeiro-ministro Bulent Arinc divergiram de Erdogan, na época o primeiro-mninistro, sobre o tratamento dado por ele aos protestos amplos antigoverno em 2013. Pouco depois, os dois abandonaram a política. "O que eles demonstram ao longo de sua história política é um instinto de se unirem em volta de Erdogan, algo que pesa mais que qualquer outra consideração", disse Sinan Ulgen, ex-diplomata e diretor do instituto de estudos EDAM, em Istambul. "Isso é algo peculiar do AKP e de Erdogan." No dia após o anúncio de Davutoglu sobre sua saída, uma coluna no jornal pró-governo "Star" fez algo raro: destacou as divisões no partido. O colunista Ahmet Tasgetiren escreveu que a saída do premiê "criou preocupação, tristeza e ressentimento" entre parte da base partidária. Mas os dissidentes estão conservando perfil baixo por enquanto, observando o avanço de Erdogan em direção à Presidência executiva e um possível referendo sobre alterações constitucionais. "Tudo depende deste referendo", falou Atilla Yesilada, analista da Global Source Partners que presta assessoria a investidores estrangeiros. "Se ele conseguir seu intento, eles vão se conformar com seu destino e aceitar qualquer papel que lhes seja reservado na Turquia de Erdogan." "Se isso não acontecer, assistiremos a uma grande luta pelo poder dentro do AKP." Tradução de Clara Allain
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Um terço dos brasileiros culpa mulheres por estupros sofridos
"A mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada." A frase, capaz de provocar calafrios, é alvo de concordância de um a cada três brasileiros, segundo pesquisa inédita Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Mesmo entre as mulheres, 30% concorda com este raciocínio, que culpa a vítima pela violência sexual sofrida. No Brasil, uma mulher é estuprada a cada 11 minutos, segundo registros oficiais, totalizando quase 50 mil crimes do tipo ao ano. Estimativas apontam, no entanto, que apenas 10% dessas agressões sexuais sejam registradas, o que sugere uma cifra oculta de até 500 mil estupros anuais. PERCEPÇÃO SOBRE ESTUPRO - Concordam com a frase "A mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada" (em %) De acordo com dados do SUS (Sistema Único de Saúde), em 70% dos casos de estupro, a vítima é uma criança ou adolescente. "Trata-se de um déficit civilizatório do Brasil ter tantas pessoas que vinculam a vitimização da mulher a uma conduta moral", diz Renato Sérgio de Lima, vice-presidente da entidade. O índice de concordância com a frase que relaciona uso de roupas provocativas com estupro sobe entre moradores de cidades de até 50 mil habitantes (37%), pessoas apenas com o ensino fundamental completo (41%) e com mais de 60 anos (44%). O índice cai entre aqueles com até 34 anos (23%) e com ensino superior (16%). PERCEPÇÃO SOBRE ESTUPRO - Concordam com a frase "Mulheres que se dão ao respeito não são estupradas" (em %) "Isso nos mostra uma transformação em curso na tolerância à violência sexual e na percepção de que a culpa é da mulher", avalia Wânia Pasinato, da ONU Mulheres. "Aqueles mais jovens e com mais educação melhoraram sua compreensão sobre o papel da mulher na sociedade", diz ela. O papel da educação no combate às agressões sexuais é reconhecido por 91% dos entrevistados, que dizem ser possível "ensinar meninos a não estuprar". "A educação é um fator de mudança e, portanto, devemos trabalhar o potencial transformador de valores das escolas", destaca Lima. Para Pasinato, no entanto, a retirada de metas de combate à discriminação de gênero dos planos nacional, estaduais e municipais de educação, por pressão de bancadas religiosas, deve ter impacto negativo nessas transformações. #EUNÃOMEREÇO Em 2014, pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que 65,1% dos brasileiros acreditavam que mulheres que mostram o corpo "merecem ser atacadas". O dado, depois corrigido para 26%, provocou uma enxurrada de manifestações e uma campanha em que mulheres e homens expuseram seus corpos em fotos acompanhadas da hashtag #EuNãoMereçoSerEstuprada. "Os dados da nova pesquisa mostram um cenário ainda pior que aquele apresentado pelo Ipea", avalia Nana Queiroz, idealizadora da campanha e diretora da revista AzMina. "Não me surpreende que o percentual de concordância com a frase [30%] seja igual entre homens e mulheres. A cultura do estupro é tão arraigada que acaba sendo reproduzida também por mulheres." Na mesma tônica, 37% dos brasileiros declararam acreditar que "mulheres que se dão ao respeito não são estupradas", o que reitera a ideia de controle do comportamento e do corpo da mulher. Entre entrevistadas do sexo feminino, o índice de concordância com a frase cai para 32%. Entre homens, sobe para 42%. PERCEPÇÃO SOBRE ESTUPRO - Têm medo de serem vítimas de agressão sexual (em %) POLÍCIA E JUSTIÇA Segundo o estudo, 65% dos brasileiros temem ser vítimas de violência sexual. Entre mulheres, 85% têm medo de sofrer um estupro. No Nordeste, este índice é de 90%. A pesquisa revela ainda que 50% dos entrevistados avalia que a Polícia Militar não está preparada para atender mulheres vítimas, enquanto 42% diz o mesmo sobre a Polícia Civil. De acordo com Pasinato, a capacitação de profissionais para o atendimento à mulher vítima de violência está refletida na política nacional de enfrentamento à violência contra a mulher. "O que falta é a elaboração de protocolos de atendimento pelas instituições policiais, algo capaz de mudar as práticas e a rotina deste atendimento", diz. Nove em cada dez reclamações feitas à Ouvidoria da Secretaria de Políticas para as Mulheres são queixas contra o serviço de atendimento da PM, a assistência prestada em delegacias de polícia tradicionais e em delegacias especializadas no combate à violência contra a mulher. PERCEPÇÃO SOBRE ESTUPRO - Em relação à frase "As leis brasileiras protegem estupradores" "Um inquérito mal elaborado vai resultar em um processo judicial muito frágil em que fica fácil construir uma defesa para o agressor", avalia ela, para quem a visão que culpabiliza a mulher pelo crime de que é vítima, apontada pela pesquisa, está presente também nas instituições policiais e judiciais. No Estado de São Paulo, apenas 2 em cada 10 inquéritos abertos pela Polícia são esclarecidos. Dos casos que chegam à Justiça, a maioria acaba em absolvição. Daí que 53% dos entrevistados na pesquisa avaliem que as leis brasileiras protegem os estupradores. Em cerca de 70% dos casos de estupro registrados, o agressor é conhecido da vítima, o que dificulta a comprovação do não consentimento, baseado em geral no relato da vítima. Em mais de 80% dos crimes, a vítima não apresenta trauma físico ou mental, o que dificulta a comprovação material da violência sofrida. "O problema não está na lei, mas no aplicador da lei", explica Ana Paula Meirelles, do Núcleo de Defesa da Mulher da da Defensoria Pública do Estado de São Paulo. "Ainda há uma pouca valoração do discurso da mulher alvo de crimes sexuais, especialmente naqueles praticados por conhecidos, quando há uma inversão de valores e a vítima passa ser vista como culpada pelo crime." Via-crúcis depois do estupro
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Um terço dos brasileiros culpa mulheres por estupros sofridos"A mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada." A frase, capaz de provocar calafrios, é alvo de concordância de um a cada três brasileiros, segundo pesquisa inédita Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Mesmo entre as mulheres, 30% concorda com este raciocínio, que culpa a vítima pela violência sexual sofrida. No Brasil, uma mulher é estuprada a cada 11 minutos, segundo registros oficiais, totalizando quase 50 mil crimes do tipo ao ano. Estimativas apontam, no entanto, que apenas 10% dessas agressões sexuais sejam registradas, o que sugere uma cifra oculta de até 500 mil estupros anuais. PERCEPÇÃO SOBRE ESTUPRO - Concordam com a frase "A mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada" (em %) De acordo com dados do SUS (Sistema Único de Saúde), em 70% dos casos de estupro, a vítima é uma criança ou adolescente. "Trata-se de um déficit civilizatório do Brasil ter tantas pessoas que vinculam a vitimização da mulher a uma conduta moral", diz Renato Sérgio de Lima, vice-presidente da entidade. O índice de concordância com a frase que relaciona uso de roupas provocativas com estupro sobe entre moradores de cidades de até 50 mil habitantes (37%), pessoas apenas com o ensino fundamental completo (41%) e com mais de 60 anos (44%). O índice cai entre aqueles com até 34 anos (23%) e com ensino superior (16%). PERCEPÇÃO SOBRE ESTUPRO - Concordam com a frase "Mulheres que se dão ao respeito não são estupradas" (em %) "Isso nos mostra uma transformação em curso na tolerância à violência sexual e na percepção de que a culpa é da mulher", avalia Wânia Pasinato, da ONU Mulheres. "Aqueles mais jovens e com mais educação melhoraram sua compreensão sobre o papel da mulher na sociedade", diz ela. O papel da educação no combate às agressões sexuais é reconhecido por 91% dos entrevistados, que dizem ser possível "ensinar meninos a não estuprar". "A educação é um fator de mudança e, portanto, devemos trabalhar o potencial transformador de valores das escolas", destaca Lima. Para Pasinato, no entanto, a retirada de metas de combate à discriminação de gênero dos planos nacional, estaduais e municipais de educação, por pressão de bancadas religiosas, deve ter impacto negativo nessas transformações. #EUNÃOMEREÇO Em 2014, pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que 65,1% dos brasileiros acreditavam que mulheres que mostram o corpo "merecem ser atacadas". O dado, depois corrigido para 26%, provocou uma enxurrada de manifestações e uma campanha em que mulheres e homens expuseram seus corpos em fotos acompanhadas da hashtag #EuNãoMereçoSerEstuprada. "Os dados da nova pesquisa mostram um cenário ainda pior que aquele apresentado pelo Ipea", avalia Nana Queiroz, idealizadora da campanha e diretora da revista AzMina. "Não me surpreende que o percentual de concordância com a frase [30%] seja igual entre homens e mulheres. A cultura do estupro é tão arraigada que acaba sendo reproduzida também por mulheres." Na mesma tônica, 37% dos brasileiros declararam acreditar que "mulheres que se dão ao respeito não são estupradas", o que reitera a ideia de controle do comportamento e do corpo da mulher. Entre entrevistadas do sexo feminino, o índice de concordância com a frase cai para 32%. Entre homens, sobe para 42%. PERCEPÇÃO SOBRE ESTUPRO - Têm medo de serem vítimas de agressão sexual (em %) POLÍCIA E JUSTIÇA Segundo o estudo, 65% dos brasileiros temem ser vítimas de violência sexual. Entre mulheres, 85% têm medo de sofrer um estupro. No Nordeste, este índice é de 90%. A pesquisa revela ainda que 50% dos entrevistados avalia que a Polícia Militar não está preparada para atender mulheres vítimas, enquanto 42% diz o mesmo sobre a Polícia Civil. De acordo com Pasinato, a capacitação de profissionais para o atendimento à mulher vítima de violência está refletida na política nacional de enfrentamento à violência contra a mulher. "O que falta é a elaboração de protocolos de atendimento pelas instituições policiais, algo capaz de mudar as práticas e a rotina deste atendimento", diz. Nove em cada dez reclamações feitas à Ouvidoria da Secretaria de Políticas para as Mulheres são queixas contra o serviço de atendimento da PM, a assistência prestada em delegacias de polícia tradicionais e em delegacias especializadas no combate à violência contra a mulher. PERCEPÇÃO SOBRE ESTUPRO - Em relação à frase "As leis brasileiras protegem estupradores" "Um inquérito mal elaborado vai resultar em um processo judicial muito frágil em que fica fácil construir uma defesa para o agressor", avalia ela, para quem a visão que culpabiliza a mulher pelo crime de que é vítima, apontada pela pesquisa, está presente também nas instituições policiais e judiciais. No Estado de São Paulo, apenas 2 em cada 10 inquéritos abertos pela Polícia são esclarecidos. Dos casos que chegam à Justiça, a maioria acaba em absolvição. Daí que 53% dos entrevistados na pesquisa avaliem que as leis brasileiras protegem os estupradores. Em cerca de 70% dos casos de estupro registrados, o agressor é conhecido da vítima, o que dificulta a comprovação do não consentimento, baseado em geral no relato da vítima. Em mais de 80% dos crimes, a vítima não apresenta trauma físico ou mental, o que dificulta a comprovação material da violência sofrida. "O problema não está na lei, mas no aplicador da lei", explica Ana Paula Meirelles, do Núcleo de Defesa da Mulher da da Defensoria Pública do Estado de São Paulo. "Ainda há uma pouca valoração do discurso da mulher alvo de crimes sexuais, especialmente naqueles praticados por conhecidos, quando há uma inversão de valores e a vítima passa ser vista como culpada pelo crime." Via-crúcis depois do estupro
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Shoptime não troca celular em promoção, reclama leitora
A leitora Thatiana Martins queixa-se do atendimento do Shoptime. Em dezembro, ela comprou um smartphone por um preço promocional no site. Ao receber a encomenda, ela percebeu que o lacre original estava rompido e que o produto fora reembalado. O celular também não funcionava. Thatiana diz que entrou em contato com a empresa, que prometeu ligar de volta em cerca de cinco dias. Como isso não ocorreu, ela precisou cobrar "algumas vezes". "No último telefonema, me informaram que não poderiam me oferecer troca, pois o valor que eu paguei era muito inferior ao que custa o produto hoje no site", reclama. Resposta - O Shoptime pede desculpas pelo transtorno e afirma que entrou em contato com a consumidora. - Queixa de Alessandra Aparecida de Oliveira: falha em entrega Medicamento não chegou no horário acertado e foi recebido pela vizinha, que, sem orientação, deixou-o fora da geladeira. Farmacêutica diz que a refrigeração não era necessária e recusou a troca. Resposta da Onofre A drogaria afirma que realizou a troca pedida pela cliente e que lamenta o ocorrido. - Queixa de José de Alkmim Mota: tratamento hostil Funcionários da linha de ônibus 1767 (Edu Chaves/Metrô Tucuruvi) destratam idosos, que não pagam a passagem e têm dificuldade de embarcar. Usuário foi chamado de "bagulho" por um motorista. Resposta da Sambaíba Viação diz que investigará o caso e, se necessário, enviará o funcionário para reciclagem. - Queixa de Jeania Maria de Souza e Silva: serviço ruim Vários pacotes de internet móvel foram comprados, mas o uso foi prejudicado por falhas como a cobrança de valor errado, pane no sistema de cadastro e falta de explicação sobre o gasto de créditos. Resposta da Vivo Diz que não foi detectada anormalidade na linha e que um extrato foi enviado à cliente. - Queixa de Leopoldo Sarmento: falha em promoção Cupom para desconto em compra on-line não foi aceito na fase final de pagamento. Atendentes do SAC dizem que consumidor não tem mais direito à promoção, sem dar mais explicações. Resposta da Dafiti Pede desculpas pelo ocorrido e diz que, após contato, o desconto foi ofertado.
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Shoptime não troca celular em promoção, reclama leitoraA leitora Thatiana Martins queixa-se do atendimento do Shoptime. Em dezembro, ela comprou um smartphone por um preço promocional no site. Ao receber a encomenda, ela percebeu que o lacre original estava rompido e que o produto fora reembalado. O celular também não funcionava. Thatiana diz que entrou em contato com a empresa, que prometeu ligar de volta em cerca de cinco dias. Como isso não ocorreu, ela precisou cobrar "algumas vezes". "No último telefonema, me informaram que não poderiam me oferecer troca, pois o valor que eu paguei era muito inferior ao que custa o produto hoje no site", reclama. Resposta - O Shoptime pede desculpas pelo transtorno e afirma que entrou em contato com a consumidora. - Queixa de Alessandra Aparecida de Oliveira: falha em entrega Medicamento não chegou no horário acertado e foi recebido pela vizinha, que, sem orientação, deixou-o fora da geladeira. Farmacêutica diz que a refrigeração não era necessária e recusou a troca. Resposta da Onofre A drogaria afirma que realizou a troca pedida pela cliente e que lamenta o ocorrido. - Queixa de José de Alkmim Mota: tratamento hostil Funcionários da linha de ônibus 1767 (Edu Chaves/Metrô Tucuruvi) destratam idosos, que não pagam a passagem e têm dificuldade de embarcar. Usuário foi chamado de "bagulho" por um motorista. Resposta da Sambaíba Viação diz que investigará o caso e, se necessário, enviará o funcionário para reciclagem. - Queixa de Jeania Maria de Souza e Silva: serviço ruim Vários pacotes de internet móvel foram comprados, mas o uso foi prejudicado por falhas como a cobrança de valor errado, pane no sistema de cadastro e falta de explicação sobre o gasto de créditos. Resposta da Vivo Diz que não foi detectada anormalidade na linha e que um extrato foi enviado à cliente. - Queixa de Leopoldo Sarmento: falha em promoção Cupom para desconto em compra on-line não foi aceito na fase final de pagamento. Atendentes do SAC dizem que consumidor não tem mais direito à promoção, sem dar mais explicações. Resposta da Dafiti Pede desculpas pelo ocorrido e diz que, após contato, o desconto foi ofertado.
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Com Nenê, Wizards vencem e ampliam vantagem nos playoffs
Em uma noite inspirada do armador John Wall, o Washington Wizards, que conta com o pivô brasileiro Nenê, venceu o Toronto Raptors por 117 a 106, fora de casa, no segundo jogo entre as duas equipes pelos playoffs da Conferência Leste da NBA. Com o resultado, o Washington Wizards abriu 2 a 0 na série. O time tem agora dois jogos consecutivos em casa e pode garantir a classificação para as semifinais da conferência. As partidas estão marcadas para os dias 24 e 26 de abril. Nenê começou o jogo no quinteto titular do Washington Wizards. Ele atuou por quase 25 minutos e se destacou nos rebotes -pegou nove, sendo oito defensivos. Ele ainda marcou seis pontos. O grande destaque da equipe foi o armador John Wall, que jogou por quase 40 minutos e conseguiu um duplo-duplo (dois dígitos em dois fundamentos) de 26 pontos e 17 rebotes. Bradley Beal, dos Wizards, foi o cestinha da partida com 28 pontos. Os brasileiros Lucas Bebê e Bruno Caboclo, do Toronto Raptors, não participaram do jogo. CONFIRA OS RESULTADOS DOS PLAYOFFS DA NBA CONFERÊNCIA LESTE ATLANTA 1 X 0 BROOKLYN Atlanta 99 x 92 Brooklyn CLEVELAND 2 X 0 BOSTON Cleveland 113 x 100 Boston Cleveland Cavaliers 99 x 91 Boston Celtics CHICAGO BULLS 2 X 0 MILWAUKEE Chicago 103 x 91 Milwaukee Chicago 91 x 82 Milwaukee TORONTO 0 X 2 WASHINGTON Toronto 86 x 93 Washington Toronto 106 x 117 Washington CONFERÊNCIA OESTE GOLDEN STATE 2 X 0 NEW ORLEANS Golden State 106 x 99 New Orleans Golden State 97 a 87 New Orleans HOUSTON 2 X 0 DALLAS Houston 118 x 108 Dallas Houston 111 x 99 Dallas LA CLIPPERS 1 X 0 SAN ANTONIO LA Clippers 107 x 92 San Antonio PORTLAND 0 X 1 MEMPHIS Portland 86 x 100 Memphis
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Com Nenê, Wizards vencem e ampliam vantagem nos playoffsEm uma noite inspirada do armador John Wall, o Washington Wizards, que conta com o pivô brasileiro Nenê, venceu o Toronto Raptors por 117 a 106, fora de casa, no segundo jogo entre as duas equipes pelos playoffs da Conferência Leste da NBA. Com o resultado, o Washington Wizards abriu 2 a 0 na série. O time tem agora dois jogos consecutivos em casa e pode garantir a classificação para as semifinais da conferência. As partidas estão marcadas para os dias 24 e 26 de abril. Nenê começou o jogo no quinteto titular do Washington Wizards. Ele atuou por quase 25 minutos e se destacou nos rebotes -pegou nove, sendo oito defensivos. Ele ainda marcou seis pontos. O grande destaque da equipe foi o armador John Wall, que jogou por quase 40 minutos e conseguiu um duplo-duplo (dois dígitos em dois fundamentos) de 26 pontos e 17 rebotes. Bradley Beal, dos Wizards, foi o cestinha da partida com 28 pontos. Os brasileiros Lucas Bebê e Bruno Caboclo, do Toronto Raptors, não participaram do jogo. CONFIRA OS RESULTADOS DOS PLAYOFFS DA NBA CONFERÊNCIA LESTE ATLANTA 1 X 0 BROOKLYN Atlanta 99 x 92 Brooklyn CLEVELAND 2 X 0 BOSTON Cleveland 113 x 100 Boston Cleveland Cavaliers 99 x 91 Boston Celtics CHICAGO BULLS 2 X 0 MILWAUKEE Chicago 103 x 91 Milwaukee Chicago 91 x 82 Milwaukee TORONTO 0 X 2 WASHINGTON Toronto 86 x 93 Washington Toronto 106 x 117 Washington CONFERÊNCIA OESTE GOLDEN STATE 2 X 0 NEW ORLEANS Golden State 106 x 99 New Orleans Golden State 97 a 87 New Orleans HOUSTON 2 X 0 DALLAS Houston 118 x 108 Dallas Houston 111 x 99 Dallas LA CLIPPERS 1 X 0 SAN ANTONIO LA Clippers 107 x 92 San Antonio PORTLAND 0 X 1 MEMPHIS Portland 86 x 100 Memphis
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Com cardápio reformulado, La Reina vira bistrô; veja avaliação
DE SÃO PAULO A chef Renata Braune (ex-Chef Rouge) reformulou o seu La Reina: de deli-bar, virou um bistrô, com cardápio mais dedicado a refeições do que a petiscos. As novas receitas têm inspiração brasileira com pitadas da cozinha ibérica. Entre as opções, aparecem o arroz de bacalhau com legumes e cúrcuma (R$ 46) e o penne com presunto serrano, abobrinha e molho de limão tahiti (R$ 39). * LA REINA BISTRÔ R. Joaquim Antunes, 621, Pinheiros, região oeste, tel. 2366-0216. 56 lugares. Ter.: 12h às 15h30. Qua. e qui.: 12h às 15h30 e 19h às 23h30. Sex. e sáb.: 12h às 17h e 19h às 24h. Dom.: 12h às 17h. A CASA DO PORCO BAR R. Araújo, 124, República, tel. 3258-2578. 50 lugares. Seg. a sáb.: 12h às 24h. Dom.: 12h às 17h. TABERNA DA ESQUINA R. Bandeira Paulista, 812, Itaim Bibi, região oeste, tel. 3167-6491. 80 lugares. Ter. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h30. Sex.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sáb.: 12h às 16h e 19h às 24h. Dom.: 12h às 17h. HIRÁ RAMEN IZAKAYA R. Fradique Coutinho, 1.240, Pinheiros, região oeste, tel. 3034-3832. Seg. a qua.: 12h às 15h e 19h às 23h. Qui.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sex. e sáb.: 12h30 às 16h e 19h à 1h. Dom.: 12h30 às 16h e 19h às 23h30. JAZZ B R. Gen. Jardim, 43, Vila Buarque, região central, tel. 3257-4290. 120 lugares. Seg. a qui.: 12h à 1h. Sex. e sáb.: 12h às 2h.
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Com cardápio reformulado, La Reina vira bistrô; veja avaliaçãoDE SÃO PAULO A chef Renata Braune (ex-Chef Rouge) reformulou o seu La Reina: de deli-bar, virou um bistrô, com cardápio mais dedicado a refeições do que a petiscos. As novas receitas têm inspiração brasileira com pitadas da cozinha ibérica. Entre as opções, aparecem o arroz de bacalhau com legumes e cúrcuma (R$ 46) e o penne com presunto serrano, abobrinha e molho de limão tahiti (R$ 39). * LA REINA BISTRÔ R. Joaquim Antunes, 621, Pinheiros, região oeste, tel. 2366-0216. 56 lugares. Ter.: 12h às 15h30. Qua. e qui.: 12h às 15h30 e 19h às 23h30. Sex. e sáb.: 12h às 17h e 19h às 24h. Dom.: 12h às 17h. A CASA DO PORCO BAR R. Araújo, 124, República, tel. 3258-2578. 50 lugares. Seg. a sáb.: 12h às 24h. Dom.: 12h às 17h. TABERNA DA ESQUINA R. Bandeira Paulista, 812, Itaim Bibi, região oeste, tel. 3167-6491. 80 lugares. Ter. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h30. Sex.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sáb.: 12h às 16h e 19h às 24h. Dom.: 12h às 17h. HIRÁ RAMEN IZAKAYA R. Fradique Coutinho, 1.240, Pinheiros, região oeste, tel. 3034-3832. Seg. a qua.: 12h às 15h e 19h às 23h. Qui.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sex. e sáb.: 12h30 às 16h e 19h à 1h. Dom.: 12h30 às 16h e 19h às 23h30. JAZZ B R. Gen. Jardim, 43, Vila Buarque, região central, tel. 3257-4290. 120 lugares. Seg. a qui.: 12h à 1h. Sex. e sáb.: 12h às 2h.
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Grupo de 8.000 empresas responde por 58% dos impostos devidos no país
Um pequeno grupo de 8.000 empresas é responsável por 58% do total de impostos devidos no país. Juntas, elas têm débitos de R$ 670 bilhões, num total de R$ 1,1 trilhão que a União tem a receber. NATA 2 O Brasil tem 1,9 milhão de pessoas jurídicas ativas no país, e apenas 11% delas devem tributos atualmente. Os números são de um novo estudo feito pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, órgão da AGU (Advocacia-Geral da União) responsável por atuar em causas fiscais. NATA 3 Já no caso das pessoas físicas, apenas 2.000 das que devem pagar impostos têm, juntas, débitos de R$ 44,1 bilhões, ou um terço do total, de R$ 130 bilhões. ESPERANÇA Geraldo Alckmin tem mostrado confiança de que sua citação no escândalo da Lava Jato, em que ele é acusado de caixa dois, não evoluirá. Três governadores citados na operação -os de Minas, Espírito Santo e Maranhão- já tiveram as investigações arquivadas no STJ (Superior Tribunal de Justiça). O QUE SERÁ? Há magistrados do tribunal, no entanto, que estranham a demora da PGR (Procuradoria-Geral da República) em enviar o caso de Alckmin para a corte, o que poderia ser um mau sinal para o governador. "Ou então não encontraram nada mesmo", afirma um dos ministros. NA LABUTA E uma piada sobre as viagens de João Doria tem sido creditada a Alckmin por secretários do governador que despacham com ele tarde da noite: "O político está aqui gerindo enquanto o gestor faz política". - VOLTA POR CIMA A modelo Paola Antonini não fraquejou quando perdeu a perna esquerda após ser atingida por um carro. Ela passou a promover a visibilidade de pessoas amputadas, postando fotos com sua prótese no Instagram. Hoje, tem 1,6 milhão de seguidores. * "Ninguém precisa ter dó de mim", diz ela em entrevista à "Revista Gol" de setembro. - MEMÓRIA O rapper Emicida está com gravações feitas por Wilson das Neves (1936-2017) antes de morrer. Os dois, que já trabalharam juntos, planejavam uma nova parceria. DE VOLTA A Sinfonia das Águas, que estava suspensa depois que a Prefeitura de Poços de Caldas cortou a verba de manutenção da orquestra, conseguiu se apresentar na semana passada na cidade. A Jazz Sinfônica de São da Boa Vista, regida pelo mesmo maestro, Agenor Ribeiro, cedeu os músicos e o espetáculo pôde ser realizado, para 7 mil pessoas. CORPO ESTÁVEL Antes desse acordo, o grupo já se preparava para devolver o patrocínio de R$ 245 mil que a Lorenzetti tinha destinado ao espetáculo. A Prefeitura de Poços de Caldas está conversando com o maestro para que a Sinfonia retorne ao calendário com a orquestra sinfônica da própria cidade, que voltaria a suas atividades normais patrocinada pela administração. - CARTELA CHEIA A Abace Brasil (Associação Buriti de Arte, Cultura e Esporte) promoveu jantar com bingo beneficente na semana passada, no restaurante Serafina JK. O comediante Fábio Porchat, idealizador da ONG, foi o mestre de cerimônias do evento, que teve a presença de Sabrina Sato e de seu namorado, o ator Duda Nagle, da jornalista Ana Paula Renault, da apresentadora Renata Alves e do influenciador digital John Drops. - MESMO LADO A administração de João Doria diz que "saúda" o fato de o vereador Gilberto Natalini (PV-SP) ter levado denúncias que encontrou na Secretaria do Verde quando comandava a pasta ao Ministério Público Estadual. Diz que isso só reforça a investigação que já vinha sendo realizada pela CGM (Controladoria Geral do Município) e que as recomendações do órgão já foram adotadas e até ganharam rapidez. * Natalini diz que tomou a iniciativa porque a mudança no comando da CGM pode atrapalhar as investigações. MINHAS REGRAS Para 94% da população, uma mulher ser "encoxada" ou ter o corpo tocado sem autorização é violência sexual. Os dados são de pesquisa feita com mais de 2 mil pessoas pelo Instituto Locomotiva. - CURTO-CIRCUITO A Secretaria da Saúde do Estado doará cerca de 500 perucas para pacientes de quimioterapia. Um salão de beleza móvel começa nesta segunda (4) a percorrer dez hospitais. Lorenzo Mammi lança nesta segunda (4) o livro "A Fugitiva, Ensaios Sobre Música". Às 19h, na Livraria da Vila da rua Fradique Coutinho. O pianista tcheco Lukás Vondrácek faz apresentação na terça (5). Às 21h, no Masp. com BRUNA NARCIZO, BRUNO B. SORAGGI e JOÃO CARNEIRO
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Grupo de 8.000 empresas responde por 58% dos impostos devidos no paísUm pequeno grupo de 8.000 empresas é responsável por 58% do total de impostos devidos no país. Juntas, elas têm débitos de R$ 670 bilhões, num total de R$ 1,1 trilhão que a União tem a receber. NATA 2 O Brasil tem 1,9 milhão de pessoas jurídicas ativas no país, e apenas 11% delas devem tributos atualmente. Os números são de um novo estudo feito pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, órgão da AGU (Advocacia-Geral da União) responsável por atuar em causas fiscais. NATA 3 Já no caso das pessoas físicas, apenas 2.000 das que devem pagar impostos têm, juntas, débitos de R$ 44,1 bilhões, ou um terço do total, de R$ 130 bilhões. ESPERANÇA Geraldo Alckmin tem mostrado confiança de que sua citação no escândalo da Lava Jato, em que ele é acusado de caixa dois, não evoluirá. Três governadores citados na operação -os de Minas, Espírito Santo e Maranhão- já tiveram as investigações arquivadas no STJ (Superior Tribunal de Justiça). O QUE SERÁ? Há magistrados do tribunal, no entanto, que estranham a demora da PGR (Procuradoria-Geral da República) em enviar o caso de Alckmin para a corte, o que poderia ser um mau sinal para o governador. "Ou então não encontraram nada mesmo", afirma um dos ministros. NA LABUTA E uma piada sobre as viagens de João Doria tem sido creditada a Alckmin por secretários do governador que despacham com ele tarde da noite: "O político está aqui gerindo enquanto o gestor faz política". - VOLTA POR CIMA A modelo Paola Antonini não fraquejou quando perdeu a perna esquerda após ser atingida por um carro. Ela passou a promover a visibilidade de pessoas amputadas, postando fotos com sua prótese no Instagram. Hoje, tem 1,6 milhão de seguidores. * "Ninguém precisa ter dó de mim", diz ela em entrevista à "Revista Gol" de setembro. - MEMÓRIA O rapper Emicida está com gravações feitas por Wilson das Neves (1936-2017) antes de morrer. Os dois, que já trabalharam juntos, planejavam uma nova parceria. DE VOLTA A Sinfonia das Águas, que estava suspensa depois que a Prefeitura de Poços de Caldas cortou a verba de manutenção da orquestra, conseguiu se apresentar na semana passada na cidade. A Jazz Sinfônica de São da Boa Vista, regida pelo mesmo maestro, Agenor Ribeiro, cedeu os músicos e o espetáculo pôde ser realizado, para 7 mil pessoas. CORPO ESTÁVEL Antes desse acordo, o grupo já se preparava para devolver o patrocínio de R$ 245 mil que a Lorenzetti tinha destinado ao espetáculo. A Prefeitura de Poços de Caldas está conversando com o maestro para que a Sinfonia retorne ao calendário com a orquestra sinfônica da própria cidade, que voltaria a suas atividades normais patrocinada pela administração. - CARTELA CHEIA A Abace Brasil (Associação Buriti de Arte, Cultura e Esporte) promoveu jantar com bingo beneficente na semana passada, no restaurante Serafina JK. O comediante Fábio Porchat, idealizador da ONG, foi o mestre de cerimônias do evento, que teve a presença de Sabrina Sato e de seu namorado, o ator Duda Nagle, da jornalista Ana Paula Renault, da apresentadora Renata Alves e do influenciador digital John Drops. - MESMO LADO A administração de João Doria diz que "saúda" o fato de o vereador Gilberto Natalini (PV-SP) ter levado denúncias que encontrou na Secretaria do Verde quando comandava a pasta ao Ministério Público Estadual. Diz que isso só reforça a investigação que já vinha sendo realizada pela CGM (Controladoria Geral do Município) e que as recomendações do órgão já foram adotadas e até ganharam rapidez. * Natalini diz que tomou a iniciativa porque a mudança no comando da CGM pode atrapalhar as investigações. MINHAS REGRAS Para 94% da população, uma mulher ser "encoxada" ou ter o corpo tocado sem autorização é violência sexual. Os dados são de pesquisa feita com mais de 2 mil pessoas pelo Instituto Locomotiva. - CURTO-CIRCUITO A Secretaria da Saúde do Estado doará cerca de 500 perucas para pacientes de quimioterapia. Um salão de beleza móvel começa nesta segunda (4) a percorrer dez hospitais. Lorenzo Mammi lança nesta segunda (4) o livro "A Fugitiva, Ensaios Sobre Música". Às 19h, na Livraria da Vila da rua Fradique Coutinho. O pianista tcheco Lukás Vondrácek faz apresentação na terça (5). Às 21h, no Masp. com BRUNA NARCIZO, BRUNO B. SORAGGI e JOÃO CARNEIRO
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Descontentes, delegações estrangeiras bancam obras na Vila Olímpica
CAMILA MATTOSO ENVIADA ESPECIAL AO RIO As delegações dos Estados Unidos, Itália e Holanda pagaram por conta própria funcionários temporários que realizaram obras de acabamento em apartamentos da Vila Olímpica, onde os atletas ficarão alojados a partir deste domingo (24). Descontentes com o que viram, os três países decidiram arcar com as contas para melhorar a situação do local. O Comitê Organizador da Rio-2016 admitiu à Folha que abrirá o espaço aos competidores com algumas pendências, que terão de ser resolvidas nos próximos dias. Os apartamentos serão entregues aos atletas neste domingo. Na última semana, funcionários das delegações tiveram acesso ao local. EUA, Itália e Holanda contrataram terceirizados para diferentes funções, desde colocação de lâmpadas, a ajustes de encanamento e trabalho de limpeza. Não há informações de qual foi o valor desembolsado pelas delegações com os serviços. Os três países foram procurados por meio da assessoria de imprensa dos respectivos comitês, mas não responderam até a publicação da reportagem. O Comitê da Rio-2016, por sua vez, confirmou que houve a contratação de funcionários independentes. Dezessete mil atletas são esperados durante o período dos Jogos Olímpcos. A cerimônia de abertura acontece no dia 5 de agosto, no estádio do Maracanã. A Vila fica a cerca de 4,5 km do Parque Olímpico, principal palco de provas do evento. Serão 16 modalidades com disputas no local. Ambas as instalações ficam no bairro de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. De acordo a coluna do Ancelmo Gois, em "O Globo", na última sexta-feira (22), a Carvalho Hosken e a Odebrecht entregaram o condomínio com cerca de 20% dos apartamentos com problemas de acabamento, como infiltrações ou reboco caindo. Os últimos dias foram de esforço redobrado dos funcionários, na tentativa de terminar tudo em tempo. A poucas horas dos atletas chegarem, operários viravam a madrugada trabalhando. Contratados para executar obras na Vila Olímpica relatam que foram chamados para resolver problemas de reparo na parte elétrica. Falhas em instalações impedem o funcionamento de alguns aparelhos de ar condicionado nos quartos dos atletas. O Comitê da Rio-2016 informa que os testes realizados detectaram problemas em alguns apartamentos e há uma força-tarefa para eles sejam resolvidos rapidamente. A Vila está montada num complexo de sete condomínios, 31 prédios, com total de 3.604 apartamentos, recém-construídos para serem vendidos no mercado. Os prédios de até 17 andares estão interligados por um parque que será público depois dos Jogos. Vila dos Atletas
esporte
Descontentes, delegações estrangeiras bancam obras na Vila Olímpica CAMILA MATTOSO ENVIADA ESPECIAL AO RIO As delegações dos Estados Unidos, Itália e Holanda pagaram por conta própria funcionários temporários que realizaram obras de acabamento em apartamentos da Vila Olímpica, onde os atletas ficarão alojados a partir deste domingo (24). Descontentes com o que viram, os três países decidiram arcar com as contas para melhorar a situação do local. O Comitê Organizador da Rio-2016 admitiu à Folha que abrirá o espaço aos competidores com algumas pendências, que terão de ser resolvidas nos próximos dias. Os apartamentos serão entregues aos atletas neste domingo. Na última semana, funcionários das delegações tiveram acesso ao local. EUA, Itália e Holanda contrataram terceirizados para diferentes funções, desde colocação de lâmpadas, a ajustes de encanamento e trabalho de limpeza. Não há informações de qual foi o valor desembolsado pelas delegações com os serviços. Os três países foram procurados por meio da assessoria de imprensa dos respectivos comitês, mas não responderam até a publicação da reportagem. O Comitê da Rio-2016, por sua vez, confirmou que houve a contratação de funcionários independentes. Dezessete mil atletas são esperados durante o período dos Jogos Olímpcos. A cerimônia de abertura acontece no dia 5 de agosto, no estádio do Maracanã. A Vila fica a cerca de 4,5 km do Parque Olímpico, principal palco de provas do evento. Serão 16 modalidades com disputas no local. Ambas as instalações ficam no bairro de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. De acordo a coluna do Ancelmo Gois, em "O Globo", na última sexta-feira (22), a Carvalho Hosken e a Odebrecht entregaram o condomínio com cerca de 20% dos apartamentos com problemas de acabamento, como infiltrações ou reboco caindo. Os últimos dias foram de esforço redobrado dos funcionários, na tentativa de terminar tudo em tempo. A poucas horas dos atletas chegarem, operários viravam a madrugada trabalhando. Contratados para executar obras na Vila Olímpica relatam que foram chamados para resolver problemas de reparo na parte elétrica. Falhas em instalações impedem o funcionamento de alguns aparelhos de ar condicionado nos quartos dos atletas. O Comitê da Rio-2016 informa que os testes realizados detectaram problemas em alguns apartamentos e há uma força-tarefa para eles sejam resolvidos rapidamente. A Vila está montada num complexo de sete condomínios, 31 prédios, com total de 3.604 apartamentos, recém-construídos para serem vendidos no mercado. Os prédios de até 17 andares estão interligados por um parque que será público depois dos Jogos. Vila dos Atletas
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Num hospital público do Rio
O CTI lembra uma dessas enfermarias provisórias, improvisadas em ginásios ou escolas após grandes tragédias. Nada ali, porém, é provisório, a tragédia é permanente. Os pacientes, parafraseando Caetano Veloso, são quase todos pretos. Ou quase pretos. Os médicos são quase todos brancos. Ou quase brancos. Homens e mulheres dividem o mesmo espaço, velhas e velhos de bocas escancaradas parecem saídos de gravuras do Goya. Todos usam fralda. Os pés, descalços e imóveis, são carcomidos, calcanhares rachados, unhas cascudas: pés de chinelo. Os roupões entreabertos revelam aqui e ali os peitos murchos subindo e descendo com dificuldade. Literalmente os últimos suspiros. Um ou outro leito tem ao lado uma parente, um cobertor trazido de casa, uma quentinha num Tupperware, uma garrafa PET com uma Fanta genérica, mas 90 por cento daquelas pessoas está só. Num dos leitos um corpo pequeno, embrulhado num lençol, espera para ser levado ao necrotério, feito uma múmia. "Na emergência, o paciente morre sozinho", diz uma enfermeira. Um funcionário explica que a maioria daquelas pessoas não deveria estar ali. São hipertensos que não se cuidam, diabéticos que desrespeitam a dieta, gente que sofre de doenças controláveis e por falta de atendimento primário ou ignorância acaba competindo pelos leitos das vítimas de infarto, AVC, trauma. Mesmo os traumas poderiam ser evitados. "Duas doenças que matam muito na nossa região: 'moto' e 'laje'. Moto é epidemia. No Natal dá muita facada. Festa de família, aqui, acaba na faca. Réveillon é mais tiro e queimadura, por causa dos fogos." "Esses são os remédios que a gente tem hoje", diz o chefe do plantão, apontando um print com a pequena lista na parede. "Eu trabalho em hospitais públicos há 30 anos e nunca vivi uma crise como essa. Meu salário de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro eu não recebi e sei que nunca vou receber. Falta tudo, tudo, tudo". Em vez de travesseiros, fraldas. Sondas de urina são usadas no estômago. Na falta de um cateter de veia profunda, "disseca-se" (procedimento cirúrgico no qual sacrifica-se alguma veia grossa do braço para introdução de uma sonda). A medicação é dada, mas a veia é perdida para sempre. "Já cansei de entubar no corredor, nas cadeiras da espera, no chão", desabafa um médico. Outro conta que, por falta de material, drenou o tórax de uma paciente com uma mangueira de fogão. Se ela tivesse morrido, ele certamente seria processado. Se ele não fizesse nada, ela morreria. Vamos para uma sala menor, espécie de emergência da emergência e, incrivelmente, o cenário piora. Não há monitores cardíacos para todos, é no olho que o médico sabe quem está morrendo. "Uma mulher de 60 e poucos anos, porém, está ligada aos eletrodos: seu monitor apita e uma luz vermelha pisca. Sua frequência cardíaca oscila entre 15 e 20. "Aquela mulher ali não tá morrendo?", arrisco. O médico assente e explica que já fez tudo o que estava ao seu alcance. Pergunto a outro médico: se ela estivesse no Sírio, no Einstein, iria morrer? Ele diz que o que foi possível fazer ali seria só o começo num hospital bem equipado. A mulher tinha chegado no dia anterior, caminhando, reclamando de falta de ar.
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Num hospital público do RioO CTI lembra uma dessas enfermarias provisórias, improvisadas em ginásios ou escolas após grandes tragédias. Nada ali, porém, é provisório, a tragédia é permanente. Os pacientes, parafraseando Caetano Veloso, são quase todos pretos. Ou quase pretos. Os médicos são quase todos brancos. Ou quase brancos. Homens e mulheres dividem o mesmo espaço, velhas e velhos de bocas escancaradas parecem saídos de gravuras do Goya. Todos usam fralda. Os pés, descalços e imóveis, são carcomidos, calcanhares rachados, unhas cascudas: pés de chinelo. Os roupões entreabertos revelam aqui e ali os peitos murchos subindo e descendo com dificuldade. Literalmente os últimos suspiros. Um ou outro leito tem ao lado uma parente, um cobertor trazido de casa, uma quentinha num Tupperware, uma garrafa PET com uma Fanta genérica, mas 90 por cento daquelas pessoas está só. Num dos leitos um corpo pequeno, embrulhado num lençol, espera para ser levado ao necrotério, feito uma múmia. "Na emergência, o paciente morre sozinho", diz uma enfermeira. Um funcionário explica que a maioria daquelas pessoas não deveria estar ali. São hipertensos que não se cuidam, diabéticos que desrespeitam a dieta, gente que sofre de doenças controláveis e por falta de atendimento primário ou ignorância acaba competindo pelos leitos das vítimas de infarto, AVC, trauma. Mesmo os traumas poderiam ser evitados. "Duas doenças que matam muito na nossa região: 'moto' e 'laje'. Moto é epidemia. No Natal dá muita facada. Festa de família, aqui, acaba na faca. Réveillon é mais tiro e queimadura, por causa dos fogos." "Esses são os remédios que a gente tem hoje", diz o chefe do plantão, apontando um print com a pequena lista na parede. "Eu trabalho em hospitais públicos há 30 anos e nunca vivi uma crise como essa. Meu salário de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro eu não recebi e sei que nunca vou receber. Falta tudo, tudo, tudo". Em vez de travesseiros, fraldas. Sondas de urina são usadas no estômago. Na falta de um cateter de veia profunda, "disseca-se" (procedimento cirúrgico no qual sacrifica-se alguma veia grossa do braço para introdução de uma sonda). A medicação é dada, mas a veia é perdida para sempre. "Já cansei de entubar no corredor, nas cadeiras da espera, no chão", desabafa um médico. Outro conta que, por falta de material, drenou o tórax de uma paciente com uma mangueira de fogão. Se ela tivesse morrido, ele certamente seria processado. Se ele não fizesse nada, ela morreria. Vamos para uma sala menor, espécie de emergência da emergência e, incrivelmente, o cenário piora. Não há monitores cardíacos para todos, é no olho que o médico sabe quem está morrendo. "Uma mulher de 60 e poucos anos, porém, está ligada aos eletrodos: seu monitor apita e uma luz vermelha pisca. Sua frequência cardíaca oscila entre 15 e 20. "Aquela mulher ali não tá morrendo?", arrisco. O médico assente e explica que já fez tudo o que estava ao seu alcance. Pergunto a outro médico: se ela estivesse no Sírio, no Einstein, iria morrer? Ele diz que o que foi possível fazer ali seria só o começo num hospital bem equipado. A mulher tinha chegado no dia anterior, caminhando, reclamando de falta de ar.
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'Eu amava Spock', diz Barack Obama em comunicado
A morte do ator Leonard Nimoy, 83, nesta sexta-feira (83) também foi lamentada pelo presidente Barack Obama. Em comunicado divulgado pela conta da Casa Branca no Twitter, Obama descreve seu amor pelo personagem Spock, que Nimoy interpretou na franquia "Jornada nas Estrelas". "Muito antes de ser nerd se tornar cool, lá estava Leonard Nimoy. Leonard foi um amante por toda a vida das artes e das humanidades, um apoiador das ciências, generoso com seu talento e com seu tempo. E claro, Leonard foi Spock. Legal, lógico, com orelhas pontudas e sensato, o centro do otimismo de 'Jornada nas Estrelas', incluindo a visão do futuro da humanidade." "Eu amava Spock", escreveu o presidente, na sequência. Após declarar o afeto pelo personagem, Obama lembrou quando conheceu Nimoy, em 2007, e o cumprimentou com a saudação vulcaniana (gesto com as mãos dispostas em formato de V característico do personagem), que definiu como "o gesto universal para 'Vida longa e prosperidade' [bordão de Spock]". "E depois de 83 anos neste planeta – e em suas visitas a muitos outros – está claro que Leonard Nimoy conquistou exatamente isso."
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'Eu amava Spock', diz Barack Obama em comunicadoA morte do ator Leonard Nimoy, 83, nesta sexta-feira (83) também foi lamentada pelo presidente Barack Obama. Em comunicado divulgado pela conta da Casa Branca no Twitter, Obama descreve seu amor pelo personagem Spock, que Nimoy interpretou na franquia "Jornada nas Estrelas". "Muito antes de ser nerd se tornar cool, lá estava Leonard Nimoy. Leonard foi um amante por toda a vida das artes e das humanidades, um apoiador das ciências, generoso com seu talento e com seu tempo. E claro, Leonard foi Spock. Legal, lógico, com orelhas pontudas e sensato, o centro do otimismo de 'Jornada nas Estrelas', incluindo a visão do futuro da humanidade." "Eu amava Spock", escreveu o presidente, na sequência. Após declarar o afeto pelo personagem, Obama lembrou quando conheceu Nimoy, em 2007, e o cumprimentou com a saudação vulcaniana (gesto com as mãos dispostas em formato de V característico do personagem), que definiu como "o gesto universal para 'Vida longa e prosperidade' [bordão de Spock]". "E depois de 83 anos neste planeta – e em suas visitas a muitos outros – está claro que Leonard Nimoy conquistou exatamente isso."
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Simples assim
RIO DE JANEIRO - Quando "Último Tango em Paris", o filme de Bernardo Bertolucci com Marlon Brando, foi lançado com fogos em Paris, em dezembro de 1972, sabíamos que seria proibido aqui. Era o auge da ditadura, e a censura logo mandou o comunicado. Isso não impediu que, na revista semanal em que eu trabalhava, a "Manchete", déssemos capa e oito páginas sobre ele, inclusive com a descrição das cenas mais ousadas. Donde os brasileiros sabiam que "Último Tango" existia, do que se tratava e que não poderiam assisti-lo. Duas semanas depois, em janeiro de 1973, deixei a "Manchete" para ser editor da "Seleções" em Lisboa. Portugal, claro, também era uma ditadura, e "Último Tango" estava igualmente proibido por lá. A diferença é que o povo português não sabia de sua existência. A imprensa não podia falar de um filme proibido, nem dizer que estava proibido –porque "não havia" censura em Portugal. Já então, "Último Tango" estava interditado em dez países. Em fins de janeiro, o filme estreou em Londres, e seria um crime não ir assisti-lo. Por não ter com quem deixar nossa filha Pilar, de três anos, eu e minha mulher na época viajamos com ela. Como Pilar não podia entrar no cinema, a operação exigiu duas etapas: enquanto um ia ao cinema em Piccadilly, o outro brincava com ela num parque ali perto. Vi e não entendi nem o entusiasmo, nem o escândalo. O filme era caótico e oco, com Brando dominando Bertolucci. As cenas de sexo eram gratuitas –a da manteiga provocou gargalhadas na plateia londrina. Era este o filme que, além de nós, os portugueses, espanhóis, mexicanos, chilenos, canadenses e tantos outros levariam anos para poder ver? Hoje, 42 anos depois, o DVD de "Último Tango em Paris" está em oferta na Livraria da Folha, por R$ 16,90. Pode ser comprado por telefone. Simples assim.
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Simples assimRIO DE JANEIRO - Quando "Último Tango em Paris", o filme de Bernardo Bertolucci com Marlon Brando, foi lançado com fogos em Paris, em dezembro de 1972, sabíamos que seria proibido aqui. Era o auge da ditadura, e a censura logo mandou o comunicado. Isso não impediu que, na revista semanal em que eu trabalhava, a "Manchete", déssemos capa e oito páginas sobre ele, inclusive com a descrição das cenas mais ousadas. Donde os brasileiros sabiam que "Último Tango" existia, do que se tratava e que não poderiam assisti-lo. Duas semanas depois, em janeiro de 1973, deixei a "Manchete" para ser editor da "Seleções" em Lisboa. Portugal, claro, também era uma ditadura, e "Último Tango" estava igualmente proibido por lá. A diferença é que o povo português não sabia de sua existência. A imprensa não podia falar de um filme proibido, nem dizer que estava proibido –porque "não havia" censura em Portugal. Já então, "Último Tango" estava interditado em dez países. Em fins de janeiro, o filme estreou em Londres, e seria um crime não ir assisti-lo. Por não ter com quem deixar nossa filha Pilar, de três anos, eu e minha mulher na época viajamos com ela. Como Pilar não podia entrar no cinema, a operação exigiu duas etapas: enquanto um ia ao cinema em Piccadilly, o outro brincava com ela num parque ali perto. Vi e não entendi nem o entusiasmo, nem o escândalo. O filme era caótico e oco, com Brando dominando Bertolucci. As cenas de sexo eram gratuitas –a da manteiga provocou gargalhadas na plateia londrina. Era este o filme que, além de nós, os portugueses, espanhóis, mexicanos, chilenos, canadenses e tantos outros levariam anos para poder ver? Hoje, 42 anos depois, o DVD de "Último Tango em Paris" está em oferta na Livraria da Folha, por R$ 16,90. Pode ser comprado por telefone. Simples assim.
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Dorival projeta retorno de Lucas Lima e diz que não vai poupar jogadores
O técnico do Santos, Dorival Júnior, afirmou que vai escalar força máxima no duelo contra a Ponte Preta, no domingo (13), no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. Uma das novidades deve ser o retorno do meia-atacante Lucas Lima, que estava com a seleção brasileira e ficou fora das vitórias sobre Chapecoense e São Paulo e do empate contra o Sport. A única ausência será do meio-campista Thiago Maia, suspenso. "Os resultados dos exames dessa vez apontaram uma recuperação um pouco mais rápida, então não penso, em um primeiro momento, em alterar o time. Basicamente será a mesma equipe. Estamos nos preocupando com isso, mas acima de tudo, em manter esse bom momento que vivemos. Esperamos fazer um grande jogo, pois é um jogo-chave e seria muito bom contar com todos os jogadores", disse Dorival Júnior. "Não tem nada definido. Quem trabalhou a parte foram os atletas que jogaram e o Lucas Lima, que voltou de viagem da seleção brasileira. Ainda não tenho a definição, amanhã [sábado] faremos o trabalho tático preparando a equipe para o difícil compromisso, um jogo importante para nós", concluiu. Em caso de vitória contra a Ponte Preta, o Santos pode entrar no G4 do Campeonato Brasileiro. Com 37 pontos e na sétima posição, a equipe precisa vencer e torcer por tropeços de Flamengo, São Paulo e Atlético-PR. A equipe carioca visita a Chapecoense, enquanto o São Paulo pega o Grêmio fora de casa. O Atlético-PR encara o Vasco em São Januário. Todos os jogos serão no domingo, às 16h.
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Dorival projeta retorno de Lucas Lima e diz que não vai poupar jogadoresO técnico do Santos, Dorival Júnior, afirmou que vai escalar força máxima no duelo contra a Ponte Preta, no domingo (13), no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. Uma das novidades deve ser o retorno do meia-atacante Lucas Lima, que estava com a seleção brasileira e ficou fora das vitórias sobre Chapecoense e São Paulo e do empate contra o Sport. A única ausência será do meio-campista Thiago Maia, suspenso. "Os resultados dos exames dessa vez apontaram uma recuperação um pouco mais rápida, então não penso, em um primeiro momento, em alterar o time. Basicamente será a mesma equipe. Estamos nos preocupando com isso, mas acima de tudo, em manter esse bom momento que vivemos. Esperamos fazer um grande jogo, pois é um jogo-chave e seria muito bom contar com todos os jogadores", disse Dorival Júnior. "Não tem nada definido. Quem trabalhou a parte foram os atletas que jogaram e o Lucas Lima, que voltou de viagem da seleção brasileira. Ainda não tenho a definição, amanhã [sábado] faremos o trabalho tático preparando a equipe para o difícil compromisso, um jogo importante para nós", concluiu. Em caso de vitória contra a Ponte Preta, o Santos pode entrar no G4 do Campeonato Brasileiro. Com 37 pontos e na sétima posição, a equipe precisa vencer e torcer por tropeços de Flamengo, São Paulo e Atlético-PR. A equipe carioca visita a Chapecoense, enquanto o São Paulo pega o Grêmio fora de casa. O Atlético-PR encara o Vasco em São Januário. Todos os jogos serão no domingo, às 16h.
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China tenta endireitar navio, enquanto impede acesso a área de naufrágio
As equipes de resgate começaram nesta quinta-feira (4) a estabilizar o navio que naufragou na última segunda (1º) no rio Yangtze, na China, com 457 pessoas a bordo, enquanto o país restringe o acesso aos locais próximos ao acidente. A embarcação, que fazia o trajeto turístico entre Nanjing e Chongqing, ficou fora de controle quando foi atingida por um ciclone com ventos de até 130 km/h enquanto passava pela região de Jianli, na província de Hubei. Segundo a emissora estatal CCTV, os socorristas conseguiram retirar 77 corpos do barco. Outras 14 pessoas, incluindo dois tripulantes, foram resgatados com vida, de modo que ainda restam 366 desaparecidos, provavelmente mortos. Nesta quinta, as equipes fizeram três furos no casco do navio na expectativa de achar mais vítimas e com a intenção de preservar a estabilidade da embarcação devido à chuva intensa e à forte correnteza do rio Yangtze. O alto número de desaparecidos faz acreditar que o naufrágio pode se tornar o mais mortal que se tem notícia desde 1948, quando 2.500 pessoas morreram quando um navio virou perto de Xangai. Por isso, as autoridades chinesas enviaram o primeiro-ministro, Li Keqiang, a Jianli e aumentaram o controle de acesso da imprensa e dos familiares à região onde ocorreu o acidente. O Comitê Permanente do Partido Comunista, o alto escalão do governo, instruiu os administradores a reforçar os controles à opinião pública e preservar a estabilidade social, apesar de pedir o entendimento do direito ao luto das famílias. O porta-voz do Ministério dos Transportes, Xu Chengguang, negou que o governo tenha a intenção de encobrir a tragédia e que as autoridades estão recolhendo provas. "Nós nunca acobertaremos erros e absolutamente não encobriremos nada". APROXIMAÇÃO A orientação foi feita após um grupo de parentes das vítimas violarem uma barreira policial em Jianli na tentativa de chegar à área do acidente e ao crematório para onde são levados os corpos, que tiveram a segurança reforçada. Segundo a agência de notícias Reuters, taxistas foram orientados a não levar ninguém à região do naufrágio. Os parentes exigem a divulgação da lista dos passageiros e criticam o fato de os tripulantes terem sido retirados primeiro. Outros pediram que se saiba o motivo pelo qual o barco não foi levado à beira do rio e porque a tripulação não deu o sinal de alerta para que os passageiros pudessem também se salvar. Na praça principal de Jianli, parentes acendiam velas e depositavam flores em um memorial. O governo local afirma que 1.200 familiares dos passageiros do barco estão na cidade. "Nós só queremos uma resolução rápida a esta tragédia. Nós nos sentimos tão devastados", disse uma mulher de 57 anos, com sobrenome Li, que chorava ao lado do memorial.
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China tenta endireitar navio, enquanto impede acesso a área de naufrágioAs equipes de resgate começaram nesta quinta-feira (4) a estabilizar o navio que naufragou na última segunda (1º) no rio Yangtze, na China, com 457 pessoas a bordo, enquanto o país restringe o acesso aos locais próximos ao acidente. A embarcação, que fazia o trajeto turístico entre Nanjing e Chongqing, ficou fora de controle quando foi atingida por um ciclone com ventos de até 130 km/h enquanto passava pela região de Jianli, na província de Hubei. Segundo a emissora estatal CCTV, os socorristas conseguiram retirar 77 corpos do barco. Outras 14 pessoas, incluindo dois tripulantes, foram resgatados com vida, de modo que ainda restam 366 desaparecidos, provavelmente mortos. Nesta quinta, as equipes fizeram três furos no casco do navio na expectativa de achar mais vítimas e com a intenção de preservar a estabilidade da embarcação devido à chuva intensa e à forte correnteza do rio Yangtze. O alto número de desaparecidos faz acreditar que o naufrágio pode se tornar o mais mortal que se tem notícia desde 1948, quando 2.500 pessoas morreram quando um navio virou perto de Xangai. Por isso, as autoridades chinesas enviaram o primeiro-ministro, Li Keqiang, a Jianli e aumentaram o controle de acesso da imprensa e dos familiares à região onde ocorreu o acidente. O Comitê Permanente do Partido Comunista, o alto escalão do governo, instruiu os administradores a reforçar os controles à opinião pública e preservar a estabilidade social, apesar de pedir o entendimento do direito ao luto das famílias. O porta-voz do Ministério dos Transportes, Xu Chengguang, negou que o governo tenha a intenção de encobrir a tragédia e que as autoridades estão recolhendo provas. "Nós nunca acobertaremos erros e absolutamente não encobriremos nada". APROXIMAÇÃO A orientação foi feita após um grupo de parentes das vítimas violarem uma barreira policial em Jianli na tentativa de chegar à área do acidente e ao crematório para onde são levados os corpos, que tiveram a segurança reforçada. Segundo a agência de notícias Reuters, taxistas foram orientados a não levar ninguém à região do naufrágio. Os parentes exigem a divulgação da lista dos passageiros e criticam o fato de os tripulantes terem sido retirados primeiro. Outros pediram que se saiba o motivo pelo qual o barco não foi levado à beira do rio e porque a tripulação não deu o sinal de alerta para que os passageiros pudessem também se salvar. Na praça principal de Jianli, parentes acendiam velas e depositavam flores em um memorial. O governo local afirma que 1.200 familiares dos passageiros do barco estão na cidade. "Nós só queremos uma resolução rápida a esta tragédia. Nós nos sentimos tão devastados", disse uma mulher de 57 anos, com sobrenome Li, que chorava ao lado do memorial.
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STJ suspende ações que tentam aumentar correção do FGTS
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou nesta segunda-feira (26) a suspensão temporária de todos os processos que discutam a possibilidade de a TR (Taxa Referencial) ser substituída como índice de correção monetária dos saldos das contas vinculadas ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A suspensão vale até que a Primeira Seção do STJ julgue um recurso especial apresentado pelo Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de Santa Catarina), que alega ilegalidade no uso da TR pela Caixa Econômica Federal para correção do FGTS dos trabalhadores representados pela entidade. Pelo menos 29,4 mil ações que tratam do assunto já estão suspensas, segundo STJ. O novo Código de Processo Civil, que entrou em vigor em março deste ano, determina que, quando houver um grande número de recursos especiais com teses idênticas, os méritos podem ser julgados por amostragem. Isto é, são selecionados alguns recursos para serem julgados —enquanto todos os outros têm a tramitação suspensa—, e as decisões publicadas são igualmente aplicadas aos demais. O ministro Benedito Gonçalves, responsável pela suspensão, estabeleceu prazo de 30 dias para que entidades e órgãos interessados no julgamento se manifestem. INPC OU IPCA Segundo o Sintaema, o parâmetro fixado para a correção monetária, estabelecido pela Lei 8.177/91, não promove efetiva atualização monetária desde 1999, o que distanciaria progressivamente os saldos aplicados no fundo dos índices oficiais de inflação. O sindicato quer que a TR seja substituída por índices como o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) ou o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) —o índice oficial de inflação do país. Em agosto, o INPC foi a 0,31%, e o IPCA, a 0,44%, enquanto a TR ficou em 0,25%. Em 2010, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, negou pedido semelhante do Sintaema, sob o entendimento de que os critérios de correção do FGTS são estabelecidos pela legislação, não podendo haver substituição por índice considerado mais favorável em determinada época.
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STJ suspende ações que tentam aumentar correção do FGTSO STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou nesta segunda-feira (26) a suspensão temporária de todos os processos que discutam a possibilidade de a TR (Taxa Referencial) ser substituída como índice de correção monetária dos saldos das contas vinculadas ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A suspensão vale até que a Primeira Seção do STJ julgue um recurso especial apresentado pelo Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de Santa Catarina), que alega ilegalidade no uso da TR pela Caixa Econômica Federal para correção do FGTS dos trabalhadores representados pela entidade. Pelo menos 29,4 mil ações que tratam do assunto já estão suspensas, segundo STJ. O novo Código de Processo Civil, que entrou em vigor em março deste ano, determina que, quando houver um grande número de recursos especiais com teses idênticas, os méritos podem ser julgados por amostragem. Isto é, são selecionados alguns recursos para serem julgados —enquanto todos os outros têm a tramitação suspensa—, e as decisões publicadas são igualmente aplicadas aos demais. O ministro Benedito Gonçalves, responsável pela suspensão, estabeleceu prazo de 30 dias para que entidades e órgãos interessados no julgamento se manifestem. INPC OU IPCA Segundo o Sintaema, o parâmetro fixado para a correção monetária, estabelecido pela Lei 8.177/91, não promove efetiva atualização monetária desde 1999, o que distanciaria progressivamente os saldos aplicados no fundo dos índices oficiais de inflação. O sindicato quer que a TR seja substituída por índices como o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) ou o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) —o índice oficial de inflação do país. Em agosto, o INPC foi a 0,31%, e o IPCA, a 0,44%, enquanto a TR ficou em 0,25%. Em 2010, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, negou pedido semelhante do Sintaema, sob o entendimento de que os critérios de correção do FGTS são estabelecidos pela legislação, não podendo haver substituição por índice considerado mais favorável em determinada época.
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Prévia mostra inflação para 12 meses se aproximando dos 5%
A prévia da inflação oficial do Brasil mostrou maior pressão do que o esperado em fevereiro, mas ainda assim atingiu o menor nível para o mês em cinco anos e se aproximou de 5% em 12 meses, dando munição para que o Banco Central continue reduzindo a taxa básica de juros. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,54% neste mês, acelerando sobre a alta de 0,31% do primeiro mês do ano num movimento sazonal provocado pelos preços de educação, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (22). No acumulado em 12 meses até fevereiro, o IPCA-15 subiu 5,02%, contra 5,94% em janeiro e ainda mais perto do centro da meta oficial —4,5% pelo IPCA, com tolerância de 1,5 ponto percentual. É o menor nível desde junho de 2012, quando o IPCA-15 marcou 5%. Os resultados ficaram um pouco acima da expectativa em pesquisa da Reuters, com alta de 0,50% no mês e de 4,99% em 12 meses. Após o fechamento dos mercados nesta sessão, o BC divulga sua decisão sobre a Selic. O resultado do IPCA-15 reforça a visão em pesquisa Reuters de redução de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros, o que a levaria a 12,25% ao ano, menor nível em dois anos. Inflação - Índice de variação de preços medido pelo IPCA-15, em % "A alta no grupo Educação reflete os reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo, em especial os aumentos nas mensalidades dos cursos regulares", explicou o IBGE em nota, informando que os preços dos cursos regulares aumentaram 6,94%, maior impacto individual (0,21 p.p.) no IPCA-15. As tarifas de ônibus urbanos e intermunicipais, com altas respectivas de 3,24 e 3,84%, também ajudaram a pressionar o resultado do IPCA-15 neste mês. Com isso, a inflação de serviços acelerou a 1,01% neste mês, contra 0,31 em janeiro, segundo o economista-sênior do banco Haitong, Flávio Serrano. Já a medida considerada pelo BC acelerou a alta a 0,49%, frente a 0,39% no período. Inflação por grupos - Variação em % segundo o IPCA-15 O IBGE explicou que em fevereiro o grupo Educação foi o principal responsável pelo resultado do indicador após acelerar a alta a 5,17%, sobre 0,18% em janeiro. Com isso, o impacto foi de 0,24 ponto percentual no índice todo. "A questão é que temos o IPCA convergindo para 4,5%, e o BC tem espaço para flexibilizar e levar a taxa de juros para mais perto da neutralidade", disse ele, acrescentado que a partir de abril existe a possibilidade de o BC acelerar o passo e reduzir a Selic em 1 ponto. Na outra ponta, mostrou o IBGE, os preços no grupo Vestuário recuaram 0,31% em fevereiro, ampliando a queda de 0,18% no mês anterior. Os preços de Alimentação e bebidas também caíram neste mês (-0,07%), depois de subirem 0,28% em janeiro, com destaque para o feijão-carioca (-14,68%) e a batata-inglesa (-7,63%). A recessão econômica com desemprego ainda alto no país já levaram os economistas consultados na pesquisa Focus do BC a ver a inflação abaixo do centro da meta este ano. A expectativa no levantamento mais recente é de alta do IPCA de 4,43%, com a Selic a 9,5%.
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Prévia mostra inflação para 12 meses se aproximando dos 5%A prévia da inflação oficial do Brasil mostrou maior pressão do que o esperado em fevereiro, mas ainda assim atingiu o menor nível para o mês em cinco anos e se aproximou de 5% em 12 meses, dando munição para que o Banco Central continue reduzindo a taxa básica de juros. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,54% neste mês, acelerando sobre a alta de 0,31% do primeiro mês do ano num movimento sazonal provocado pelos preços de educação, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (22). No acumulado em 12 meses até fevereiro, o IPCA-15 subiu 5,02%, contra 5,94% em janeiro e ainda mais perto do centro da meta oficial —4,5% pelo IPCA, com tolerância de 1,5 ponto percentual. É o menor nível desde junho de 2012, quando o IPCA-15 marcou 5%. Os resultados ficaram um pouco acima da expectativa em pesquisa da Reuters, com alta de 0,50% no mês e de 4,99% em 12 meses. Após o fechamento dos mercados nesta sessão, o BC divulga sua decisão sobre a Selic. O resultado do IPCA-15 reforça a visão em pesquisa Reuters de redução de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros, o que a levaria a 12,25% ao ano, menor nível em dois anos. Inflação - Índice de variação de preços medido pelo IPCA-15, em % "A alta no grupo Educação reflete os reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo, em especial os aumentos nas mensalidades dos cursos regulares", explicou o IBGE em nota, informando que os preços dos cursos regulares aumentaram 6,94%, maior impacto individual (0,21 p.p.) no IPCA-15. As tarifas de ônibus urbanos e intermunicipais, com altas respectivas de 3,24 e 3,84%, também ajudaram a pressionar o resultado do IPCA-15 neste mês. Com isso, a inflação de serviços acelerou a 1,01% neste mês, contra 0,31 em janeiro, segundo o economista-sênior do banco Haitong, Flávio Serrano. Já a medida considerada pelo BC acelerou a alta a 0,49%, frente a 0,39% no período. Inflação por grupos - Variação em % segundo o IPCA-15 O IBGE explicou que em fevereiro o grupo Educação foi o principal responsável pelo resultado do indicador após acelerar a alta a 5,17%, sobre 0,18% em janeiro. Com isso, o impacto foi de 0,24 ponto percentual no índice todo. "A questão é que temos o IPCA convergindo para 4,5%, e o BC tem espaço para flexibilizar e levar a taxa de juros para mais perto da neutralidade", disse ele, acrescentado que a partir de abril existe a possibilidade de o BC acelerar o passo e reduzir a Selic em 1 ponto. Na outra ponta, mostrou o IBGE, os preços no grupo Vestuário recuaram 0,31% em fevereiro, ampliando a queda de 0,18% no mês anterior. Os preços de Alimentação e bebidas também caíram neste mês (-0,07%), depois de subirem 0,28% em janeiro, com destaque para o feijão-carioca (-14,68%) e a batata-inglesa (-7,63%). A recessão econômica com desemprego ainda alto no país já levaram os economistas consultados na pesquisa Focus do BC a ver a inflação abaixo do centro da meta este ano. A expectativa no levantamento mais recente é de alta do IPCA de 4,43%, com a Selic a 9,5%.
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Aracy de Almeida foi 'malandro de saia'
A Aracy que descobrimos é uma mulher de bom gosto, afinadérrima, a pessoa que resgatou Noel Rosa para a história depois da morte do "Cole Porter tapuia" para a tuberculose Nunca soube entender que bicho foi que mordeu a Aracy de Almeida (1914-1988). Em 2014 comemorou-se o seu centenário e, enquanto escrevo estas enfadonhas, digo, mal traçadas linhas, o livro de que ouço falar há pelo menos uma década, "Aracy de Almeida - Não Tem Tradução", um projeto - barra - sonho - barra - delírio tropicalista executado pelo amigo Eduardo Logullo, me encara do alto de suas 216 páginas de "causos", citações e divinas tretas com a empáfia de quem envia uma vigorosa banana. Eduardo Logullo, com quem, em outros tempos, já dividi um comércio ambulante de churrasquinho grego no viaduto do Chá (se não dividi, poderia, tamanha a cumplicidade), e a quem José Simão um dia definiu como o "melhor de todos nós" –não fosse, a meu ver, um certo cacoete de desafiar autoridade e questões que opõe vínculos empregatícios aos seus projetos de viagens ao exterior–, vem a ser deliciosamente fissurado em tudo aquilo que não é convencional. A ponto de tachar de "careta" –só para se ter uma ideia– até o Marquês de Sade. Só um livro escrito por alguém como Logullo poderia me ajudar a desvendar mistérios que parecem durar os mesmos cem anos que Aracy completaria neste 2014. Perceba: fui uma criança confusa. Chegava ao cúmulo de levar a sério o "Batman" interpretado por Adam West (como podia entender que se tratava de comédia com vilões como Vincent Price, Cesar Romero e Ida Lupino?). Mas a sequelada mirim que vos fala não conseguia entender porquê Silvio Santos mantinha um programa de calouros com jurados tão cruéis e pouco atraentes quanto Décio Piccinini, Pedro de Lara e a cangaceira que lembrava uma cruza entre Silvio "pelamor dos meus filhinhos" Luiz e a Mafalda, do cartunista Quino. Enquanto escrevo este texto o cantor Daniel está na tela da TV, no programa "The Voice Brasil" (Globo), esquartejando "Meu Mundo e Nada Mais", de Guilherme Arantes. Para espanto do autor, que tenta acompanhar como pode ao piano, Dani boy mete bronca nos trinados. ATENTADO MUSICAL Seria divertido ver como Aracy de Almeida reagiria diante desse atentado que se comete hoje em dia contra a interpretação musical, fenômeno que eu denomino de "celinedionificação" ou, como queira, de "agnaldorayolização" da canção, uma forma de exibicionismo que só valoriza potência sem oferecer nenhuma contrapartida e, no processo, coloca todas as músicas populares do planeta na mesma prateleira de nada. A Aracy que descobrimos é uma mulher de bom gosto, afinadérrima, a pessoa que resgatou Noel Rosa para a história depois da morte do "Cole Porter tapuia" para a tuberculose nos anos 1930. Aquele azedume em pessoa, que eu enxergava como uma desalmada capaz de dar a merreca de "dez paus" para o melhor número da noite, das (digamos) duas órfãs cegas, surdas e mudas do "Show de Calouros", é revelada nas páginas desta nem tão biografia e bem mais agrupamento de "boutades et retrouvailles" (reunião de fatos interessantes, frases e chistes) como uma cultivadora do bem viver, amiga de ícones como Paulo Mendes Campos, Di Cavalcanti, Vinicius de Moraes e toda a boêmia e inteligentzia da época. Logullo vê Aracy com um ser de modernidade intuitiva, uma bolacha fina para as massas, mais que isso, a enxerga como uma contrapartida feminina do malandro do morro, o camarada maltratado que se reafirma ostentando "coragem, perspicácia, manha, estilo". Ainda de acordo com Logullo, o "malandro" que seu personagem encarna é aquele ser que diz: "Eu posso. Eu sou. Eu quero. Eu vou. Eu faço". "Os malandros", continua, "em sua maioria negros oriundos dos bairros remediados' da Zona Norte carioca, buscavam aceitação social e escancaravam seus pequenos luxos". ENXOTANDO CALOUROS Hoje, seria impensável aceitar o apresentador do "Ídolos" que enxota o calouro para fora do palco com uma buzinada de carro antigo na orelha, no meio da interpretação. Ou que uma bruxa enfezada feito Aracy tivesse a liberdade de despejar seu descontentamento a respeito da condição humana na fuça de inocentes cordeiros submetidos ao seu escrutínio. O público rejeitaria correndo. E, no entanto, o malandro de hoje é o do funk ostentação, uma manifestação política usada para desagradar. E há o malandro hiper-realista, que comete malandragens ipso facto e dificilmente acabará virando a nova Susan Boyle pelas mãos de Simon Cowell. É analisando de onde viemos, para onde vamos, que se consegue traduzir a Aracy. Toda pura, almofadinha, muito da certinha. Uma mulher tão autêntica que foi incapaz de negociar com a mediocridade ou a baixaria. E acabou sentindo a mudança dos ventos entre as costelas. "Antes eu era muito popular, mas só entre intelectuais e artistas. Agora não, porque esse negócio de Via Embratel é um bico, rapaz! Acabou-se o tempo de poder sair para fazer compras, escolher minhas verduras. Agora não, até vaia eu levo na rua... Estou com minha cuca baleada: uns me dão adeusinhos, outros me chamam de filha daquilo...", afirmou a cantora. "Estou é a fim de me pirulitar por aí, ir pro Amazonas ajudar a abrir aquelas estradas lá..." ARACY DE ALMEIDA - NÃO TEM TRADUÇÃO AUTOR Eduardo Logullo EDITORA Veneta QUANTO R$ 34,90 (216 págs.)
ilustrada
Aracy de Almeida foi 'malandro de saia'A Aracy que descobrimos é uma mulher de bom gosto, afinadérrima, a pessoa que resgatou Noel Rosa para a história depois da morte do "Cole Porter tapuia" para a tuberculose Nunca soube entender que bicho foi que mordeu a Aracy de Almeida (1914-1988). Em 2014 comemorou-se o seu centenário e, enquanto escrevo estas enfadonhas, digo, mal traçadas linhas, o livro de que ouço falar há pelo menos uma década, "Aracy de Almeida - Não Tem Tradução", um projeto - barra - sonho - barra - delírio tropicalista executado pelo amigo Eduardo Logullo, me encara do alto de suas 216 páginas de "causos", citações e divinas tretas com a empáfia de quem envia uma vigorosa banana. Eduardo Logullo, com quem, em outros tempos, já dividi um comércio ambulante de churrasquinho grego no viaduto do Chá (se não dividi, poderia, tamanha a cumplicidade), e a quem José Simão um dia definiu como o "melhor de todos nós" –não fosse, a meu ver, um certo cacoete de desafiar autoridade e questões que opõe vínculos empregatícios aos seus projetos de viagens ao exterior–, vem a ser deliciosamente fissurado em tudo aquilo que não é convencional. A ponto de tachar de "careta" –só para se ter uma ideia– até o Marquês de Sade. Só um livro escrito por alguém como Logullo poderia me ajudar a desvendar mistérios que parecem durar os mesmos cem anos que Aracy completaria neste 2014. Perceba: fui uma criança confusa. Chegava ao cúmulo de levar a sério o "Batman" interpretado por Adam West (como podia entender que se tratava de comédia com vilões como Vincent Price, Cesar Romero e Ida Lupino?). Mas a sequelada mirim que vos fala não conseguia entender porquê Silvio Santos mantinha um programa de calouros com jurados tão cruéis e pouco atraentes quanto Décio Piccinini, Pedro de Lara e a cangaceira que lembrava uma cruza entre Silvio "pelamor dos meus filhinhos" Luiz e a Mafalda, do cartunista Quino. Enquanto escrevo este texto o cantor Daniel está na tela da TV, no programa "The Voice Brasil" (Globo), esquartejando "Meu Mundo e Nada Mais", de Guilherme Arantes. Para espanto do autor, que tenta acompanhar como pode ao piano, Dani boy mete bronca nos trinados. ATENTADO MUSICAL Seria divertido ver como Aracy de Almeida reagiria diante desse atentado que se comete hoje em dia contra a interpretação musical, fenômeno que eu denomino de "celinedionificação" ou, como queira, de "agnaldorayolização" da canção, uma forma de exibicionismo que só valoriza potência sem oferecer nenhuma contrapartida e, no processo, coloca todas as músicas populares do planeta na mesma prateleira de nada. A Aracy que descobrimos é uma mulher de bom gosto, afinadérrima, a pessoa que resgatou Noel Rosa para a história depois da morte do "Cole Porter tapuia" para a tuberculose nos anos 1930. Aquele azedume em pessoa, que eu enxergava como uma desalmada capaz de dar a merreca de "dez paus" para o melhor número da noite, das (digamos) duas órfãs cegas, surdas e mudas do "Show de Calouros", é revelada nas páginas desta nem tão biografia e bem mais agrupamento de "boutades et retrouvailles" (reunião de fatos interessantes, frases e chistes) como uma cultivadora do bem viver, amiga de ícones como Paulo Mendes Campos, Di Cavalcanti, Vinicius de Moraes e toda a boêmia e inteligentzia da época. Logullo vê Aracy com um ser de modernidade intuitiva, uma bolacha fina para as massas, mais que isso, a enxerga como uma contrapartida feminina do malandro do morro, o camarada maltratado que se reafirma ostentando "coragem, perspicácia, manha, estilo". Ainda de acordo com Logullo, o "malandro" que seu personagem encarna é aquele ser que diz: "Eu posso. Eu sou. Eu quero. Eu vou. Eu faço". "Os malandros", continua, "em sua maioria negros oriundos dos bairros remediados' da Zona Norte carioca, buscavam aceitação social e escancaravam seus pequenos luxos". ENXOTANDO CALOUROS Hoje, seria impensável aceitar o apresentador do "Ídolos" que enxota o calouro para fora do palco com uma buzinada de carro antigo na orelha, no meio da interpretação. Ou que uma bruxa enfezada feito Aracy tivesse a liberdade de despejar seu descontentamento a respeito da condição humana na fuça de inocentes cordeiros submetidos ao seu escrutínio. O público rejeitaria correndo. E, no entanto, o malandro de hoje é o do funk ostentação, uma manifestação política usada para desagradar. E há o malandro hiper-realista, que comete malandragens ipso facto e dificilmente acabará virando a nova Susan Boyle pelas mãos de Simon Cowell. É analisando de onde viemos, para onde vamos, que se consegue traduzir a Aracy. Toda pura, almofadinha, muito da certinha. Uma mulher tão autêntica que foi incapaz de negociar com a mediocridade ou a baixaria. E acabou sentindo a mudança dos ventos entre as costelas. "Antes eu era muito popular, mas só entre intelectuais e artistas. Agora não, porque esse negócio de Via Embratel é um bico, rapaz! Acabou-se o tempo de poder sair para fazer compras, escolher minhas verduras. Agora não, até vaia eu levo na rua... Estou com minha cuca baleada: uns me dão adeusinhos, outros me chamam de filha daquilo...", afirmou a cantora. "Estou é a fim de me pirulitar por aí, ir pro Amazonas ajudar a abrir aquelas estradas lá..." ARACY DE ALMEIDA - NÃO TEM TRADUÇÃO AUTOR Eduardo Logullo EDITORA Veneta QUANTO R$ 34,90 (216 págs.)
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Cameron defende Reino Unido na UE descartando adesão turca ao bloco
A Turquia, que há anos tenta aderir à União Europeia (UE), levará décadas para fazer parte do bloco, disse o primeiro-ministro britânico, David Cameron, nesta quarta (4), ao defender a permanência do Reino Unido na UE numa comissão especial do Parlamento em Londres. Em 23 de junho, os britânicos decidem, em um referendo, se querem permanecer ou deixar a UE. Por votos contra o "Brexit" (saída do Reino Unido do bloco europeu), Cameron fez questão de descartar a dificuldade que será a entrada da Turquia no grupo que reúne 28 países. "Gostaria de dizer muito claramente às pessoas: se seu voto está atrelado a considerações sobre a adesão da Turquia à UE, não pense sobre isso. Não faz, nem remotamente, parte das cartas. Não é um problema nesse referendo", afirmou, salientando que o processo não acontecerá "por décadas". Cameron lembrou que a adesão da Turquia depende da aprovação de todos os Estados-membros da UE. Disse também que a França, por exemplo, já se posicionou dizendo que precisa consultar a população. O britânico mudou o tom em relação à Turquia, uma vez que há seis anos ele próprio havia dito que lutaria para integrar o país à UE. Atualmente, a Turquia enfrenta uma crise dos refugiados, uma vez que faz fronteira com a Síria e passa por dificuldades políticas e econômicas. Para Cameron, permanecer no bloco europeu aumentará o poder do Reino Unido. "Não me sinto de nenhuma forma menos britânico por estar na União Europeia", disse o primeiro-ministro ao ser questionado sobre o mais forte argumento de seu ministro da Defesa, Michael Gove, que defende sair do bloco e afirma que aos poucos o país está perdendo a identidade nacional. Na sessão do Parlamento britânico, Cameron foi lembrado que há cerca de 2.000 cidadãos europeus em prisões britânicas. Admitiu que o governo poderia ter feito mais, mas afirmou que ficará mais difícil extraditá-los caso saia do bloco. ARREPENDIMENTO Perguntado se está arrependido de convocar o referendo diante do fato de ver o próprio partido dividido entre os que querem sair e os que querem ficar, ele respondeu que não com a justificativa de que "acredita na democracia". Há pelo menos cinco ministros que têm posição contrária a de Cameron. O primeiro-ministro admitiu, contudo, que poderia ter evitado não apenas o "Brexit" mas também o plebiscito na Escócia, em que o país decidiu permanecer no Reino Unido. Preferia não fazê-lo. Além disso, o premiê afirmou que está advertindo as pessoas para votarem por ficar com base nos termos negociados por ele em fevereiro, quando o Reino Unido e a UE firmaram um acordo na tentativa de garantir um status especial aos britânicos dentro do bloco. Cameron conseguiu, por exemplo, autorização para limitar benefícios a imigrantes europeus recém-chegados e garantia de que não haverá discriminação pelo fato de seu país estar fora da zona do euro. Críticos, contudo, avaliam as medidas como insuficientes. De fato, pesquisas indicam empate técnico na disputa entre os defendem e os que são contra o Brexit. "TAREFA COMPLEXA E DIFÍCIL" Nesta quarta (4), a comissão da União Europeia composta por 19 lordes do Parlamento britânico divulgou um relatório afirmando que o processo de retirada do bloco será uma "tarefa complexa e difícil". Os lordes destacaram que 4 milhões de pessoas podem ficar numa espécie de "limbo". Eles se referem aos direitos já adquiridos por aproximadamente 2 milhões de europeus que vivem no Reino Unido e por um número igual de britânicos que moram na Europa. O relatório afirma ainda que o "Brexit" vai exigir um longo processo de negociação, que deve se estender por anos. Além disso, não há garantias de que seja possível reverter o processo de retirada caso se mude de ideia. A comissão, contudo, evitou se posicionar em relação à votação. O governo Cameron será chamado a se posicionar sobre o texto de 26 páginas.
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Cameron defende Reino Unido na UE descartando adesão turca ao blocoA Turquia, que há anos tenta aderir à União Europeia (UE), levará décadas para fazer parte do bloco, disse o primeiro-ministro britânico, David Cameron, nesta quarta (4), ao defender a permanência do Reino Unido na UE numa comissão especial do Parlamento em Londres. Em 23 de junho, os britânicos decidem, em um referendo, se querem permanecer ou deixar a UE. Por votos contra o "Brexit" (saída do Reino Unido do bloco europeu), Cameron fez questão de descartar a dificuldade que será a entrada da Turquia no grupo que reúne 28 países. "Gostaria de dizer muito claramente às pessoas: se seu voto está atrelado a considerações sobre a adesão da Turquia à UE, não pense sobre isso. Não faz, nem remotamente, parte das cartas. Não é um problema nesse referendo", afirmou, salientando que o processo não acontecerá "por décadas". Cameron lembrou que a adesão da Turquia depende da aprovação de todos os Estados-membros da UE. Disse também que a França, por exemplo, já se posicionou dizendo que precisa consultar a população. O britânico mudou o tom em relação à Turquia, uma vez que há seis anos ele próprio havia dito que lutaria para integrar o país à UE. Atualmente, a Turquia enfrenta uma crise dos refugiados, uma vez que faz fronteira com a Síria e passa por dificuldades políticas e econômicas. Para Cameron, permanecer no bloco europeu aumentará o poder do Reino Unido. "Não me sinto de nenhuma forma menos britânico por estar na União Europeia", disse o primeiro-ministro ao ser questionado sobre o mais forte argumento de seu ministro da Defesa, Michael Gove, que defende sair do bloco e afirma que aos poucos o país está perdendo a identidade nacional. Na sessão do Parlamento britânico, Cameron foi lembrado que há cerca de 2.000 cidadãos europeus em prisões britânicas. Admitiu que o governo poderia ter feito mais, mas afirmou que ficará mais difícil extraditá-los caso saia do bloco. ARREPENDIMENTO Perguntado se está arrependido de convocar o referendo diante do fato de ver o próprio partido dividido entre os que querem sair e os que querem ficar, ele respondeu que não com a justificativa de que "acredita na democracia". Há pelo menos cinco ministros que têm posição contrária a de Cameron. O primeiro-ministro admitiu, contudo, que poderia ter evitado não apenas o "Brexit" mas também o plebiscito na Escócia, em que o país decidiu permanecer no Reino Unido. Preferia não fazê-lo. Além disso, o premiê afirmou que está advertindo as pessoas para votarem por ficar com base nos termos negociados por ele em fevereiro, quando o Reino Unido e a UE firmaram um acordo na tentativa de garantir um status especial aos britânicos dentro do bloco. Cameron conseguiu, por exemplo, autorização para limitar benefícios a imigrantes europeus recém-chegados e garantia de que não haverá discriminação pelo fato de seu país estar fora da zona do euro. Críticos, contudo, avaliam as medidas como insuficientes. De fato, pesquisas indicam empate técnico na disputa entre os defendem e os que são contra o Brexit. "TAREFA COMPLEXA E DIFÍCIL" Nesta quarta (4), a comissão da União Europeia composta por 19 lordes do Parlamento britânico divulgou um relatório afirmando que o processo de retirada do bloco será uma "tarefa complexa e difícil". Os lordes destacaram que 4 milhões de pessoas podem ficar numa espécie de "limbo". Eles se referem aos direitos já adquiridos por aproximadamente 2 milhões de europeus que vivem no Reino Unido e por um número igual de britânicos que moram na Europa. O relatório afirma ainda que o "Brexit" vai exigir um longo processo de negociação, que deve se estender por anos. Além disso, não há garantias de que seja possível reverter o processo de retirada caso se mude de ideia. A comissão, contudo, evitou se posicionar em relação à votação. O governo Cameron será chamado a se posicionar sobre o texto de 26 páginas.
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Leitor questiona escolha de foto de black bloc para ilustrar manchete sobre greve
GREVE GERAL A questão não é ser contra ou a favor da greve, mas me causou estranheza a cobertura da Folha. As fotos da Primeira Página (29/4) parecem escolhidas a dedo para dar ênfase a um black bloc. Até entendo que o diário seja favorável às reformas, mas manipular o leitor não é honesto. ANA CLAUDIA G. GALRÃO (São João del-Rei, MG) * São uma grande vergonha para o país as manifestações violentas, as cenas de vandalismo com queima de pneus e ônibus, e o bloqueio de avenidas. Os manifestantes, assim agindo, perderam todo e qualquer respeito da população, demonstrando total descaso com regras de civilidade e democracia. Que se imputem à CUT e demais organizadores os prejuízos advindos de tamanha barbárie. TOYOMI ARAKI (São Paulo, SP) * Ao dizer-se contrário à greve geral que contou com forte adesão dos professores da rede privada de ensino, Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo, ofende toda a categoria docente, chamando-os de baderneiros, vândalos e irresponsáveis ("Reformas, necessidade imperiosa", Tendências/Debates, 28/4). A desqualificação do interlocutor enfraquece o debate. SÔNIA MARIA BARREIRA (São Paulo, SP) * Concordo que uma greve, para ser geral, deva ser feita em um dia normal de trabalho. No entanto, o sucesso da mesma depende da confiabilidade dos organizadores e de uma lista de objetivos sustentáveis. O que vimos na sexta-feira foi uma repressão aos que queriam trabalhar, além de uma total indefinição sobre a melhor resposta a dar às reformas propostas. OSMAR G. LOUREIRO (Cravinhos, SP) - REFORMA DA PREVIDÊNCIA Creio que todos seriam a favor da reforma da Previdência se esta atingisse a todos, sem deixar de fora militares e parlamentares. Do modo que está, a reforma é um tapa na cara de nossa sociedade. GILBERTO ÁLVARES GIUSEPONE (São Paulo, SP) Que o Brasil precisa de reformas, não resta dúvida. Mas um governo querer enfiar goela abaixo dos cidadãos reformas importantes como a trabalhista e a da Previdência,pressionando e ameaçando o Congresso, fazendo barganhas obscenas para conseguir implementá-las, é autoritarismo da pior qualidade. MARIA HELENA RABELO CAMPOS (Nova Lima, MG) - SALÁRIOS DO JUDICIÁRIO É inaceitável que 70% dos juízes do TJ-SP ganhem mais do que R$ 33,7 mil mensais ("70% de juízes do TJ de São Paulo recebem além do teto", "Poder", 29/4). O Judiciário deveria ser o primeiro a dar o exemplo e a cumprir as leis e a Constituição Federal. O corporativismo é uma verdadeira praga. Nosso Judiciário é o mais caro do mundo, consumindo 1,8% do PIB. RENATO KHAIR (São Paulo, SP) - SOLTURA DE EIKE BATISTA O Brasil não vai sair do atoleiro em que está se o Judiciário não começar a funcionar minimamente. Não é possível que a polícia e a Promotoria desmantelem as quadrilhas criminosas que estão roubando o país, e o Judiciário seja incapaz de julgar qualquer coisa e tenha que soltar os criminosos presos preventiva ou provisoriamente ("Ministro do STF manda soltar Eike Batista", "Poder", 29/4). Ninguém quer ver pessoas presas preventivamente por tempo indeterminado, mas não se pode tolerar que presos sejam libertados por falta de julgamento. MÁRIO BARILÁ FILHO (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Concordo com Claudia Costin ("Novos líderes", "Opinião", 28/4). Precisamos incentivar e preparar novos líderes que realmente pensem no Brasil como um todo. É eufemismo dizer que o nosso Congresso tem imperfeições! Precisamos trabalhar para moralizá-lo. MARIZA BACCI ZAGO (Atibaia, SP) * Sobre a coluna de Vladimir Safatle ("Quando é hora de parar", "Ilustrada", 28/4), digo que o povo não é estúpido e faz, acertadamente, uma péssima avaliação do atual governo. O povo que, também acertadamente, rejeitou o péssimo governo Dilma não é burro. MARIA CECÍLIA DE ARRUDA NAVARRO (Bauru, SP) * Ao condenar in limine as práticas integrativas (não alternativas) na medicina, Hélio Schwartsman se esqueceu de incluir a própria relação médico-paciente, que atua como placebo ("SUS dá banana para a ciência", "Opinião", 26/4). A realidade tecnológica indica que, em poucos anos, os médicos humanos poderão ser substituídos por médicos robôs, como o dr. Adam, que já existe e pode fazer diagnósticos e propor terapêuticas sem intervenção humana. ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF) - OMBUDSMAN Parabéns pelarenovação do mandato de Paula Cesarino Costa. Excelente o seu trabalho, com críticas construtivas e amplo descortino de qualquer nova situação. Como estamos no Ano Internacional da Mulher, fica aqui uma sugestão: por que não substituir o nome atual do cargo pela sua versão feminina, em sueco, ombudskvinna? Pensem no assunto, senhoras e senhores da Redação. CARL J. G. SCHULTZE (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor questiona escolha de foto de black bloc para ilustrar manchete sobre greveGREVE GERAL A questão não é ser contra ou a favor da greve, mas me causou estranheza a cobertura da Folha. As fotos da Primeira Página (29/4) parecem escolhidas a dedo para dar ênfase a um black bloc. Até entendo que o diário seja favorável às reformas, mas manipular o leitor não é honesto. ANA CLAUDIA G. GALRÃO (São João del-Rei, MG) * São uma grande vergonha para o país as manifestações violentas, as cenas de vandalismo com queima de pneus e ônibus, e o bloqueio de avenidas. Os manifestantes, assim agindo, perderam todo e qualquer respeito da população, demonstrando total descaso com regras de civilidade e democracia. Que se imputem à CUT e demais organizadores os prejuízos advindos de tamanha barbárie. TOYOMI ARAKI (São Paulo, SP) * Ao dizer-se contrário à greve geral que contou com forte adesão dos professores da rede privada de ensino, Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo, ofende toda a categoria docente, chamando-os de baderneiros, vândalos e irresponsáveis ("Reformas, necessidade imperiosa", Tendências/Debates, 28/4). A desqualificação do interlocutor enfraquece o debate. SÔNIA MARIA BARREIRA (São Paulo, SP) * Concordo que uma greve, para ser geral, deva ser feita em um dia normal de trabalho. No entanto, o sucesso da mesma depende da confiabilidade dos organizadores e de uma lista de objetivos sustentáveis. O que vimos na sexta-feira foi uma repressão aos que queriam trabalhar, além de uma total indefinição sobre a melhor resposta a dar às reformas propostas. OSMAR G. LOUREIRO (Cravinhos, SP) - REFORMA DA PREVIDÊNCIA Creio que todos seriam a favor da reforma da Previdência se esta atingisse a todos, sem deixar de fora militares e parlamentares. Do modo que está, a reforma é um tapa na cara de nossa sociedade. GILBERTO ÁLVARES GIUSEPONE (São Paulo, SP) Que o Brasil precisa de reformas, não resta dúvida. Mas um governo querer enfiar goela abaixo dos cidadãos reformas importantes como a trabalhista e a da Previdência,pressionando e ameaçando o Congresso, fazendo barganhas obscenas para conseguir implementá-las, é autoritarismo da pior qualidade. MARIA HELENA RABELO CAMPOS (Nova Lima, MG) - SALÁRIOS DO JUDICIÁRIO É inaceitável que 70% dos juízes do TJ-SP ganhem mais do que R$ 33,7 mil mensais ("70% de juízes do TJ de São Paulo recebem além do teto", "Poder", 29/4). O Judiciário deveria ser o primeiro a dar o exemplo e a cumprir as leis e a Constituição Federal. O corporativismo é uma verdadeira praga. Nosso Judiciário é o mais caro do mundo, consumindo 1,8% do PIB. RENATO KHAIR (São Paulo, SP) - SOLTURA DE EIKE BATISTA O Brasil não vai sair do atoleiro em que está se o Judiciário não começar a funcionar minimamente. Não é possível que a polícia e a Promotoria desmantelem as quadrilhas criminosas que estão roubando o país, e o Judiciário seja incapaz de julgar qualquer coisa e tenha que soltar os criminosos presos preventiva ou provisoriamente ("Ministro do STF manda soltar Eike Batista", "Poder", 29/4). Ninguém quer ver pessoas presas preventivamente por tempo indeterminado, mas não se pode tolerar que presos sejam libertados por falta de julgamento. MÁRIO BARILÁ FILHO (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Concordo com Claudia Costin ("Novos líderes", "Opinião", 28/4). Precisamos incentivar e preparar novos líderes que realmente pensem no Brasil como um todo. É eufemismo dizer que o nosso Congresso tem imperfeições! Precisamos trabalhar para moralizá-lo. MARIZA BACCI ZAGO (Atibaia, SP) * Sobre a coluna de Vladimir Safatle ("Quando é hora de parar", "Ilustrada", 28/4), digo que o povo não é estúpido e faz, acertadamente, uma péssima avaliação do atual governo. O povo que, também acertadamente, rejeitou o péssimo governo Dilma não é burro. MARIA CECÍLIA DE ARRUDA NAVARRO (Bauru, SP) * Ao condenar in limine as práticas integrativas (não alternativas) na medicina, Hélio Schwartsman se esqueceu de incluir a própria relação médico-paciente, que atua como placebo ("SUS dá banana para a ciência", "Opinião", 26/4). A realidade tecnológica indica que, em poucos anos, os médicos humanos poderão ser substituídos por médicos robôs, como o dr. Adam, que já existe e pode fazer diagnósticos e propor terapêuticas sem intervenção humana. ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF) - OMBUDSMAN Parabéns pelarenovação do mandato de Paula Cesarino Costa. Excelente o seu trabalho, com críticas construtivas e amplo descortino de qualquer nova situação. Como estamos no Ano Internacional da Mulher, fica aqui uma sugestão: por que não substituir o nome atual do cargo pela sua versão feminina, em sueco, ombudskvinna? Pensem no assunto, senhoras e senhores da Redação. CARL J. G. SCHULTZE (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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