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Vale substitui caminhões por correias para transporte de minério de ferro
Atingida pela queda no preço das commodities, a Vale aposta em um novo sistema de transporte de minério de ferro para reduzir seus custos e minimizar o impacto ambiental. A nova estrutura, planejada para o projeto da mineradora chamado de S11D, em Canaã dos Carajás (Pará), é composta por correias de borracha, escavadeiras e britadores móveis e substituirá o uso de caminhões. As correias percorrerão até nove quilômetros de distância entre o local da extração e a usina de beneficiamento do produto. Com o transporte, a usina pôde ser planejada para uma área de pastagem, fora da Floresta Nacional de Carajás, reduzindo o impacto com o desmatamento. No total, serão instalados 37 quilômetros de correias transportadoras distribuídas dentro da mina, incluindo ramais que vão se conectar ao tronco principal até a usina de beneficiamento. Se no S11D fosse adotado o sistema de mineração convencional, em que o minério tem de ser levado da escavadeira até britadores fixos, teriam de ser usados 100 caminhões fora de estrada. Com a solução, a Vale pretende reduzir em até 77% o consumo de diesel, o que representa uma queda de 50% na emissão de gases de efeito estufa na operação. BAIXOS CUSTOS Segundo a mineradora, o S11D é o maior projeto da indústria de minério de ferro e tem como uma de suas vantagens os custos baixos. "O S11D é um projeto que agrega 90 milhões de toneladas de minério de ferro à produção da Vale. Trata-se de um investimento em que o minério, quando for colocado no porto, vai custar menos de US$ 10 por tonelada", diz o diretor de Implantação de Projetos de Ferrosos Norte, Jamil Sebe. De acordo com informações divulgadas pela companhia, o custo médio do minério de ferro no porto no terceiro trimestre foi de US$ 12,7, abaixo dos US$ 15,8 do trimestre anterior. A empresa também incorporou novo processo no setor de beneficiamento. "Outro investimento é no peneiramento a seco, que beneficia o minério sem utilizar água. O processo, já usado em algumas minas de Carajás, vai diminuir o consumo mensal de água para 110 mil metros cúbicos contra quase 1,7 milhão de metros cúbicos por mês em uma planta a úmido", diz Sebe. Segundo a Vale, outra vantagem é que o minério extraído será mais puro, com teor de ferro de 66,48%. No mercado, a referência é um teor de 62%. O projeto deve entrar em operação no segundo semestre de 2016. No terceiro trimestre, a Vale registrou prejuízo de R$ 6,7 bilhões. No trimestre anterior, a empresa havia lucrado R$ 5,14 bilhões.
mercado
Vale substitui caminhões por correias para transporte de minério de ferroAtingida pela queda no preço das commodities, a Vale aposta em um novo sistema de transporte de minério de ferro para reduzir seus custos e minimizar o impacto ambiental. A nova estrutura, planejada para o projeto da mineradora chamado de S11D, em Canaã dos Carajás (Pará), é composta por correias de borracha, escavadeiras e britadores móveis e substituirá o uso de caminhões. As correias percorrerão até nove quilômetros de distância entre o local da extração e a usina de beneficiamento do produto. Com o transporte, a usina pôde ser planejada para uma área de pastagem, fora da Floresta Nacional de Carajás, reduzindo o impacto com o desmatamento. No total, serão instalados 37 quilômetros de correias transportadoras distribuídas dentro da mina, incluindo ramais que vão se conectar ao tronco principal até a usina de beneficiamento. Se no S11D fosse adotado o sistema de mineração convencional, em que o minério tem de ser levado da escavadeira até britadores fixos, teriam de ser usados 100 caminhões fora de estrada. Com a solução, a Vale pretende reduzir em até 77% o consumo de diesel, o que representa uma queda de 50% na emissão de gases de efeito estufa na operação. BAIXOS CUSTOS Segundo a mineradora, o S11D é o maior projeto da indústria de minério de ferro e tem como uma de suas vantagens os custos baixos. "O S11D é um projeto que agrega 90 milhões de toneladas de minério de ferro à produção da Vale. Trata-se de um investimento em que o minério, quando for colocado no porto, vai custar menos de US$ 10 por tonelada", diz o diretor de Implantação de Projetos de Ferrosos Norte, Jamil Sebe. De acordo com informações divulgadas pela companhia, o custo médio do minério de ferro no porto no terceiro trimestre foi de US$ 12,7, abaixo dos US$ 15,8 do trimestre anterior. A empresa também incorporou novo processo no setor de beneficiamento. "Outro investimento é no peneiramento a seco, que beneficia o minério sem utilizar água. O processo, já usado em algumas minas de Carajás, vai diminuir o consumo mensal de água para 110 mil metros cúbicos contra quase 1,7 milhão de metros cúbicos por mês em uma planta a úmido", diz Sebe. Segundo a Vale, outra vantagem é que o minério extraído será mais puro, com teor de ferro de 66,48%. No mercado, a referência é um teor de 62%. O projeto deve entrar em operação no segundo semestre de 2016. No terceiro trimestre, a Vale registrou prejuízo de R$ 6,7 bilhões. No trimestre anterior, a empresa havia lucrado R$ 5,14 bilhões.
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O caldeirão do PMDB-RJ
RIO DE JANEIRO - Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é um mestre na arte de dar pontos com nó. Cada aperto de mão, cada proposta embute uma expectativa de ganho político. Em março, o presidente da Câmara dos Deputados iniciou em Curitiba (PR) um projeto chamado "Câmara Itinerante", de sessões nas assembleias legislativas pelo país. Foi a senha para especulações sobre uma eventual candidatura sua à Presidência da República em 2018. Questionado sobre o tema, Cunha anunciou Eduardo Paes, prefeito do Rio, como seu candidato a presidente. Nos gabinetes do poder fluminense, comenta-se que o verdadeiro plano de Cunha é o governo do Estado. Impulsionado pela reeleição e pelo extenso projeto urbanístico associado aos Jogos Olímpicos de 2016, Paes pode ser considerado, sem dúvida, pré-candidato a presidente em 2018. Mas o caminho natural para o prefeito do Rio seria o governo do Estado. Dado o cenário atual, dificilmente perderia a corrida. Ao apoiar Paes para presidente -um desafio duríssimo para qualquer um-, Cunha habilmente fortalece seu nome no partido em direção ao Palácio Guanabara. No discurso, pelo menos, Paes afirma que só decidirá seu futuro após a Olimpíada. A disputa entre os peemedebistas pelo Palácio da Cidade em 2016 não é menos embolada. Em dezembro, Paes lançou o deputado federal Pedro Paulo, seu ex-secretário de governo, como candidato a sua sucessão no ano que vem. O presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, principal cacique do partido no Estado, tem outros planos. Seu candidato a prefeito é seu filho Leonardo Picciani, também deputado federal. Para complicar ainda mais o jogo, engana-se quem pensa que o ex-governador Sérgio Cabral julga-se morto. Cabral também cogita disputar a Prefeitura do Rio em 2016, com a esperança de unir Paes e Picciani ao seu redor.
colunas
O caldeirão do PMDB-RJRIO DE JANEIRO - Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é um mestre na arte de dar pontos com nó. Cada aperto de mão, cada proposta embute uma expectativa de ganho político. Em março, o presidente da Câmara dos Deputados iniciou em Curitiba (PR) um projeto chamado "Câmara Itinerante", de sessões nas assembleias legislativas pelo país. Foi a senha para especulações sobre uma eventual candidatura sua à Presidência da República em 2018. Questionado sobre o tema, Cunha anunciou Eduardo Paes, prefeito do Rio, como seu candidato a presidente. Nos gabinetes do poder fluminense, comenta-se que o verdadeiro plano de Cunha é o governo do Estado. Impulsionado pela reeleição e pelo extenso projeto urbanístico associado aos Jogos Olímpicos de 2016, Paes pode ser considerado, sem dúvida, pré-candidato a presidente em 2018. Mas o caminho natural para o prefeito do Rio seria o governo do Estado. Dado o cenário atual, dificilmente perderia a corrida. Ao apoiar Paes para presidente -um desafio duríssimo para qualquer um-, Cunha habilmente fortalece seu nome no partido em direção ao Palácio Guanabara. No discurso, pelo menos, Paes afirma que só decidirá seu futuro após a Olimpíada. A disputa entre os peemedebistas pelo Palácio da Cidade em 2016 não é menos embolada. Em dezembro, Paes lançou o deputado federal Pedro Paulo, seu ex-secretário de governo, como candidato a sua sucessão no ano que vem. O presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, principal cacique do partido no Estado, tem outros planos. Seu candidato a prefeito é seu filho Leonardo Picciani, também deputado federal. Para complicar ainda mais o jogo, engana-se quem pensa que o ex-governador Sérgio Cabral julga-se morto. Cabral também cogita disputar a Prefeitura do Rio em 2016, com a esperança de unir Paes e Picciani ao seu redor.
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Peça remonta encontro entre Susan Sontag e John Berger; leia trecho
SOBRE O TEXTO Imagine o encontro, para uma conversa na TV, entre duas das mentes mais brilhantes da segunda metade do século 20: a ensaísta e crítica norte-americana Susan Sontag e o crítico e escritor inglês John Berger. Deve-se o feito a um episódio de 1983 do programa "Voices", do britânico Channel 4. O trecho abaixo faz parte da peça "Sontag/Berger", ainda inédita, que remonta o encontro no palco por meio de um teatro "verbatim", fiel à transcrição da conversa. PERSONAGENS SUSAN SONTAG, 50 anos. Cardigan púrpura escuro, camisa castanha clara listrada de vinho, calça preta, botas marrons. Pequeno microfone redondo na camisa. JOHN BERGER, 57 anos. Cabelo parcialmente grisalho. Jaqueta preta, camisa branca com gola chinesa, calça bege, sapatos marrons. Pequeno microfone redondo na lapela do paletó. CENÁRIO Londres, 1983. Um cenário num estúdio de televisão. Tapeçarias em estilo persa nas paredes, chão de compensado bege claro. Uma grande mesa circular de madeira, sobre a qual repousam dois copos, uma jarra d'água, um grande cinzeiro redondo. Duas cadeiras de estofado bege claro, frontalmente opostas, em horizontal em relação ao palco. (As luzes se acendem enquanto ouvimos a trilha de abertura do programa "Voices" do Channel 4 britânico.) JOHN BERGER (Voltando-se para o público) Boa noite. Nesta noite, "Vozes" é um pouco diferente, pois somos apenas dois. Susan Sontag e eu, John Berger. Acho que Susan e eu temos um monte de coisas em comum. Ambos escrevemos ensaios sobre literatura, sobre ideias. Nós dois temos trabalhado em cinema. Susan acaba de voltar de Roma, onde está fazendo um filme baseado em um de seus contos. Eu tenho escrito roteiros. Ambos, de tempos em tempos, temos escrito muito sobre fotografia. Sobre a imagem visual fotográfica. Por fim, e talvez o mais importante nesta noite, ambos escrevemos ficção. Romances e contos. Nesta noite vamos trocar opiniões e experiências sobre esta atividade, de certa maneira realmente misteriosa. A atividade de contar histórias. (...) BERGER Como uma história começa para você? SUSAN SONTAG A motivação para um ensaio é certamente alguma coisa que eu notei ou pensei ou é um conjunto de problemas que gerou outro conjunto de problemas e outro e outro e outro e então eu descubro um pretexto para falar sobre estes problemas numa obra de arte específica ou numa situação ou num ideal, o que for. Quando estou escrevendo um ensaio, me pergunto o tempo todo: "É verdade o que estou dizendo? É assim mesmo?" BERGER Sim, concordo, sim. SONTAG Acho que, quando estou escrevendo ficção, há sempre um sentido de responsabilidade, pois acho que tanto eu como você somos do tipo de gente que sente e assume responsabilidade com grande avidez. Mas não é quanto à mesma ideia de verdade, exceto num sentido muito definitivo e quase tautológico. Acho que quando sou mobilizada a escrever uma história, não é pelo fato de eu ter ouvido uma história, porque, como todo mundo, eu ouço milhares de histórias. É porque eu ouço linguagem na minha cabeça. Eu ouço uma frase. (...) BERGER É interessante isso, e nós muitas vezes tratamos disso, pois talvez nós nos alinhemos com algo muito parecido, mas é um processo ao inverso. Para mim, nunca existe esta voz no começo. Há uma enorme dificuldade de enxergar aquela situação, aquela pessoa, de segui-las... SONTAG Eu não vejo, escuto. BERGER Eu vejo. SONTAG Talvez seja por isso que eu goste de fazer filmes, pois eu não vejo. Eu apenas escuto quando escrevo e consequentemente eu quero muito ver e isso eu gosto de fazer com imagens, ao invés de com linguagem. BERGER E quando você está realmente lá, realmente lá, que provavelmente é depois de um tempo concreto de escrita, na altura de dois terços, não necessariamente de dois terços do texto, mas dois terços do tempo de escrita, meses ou anos, então de repente a voz vem. Então eu apenas escrevo, mas isso vem depois que a situação ou a pessoa foi estabelecida. Não antes. SONTAG Não, para mim, a pessoa emerge da linguagem. Sinto... BERGER Para mim, a linguagem vem da pessoa. SONTAG Está muito claro de nossa conversa que eu sou realmente leal a certos pressupostos modernistas sobre arte, sobre literatura, que acho que você questiona e abandonou. Penso numa obra inicial de sua ficção, como o romance "G.", na qual você está então fazendo algo que é próximo do que eu continuo a fazer como escritora de ficção. As histórias que você tem escrito sobre a vida no campo são, acho, não sei se você sente isso, em uma forma muito diferente ou em um modelo diferente. BERGER O tema é tão diferente, acho. É verdade. SONTAG Você não mudou, John? Você, você mesmo, não mudou? BERGER Eu não sei. Eu tive de reaprender a escrever, isto é verdade, pois a experiência dos desamparados ou dos camponeses é tão diferente da experiência dos privilegiados, e "G." é um livro sobre estes. SONTAG Você considera a si mesmo como um repórter de sua experiência? Eu não sinto que seja uma repórter de minha experiência de maneira nenhuma. BERGER Não, não, pois acredito totalmente na experiência sendo compartilhada. Acredito que a imaginação é exatamente isso. Começa muito cedo na infância. Começa com a identificação de uma criança com um brinquedo ou com um animal. Essa capacidade de empatia é, me parece, o primeiro fruto daquela criação social que é a imaginação. Em geral, hoje, há uma espécie de falta de coragem na ficção. O que quero dizer com isso? SONTAG Sim, o que você quer dizer com isso? BERGER Bem, quero dizer que a maioria dos romances provavelmente são hoje na verdade autobiografias disfarçadas. Por outro lado, as pessoas dizem: "O que lhe dá o direito de escrever sobre camponeses? Você não é um camponês. O que dá a você o direito de escrever sobre um homem? Você não é um homem". Ou vice-versa. Estas questões são recorrentes e a crise de coragem, ou a falta de coragem, é esta: não é possível escrever sobre algo que alguém não viveu, ou não viu. Eu não acredito nisso. AMIR LABAKI, 53, é cineasta, crítico de cinema e fundador do festival de documentários É Tudo Verdade. ZED NESTI, 47, é artista plástico.
ilustrissima
Peça remonta encontro entre Susan Sontag e John Berger; leia trechoSOBRE O TEXTO Imagine o encontro, para uma conversa na TV, entre duas das mentes mais brilhantes da segunda metade do século 20: a ensaísta e crítica norte-americana Susan Sontag e o crítico e escritor inglês John Berger. Deve-se o feito a um episódio de 1983 do programa "Voices", do britânico Channel 4. O trecho abaixo faz parte da peça "Sontag/Berger", ainda inédita, que remonta o encontro no palco por meio de um teatro "verbatim", fiel à transcrição da conversa. PERSONAGENS SUSAN SONTAG, 50 anos. Cardigan púrpura escuro, camisa castanha clara listrada de vinho, calça preta, botas marrons. Pequeno microfone redondo na camisa. JOHN BERGER, 57 anos. Cabelo parcialmente grisalho. Jaqueta preta, camisa branca com gola chinesa, calça bege, sapatos marrons. Pequeno microfone redondo na lapela do paletó. CENÁRIO Londres, 1983. Um cenário num estúdio de televisão. Tapeçarias em estilo persa nas paredes, chão de compensado bege claro. Uma grande mesa circular de madeira, sobre a qual repousam dois copos, uma jarra d'água, um grande cinzeiro redondo. Duas cadeiras de estofado bege claro, frontalmente opostas, em horizontal em relação ao palco. (As luzes se acendem enquanto ouvimos a trilha de abertura do programa "Voices" do Channel 4 britânico.) JOHN BERGER (Voltando-se para o público) Boa noite. Nesta noite, "Vozes" é um pouco diferente, pois somos apenas dois. Susan Sontag e eu, John Berger. Acho que Susan e eu temos um monte de coisas em comum. Ambos escrevemos ensaios sobre literatura, sobre ideias. Nós dois temos trabalhado em cinema. Susan acaba de voltar de Roma, onde está fazendo um filme baseado em um de seus contos. Eu tenho escrito roteiros. Ambos, de tempos em tempos, temos escrito muito sobre fotografia. Sobre a imagem visual fotográfica. Por fim, e talvez o mais importante nesta noite, ambos escrevemos ficção. Romances e contos. Nesta noite vamos trocar opiniões e experiências sobre esta atividade, de certa maneira realmente misteriosa. A atividade de contar histórias. (...) BERGER Como uma história começa para você? SUSAN SONTAG A motivação para um ensaio é certamente alguma coisa que eu notei ou pensei ou é um conjunto de problemas que gerou outro conjunto de problemas e outro e outro e outro e então eu descubro um pretexto para falar sobre estes problemas numa obra de arte específica ou numa situação ou num ideal, o que for. Quando estou escrevendo um ensaio, me pergunto o tempo todo: "É verdade o que estou dizendo? É assim mesmo?" BERGER Sim, concordo, sim. SONTAG Acho que, quando estou escrevendo ficção, há sempre um sentido de responsabilidade, pois acho que tanto eu como você somos do tipo de gente que sente e assume responsabilidade com grande avidez. Mas não é quanto à mesma ideia de verdade, exceto num sentido muito definitivo e quase tautológico. Acho que quando sou mobilizada a escrever uma história, não é pelo fato de eu ter ouvido uma história, porque, como todo mundo, eu ouço milhares de histórias. É porque eu ouço linguagem na minha cabeça. Eu ouço uma frase. (...) BERGER É interessante isso, e nós muitas vezes tratamos disso, pois talvez nós nos alinhemos com algo muito parecido, mas é um processo ao inverso. Para mim, nunca existe esta voz no começo. Há uma enorme dificuldade de enxergar aquela situação, aquela pessoa, de segui-las... SONTAG Eu não vejo, escuto. BERGER Eu vejo. SONTAG Talvez seja por isso que eu goste de fazer filmes, pois eu não vejo. Eu apenas escuto quando escrevo e consequentemente eu quero muito ver e isso eu gosto de fazer com imagens, ao invés de com linguagem. BERGER E quando você está realmente lá, realmente lá, que provavelmente é depois de um tempo concreto de escrita, na altura de dois terços, não necessariamente de dois terços do texto, mas dois terços do tempo de escrita, meses ou anos, então de repente a voz vem. Então eu apenas escrevo, mas isso vem depois que a situação ou a pessoa foi estabelecida. Não antes. SONTAG Não, para mim, a pessoa emerge da linguagem. Sinto... BERGER Para mim, a linguagem vem da pessoa. SONTAG Está muito claro de nossa conversa que eu sou realmente leal a certos pressupostos modernistas sobre arte, sobre literatura, que acho que você questiona e abandonou. Penso numa obra inicial de sua ficção, como o romance "G.", na qual você está então fazendo algo que é próximo do que eu continuo a fazer como escritora de ficção. As histórias que você tem escrito sobre a vida no campo são, acho, não sei se você sente isso, em uma forma muito diferente ou em um modelo diferente. BERGER O tema é tão diferente, acho. É verdade. SONTAG Você não mudou, John? Você, você mesmo, não mudou? BERGER Eu não sei. Eu tive de reaprender a escrever, isto é verdade, pois a experiência dos desamparados ou dos camponeses é tão diferente da experiência dos privilegiados, e "G." é um livro sobre estes. SONTAG Você considera a si mesmo como um repórter de sua experiência? Eu não sinto que seja uma repórter de minha experiência de maneira nenhuma. BERGER Não, não, pois acredito totalmente na experiência sendo compartilhada. Acredito que a imaginação é exatamente isso. Começa muito cedo na infância. Começa com a identificação de uma criança com um brinquedo ou com um animal. Essa capacidade de empatia é, me parece, o primeiro fruto daquela criação social que é a imaginação. Em geral, hoje, há uma espécie de falta de coragem na ficção. O que quero dizer com isso? SONTAG Sim, o que você quer dizer com isso? BERGER Bem, quero dizer que a maioria dos romances provavelmente são hoje na verdade autobiografias disfarçadas. Por outro lado, as pessoas dizem: "O que lhe dá o direito de escrever sobre camponeses? Você não é um camponês. O que dá a você o direito de escrever sobre um homem? Você não é um homem". Ou vice-versa. Estas questões são recorrentes e a crise de coragem, ou a falta de coragem, é esta: não é possível escrever sobre algo que alguém não viveu, ou não viu. Eu não acredito nisso. AMIR LABAKI, 53, é cineasta, crítico de cinema e fundador do festival de documentários É Tudo Verdade. ZED NESTI, 47, é artista plástico.
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Uma proposta modesta
Nos últimos meses, muita gente boa tem se descabelado por conta de um tema que não costuma despertar paixões avassaladoras: o ensino de história no Brasil. Tudo começou quando o Ministério da Educação divulgou a versão preliminar de seu projeto para uma base curricular que valeria para o Brasil inteiro. Muitos intelectuais ficaram chocados ao ver que o plano dava ênfase à herança indígena e africana na história do país, praticamente ignorando a Antiguidade, a Idade Média e o Renascimento. Sem prejuízo da discussão sobre essas lacunas, porém, gostaria de fazer uma proposta modesta a ambos os lados: que tal ler Jared Diamond? Estou falando do biogeógrafo e professor da Universidade da Califórnia em Los Angeles que escreveu o best-seller "Armas, Germes e Aço" -não porque eu ache que seus livros deveriam ser usados de forma dogmática, mas porque o trabalho dele exemplifica uma tendência que ajuda a pensar a saga histórica (e pré-histórica) da humanidade de modo realmente global, integrando a história às demais ciências. Acho salutar que a molecada brasileira aprenda que complexidade social, artística e tecnológica não era privilégio das civilizações da Europa e da Ásia. A arqueologia tem revelado, por exemplo, que a Amazônia pré-Cabral tinha populações densas, construções monumentais e cerâmica de fazer inveja aos gregos da época de Platão; as estradas incas alcançam no mínimo um empate técnico com as romanas; e por aí vai. Comparar essa complexidade nativa com a do Velho Mundo é um ótimo meio de aprender como surgem os Estados -a resposta de Diamond, provavelmente correta, é que a capacidade de intensificar a produção de alimentos por meio da agricultura costuma desencadear processos de concentração de poder, os quais desembocam no surgimento de generais, reis e imperadores. Essas, claro, são as semelhanças entre Novo e Velho Mundo, mas também é preciso explicar as diferenças. Como diabos um bando de 168 aventureiros espanhóis conseguiu derrotar dezenas de milhares de guerreiros incas e capturar o imperador Atahualpa em 1532? Foi porque os índios eram covardes, burros ou, de maneira genérica, "inferiores"? A resposta de Diamond é um sonoro "não". A grande vantagem dos espanhóis sobre os incas era o uso bélico do cavalo - um animal que tinha sido extinto nas Américas, junto com quase todos os outros mamíferos "domesticáveis", por volta de 10 mil anos atrás, no fim da Era do Gelo. Os ancestrais dos incas tiveram de se contentar com as lhamas, que ninguém conseguiria montar em batalha. Foi a convivência constante dos europeus com seus animais domésticos de grande porte, aliás, que legou a eles doenças infecciosas (originalmente transmitidas pelos bichos) como a varíola, responsável por matar muito mais indígenas do que qualquer cavalo ou arcabuz ibéricos. Se você quer juntar os professores de biologia, geografia e história num único esforço para estimular os alunos a pensar nos padrões que regeram a saga da nossa espécie, a abordagem acima me parece muito mais empolgante do que o mero "Vamos valorizar nossa herança não europeia, pessoal". Como diz um velho samba, sonhar não custa nada.
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Uma proposta modestaNos últimos meses, muita gente boa tem se descabelado por conta de um tema que não costuma despertar paixões avassaladoras: o ensino de história no Brasil. Tudo começou quando o Ministério da Educação divulgou a versão preliminar de seu projeto para uma base curricular que valeria para o Brasil inteiro. Muitos intelectuais ficaram chocados ao ver que o plano dava ênfase à herança indígena e africana na história do país, praticamente ignorando a Antiguidade, a Idade Média e o Renascimento. Sem prejuízo da discussão sobre essas lacunas, porém, gostaria de fazer uma proposta modesta a ambos os lados: que tal ler Jared Diamond? Estou falando do biogeógrafo e professor da Universidade da Califórnia em Los Angeles que escreveu o best-seller "Armas, Germes e Aço" -não porque eu ache que seus livros deveriam ser usados de forma dogmática, mas porque o trabalho dele exemplifica uma tendência que ajuda a pensar a saga histórica (e pré-histórica) da humanidade de modo realmente global, integrando a história às demais ciências. Acho salutar que a molecada brasileira aprenda que complexidade social, artística e tecnológica não era privilégio das civilizações da Europa e da Ásia. A arqueologia tem revelado, por exemplo, que a Amazônia pré-Cabral tinha populações densas, construções monumentais e cerâmica de fazer inveja aos gregos da época de Platão; as estradas incas alcançam no mínimo um empate técnico com as romanas; e por aí vai. Comparar essa complexidade nativa com a do Velho Mundo é um ótimo meio de aprender como surgem os Estados -a resposta de Diamond, provavelmente correta, é que a capacidade de intensificar a produção de alimentos por meio da agricultura costuma desencadear processos de concentração de poder, os quais desembocam no surgimento de generais, reis e imperadores. Essas, claro, são as semelhanças entre Novo e Velho Mundo, mas também é preciso explicar as diferenças. Como diabos um bando de 168 aventureiros espanhóis conseguiu derrotar dezenas de milhares de guerreiros incas e capturar o imperador Atahualpa em 1532? Foi porque os índios eram covardes, burros ou, de maneira genérica, "inferiores"? A resposta de Diamond é um sonoro "não". A grande vantagem dos espanhóis sobre os incas era o uso bélico do cavalo - um animal que tinha sido extinto nas Américas, junto com quase todos os outros mamíferos "domesticáveis", por volta de 10 mil anos atrás, no fim da Era do Gelo. Os ancestrais dos incas tiveram de se contentar com as lhamas, que ninguém conseguiria montar em batalha. Foi a convivência constante dos europeus com seus animais domésticos de grande porte, aliás, que legou a eles doenças infecciosas (originalmente transmitidas pelos bichos) como a varíola, responsável por matar muito mais indígenas do que qualquer cavalo ou arcabuz ibéricos. Se você quer juntar os professores de biologia, geografia e história num único esforço para estimular os alunos a pensar nos padrões que regeram a saga da nossa espécie, a abordagem acima me parece muito mais empolgante do que o mero "Vamos valorizar nossa herança não europeia, pessoal". Como diz um velho samba, sonhar não custa nada.
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Atriz de 'Mad Men' tem orgulho das discussões feministas da série
A atriz Christina Hendricks se tornou o chamariz das discussões feministas em "Mad Men". De coordenadora administrativa à poderosa sócia na agência retratada na série, sua sensual Joan Harris transitou com frieza no mundo machista dos publicitários dos anos 1960, tomando decisões controversas –como dormir com um diretor da Jaguar para conseguir o trabalho. "Tenho orgulho de termos iniciado uma série de discussões sobre gênero", diz a atriz sobre o episódio. "Era a única opção naquele momento, com oportunidades sendo tiradas e a falta de reconhecimento ao bom trabalho. Ela entrou em modo de sobrevivência e me baseei em depoimentos de mulheres que viveram situações parecidas." Já no primeiro episódio da nova temporada, Joan lida com três homens ao tentar vender uma ideia de meia-calça para uma grande loja de departamentos. Depois de uma série de piadas sexuais, um deles dispara: "Você deveria estar no negócio de sutiãs!". "Senti-me desconfortável, mas é tudo verdade", conta ela. "Todas as mulheres passam por algo parecido. Eu mesma já estive em situações de trabalho com conversas com conotações sexuais." O criador da série, Matthew Weiner, completa: "Esses homens agora fazem a mesma coisa de forma escondida".
ilustrada
Atriz de 'Mad Men' tem orgulho das discussões feministas da sérieA atriz Christina Hendricks se tornou o chamariz das discussões feministas em "Mad Men". De coordenadora administrativa à poderosa sócia na agência retratada na série, sua sensual Joan Harris transitou com frieza no mundo machista dos publicitários dos anos 1960, tomando decisões controversas –como dormir com um diretor da Jaguar para conseguir o trabalho. "Tenho orgulho de termos iniciado uma série de discussões sobre gênero", diz a atriz sobre o episódio. "Era a única opção naquele momento, com oportunidades sendo tiradas e a falta de reconhecimento ao bom trabalho. Ela entrou em modo de sobrevivência e me baseei em depoimentos de mulheres que viveram situações parecidas." Já no primeiro episódio da nova temporada, Joan lida com três homens ao tentar vender uma ideia de meia-calça para uma grande loja de departamentos. Depois de uma série de piadas sexuais, um deles dispara: "Você deveria estar no negócio de sutiãs!". "Senti-me desconfortável, mas é tudo verdade", conta ela. "Todas as mulheres passam por algo parecido. Eu mesma já estive em situações de trabalho com conversas com conotações sexuais." O criador da série, Matthew Weiner, completa: "Esses homens agora fazem a mesma coisa de forma escondida".
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Censura policial
Fosse concebida por algum dramaturgo, a situação teria sido criticada pela inverossimilhança. Grupo de teatro encena, numa praça da cidade de Santos (SP), peça que condena a violência policial. A polícia chega e encontra atores vestidos com fardas e saias, a bandeira do Brasil hasteada de cabeça para baixo. Dá voz de prisão ao diretor do espetáculo. Como ele se recusa a acompanhar os agentes, é algemado e levado para a delegacia. O equipamento da trupe também é apreendido. Uma cena de censura como há muito não se via. Há alguns detalhes adicionais que ressaltam o absurdo do incidente, como o fato de que a peça contava com incentivos do governo do Estado, que comanda as polícias, e fora apresentada mais de 20 vezes, algumas delas sob os olhares da PM, que até então não se incomodara. A Secretaria da Segurança Pública diz que vai apurar o caso. A cena em Santos, lamentavelmente, não constitui episódio isolado. Inscreve-se num cenário maior de afrontas à liberdade de expressão que inclui até mesmo o Poder Judiciário, encarregado de zelar pelo respeito pleno a esse princípio basilar da democracia. O tema foi objeto da texto "Livre expressão e democracia", que o colunista Oscar Vilhena Vieira, professor de direito da Fundação Getulio Vargas, publicou nesta Folha no último sábado (29). A prisão do diretor ocorreu no domingo (30). Vieira rememorou algumas decisões recentes de primeira e de segunda instância que subordinaram a livre expressão a outros preceitos constitucionais, como a privacidade e a honra, e recriminou os magistrados que as tomaram por não terem compreendido o verdadeiro alcance desse princípio. A liberdade de pensar e de dizer o que se pensa não é apenas uma garantia fundamental tutelada pelo Estado mas também o tônico que lubrifica as engrenagens de uma sociedade livre e dinâmica. Ao garantir aos cidadãos a possibilidade de se manifestarem livremente, sobretudo para criticar os poderosos e as estruturas do Estado, assegura-se o debate de todo tipo de opinião. Trata-se de ingrediente fundamental para derrubar dogmas, rever erros e permitir o aperfeiçoamento da sociedade. Mesmo os pensamentos que pareçam errados à maioria da população devem ser tolerados. Como ensinava o filósofo britânico John Stuart Mill, é preciso que as más ideias circulem para que as boas possam triunfar. Num país em que muitos magistrados ainda não compreenderam a importância da liberdade de expressão, nem chega a ser irônico que a polícia invista contra uma peça que fala da violência da polícia. [email protected]
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Censura policialFosse concebida por algum dramaturgo, a situação teria sido criticada pela inverossimilhança. Grupo de teatro encena, numa praça da cidade de Santos (SP), peça que condena a violência policial. A polícia chega e encontra atores vestidos com fardas e saias, a bandeira do Brasil hasteada de cabeça para baixo. Dá voz de prisão ao diretor do espetáculo. Como ele se recusa a acompanhar os agentes, é algemado e levado para a delegacia. O equipamento da trupe também é apreendido. Uma cena de censura como há muito não se via. Há alguns detalhes adicionais que ressaltam o absurdo do incidente, como o fato de que a peça contava com incentivos do governo do Estado, que comanda as polícias, e fora apresentada mais de 20 vezes, algumas delas sob os olhares da PM, que até então não se incomodara. A Secretaria da Segurança Pública diz que vai apurar o caso. A cena em Santos, lamentavelmente, não constitui episódio isolado. Inscreve-se num cenário maior de afrontas à liberdade de expressão que inclui até mesmo o Poder Judiciário, encarregado de zelar pelo respeito pleno a esse princípio basilar da democracia. O tema foi objeto da texto "Livre expressão e democracia", que o colunista Oscar Vilhena Vieira, professor de direito da Fundação Getulio Vargas, publicou nesta Folha no último sábado (29). A prisão do diretor ocorreu no domingo (30). Vieira rememorou algumas decisões recentes de primeira e de segunda instância que subordinaram a livre expressão a outros preceitos constitucionais, como a privacidade e a honra, e recriminou os magistrados que as tomaram por não terem compreendido o verdadeiro alcance desse princípio. A liberdade de pensar e de dizer o que se pensa não é apenas uma garantia fundamental tutelada pelo Estado mas também o tônico que lubrifica as engrenagens de uma sociedade livre e dinâmica. Ao garantir aos cidadãos a possibilidade de se manifestarem livremente, sobretudo para criticar os poderosos e as estruturas do Estado, assegura-se o debate de todo tipo de opinião. Trata-se de ingrediente fundamental para derrubar dogmas, rever erros e permitir o aperfeiçoamento da sociedade. Mesmo os pensamentos que pareçam errados à maioria da população devem ser tolerados. Como ensinava o filósofo britânico John Stuart Mill, é preciso que as más ideias circulem para que as boas possam triunfar. Num país em que muitos magistrados ainda não compreenderam a importância da liberdade de expressão, nem chega a ser irônico que a polícia invista contra uma peça que fala da violência da polícia. [email protected]
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Greve já prejudica alunos, e governo Alckmin diz que não negociará salário
A greve dos professores da rede estadual começou a afetar a rotina de algumas escolas de São Paulo, onde alunos são dispensados mais cedo ou ficam com aulas vagas. O governo Geraldo Alckmin (PSDB), por sua vez, descarta a possibilidade de se reunir com os docentes para discutir qualquer tipo de reajuste salarial por enquanto. "Não vou negociar isso agora. Nem tenho como", disse à Folha, Herman Voorwald, secretário da Educação, que afirma ter sido surpreendido pelo movimento e que só a partir de abril será possível saber a situação econômica do Estado para avaliar a hipótese de aumento. Para ele, a greve é fora de hora. A greve iniciada na semana passada reivindica, entre outras coisas, reajuste de 75%. O salário-base da categoria é de R$ 2.416 –na jornada de 40 horas, para professores do ensino médio. A Folha visitou na manhã desta terça-feira (23) dez escolas no centro e na zona norte da capital paulista e, em três delas, obteve relatos de que a paralisação começou a afetar as aulas nesta semana. Duas do centro (Padre Anchieta e Caetano de Campos)liberaram alunos uma hora e meia antes do normal. Funcionários e estudantes disseram à reportagem que a dispensa era pelo segundo dia consecutivo, com a justificativa de greve dos docentes. Em uma terceira unidade (João Kopke), dois terços dos professores não haviam comparecido, segundo funcionários. Os alunos ficaram dentro das salas, sem aula. A Secretaria de Educação disse que os colégios chamarão, a partir desta quarta (25), professores eventuais para cobrir as ausências. Na semana passada, a Folha havia visitado escolas na zona sul, mas não havia impactos. O Estado possui em torno de 5.300 colégios. NÚMEROS A Secretaria da Educação do governo Alckmin minimiza os efeitos da greve. Diz que as ausências diárias dos professores estão constantes, próximas de 2,5%, conforme os índices de faltas enviados diariamente por todas as escolas. Já a Apeoesp (sindicato dos professores) diz que a adesão à paralisação cresce e está em 60%, conforme dados levantados por suas sub-sedes. A presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, afirmou que a Educação tenta minimizar o movimento ao dizer que não vai negociar salários agora. O secretário Voorwald afirmou ter apresentado ao sindicato a proposta de definir um plano de reajustes para os próximos quatro anos, com base no desempenho econômico e na arrecadação do Estado. "Todos tinham concordado. Fui surpreendido pela deflagração da greve pela Apeoesp", disse. A presidente do sindicato (filiado à CUT), Maria Izabel Noronha, nega. "De qualquer forma, se pode em abril, por que não pode agora? Só para dizer que dobrou o movimento? Não aceitaremos isso."
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Greve já prejudica alunos, e governo Alckmin diz que não negociará salárioA greve dos professores da rede estadual começou a afetar a rotina de algumas escolas de São Paulo, onde alunos são dispensados mais cedo ou ficam com aulas vagas. O governo Geraldo Alckmin (PSDB), por sua vez, descarta a possibilidade de se reunir com os docentes para discutir qualquer tipo de reajuste salarial por enquanto. "Não vou negociar isso agora. Nem tenho como", disse à Folha, Herman Voorwald, secretário da Educação, que afirma ter sido surpreendido pelo movimento e que só a partir de abril será possível saber a situação econômica do Estado para avaliar a hipótese de aumento. Para ele, a greve é fora de hora. A greve iniciada na semana passada reivindica, entre outras coisas, reajuste de 75%. O salário-base da categoria é de R$ 2.416 –na jornada de 40 horas, para professores do ensino médio. A Folha visitou na manhã desta terça-feira (23) dez escolas no centro e na zona norte da capital paulista e, em três delas, obteve relatos de que a paralisação começou a afetar as aulas nesta semana. Duas do centro (Padre Anchieta e Caetano de Campos)liberaram alunos uma hora e meia antes do normal. Funcionários e estudantes disseram à reportagem que a dispensa era pelo segundo dia consecutivo, com a justificativa de greve dos docentes. Em uma terceira unidade (João Kopke), dois terços dos professores não haviam comparecido, segundo funcionários. Os alunos ficaram dentro das salas, sem aula. A Secretaria de Educação disse que os colégios chamarão, a partir desta quarta (25), professores eventuais para cobrir as ausências. Na semana passada, a Folha havia visitado escolas na zona sul, mas não havia impactos. O Estado possui em torno de 5.300 colégios. NÚMEROS A Secretaria da Educação do governo Alckmin minimiza os efeitos da greve. Diz que as ausências diárias dos professores estão constantes, próximas de 2,5%, conforme os índices de faltas enviados diariamente por todas as escolas. Já a Apeoesp (sindicato dos professores) diz que a adesão à paralisação cresce e está em 60%, conforme dados levantados por suas sub-sedes. A presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, afirmou que a Educação tenta minimizar o movimento ao dizer que não vai negociar salários agora. O secretário Voorwald afirmou ter apresentado ao sindicato a proposta de definir um plano de reajustes para os próximos quatro anos, com base no desempenho econômico e na arrecadação do Estado. "Todos tinham concordado. Fui surpreendido pela deflagração da greve pela Apeoesp", disse. A presidente do sindicato (filiado à CUT), Maria Izabel Noronha, nega. "De qualquer forma, se pode em abril, por que não pode agora? Só para dizer que dobrou o movimento? Não aceitaremos isso."
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Marcos Lisboa e Samuel Pessôa: O custo da ambiguidade
O Brasil passou por vários momentos difíceis nas últimas décadas. Em poucos casos, porém, tivemos gestores públicos que enfrentassem com transparência as dificuldades e a necessidade de medidas duras e responsáveis. Menos ainda, gestores que reconhecessem os seus próprios equívocos. Na imensa maioria dos casos, o enfrentamento dos problemas foi postergado até que uma grave crise tornou inevitável a adoção das medidas necessárias. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso enfrentou a hiperinflação dos anos 1990 e a continuação da difícil agenda das privatizações iniciada no governo Collor. Depois da estabilização, no entanto, houve retrocesso e a progressiva piora das contas públicas. Só após a crise de 1999, o governo adotou medidas de correção. Ao menos, nesse caso, as medidas foram profundas e permitiram um novo regime fiscal que foi essencial para a estabilidade econômica na década seguinte. Em 2001, o governo enfrentou uma nova grave crise, o racionamento de energia, decorrente da regulação equivocada do setor elétrico agravada por um período de seca. A resposta do governo à crise foi exemplar. Os erros cometidos foram assumidos e os problemas enfrentados com transparência, gestão competente e apoio surpreendente da população. O racionamento à época não implicou cortes relevantes no fornecimento de energia. Não foi fácil, mas foi necessário e evitou uma crise com consequências ainda maiores. O populismo prefere a saída em que a responsabilidade é atribuída a um fator externo ou a interesses ocultos, optando-se pelo discurso adjetivado em vez de argumentos com base em fatos e dados. Melhor propor que impostos sobre aviões e helicópteros resolvem a crise da USP do que enfrentar as dificuldades reais. Melhor defender que o ajuste fiscal seja feito com um imposto sobre grandes fortunas sem ao menos verificar a capacidade de arrecadação deste imposto, seus impactos sobre a economia ou a sua relevância em outros países. Nos últimos anos, prometeu-se que não haveria restrições à oferta de água nem de energia. Afirmou-se que a expansão dos gastos públicos permitiria enfrentar as dificuldades da economia e preservar os ganhos sociais. Faltou combinar com a realidade. O Brasil cresceu menos do que os demais emergentes e menos do que o restante da América Latina, a desigualdade de renda estagnou desde 2011 e prenuncia-se longo período de baixo crescimento e piora progressiva do mercado de trabalho. Afirmou-se que a expansão era para evitar as consequências do ajuste. O resultado é o grave quadro da economia e a necessidade de um ajuste ainda mais severo. A falta de compromisso com os fatos e os desafios a serem enfrentados, além da pouca transparência e reconhecimento do fracasso do experimentalismo dos últimos anos, podem resultar em um ajuste fiscal incompleto e ineficiente que não supere as graves dificuldades existentes na economia do país. Isso significaria recessão em 2015 sem o benefício da retomada do crescimento nos próximos anos. Agravando o quadro, a gestão política não parece melhor do que a econômica. Em ambos os casos, o discurso descolado da realidade resulta na incerteza sobre a realização do ajuste necessário, que requer medidas legais adicionais às já propostas pela equipe econômica. Fernando Henrique Cardoso enfrentou a crise de energia de 2001 com transparência e responsabilidade pública, reconhecendo erros, a mudança de rumo e liderando o duro ajuste necessário. O primeiro governo Lula enfrentou difícil agenda de ajustes e reformas contrária à politica econômica e social historicamente defendida pelo PT. Foi público o debate entre os diversos grupos do governo arbitrados com pragmatismo pelo presidente. Eram outros tempos. MARCOS LISBOA, doutor em economia pela Universidade da Pensilvânia (EUA), é vice-presidente do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa SAMUEL PESSÔA, mestre em física e doutor em economia pela USP, é pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da FGV. É colunista da Folha * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Marcos Lisboa e Samuel Pessôa: O custo da ambiguidadeO Brasil passou por vários momentos difíceis nas últimas décadas. Em poucos casos, porém, tivemos gestores públicos que enfrentassem com transparência as dificuldades e a necessidade de medidas duras e responsáveis. Menos ainda, gestores que reconhecessem os seus próprios equívocos. Na imensa maioria dos casos, o enfrentamento dos problemas foi postergado até que uma grave crise tornou inevitável a adoção das medidas necessárias. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso enfrentou a hiperinflação dos anos 1990 e a continuação da difícil agenda das privatizações iniciada no governo Collor. Depois da estabilização, no entanto, houve retrocesso e a progressiva piora das contas públicas. Só após a crise de 1999, o governo adotou medidas de correção. Ao menos, nesse caso, as medidas foram profundas e permitiram um novo regime fiscal que foi essencial para a estabilidade econômica na década seguinte. Em 2001, o governo enfrentou uma nova grave crise, o racionamento de energia, decorrente da regulação equivocada do setor elétrico agravada por um período de seca. A resposta do governo à crise foi exemplar. Os erros cometidos foram assumidos e os problemas enfrentados com transparência, gestão competente e apoio surpreendente da população. O racionamento à época não implicou cortes relevantes no fornecimento de energia. Não foi fácil, mas foi necessário e evitou uma crise com consequências ainda maiores. O populismo prefere a saída em que a responsabilidade é atribuída a um fator externo ou a interesses ocultos, optando-se pelo discurso adjetivado em vez de argumentos com base em fatos e dados. Melhor propor que impostos sobre aviões e helicópteros resolvem a crise da USP do que enfrentar as dificuldades reais. Melhor defender que o ajuste fiscal seja feito com um imposto sobre grandes fortunas sem ao menos verificar a capacidade de arrecadação deste imposto, seus impactos sobre a economia ou a sua relevância em outros países. Nos últimos anos, prometeu-se que não haveria restrições à oferta de água nem de energia. Afirmou-se que a expansão dos gastos públicos permitiria enfrentar as dificuldades da economia e preservar os ganhos sociais. Faltou combinar com a realidade. O Brasil cresceu menos do que os demais emergentes e menos do que o restante da América Latina, a desigualdade de renda estagnou desde 2011 e prenuncia-se longo período de baixo crescimento e piora progressiva do mercado de trabalho. Afirmou-se que a expansão era para evitar as consequências do ajuste. O resultado é o grave quadro da economia e a necessidade de um ajuste ainda mais severo. A falta de compromisso com os fatos e os desafios a serem enfrentados, além da pouca transparência e reconhecimento do fracasso do experimentalismo dos últimos anos, podem resultar em um ajuste fiscal incompleto e ineficiente que não supere as graves dificuldades existentes na economia do país. Isso significaria recessão em 2015 sem o benefício da retomada do crescimento nos próximos anos. Agravando o quadro, a gestão política não parece melhor do que a econômica. Em ambos os casos, o discurso descolado da realidade resulta na incerteza sobre a realização do ajuste necessário, que requer medidas legais adicionais às já propostas pela equipe econômica. Fernando Henrique Cardoso enfrentou a crise de energia de 2001 com transparência e responsabilidade pública, reconhecendo erros, a mudança de rumo e liderando o duro ajuste necessário. O primeiro governo Lula enfrentou difícil agenda de ajustes e reformas contrária à politica econômica e social historicamente defendida pelo PT. Foi público o debate entre os diversos grupos do governo arbitrados com pragmatismo pelo presidente. Eram outros tempos. MARCOS LISBOA, doutor em economia pela Universidade da Pensilvânia (EUA), é vice-presidente do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa SAMUEL PESSÔA, mestre em física e doutor em economia pela USP, é pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da FGV. É colunista da Folha * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Com um a menos, PSG vence o Lille e conquista a Copa da Liga Francesa
O Paris Saint-Germain venceu o Lille por 2 a 1, no Stade de France, neste sábado (23), e conquistou a Copa da Liga Francesa. Pastore abriu o placar para o PSG no primeiro tempo, mas Sidibé empatou para a equipe visitante logo no começo da segunda etapa. Mesmo com um jogador a menos –Rabiot foi expulso aos 25 min do segundo tempo– Di María marcou o gol da vitória do PSG. O Paris Saint-Germain é o maior vencedor da Taça da Liga, com seis títulos (1995, 1998, 2008, 2014, 2015 e 2006). Campeão francês e agora da Copa da Liga, o Paris Saint-Germain pode conquistar a segunda tríplice coroa consecutiva se derrotar o Olympique de Marselha na final da Copa da França, no dia 21 de maio, no Stade de France.
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Com um a menos, PSG vence o Lille e conquista a Copa da Liga FrancesaO Paris Saint-Germain venceu o Lille por 2 a 1, no Stade de France, neste sábado (23), e conquistou a Copa da Liga Francesa. Pastore abriu o placar para o PSG no primeiro tempo, mas Sidibé empatou para a equipe visitante logo no começo da segunda etapa. Mesmo com um jogador a menos –Rabiot foi expulso aos 25 min do segundo tempo– Di María marcou o gol da vitória do PSG. O Paris Saint-Germain é o maior vencedor da Taça da Liga, com seis títulos (1995, 1998, 2008, 2014, 2015 e 2006). Campeão francês e agora da Copa da Liga, o Paris Saint-Germain pode conquistar a segunda tríplice coroa consecutiva se derrotar o Olympique de Marselha na final da Copa da França, no dia 21 de maio, no Stade de France.
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Alta na energia praticamente dobra previsão para inflação em julho
O aumento na tarifa de energia elétrica para os consumidores da AES Eletropaulo somado à volta da bandeira amarela levou analistas a quase dobrar a estimativa para a inflação de julho. A previsão é que os aumentos na energia provoquem um impacto de 0,16 ponto percentual no IPCA do mês. A partir do dia 4, a as tarifas da AES Eletropaulo, responsável pelo fornecimento de energia na cidade de São Paulo e em mais 23 municípios, subirão 5,15% para clientes residenciais e 2,47% para industriais. Em média, as tarifas ficarão 4,48% mais caras. Cerca de 20 milhões de pessoas são atendidas pela distribuidora. Para piorar o quadro, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou nesta sexta (30) que as contas de luz dos brasileiros terão um custo adicional de R$ 2 a cada 100 kilowatts-hora de eletricidade consumidos em julho, com a introdução da bandeira amarela em julho. Márcio Milan, economista da Tendências Consultoria, diz que a mudança de bandeira verde para amarela nas contas de energia elétrica deve adicionar 0,11 ponto percentual à inflação medida pelo IPCA de julho, o que não era esperado. Já o efeito do reajuste anunciado pela Eletropaulo deve ser de 0,05 ponto percentual a mais no IPCA de julho. Na avaliação de Milan, o impacto para o índice do ano não é significativo, principalmente porque há outros componentes que vêm surpreendendo para baixo. Para o mês, no entanto, é certamente uma pressão adicional que não era esperada. Thiago Curado, da 4E Consultoria, chega a uma valor próximo ao de Milan. A mudança de bandeira acarretará em um aumento de aproximadamente 3,5% nas tarifas de energia, com impacto de 0,12 ponto sobre o IPCA de julho. Com a Eletropaulo, o impacto é de 0,04 ponto sobre o IPCA do ano, sendo integralmente captado no índice de julho. Com a mudança inesperada de bandeira, o mercado deve revisar para cima as projeções para o indicador de julho. A 4E, segundo Curado, já revisou de De 0,16% para 0,28%. A previsão mais recente dos analistas de mercado, contabilizada no boletim Focus e divulgada na segunda-feira (26), é de um IPCA de 0,18% em julho.
mercado
Alta na energia praticamente dobra previsão para inflação em julhoO aumento na tarifa de energia elétrica para os consumidores da AES Eletropaulo somado à volta da bandeira amarela levou analistas a quase dobrar a estimativa para a inflação de julho. A previsão é que os aumentos na energia provoquem um impacto de 0,16 ponto percentual no IPCA do mês. A partir do dia 4, a as tarifas da AES Eletropaulo, responsável pelo fornecimento de energia na cidade de São Paulo e em mais 23 municípios, subirão 5,15% para clientes residenciais e 2,47% para industriais. Em média, as tarifas ficarão 4,48% mais caras. Cerca de 20 milhões de pessoas são atendidas pela distribuidora. Para piorar o quadro, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou nesta sexta (30) que as contas de luz dos brasileiros terão um custo adicional de R$ 2 a cada 100 kilowatts-hora de eletricidade consumidos em julho, com a introdução da bandeira amarela em julho. Márcio Milan, economista da Tendências Consultoria, diz que a mudança de bandeira verde para amarela nas contas de energia elétrica deve adicionar 0,11 ponto percentual à inflação medida pelo IPCA de julho, o que não era esperado. Já o efeito do reajuste anunciado pela Eletropaulo deve ser de 0,05 ponto percentual a mais no IPCA de julho. Na avaliação de Milan, o impacto para o índice do ano não é significativo, principalmente porque há outros componentes que vêm surpreendendo para baixo. Para o mês, no entanto, é certamente uma pressão adicional que não era esperada. Thiago Curado, da 4E Consultoria, chega a uma valor próximo ao de Milan. A mudança de bandeira acarretará em um aumento de aproximadamente 3,5% nas tarifas de energia, com impacto de 0,12 ponto sobre o IPCA de julho. Com a Eletropaulo, o impacto é de 0,04 ponto sobre o IPCA do ano, sendo integralmente captado no índice de julho. Com a mudança inesperada de bandeira, o mercado deve revisar para cima as projeções para o indicador de julho. A 4E, segundo Curado, já revisou de De 0,16% para 0,28%. A previsão mais recente dos analistas de mercado, contabilizada no boletim Focus e divulgada na segunda-feira (26), é de um IPCA de 0,18% em julho.
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Comediante Sacha Baron Cohen revela novo alter ego
O ator e comediante britânico Sacha Baron Cohen revelou seu mais recente alter ego ficcional na pré-estreia de "Grimsby" -o torcedor de futebol e bebedor de cerveja Nobby. Cohen, conhecido pelos seus personagens satíricos como o rapper Ali G, o repórter Borat e o fashionista Bruno, incorporou Nobby no tapete vermelho na gelada noite londrina ao aparecer bebendo cerveja e sem calças —só de camisa polo e cueca. No filme, Nobby, morador da cidade de Grimsby, no norte da Inglaterra, é envolvido em uma missão para salvar o mundo e reencontra seu irmão há muito desaparecido Sebastian, um espião vivido pelo ator Mark Strong, de "Kingsman: Serviço Secreto". A comédia de ação causou alguma polêmica por causa da maneira como retrata a cidade inglesa. Respondendo em tom de deboche, Cohen disse estar mais preocupado com a classificação etária do filme. "Sabe, muitos deles (moradores de Grimsby) estão muito aborrecidos porque foi indicado para maiores de 15 anos, o que significa que 80% das mães não têm idade suficiente para vê-lo", disse. "Mas sabe, vamos exibir o filme lá e acho que, sabe, provavelmente as pessoas vão atirar coisas na tela, vão gritar, vão literalmente jogar tijolos no cinema. E se elas não gostarem do filme vai ser um caos."
ilustrada
Comediante Sacha Baron Cohen revela novo alter egoO ator e comediante britânico Sacha Baron Cohen revelou seu mais recente alter ego ficcional na pré-estreia de "Grimsby" -o torcedor de futebol e bebedor de cerveja Nobby. Cohen, conhecido pelos seus personagens satíricos como o rapper Ali G, o repórter Borat e o fashionista Bruno, incorporou Nobby no tapete vermelho na gelada noite londrina ao aparecer bebendo cerveja e sem calças —só de camisa polo e cueca. No filme, Nobby, morador da cidade de Grimsby, no norte da Inglaterra, é envolvido em uma missão para salvar o mundo e reencontra seu irmão há muito desaparecido Sebastian, um espião vivido pelo ator Mark Strong, de "Kingsman: Serviço Secreto". A comédia de ação causou alguma polêmica por causa da maneira como retrata a cidade inglesa. Respondendo em tom de deboche, Cohen disse estar mais preocupado com a classificação etária do filme. "Sabe, muitos deles (moradores de Grimsby) estão muito aborrecidos porque foi indicado para maiores de 15 anos, o que significa que 80% das mães não têm idade suficiente para vê-lo", disse. "Mas sabe, vamos exibir o filme lá e acho que, sabe, provavelmente as pessoas vão atirar coisas na tela, vão gritar, vão literalmente jogar tijolos no cinema. E se elas não gostarem do filme vai ser um caos."
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Famílias 'apertam o cinto' no consumo e derrubam setor de serviços
Um dos propulsores da economia nos últimos anos, o consumo das famílias teve queda de 2,1% no segundo trimestre deste ano, frente aos três meses anteriores, afetado pela menor renda, inflação elevada e oferta de crédito mais restrito. Foi a segunda queda consecutiva do consumo das famílias, o que não acontecia desde o terceiro e quatro trimestres de 2002, quando recuaram 1% e 0,5%, respectivamente, na comparação aos trimestres imediatamente anteriores. O consumo das família responde por 62,5% do PIB pelo lado da demanda. Nesta terça, o IBGE divulgou que o PIB teve queda de 1,9% no segundo trimestre deste ano. Infográfico: PIB Serviços - Tri. x Tri. imediatamente anterior, em % Segundo Fabio Bentes, economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio), as famílias consomem menos influenciadas pelo aumento de desemprego, queda da renda, alta da inflação, aumento da taxa de juros e oferta mais restrita de crédito. "Uma retomada será difícil porque os dados do mercado de trabalho estão piorando. O comércio que gerava 300 mil empregos formais no passado gerou apenas 15 mil em julho deste ano. E vai ficar negativo", disse o economista da CNC. Com a queda do consumo das famílias, a crise, antes mais concentrada na construção civil e na indústria de transformação, afetou o setor de serviços. A demanda do setor teve queda de 0,7% na comparação aos três meses anteriores. Frente ao segundo trimestre de 2014, a queda foi de 1,4%, a maior da série história do IBGE, iniciada em 1996. Por dentro dos dados do setor, o desempenho ruim veio do comércio (atacadista e varejista), com baixa de 7,2% na comparação ao mesmo período do ano passado. Na comparação ao mesmo período do dano passado, os números também foram ruins em transporte, armazenamento e correio (-6%), outros serviços (-1,9%). Dentro deste último setor está alimentação fora de casa, afetado pela inflação. "O resultado tem a ver com a inflação e também pode ter a ver com uma base de comparação mais baixa da Copa do Mundo do ano passado", disse Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais do IBGE. Nos destaques positivos de serviços estão administração, saúde e educação públicas (0,6%) e atividades imobiliárias (2,8%). INDÚSTRIA Além do consumo das famílias, a indústria também teve um papel fundamental na queda do setor de serviços, que responde por cerca de 70% do PIB, disse Palis. A indústria brasileira continua em sua crise em fim, afetada pela combinação de um mercado interno parado e um mercado externo com sinais de fraqueza. Para piorar, a crise política ajuda a derrubar a confiança de empresários. A indústria teve queda de 4,3% na comparação ao primeiro trimestre deste ano, a maior desde primeiro trimestre de 2009 (-5,9%). Frente ao mesmo período do ano passado, a queda foi e de 5,2% frente ao mesmo período do ano passado, a maior desde o terceiro trimestre de 2009 (-5,8%). Por dentro da queda base anual, os destaques negativos ficaram para o setor de transformação (-8,3%), construção civil (-8,2%), produção e distribuição de eletricidade, gás e água (-4,7%). PIB por setores, em %
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Famílias 'apertam o cinto' no consumo e derrubam setor de serviçosUm dos propulsores da economia nos últimos anos, o consumo das famílias teve queda de 2,1% no segundo trimestre deste ano, frente aos três meses anteriores, afetado pela menor renda, inflação elevada e oferta de crédito mais restrito. Foi a segunda queda consecutiva do consumo das famílias, o que não acontecia desde o terceiro e quatro trimestres de 2002, quando recuaram 1% e 0,5%, respectivamente, na comparação aos trimestres imediatamente anteriores. O consumo das família responde por 62,5% do PIB pelo lado da demanda. Nesta terça, o IBGE divulgou que o PIB teve queda de 1,9% no segundo trimestre deste ano. Infográfico: PIB Serviços - Tri. x Tri. imediatamente anterior, em % Segundo Fabio Bentes, economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio), as famílias consomem menos influenciadas pelo aumento de desemprego, queda da renda, alta da inflação, aumento da taxa de juros e oferta mais restrita de crédito. "Uma retomada será difícil porque os dados do mercado de trabalho estão piorando. O comércio que gerava 300 mil empregos formais no passado gerou apenas 15 mil em julho deste ano. E vai ficar negativo", disse o economista da CNC. Com a queda do consumo das famílias, a crise, antes mais concentrada na construção civil e na indústria de transformação, afetou o setor de serviços. A demanda do setor teve queda de 0,7% na comparação aos três meses anteriores. Frente ao segundo trimestre de 2014, a queda foi de 1,4%, a maior da série história do IBGE, iniciada em 1996. Por dentro dos dados do setor, o desempenho ruim veio do comércio (atacadista e varejista), com baixa de 7,2% na comparação ao mesmo período do ano passado. Na comparação ao mesmo período do dano passado, os números também foram ruins em transporte, armazenamento e correio (-6%), outros serviços (-1,9%). Dentro deste último setor está alimentação fora de casa, afetado pela inflação. "O resultado tem a ver com a inflação e também pode ter a ver com uma base de comparação mais baixa da Copa do Mundo do ano passado", disse Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais do IBGE. Nos destaques positivos de serviços estão administração, saúde e educação públicas (0,6%) e atividades imobiliárias (2,8%). INDÚSTRIA Além do consumo das famílias, a indústria também teve um papel fundamental na queda do setor de serviços, que responde por cerca de 70% do PIB, disse Palis. A indústria brasileira continua em sua crise em fim, afetada pela combinação de um mercado interno parado e um mercado externo com sinais de fraqueza. Para piorar, a crise política ajuda a derrubar a confiança de empresários. A indústria teve queda de 4,3% na comparação ao primeiro trimestre deste ano, a maior desde primeiro trimestre de 2009 (-5,9%). Frente ao mesmo período do ano passado, a queda foi e de 5,2% frente ao mesmo período do ano passado, a maior desde o terceiro trimestre de 2009 (-5,8%). Por dentro da queda base anual, os destaques negativos ficaram para o setor de transformação (-8,3%), construção civil (-8,2%), produção e distribuição de eletricidade, gás e água (-4,7%). PIB por setores, em %
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Polícia prende mais de 100 torcedores antes de clássico carioca no Engenhão
A polícia do Rio prendeu mais de cem torcedores antes do clássico deste domingo (22) entre Fluminense e Vasco, no Engenhão, devido a brigas protagonizadas pelas torcidas organizadas das duas equipes. Para conter os torcedores, que se agrediam com pedras e barras de metal, a polícia carioca usou bombas de efeito moral e balas de borracha. Segundo informações da ESPN Brasil, um dos confrontos aconteceu no bairro do Méier, na zona norte do Rio. Só nesta briga teriam sido detidos 87 torcedores –66 tricolores e 21 vascaínos– que foram encaminhados para o Juizado Especial Criminal, no Engenhão, em três ônibus. Outros dois confrontos aconteceram nos arredores do estádio. Primeiro entre torcedores de ambas as equipes e depois outro envolvendo vascaínos. "A primeira briga foi uma coisa que estamos acostumados a ver, entre torcedores do Vasco e Fluminense. A segunda é uma coisa nova no Brasil, confrontos entre torcedores do mesmo time", afirmou o comandante de polícia João Guimarães à Globo News. Não houve registro de feridos nos confrontos. O Vasco venceu o jogo por 1 a 0 com gol de Luan, de pênalti, no segundo tempo. Com o resultado, o Vasco chegou à terceira colocação, com 14 pontos. Já o Fluminense caiu para o quinto lugar na classificação, com 12.
esporte
Polícia prende mais de 100 torcedores antes de clássico carioca no EngenhãoA polícia do Rio prendeu mais de cem torcedores antes do clássico deste domingo (22) entre Fluminense e Vasco, no Engenhão, devido a brigas protagonizadas pelas torcidas organizadas das duas equipes. Para conter os torcedores, que se agrediam com pedras e barras de metal, a polícia carioca usou bombas de efeito moral e balas de borracha. Segundo informações da ESPN Brasil, um dos confrontos aconteceu no bairro do Méier, na zona norte do Rio. Só nesta briga teriam sido detidos 87 torcedores –66 tricolores e 21 vascaínos– que foram encaminhados para o Juizado Especial Criminal, no Engenhão, em três ônibus. Outros dois confrontos aconteceram nos arredores do estádio. Primeiro entre torcedores de ambas as equipes e depois outro envolvendo vascaínos. "A primeira briga foi uma coisa que estamos acostumados a ver, entre torcedores do Vasco e Fluminense. A segunda é uma coisa nova no Brasil, confrontos entre torcedores do mesmo time", afirmou o comandante de polícia João Guimarães à Globo News. Não houve registro de feridos nos confrontos. O Vasco venceu o jogo por 1 a 0 com gol de Luan, de pênalti, no segundo tempo. Com o resultado, o Vasco chegou à terceira colocação, com 14 pontos. Já o Fluminense caiu para o quinto lugar na classificação, com 12.
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Dilma ouve críticas de empresários e sindicalistas à política econômica
A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta terça-feira (15) empresários e sindicalistas no Palácio do Planalto e ouviu críticas duras ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e à política econômica de seu governo. O grupo entregou um documento a Dilma, assinado por cerca de 70 entidades sindicais e empresariais, reivindicando uma "nova agenda econômica" para o país, baseada no desenvolvimento, investimento em infraestrutura e aquecimento do mercado interno. "Não tem condições de sair dessa crise sem retomar empregos. Criticamos a política econômica atual, que atingiu trabalhadores", afirmou Miguel Torres, presidente da Força Sindical, após participar da reunião com Dilma. A presidente se disse disposta a acolher as propostas e marcou uma nova reunião para a próxima sexta-feira (18). Segundo o ministro Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência Social), "não há contradição" entre um governo que busca o equilíbrio fiscal com a política de ajuste e o crescimento econômico. Dilma repetiu que a recriação da CPMF é "imprescindível" para que o país volte a crescer e se comprometeu a acelerar um projeto que cria a possibilidade de acordo de leniência para as empresas, que já foi aprovado no Senado e segue para apreciação na Câmara.
poder
Dilma ouve críticas de empresários e sindicalistas à política econômicaA presidente Dilma Rousseff recebeu nesta terça-feira (15) empresários e sindicalistas no Palácio do Planalto e ouviu críticas duras ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e à política econômica de seu governo. O grupo entregou um documento a Dilma, assinado por cerca de 70 entidades sindicais e empresariais, reivindicando uma "nova agenda econômica" para o país, baseada no desenvolvimento, investimento em infraestrutura e aquecimento do mercado interno. "Não tem condições de sair dessa crise sem retomar empregos. Criticamos a política econômica atual, que atingiu trabalhadores", afirmou Miguel Torres, presidente da Força Sindical, após participar da reunião com Dilma. A presidente se disse disposta a acolher as propostas e marcou uma nova reunião para a próxima sexta-feira (18). Segundo o ministro Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência Social), "não há contradição" entre um governo que busca o equilíbrio fiscal com a política de ajuste e o crescimento econômico. Dilma repetiu que a recriação da CPMF é "imprescindível" para que o país volte a crescer e se comprometeu a acelerar um projeto que cria a possibilidade de acordo de leniência para as empresas, que já foi aprovado no Senado e segue para apreciação na Câmara.
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Em protesto menor, oposição reúne centenas contra Maduro em Caracas
Batendo panelas, centenas de opositores protestaram nesta sexta-feira (16) contra o presidente Nicolás Maduro nas ruas da capital venezuelana, Caracas. O ato, porém, foi menor do que os anteriores convocados pela oposição. O primeiro grande protesto neste mês, no dia 1º, reuniu 1 milhão de pessoas, segundo a coalizão opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática). O protesto desta sexta novamente pedia a realização do referendo revogatório contra Maduro ainda neste ano, para que aconteçam novas eleições. Caso a consulta ocorra em 2017 e Maduro seja destituído, assume o vice-presidente. Nesta sexta, durante as manifestações, o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) suspendeu os trabalhos alegando "ameaças". O órgão adiou para segunda-feira (19) a divulgação da data para a coleta pela oposição das 4 milhões de assinaturas necessárias para chamar o referendo. A oposição acusa o órgão de atuar a serviço do chavismo ao protelar as decisões referentes ao processo do referendo. "Penso que não [acontecerá este ano o referendo], mas quero que aconteça e estou aqui para unir esforços", disse à agência de notícias AFP o comerciante Antonio González, 40. "A situação é intolerável. Estou farta de filas, eu não consigo encontrar alimentos ou medicamentos. Como isso é possível?" afirmou à Reuters a dona de casa Edelmira Flores, 59, que acenava com uma bandeira em uma praça de Caracas. Apesar do número menor de participantes, o presidente da Assembleia Nacional, o opositor Henry Ramos Allup, citou o "êxito" do ato desta sexta. "Nem todos os eventos podem ser desse tamanho", disse Allup, em referência ao protesto do dia 1º. Os protestos contra Maduro também aconteceram no interior, em cidades como Maracaibo (noroeste) e San Cristóbal (sudoeste) —nesta última, participaram cerca de 300 pessoas. Um dos partidos da coalizão de oposição, o Justiça Primeiro, afirmou que cinco de seus ativistas haviam sido presos durante a noite de quinta-feira (15) nos Estados de Zulia e Anzoategui, em meio ao que ativistas dizem ser uma onda de repressão promovida pelo governo Maduro. Assim como em outros dias de manifestações da oposição, o governo também convocou o seu protesto. Vestidos de vermelho, militantes chavistas se reuniram em frente ao prédio do CNE. "Hoje novamente venceu a paz frente à chantagem da direita. Foi uma demonstração da nossa capacidade de mobilização", disse o deputado chavista Elías Jaua. A Venezuela enfrenta uma grave crise econômica. Segundo estimativas do setor privado, a escassez de produtos alcança 80% do setor de alimentos e remédios. O FMI (Fundo Monetário Internacional) projeta uma inflação de 720% para este ano. Nesta quinta-feira, Maduro prorrogou por mais 60 dias o estado de exceção por emergência econômica, em vigor no país desde janeiro.
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Em protesto menor, oposição reúne centenas contra Maduro em CaracasBatendo panelas, centenas de opositores protestaram nesta sexta-feira (16) contra o presidente Nicolás Maduro nas ruas da capital venezuelana, Caracas. O ato, porém, foi menor do que os anteriores convocados pela oposição. O primeiro grande protesto neste mês, no dia 1º, reuniu 1 milhão de pessoas, segundo a coalizão opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática). O protesto desta sexta novamente pedia a realização do referendo revogatório contra Maduro ainda neste ano, para que aconteçam novas eleições. Caso a consulta ocorra em 2017 e Maduro seja destituído, assume o vice-presidente. Nesta sexta, durante as manifestações, o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) suspendeu os trabalhos alegando "ameaças". O órgão adiou para segunda-feira (19) a divulgação da data para a coleta pela oposição das 4 milhões de assinaturas necessárias para chamar o referendo. A oposição acusa o órgão de atuar a serviço do chavismo ao protelar as decisões referentes ao processo do referendo. "Penso que não [acontecerá este ano o referendo], mas quero que aconteça e estou aqui para unir esforços", disse à agência de notícias AFP o comerciante Antonio González, 40. "A situação é intolerável. Estou farta de filas, eu não consigo encontrar alimentos ou medicamentos. Como isso é possível?" afirmou à Reuters a dona de casa Edelmira Flores, 59, que acenava com uma bandeira em uma praça de Caracas. Apesar do número menor de participantes, o presidente da Assembleia Nacional, o opositor Henry Ramos Allup, citou o "êxito" do ato desta sexta. "Nem todos os eventos podem ser desse tamanho", disse Allup, em referência ao protesto do dia 1º. Os protestos contra Maduro também aconteceram no interior, em cidades como Maracaibo (noroeste) e San Cristóbal (sudoeste) —nesta última, participaram cerca de 300 pessoas. Um dos partidos da coalizão de oposição, o Justiça Primeiro, afirmou que cinco de seus ativistas haviam sido presos durante a noite de quinta-feira (15) nos Estados de Zulia e Anzoategui, em meio ao que ativistas dizem ser uma onda de repressão promovida pelo governo Maduro. Assim como em outros dias de manifestações da oposição, o governo também convocou o seu protesto. Vestidos de vermelho, militantes chavistas se reuniram em frente ao prédio do CNE. "Hoje novamente venceu a paz frente à chantagem da direita. Foi uma demonstração da nossa capacidade de mobilização", disse o deputado chavista Elías Jaua. A Venezuela enfrenta uma grave crise econômica. Segundo estimativas do setor privado, a escassez de produtos alcança 80% do setor de alimentos e remédios. O FMI (Fundo Monetário Internacional) projeta uma inflação de 720% para este ano. Nesta quinta-feira, Maduro prorrogou por mais 60 dias o estado de exceção por emergência econômica, em vigor no país desde janeiro.
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Milícias cobram pedágio para candidatos fazerem campanha no Rio
LUCAS VETTORAZZO DO RIO As milícias, grupos paramilitares formados por policiais militares e civis, bombeiros e civis que exploram serviços como distribuição e gás e TV a cabo em zonas carentes do Rio de Janeiro, estão cobrando taxas para que candidatos a vereador possam fazer campanhas em seus domínios. As milícias atuam principalmente em bairros da zona oeste, como Campo Grande e Santa Cruz, e também em municípios da região metropolitana. Após expandirem-se em territórios dominados no fim dos anos 1990 por traficantes de drogas, os grupos passaram a cobrar da população taxas de serviços básicos e também proteção aos comerciantes, além de dominar a venda de combustíveis e o transporte com vans. A Folha confirmou com dirigentes de partidos que atuam na região a necessidade de pagamento aos grupos para que candidatos façam campanhas em seus domínios. Sob condição de anonimato, disseram que é uma prática comum, que não foi estreada na campanha deste ano. O sistema funciona da seguinte maneira: o candidato paga um valor para ter direito a fazer caminhada no interior de bairros e também para ter seus materiais de campanha expostos nesses locais. Como os bairros das zonas norte e oeste são os mais populosos e que costumam decidir as eleições da capital, o pagamento do candidato funciona basicamente como uma espécie de concorrência desleal. O mesmo estaria ocorrendo em municípios da Baixada Fluminense, como Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Seropédica. Segundo reportagem do jornal "O Globo", os valores cobrados variam de R$ 60 mil a R$ 120 mil. A Folha não conseguiu confirmar os valores. Os candidatos à Prefeitura do Rio disseram que não costumam pedir autorização para fazer campanha pelas ruas desses locais. Quando precisam fazer panfletagem ou corpo a corpo, disseram pelo menos três campanhas, vão a locais de grande circulação de pessoas ou a conhecidos centros comerciais da região, como o Calçadão de Campo Grande ou de Bangu. O Estado do Rio já teve ao menos 15 assassinatos de candidatos a vereador desde o final do ano passado. Já houve assassinato de candidatos em cidades da Baixada como Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Nilópolis, Magé, Seropédica e Itaboraí. Reportagem da Folha no início deste mês registrou que, segundo a Polícia Civil, ao menos seis dos quinze crimes foram motivados por disputas entre milicianos. Outros dois crimes teriam sido cometidos por grupos de extermínio sem ligação clara com a milícia. Haveria ainda quatro pessoas mortas por ações de traficantes de drogas. Apenas dois não teriam qualquer ligação com a política desses locais. Procurada sobre a informação específica de pagamento para autorização de campanha no domínios das milícias, a Polícia Civil do Rio ainda não se manifestou. A polícia investiga se a morte do presidente da Portela, Marcos Falcon, que foi fuzilado na última segunda-feira (26) dentro de seu comitê de campanha, em Madureira, zona norte da capital, teve motivação política. Ele, que era também subtenente da Polícia Militar, tentava se eleger vereador do Rio pelo PP. No passado, integrantes de milícias da zona oeste chegaram a se eleger, por exemplo, à Câmara dos Vereadores e à Assembleia Legislativa do Rio. Uma CPI foi instalada em 2008 e diversos políticos foram presos por suspeita de ligação com os grupos paramilitares. O vereador Luiz André Ferreira, o Deco, do PP, por exemplo, foi preso em 2011. Em 2008, foi preso o deputado estadual Natalino Guimarães (DEM). Um ano antes, seu irmão, o vereador Jerominho (PMDB), já havia sido preso, assim como sua filha, a vereadora Carminha Jerominho (PTdoB). Todos eram ligados a grupos de milícias que atuam na zona oeste. Para garantir a segurança durante o pleito do próximo domingo, 10 mil homens do Exército, Marinha e Aeronáutica foram deslocados ao estado do Rio. Além da capital, eles atuarão em cidades como Nova Iguaçu, São João de Meriti, Belford Roxo, Campos, Magé e Queimados.
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Milícias cobram pedágio para candidatos fazerem campanha no RioLUCAS VETTORAZZO DO RIO As milícias, grupos paramilitares formados por policiais militares e civis, bombeiros e civis que exploram serviços como distribuição e gás e TV a cabo em zonas carentes do Rio de Janeiro, estão cobrando taxas para que candidatos a vereador possam fazer campanhas em seus domínios. As milícias atuam principalmente em bairros da zona oeste, como Campo Grande e Santa Cruz, e também em municípios da região metropolitana. Após expandirem-se em territórios dominados no fim dos anos 1990 por traficantes de drogas, os grupos passaram a cobrar da população taxas de serviços básicos e também proteção aos comerciantes, além de dominar a venda de combustíveis e o transporte com vans. A Folha confirmou com dirigentes de partidos que atuam na região a necessidade de pagamento aos grupos para que candidatos façam campanhas em seus domínios. Sob condição de anonimato, disseram que é uma prática comum, que não foi estreada na campanha deste ano. O sistema funciona da seguinte maneira: o candidato paga um valor para ter direito a fazer caminhada no interior de bairros e também para ter seus materiais de campanha expostos nesses locais. Como os bairros das zonas norte e oeste são os mais populosos e que costumam decidir as eleições da capital, o pagamento do candidato funciona basicamente como uma espécie de concorrência desleal. O mesmo estaria ocorrendo em municípios da Baixada Fluminense, como Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Seropédica. Segundo reportagem do jornal "O Globo", os valores cobrados variam de R$ 60 mil a R$ 120 mil. A Folha não conseguiu confirmar os valores. Os candidatos à Prefeitura do Rio disseram que não costumam pedir autorização para fazer campanha pelas ruas desses locais. Quando precisam fazer panfletagem ou corpo a corpo, disseram pelo menos três campanhas, vão a locais de grande circulação de pessoas ou a conhecidos centros comerciais da região, como o Calçadão de Campo Grande ou de Bangu. O Estado do Rio já teve ao menos 15 assassinatos de candidatos a vereador desde o final do ano passado. Já houve assassinato de candidatos em cidades da Baixada como Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Nilópolis, Magé, Seropédica e Itaboraí. Reportagem da Folha no início deste mês registrou que, segundo a Polícia Civil, ao menos seis dos quinze crimes foram motivados por disputas entre milicianos. Outros dois crimes teriam sido cometidos por grupos de extermínio sem ligação clara com a milícia. Haveria ainda quatro pessoas mortas por ações de traficantes de drogas. Apenas dois não teriam qualquer ligação com a política desses locais. Procurada sobre a informação específica de pagamento para autorização de campanha no domínios das milícias, a Polícia Civil do Rio ainda não se manifestou. A polícia investiga se a morte do presidente da Portela, Marcos Falcon, que foi fuzilado na última segunda-feira (26) dentro de seu comitê de campanha, em Madureira, zona norte da capital, teve motivação política. Ele, que era também subtenente da Polícia Militar, tentava se eleger vereador do Rio pelo PP. No passado, integrantes de milícias da zona oeste chegaram a se eleger, por exemplo, à Câmara dos Vereadores e à Assembleia Legislativa do Rio. Uma CPI foi instalada em 2008 e diversos políticos foram presos por suspeita de ligação com os grupos paramilitares. O vereador Luiz André Ferreira, o Deco, do PP, por exemplo, foi preso em 2011. Em 2008, foi preso o deputado estadual Natalino Guimarães (DEM). Um ano antes, seu irmão, o vereador Jerominho (PMDB), já havia sido preso, assim como sua filha, a vereadora Carminha Jerominho (PTdoB). Todos eram ligados a grupos de milícias que atuam na zona oeste. Para garantir a segurança durante o pleito do próximo domingo, 10 mil homens do Exército, Marinha e Aeronáutica foram deslocados ao estado do Rio. Além da capital, eles atuarão em cidades como Nova Iguaçu, São João de Meriti, Belford Roxo, Campos, Magé e Queimados.
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Outro Canal: Mesmo com panelaço, pronunciamento de Dilma alcança boa audiência
O pronunciamento da presidente Dilma Rousseff (PT), na noite de domingo (8) rendeu protestos e panelaço, mas também rendeu boa audiência. Apesar da barulheira em algumas regiões de São Paulo, durante os 15 minutos em que a presidente discursou, das ... Leia post completo no blog
ilustrada
Outro Canal: Mesmo com panelaço, pronunciamento de Dilma alcança boa audiênciaO pronunciamento da presidente Dilma Rousseff (PT), na noite de domingo (8) rendeu protestos e panelaço, mas também rendeu boa audiência. Apesar da barulheira em algumas regiões de São Paulo, durante os 15 minutos em que a presidente discursou, das ... Leia post completo no blog
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Mortes: Um jornalista que foi mendigo, vigia e bandido
Em uma cadeira de rodas, Marco Antônio Rosa foi mendigo na Santa Efigênia. Em outra ocasião, foi vigia noturno, morador de uma favela. Também chegou a ser bandido comprando armas dentro de uma delegacia de polícia. Foram muitas as suas aventuras como jornalista. Nascido no Rio, criado em Minas, ele passou a maior parte da vida em São Paulo. Chegou com pouco mais de 20 anos, com a mulher e o filho, atrás de oportunidade. Deixou Minas para estudar física na PUC-RJ e, depois, o Rio e a física por achar que estava fadado a ser professor, apesar de desejar ser pesquisador. Negro e de origem humilde, passou por vários empregos até chegar ao jornalismo, embora alguns já fossem em jornais. Foi digitador nesta Folha e diagramador no "Diário do Comércio". As horas vagas eram dedicadas aos filhos e as leituras. Passava horas em bibliotecas. Como jornalista, fez jornais para sindicatos, passou pela Folha, pelo "Diário do Grande ABC", pelo "Notícias Populares". Também trabalhou em Londres, apesar do visto de estudante. Ao seu lado estava a sua segunda mulher, Cecília, também jornalista. No trabalho, ele não usava o nome Antônio e com o tempo, alternava Rosa e Roza. Calmo, brincalhão, disciplinado, deixou os jornais há cerca de 20 anos, mesma época em que escreveu o livro "Procurar emprego nunca mais". Abriu a agência Consumidor Popular, onde fazia publicações, consultoria, traduções. Trabalhou nela até o fim. Morreu dia 25, aos 60, após um edema pulmonar. Deixa mulher, pai, três filhos, sete netos, três irmãos e amigos. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
cotidiano
Mortes: Um jornalista que foi mendigo, vigia e bandidoEm uma cadeira de rodas, Marco Antônio Rosa foi mendigo na Santa Efigênia. Em outra ocasião, foi vigia noturno, morador de uma favela. Também chegou a ser bandido comprando armas dentro de uma delegacia de polícia. Foram muitas as suas aventuras como jornalista. Nascido no Rio, criado em Minas, ele passou a maior parte da vida em São Paulo. Chegou com pouco mais de 20 anos, com a mulher e o filho, atrás de oportunidade. Deixou Minas para estudar física na PUC-RJ e, depois, o Rio e a física por achar que estava fadado a ser professor, apesar de desejar ser pesquisador. Negro e de origem humilde, passou por vários empregos até chegar ao jornalismo, embora alguns já fossem em jornais. Foi digitador nesta Folha e diagramador no "Diário do Comércio". As horas vagas eram dedicadas aos filhos e as leituras. Passava horas em bibliotecas. Como jornalista, fez jornais para sindicatos, passou pela Folha, pelo "Diário do Grande ABC", pelo "Notícias Populares". Também trabalhou em Londres, apesar do visto de estudante. Ao seu lado estava a sua segunda mulher, Cecília, também jornalista. No trabalho, ele não usava o nome Antônio e com o tempo, alternava Rosa e Roza. Calmo, brincalhão, disciplinado, deixou os jornais há cerca de 20 anos, mesma época em que escreveu o livro "Procurar emprego nunca mais". Abriu a agência Consumidor Popular, onde fazia publicações, consultoria, traduções. Trabalhou nela até o fim. Morreu dia 25, aos 60, após um edema pulmonar. Deixa mulher, pai, três filhos, sete netos, três irmãos e amigos. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
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Murray bate espanhol e avança para a semifinal do Aberto da Austrália
O britânico Andy Murray, número dois do mundo, derrotou o espanhol David Ferrer, oitavo do ranking, nesta quarta-feira (27), e avançou para a semifinal do Aberto da Austrália. Murray venceu por 3 sets a 1, com parciais de 6/3, 6/7 (5), 6/2 e 6/3, em três horas e 20 minutos de partida. Na semifinal, o britânico vai encarar o canadense Milos Raonic, 14º do ranking, que passou pelo francês Gael Monfils. Murray e Raonic já se enfrentaram seis vezes, com três vitórias para cada lado. O britânico tenta conquistar o Aberto da Austrália pela primeira vez na sua carreira. Ele já foi vice do torneio em quatro ocasiões (2010, 2011, 2013 e 2015). O canadense, por sua vez, está nas semifinais do campeonato pela primeira vez.
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Murray bate espanhol e avança para a semifinal do Aberto da AustráliaO britânico Andy Murray, número dois do mundo, derrotou o espanhol David Ferrer, oitavo do ranking, nesta quarta-feira (27), e avançou para a semifinal do Aberto da Austrália. Murray venceu por 3 sets a 1, com parciais de 6/3, 6/7 (5), 6/2 e 6/3, em três horas e 20 minutos de partida. Na semifinal, o britânico vai encarar o canadense Milos Raonic, 14º do ranking, que passou pelo francês Gael Monfils. Murray e Raonic já se enfrentaram seis vezes, com três vitórias para cada lado. O britânico tenta conquistar o Aberto da Austrália pela primeira vez na sua carreira. Ele já foi vice do torneio em quatro ocasiões (2010, 2011, 2013 e 2015). O canadense, por sua vez, está nas semifinais do campeonato pela primeira vez.
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Maçonaria recruta membros em redes sociais; Folha faz entrevista de entrada
"A Vila Olímpia como você nunca viu! Apê top, com muita sofisticação." Um anúncio verídico e banal de rede social. "Acesse o Link abaixo e faça parte dos Mistérios e Privilégios da Franco-Maçonaria." A publicidade no Facebook rompe com três séculos de tradição: a maçonaria, organização exclusivamente masculina, passou a recrutar seus membros nas redes sociais. O anúncio, pago por um braço paulistano do grupo, foi direcionado a homens de todas as idades que morassem em São Paulo. A reportagem da Folha preencheu o formulário de perguntas, entre elas "Qual é sua renda mensal" e "Sua mulher se opõe à sua entrada na maçonaria?", e, dois dias depois, foi à entrevista para virar maçom. Uma mulher loira cuja blusa deixava entrever a tatuagem "carpe diem" que tem no colo recebe os candidatos num casarão de cor azul-bebê, perto da rua São Caetano, no centro. A fila de espera tem um estudante de enfermagem, um segurança de casa noturna, um autônomo e um repórter. "Eles arranjam emprego um para o outro", comenta o segurança com o autônomo, antes de ser entrevistado. Os candidatos entram num cômodo azulejado sem móvel, a exceção são duas cadeiras de escritório. O mestre (terceira posição na hierarquia), que vai conduzir a entrevista, está em uma delas. Uma nova loja (grupo fixo que se reúne de forma periódica) será aberta naquele templo. Há no Brasil cerca de 40 mil homens distribuídos por 3.000 lojas. A fundação de um grupo requer um quórum de sete novos membros. Associados mais antigos ficam responsáveis por apadrinhar os novatos, diz o homem, de camisa Dudalina, anel em três dedos, com que segura um iPhone de última geração. "Aqui não tem nada místico, não é religião, ninguém mata ninguém", diz. Os encontros são como uma rede vitalícia de relacionamentos. Que tipo de relacionamentos? "Vou deixar sua mente florear o quanto quiser." Após a entrevista, a ficha do candidato vai para o escrutínio de outros maçons. Membros antigos têm poder de veto. "Mas isso não acontece nunca." Depois do aval, é feita a cerimônia de aceitação. O custo dos paramentos para o dia de estreia fica por volta de R$ 1.400, e é somado aos R$ 140 da mensalidade e às contas dos jantares mensais do grupo. A entrevista é sobre as motivações que levaram o candidato à maçonaria, e em que ele poderia ajudar. No fim de 30 minutos de conversa, a despedida vem com um elogio ("Seu perfil interessa muito") e uma advertência ("Nós estamos em todos os lugares e todos os níveis hierárquicos, por isso é fácil saber mais sobre você"). Fazem parte da organização o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), 58 deputados federais, além de seis senadores, segundo levantamento feito pela Folha em 2013. Segundo um dos secretários da Confederação Maçônica do Brasil, que não quis ser identificado, o modelo de entrada por indicação ainda é o mais aconselhado. Ele disse nunca ter ouvido falar em anúncios na internet. Informada de que seu processo seletivo inovador seria tema de uma reportagem, a loja do centro respondeu: "O silêncio e a discrição sempre norteiam nossos trabalhos, portanto não vamos nos manifestar oficialmente sobre o assunto, que de fato é controverso. Saudações fraternais".
cotidiano
Maçonaria recruta membros em redes sociais; Folha faz entrevista de entrada"A Vila Olímpia como você nunca viu! Apê top, com muita sofisticação." Um anúncio verídico e banal de rede social. "Acesse o Link abaixo e faça parte dos Mistérios e Privilégios da Franco-Maçonaria." A publicidade no Facebook rompe com três séculos de tradição: a maçonaria, organização exclusivamente masculina, passou a recrutar seus membros nas redes sociais. O anúncio, pago por um braço paulistano do grupo, foi direcionado a homens de todas as idades que morassem em São Paulo. A reportagem da Folha preencheu o formulário de perguntas, entre elas "Qual é sua renda mensal" e "Sua mulher se opõe à sua entrada na maçonaria?", e, dois dias depois, foi à entrevista para virar maçom. Uma mulher loira cuja blusa deixava entrever a tatuagem "carpe diem" que tem no colo recebe os candidatos num casarão de cor azul-bebê, perto da rua São Caetano, no centro. A fila de espera tem um estudante de enfermagem, um segurança de casa noturna, um autônomo e um repórter. "Eles arranjam emprego um para o outro", comenta o segurança com o autônomo, antes de ser entrevistado. Os candidatos entram num cômodo azulejado sem móvel, a exceção são duas cadeiras de escritório. O mestre (terceira posição na hierarquia), que vai conduzir a entrevista, está em uma delas. Uma nova loja (grupo fixo que se reúne de forma periódica) será aberta naquele templo. Há no Brasil cerca de 40 mil homens distribuídos por 3.000 lojas. A fundação de um grupo requer um quórum de sete novos membros. Associados mais antigos ficam responsáveis por apadrinhar os novatos, diz o homem, de camisa Dudalina, anel em três dedos, com que segura um iPhone de última geração. "Aqui não tem nada místico, não é religião, ninguém mata ninguém", diz. Os encontros são como uma rede vitalícia de relacionamentos. Que tipo de relacionamentos? "Vou deixar sua mente florear o quanto quiser." Após a entrevista, a ficha do candidato vai para o escrutínio de outros maçons. Membros antigos têm poder de veto. "Mas isso não acontece nunca." Depois do aval, é feita a cerimônia de aceitação. O custo dos paramentos para o dia de estreia fica por volta de R$ 1.400, e é somado aos R$ 140 da mensalidade e às contas dos jantares mensais do grupo. A entrevista é sobre as motivações que levaram o candidato à maçonaria, e em que ele poderia ajudar. No fim de 30 minutos de conversa, a despedida vem com um elogio ("Seu perfil interessa muito") e uma advertência ("Nós estamos em todos os lugares e todos os níveis hierárquicos, por isso é fácil saber mais sobre você"). Fazem parte da organização o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), 58 deputados federais, além de seis senadores, segundo levantamento feito pela Folha em 2013. Segundo um dos secretários da Confederação Maçônica do Brasil, que não quis ser identificado, o modelo de entrada por indicação ainda é o mais aconselhado. Ele disse nunca ter ouvido falar em anúncios na internet. Informada de que seu processo seletivo inovador seria tema de uma reportagem, a loja do centro respondeu: "O silêncio e a discrição sempre norteiam nossos trabalhos, portanto não vamos nos manifestar oficialmente sobre o assunto, que de fato é controverso. Saudações fraternais".
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Novo governo do Reino Unido pode ser semelhante ao do Brasil
Nesta quinta-feira (7), serão realizadas no Reino Unido eleições gerais para a nomeação de novos governo e primeiro-ministro. Se por um lado é muito provável que este último provenha de um dos dois partidos que têm governado o pais desde há quase cem anos -Trabalhista ou Conservador-, por outro, a composição do governo se mostra muito mais incerta. Para todo cientista político, o sistema parlamentar britânico constitui um caso à parte, com o exemplo paradigmático dos sistemas chamados de majoritários. Assim, o sistema eleitoral estabelece que cada distrito elege apenas um deputado em um único turno. Desta forma, o candidato que recebeu o maior número de votos resulta eleito, mesmo sem ter maioria absoluta. Este sistema foi gerado para produzir governos de um só partido, com maiorias fortes e estáveis no Parlamento, à custa da representatividade eleitoral. O efeito majoritário revelou-se, na prática, particularmente eficiente nesta tarefa, visto que o país experimentou em sua história somente dois casos de governos minoritários (1974-1976 e 1976-1979). Este modelo era considerado tão eficaz que se tornou referência para os defensores da adoção do parlamentarismo no Brasil, no plebiscito de 1993. No entanto, o referido sistema entrou recentemente em crise, e não parece mais capaz de cumprir com a sua missão. Nas eleições de 2010, o Reino Unido conheceu o primeiro governo de coalizão da sua história em período de paz. Os conservadores, sob a liderança de David Cameron, formaram uma aliança surpreendente com os liberais democratas (LibDems), ideologicamente mais próximos aos trabalhistas. Como as pesquisas de opinião têm apontado que nenhum partido conseguirá a maioria, tudo indica que um cenário semelhante vá se produzir de novo nesta quinta, desta vez com um elemento distinto e inédito: nunca houve tantos partidos com possibilidades de entrar no Parlamento de Westminster. Até sete partidos poderiam ter representação parlamentar, o que dificultaria, a exemplo do caso brasileiro, a possibilidade de obter uma maioria para governar, multiplicando os possíveis cenários. A tarefa parece particularmente complicada para os conservadores. À exceção do discurso abertamente xenófobo, o partido compartilha muitas temáticas com o populista Ukip, como sua posição eurocética e o corte neoliberal da economia. Por isso, ambos disputam um eleitorado parecido, essencialmente no sudeste do país. Mas, devido ao sistema eleitoral, o Ukip não deveria conseguir eleger muitos candidatos, apesar de contar com 17% das intenções de votos. Contudo, os LibDems, que saíram muito enfraquecidos da experiência de governo com os conservadores, recusam-se a formar um governo com o Ukip. Isso dificulta mais ainda a possibilidade de contar com uma maioria parlamentar. Já os trabalhistas enfrentam uma situação parecida. Ideologicamente, estão muito próximos (à esquerda) aos nacionalistas escoceses (SNP). No entanto, as reivindicações destes para uma maior autonomia da Escócia (mesmo após a derrota separatista no referendo de 2014), torna muito difícil a possibilidade de formar um governo credível. De fato, o líder trabalhista, Ed Miliband, repetiu publicamente que não formaria um governo de coalizão com o SNP. Porém, uma aliança com o SNP parece indispensável para os trabalhistas na obtenção de uma maioria, pois as enquetes de opinião lhe dão entre 40 e 50 assentos na Câmara. Os parlamentares escoceses serão, de fato, imprescindíveis para os trabalhistas. Mesmo assim, uma coalizão entre os trabalhistas e o SNP não parece suficiente para conseguir uma maioria, que deverá contar com os "nanicos" verdes e nacionalistas galeses e norte-irlandeses, que têm uma chance de conseguir um certo número, reduzido, de parlamentares. Assim, o próximo governo britânico tem muitas probabilidades de se parecer com o brasileiro em termos da variedade da sua composição. Isso tornará o governo provavelmente mais frágil e instável. Caso nenhum partido consiga formar uma coalizão majoritária estável, isso levaria à formação de um governo minoritário, ainda mais instável neste contexto. ADRIÁN ALBALA é doutor em ciência política e pesquisador do Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas da USP
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Novo governo do Reino Unido pode ser semelhante ao do BrasilNesta quinta-feira (7), serão realizadas no Reino Unido eleições gerais para a nomeação de novos governo e primeiro-ministro. Se por um lado é muito provável que este último provenha de um dos dois partidos que têm governado o pais desde há quase cem anos -Trabalhista ou Conservador-, por outro, a composição do governo se mostra muito mais incerta. Para todo cientista político, o sistema parlamentar britânico constitui um caso à parte, com o exemplo paradigmático dos sistemas chamados de majoritários. Assim, o sistema eleitoral estabelece que cada distrito elege apenas um deputado em um único turno. Desta forma, o candidato que recebeu o maior número de votos resulta eleito, mesmo sem ter maioria absoluta. Este sistema foi gerado para produzir governos de um só partido, com maiorias fortes e estáveis no Parlamento, à custa da representatividade eleitoral. O efeito majoritário revelou-se, na prática, particularmente eficiente nesta tarefa, visto que o país experimentou em sua história somente dois casos de governos minoritários (1974-1976 e 1976-1979). Este modelo era considerado tão eficaz que se tornou referência para os defensores da adoção do parlamentarismo no Brasil, no plebiscito de 1993. No entanto, o referido sistema entrou recentemente em crise, e não parece mais capaz de cumprir com a sua missão. Nas eleições de 2010, o Reino Unido conheceu o primeiro governo de coalizão da sua história em período de paz. Os conservadores, sob a liderança de David Cameron, formaram uma aliança surpreendente com os liberais democratas (LibDems), ideologicamente mais próximos aos trabalhistas. Como as pesquisas de opinião têm apontado que nenhum partido conseguirá a maioria, tudo indica que um cenário semelhante vá se produzir de novo nesta quinta, desta vez com um elemento distinto e inédito: nunca houve tantos partidos com possibilidades de entrar no Parlamento de Westminster. Até sete partidos poderiam ter representação parlamentar, o que dificultaria, a exemplo do caso brasileiro, a possibilidade de obter uma maioria para governar, multiplicando os possíveis cenários. A tarefa parece particularmente complicada para os conservadores. À exceção do discurso abertamente xenófobo, o partido compartilha muitas temáticas com o populista Ukip, como sua posição eurocética e o corte neoliberal da economia. Por isso, ambos disputam um eleitorado parecido, essencialmente no sudeste do país. Mas, devido ao sistema eleitoral, o Ukip não deveria conseguir eleger muitos candidatos, apesar de contar com 17% das intenções de votos. Contudo, os LibDems, que saíram muito enfraquecidos da experiência de governo com os conservadores, recusam-se a formar um governo com o Ukip. Isso dificulta mais ainda a possibilidade de contar com uma maioria parlamentar. Já os trabalhistas enfrentam uma situação parecida. Ideologicamente, estão muito próximos (à esquerda) aos nacionalistas escoceses (SNP). No entanto, as reivindicações destes para uma maior autonomia da Escócia (mesmo após a derrota separatista no referendo de 2014), torna muito difícil a possibilidade de formar um governo credível. De fato, o líder trabalhista, Ed Miliband, repetiu publicamente que não formaria um governo de coalizão com o SNP. Porém, uma aliança com o SNP parece indispensável para os trabalhistas na obtenção de uma maioria, pois as enquetes de opinião lhe dão entre 40 e 50 assentos na Câmara. Os parlamentares escoceses serão, de fato, imprescindíveis para os trabalhistas. Mesmo assim, uma coalizão entre os trabalhistas e o SNP não parece suficiente para conseguir uma maioria, que deverá contar com os "nanicos" verdes e nacionalistas galeses e norte-irlandeses, que têm uma chance de conseguir um certo número, reduzido, de parlamentares. Assim, o próximo governo britânico tem muitas probabilidades de se parecer com o brasileiro em termos da variedade da sua composição. Isso tornará o governo provavelmente mais frágil e instável. Caso nenhum partido consiga formar uma coalizão majoritária estável, isso levaria à formação de um governo minoritário, ainda mais instável neste contexto. ADRIÁN ALBALA é doutor em ciência política e pesquisador do Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas da USP
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Após protestos de etíopes, Netanyahu pede erradicação do racismo no país
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, pediu nesta segunda-feira (4) a "erradicação" do racismo após as violentas manifestações que agitaram esta semana a comunidade de judeus de origem etíope em país. "Temos de estar unidos contra o fenômeno do racismo. Temos de denunciá-lo e erradicá-lo", disse Netanyahu, citado em um comunicado do governo, depois de uma reunião de três horas com representantes da comunidade etíope. Netanyahu acrescentou que nomeou um comitê ministerial para tratar dos desafios de integração enfrentados pelos israelenses de origem etíope, incluindo as dificuldades nas áreas da educação, habitação e emprego. Mais de 60 policiais e manifestantes ficaram feridos domingo à noite em Tel Aviv durante um protesto que reuniu ao menos 3.000 pessoas e terminou em tumulto. Os judeus de origem etíope protestavam contra as agressões feitas por policiais israelenses contra um soldado de origem etíope, Damas Fikadeh. As agressões foram gravadas em um vídeo que caiu nas redes sociais. Netanyahu recebeu o soldado em seu escritório em Jerusalém e o abraçou. "Fiquei chocado com as imagens. Não podemos aceitar esse tipo de coisa e vamos mudar isso", declarou o premiê no Twitter. ATRITOS Comentaristas israelenses afirmam que, apesar de ter recebido milhões de migrantes em 60 anos, o país não superou os atritos nas relações entre judeus do Leste Europeu e do Oriente Médio, os oriundos da África e a minoria árabe. "Há problemas de discriminação e racismo em Israel, e nós queremos que o premiê lide com isso", disse Fentahun Assefa-Dawit, diretor de um grupo de defesa dos israelenses etíopes, antes de se encontrar com o primeiro-ministro. Dezenas de milhares de judeus etíopes foram levados a Israel em operações secretas nas décadas de 80 e 90, batizadas de "Operação Moisés" e "Operação Salomão", para resgatá-los da fome e da instabilidade política na África. Hoje, calcula-se que eles sejam 130 mil em Israel, boa parte deles já nascida no país.
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Após protestos de etíopes, Netanyahu pede erradicação do racismo no paísO primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, pediu nesta segunda-feira (4) a "erradicação" do racismo após as violentas manifestações que agitaram esta semana a comunidade de judeus de origem etíope em país. "Temos de estar unidos contra o fenômeno do racismo. Temos de denunciá-lo e erradicá-lo", disse Netanyahu, citado em um comunicado do governo, depois de uma reunião de três horas com representantes da comunidade etíope. Netanyahu acrescentou que nomeou um comitê ministerial para tratar dos desafios de integração enfrentados pelos israelenses de origem etíope, incluindo as dificuldades nas áreas da educação, habitação e emprego. Mais de 60 policiais e manifestantes ficaram feridos domingo à noite em Tel Aviv durante um protesto que reuniu ao menos 3.000 pessoas e terminou em tumulto. Os judeus de origem etíope protestavam contra as agressões feitas por policiais israelenses contra um soldado de origem etíope, Damas Fikadeh. As agressões foram gravadas em um vídeo que caiu nas redes sociais. Netanyahu recebeu o soldado em seu escritório em Jerusalém e o abraçou. "Fiquei chocado com as imagens. Não podemos aceitar esse tipo de coisa e vamos mudar isso", declarou o premiê no Twitter. ATRITOS Comentaristas israelenses afirmam que, apesar de ter recebido milhões de migrantes em 60 anos, o país não superou os atritos nas relações entre judeus do Leste Europeu e do Oriente Médio, os oriundos da África e a minoria árabe. "Há problemas de discriminação e racismo em Israel, e nós queremos que o premiê lide com isso", disse Fentahun Assefa-Dawit, diretor de um grupo de defesa dos israelenses etíopes, antes de se encontrar com o primeiro-ministro. Dezenas de milhares de judeus etíopes foram levados a Israel em operações secretas nas décadas de 80 e 90, batizadas de "Operação Moisés" e "Operação Salomão", para resgatá-los da fome e da instabilidade política na África. Hoje, calcula-se que eles sejam 130 mil em Israel, boa parte deles já nascida no país.
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Cade abre processo contra sete construtoras no caso Angra 3
Depois de três meses de apuração, o Cade (Conselho de defesa Econômica) abriu processo nesta quarta-feira (18) contra sete construtoras e 21 pessoas suspeitas de conluio para fraudar a disputa pelas obras da usina nuclear de Angra 3. Essas empresas passam a ser acusadas formalmente de atuar em cartel para "fixar preços" e "dividir o mercado". O valor dos contratos da licitação das obras de Angra 3, que pertencem à estatal Eletronuclear, chegavam a R$ 3 bilhões. De acordo com a apuração do Cade, as construtoras se dividiram em dois consórcios para disputar a obra e, em vez, de competir entre si, combinaram os lances do leilão para obter o maior preço possível. Os executivos dos consórcios, que que não deveriam se comunicar, faziam seus acertos por e-mails e em reuniões realizadas no escritório da Queiroz Galvão no Rio de Janeiro. As empresas se referiam a si mesmas como "Grupão" ou "Conselhão". Os e-mails e documentos que embasam a investigação foram entregues ao Cade em julho pela construtora Camargo Corrêa, como parte de um acordo de leniência fechado com o órgão. As construtoras acusadas são Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, EBE, Techint e UTC. As pessoas envolvidas são funcionários e ex-funcionários dessas empresas. Se forem condenadas, as construtoras terão de pagar uma multa de até 20% do faturamento naquela área de negócios. Pelo acordo de leniência, ao final do processo a Camargo poderá ser perdoada e ficar completamente isenta de multa. "Estamos tratando esse caso como prioridade. Mas ainda não há prazo para conclusão do processo, já que teremos novas provas", diz o superintendente-geral do Cade, Eduardo Rodrigues. Nas próximas semanas os técnicos do órgão terão acesso ao material apreendido pela Polícia Federal em julho, na Operação Radioatividdade, que investiga corrupção na construção de Angra 3. Na época, o presidente licenciado da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva foi acusado de receber propina, o que ele nega. Com a abertura do processo administrativo, os acusados serão notificados e poderão apresentar suas defesas e chamar testemunhas. Na última etapa, a superintendência dará seu parecer e o caso será julgado pelo tribunal do Cade. OUTRO LADO Por meio de nota, a Camargo afirmou que entregou às autoridades documentos e informações para contribuir com as investigações, conforme previsto no acordo de leniência firmado com o Cade. A Queiroz disse "que sempre pautou suas atividades pela ética e pelo cumprimento da legislação". A EBE disse que "ainda não foi comunicada de nada oficialmente e está aberta a qualquer esclarecimento". A Andrade informou que não se pronuncia sobre processos em andamento. A Odebrecht afirmou que apresentará sua manifestação nos autos do processo. A UTC não quis se manifestar e a Techint não deu retorno.
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Cade abre processo contra sete construtoras no caso Angra 3Depois de três meses de apuração, o Cade (Conselho de defesa Econômica) abriu processo nesta quarta-feira (18) contra sete construtoras e 21 pessoas suspeitas de conluio para fraudar a disputa pelas obras da usina nuclear de Angra 3. Essas empresas passam a ser acusadas formalmente de atuar em cartel para "fixar preços" e "dividir o mercado". O valor dos contratos da licitação das obras de Angra 3, que pertencem à estatal Eletronuclear, chegavam a R$ 3 bilhões. De acordo com a apuração do Cade, as construtoras se dividiram em dois consórcios para disputar a obra e, em vez, de competir entre si, combinaram os lances do leilão para obter o maior preço possível. Os executivos dos consórcios, que que não deveriam se comunicar, faziam seus acertos por e-mails e em reuniões realizadas no escritório da Queiroz Galvão no Rio de Janeiro. As empresas se referiam a si mesmas como "Grupão" ou "Conselhão". Os e-mails e documentos que embasam a investigação foram entregues ao Cade em julho pela construtora Camargo Corrêa, como parte de um acordo de leniência fechado com o órgão. As construtoras acusadas são Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, EBE, Techint e UTC. As pessoas envolvidas são funcionários e ex-funcionários dessas empresas. Se forem condenadas, as construtoras terão de pagar uma multa de até 20% do faturamento naquela área de negócios. Pelo acordo de leniência, ao final do processo a Camargo poderá ser perdoada e ficar completamente isenta de multa. "Estamos tratando esse caso como prioridade. Mas ainda não há prazo para conclusão do processo, já que teremos novas provas", diz o superintendente-geral do Cade, Eduardo Rodrigues. Nas próximas semanas os técnicos do órgão terão acesso ao material apreendido pela Polícia Federal em julho, na Operação Radioatividdade, que investiga corrupção na construção de Angra 3. Na época, o presidente licenciado da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva foi acusado de receber propina, o que ele nega. Com a abertura do processo administrativo, os acusados serão notificados e poderão apresentar suas defesas e chamar testemunhas. Na última etapa, a superintendência dará seu parecer e o caso será julgado pelo tribunal do Cade. OUTRO LADO Por meio de nota, a Camargo afirmou que entregou às autoridades documentos e informações para contribuir com as investigações, conforme previsto no acordo de leniência firmado com o Cade. A Queiroz disse "que sempre pautou suas atividades pela ética e pelo cumprimento da legislação". A EBE disse que "ainda não foi comunicada de nada oficialmente e está aberta a qualquer esclarecimento". A Andrade informou que não se pronuncia sobre processos em andamento. A Odebrecht afirmou que apresentará sua manifestação nos autos do processo. A UTC não quis se manifestar e a Techint não deu retorno.
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Para Janot, é a corrupção que diminui PIB, não a investigação da Lava Jato
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta sexta-feira (28) que as investigações da Operação Lava Jato não impactaram negativamente no PIB brasileiro, que caiu 1,9% em relação ao primeiro trimestre. "Li comentários, não sei se esta semana ou passada, que essa enorme operação em curso [Lava Jato] teve impacto negativo de 2,2% no PIB brasileiro", afirmou ele, que participou da inauguração da nova sede da Procuradoria da República, em Porto Alegre. Ele continuou: "Não consigo entender, confesso minha limitada inteligência. Não consigo entender como uma investigação que apura um sistema de corrupção pode impactar negativamente no PIB brasileiro. Ao contrário, o que impactou negativamente foi o esquema de corrupção". O procurador-geral também disse que o país vive uma crise "com certeza" e que está diante de um "descomunal caso de corrupção". "Pela primeira vez enfrentamos corruptos e corruptores. Enfrentamos o poder econômico e político no exercício do poder. Não é fácil", disse Janot. Janot também fez uma associação entre a corrupção no setor da construção civil, cujo PIB caiu 8.4%, e a inauguração do imóvel da Procuradoria. "Que esse prédio signifique que a corrupção nesse pais não é uma atividade que atinge o país como um todo", disse. Janot foi reconduzido ao cargo na última quarta-feira (26) após uma sabatina de mais de 10 horas no Senado. Janot recebeu 59 votos a favor, 12 contra e uma abstenção. Treze senadores são alvo de investigações da Lava Jato. PROTESTOS Centenas de servidores do órgão protestaram em frente ao prédio da Procuradoria enquanto aguardavam a chegada de Janot. Eles usavam camisetas pretas e fizeram barulho com buzinas e apitos do lado de fora do evento. Os servidores protestam pela falta de aumento salarial e dizem que Janot "mentiu" durante a sabatina quando falou que o projeto substitutivo de reajuste salarial enviado ao Senado foi "negociado com os servidores". Os funcionários concursados querem um reajuste de 13% que foi garantido na Justiça, afirmou Gerson Anversa, diretor do sindicato da categoria. No substitutivo de Janot, o reajuste é diluído ao longo de vários anos, disse o sindicalista.
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Para Janot, é a corrupção que diminui PIB, não a investigação da Lava JatoO procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta sexta-feira (28) que as investigações da Operação Lava Jato não impactaram negativamente no PIB brasileiro, que caiu 1,9% em relação ao primeiro trimestre. "Li comentários, não sei se esta semana ou passada, que essa enorme operação em curso [Lava Jato] teve impacto negativo de 2,2% no PIB brasileiro", afirmou ele, que participou da inauguração da nova sede da Procuradoria da República, em Porto Alegre. Ele continuou: "Não consigo entender, confesso minha limitada inteligência. Não consigo entender como uma investigação que apura um sistema de corrupção pode impactar negativamente no PIB brasileiro. Ao contrário, o que impactou negativamente foi o esquema de corrupção". O procurador-geral também disse que o país vive uma crise "com certeza" e que está diante de um "descomunal caso de corrupção". "Pela primeira vez enfrentamos corruptos e corruptores. Enfrentamos o poder econômico e político no exercício do poder. Não é fácil", disse Janot. Janot também fez uma associação entre a corrupção no setor da construção civil, cujo PIB caiu 8.4%, e a inauguração do imóvel da Procuradoria. "Que esse prédio signifique que a corrupção nesse pais não é uma atividade que atinge o país como um todo", disse. Janot foi reconduzido ao cargo na última quarta-feira (26) após uma sabatina de mais de 10 horas no Senado. Janot recebeu 59 votos a favor, 12 contra e uma abstenção. Treze senadores são alvo de investigações da Lava Jato. PROTESTOS Centenas de servidores do órgão protestaram em frente ao prédio da Procuradoria enquanto aguardavam a chegada de Janot. Eles usavam camisetas pretas e fizeram barulho com buzinas e apitos do lado de fora do evento. Os servidores protestam pela falta de aumento salarial e dizem que Janot "mentiu" durante a sabatina quando falou que o projeto substitutivo de reajuste salarial enviado ao Senado foi "negociado com os servidores". Os funcionários concursados querem um reajuste de 13% que foi garantido na Justiça, afirmou Gerson Anversa, diretor do sindicato da categoria. No substitutivo de Janot, o reajuste é diluído ao longo de vários anos, disse o sindicalista.
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Filhos que interromperam entrevista do pai mostram como somos artificiais
Não deveria ter sido uma ocasião especialmente interessante. Tudo que aconteceu foi que um homem acomodado em seu escritório caseiro, na Coreia do Sul, concedeu uma entrevista ao vivo para a BBC, via Skype. Os filhos pequenos do entrevistado entraram no escritório, por trás dele, e apareceram por alguns segundos na câmera; depois, uma mulher chegou e os tirou de lá, e a entrevista prosseguiu. Mas o vídeo desse pequeno incidente doméstico na casa do acadêmico Robert Kelly foi assistido mais de 100 milhões de vezes, em todo o planeta, causando muitas risadas, sarcasmo e comentários. Por dois ou três dias, a família Kelly se tornou famosa no mundo inteiro. Por que o vídeo se tornou sucesso viral? Em parte porque as pessoas gostam de ver crianças bonitinhas aprontando quase tanto quanto gostam de ver gatos tentando entrar em caixas de papelão. Mas um motivo maior é que a cena mostrava a distância intransponível entre nosso eu profissional e nosso eu doméstico. A entrada em cena inesperada dos dois moleques sublinha uma verdade que em geral tentamos esquecer: o quanto a vida profissional é pomposa e artificial. O caso de Kelly foi um exemplo extremo porque ele estava de terno e falando ao vivo na TV, ostentando a sisudez profissional que esperamos de nossos especialistas. Nada pode ser menos sisudo que um menino de macacão amarelo pulando por trás de um homem de terno; de fato, ver os filhos de Kelly entrando aos pulos no quadro parecia uma mancada profissional quase tão grave quanto se ele tivesse aparecido nu diante da câmera. A distância entre os dois mundos ficou estampada no rosto de Kelly. No começo, ele ostentava a máscara que seu trabalho requer. Era o especialista, repleto de autoridade, um homem sério. Depois, a máscara escorregou para revelar uma pessoa diferente, um pai irritado sorrindo com paciência para sua filha. Em seguida, ao final de mais alguns momentos de embaraço consternado, ele parece ter conseguido recolocar a máscara. A maioria de nós usa máscaras no escritório, quase que o tempo todo. O trabalho requer um código de comportamento que é preciso seguir. Envolve manter o controle, e uma dupla de crianças pequenas pulando por uma sala é mais ou menos o oposto disso. Estar no trabalho quer dizer que nos declaramos "apaixonados" sobre coisas que acreditamos serem importantes, mas a presença de uma criança pequena brincando torna difícil sustentar esse fingimento —as coisas sérias subitamente parecem risíveis. Mas a despeito dessas verdades evidentes, a mais recente moda no campo da gestão —e talvez a mais idiota já inventada— é encorajar gestores a se comportarem como crianças pequenas. Na semana passada, a Swatch publicou seu balanço de 2016, com o tema "agora temos seis anos". O balanço trazia fotos de todos os conselheiros da empresa aos seis anos de idade —uma ideia excelente, em termos visuais, porque eles eram todos consideravelmente mais bonitinhos, com essa idade, mas incompreensível sob qualquer outro ponto de vista. A mensagem de abertura do presidente do conselho da empresa fala da alegria de construir castelos de areia, o que é ótimo, mas dificilmente desviará a atenção de até mesmo o mais preguiçoso dos investidores quanto à queda dos lucros da fabricante de relógios à metade de sua marca de 2015. A menos que o ponto da história fosse explicar que a empresa se saiu mal a esse ponto porque seus conselheiros e executivos estavam ocupados demais com seus baldinhos e pás. Ainda mais absurdo é um livro que será lançado em abril, "Little Wins: the Huge Power of Thinking like a Toddler" [pequenas vitórias: o poder de pensar como uma criança]. Sir Richard Branson gosta da ideia, e escreveu no prefácio que "existe muita mágica no mundo, mas às vezes precisamos decrescer para experimentá-la". Decrescer, explica Paul Lindley, o autor do livro, é uma excelente ideia para executivos, porque os torna mais confiantes, criativos, honestos, divertidos e persistentes. Esses traços não batem muito com as características das crianças pequenas, em minhas lembranças, embora eu seja capaz de me lembrar de outras semelhanças entre uma criança de três anos e executivos - todas as quais deveriam ser evitadas. Crianças pequenas têm chiliques. Não gostam de dividir. Não ouvem. Sensatez não é sua característica mais notável. São extremamente egoístas e encaram as demais pessoas como objetos. E são péssimas em calcular margens de lucro. As características de comportamento exibidas pelos filhos de Kelly consistiam em saltitar, pular e perambular pelo escritório com um andador para bebês —e nada disso me parece um bom exemplo para gestores. O ponto mais importante sobre essas atividades é que é melhor que sejam realizadas em uma sala na qual uma entrevista à BBC, ou trabalho sério de qualquer outra espécie, não esteja acontecendo. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Filhos que interromperam entrevista do pai mostram como somos artificiaisNão deveria ter sido uma ocasião especialmente interessante. Tudo que aconteceu foi que um homem acomodado em seu escritório caseiro, na Coreia do Sul, concedeu uma entrevista ao vivo para a BBC, via Skype. Os filhos pequenos do entrevistado entraram no escritório, por trás dele, e apareceram por alguns segundos na câmera; depois, uma mulher chegou e os tirou de lá, e a entrevista prosseguiu. Mas o vídeo desse pequeno incidente doméstico na casa do acadêmico Robert Kelly foi assistido mais de 100 milhões de vezes, em todo o planeta, causando muitas risadas, sarcasmo e comentários. Por dois ou três dias, a família Kelly se tornou famosa no mundo inteiro. Por que o vídeo se tornou sucesso viral? Em parte porque as pessoas gostam de ver crianças bonitinhas aprontando quase tanto quanto gostam de ver gatos tentando entrar em caixas de papelão. Mas um motivo maior é que a cena mostrava a distância intransponível entre nosso eu profissional e nosso eu doméstico. A entrada em cena inesperada dos dois moleques sublinha uma verdade que em geral tentamos esquecer: o quanto a vida profissional é pomposa e artificial. O caso de Kelly foi um exemplo extremo porque ele estava de terno e falando ao vivo na TV, ostentando a sisudez profissional que esperamos de nossos especialistas. Nada pode ser menos sisudo que um menino de macacão amarelo pulando por trás de um homem de terno; de fato, ver os filhos de Kelly entrando aos pulos no quadro parecia uma mancada profissional quase tão grave quanto se ele tivesse aparecido nu diante da câmera. A distância entre os dois mundos ficou estampada no rosto de Kelly. No começo, ele ostentava a máscara que seu trabalho requer. Era o especialista, repleto de autoridade, um homem sério. Depois, a máscara escorregou para revelar uma pessoa diferente, um pai irritado sorrindo com paciência para sua filha. Em seguida, ao final de mais alguns momentos de embaraço consternado, ele parece ter conseguido recolocar a máscara. A maioria de nós usa máscaras no escritório, quase que o tempo todo. O trabalho requer um código de comportamento que é preciso seguir. Envolve manter o controle, e uma dupla de crianças pequenas pulando por uma sala é mais ou menos o oposto disso. Estar no trabalho quer dizer que nos declaramos "apaixonados" sobre coisas que acreditamos serem importantes, mas a presença de uma criança pequena brincando torna difícil sustentar esse fingimento —as coisas sérias subitamente parecem risíveis. Mas a despeito dessas verdades evidentes, a mais recente moda no campo da gestão —e talvez a mais idiota já inventada— é encorajar gestores a se comportarem como crianças pequenas. Na semana passada, a Swatch publicou seu balanço de 2016, com o tema "agora temos seis anos". O balanço trazia fotos de todos os conselheiros da empresa aos seis anos de idade —uma ideia excelente, em termos visuais, porque eles eram todos consideravelmente mais bonitinhos, com essa idade, mas incompreensível sob qualquer outro ponto de vista. A mensagem de abertura do presidente do conselho da empresa fala da alegria de construir castelos de areia, o que é ótimo, mas dificilmente desviará a atenção de até mesmo o mais preguiçoso dos investidores quanto à queda dos lucros da fabricante de relógios à metade de sua marca de 2015. A menos que o ponto da história fosse explicar que a empresa se saiu mal a esse ponto porque seus conselheiros e executivos estavam ocupados demais com seus baldinhos e pás. Ainda mais absurdo é um livro que será lançado em abril, "Little Wins: the Huge Power of Thinking like a Toddler" [pequenas vitórias: o poder de pensar como uma criança]. Sir Richard Branson gosta da ideia, e escreveu no prefácio que "existe muita mágica no mundo, mas às vezes precisamos decrescer para experimentá-la". Decrescer, explica Paul Lindley, o autor do livro, é uma excelente ideia para executivos, porque os torna mais confiantes, criativos, honestos, divertidos e persistentes. Esses traços não batem muito com as características das crianças pequenas, em minhas lembranças, embora eu seja capaz de me lembrar de outras semelhanças entre uma criança de três anos e executivos - todas as quais deveriam ser evitadas. Crianças pequenas têm chiliques. Não gostam de dividir. Não ouvem. Sensatez não é sua característica mais notável. São extremamente egoístas e encaram as demais pessoas como objetos. E são péssimas em calcular margens de lucro. As características de comportamento exibidas pelos filhos de Kelly consistiam em saltitar, pular e perambular pelo escritório com um andador para bebês —e nada disso me parece um bom exemplo para gestores. O ponto mais importante sobre essas atividades é que é melhor que sejam realizadas em uma sala na qual uma entrevista à BBC, ou trabalho sério de qualquer outra espécie, não esteja acontecendo. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Multas por uso de celular no trânsito crescem 22% em São Paulo
As multas por uso de celular no trânsito de São Paulo cresceram 22% de janeiro a novembro do ano passado na comparação com o mesmo período de 2014. O total de infrações registradas 430 mil já ultrapassa as 383 mil de 2014 e as 411 mil de 2012 inteiro. A multa por usar o celular ao dirigir é uma das cinco mais aplicadas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) na capital paulista nos últimos anos. Seu crescimento em 2015 foi inferior ao da média das atuações aplicadas em São Paulo, que subiram 40% até novembro na comparação com o mesmo período de 2014 (os dados de dezembro do ano passado ainda não foram disponibilizados). Os números sozinhos, no entanto, não dão a dimensão exata do problema. A tarefa cabe a especialistas e agentes de trânsito: o uso do celular ao volante, infração prevista no Código de Trânsito Brasileiro desde 1997, mudou e ficou bem mais perigoso. Antes, usar o telefone era sinônimo de fazer ligações. Agora, corresponde a um grande número de atividades: mandar mensagens de texto, conferir as redes sociais, usar aplicativos de comunicação instantânea, de navegação pelo GPS... Tal conectividade também traz problemas. O sociólogo Eduardo Biavati, especialista em segurança no trânsito, cita a conclusão de pesquisas internacionais: o risco de acidentes ao dirigir e enviar mensagens é 23 vezes maior que ao dirigir normalmente. Biavati explica que uma mensagem curta de texto, de três a quatro palavras, consome três a quatro segundos de deslocamento da atenção do motorista. E acidentes, muitas vezes, decorrem de decisões tomadas em segundos. O assunto foi abordado pelo cineasta Werner Herzog em um de seus documentários, From One Second to the Next (de um segundo para o próximo, em tradução livre). A obra reconstitui a vida de quatro pessoas envolvidas em acidentes provocados por mensagens. É inquestionável que a distração [ao digitar mensagens] é maior do que ao falar. Envolve as dimensões cognitiva, visual e motora, diz Biavati. Para o especialista, o crescimento das multas em São Paulo ainda representa um salto pífio. MULTAS POR USO DO CELULAR - Infração cresce 22% na cidade de São Paulo entre 2014 e 2015* Considerando a população circulante e o número de vezes em que a infração é cometida impunemente, o impacto desse número no comportamento é zero, afirma. O especialista também critica a ausência de campanhas nacionais sobre o tema e pede que o valor da multa, hoje de R$ 85,13, seja revisto: São valores de 1997, tornou-se uma infração barata diante do risco que traz, afirma. A produtora de eventos Carolina Venturelli, 38, já tomou mais de uma multa ao ser flagrada utilizando o celular por agentes de trânsito a infração não é notada por radares. Estava parada no trânsito, não parecia ser nada grave enviar uma mensagem nesse contexto. Minhas multas com certeza foram por mensagem, porque hoje em dia não ligo para ninguém, afirma Venturelli. OUTROS ANOS* - Número de multas por uso de celular, em mil FISCALIZAÇÃO Reno Ale, presidente do Sindviarios (sindicato dos agentes de trânsito), explica que a orientação é aplicar a multa a veículos parados, o que exige a presença de operadores de trânsito em pontos como cruzamentos. Realmente, hoje notamos mais gente enviando mensagens que falando. Não é uma infração difícil de ser reconhecida, mas temos cada vez menos agentes destinados a locais fixos. Isso explica por que o número cresce menos do que a média, afirma Ale. Outro fator mencionado pelo presidente do Sindviarios é o uso da tecnologia bluetooth pelos motoristas, especialmente os mais velhos, na hora de fazer ligações, o que ajudaria a reduzir o índice de crescimento dessa infração de trânsito.
cotidiano
Multas por uso de celular no trânsito crescem 22% em São PauloAs multas por uso de celular no trânsito de São Paulo cresceram 22% de janeiro a novembro do ano passado na comparação com o mesmo período de 2014. O total de infrações registradas 430 mil já ultrapassa as 383 mil de 2014 e as 411 mil de 2012 inteiro. A multa por usar o celular ao dirigir é uma das cinco mais aplicadas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) na capital paulista nos últimos anos. Seu crescimento em 2015 foi inferior ao da média das atuações aplicadas em São Paulo, que subiram 40% até novembro na comparação com o mesmo período de 2014 (os dados de dezembro do ano passado ainda não foram disponibilizados). Os números sozinhos, no entanto, não dão a dimensão exata do problema. A tarefa cabe a especialistas e agentes de trânsito: o uso do celular ao volante, infração prevista no Código de Trânsito Brasileiro desde 1997, mudou e ficou bem mais perigoso. Antes, usar o telefone era sinônimo de fazer ligações. Agora, corresponde a um grande número de atividades: mandar mensagens de texto, conferir as redes sociais, usar aplicativos de comunicação instantânea, de navegação pelo GPS... Tal conectividade também traz problemas. O sociólogo Eduardo Biavati, especialista em segurança no trânsito, cita a conclusão de pesquisas internacionais: o risco de acidentes ao dirigir e enviar mensagens é 23 vezes maior que ao dirigir normalmente. Biavati explica que uma mensagem curta de texto, de três a quatro palavras, consome três a quatro segundos de deslocamento da atenção do motorista. E acidentes, muitas vezes, decorrem de decisões tomadas em segundos. O assunto foi abordado pelo cineasta Werner Herzog em um de seus documentários, From One Second to the Next (de um segundo para o próximo, em tradução livre). A obra reconstitui a vida de quatro pessoas envolvidas em acidentes provocados por mensagens. É inquestionável que a distração [ao digitar mensagens] é maior do que ao falar. Envolve as dimensões cognitiva, visual e motora, diz Biavati. Para o especialista, o crescimento das multas em São Paulo ainda representa um salto pífio. MULTAS POR USO DO CELULAR - Infração cresce 22% na cidade de São Paulo entre 2014 e 2015* Considerando a população circulante e o número de vezes em que a infração é cometida impunemente, o impacto desse número no comportamento é zero, afirma. O especialista também critica a ausência de campanhas nacionais sobre o tema e pede que o valor da multa, hoje de R$ 85,13, seja revisto: São valores de 1997, tornou-se uma infração barata diante do risco que traz, afirma. A produtora de eventos Carolina Venturelli, 38, já tomou mais de uma multa ao ser flagrada utilizando o celular por agentes de trânsito a infração não é notada por radares. Estava parada no trânsito, não parecia ser nada grave enviar uma mensagem nesse contexto. Minhas multas com certeza foram por mensagem, porque hoje em dia não ligo para ninguém, afirma Venturelli. OUTROS ANOS* - Número de multas por uso de celular, em mil FISCALIZAÇÃO Reno Ale, presidente do Sindviarios (sindicato dos agentes de trânsito), explica que a orientação é aplicar a multa a veículos parados, o que exige a presença de operadores de trânsito em pontos como cruzamentos. Realmente, hoje notamos mais gente enviando mensagens que falando. Não é uma infração difícil de ser reconhecida, mas temos cada vez menos agentes destinados a locais fixos. Isso explica por que o número cresce menos do que a média, afirma Ale. Outro fator mencionado pelo presidente do Sindviarios é o uso da tecnologia bluetooth pelos motoristas, especialmente os mais velhos, na hora de fazer ligações, o que ajudaria a reduzir o índice de crescimento dessa infração de trânsito.
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Paciente sobrevive a complexo transplante de múltiplas vísceras
"Toda hora que tocava o telefone, eu achava que era a minha vez", lembra Roseli Machado, 41, de Cordeirópolis (SP). A perda de apetite, os enjoos frequentes e o crescimento da barriga deram o alerta de que algo não ia bem com a sua saúde. Em pouco tempo, ela descobriu ter ascite (ou barriga d´água), que é o acúmulo de líquido no abdome. Por meio de uma amiga, conseguiu uma consulta no hospital Albert Einstein, em São Paulo. Não havia dúvida: era necessário um transplante multivisceral –"troca" de vários órgãos do paciente com o de uma pessoa falecida. O "pacote" a ser recebido por Roseli deveria incluir fígado, intestino, estômago e pâncreas. Era preciso esperar. "Os médicos me deixaram ir para casa, mas me fizeram prometer que, quando ligassem, eu iria para o hospital", lembra com bom humor. Dos seis procedimentos até então realizados no Brasil, ninguém sobreviveu. "Depois do choque inicial, decidi, sim, fazer. E falei que seria a primeira a permanecer viva". Em julho, o telefone finalmente tocou: "Seu doador chegou; venha já", pediu o hospital. "Fui para a cirurgia tranquila e feliz. Não tive medo e em nenhum momento achei que fosse morrer", lembra Roseli, que teve alta depois de 80 dias internada. "Sei a dor que é a perda de um ente querido, mas a família teve uma atitude linda, maravilhosa para a vida de alguém que estava esperando". De acordo com Ministério da Saúde, não há registro oficial para as pessoas se declararem doadores de órgãos no Brasil –a única alternativa é a autorização da família. "Vou cuidar bem de tudo que concederam. E, quando morrer, se puder aproveitar meus órgãos, pode doar tudo", diz Roseli. Diferentemente de Roseli, em alguns casos, o órgão vem de alguém vivo e saudável. ENTRE VIVOS É o caso de Sophia, de 10 meses, que, mesmo com o pouco tempo de vida, já precisava de um novo fígado. Como o pai era muito velho para doar e a mãe tinha tipo sanguíneo incompatível, a saída foi recorrer à fila de doação, ordenada pela gravidade dos pacientes. Sophia conseguiu o órgão de uma criança que havia morrido, mas, no dia D, alterações nos exames inviabilizaram o procedimento. "O fígado acabou indo para o próximo da fila", lembra a mãe, Isleila Vieira, 35. Foi aí que uma tia, compatível, se ofereceu. O problema era o peso da mulher, que precisava emagrecer para se submeter à cirurgia. "O transplante intervivos é feito com fígado parcial. Tira-se um segmento pequeno do fígado do doador para colocar no bebê. Normalmente, esse segmento representa um terço do órgão do doador, o suficiente para um transplante de sucesso", diz João Seda Neto, cirurgião pediátrico do hospital Sírio-Libanês. Enquanto a tia perdia peso, o estado de saúde da bebê se agravava. Mas a história teve final feliz. A tia conseguiu emagrecer. O desafio de Isleila agora é escrever um livro para tranquilizar outras mães. NÚMEROS Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o ano de 2016 registrou aumento no número de doadores efetivos de órgão nos dois primeiros trimestres do ano –de 13,1 por milhão de habitantes para 14 por milhão. Mas esse número ainda está abaixo do esperado para o período, de 16 por milhão. Já a quantidade de transplantes realizados caiu no 2º trimestre, ao passo que o número de brasileiros na fila por um órgão aumentou, se comparado aos dados do 1º semestre de 2015, de 32 para 33 mil. Os transplantes mais aguardados são os de córnea, rim, fígado, coração, pulmão, pâncreas e intestino.
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Paciente sobrevive a complexo transplante de múltiplas vísceras"Toda hora que tocava o telefone, eu achava que era a minha vez", lembra Roseli Machado, 41, de Cordeirópolis (SP). A perda de apetite, os enjoos frequentes e o crescimento da barriga deram o alerta de que algo não ia bem com a sua saúde. Em pouco tempo, ela descobriu ter ascite (ou barriga d´água), que é o acúmulo de líquido no abdome. Por meio de uma amiga, conseguiu uma consulta no hospital Albert Einstein, em São Paulo. Não havia dúvida: era necessário um transplante multivisceral –"troca" de vários órgãos do paciente com o de uma pessoa falecida. O "pacote" a ser recebido por Roseli deveria incluir fígado, intestino, estômago e pâncreas. Era preciso esperar. "Os médicos me deixaram ir para casa, mas me fizeram prometer que, quando ligassem, eu iria para o hospital", lembra com bom humor. Dos seis procedimentos até então realizados no Brasil, ninguém sobreviveu. "Depois do choque inicial, decidi, sim, fazer. E falei que seria a primeira a permanecer viva". Em julho, o telefone finalmente tocou: "Seu doador chegou; venha já", pediu o hospital. "Fui para a cirurgia tranquila e feliz. Não tive medo e em nenhum momento achei que fosse morrer", lembra Roseli, que teve alta depois de 80 dias internada. "Sei a dor que é a perda de um ente querido, mas a família teve uma atitude linda, maravilhosa para a vida de alguém que estava esperando". De acordo com Ministério da Saúde, não há registro oficial para as pessoas se declararem doadores de órgãos no Brasil –a única alternativa é a autorização da família. "Vou cuidar bem de tudo que concederam. E, quando morrer, se puder aproveitar meus órgãos, pode doar tudo", diz Roseli. Diferentemente de Roseli, em alguns casos, o órgão vem de alguém vivo e saudável. ENTRE VIVOS É o caso de Sophia, de 10 meses, que, mesmo com o pouco tempo de vida, já precisava de um novo fígado. Como o pai era muito velho para doar e a mãe tinha tipo sanguíneo incompatível, a saída foi recorrer à fila de doação, ordenada pela gravidade dos pacientes. Sophia conseguiu o órgão de uma criança que havia morrido, mas, no dia D, alterações nos exames inviabilizaram o procedimento. "O fígado acabou indo para o próximo da fila", lembra a mãe, Isleila Vieira, 35. Foi aí que uma tia, compatível, se ofereceu. O problema era o peso da mulher, que precisava emagrecer para se submeter à cirurgia. "O transplante intervivos é feito com fígado parcial. Tira-se um segmento pequeno do fígado do doador para colocar no bebê. Normalmente, esse segmento representa um terço do órgão do doador, o suficiente para um transplante de sucesso", diz João Seda Neto, cirurgião pediátrico do hospital Sírio-Libanês. Enquanto a tia perdia peso, o estado de saúde da bebê se agravava. Mas a história teve final feliz. A tia conseguiu emagrecer. O desafio de Isleila agora é escrever um livro para tranquilizar outras mães. NÚMEROS Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o ano de 2016 registrou aumento no número de doadores efetivos de órgão nos dois primeiros trimestres do ano –de 13,1 por milhão de habitantes para 14 por milhão. Mas esse número ainda está abaixo do esperado para o período, de 16 por milhão. Já a quantidade de transplantes realizados caiu no 2º trimestre, ao passo que o número de brasileiros na fila por um órgão aumentou, se comparado aos dados do 1º semestre de 2015, de 32 para 33 mil. Os transplantes mais aguardados são os de córnea, rim, fígado, coração, pulmão, pâncreas e intestino.
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Nenê faz duplo-duplo em vitória dos Wizards; Thunder perde e se complica
Com duplo-duplo (dois dígitos em dois fundamentos) do pivô brasileiro Nenê, o Washington Wizards venceu o Atlanta Hawks, que poupou boa parte de seus titulares por 108 a 99, em casa, pela temporada regular da NBA. Nenê pegou dez rebotes e marcou 14 pontos. John Wall foi o cestinha da partida com 24 pontos. Com o resultado, os Wizards continuam na quinta colocação da Conferência Leste com 46 vitórias em 80 jogos. O líder é o próprio Atlanta Hawks, que soma 60 triunfos. Além de Hawks e Wizards, outras quatro equipes já asseguraram a classificação para os playoffs: Cleveland Cavaliers, Toronto Raptors, Chicago Bulls e Milwaukee Bucks. Boston Celtics, Brooklyn Nets, Indiana e Miami brigam pelas duas vagas restantes. Já na Conferência Oeste, o San Antonio Spurs conquistou a 11ª vitória consecutiva ao bater o Phoenix Suns por 107 a 91, em casa. Com o resultado, o atual campeão da NBA pulou para a segunda colocação. O time soma 55 vitórias e 26 derrotas. O líder é o Golden State Warriors. Até o momento, sete times da conferência já estão classificados para os playoffs. Além dos Spurs e dos Warriors, os outros classificados são Clippers, Portland, Memphis, Houston e Dallas. A última vaga está sendo disputada entre New Orleans e Oklahoma City Thunder, que se complicou após perder para o Indiana Pacers por 116 a 104. Os dois times somam 43 vitórias e 37 derrotas, mas o New Orleans leva vantagem e ocupa a oitava colocação.
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Nenê faz duplo-duplo em vitória dos Wizards; Thunder perde e se complicaCom duplo-duplo (dois dígitos em dois fundamentos) do pivô brasileiro Nenê, o Washington Wizards venceu o Atlanta Hawks, que poupou boa parte de seus titulares por 108 a 99, em casa, pela temporada regular da NBA. Nenê pegou dez rebotes e marcou 14 pontos. John Wall foi o cestinha da partida com 24 pontos. Com o resultado, os Wizards continuam na quinta colocação da Conferência Leste com 46 vitórias em 80 jogos. O líder é o próprio Atlanta Hawks, que soma 60 triunfos. Além de Hawks e Wizards, outras quatro equipes já asseguraram a classificação para os playoffs: Cleveland Cavaliers, Toronto Raptors, Chicago Bulls e Milwaukee Bucks. Boston Celtics, Brooklyn Nets, Indiana e Miami brigam pelas duas vagas restantes. Já na Conferência Oeste, o San Antonio Spurs conquistou a 11ª vitória consecutiva ao bater o Phoenix Suns por 107 a 91, em casa. Com o resultado, o atual campeão da NBA pulou para a segunda colocação. O time soma 55 vitórias e 26 derrotas. O líder é o Golden State Warriors. Até o momento, sete times da conferência já estão classificados para os playoffs. Além dos Spurs e dos Warriors, os outros classificados são Clippers, Portland, Memphis, Houston e Dallas. A última vaga está sendo disputada entre New Orleans e Oklahoma City Thunder, que se complicou após perder para o Indiana Pacers por 116 a 104. Os dois times somam 43 vitórias e 37 derrotas, mas o New Orleans leva vantagem e ocupa a oitava colocação.
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Depois de Lula, outros citados por Delcídio serão ouvidos pela PGR
O depoimento do ex-presidente Lula à PGR (Procuradoria-Geral da República), na quinta (7), girou em torno da delação premiada de Delcídio do Amaral. O SILÊNCIO Os procuradores questionaram o ex-presidente sobre declarações do senador de que Lula tentou comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró na Operação Lava Jato. Para isso, teria acionado Delcídio, que teria concordado em participar da investida. O SILÊNCIO 2 Lula desmentiu as declarações de Delcídio e disse que nunca conversou com ele sobre a possibilidade de comprar o silêncio de testemunhas da operação. FILA A PGR deve chamar outros citados por Delcídio do Amaral para depor. A delação do senador, homologada recentemente pelo STF, cita personagens como os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Romero Jucá (PMDB-RR). MÚLTIPLOS DE DOIS As atrizes Bruna Linzmeyer, Natallia Rodrigues e Dani Moreno foram à estreia da peça "In on It", no Teatro Jaraguá, no centro. Os atores Emílio de Mello e Fernando Eiras, que interpretam diversos personagens no espetáculo, também receberam colegas de profissão como Genézio de Barros, Daniel Satti e Pedro Henrique Moutinho, na quarta (6). MINHA VIAGEM Criticado por ir até o Vaticano para entregar ao papa Francisco a Medalha Anchieta, honraria concedida ao pontífice pela Câmara de São Paulo na quarta (6), o vereador Gilberto Natalini (PV) diz que vai pagar a viagem com dinheiro do próprio bolso. "Jamais usaria dinheiro público para isso", diz ele. MESA NOVA Conselheira do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) entre 2012 e 2015, Ana Frazão está voltando à advocacia. A professora da Universidade de Brasília, doutora em direito comercial, se associou ao livre-docente da UERJ (Universidade do Estado do Rio) Gustavo Tepedino para abrir um escritório em Brasília. BEIJO, TCHAU Depois de 12 anos como intérprete da Rosas de Ouro, Darlan Alves vai sair da escola de samba paulistana. O puxador está conversando com outras agremiações para decidir seu destino no Carnaval do ano que vem. TRILHA SONORA Seu Jorge, que vive entre São Paulo e Los Angeles (EUA), vai passar uma temporada mais longa no Brasil. Além da turnê com a cantora Ana Carolina, que estreou na semana passada e vai até junho, o cantor e ator vai filmar suas cenas no longa "Soundtrack", uma coprodução com os Estados Unidos. FAÇA AMOR O guru Prem Baba vai promover um "satsang" (encontro com ensinamentos) durante a primeira Virada Zen de São Paulo. Já a budista Monja Coen fará uma meditação. O evento terá 600 atividades gratuitas em 90 locais da cidade, entre os dias 25 de abril e 1º de maio. SALÃO DO AUTOMÓVEL Apresentadora do "Auto Esporte", programa sobre carros exibido nas manhãs de domingo da Globo, Millena Machado, 35, diz que vira e mexe ouve perguntas sobre problemas automotivos. "As pessoas me confundem com mecânico!", diverte-se. "Me dizem: 'Meu carro tá com um barulhinho, você pode olhar?'. Dou dicas, explico coisas práticas. Nada além de bons conselhos." * Também são frequentes, conta a jornalista, questões sobre seu visual. "Tanto de mulheres quanto de homens, sobre batom, cabelo, maquiagem. Um homem me disse: 'Adoro sua sobrancelha'. Chamo atenção por cada coisa!" CURTO-CIRCUITO Leonardo Miggiorin estreia como diretor neste sábado (9) com a peça "O Encontro das Águas", com texto de Sérgio Roveri. Às 21h, na SP Escola de Teatro, na Roosevelt. O grupo Aviões do Forró faz o show "Boate do Aviões", neste sábado (9), a partir das 23h, no Espaço das Américas. Os Racionais MC's se apresentam neste sábado (9) no Citibank Hall, a partir das 23h30. Miúcha faz show no Teatro do Sesc Pompeia, neste sábado (9) às 21h e amanhã às 19h. A exposição "Yolanda Penteado, a Dama das Artes de SP" abre neste sábado (9), às 11h, no Solar da Marquesa. Curadoria de Marcos Mantoan. A cantora Lei Di Dai faz show neste sábado (9), às 17h, no Memorial da América Latina, durante o festival CaosArte. A personal trainer Cau Saad comanda neste sábado (9), das 8h às 13h, circuito funcional no parque do Povo. Iniciativa do Hospital Santa Paula. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
colunas
Depois de Lula, outros citados por Delcídio serão ouvidos pela PGRO depoimento do ex-presidente Lula à PGR (Procuradoria-Geral da República), na quinta (7), girou em torno da delação premiada de Delcídio do Amaral. O SILÊNCIO Os procuradores questionaram o ex-presidente sobre declarações do senador de que Lula tentou comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró na Operação Lava Jato. Para isso, teria acionado Delcídio, que teria concordado em participar da investida. O SILÊNCIO 2 Lula desmentiu as declarações de Delcídio e disse que nunca conversou com ele sobre a possibilidade de comprar o silêncio de testemunhas da operação. FILA A PGR deve chamar outros citados por Delcídio do Amaral para depor. A delação do senador, homologada recentemente pelo STF, cita personagens como os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Romero Jucá (PMDB-RR). MÚLTIPLOS DE DOIS As atrizes Bruna Linzmeyer, Natallia Rodrigues e Dani Moreno foram à estreia da peça "In on It", no Teatro Jaraguá, no centro. Os atores Emílio de Mello e Fernando Eiras, que interpretam diversos personagens no espetáculo, também receberam colegas de profissão como Genézio de Barros, Daniel Satti e Pedro Henrique Moutinho, na quarta (6). MINHA VIAGEM Criticado por ir até o Vaticano para entregar ao papa Francisco a Medalha Anchieta, honraria concedida ao pontífice pela Câmara de São Paulo na quarta (6), o vereador Gilberto Natalini (PV) diz que vai pagar a viagem com dinheiro do próprio bolso. "Jamais usaria dinheiro público para isso", diz ele. MESA NOVA Conselheira do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) entre 2012 e 2015, Ana Frazão está voltando à advocacia. A professora da Universidade de Brasília, doutora em direito comercial, se associou ao livre-docente da UERJ (Universidade do Estado do Rio) Gustavo Tepedino para abrir um escritório em Brasília. BEIJO, TCHAU Depois de 12 anos como intérprete da Rosas de Ouro, Darlan Alves vai sair da escola de samba paulistana. O puxador está conversando com outras agremiações para decidir seu destino no Carnaval do ano que vem. TRILHA SONORA Seu Jorge, que vive entre São Paulo e Los Angeles (EUA), vai passar uma temporada mais longa no Brasil. Além da turnê com a cantora Ana Carolina, que estreou na semana passada e vai até junho, o cantor e ator vai filmar suas cenas no longa "Soundtrack", uma coprodução com os Estados Unidos. FAÇA AMOR O guru Prem Baba vai promover um "satsang" (encontro com ensinamentos) durante a primeira Virada Zen de São Paulo. Já a budista Monja Coen fará uma meditação. O evento terá 600 atividades gratuitas em 90 locais da cidade, entre os dias 25 de abril e 1º de maio. SALÃO DO AUTOMÓVEL Apresentadora do "Auto Esporte", programa sobre carros exibido nas manhãs de domingo da Globo, Millena Machado, 35, diz que vira e mexe ouve perguntas sobre problemas automotivos. "As pessoas me confundem com mecânico!", diverte-se. "Me dizem: 'Meu carro tá com um barulhinho, você pode olhar?'. Dou dicas, explico coisas práticas. Nada além de bons conselhos." * Também são frequentes, conta a jornalista, questões sobre seu visual. "Tanto de mulheres quanto de homens, sobre batom, cabelo, maquiagem. Um homem me disse: 'Adoro sua sobrancelha'. Chamo atenção por cada coisa!" CURTO-CIRCUITO Leonardo Miggiorin estreia como diretor neste sábado (9) com a peça "O Encontro das Águas", com texto de Sérgio Roveri. Às 21h, na SP Escola de Teatro, na Roosevelt. O grupo Aviões do Forró faz o show "Boate do Aviões", neste sábado (9), a partir das 23h, no Espaço das Américas. Os Racionais MC's se apresentam neste sábado (9) no Citibank Hall, a partir das 23h30. Miúcha faz show no Teatro do Sesc Pompeia, neste sábado (9) às 21h e amanhã às 19h. A exposição "Yolanda Penteado, a Dama das Artes de SP" abre neste sábado (9), às 11h, no Solar da Marquesa. Curadoria de Marcos Mantoan. A cantora Lei Di Dai faz show neste sábado (9), às 17h, no Memorial da América Latina, durante o festival CaosArte. A personal trainer Cau Saad comanda neste sábado (9), das 8h às 13h, circuito funcional no parque do Povo. Iniciativa do Hospital Santa Paula. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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José Rodrigues Louzã (1929-2015) - Operou pessoas, escreveu contos e poesias
José Rodrigues Louzã demonstrou com as mãos o que sabia fazer de melhor, mas de maneiras bem distintas. No trabalho, elas ajudavam a analisar pacientes e tinham de ser precisas nas cirurgias; nas horas de folga, traduziam os pensamentos de um médico que também foi escritor. Desde criança, queria seguir a carreira do pai e, a exemplo dele, integrou a Academia de Medicina de São Paulo, a qual chegou a presidir. Formado pela USP em 1952, iniciou a carreira no hospital São José do Brás, na zona leste paulistana. Lá, manteve seu consultório até 2005. Entre outras atividades, implantou os cursos de fisioterapia e terapia ocupacional da UFSCar (Federal de São Carlos), onde foi professor. Adorava viajar e, ao lado de Maria do Céu, sua companheira por mais de 60 anos, conheceu o mundo inteiro. Dos outros países trouxe histórias que inspiraram contos, crônicas e poesias –assim como a mulher, que ganhou vários poemas de amor. Publicou livros e era membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores. Estudioso e curioso, entendia dos mais variados assuntos, como tiro ao alvo e natação —praticou os dois—, além de motores de carros —apreciava corridas e colecionava revistas sobre o tema. Morreu na terça (27), aos 86, de problemas de saúde causados pela idade. Além de Maria do Céu, deixa os filhos, Mario, Stella e Silvia, e seis netos. Hoje (3/2), às 19h, será rezada a missa do sétimo dia, na paróquia Santo Ivo, no Jardim Lusitânia. A família vai distribuir entre os presentes uma lembrancinha com um haicai (forma de poesia japonesa) escrito por José. [email protected]
cotidiano
José Rodrigues Louzã (1929-2015) - Operou pessoas, escreveu contos e poesiasJosé Rodrigues Louzã demonstrou com as mãos o que sabia fazer de melhor, mas de maneiras bem distintas. No trabalho, elas ajudavam a analisar pacientes e tinham de ser precisas nas cirurgias; nas horas de folga, traduziam os pensamentos de um médico que também foi escritor. Desde criança, queria seguir a carreira do pai e, a exemplo dele, integrou a Academia de Medicina de São Paulo, a qual chegou a presidir. Formado pela USP em 1952, iniciou a carreira no hospital São José do Brás, na zona leste paulistana. Lá, manteve seu consultório até 2005. Entre outras atividades, implantou os cursos de fisioterapia e terapia ocupacional da UFSCar (Federal de São Carlos), onde foi professor. Adorava viajar e, ao lado de Maria do Céu, sua companheira por mais de 60 anos, conheceu o mundo inteiro. Dos outros países trouxe histórias que inspiraram contos, crônicas e poesias –assim como a mulher, que ganhou vários poemas de amor. Publicou livros e era membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores. Estudioso e curioso, entendia dos mais variados assuntos, como tiro ao alvo e natação —praticou os dois—, além de motores de carros —apreciava corridas e colecionava revistas sobre o tema. Morreu na terça (27), aos 86, de problemas de saúde causados pela idade. Além de Maria do Céu, deixa os filhos, Mario, Stella e Silvia, e seis netos. Hoje (3/2), às 19h, será rezada a missa do sétimo dia, na paróquia Santo Ivo, no Jardim Lusitânia. A família vai distribuir entre os presentes uma lembrancinha com um haicai (forma de poesia japonesa) escrito por José. [email protected]
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Brasil perdeu oportunidade de ensinar princípios olímpicos, diz professora
O Brasil perdeu a oportunidade de usar os Jogos do Rio para ensinar aos brasileiros princípios olímpicos básicos. Essa é a conclusão da pesquisadora Katia Rubio, professora da Escola de Educação Física e Esporte da USP e autora do livro "Atletas Olímpicos Brasileiros", que relata a história de todos os esportistas que disputaram a Olimpíada pelo Brasil. Durante sua participação na série de sabatinas olímpicas da Folha, a pesquisadora afirmou que isso pode levar até a atletas estrangeiros serem vaiados quando subirem ao pódio, caso eles vençam um brasileiro. Na entrevista, ela fala ainda sobre o papel da mulher no esporte, o escândalo de doping da Rússia as consequências para os Jogos do Rio e sobre sua campanha para que todos os atletas olímpicos pudessem participar do revezamento da tocha.
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Brasil perdeu oportunidade de ensinar princípios olímpicos, diz professoraO Brasil perdeu a oportunidade de usar os Jogos do Rio para ensinar aos brasileiros princípios olímpicos básicos. Essa é a conclusão da pesquisadora Katia Rubio, professora da Escola de Educação Física e Esporte da USP e autora do livro "Atletas Olímpicos Brasileiros", que relata a história de todos os esportistas que disputaram a Olimpíada pelo Brasil. Durante sua participação na série de sabatinas olímpicas da Folha, a pesquisadora afirmou que isso pode levar até a atletas estrangeiros serem vaiados quando subirem ao pódio, caso eles vençam um brasileiro. Na entrevista, ela fala ainda sobre o papel da mulher no esporte, o escândalo de doping da Rússia as consequências para os Jogos do Rio e sobre sua campanha para que todos os atletas olímpicos pudessem participar do revezamento da tocha.
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Day-Lewis magnetiza o público com crueldade e filosofia tosca
Impossível não recomendar um filme de Martin Scorsese que tenha Daniel Day-Lewis no elenco. Mas há muito mais em "Gangues de Nova York" (MGM, 20h, 18 anos). Tudo bem, tem DiCaprio e Cameron Diaz, mas, por mais que os bonitos se esforcem, o filme é roubado pelo fascinante personagem do açougueiro violento vivido por Day-Lewis. Outro mérito de Scorsese é ter se debruçado sobre lugar e período pouco ou quase nada explorados em Hollywood: a Nova York da metade do século 19, em construção e aterrorizada por gangues. Day-Lewis lidera descendentes de ingleses. DiCaprio é da gangue dos imigrantes irlandeses e quer se vingar do líder rival, que matou seu pai 16 anos antes. Muito sangue, muita crueldade e monólogos do açougueiro que magnetizam a plateia com sua tosca filosofia. Daniel Day-Lewis é o cara.
ilustrada
Day-Lewis magnetiza o público com crueldade e filosofia toscaImpossível não recomendar um filme de Martin Scorsese que tenha Daniel Day-Lewis no elenco. Mas há muito mais em "Gangues de Nova York" (MGM, 20h, 18 anos). Tudo bem, tem DiCaprio e Cameron Diaz, mas, por mais que os bonitos se esforcem, o filme é roubado pelo fascinante personagem do açougueiro violento vivido por Day-Lewis. Outro mérito de Scorsese é ter se debruçado sobre lugar e período pouco ou quase nada explorados em Hollywood: a Nova York da metade do século 19, em construção e aterrorizada por gangues. Day-Lewis lidera descendentes de ingleses. DiCaprio é da gangue dos imigrantes irlandeses e quer se vingar do líder rival, que matou seu pai 16 anos antes. Muito sangue, muita crueldade e monólogos do açougueiro que magnetizam a plateia com sua tosca filosofia. Daniel Day-Lewis é o cara.
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Corpo de menina de 5 anos é achado a 70 km de barragem em Mariana (MG)
O primeiro corpo de uma criança vítima do rompimento de barragens em Mariana (MG) foi identificado nesta terça-feira (10). Emanuelly Vitória Fernandes, 5, foi achada em Ponte do Gama, subdistrito de Ponte Nova, cidade que fica a 70 km de Mariana. Segundo o delegado da Polícia Civil Rodrigo Bustamante, a criança foi reconhecida pela família por conta do cabelo, o formato do pé e a arcada dentária. Oficialmente, o número de mortos passou para quatro pessoas e o de desaparecidos, para 22 –11 funcionários da mineradora Samarco e 11 moradores dos distritos de Bento Rodrigues e Camargos. Uma das pessoas desaparecidas, Maria Aparecida Vieira, 65, foi encontrada na casa de parentes. Há, ainda, um corpo resgatado pelos bombeiros, mas ainda não reconhecido. Emanuelly, 5, escapou dos braços do pai, Wesley Isabel, 23, e sumiu na lama que cobriu o subdistrito de Bento Rodrigues, na última quinta-feira (5). Desesperada, a família espalhou cartazes pelo centro de acolhida dos desabrigados e hospitais com foto da menina e telefones de contato de parentes. Wesley estava com a menina e o outro filho, Nicolas, 3, na casa onde moravam no subdistrito quando recebeu o aviso para fugir para uma parte alta da comunidade e escapar, assim, do mar de lama. A mãe das crianças já havia sido socorrida por vizinhos. O pai agarrou as duas crianças e atravessava a rua quando foi atingido pela lama. Vizinhos conseguiram puxar Wesley e Nicolas, mas Emanuelly foi arrastada. O enterro de Emanuellly ocorreu nesta tarde, com a presença de muitos moradores de Bento Rodrigues. TREMOR Nesta manhã, um pequeno tremor de terra ocorreu na região, de 2,1 graus na escala Richter, segundo o Instituto de Sismologia da USP. Em nota conjunta, prefeitura, Estado e empresa dizem que não houve novos danos nas estruturas das barragens. Até o fim do dia, serão instalados sismógrafos nas proximidades. No domingo (8), o governador Fernando Pimentel disse que a chance de encontrar sobreviventes é pequena.
cotidiano
Corpo de menina de 5 anos é achado a 70 km de barragem em Mariana (MG)O primeiro corpo de uma criança vítima do rompimento de barragens em Mariana (MG) foi identificado nesta terça-feira (10). Emanuelly Vitória Fernandes, 5, foi achada em Ponte do Gama, subdistrito de Ponte Nova, cidade que fica a 70 km de Mariana. Segundo o delegado da Polícia Civil Rodrigo Bustamante, a criança foi reconhecida pela família por conta do cabelo, o formato do pé e a arcada dentária. Oficialmente, o número de mortos passou para quatro pessoas e o de desaparecidos, para 22 –11 funcionários da mineradora Samarco e 11 moradores dos distritos de Bento Rodrigues e Camargos. Uma das pessoas desaparecidas, Maria Aparecida Vieira, 65, foi encontrada na casa de parentes. Há, ainda, um corpo resgatado pelos bombeiros, mas ainda não reconhecido. Emanuelly, 5, escapou dos braços do pai, Wesley Isabel, 23, e sumiu na lama que cobriu o subdistrito de Bento Rodrigues, na última quinta-feira (5). Desesperada, a família espalhou cartazes pelo centro de acolhida dos desabrigados e hospitais com foto da menina e telefones de contato de parentes. Wesley estava com a menina e o outro filho, Nicolas, 3, na casa onde moravam no subdistrito quando recebeu o aviso para fugir para uma parte alta da comunidade e escapar, assim, do mar de lama. A mãe das crianças já havia sido socorrida por vizinhos. O pai agarrou as duas crianças e atravessava a rua quando foi atingido pela lama. Vizinhos conseguiram puxar Wesley e Nicolas, mas Emanuelly foi arrastada. O enterro de Emanuellly ocorreu nesta tarde, com a presença de muitos moradores de Bento Rodrigues. TREMOR Nesta manhã, um pequeno tremor de terra ocorreu na região, de 2,1 graus na escala Richter, segundo o Instituto de Sismologia da USP. Em nota conjunta, prefeitura, Estado e empresa dizem que não houve novos danos nas estruturas das barragens. Até o fim do dia, serão instalados sismógrafos nas proximidades. No domingo (8), o governador Fernando Pimentel disse que a chance de encontrar sobreviventes é pequena.
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Polícia desarticula quadrilha que usava menores em São Gonçalo (RJ)
A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou nesta quinta-feira (5) uma operação de combate ao tráfico de drogas visando desarticular uma quadrilha que atua no município de São Gonçalo, região metropolitana do Rio. Na ação, 12 mandados de prisão foram cumpridos, sendo seis contra menores. De acordo com delegado Fábio Galvão, que é subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do estado, os detidos vão responder pelos crimes de homicídio, latrocínio e tráfico de drogas. Para desarticular a quadrilha, a Polícia Civil contou com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público. Segundo a Subsecretaria de Inteligência, 13 pessoas já haviam sido presas durante as investigações. Segundo a Polícia Civil,o bando começou a ser investigado após a morte do policial militar Dayvid Lopes Athanazio. Ele teria sido assassinado pela quadrilha, com mais de 30 tiros, no bairro de Jardim Catarina, na região metropolitana.
cotidiano
Polícia desarticula quadrilha que usava menores em São Gonçalo (RJ)A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou nesta quinta-feira (5) uma operação de combate ao tráfico de drogas visando desarticular uma quadrilha que atua no município de São Gonçalo, região metropolitana do Rio. Na ação, 12 mandados de prisão foram cumpridos, sendo seis contra menores. De acordo com delegado Fábio Galvão, que é subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do estado, os detidos vão responder pelos crimes de homicídio, latrocínio e tráfico de drogas. Para desarticular a quadrilha, a Polícia Civil contou com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público. Segundo a Subsecretaria de Inteligência, 13 pessoas já haviam sido presas durante as investigações. Segundo a Polícia Civil,o bando começou a ser investigado após a morte do policial militar Dayvid Lopes Athanazio. Ele teria sido assassinado pela quadrilha, com mais de 30 tiros, no bairro de Jardim Catarina, na região metropolitana.
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Como avançar no saneamento?
Como é bem sabido, as obras de saneamento criam muitos empregos e, quando passam a funcionar, beneficiam a saúde da população, diminuindo tanto as doenças de transmissão hídrica -diarreia, por exemplo- quanto as transmitidas por mosquitos -como a dengue. Por essa razão, o governo corretamente elencou o setor como uma das locomotivas para a retomada econômica do país, e esta Folha tem reservado generoso espaço para o debate do tema, em editoriais e artigos. Ao enunciar sinteticamente a conclusão do debate, numa mensagem publicada na seção "Painel do Leitor" no dia 25/2, eu disse que o saneamento no Brasil não é ainda universalizado porque nossas tarifas são em geral baixas se comparadas a de países desenvolvidos e vice-versa quando se dividem as tarifas pelas correspondentes rendas médias. Como não é uma conclusão de óbvia compreensão, vale a pena explicar melhor. Sim, nossas tarifas são em média baixas. Mesmo que as entidades de saneamento fossem excepcionalmente eficientes -e não afirmo que seja este o caso-, a receita não seria suficiente para fazer os investimentos necessários à prestação do serviço, digamos, no padrão europeu. Como a renda per capita do brasileiro é baixa se comparada com a do europeu, principalmente nessa época de acachapante desemprego, é reduzida a margem para significativo aumento tarifário das camadas mais humildes da população. O que fazer? Primeiro, melhorar a eficiência e eficácia das prestadoras de serviço de saneamento. Para isso, é preciso cada vez mais pagar pelo resultado -esgoto corretamente coletado e tratado, por exemplo- em vez de pagar pela obra, que frequentemente sai mais cara do que originalmente previsto e fica anos sem atingir a capacidade plena. Há exemplos bem-sucedidos de programas que adotam essa filosofia. Por exemplo, o Prodes da Agência Nacional de Águas (ANA) e os contratos de performance da Sabesp. Segundo, mudar a estrutura tarifária, isto é, alterar a maneira como o custo do serviço é dividido entre os usuários. Atualmente, ocorrem inúmeras inadequações, sob o ponto de vista da equidade social e da eficiência econômica. Cinco exemplos: 1) Os consumidores da Sabesp de cidades do interior, que quase sempre têm 100% do esgoto coletado e tratado, pagam menos pelo mesmo serviço do que os da região metropolitana ou de cidades do litoral, em que as condições de saneamento ainda estão longe da perfeição. 2) O metro cúbico de água utilizado num hospital público, numa indústria ou num estabelecimento comercial pode custar até oito vezes o que paga um cidadão de classe média ou alta. 3) A tarifa social não beneficia todas as famílias humildes que necessitam dessa proteção. 4) Os veranistas de cidades do litoral, que só utilizam o serviço na temporada, não pagam o suficiente para cobrir o custo de mantê-lo disponível todos os dias do ano. 5) A conta de água é a mesma para quem consome de 0 a 10 metros cúbicos por mês. Por orientação do Tribunal de Contas do Estado, a Sabesp submeterá à Arsesp (agência reguladora), ainda no decorrer de 2017, uma proposta de revisão da estrutura tarifária, que certamente será debatida em audiências públicas. As simulações da Sabesp mostram que a diminuição dos subsídios cruzados que hoje beneficiam as classes média e alta, somada ao contínuo aumento de produtividade, resultarão numa distribuição mais justa dos custos e no avanço mais célere em direção ao padrão europeu de saneamento. JERSON KELMAN,engenheiro civil, é presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
opiniao
Como avançar no saneamento?Como é bem sabido, as obras de saneamento criam muitos empregos e, quando passam a funcionar, beneficiam a saúde da população, diminuindo tanto as doenças de transmissão hídrica -diarreia, por exemplo- quanto as transmitidas por mosquitos -como a dengue. Por essa razão, o governo corretamente elencou o setor como uma das locomotivas para a retomada econômica do país, e esta Folha tem reservado generoso espaço para o debate do tema, em editoriais e artigos. Ao enunciar sinteticamente a conclusão do debate, numa mensagem publicada na seção "Painel do Leitor" no dia 25/2, eu disse que o saneamento no Brasil não é ainda universalizado porque nossas tarifas são em geral baixas se comparadas a de países desenvolvidos e vice-versa quando se dividem as tarifas pelas correspondentes rendas médias. Como não é uma conclusão de óbvia compreensão, vale a pena explicar melhor. Sim, nossas tarifas são em média baixas. Mesmo que as entidades de saneamento fossem excepcionalmente eficientes -e não afirmo que seja este o caso-, a receita não seria suficiente para fazer os investimentos necessários à prestação do serviço, digamos, no padrão europeu. Como a renda per capita do brasileiro é baixa se comparada com a do europeu, principalmente nessa época de acachapante desemprego, é reduzida a margem para significativo aumento tarifário das camadas mais humildes da população. O que fazer? Primeiro, melhorar a eficiência e eficácia das prestadoras de serviço de saneamento. Para isso, é preciso cada vez mais pagar pelo resultado -esgoto corretamente coletado e tratado, por exemplo- em vez de pagar pela obra, que frequentemente sai mais cara do que originalmente previsto e fica anos sem atingir a capacidade plena. Há exemplos bem-sucedidos de programas que adotam essa filosofia. Por exemplo, o Prodes da Agência Nacional de Águas (ANA) e os contratos de performance da Sabesp. Segundo, mudar a estrutura tarifária, isto é, alterar a maneira como o custo do serviço é dividido entre os usuários. Atualmente, ocorrem inúmeras inadequações, sob o ponto de vista da equidade social e da eficiência econômica. Cinco exemplos: 1) Os consumidores da Sabesp de cidades do interior, que quase sempre têm 100% do esgoto coletado e tratado, pagam menos pelo mesmo serviço do que os da região metropolitana ou de cidades do litoral, em que as condições de saneamento ainda estão longe da perfeição. 2) O metro cúbico de água utilizado num hospital público, numa indústria ou num estabelecimento comercial pode custar até oito vezes o que paga um cidadão de classe média ou alta. 3) A tarifa social não beneficia todas as famílias humildes que necessitam dessa proteção. 4) Os veranistas de cidades do litoral, que só utilizam o serviço na temporada, não pagam o suficiente para cobrir o custo de mantê-lo disponível todos os dias do ano. 5) A conta de água é a mesma para quem consome de 0 a 10 metros cúbicos por mês. Por orientação do Tribunal de Contas do Estado, a Sabesp submeterá à Arsesp (agência reguladora), ainda no decorrer de 2017, uma proposta de revisão da estrutura tarifária, que certamente será debatida em audiências públicas. As simulações da Sabesp mostram que a diminuição dos subsídios cruzados que hoje beneficiam as classes média e alta, somada ao contínuo aumento de produtividade, resultarão numa distribuição mais justa dos custos e no avanço mais célere em direção ao padrão europeu de saneamento. JERSON KELMAN,engenheiro civil, é presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Odebrecht envia petição ao STF para explicar reunião com Cardozo
A defesa da empreiteira Odebrecht enviou uma petição nesta quinta-feira (19) ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki para explicar o encontro de advogados da empresa com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Em peça assinada por Dora Cavalcanti e Augusto Botelho, os advogados reclamam da forma com que autoridades em Curitiba (PR) apuram vazamentos de informações contidas em delações premiadas e enviam cópia de documento encaminhado a Cardozo, pedindo empenho na apuração. "Por dever de lealdade e tendo em vista as enviesadas notícias sobre recente reunião realizada na primeira subscritora com o preclaro ministro da Justiça para tratar de tema afeto à petição acima identificada, pedir juntada de cópia do requerimento dirigido na semana passada à pasta da Justiça, que deixa clara a finalidade do encontro com sua excelência e também o pouco interesse com que as sempre rigorosas autoridades curitibanas conduzem a apuração dos vazamentos criminosos que têm marcado a Operação Lava Jato", diz trecho do documento. Na cópia da petição endereçada a Cardozo são repetidos argumentos usados ou documentos que também foram enviados ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato. Nela, os advogados pedem maior empenho da Polícia Federal no inquérito aberto para apurar vazamentos à imprensa de informações sigilosas do processo.
poder
Odebrecht envia petição ao STF para explicar reunião com CardozoA defesa da empreiteira Odebrecht enviou uma petição nesta quinta-feira (19) ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki para explicar o encontro de advogados da empresa com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Em peça assinada por Dora Cavalcanti e Augusto Botelho, os advogados reclamam da forma com que autoridades em Curitiba (PR) apuram vazamentos de informações contidas em delações premiadas e enviam cópia de documento encaminhado a Cardozo, pedindo empenho na apuração. "Por dever de lealdade e tendo em vista as enviesadas notícias sobre recente reunião realizada na primeira subscritora com o preclaro ministro da Justiça para tratar de tema afeto à petição acima identificada, pedir juntada de cópia do requerimento dirigido na semana passada à pasta da Justiça, que deixa clara a finalidade do encontro com sua excelência e também o pouco interesse com que as sempre rigorosas autoridades curitibanas conduzem a apuração dos vazamentos criminosos que têm marcado a Operação Lava Jato", diz trecho do documento. Na cópia da petição endereçada a Cardozo são repetidos argumentos usados ou documentos que também foram enviados ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato. Nela, os advogados pedem maior empenho da Polícia Federal no inquérito aberto para apurar vazamentos à imprensa de informações sigilosas do processo.
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Congresso faz 'contrarreforma', afirma presidente do PT
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, classificou de "contrarreforma" a reforma política que tramita no Congresso Nacional e voltou a defender a instalação de uma Assembleia Constituinte para analisar o tema. "Nós sabemos que o Congresso que está aí não ia fazer reforma, está fazendo uma contrarreforma. É um escândalo você ter financiamento de empresa para campanha, isso é a porta de entrada para a corrupção", disse Falcão após participar de encontro estadual do PT no Recife, neste domingo (31). Na quarta-feira (27), a Câmara aprovou, por 330 votos a favor e 141 contra, a inclusão de artigo na Constituição que permite doações eleitorais de empresas. A aprovação foi possível após uma manobra do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na véspera, o plenário havia dado um apoio insuficiente para aprovar a medida: 226 votos a favor, menos que os 308 necessários para que haja mudanças na Constituição. Após a votação, um grupo de 61 parlamentares do PT, PSB, PC do B, PPS, PSOL e Pros afirmou ter entrado no STF (Supremo Tribunal Federal) com um mandado de segurança para derrubar a emenda que inclui o financiamento privado de campanha na Constituição. Rui Falcão não quis comentar as investigações da Polícia Federal sobre a relação entre o empresário Benedito de Oliveira Neto, o Bené, e o PT. "Não vou fazer menção a fatos que eu desconheço", disse o petista. Bené, que foi preso nesta sexta-feira (29) pela Polícia Federal, é suspeito de associação criminosa. Suas empresas receberam ao menos R$ 525 milhões em contratos com o governo federal desde 2005. AJUSTE FISCAL No encontro deste domingo, um grupo de petistas levou uma faixa em protesto contra as medidas de ajuste fiscal do governo federal. A faixa dizia: "Ação petista: abaixo o plano Levy, não às MPs 664 e 665", em referência ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e às medidas provisórias aprovadas na semana passada, que alteram o cálculo da aposentadoria e restringem o acesso ao seguro-desemprego. "Essas questões são de correntes dentro do partido", minimizou o senador Humberto Costa (PT-PE).
poder
Congresso faz 'contrarreforma', afirma presidente do PTO presidente nacional do PT, Rui Falcão, classificou de "contrarreforma" a reforma política que tramita no Congresso Nacional e voltou a defender a instalação de uma Assembleia Constituinte para analisar o tema. "Nós sabemos que o Congresso que está aí não ia fazer reforma, está fazendo uma contrarreforma. É um escândalo você ter financiamento de empresa para campanha, isso é a porta de entrada para a corrupção", disse Falcão após participar de encontro estadual do PT no Recife, neste domingo (31). Na quarta-feira (27), a Câmara aprovou, por 330 votos a favor e 141 contra, a inclusão de artigo na Constituição que permite doações eleitorais de empresas. A aprovação foi possível após uma manobra do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na véspera, o plenário havia dado um apoio insuficiente para aprovar a medida: 226 votos a favor, menos que os 308 necessários para que haja mudanças na Constituição. Após a votação, um grupo de 61 parlamentares do PT, PSB, PC do B, PPS, PSOL e Pros afirmou ter entrado no STF (Supremo Tribunal Federal) com um mandado de segurança para derrubar a emenda que inclui o financiamento privado de campanha na Constituição. Rui Falcão não quis comentar as investigações da Polícia Federal sobre a relação entre o empresário Benedito de Oliveira Neto, o Bené, e o PT. "Não vou fazer menção a fatos que eu desconheço", disse o petista. Bené, que foi preso nesta sexta-feira (29) pela Polícia Federal, é suspeito de associação criminosa. Suas empresas receberam ao menos R$ 525 milhões em contratos com o governo federal desde 2005. AJUSTE FISCAL No encontro deste domingo, um grupo de petistas levou uma faixa em protesto contra as medidas de ajuste fiscal do governo federal. A faixa dizia: "Ação petista: abaixo o plano Levy, não às MPs 664 e 665", em referência ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e às medidas provisórias aprovadas na semana passada, que alteram o cálculo da aposentadoria e restringem o acesso ao seguro-desemprego. "Essas questões são de correntes dentro do partido", minimizou o senador Humberto Costa (PT-PE).
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'Preciso de recursos', diz Pezão sobre crise da segurança pública no Rio
Um dia após o Complexo do Alemão, conjunto de favelas na zona norte do Rio, registrar a quinta morte em seis dias, o governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse que precisa da ajuda do governo federal para lidar com a crise da segurança pública. "Tenho 4.000 policiais pra serem admitidos, mas, infelizmente não posso admiti-los, não tem recursos", disse Pezão, em entrevista à rádio CBN, na manhã desta quinta-feira (27). Em nota, o governador diz que reforçou pedido de socorro financeiro ao governo federal e celeridade na aprovação do plano de Responsabilidade Fiscal para viabilizar o reequilíbrio das finanças do Estado e assim poder melhorar os serviços prestados à população em todas as áreas, especialmente na segurança. Não houve pedido de reforço militar por ora. Pezão disse não querer transferir responsabilidade para outros esferas do governo, mas citou a falta de fiscalização em rodovias federais como um dos motivos da violência. "O Rio de Janeiro virou uma peneira. Fuzil, que não é uma arma fabricada no Rio, virou uma coisa banal. Precisamos ter policiamento reforçado nas fronteiras em rodovias federais." Segundo o governo, esse reforço, que visa coibir a entrada de armas e munições no território fluminense, foi solicitado à União. Principal ícone da política de pacificação dos morros do Rio, o Alemão, que foi ocupado de modo cinematográfico em 2010, tem sido cenário de confrontos diários entre polícia e traficantes desde o início de fevereiro. Pezão reconheceu que a situação na região é ainda mais delicada. Foram cinco mortes em seis dias. A violência escalonou dessa maneira porque, desde a última sexta-feira (21), o Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar vinha realizando operações para instalar uma torre blindada no alto da favela Nova Brasília, dentro do complexo. A torre foi finalmente instalada na última terça (25). Durante as operações, quatro pessoas morreram, entre eles um adolescente de 13 anos. Mais um adolescente morreu na noite de quarta (26), em um protesto de moradores contra a violência. A polícia reprimiu o protesto, e houve tiroteio. O adolescente foi atingido, chegou a ser levado para o Hospital Municipal Salgado Filho, mas não resistiu. "Tenho dito ao secretário de Segurança [Roberto Sá] que nenhuma vida vale o confronto [com traficantes], mas a gente não pode achar normal que o policial entre lá e tenha que ficar blindado para não ser alvo de tiros. Perdemos mais de 50 policiais em quatro meses", disse o governador. Foram 58 policiais mortos, entre policiais em serviço, em folga e aposentados. Especialistas veem na instalação da torre um símbolo do fracasso da política de segurança –a ideia, após a ocupação da favela, era que polícia e população passassem a ter relação mais próxima. Mesmo quem a defende, como o antropólogo e ex-capitão do Bope Paulo Storani, reconhece que ela não representará solução para o conflito a longo prazo. "A polícia não pode simplesmente sair do Alemão. A torre pelo menos dará segurança para o efetivo policial que está lá. Mas sabemos que não vai solucionar o problema. Ela será alvejada constantemente."
cotidiano
'Preciso de recursos', diz Pezão sobre crise da segurança pública no RioUm dia após o Complexo do Alemão, conjunto de favelas na zona norte do Rio, registrar a quinta morte em seis dias, o governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse que precisa da ajuda do governo federal para lidar com a crise da segurança pública. "Tenho 4.000 policiais pra serem admitidos, mas, infelizmente não posso admiti-los, não tem recursos", disse Pezão, em entrevista à rádio CBN, na manhã desta quinta-feira (27). Em nota, o governador diz que reforçou pedido de socorro financeiro ao governo federal e celeridade na aprovação do plano de Responsabilidade Fiscal para viabilizar o reequilíbrio das finanças do Estado e assim poder melhorar os serviços prestados à população em todas as áreas, especialmente na segurança. Não houve pedido de reforço militar por ora. Pezão disse não querer transferir responsabilidade para outros esferas do governo, mas citou a falta de fiscalização em rodovias federais como um dos motivos da violência. "O Rio de Janeiro virou uma peneira. Fuzil, que não é uma arma fabricada no Rio, virou uma coisa banal. Precisamos ter policiamento reforçado nas fronteiras em rodovias federais." Segundo o governo, esse reforço, que visa coibir a entrada de armas e munições no território fluminense, foi solicitado à União. Principal ícone da política de pacificação dos morros do Rio, o Alemão, que foi ocupado de modo cinematográfico em 2010, tem sido cenário de confrontos diários entre polícia e traficantes desde o início de fevereiro. Pezão reconheceu que a situação na região é ainda mais delicada. Foram cinco mortes em seis dias. A violência escalonou dessa maneira porque, desde a última sexta-feira (21), o Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar vinha realizando operações para instalar uma torre blindada no alto da favela Nova Brasília, dentro do complexo. A torre foi finalmente instalada na última terça (25). Durante as operações, quatro pessoas morreram, entre eles um adolescente de 13 anos. Mais um adolescente morreu na noite de quarta (26), em um protesto de moradores contra a violência. A polícia reprimiu o protesto, e houve tiroteio. O adolescente foi atingido, chegou a ser levado para o Hospital Municipal Salgado Filho, mas não resistiu. "Tenho dito ao secretário de Segurança [Roberto Sá] que nenhuma vida vale o confronto [com traficantes], mas a gente não pode achar normal que o policial entre lá e tenha que ficar blindado para não ser alvo de tiros. Perdemos mais de 50 policiais em quatro meses", disse o governador. Foram 58 policiais mortos, entre policiais em serviço, em folga e aposentados. Especialistas veem na instalação da torre um símbolo do fracasso da política de segurança –a ideia, após a ocupação da favela, era que polícia e população passassem a ter relação mais próxima. Mesmo quem a defende, como o antropólogo e ex-capitão do Bope Paulo Storani, reconhece que ela não representará solução para o conflito a longo prazo. "A polícia não pode simplesmente sair do Alemão. A torre pelo menos dará segurança para o efetivo policial que está lá. Mas sabemos que não vai solucionar o problema. Ela será alvejada constantemente."
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SC decide não pagar dívida com União e deposita valor em conta extra
Em meio a um embate judicial com a União, o governo de Santa Catarina decidiu não depositar a parcela mensal da dívida pública, de R$ 89 milhões, que venceu nesta segunda-feira (29). Como alternativa para que a medida não fosse considerada calote, o governador Raimundo Colombo (PSD) abriu uma conta no Banco do Brasil para aplicar o valor correspondente à parcela. A medida foi chamada pelo governo catarinense de "depósito administrativo". No dia 19 de fevereiro, o governo de Santa Catarina havia impetrado um mandado de segurança, com pedido de liminar, contra a União no STF (Supremo Tribunal Federal) em que questionava a incidência de juro sobre juro nos valores da dívida pública. Mas três dias antes de vencer a parcela de fevereiro, o ministro do STF Edson Fachin, relator do processo, negou a liminar. O magistrado não analisou o mérito dos argumentos do Estado, mas, por questões formais, apontou que o assunto, por ser complexo, não poderia ser discutido em um mandado de segurança. "Enquanto não houver decisão judicial terminativa para a questão, o governo do Estado depositará o valor das parcelas da dívida em uma conta própria específica aberta no Banco do Brasil", informou o governo, em seu site. Em 1998, a dívida de Santa Catarina com a União era de R$ 4 bilhões. Até o ano passado já haviam sido pagos R$ 13 bilhões e, ainda assim, faltam ser quitados quase R$ 9 bilhões. Em dezembro, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto que regulamenta a troca do indexador das dívidas dos Estados, Distrito Federal e municípios com a União. Ele passa a ser o IPCA, mais 4% ao ano, ou, se esta for menor, a taxa básica de juros definida pelo Banco Central. Alguns Estados não aderiram à nova regra, como Santa Catarina. E houve mobilização no Legislativo sobre o tema. Um decreto de autoria do deputado Espiridião Amin (PP-SC), aliado do governador Colombo, propõe que o indexador seja calculado com base nos juros simples, o que faria, em alguns casos, a União até devolver recursos. A metodologia sugerida por Amin, porém, é contestada pela Fazenda, que propõe a adoção de juros compostos, mais usada em contratos de financiamento. O tema do cálculo da dívida pública deve ser discutido na sexta-feira (4), em novo encontro entre governadores e representantes da União, em Brasília. O Ministério da Fazenda, em nota, disse que, em casos normais que não envolvam impedimento judicial, pendências de prefeituras e Estados com o governo federal são resolvidas com a execução pela União de garantias contratuais, como ICMS e repasse de recursos próprios em bancos, até que haja a integral liquidação, sem necessidade de notificação ou aviso prévio. Ainda segundo a nota, Estados e prefeituras em situação de devedores "ficam impedidos de receber transferências voluntárias, celebrar convênios, e contratar operações de crédito".
poder
SC decide não pagar dívida com União e deposita valor em conta extraEm meio a um embate judicial com a União, o governo de Santa Catarina decidiu não depositar a parcela mensal da dívida pública, de R$ 89 milhões, que venceu nesta segunda-feira (29). Como alternativa para que a medida não fosse considerada calote, o governador Raimundo Colombo (PSD) abriu uma conta no Banco do Brasil para aplicar o valor correspondente à parcela. A medida foi chamada pelo governo catarinense de "depósito administrativo". No dia 19 de fevereiro, o governo de Santa Catarina havia impetrado um mandado de segurança, com pedido de liminar, contra a União no STF (Supremo Tribunal Federal) em que questionava a incidência de juro sobre juro nos valores da dívida pública. Mas três dias antes de vencer a parcela de fevereiro, o ministro do STF Edson Fachin, relator do processo, negou a liminar. O magistrado não analisou o mérito dos argumentos do Estado, mas, por questões formais, apontou que o assunto, por ser complexo, não poderia ser discutido em um mandado de segurança. "Enquanto não houver decisão judicial terminativa para a questão, o governo do Estado depositará o valor das parcelas da dívida em uma conta própria específica aberta no Banco do Brasil", informou o governo, em seu site. Em 1998, a dívida de Santa Catarina com a União era de R$ 4 bilhões. Até o ano passado já haviam sido pagos R$ 13 bilhões e, ainda assim, faltam ser quitados quase R$ 9 bilhões. Em dezembro, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto que regulamenta a troca do indexador das dívidas dos Estados, Distrito Federal e municípios com a União. Ele passa a ser o IPCA, mais 4% ao ano, ou, se esta for menor, a taxa básica de juros definida pelo Banco Central. Alguns Estados não aderiram à nova regra, como Santa Catarina. E houve mobilização no Legislativo sobre o tema. Um decreto de autoria do deputado Espiridião Amin (PP-SC), aliado do governador Colombo, propõe que o indexador seja calculado com base nos juros simples, o que faria, em alguns casos, a União até devolver recursos. A metodologia sugerida por Amin, porém, é contestada pela Fazenda, que propõe a adoção de juros compostos, mais usada em contratos de financiamento. O tema do cálculo da dívida pública deve ser discutido na sexta-feira (4), em novo encontro entre governadores e representantes da União, em Brasília. O Ministério da Fazenda, em nota, disse que, em casos normais que não envolvam impedimento judicial, pendências de prefeituras e Estados com o governo federal são resolvidas com a execução pela União de garantias contratuais, como ICMS e repasse de recursos próprios em bancos, até que haja a integral liquidação, sem necessidade de notificação ou aviso prévio. Ainda segundo a nota, Estados e prefeituras em situação de devedores "ficam impedidos de receber transferências voluntárias, celebrar convênios, e contratar operações de crédito".
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O consumidor inova
SÃO PAULO - O Banco Central fixou em apavorantes 13,25% ao ano a taxa básica de juros, num ambiente em que a recessão se aprofunda, o desemprego se eleva, e a renda do salário se encurta. A inflação, entretanto, ainda galopa. A empurrá-la opera um dilúvio de tarifas que haviam sido represadas nos anos anteriores. Os tesouros públicos também cobram a conta da gastança daquele período. A população faz agora uma "contribuição forçada" para a campanha de reeleição presidencial e de governadores, em cifras bilionárias nas quais os honorários dos marqueteiros mal fariam sombra. Para suportar o peso crescente da conta de luz, do combustível e dos impostos, diminua o biscoito e a cerveja, adie a viagem e a compra do sapato, reduza as visitas ao cabeleireiro e ao "petshop", fuja dos empréstimos. É mais ou menos assim que a chamada política monetária do BC influencia o cotidiano dos brasileiros. Outras adaptações denotam criatividade nos dois lados do balcão. Cada vez mais famílias, mostrou no domingo (3) esta Folha, articulam-se com vizinhos e parentes a fim de realizar compras coletivas para o lar em estabelecimentos que associam características de atacado e varejo. O "atacarejo" reduz custos com embalagens, logística, infraestrutura e custeio das lojas. Esse ganho permite a oferta de produtos com preços mais baixos para o consumidor, desde que ele se adapte às compras em volume maior, por exemplo compartilhando-as com outras famílias. Grandes e médias redes expandem o modelo da loja híbrida há anos, e do Brasil a inovação começa a ser exportada para o mundo emergente. O "atacarejo" não é apenas uma forma de ajuste à relativa escassez de renda. É um rebento interessante da nova sociedade brasileira. Mostra o poder da livre iniciativa e das escolhas do consumidor na seleção de práticas eficientes.
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O consumidor inovaSÃO PAULO - O Banco Central fixou em apavorantes 13,25% ao ano a taxa básica de juros, num ambiente em que a recessão se aprofunda, o desemprego se eleva, e a renda do salário se encurta. A inflação, entretanto, ainda galopa. A empurrá-la opera um dilúvio de tarifas que haviam sido represadas nos anos anteriores. Os tesouros públicos também cobram a conta da gastança daquele período. A população faz agora uma "contribuição forçada" para a campanha de reeleição presidencial e de governadores, em cifras bilionárias nas quais os honorários dos marqueteiros mal fariam sombra. Para suportar o peso crescente da conta de luz, do combustível e dos impostos, diminua o biscoito e a cerveja, adie a viagem e a compra do sapato, reduza as visitas ao cabeleireiro e ao "petshop", fuja dos empréstimos. É mais ou menos assim que a chamada política monetária do BC influencia o cotidiano dos brasileiros. Outras adaptações denotam criatividade nos dois lados do balcão. Cada vez mais famílias, mostrou no domingo (3) esta Folha, articulam-se com vizinhos e parentes a fim de realizar compras coletivas para o lar em estabelecimentos que associam características de atacado e varejo. O "atacarejo" reduz custos com embalagens, logística, infraestrutura e custeio das lojas. Esse ganho permite a oferta de produtos com preços mais baixos para o consumidor, desde que ele se adapte às compras em volume maior, por exemplo compartilhando-as com outras famílias. Grandes e médias redes expandem o modelo da loja híbrida há anos, e do Brasil a inovação começa a ser exportada para o mundo emergente. O "atacarejo" não é apenas uma forma de ajuste à relativa escassez de renda. É um rebento interessante da nova sociedade brasileira. Mostra o poder da livre iniciativa e das escolhas do consumidor na seleção de práticas eficientes.
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Controlador da Cosan diz que Dilma 'mudou para melhor'
Para Rubens Ometto, presidente do conselho de administração da Cosan, um dos maiores grupos do país, a presidente Dilma Rousseff "mudou muito" e o empresariado precisa "segurar sua ansiedade" por resultados concretos. O empresário, que no primeiro mandato de Dilma fez duras críticas à gestão da presidente, está agora mais otimista. "O governo está indo na direção certa", disse em entrevista à Folha em Nova York, onde participou de encontro com a presidente e do seminário de infraestrutura promovido pelo governo. Ometto elogiou o lançamento da nova fase de concessões, mas disse que o grupo não tem interesse em aderir ao programa neste momento. "Meu grande medo é querer fazer um monte de coisas e não fazer nada." Segundo ele, o grupo está sentindo o mau momento da economia, com queda no consumo de gás, gasolina, diesel e etanol. A Cosan é sócia da Raízen, que é dona da rede de postos Shell no Brasil e principal fabricante de etanol do país. Ela também é proprietária da distribuidora de gás Comgás e da Rumo ALL, que tem concessões de ferrovias. Ometto diz acreditar que seus negócios sofram "um pouquinho" até o primeiro semestre de 2016, mas que o ajuste é necessário. "O difícil é entrar no negócio de areia movediça, em que você não sabe a profundidade. Estamos abaixando para ter energia para pular." Folha - Como o senhor avalia a iniciativa da presidente de se aproximar dos Estados Unidos? Ometto - É importante o Brasil se alinhar com países como os Estados Unidos. Esse negócio de só se alinhar com países mais pobres [não é o melhor caminho]. É uma mudança de direcionamento dela muito grande. A presidente mudou muito. Na política econômica, o trabalho com Joaquim Levy, de se aproximar dos países mais ricos. O que os Estados Unidos fez [espionar a presidente] não deveria ter feito. Foi importante a reação dela, de manifestar a posição do Brasil. Mas quem fica chateado é namorado, o homem de negócios tem de ser racional, depois tem de conviver. É impossível imaginar um país importante como o Brasil não conviver com um país como os Estados Unidos. O senhor acredita que a viagem pode trazer resultados práticos para o Brasil? Acho que pode resultar em muita coisa prática, mas a gente precisa segurar um pouquinho a ansiedade. Nada é feito assim da noite para o dia. Tem muita coisa que os Estados Unidos podem ajudar o Brasil em tecnologia, em energia. E muita coisa que o Brasil pode ajudar em matéria ambiental, de energia renovável, em alimentos. Não dá para imaginar o mundo se alimentando sem o Brasil. O Brasil cada vez mais precisa de infraestrutura para escoar toda essa safra. E, nesse caso, a Cosan vai ajudar muito com os nossos investimentos na ALL, para diminuir o custo da logística do agronegócio brasileiro. Estamos reorganizando tudo [na ALL], é um paradigma que será quebrado, porque o Brasil produz barato no campo e perde todo o dinheiro na logística. O governo Dilma já havia lançado um programa de concessões e não conseguiu executar tudo. O senhor acredita que, desta vez, o governo será mais bem-sucedido? O nosso projeto vamos entregar. Às vezes somos convidados para participar de outros, mas iremos numa segunda etapa. Tem algumas coisas que são sonhos e outras não [no programa]. Aquele negócio da ligação com o Peru [torce o nariz]. O lado bom é o apetite enorme do chinês em colocar dinheiro em infraestrutura num país como Brasil. Agora se é viável ou não Se não for viável, ao longo do tempo, você vai organizando e aproveitando para outras coisas. Sou um otimista por natureza. Ela [Dilma] sonha, é um sonho. Acho bacana sonhar. Eu sempre fui um sonhador. Você sonha e depois vai degrauzinho por degrauzinho e chegá lá. A Cosan então não tem interesse em disputar projetos do programa de concessões? Não temos interesse agora. Tenho de entregar a ALL na eficiência e na rentabilidade que a gente se propôs. Não adianta eu querer abraçar o mundo. Entre dois e três anos, vou deixar a Rumo ALL, que vai ser o novo nome da empresa, bem organizada, operando direitinho. Aí estaremos preparados para outros passos. Meu grande medo é querer fazer um monte de coisa e não fazer nada. O foco agora é cuidar do que já temos, que não é pouca coisa. É a espinha dorsal do escoamento da safra brasileira. Terminando isso, estaremos prontos para investir e ajudar onde for possível. O senhor acredita que o governo conseguirá atrair os investimentos estrangeiros necessários para o programa? Acho que sim. O mundo todo precisa desse escoamento, não fazem isso porque são bonzinhos. Eles fazem isso, porque precisam da gente. O clima político no Brasil, com as denúncias da Lava Jato, interfere na tentativa de atrair o investidor? Acho que interfere sim, mas o mercado financeiro tem memória curta e também não faz uma análise profunda como deveria ser feito. O Brasil é muito mais forte que qualquer crise política e financeira. Voce pega a história: os políticos vão, voltam, mudam e o Brasil está lá firme, crescendo e se desenvolvendo. E China e Estados Unidos têm de pensar no longo prazo. Hoje há excesso de dinheiro no mundo. Eles não têm também onde colocar dinheiro. Há taxa de juros negativa na Ásia. Então, o Brasil é uma ótima oportunidade para quem pensa em longo prazo. E caso surja um estrangeiro querendo um parceiro local? Eventualmente. Não fecho as portas para nada. Mas agora nesse momento, não temos [conversas]. Já temos sócios estrangeiros na ALL. Sabemos que eles sempre querem ter um parceiro brasileiro, especialmente quando há com uma crise política e econômica como essa. Somos brasileiros, fazemos a diferença, porque sabemos como proceder, lutamos pelo nossos direitos, politica e economicamente. Eu, como brasileiro e cidadão, luto para defender minhas empresas no Executivo e no Legislativo. Estou no meu direito. Claro que você não pode fazer certas coisas que aconteceram por aí, mas eles [estrangeiros] precisam de alguém que more no Brasil. Você pega a nossa parceria com a Shell na Raízen. É um negócio que teve sucesso. A Shell tem talento e a gente é brasileiro. Na hora que você mistura esses dois genes A Shell comprou a BP e antes entrou em Libra [campo do pré-sal]. É um parceiro que está mostrando disposição de investir não apenas no discurso. A Petrobras anunciou um corte profundo no plano de investimentos. Como afeta os negócios do grupo? Afeta um pouco, mas teria que ser feito. O projeto inicial do pré-sal teve alguns erros. Essa vontade gigantesca da Petrobras de participar de tudo e controlar tudo é um erro. É uma excelente companhia, com técnicos de primeira linha. Infelizmente teve esses problemas da Lava jato e do congelamento de preço [da gasolina] e se enfraqueceu. É companhia fantástica, mas não consegue abraçar o mundo. E nós como brasileiros queremos é que o óleo saia da terra. A Petrobras não tem dinheiro para fazer o que tem de ser feito, não tem recursos físicos, e você tem de dar oportunidade a outras empresas que tenham interesse. Então, tem que estimular essa lei que o [senador José] Serra está querendo fazer e permitir que não seja obrigatoriedade da Petrobras fazer tudo. Acho que outros grupos substituirão essa eventual redução de investimentos. O grupo tem interesse em algum dos ativos que a Petrobras colocou à venda? Estamos sempre conversando. Mas nada específico fortemente determinado. Temos muita coisa. ALL é investimento enorme, exige muito dinheiro e tem que crescer. Qual o impacto da crise nos negócios do grupo? Os nossos negócios não sofrem tanto com a recessão quanto outros. Mas em matéria de gás já percebemos que o consumo está reduzindo para a indústria e para as residências. Está diminuindo também o consumo de gasolina, diesel e etanol. Mas estamos bem posicionados. Vamos sofrer um pouquinho esse segundo semestre e talvez o primeiro [do ano que vem]. Mas pelo menos você está pisando em bases sólidas. O trabalho que a presidenta Dilma e o ministro Joaquim Levy estão fazendo de trazer à tona todo o negócio que estava embaixo do tapete [é muito importante]. Você hoje poderá saber exatamente quais são os números, como pode crescer e fazer um planejamento sólido. É bom às vezes ter seis meses ou um ano sem poder crescer tanto para então saber e voltar a crescer. O difícil é entrar no negócio de areia movediça, que você não sabe a profundidade. Por isso, tem que fazer [o ajuste]. Para pular, precisa abaixar um pouquinho. Estamos abaixando para ter energia para pular. O clima político está dificultando o ajuste. A política é a política. Não sou tão pessimista. Acho que o Brasil está mostrando que as instituições funcionam independentemente de quem seja. Um monte de coisa está sendo trazido à tona. No passado, você não sabia o que acontecia. Hoje, você está sabendo. Agora, política é política. Você tem interesses que são jogados de um lado e do outro e tem de saber amarrar. Mas acho que está melhorando. Na última semana, o clima esquentou bastante, com as denúncias da Lava Jato. É bom. Duro é casamento quando não tem briga. Quando há briga, tem relacionamento honesto. Estamos nesse caminho. Não esperava outra coisa. O empresário brasileiro está começando a enxergar que tem de andar na linha. O resultado do ajuste ainda é imprevisível. Traz incertezas? Faz parte da vida. Pegar um voo e colocar no piloto automático, todo mundo quer isso. Mas a vida não é assim. Em vez dele [Levy] conseguir 100, se ele conseguir 75, era melhor do que quem não fazia nada. Claro que não está conseguindo aprovar tudo que quer. A economia está em recessão, a arrecadação diminuiu, o que você vai fazer? É a vida. Ele vai ter outras ideias. O grupo está tendo de tomar medidas para passar pelo período de recessão, como demissões? Não. Claro que você tem sempre uma evolução com o uso de tecnologia e informática. Há sempre um aprimoramento, mas não tem nada assim como está ocorrendo na indústria automobilística, que não vende nada. A gente vende, açúcar e álcool são commodities, não tem problema de venda. O transporte da ALL, pelo contrário, tem demanda reprimida e vai crescer à medida que a gente coloque mais vagões e locomotivas em funcionamento. A distribuição de combustíveis e de gás continua. Obviamente tem que fazer algumas coisas para melhorar a eficácia do projeto. Há algo, além das medidas já anunciadas pelo governo, que deveria ser feito para melhorar o ambiente de negócios? Acho que o governo está na direção certa. A gente tem que segurar a nossa ansiedade. Sou capitalista, estou gostando de ver o direcionamento que elá esta fazendo no segundo mandato. A melhor maneira de você melhorar a eficiência e diminuir a inflação é por meio da concorrência. A única maneira de acabar com a corrupção é tirar o governo como empresário. O governo tem que fomentar, controlar, ter as agências controladoras, tem de regular, mas tem de sair do "business". Quanto mais o governo for nessa direção, e esse governo está começando a entender isso, muito mais eficiente ele vai ser.
mercado
Controlador da Cosan diz que Dilma 'mudou para melhor'Para Rubens Ometto, presidente do conselho de administração da Cosan, um dos maiores grupos do país, a presidente Dilma Rousseff "mudou muito" e o empresariado precisa "segurar sua ansiedade" por resultados concretos. O empresário, que no primeiro mandato de Dilma fez duras críticas à gestão da presidente, está agora mais otimista. "O governo está indo na direção certa", disse em entrevista à Folha em Nova York, onde participou de encontro com a presidente e do seminário de infraestrutura promovido pelo governo. Ometto elogiou o lançamento da nova fase de concessões, mas disse que o grupo não tem interesse em aderir ao programa neste momento. "Meu grande medo é querer fazer um monte de coisas e não fazer nada." Segundo ele, o grupo está sentindo o mau momento da economia, com queda no consumo de gás, gasolina, diesel e etanol. A Cosan é sócia da Raízen, que é dona da rede de postos Shell no Brasil e principal fabricante de etanol do país. Ela também é proprietária da distribuidora de gás Comgás e da Rumo ALL, que tem concessões de ferrovias. Ometto diz acreditar que seus negócios sofram "um pouquinho" até o primeiro semestre de 2016, mas que o ajuste é necessário. "O difícil é entrar no negócio de areia movediça, em que você não sabe a profundidade. Estamos abaixando para ter energia para pular." Folha - Como o senhor avalia a iniciativa da presidente de se aproximar dos Estados Unidos? Ometto - É importante o Brasil se alinhar com países como os Estados Unidos. Esse negócio de só se alinhar com países mais pobres [não é o melhor caminho]. É uma mudança de direcionamento dela muito grande. A presidente mudou muito. Na política econômica, o trabalho com Joaquim Levy, de se aproximar dos países mais ricos. O que os Estados Unidos fez [espionar a presidente] não deveria ter feito. Foi importante a reação dela, de manifestar a posição do Brasil. Mas quem fica chateado é namorado, o homem de negócios tem de ser racional, depois tem de conviver. É impossível imaginar um país importante como o Brasil não conviver com um país como os Estados Unidos. O senhor acredita que a viagem pode trazer resultados práticos para o Brasil? Acho que pode resultar em muita coisa prática, mas a gente precisa segurar um pouquinho a ansiedade. Nada é feito assim da noite para o dia. Tem muita coisa que os Estados Unidos podem ajudar o Brasil em tecnologia, em energia. E muita coisa que o Brasil pode ajudar em matéria ambiental, de energia renovável, em alimentos. Não dá para imaginar o mundo se alimentando sem o Brasil. O Brasil cada vez mais precisa de infraestrutura para escoar toda essa safra. E, nesse caso, a Cosan vai ajudar muito com os nossos investimentos na ALL, para diminuir o custo da logística do agronegócio brasileiro. Estamos reorganizando tudo [na ALL], é um paradigma que será quebrado, porque o Brasil produz barato no campo e perde todo o dinheiro na logística. O governo Dilma já havia lançado um programa de concessões e não conseguiu executar tudo. O senhor acredita que, desta vez, o governo será mais bem-sucedido? O nosso projeto vamos entregar. Às vezes somos convidados para participar de outros, mas iremos numa segunda etapa. Tem algumas coisas que são sonhos e outras não [no programa]. Aquele negócio da ligação com o Peru [torce o nariz]. O lado bom é o apetite enorme do chinês em colocar dinheiro em infraestrutura num país como Brasil. Agora se é viável ou não Se não for viável, ao longo do tempo, você vai organizando e aproveitando para outras coisas. Sou um otimista por natureza. Ela [Dilma] sonha, é um sonho. Acho bacana sonhar. Eu sempre fui um sonhador. Você sonha e depois vai degrauzinho por degrauzinho e chegá lá. A Cosan então não tem interesse em disputar projetos do programa de concessões? Não temos interesse agora. Tenho de entregar a ALL na eficiência e na rentabilidade que a gente se propôs. Não adianta eu querer abraçar o mundo. Entre dois e três anos, vou deixar a Rumo ALL, que vai ser o novo nome da empresa, bem organizada, operando direitinho. Aí estaremos preparados para outros passos. Meu grande medo é querer fazer um monte de coisa e não fazer nada. O foco agora é cuidar do que já temos, que não é pouca coisa. É a espinha dorsal do escoamento da safra brasileira. Terminando isso, estaremos prontos para investir e ajudar onde for possível. O senhor acredita que o governo conseguirá atrair os investimentos estrangeiros necessários para o programa? Acho que sim. O mundo todo precisa desse escoamento, não fazem isso porque são bonzinhos. Eles fazem isso, porque precisam da gente. O clima político no Brasil, com as denúncias da Lava Jato, interfere na tentativa de atrair o investidor? Acho que interfere sim, mas o mercado financeiro tem memória curta e também não faz uma análise profunda como deveria ser feito. O Brasil é muito mais forte que qualquer crise política e financeira. Voce pega a história: os políticos vão, voltam, mudam e o Brasil está lá firme, crescendo e se desenvolvendo. E China e Estados Unidos têm de pensar no longo prazo. Hoje há excesso de dinheiro no mundo. Eles não têm também onde colocar dinheiro. Há taxa de juros negativa na Ásia. Então, o Brasil é uma ótima oportunidade para quem pensa em longo prazo. E caso surja um estrangeiro querendo um parceiro local? Eventualmente. Não fecho as portas para nada. Mas agora nesse momento, não temos [conversas]. Já temos sócios estrangeiros na ALL. Sabemos que eles sempre querem ter um parceiro brasileiro, especialmente quando há com uma crise política e econômica como essa. Somos brasileiros, fazemos a diferença, porque sabemos como proceder, lutamos pelo nossos direitos, politica e economicamente. Eu, como brasileiro e cidadão, luto para defender minhas empresas no Executivo e no Legislativo. Estou no meu direito. Claro que você não pode fazer certas coisas que aconteceram por aí, mas eles [estrangeiros] precisam de alguém que more no Brasil. Você pega a nossa parceria com a Shell na Raízen. É um negócio que teve sucesso. A Shell tem talento e a gente é brasileiro. Na hora que você mistura esses dois genes A Shell comprou a BP e antes entrou em Libra [campo do pré-sal]. É um parceiro que está mostrando disposição de investir não apenas no discurso. A Petrobras anunciou um corte profundo no plano de investimentos. Como afeta os negócios do grupo? Afeta um pouco, mas teria que ser feito. O projeto inicial do pré-sal teve alguns erros. Essa vontade gigantesca da Petrobras de participar de tudo e controlar tudo é um erro. É uma excelente companhia, com técnicos de primeira linha. Infelizmente teve esses problemas da Lava jato e do congelamento de preço [da gasolina] e se enfraqueceu. É companhia fantástica, mas não consegue abraçar o mundo. E nós como brasileiros queremos é que o óleo saia da terra. A Petrobras não tem dinheiro para fazer o que tem de ser feito, não tem recursos físicos, e você tem de dar oportunidade a outras empresas que tenham interesse. Então, tem que estimular essa lei que o [senador José] Serra está querendo fazer e permitir que não seja obrigatoriedade da Petrobras fazer tudo. Acho que outros grupos substituirão essa eventual redução de investimentos. O grupo tem interesse em algum dos ativos que a Petrobras colocou à venda? Estamos sempre conversando. Mas nada específico fortemente determinado. Temos muita coisa. ALL é investimento enorme, exige muito dinheiro e tem que crescer. Qual o impacto da crise nos negócios do grupo? Os nossos negócios não sofrem tanto com a recessão quanto outros. Mas em matéria de gás já percebemos que o consumo está reduzindo para a indústria e para as residências. Está diminuindo também o consumo de gasolina, diesel e etanol. Mas estamos bem posicionados. Vamos sofrer um pouquinho esse segundo semestre e talvez o primeiro [do ano que vem]. Mas pelo menos você está pisando em bases sólidas. O trabalho que a presidenta Dilma e o ministro Joaquim Levy estão fazendo de trazer à tona todo o negócio que estava embaixo do tapete [é muito importante]. Você hoje poderá saber exatamente quais são os números, como pode crescer e fazer um planejamento sólido. É bom às vezes ter seis meses ou um ano sem poder crescer tanto para então saber e voltar a crescer. O difícil é entrar no negócio de areia movediça, que você não sabe a profundidade. Por isso, tem que fazer [o ajuste]. Para pular, precisa abaixar um pouquinho. Estamos abaixando para ter energia para pular. O clima político está dificultando o ajuste. A política é a política. Não sou tão pessimista. Acho que o Brasil está mostrando que as instituições funcionam independentemente de quem seja. Um monte de coisa está sendo trazido à tona. No passado, você não sabia o que acontecia. Hoje, você está sabendo. Agora, política é política. Você tem interesses que são jogados de um lado e do outro e tem de saber amarrar. Mas acho que está melhorando. Na última semana, o clima esquentou bastante, com as denúncias da Lava Jato. É bom. Duro é casamento quando não tem briga. Quando há briga, tem relacionamento honesto. Estamos nesse caminho. Não esperava outra coisa. O empresário brasileiro está começando a enxergar que tem de andar na linha. O resultado do ajuste ainda é imprevisível. Traz incertezas? Faz parte da vida. Pegar um voo e colocar no piloto automático, todo mundo quer isso. Mas a vida não é assim. Em vez dele [Levy] conseguir 100, se ele conseguir 75, era melhor do que quem não fazia nada. Claro que não está conseguindo aprovar tudo que quer. A economia está em recessão, a arrecadação diminuiu, o que você vai fazer? É a vida. Ele vai ter outras ideias. O grupo está tendo de tomar medidas para passar pelo período de recessão, como demissões? Não. Claro que você tem sempre uma evolução com o uso de tecnologia e informática. Há sempre um aprimoramento, mas não tem nada assim como está ocorrendo na indústria automobilística, que não vende nada. A gente vende, açúcar e álcool são commodities, não tem problema de venda. O transporte da ALL, pelo contrário, tem demanda reprimida e vai crescer à medida que a gente coloque mais vagões e locomotivas em funcionamento. A distribuição de combustíveis e de gás continua. Obviamente tem que fazer algumas coisas para melhorar a eficácia do projeto. Há algo, além das medidas já anunciadas pelo governo, que deveria ser feito para melhorar o ambiente de negócios? Acho que o governo está na direção certa. A gente tem que segurar a nossa ansiedade. Sou capitalista, estou gostando de ver o direcionamento que elá esta fazendo no segundo mandato. A melhor maneira de você melhorar a eficiência e diminuir a inflação é por meio da concorrência. A única maneira de acabar com a corrupção é tirar o governo como empresário. O governo tem que fomentar, controlar, ter as agências controladoras, tem de regular, mas tem de sair do "business". Quanto mais o governo for nessa direção, e esse governo está começando a entender isso, muito mais eficiente ele vai ser.
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Maioria do STF vota para transformar Cunha em réu na Lava Jato
A maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) votou nesta quarta-feira (2) para abrir a primeira ação penal da Operação Lava Jato no tribunal e tornar réu o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sob acusação dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O acolhimento da denúncia foi puxada pelo relator da Lava Jato, ministro Teori Zavascki, que foi seguido por outros cinco ministros. O julgamento foi suspenso e será retomado nesta quinta (3). Relator da Lava Jato, Teori acolheu parte da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra Cunha e a ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), que teriam atuado num esquema de pagamento de propina de contratos de navios-sonda da Petrobras. Se Cunha virar réu, o STF deverá deliberar sobre outro pedido feito pela Procuradoria, pelo afastamento de Cunha da presidência da Câmara, acusado de usar o cargo para atrapalhar as investigações contra ele. Para Teori, a acusação de Janot conseguiu apresentar indícios mínimos de que Cunha e a ex-colega teriam utilizado o mandato para pressionar pelo pagamento de propina dos contratos. "O aditamento da denúncia trouxe um reforço narrativo lógico e elementos sólidos que apontam ter ambos denunciados, Eduardo Cunha e sua correligionária Solange Almeida, aderido à exigência dos recursos ilícitos neste segundo momento, entre 2010 e 2011", afirmou o ministro. Segundo o ministro, Cunha "incorporou-se à engrenagem criminosa". "Há indícios robustos para nesses termos receber parcialmente a denúncia pois a narrativa em seu segundo momento dá conta que Eduardo Cunha, procurado por Fernando Baiano, aderiu para recebimento para si e concorrendo para recebimento de Fernando, oriunda da propina destinada a diretores da estatal. [...] Elementos confortam sobejamento do crime de corrupção passiva, majorado ao menos na qualidade de partícipe por parte do deputado Eduardo Cunha para se incorporar a engrenagem espúria de Nestor Cerveró", afirmou o ministro A cobrança pelos recursos desviados teria ocorrido por meio de requerimentos apresentados para pressionar empresas envolvidas na contratação a não interromper a liberação da propina. Dois requerimentos foram apresentados na Câmara em 2011 por Solange. Eles pediam às autoridades informações sobre contratos da Petrobras com a Mitsui. A Folha revelou em abril de 2015 que o nome "dep. Eduardo Cunha" aparece como autor dos arquivos de computador em que eles foram redigidos. O ministro afirmou que os indícios são "consistentes" de que os requerimentos eram para pressionar o pagamento de propina pelo lobista Julio Camargo. Teori, no entanto, rejeitou a parte da denúncia que apontava que os dois políticos participaram do acerto inicial para os desvios nos contratos de navios-sonda, que teriam ocorrido entre 2006 e 2007. Na prática, o relator diminuiu as imputações do crime de lavagem de dinheiro apontadas pela Procuradoria. O ministro entendeu que, no caso da celebração dos contratos, não ficou comprovado que Cunha participou do acerto inicial da propina, já que os próprios delatores afirmaram só tê-lo conhecido depois desse período, por volta de 2010. Teori afirmou que nesse caso os indícios de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro seriam apenas contra o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, e os lobistas Julio Camargo e Fernando Soares, o Baiano. Segundo a acusação da Procuradoria, os dois contratos de navios-sonda somam US$1 bilhão e envolveram o acerto de uma propina de US$ 40 milhões para políticos e ex-funcionários da Petrobras. Cunha teria recebido US$ 5 milhões. Outro indício de ato criminoso seria o fato de que parte dos pagamentos destinados ao deputado teria sigo paga à Igreja Evangélica Assembleia de Deus do Rio. Duas empresas de Júlio Camargo, Piemonte e Treviso, fizeram transferências para as contas da igreja no valor total de R$ 250 mil em 31 de agosto de 2012. Em seu voto, Teori rebateu o peso das delações premiadas, que permitiram ao Ministério Público avançar no amplo esquema da Lava Jato. "De qualquer modo, é sempre bom lembrar que a palavra do colaborador por si só não representa em nada como prova. Representa o início de caminho para busca de uma prova. Não tem nenhum valor, está expresso na lei." O ministro afirmou ainda que não foi comprovada que houve qualquer coação para a mudança de versão no depoimento de Júlio Camargo, que em sua primeira delação não envolveu Cunha. OUTROS MINISTROS A intenção do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, era suspender o julgamento logo ao fim do voto de Teori. Mas a ministra Cármen Lúcia pediu a palavra para dizer que seguia o voto do relator e, com isso, outros quatro ministros fizeram o mesmo, totalizando seis votos –a maioria mínima necessária para abertura da ação penal. Também votaram favoráveis os ministros Marco Aurélio Mello, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Rosa Weber. Barroso afirmou que as informações apresentadas no voto de Teori "nos permitiram com muita segurança reconhecer que há indícios muito suficientes tanto de materialidade como de autoria". Já Marco Aurélio disse que "a fase não é de definição da culpa ou não dos denunciados. É apenas de outorgar ao Ministério Público a atuação e a atuação em nome da sociedade. Por isso, já tendo feito a ideia sobre a espécie é que eu me permito também antecipar o voto, recebendo a denúncia". Na continuação do julgamento, nesta quinta (3), ainda pode haver uma interrupção caso algum dos ministros peça vista. Se não, deve se confirmar a abertura da ação penal. OUTRO LADO Em sua sustentação, o advogado de Cunha, Antônio Fernando de Souza, afirmou que não existem documentos que comprovem o pagamento de propina ao deputado. Antônio Fernando, que já foi procurador-geral da República, também disse que não há evidências de que o deputado tenha participado do acerto de propina no contrato de navios-sonda da Petrobras entre 2006 e 2007. A defesa da ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) afirmou que a própria acusação não descreve que ela tenha recebido propina. "Não é dito que ela recebeu e não se diz que ela recebeu um vintém só dessa história toda", afirmou o advogado Cláudio Rodrigues Neto.
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Maioria do STF vota para transformar Cunha em réu na Lava JatoA maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) votou nesta quarta-feira (2) para abrir a primeira ação penal da Operação Lava Jato no tribunal e tornar réu o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sob acusação dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O acolhimento da denúncia foi puxada pelo relator da Lava Jato, ministro Teori Zavascki, que foi seguido por outros cinco ministros. O julgamento foi suspenso e será retomado nesta quinta (3). Relator da Lava Jato, Teori acolheu parte da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra Cunha e a ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), que teriam atuado num esquema de pagamento de propina de contratos de navios-sonda da Petrobras. Se Cunha virar réu, o STF deverá deliberar sobre outro pedido feito pela Procuradoria, pelo afastamento de Cunha da presidência da Câmara, acusado de usar o cargo para atrapalhar as investigações contra ele. Para Teori, a acusação de Janot conseguiu apresentar indícios mínimos de que Cunha e a ex-colega teriam utilizado o mandato para pressionar pelo pagamento de propina dos contratos. "O aditamento da denúncia trouxe um reforço narrativo lógico e elementos sólidos que apontam ter ambos denunciados, Eduardo Cunha e sua correligionária Solange Almeida, aderido à exigência dos recursos ilícitos neste segundo momento, entre 2010 e 2011", afirmou o ministro. Segundo o ministro, Cunha "incorporou-se à engrenagem criminosa". "Há indícios robustos para nesses termos receber parcialmente a denúncia pois a narrativa em seu segundo momento dá conta que Eduardo Cunha, procurado por Fernando Baiano, aderiu para recebimento para si e concorrendo para recebimento de Fernando, oriunda da propina destinada a diretores da estatal. [...] Elementos confortam sobejamento do crime de corrupção passiva, majorado ao menos na qualidade de partícipe por parte do deputado Eduardo Cunha para se incorporar a engrenagem espúria de Nestor Cerveró", afirmou o ministro A cobrança pelos recursos desviados teria ocorrido por meio de requerimentos apresentados para pressionar empresas envolvidas na contratação a não interromper a liberação da propina. Dois requerimentos foram apresentados na Câmara em 2011 por Solange. Eles pediam às autoridades informações sobre contratos da Petrobras com a Mitsui. A Folha revelou em abril de 2015 que o nome "dep. Eduardo Cunha" aparece como autor dos arquivos de computador em que eles foram redigidos. O ministro afirmou que os indícios são "consistentes" de que os requerimentos eram para pressionar o pagamento de propina pelo lobista Julio Camargo. Teori, no entanto, rejeitou a parte da denúncia que apontava que os dois políticos participaram do acerto inicial para os desvios nos contratos de navios-sonda, que teriam ocorrido entre 2006 e 2007. Na prática, o relator diminuiu as imputações do crime de lavagem de dinheiro apontadas pela Procuradoria. O ministro entendeu que, no caso da celebração dos contratos, não ficou comprovado que Cunha participou do acerto inicial da propina, já que os próprios delatores afirmaram só tê-lo conhecido depois desse período, por volta de 2010. Teori afirmou que nesse caso os indícios de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro seriam apenas contra o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, e os lobistas Julio Camargo e Fernando Soares, o Baiano. Segundo a acusação da Procuradoria, os dois contratos de navios-sonda somam US$1 bilhão e envolveram o acerto de uma propina de US$ 40 milhões para políticos e ex-funcionários da Petrobras. Cunha teria recebido US$ 5 milhões. Outro indício de ato criminoso seria o fato de que parte dos pagamentos destinados ao deputado teria sigo paga à Igreja Evangélica Assembleia de Deus do Rio. Duas empresas de Júlio Camargo, Piemonte e Treviso, fizeram transferências para as contas da igreja no valor total de R$ 250 mil em 31 de agosto de 2012. Em seu voto, Teori rebateu o peso das delações premiadas, que permitiram ao Ministério Público avançar no amplo esquema da Lava Jato. "De qualquer modo, é sempre bom lembrar que a palavra do colaborador por si só não representa em nada como prova. Representa o início de caminho para busca de uma prova. Não tem nenhum valor, está expresso na lei." O ministro afirmou ainda que não foi comprovada que houve qualquer coação para a mudança de versão no depoimento de Júlio Camargo, que em sua primeira delação não envolveu Cunha. OUTROS MINISTROS A intenção do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, era suspender o julgamento logo ao fim do voto de Teori. Mas a ministra Cármen Lúcia pediu a palavra para dizer que seguia o voto do relator e, com isso, outros quatro ministros fizeram o mesmo, totalizando seis votos –a maioria mínima necessária para abertura da ação penal. Também votaram favoráveis os ministros Marco Aurélio Mello, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Rosa Weber. Barroso afirmou que as informações apresentadas no voto de Teori "nos permitiram com muita segurança reconhecer que há indícios muito suficientes tanto de materialidade como de autoria". Já Marco Aurélio disse que "a fase não é de definição da culpa ou não dos denunciados. É apenas de outorgar ao Ministério Público a atuação e a atuação em nome da sociedade. Por isso, já tendo feito a ideia sobre a espécie é que eu me permito também antecipar o voto, recebendo a denúncia". Na continuação do julgamento, nesta quinta (3), ainda pode haver uma interrupção caso algum dos ministros peça vista. Se não, deve se confirmar a abertura da ação penal. OUTRO LADO Em sua sustentação, o advogado de Cunha, Antônio Fernando de Souza, afirmou que não existem documentos que comprovem o pagamento de propina ao deputado. Antônio Fernando, que já foi procurador-geral da República, também disse que não há evidências de que o deputado tenha participado do acerto de propina no contrato de navios-sonda da Petrobras entre 2006 e 2007. A defesa da ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) afirmou que a própria acusação não descreve que ela tenha recebido propina. "Não é dito que ela recebeu e não se diz que ela recebeu um vintém só dessa história toda", afirmou o advogado Cláudio Rodrigues Neto.
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Dunga versão 2016-2018
O futebol brasileiro está a todo vapor com a empolgação provocada pelo campeonato nacional. Apesar disso, a trombada (7 a 1) da seleção em casa na Copa do Mundo, ano passado, e o recente escândalo da Fifa, que resultou na prisão de dirigentes daquela entidade, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin, são manchas que não se apagam do dia para a noite. Embaçam o futebol, a paixão esportiva nacional. O atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, tem evitado viagens ao exterior, praticamente abdicando da representação direta e ao vivo do futebol brasileiro nas relações internacionais e nos bastidores. Será que o Brasil corre o risco de ter mais cartolas no xilindró? Dúvida cruel, em especial pelo fato de o país estar às vésperas de promover outro grande evento, a Olimpíada. De todo modo, o susto provocado pela esdrúxula situação da Fifa serviu de alerta para a cartolagem, de todos os esportes, principalmente a do futebol. O vexame no Mundial é outra história. O resgate do brilho da seleção pode vir com uma campanha de sucesso na próxima Copa, em 2018, na Rússia. Antes, porém, o futebol brasileiro tem de superar dois obstáculos difíceis: as tentativas de conquista do inédito título olímpico e da vaga na Copa. Toda essa responsabilidade ficou concentrada no técnico Dunga, com seu currículo de ex-jogador revelando competência, mas com o cartel de treinador mostrando um profissional sem uma grande marca para consagrá-lo. Ao contrário, a seleção sob seu comando teve de se contentar com uma medalha de bronze na Olimpíada de Pequim, em 2008, e, dois anos depois, fracassou na Copa da África do Sul. Reconduzido ao cargo, Dunga parecia diferente, disposto a dividir poderes e a se concentrar no time principal. Puro engano, só aparência. Assumiu também a seleção olímpica, após o técnico Alexandre Gallo ter sido demitido pela CBF, em maio último. Ambição? Talvez a motivação seja menos densa, uma mera busca pelo foco do futebol. A CBF, por sua vez, acredita nas chances de o Brasil chegar à medalha de ouro, hipótese que levantaria o astral da seleção. Além de jogar com o apoio da torcida, o torneio olímpico não é dos mais fortes, daqueles que exigem uma preparação refinada. Mais: Neymar é nome certo na convocação final. O plano é Dunga comandar as duas seleções, a principal e a olímpica, mas esta última também vai ser acompanhada bem de perto por outro técnico, Rogério Micale. Por isso, quando houver coincidência de datas de jogos das seleções, como ocorrerá com amistosos no mês que vem, Micale fica com o time olímpico e Dunga, com o principal. O auxiliar Andrey Lopes também participa do processo. Podem atuar na Olimpíada atletas até 23 anos, além de três sem limite de idade, por equipe. A primeira lista de convocados da seleção olímpica foi anunciada por Dunga na semana passada para o amistoso contra a França, em 8 de setembro, em Le Mans. A relação mescla jogadores da categoria sub-23 com outros que se destacaram no último Mundial sub-20. A comissão técnica dispõe de uma relação de atletas pré-selecionados, que continuam sendo testados. Com esse novo enquadramento de atuação na CBF, Dunga amplia suas responsabilidades. Vanderlei Luxemburgo, em 2000, e Mano Menezes, em 2012, vivenciaram experiências análogas. Perderam na Olimpíada e acabaram demitidos do time principal. Um tropeço em casa, na Rio-2016, certamente colocará uma interrogação nos planos da CBF com Dunga para a Copa do Mundo, a esperança do futebol brasileiro de redenção do vexame do ano passado.
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Dunga versão 2016-2018O futebol brasileiro está a todo vapor com a empolgação provocada pelo campeonato nacional. Apesar disso, a trombada (7 a 1) da seleção em casa na Copa do Mundo, ano passado, e o recente escândalo da Fifa, que resultou na prisão de dirigentes daquela entidade, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin, são manchas que não se apagam do dia para a noite. Embaçam o futebol, a paixão esportiva nacional. O atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, tem evitado viagens ao exterior, praticamente abdicando da representação direta e ao vivo do futebol brasileiro nas relações internacionais e nos bastidores. Será que o Brasil corre o risco de ter mais cartolas no xilindró? Dúvida cruel, em especial pelo fato de o país estar às vésperas de promover outro grande evento, a Olimpíada. De todo modo, o susto provocado pela esdrúxula situação da Fifa serviu de alerta para a cartolagem, de todos os esportes, principalmente a do futebol. O vexame no Mundial é outra história. O resgate do brilho da seleção pode vir com uma campanha de sucesso na próxima Copa, em 2018, na Rússia. Antes, porém, o futebol brasileiro tem de superar dois obstáculos difíceis: as tentativas de conquista do inédito título olímpico e da vaga na Copa. Toda essa responsabilidade ficou concentrada no técnico Dunga, com seu currículo de ex-jogador revelando competência, mas com o cartel de treinador mostrando um profissional sem uma grande marca para consagrá-lo. Ao contrário, a seleção sob seu comando teve de se contentar com uma medalha de bronze na Olimpíada de Pequim, em 2008, e, dois anos depois, fracassou na Copa da África do Sul. Reconduzido ao cargo, Dunga parecia diferente, disposto a dividir poderes e a se concentrar no time principal. Puro engano, só aparência. Assumiu também a seleção olímpica, após o técnico Alexandre Gallo ter sido demitido pela CBF, em maio último. Ambição? Talvez a motivação seja menos densa, uma mera busca pelo foco do futebol. A CBF, por sua vez, acredita nas chances de o Brasil chegar à medalha de ouro, hipótese que levantaria o astral da seleção. Além de jogar com o apoio da torcida, o torneio olímpico não é dos mais fortes, daqueles que exigem uma preparação refinada. Mais: Neymar é nome certo na convocação final. O plano é Dunga comandar as duas seleções, a principal e a olímpica, mas esta última também vai ser acompanhada bem de perto por outro técnico, Rogério Micale. Por isso, quando houver coincidência de datas de jogos das seleções, como ocorrerá com amistosos no mês que vem, Micale fica com o time olímpico e Dunga, com o principal. O auxiliar Andrey Lopes também participa do processo. Podem atuar na Olimpíada atletas até 23 anos, além de três sem limite de idade, por equipe. A primeira lista de convocados da seleção olímpica foi anunciada por Dunga na semana passada para o amistoso contra a França, em 8 de setembro, em Le Mans. A relação mescla jogadores da categoria sub-23 com outros que se destacaram no último Mundial sub-20. A comissão técnica dispõe de uma relação de atletas pré-selecionados, que continuam sendo testados. Com esse novo enquadramento de atuação na CBF, Dunga amplia suas responsabilidades. Vanderlei Luxemburgo, em 2000, e Mano Menezes, em 2012, vivenciaram experiências análogas. Perderam na Olimpíada e acabaram demitidos do time principal. Um tropeço em casa, na Rio-2016, certamente colocará uma interrogação nos planos da CBF com Dunga para a Copa do Mundo, a esperança do futebol brasileiro de redenção do vexame do ano passado.
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Universidades adotam vestibular específico para alunos indígenas
Na fronteira do Brasil com o Peru, o município de Mâncio Lima (AC) homenageia com seu nome o coronel que, no início do século 20, colonizou os índios puyanawa, explorou sua força de trabalho e proibiu suas manifestações culturais. Quase cem anos depois, o puyanawa Jósimo Constant, 28, leva a cultura de sua etnia para a cidade que abriga o centro do poder. Formado em antropologia pela UnB (Universidade de Brasília), tem monografia premiada, está no mestrado em direitos humanos e já foi aprovado em um doutorado –tudo isso sem abrir mão dos adereços e costumes tradicionais de seu povo. Constant é um dos estudantes aprovados pelo vestibular indígena da universidade, que, em 2004, foi uma das primeiras a implementar um processo específico para selecionar alunos índios. Desde então, o modelo já foi aplicado em ao menos sete instituições federais do país, além das universidades estaduais do Paraná. Agora, a lista deve aumentar. Na semana passada, a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) propôs implantar um processo seletivo do mesmo tipo. A medida, em discussão na universidade, deve passar por votação até novembro. As provas e as regras dos vestibulares indígenas variam de acordo com a instituição, mas partem de um diagnóstico comum: exames tradicionais não chegam a incluir número suficiente de estudantes indígenas. Na Unicamp, por exemplo, o número de ingressantes tem variado de sete a 17 por ano. Com o vestibular específico, o esperado é que o número suba para ao menos 32. A ideia é admitir autodeclarados indígenas com vínculo com suas comunidades. A exigência também é feita na UnB, pioneira no vestibular indígena. O candidato tem que apresentar uma ata de reunião realizada por sua aldeia, ou organização indígena, que ateste seu pertencimento à comunidade e o indique ao vestibular. "A ideia é que a formação possa contribuir para todo o coletivo", diz Cláudia Garcia, decana de graduação da universidade. Segundo ela, a prova usa uma linguagem mais direta, levando-se em conta que boa parte dos inscritos tem o português como segunda língua, e um idioma indígena como a primeira. Além disso, geralmente os vestibulares específicos abordam temas relacionados ao ambiente e à vida dos indígenas no país, diz André Ramos, coordenador de processos educativos da Funai (Fundação Nacional do Índio). Feliz pela oportunidade, Jósimo lembra que há problemas no sistema também. "No começo, foi muito difícil", diz. As principais dificuldades foram as financeiras. Teve que morar em lugares que chamou de "muito precários" e se virar com o atraso de bolsas pagas pela Funai. Também não foi nada fácil, lembra ele, correr atrás do que não havia aprendido em informática e estatística. Mas, se enfrentou dificuldade nessas matérias, notou, por outro lado, uma lacuna dos acadêmicos nas aulas de antropologia. "Muitas coisas que professores achavam que sabiam sobre nós, indígenas, não eram bem assim."
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Universidades adotam vestibular específico para alunos indígenasNa fronteira do Brasil com o Peru, o município de Mâncio Lima (AC) homenageia com seu nome o coronel que, no início do século 20, colonizou os índios puyanawa, explorou sua força de trabalho e proibiu suas manifestações culturais. Quase cem anos depois, o puyanawa Jósimo Constant, 28, leva a cultura de sua etnia para a cidade que abriga o centro do poder. Formado em antropologia pela UnB (Universidade de Brasília), tem monografia premiada, está no mestrado em direitos humanos e já foi aprovado em um doutorado –tudo isso sem abrir mão dos adereços e costumes tradicionais de seu povo. Constant é um dos estudantes aprovados pelo vestibular indígena da universidade, que, em 2004, foi uma das primeiras a implementar um processo específico para selecionar alunos índios. Desde então, o modelo já foi aplicado em ao menos sete instituições federais do país, além das universidades estaduais do Paraná. Agora, a lista deve aumentar. Na semana passada, a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) propôs implantar um processo seletivo do mesmo tipo. A medida, em discussão na universidade, deve passar por votação até novembro. As provas e as regras dos vestibulares indígenas variam de acordo com a instituição, mas partem de um diagnóstico comum: exames tradicionais não chegam a incluir número suficiente de estudantes indígenas. Na Unicamp, por exemplo, o número de ingressantes tem variado de sete a 17 por ano. Com o vestibular específico, o esperado é que o número suba para ao menos 32. A ideia é admitir autodeclarados indígenas com vínculo com suas comunidades. A exigência também é feita na UnB, pioneira no vestibular indígena. O candidato tem que apresentar uma ata de reunião realizada por sua aldeia, ou organização indígena, que ateste seu pertencimento à comunidade e o indique ao vestibular. "A ideia é que a formação possa contribuir para todo o coletivo", diz Cláudia Garcia, decana de graduação da universidade. Segundo ela, a prova usa uma linguagem mais direta, levando-se em conta que boa parte dos inscritos tem o português como segunda língua, e um idioma indígena como a primeira. Além disso, geralmente os vestibulares específicos abordam temas relacionados ao ambiente e à vida dos indígenas no país, diz André Ramos, coordenador de processos educativos da Funai (Fundação Nacional do Índio). Feliz pela oportunidade, Jósimo lembra que há problemas no sistema também. "No começo, foi muito difícil", diz. As principais dificuldades foram as financeiras. Teve que morar em lugares que chamou de "muito precários" e se virar com o atraso de bolsas pagas pela Funai. Também não foi nada fácil, lembra ele, correr atrás do que não havia aprendido em informática e estatística. Mas, se enfrentou dificuldade nessas matérias, notou, por outro lado, uma lacuna dos acadêmicos nas aulas de antropologia. "Muitas coisas que professores achavam que sabiam sobre nós, indígenas, não eram bem assim."
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Livro reconstitui era petista e analisa o colapso do lulismo
O livro "As Contradições do Lulismo: a que Ponto Chegamos?" reúne um conjunto de ensaios fundamentais para entender a história recente do Brasil. Organizados por André Singer (USP) e Isabel Loureiro (Unesp), os artigos explicam os paradoxos e ambiguidades que caracterizaram a atuação do Estado durante as administrações petistas, de 2003 a 2016. Em "A (falta de) base política para o ensaio desenvolvimentista", Singer, que é colunista da Folha, reconstitui as etapas da política econômica de Dilma Rousseff. A partir de 2011, seu governo implementou um ousado conjunto de medidas para reduzir os juros, desvalorizar o Real, desonerar a folha salarial e proteger a indústria nacional, com o objetivo de acelerar o crescimento e criar mais empregos. Para implementar esse plano, contudo, Dilma se desviou da estratégia lulista de evitar confrontos com a elite. Inicialmente entrou em choque com os bancos ao forçar a redução dos spreads bancários. Mais adiante, também adotou medidas que descontentaram os importadores, empreiteiros, agropecuaristas e empresários do setor elétrico, tensionando o pacto político costurado por Lula. Com isso, as críticas à sua gestão foram ganhando cada vez mais espaço na mídia até que, acuada, a presidente deu um "cavalo de pau" na política econômica após ser reeleita e adotou o ajuste ortodoxo preconizado pelo setor financeiro. Em "Terra em transe", Ruy Braga analisa o acirramento crescente das contradições provocadas pelo reformismo suave das gestões petistas, que converteram cada programa social em uma alavanca para a acumulação do capital, como aconteceu com os programas Minha Casa, Minha Vida e ProUni. Nesse esforço para amortecer os conflitos sociais, muitos sindicalistas foram cooptados pelo aparelho estatal e se transformaram em gestores de fundos de pensão ou de outras instituições vinculadas direta ou indiretamente ao Estado. Enquanto isso, a esfera trabalhista assistia a uma verdadeira "walmartização do trabalho", com a expansão da terceirização e do empreendedorismo, como aponta Leonardo Mello e Souza. Os movimentos sociais passaram por transformações estruturais. Isabel Loureiro mostra como Lula trocou a reforma agrária por imensos subsídios ao agronegócio e, em menor escala, à agricultura familiar. Obrigado a se adaptar a esse cenário, o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) desistiu das cooperativas coletivas inspiradas nos kolkhozes soviéticos e investiu na agroecologia, tornando-se o maior produtor de arroz orgânico do Brasil, hoje comercializado em grandes redes de supermercados. Em "Luta de classes na socialização capitalista", Wolfgang Leo Maar argumenta que o PT manteve a tendência de privatização do Estado herdada das gestões anteriores. Nesse processo, como assinala Cibele Rizek em "Faces do lulismo", a periferia das metrópoles se converteu num nicho de negócios para ONGs que gerenciam a aplicação dos recursos públicos. Na área cultural, por exemplo, os repasses das empresas realizados por meio das leis de incentivo já respondem por 80% dos investimentos no setor. Ao final das contas, o petismo concedeu fortes estímulos ao consumo individual, mas nunca "colaborou para que as classes populares saíssem da passividade". O êxito dessa política dependia da manutenção do crescimento econômico: os assalariados reelegeram Dilma em 2014, mas não saíram às ruas para defender seu mandato quando o país afundou na recessão. Entorpecida por essa estratégia desmobilizadora, que sempre priorizou a conciliação das classes, a esquerda não conseguiu barrar o impeachment em 2016. * As Contradições Do Lulismo: a Que Ponto Chegamos? COLABORADORES André Singer e Isabel Loureiro EDITORA Boitempo QUANTO R$ 52 (288 págs.)
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Livro reconstitui era petista e analisa o colapso do lulismoO livro "As Contradições do Lulismo: a que Ponto Chegamos?" reúne um conjunto de ensaios fundamentais para entender a história recente do Brasil. Organizados por André Singer (USP) e Isabel Loureiro (Unesp), os artigos explicam os paradoxos e ambiguidades que caracterizaram a atuação do Estado durante as administrações petistas, de 2003 a 2016. Em "A (falta de) base política para o ensaio desenvolvimentista", Singer, que é colunista da Folha, reconstitui as etapas da política econômica de Dilma Rousseff. A partir de 2011, seu governo implementou um ousado conjunto de medidas para reduzir os juros, desvalorizar o Real, desonerar a folha salarial e proteger a indústria nacional, com o objetivo de acelerar o crescimento e criar mais empregos. Para implementar esse plano, contudo, Dilma se desviou da estratégia lulista de evitar confrontos com a elite. Inicialmente entrou em choque com os bancos ao forçar a redução dos spreads bancários. Mais adiante, também adotou medidas que descontentaram os importadores, empreiteiros, agropecuaristas e empresários do setor elétrico, tensionando o pacto político costurado por Lula. Com isso, as críticas à sua gestão foram ganhando cada vez mais espaço na mídia até que, acuada, a presidente deu um "cavalo de pau" na política econômica após ser reeleita e adotou o ajuste ortodoxo preconizado pelo setor financeiro. Em "Terra em transe", Ruy Braga analisa o acirramento crescente das contradições provocadas pelo reformismo suave das gestões petistas, que converteram cada programa social em uma alavanca para a acumulação do capital, como aconteceu com os programas Minha Casa, Minha Vida e ProUni. Nesse esforço para amortecer os conflitos sociais, muitos sindicalistas foram cooptados pelo aparelho estatal e se transformaram em gestores de fundos de pensão ou de outras instituições vinculadas direta ou indiretamente ao Estado. Enquanto isso, a esfera trabalhista assistia a uma verdadeira "walmartização do trabalho", com a expansão da terceirização e do empreendedorismo, como aponta Leonardo Mello e Souza. Os movimentos sociais passaram por transformações estruturais. Isabel Loureiro mostra como Lula trocou a reforma agrária por imensos subsídios ao agronegócio e, em menor escala, à agricultura familiar. Obrigado a se adaptar a esse cenário, o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) desistiu das cooperativas coletivas inspiradas nos kolkhozes soviéticos e investiu na agroecologia, tornando-se o maior produtor de arroz orgânico do Brasil, hoje comercializado em grandes redes de supermercados. Em "Luta de classes na socialização capitalista", Wolfgang Leo Maar argumenta que o PT manteve a tendência de privatização do Estado herdada das gestões anteriores. Nesse processo, como assinala Cibele Rizek em "Faces do lulismo", a periferia das metrópoles se converteu num nicho de negócios para ONGs que gerenciam a aplicação dos recursos públicos. Na área cultural, por exemplo, os repasses das empresas realizados por meio das leis de incentivo já respondem por 80% dos investimentos no setor. Ao final das contas, o petismo concedeu fortes estímulos ao consumo individual, mas nunca "colaborou para que as classes populares saíssem da passividade". O êxito dessa política dependia da manutenção do crescimento econômico: os assalariados reelegeram Dilma em 2014, mas não saíram às ruas para defender seu mandato quando o país afundou na recessão. Entorpecida por essa estratégia desmobilizadora, que sempre priorizou a conciliação das classes, a esquerda não conseguiu barrar o impeachment em 2016. * As Contradições Do Lulismo: a Que Ponto Chegamos? COLABORADORES André Singer e Isabel Loureiro EDITORA Boitempo QUANTO R$ 52 (288 págs.)
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Surpresa no fundo do mar: espanhol captura imagens subaquáticas espetaculares
Fotógrafo espanhol Enric Gener tirou uma série de imagens subaquáticas surpreendentes. As fotos foram feitas num período de três anos nos litorais do México, da Austrália e do Mediterrâneo. Gener se diz um "amante do mar" que aproveita seu tempo livre para nadar e mergulhar com sua câmera. Ele diz que as imagens são especiais para ele, já que o remetem a diferentes épocas de sua vida.
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Surpresa no fundo do mar: espanhol captura imagens subaquáticas espetacularesFotógrafo espanhol Enric Gener tirou uma série de imagens subaquáticas surpreendentes. As fotos foram feitas num período de três anos nos litorais do México, da Austrália e do Mediterrâneo. Gener se diz um "amante do mar" que aproveita seu tempo livre para nadar e mergulhar com sua câmera. Ele diz que as imagens são especiais para ele, já que o remetem a diferentes épocas de sua vida.
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Em Paris, peças de Hermès e Givenchy remodelam conceito de elegância
Elegância é um conceito que varia de estilista para estilista. Ela pode ser clássica como a da Hermès, ou colorida e plástica como a da Givenchy. Duas das grifes mais importantes do calendário parisiense, ambas remodelaram o conceito de elegância em seus desfiles de verão 2017. O estilista italiano Riccardo Tisci produziu uma das melhores e mais intelectuais coleções de sua história na Givenchy. Como se inspirado pelas viagens à cidade mística Alto do Paraíso (GO) da amiga e modelo transexual Lea T., ele lapidou pedras brutas e, a partir delas, produziu estampas e colares de inspiração hippie. A moda dos anos 1970, incluindo as estampas geométricas, as listras e as calças "flare", aquelas do tipo boca de sino, permeou a coleção cuja alfaiataria foi levada a um nível superior a tudo o que se viu até esta metade da temporada da semana de moda de Paris. Tisci rasgou casacos e uniu suas partes com zíperes. Abriu bolsos nos paletós decotados e ajustou a silhueta. Da imagem impressa no núcleo das pedras típicas do Brasil, tirou estampas espiraladas e as aplicou em vestidos soltos em uma explosão de cores psicodélicas. O desfile ocorreu no pátio da Galeria da Evolução do Museu de História Natural, onde são estudados o mundo vegetal, mineral e animal da Terra. Os convidados receberam capas térmicas contra o frio, as mesmas usadas na prática do montanhismo, como se o estilista transportasse a todos para uma expedição pelos picos do mundo. Sapatos de couro de jacaré e bolsas de cobra são o contraponto do discurso "paz e amor" da Givenchy, que entra em período mais selvagem, e ainda assim elegante, de sua moda. Elegância que não faltou ao desfile da Hermès, guardiã do "savoir-faire" francês. Tudo o que há de mais chique e nobre em se tratando de materiais, a estilista Nadège Vanhée-Cybulski usa em suas criações para a marca. Couro, seda, rendas minuciosas. Tudo é harmônico nos conjuntos da estilista. A coleção foi desfilada na Guarda Republicana, prédio onde ficam os cavaleiros franceses responsáveis pela segurança das autoridades. Como se reverenciasse o lugar -ou a própria marca da qual é diretora criativa-, ela pregou chaves de metal em colares e em pulseiras minimalistas. Bolsas-relicário, do tamanho de um punho, balanceavam simetricamente as proporções amplificadas de blusas, calças e saias, algumas delas plissadas. Rosas, em tons doces e elétricos, variações do bege "Hermès", ora acesos, ora apagados, e branco serviram de base para a cartela de Nadège. As cores foram contrastadas com peças verdes e pretas, feitas do couro maleável que é o maior ativo e segredo da marca francesa.
ilustrada
Em Paris, peças de Hermès e Givenchy remodelam conceito de elegânciaElegância é um conceito que varia de estilista para estilista. Ela pode ser clássica como a da Hermès, ou colorida e plástica como a da Givenchy. Duas das grifes mais importantes do calendário parisiense, ambas remodelaram o conceito de elegância em seus desfiles de verão 2017. O estilista italiano Riccardo Tisci produziu uma das melhores e mais intelectuais coleções de sua história na Givenchy. Como se inspirado pelas viagens à cidade mística Alto do Paraíso (GO) da amiga e modelo transexual Lea T., ele lapidou pedras brutas e, a partir delas, produziu estampas e colares de inspiração hippie. A moda dos anos 1970, incluindo as estampas geométricas, as listras e as calças "flare", aquelas do tipo boca de sino, permeou a coleção cuja alfaiataria foi levada a um nível superior a tudo o que se viu até esta metade da temporada da semana de moda de Paris. Tisci rasgou casacos e uniu suas partes com zíperes. Abriu bolsos nos paletós decotados e ajustou a silhueta. Da imagem impressa no núcleo das pedras típicas do Brasil, tirou estampas espiraladas e as aplicou em vestidos soltos em uma explosão de cores psicodélicas. O desfile ocorreu no pátio da Galeria da Evolução do Museu de História Natural, onde são estudados o mundo vegetal, mineral e animal da Terra. Os convidados receberam capas térmicas contra o frio, as mesmas usadas na prática do montanhismo, como se o estilista transportasse a todos para uma expedição pelos picos do mundo. Sapatos de couro de jacaré e bolsas de cobra são o contraponto do discurso "paz e amor" da Givenchy, que entra em período mais selvagem, e ainda assim elegante, de sua moda. Elegância que não faltou ao desfile da Hermès, guardiã do "savoir-faire" francês. Tudo o que há de mais chique e nobre em se tratando de materiais, a estilista Nadège Vanhée-Cybulski usa em suas criações para a marca. Couro, seda, rendas minuciosas. Tudo é harmônico nos conjuntos da estilista. A coleção foi desfilada na Guarda Republicana, prédio onde ficam os cavaleiros franceses responsáveis pela segurança das autoridades. Como se reverenciasse o lugar -ou a própria marca da qual é diretora criativa-, ela pregou chaves de metal em colares e em pulseiras minimalistas. Bolsas-relicário, do tamanho de um punho, balanceavam simetricamente as proporções amplificadas de blusas, calças e saias, algumas delas plissadas. Rosas, em tons doces e elétricos, variações do bege "Hermès", ora acesos, ora apagados, e branco serviram de base para a cartela de Nadège. As cores foram contrastadas com peças verdes e pretas, feitas do couro maleável que é o maior ativo e segredo da marca francesa.
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'Não sabia o que era boate antes de SP', diz proprietário da casa A Lôca
CLAUDIA ASSEF DE SÃO PAULO Na véspera do feriado de 9 de julho, o clube A Lôca, um dos bastiões do undeground paulistano, celebrou 20 anos com uma festa que durou mais de 12 horas, por onde passaram 1.300 pessoas. Fundada em 1995 por Julio Baldermann, A Lôca se instalou no número 916 da rua Frei Caneca -mesmo lugar que seis meses antes abrigara o clube Samantha Santa. Desde a morte de Julio [em 2009], quem comanda o clube é o argentino Anibal Aguirre, 58. Nascido em Rosario de la Frontera, ele chegou a São Paulo em meados dos anos 1990 sem saber nada de boate. Na entrevista a seguir, Aguirre conta como acabou se tornando o dono do inferninho mais famoso do Brasil. Como você veio parar em São Paulo? Eu costumava vir de férias com o Julio [Baldermann], ficávamos uns dois meses direto. Conhecemos o Nenê, que trabalhava no [clube] Sra. Krawitz. A gente entrou nessa e não saiu mais. Eu voltei para a Argentina porque trabalhava lá, o Julio ficou e montou o Samantha Santa, que durou só seis meses. Reformaram toda a casa e me convidaram para vir. Eu entrei como assistente de gerente. Aos poucos, fui puxando o tapete e ficando com a boate [risos]. O que você fazia na Argentina? Estudei relações internacionais e fiz doutorado em ciências políticas. Dava 60 horas semanais de aulas de história, sociologia e direito constitucional. Você saía muito por lá? Não. Tinha uma vida de menino Fran's Café. Não tinha nem noção do que era uma boate antes de chegar a São Paulo. Como chegar aos 20 anos onde as casas noturnas duram tão pouco? A gente sempre teve a filosofia de ser fiel ao underground. Nunca gostamos de divulgar coisas da casa. Aí, quando perguntavam: "É verdade que Tônia Carrero esteve na Lôca?", eu respondia: "Não sei, não vi". Eliana, Gianecchini, Luciana Gimenez, Maria Gadú... Na Lôca, não repassamos fotos de frequentadores, famosos ou não. A Lôca sempre se preocupou em apoiar a diversidade sexual? A Lôca é uma casa eclética. Nós recebemos pessoas. E todas as pessoas são só pessoas, iguais. Como anda a noite paulistana? Acho que ela perdeu o caminho. A que está mais no caminho certo é a D-Edge [na Barra Funda]. As outras estão tentando se reencontrar, assim como A Lôca. A festa de 20 anos da Lôca teve alguns bafafás, entre eles uma confusão com um funcionário, que supostamente agrediu uma conhecida hostess da cidade. O que aconteceu? Eles já chegaram meio altos. Ela reconhece, já falou comigo pelo telefone. Se eu estivesse lá isso não teria acontecido. De qualquer maneira, já pedi desculpas. A Lôca sempre foi muito atenciosa com os clientes e, apesar do que dizem, eu sou muito educado. Mas, quando quero ser mal-educado, claro que sou bem mal-educado. E por que você não estava lá? Não estou bem de saúde, então não estou frequentando tanto a casa. Mas quero voltar, porque tenho certeza que a presença do dono faz toda a diferença. Afinal, o responsável sou eu. Mas já houve outras reclamações sobre funcionários truculentos. Aquela foi uma noite muito cheia, e as coisas não foram do jeito que foram relatadas. Mas sempre temos o bom senso de preservar as pessoas. A casa é muito protetora dos amigos, o que aconteceu foi um incidente. Os funcionários que passam da conta são punidos. Musicalmente, A Lôca foi um celeiro de techno e house na cidade, especialmente no início. Hoje deu uma guinada para o pop. Para onde vai agora? Estamos pesquisando para ver qual será o caminho correto a seguir. Uns anos atrás, o público começou a demandar mais música pop, Lady Gaga, etc., mas agora a música pop acabou. Estamos buscando alternativas. Mantemos a terça-feira como a melhor noite de música eletrônica de São Paulo. Quinta, fazemos um british pop e, domingo, música mais variada, do rock ao pop. Qual foi a coisa mais louca que você viu acontecer na Lôca? Como a Lôca é louca, pra mim lá é tudo normal. Mas teve uma vez que eu e o promoter Nenê compramos 12 dúzias de bananas para decorar uma festa da proclamação da República. Só que passamos a noite bebendo e nos esquecemos de levar as bananas. Conclusão: depois tivemos que comer 150 bananas cada um, fizemos torta, doce, bolo, doamos... Na Lôca as pessoas se sentem muito à vontade pra fazer o que quiserem, não? Eu acho que é porque as pessoas sabem que lá nós cuidamos dos clientes, e eles sabem com quem falar se acontecer alguma coisa estranha. Eu sempre estou no escritório, é só bater na minha porta. Às vezes surge um ou outro funcionário que tem um espírito de pit bull. Mas eu dou um basta na hora. Desde que morreu o Julio e que eu assumi a casa eu tentei mudar a imagem que havia antes com relação à segurança. A crise afetou muito as casas noturnas? As casas noturnas sofreram uma invasão. Em volta das casas sempre têm barzinhos com DJs, pode observar. Ou seja, são boates informais. Isso é péssimo, porque eles não sofrem o controle que nós sofremos. E eles se aproveitam, porque podem vender bebida mais barata. A vizinhança fica imunda. A Lôca não deixa nenhuma bituca na calçada. Já os bares, no final da madrugada, parece um fim de feira. Como é a preocupação da casa com a infraestrutura, brigada de segurança etc.? Nós cumprimos tudo o que é exigido, mas nem sempre nos informam o que devemos fazer exatamente. Queremos cumprir com tudo o que manda a lei, porque a responsabilidade civil cai sobre a casa. Se exigem duas portas, barras antipânico, saída de emergência, brigada de bombeiros, o que for, queremos fazer, mas nem sempre nos explicam o que devemos fazer. Falta informação por parte da prefeitura.
saopaulo
'Não sabia o que era boate antes de SP', diz proprietário da casa A LôcaCLAUDIA ASSEF DE SÃO PAULO Na véspera do feriado de 9 de julho, o clube A Lôca, um dos bastiões do undeground paulistano, celebrou 20 anos com uma festa que durou mais de 12 horas, por onde passaram 1.300 pessoas. Fundada em 1995 por Julio Baldermann, A Lôca se instalou no número 916 da rua Frei Caneca -mesmo lugar que seis meses antes abrigara o clube Samantha Santa. Desde a morte de Julio [em 2009], quem comanda o clube é o argentino Anibal Aguirre, 58. Nascido em Rosario de la Frontera, ele chegou a São Paulo em meados dos anos 1990 sem saber nada de boate. Na entrevista a seguir, Aguirre conta como acabou se tornando o dono do inferninho mais famoso do Brasil. Como você veio parar em São Paulo? Eu costumava vir de férias com o Julio [Baldermann], ficávamos uns dois meses direto. Conhecemos o Nenê, que trabalhava no [clube] Sra. Krawitz. A gente entrou nessa e não saiu mais. Eu voltei para a Argentina porque trabalhava lá, o Julio ficou e montou o Samantha Santa, que durou só seis meses. Reformaram toda a casa e me convidaram para vir. Eu entrei como assistente de gerente. Aos poucos, fui puxando o tapete e ficando com a boate [risos]. O que você fazia na Argentina? Estudei relações internacionais e fiz doutorado em ciências políticas. Dava 60 horas semanais de aulas de história, sociologia e direito constitucional. Você saía muito por lá? Não. Tinha uma vida de menino Fran's Café. Não tinha nem noção do que era uma boate antes de chegar a São Paulo. Como chegar aos 20 anos onde as casas noturnas duram tão pouco? A gente sempre teve a filosofia de ser fiel ao underground. Nunca gostamos de divulgar coisas da casa. Aí, quando perguntavam: "É verdade que Tônia Carrero esteve na Lôca?", eu respondia: "Não sei, não vi". Eliana, Gianecchini, Luciana Gimenez, Maria Gadú... Na Lôca, não repassamos fotos de frequentadores, famosos ou não. A Lôca sempre se preocupou em apoiar a diversidade sexual? A Lôca é uma casa eclética. Nós recebemos pessoas. E todas as pessoas são só pessoas, iguais. Como anda a noite paulistana? Acho que ela perdeu o caminho. A que está mais no caminho certo é a D-Edge [na Barra Funda]. As outras estão tentando se reencontrar, assim como A Lôca. A festa de 20 anos da Lôca teve alguns bafafás, entre eles uma confusão com um funcionário, que supostamente agrediu uma conhecida hostess da cidade. O que aconteceu? Eles já chegaram meio altos. Ela reconhece, já falou comigo pelo telefone. Se eu estivesse lá isso não teria acontecido. De qualquer maneira, já pedi desculpas. A Lôca sempre foi muito atenciosa com os clientes e, apesar do que dizem, eu sou muito educado. Mas, quando quero ser mal-educado, claro que sou bem mal-educado. E por que você não estava lá? Não estou bem de saúde, então não estou frequentando tanto a casa. Mas quero voltar, porque tenho certeza que a presença do dono faz toda a diferença. Afinal, o responsável sou eu. Mas já houve outras reclamações sobre funcionários truculentos. Aquela foi uma noite muito cheia, e as coisas não foram do jeito que foram relatadas. Mas sempre temos o bom senso de preservar as pessoas. A casa é muito protetora dos amigos, o que aconteceu foi um incidente. Os funcionários que passam da conta são punidos. Musicalmente, A Lôca foi um celeiro de techno e house na cidade, especialmente no início. Hoje deu uma guinada para o pop. Para onde vai agora? Estamos pesquisando para ver qual será o caminho correto a seguir. Uns anos atrás, o público começou a demandar mais música pop, Lady Gaga, etc., mas agora a música pop acabou. Estamos buscando alternativas. Mantemos a terça-feira como a melhor noite de música eletrônica de São Paulo. Quinta, fazemos um british pop e, domingo, música mais variada, do rock ao pop. Qual foi a coisa mais louca que você viu acontecer na Lôca? Como a Lôca é louca, pra mim lá é tudo normal. Mas teve uma vez que eu e o promoter Nenê compramos 12 dúzias de bananas para decorar uma festa da proclamação da República. Só que passamos a noite bebendo e nos esquecemos de levar as bananas. Conclusão: depois tivemos que comer 150 bananas cada um, fizemos torta, doce, bolo, doamos... Na Lôca as pessoas se sentem muito à vontade pra fazer o que quiserem, não? Eu acho que é porque as pessoas sabem que lá nós cuidamos dos clientes, e eles sabem com quem falar se acontecer alguma coisa estranha. Eu sempre estou no escritório, é só bater na minha porta. Às vezes surge um ou outro funcionário que tem um espírito de pit bull. Mas eu dou um basta na hora. Desde que morreu o Julio e que eu assumi a casa eu tentei mudar a imagem que havia antes com relação à segurança. A crise afetou muito as casas noturnas? As casas noturnas sofreram uma invasão. Em volta das casas sempre têm barzinhos com DJs, pode observar. Ou seja, são boates informais. Isso é péssimo, porque eles não sofrem o controle que nós sofremos. E eles se aproveitam, porque podem vender bebida mais barata. A vizinhança fica imunda. A Lôca não deixa nenhuma bituca na calçada. Já os bares, no final da madrugada, parece um fim de feira. Como é a preocupação da casa com a infraestrutura, brigada de segurança etc.? Nós cumprimos tudo o que é exigido, mas nem sempre nos informam o que devemos fazer exatamente. Queremos cumprir com tudo o que manda a lei, porque a responsabilidade civil cai sobre a casa. Se exigem duas portas, barras antipânico, saída de emergência, brigada de bombeiros, o que for, queremos fazer, mas nem sempre nos explicam o que devemos fazer. Falta informação por parte da prefeitura.
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Alckmin critica Fapesp por pesquisas 'sem utilidade prática'
Durante a última reunião com seu secretariado, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), criticou a Fapesp (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo), principal órgão de financiamento à ciência no Estado, por priorizar estudos sem utilidade prática. A informação foi revelada pela coluna Radar On-line, da "Veja". Segundo a revista, Alckmin fez críticas à falta de apoio a estudos para o desenvolvimento da vacina da dengue e também ao incentivo a pesquisas de sociologia. A Folha confirmou a fala do governador, que disse que a Fapesp vive numa bolha acadêmica desconectada da realidade, financia estudos que muitas vezes não têm nenhuma serventia prática e gasta sem orientação maior. Procurado, o Palácio dos Bandeirantes não quis comentar. Os dados oficiais sobre o destino dado às verbas da Fapesp em 2015, porém, não corroboram a afirmação de Alckmin de que o órgão privilegia projetos de sociologia ou "projetos acadêmicos sem nenhuma relevância". Do total de desembolsos (R$ 1,18 bilhão), apenas 10% foram destinados à área de ciências humanas e sociais (excluindo arquitetura e economia, que recebem, somadas, pouco mais de 1% do total). Quase 30% dos gastos do órgão em 2015 foram destinados a pesquisas na área de saúde (veja infográfico). Embora o governador tenha condenado a suposta falta de apoio da Fapesp ao desenvolvimento da vacina da dengue no Instituto Butantan, a fundação desembolsou cerca de R$ 2 milhões para custear esses estudos entre 2008 e 2011. Logo depois que a associação entre o vírus zika e o surto de microcefalia em bebês brasileiros foi detectada, o órgão aprovou recursos adicionais da ordem de R$ 500 mil para projetos de virologia já em andamento que pudessem investigar o mistério. Neste ano, em parceria com a Finep (órgão federal), a Fapesp lançou um edital no valor de R$ 10 milhões para pequenas empresas que busquem desenvolver tecnologias contra o zika e o mosquito Aedes aegypti. Procurada, a Fapesp preferiu não comentar as críticas feitas por Alckmin. PESQUISA BÁSICA "Eu sinceramente espero que essa declaração tenha sido citada fora de contexto, porque ela não é compatível inclusive com a formação acadêmica e com o histórico do governador", disse à Folha a bioquímica Helena Nader, presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), que declarou estar "chocada" com as críticas de Alckmin à Fapesp. A pesquisadora lembrou que descobertas que estão na base da biotecnologia moderna, como a decifração da estrutura em dupla hélice (ou "escada torcida") do DNA, em 1953, não pareciam ter nenhuma aplicação prática quando foram feitas. "Também lamento muito pela menção negativa à sociologia. Quanto mais estudo, mais compreendo que as ciências humanas são fundamentais", disse Helena. Para Ana Lúcia Vitale Torkomian, diretora executiva da Agência de Inovação da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), a dicotomia entre pesquisa aplicada (que supostamente "serve para alguma coisa") e pesquisa "puramente acadêmica" é falsa. "Nenhum país é capaz de sustentar o desenvolvimento tecnológico a longo prazo sem pesquisa básica forte", afirma ela. "Além disso, hoje a distância entre a pesquisa básica e a inovação tecnológica está muito mais curta, as descobertas ganham aplicações com maior velocidade." Ela cita o fato de que, na UFSCar, as pesquisas em química e física (em tese, puramente "acadêmicas") estão entre as que mais rendem patentes, ou seja, ideias prontas para serem transformadas em produtos. O governador "parece estar mal assessorado, mal informado ou ambos", disse à Folha o sociólogo Rodrigo Augusto Prando, professor do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas da Universidade Presbiteriana Mackenzie. "Os políticos usam e abusam de conhecimentos oriundos da sociologia em suas estratégias de campanha e suas ações públicas." Para Prando, não se pode descartar a possibilidade de que o governador tenha "sutilmente" ironizado Fernando Henrique Cardoso, um do principais sociólogos do país e oponente do governador dentro do PSDB. Investimento por área em 2015, em % - <br> * O QUE É A FAPESP Uma instituição pública de fomento criada em 1962 para financiar a inovação científica DE ONDE VEM O DINHEIRO A Fapesp recebe um percentual fixo de um 1% do total de impostos do Estado de São Paulo e, com esse dinheiro, concede bolsas a alunos e professores e arca com as despesas das pesquisas por ela selecionadas AUTONOMIA O órgão tem autonomia garantida por lei e seus dirigentes têm mandato fixo, o que significa que a influência do governo do Estado sobre a Fapesp é limitada
ciencia
Alckmin critica Fapesp por pesquisas 'sem utilidade prática'Durante a última reunião com seu secretariado, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), criticou a Fapesp (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo), principal órgão de financiamento à ciência no Estado, por priorizar estudos sem utilidade prática. A informação foi revelada pela coluna Radar On-line, da "Veja". Segundo a revista, Alckmin fez críticas à falta de apoio a estudos para o desenvolvimento da vacina da dengue e também ao incentivo a pesquisas de sociologia. A Folha confirmou a fala do governador, que disse que a Fapesp vive numa bolha acadêmica desconectada da realidade, financia estudos que muitas vezes não têm nenhuma serventia prática e gasta sem orientação maior. Procurado, o Palácio dos Bandeirantes não quis comentar. Os dados oficiais sobre o destino dado às verbas da Fapesp em 2015, porém, não corroboram a afirmação de Alckmin de que o órgão privilegia projetos de sociologia ou "projetos acadêmicos sem nenhuma relevância". Do total de desembolsos (R$ 1,18 bilhão), apenas 10% foram destinados à área de ciências humanas e sociais (excluindo arquitetura e economia, que recebem, somadas, pouco mais de 1% do total). Quase 30% dos gastos do órgão em 2015 foram destinados a pesquisas na área de saúde (veja infográfico). Embora o governador tenha condenado a suposta falta de apoio da Fapesp ao desenvolvimento da vacina da dengue no Instituto Butantan, a fundação desembolsou cerca de R$ 2 milhões para custear esses estudos entre 2008 e 2011. Logo depois que a associação entre o vírus zika e o surto de microcefalia em bebês brasileiros foi detectada, o órgão aprovou recursos adicionais da ordem de R$ 500 mil para projetos de virologia já em andamento que pudessem investigar o mistério. Neste ano, em parceria com a Finep (órgão federal), a Fapesp lançou um edital no valor de R$ 10 milhões para pequenas empresas que busquem desenvolver tecnologias contra o zika e o mosquito Aedes aegypti. Procurada, a Fapesp preferiu não comentar as críticas feitas por Alckmin. PESQUISA BÁSICA "Eu sinceramente espero que essa declaração tenha sido citada fora de contexto, porque ela não é compatível inclusive com a formação acadêmica e com o histórico do governador", disse à Folha a bioquímica Helena Nader, presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), que declarou estar "chocada" com as críticas de Alckmin à Fapesp. A pesquisadora lembrou que descobertas que estão na base da biotecnologia moderna, como a decifração da estrutura em dupla hélice (ou "escada torcida") do DNA, em 1953, não pareciam ter nenhuma aplicação prática quando foram feitas. "Também lamento muito pela menção negativa à sociologia. Quanto mais estudo, mais compreendo que as ciências humanas são fundamentais", disse Helena. Para Ana Lúcia Vitale Torkomian, diretora executiva da Agência de Inovação da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), a dicotomia entre pesquisa aplicada (que supostamente "serve para alguma coisa") e pesquisa "puramente acadêmica" é falsa. "Nenhum país é capaz de sustentar o desenvolvimento tecnológico a longo prazo sem pesquisa básica forte", afirma ela. "Além disso, hoje a distância entre a pesquisa básica e a inovação tecnológica está muito mais curta, as descobertas ganham aplicações com maior velocidade." Ela cita o fato de que, na UFSCar, as pesquisas em química e física (em tese, puramente "acadêmicas") estão entre as que mais rendem patentes, ou seja, ideias prontas para serem transformadas em produtos. O governador "parece estar mal assessorado, mal informado ou ambos", disse à Folha o sociólogo Rodrigo Augusto Prando, professor do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas da Universidade Presbiteriana Mackenzie. "Os políticos usam e abusam de conhecimentos oriundos da sociologia em suas estratégias de campanha e suas ações públicas." Para Prando, não se pode descartar a possibilidade de que o governador tenha "sutilmente" ironizado Fernando Henrique Cardoso, um do principais sociólogos do país e oponente do governador dentro do PSDB. Investimento por área em 2015, em % - <br> * O QUE É A FAPESP Uma instituição pública de fomento criada em 1962 para financiar a inovação científica DE ONDE VEM O DINHEIRO A Fapesp recebe um percentual fixo de um 1% do total de impostos do Estado de São Paulo e, com esse dinheiro, concede bolsas a alunos e professores e arca com as despesas das pesquisas por ela selecionadas AUTONOMIA O órgão tem autonomia garantida por lei e seus dirigentes têm mandato fixo, o que significa que a influência do governo do Estado sobre a Fapesp é limitada
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Governo adota no SUS pílula que previne HIV em grupos de risco
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta (24) a incorporação no SUS de tratamento que previne a infecção pelo HIV. A terapia será ofertada a grupos mais expostos ao risco, como homens que fazem sexo com homens e profissionais do sexo. O tratamento consiste na administração diária do antirretroviral Truvada, que é uma combinação de outros dois medicamentos (tenofovir e emtricitabina), em pessoas não infectadas pelo HIV que mantêm relações de risco. No primeiro ano, o tratamento estará disponível para 7.000 pessoas, número que foi tido como insuficiente por especialistas durante discussão sobre o assunto na Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias), que recomendou a terapia. Segundo eles, o cálculo de 7.000 só atingiria 3,8% dos homens gays e bis –trans, travestis e heterossexuais não entrariam nesse cálculo. Estimativa feita nos EUA prevê que um quarto dos homens que fazem sexo com homens teriam recomendação para usar a a chamada "prep" (da sigla em inglês para profilaxia pré-exposição). Se a mesma proporção fosse usada no Brasil, mais de 220 mil pessoas deveriam receber a terapia. Desde 2012 a OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda a oferta de prep para casais sorodiscordantes (ou seja, em que um dos parceiros tem HIV), homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo e transgêneros (travestis e transexuais). As taxas de prevalência de HIV são mais elevadas nesses subgrupos populacionais (varia de 5% a 10%), quando comparadas às taxas na população geral (0,4%). No anúncio de ontem, o ministério não informou quais grupos de risco terão prioridade na indicação da droga. Para isso, segundo o órgão, profissionais da saúde vão realizar uma avaliação da vulnerabilidade do paciente. "Uma série de critérios deve ser levada em conta antes da indicação da prep, como o número de parceiros sexuais, os outros métodos de prevenção utilizados, o compromisso com a adesão ao medicamento, entre outros", afirmou Adele Benzaken, diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Para o infectologista Esper Kallás, professor e pesquisador da USP, a quantidade inicial prevista de comprimidos no Brasil não é problema porque a oferta poderá ser redimensionada conforme a demanda. "A incorporação é um grande avanço. Há dez anos, éramos chamados de loucos, antiéticos, havia preconceito. Ver isso sendo transformado em realidade é show." O investimento inicial do Ministério da Saúde será de US$ 1,9 milhão na compra de 2,5 milhões de comprimidos, o que deve atender a demanda pelo período de um ano. A distribuição da terapia no SUS começa em 180 dias. DROGA CONTRA HIV - Entenda benefícios e efeitos do medicamento Mario Scheffer, professor do departamento de saúde preventiva da USP, afirma que, pelo fato de a patente do Truvada estar em domínio público, fica aberto o caminho para os genéricos, o que reduziria o custo. Ainda cabe recurso da farmacêutica Gilead, fabricante da droga. Segundo ele, muitos dos grupos vulneráveis ainda não foram sequer informados sobre a distribuição ou do que se trata a prep. "Vai ter campanha dirigida aos mais vulneráveis informando sobre o novo direito? Faz tempo que o Ministério da Saúde censurou campanhas dirigidas aos homossexuais e profissionais do sexo", diz Scheffer. EFEITOS COLATERAIS Nos últimos anos, a discussão sobre a oferta da prep no SUS gerou questionamentos sobre a possibilidade de a terapia criar resistência ou causar efeitos colaterais em pessoas saudáveis, que, dificilmente, seriam convencidas a fazer uso diário de um remédio. Para Esper Kallás, a profilaxia provoca poucos efeitos colaterais. "São facilmente administráveis." Ele diz que outra grande vantagem da prep é trazer essas pessoas para o centro de assistência. "Não é só dar o remédio e prevenir os efeitos colaterais, é dar aconselhamento sobre o uso da camisinha e o teste de HIV com frequência, reduzir o número de parceiros. É uma ação em saúde pública." Para Kallás, a relação de custo e benefício da droga é altíssima porque, ao prevenir uma infecção nessa população vulnerável, várias outras pessoas estarão sendo poupadas do risco de se infectar com o vírus. A prevenção será ofertada nos serviços do SUS que já trabalham com prevenção do HIV. Segundo o ministério, a prep só será indicada após testagem do paciente para HIV, uma vez que ela é contraindicada para pessoas já infectadas pelo vírus. Nesses casos, ela pode causar resistência ao tratamento. Atualmente, 827 mil pessoas vivem com HIV/Aids no país. Desse total, 372 mil ainda não estão em tratamento, sendo que 260 mil já sabem que estão infectadas e 112 mil pessoas desconhecem o fato. Com a nova medida, o Brasil se torna o primeiro país da América Latina a utilizar essa estratégia de prevenção como política de saúde pública.
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Governo adota no SUS pílula que previne HIV em grupos de riscoO Ministério da Saúde anunciou nesta quarta (24) a incorporação no SUS de tratamento que previne a infecção pelo HIV. A terapia será ofertada a grupos mais expostos ao risco, como homens que fazem sexo com homens e profissionais do sexo. O tratamento consiste na administração diária do antirretroviral Truvada, que é uma combinação de outros dois medicamentos (tenofovir e emtricitabina), em pessoas não infectadas pelo HIV que mantêm relações de risco. No primeiro ano, o tratamento estará disponível para 7.000 pessoas, número que foi tido como insuficiente por especialistas durante discussão sobre o assunto na Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias), que recomendou a terapia. Segundo eles, o cálculo de 7.000 só atingiria 3,8% dos homens gays e bis –trans, travestis e heterossexuais não entrariam nesse cálculo. Estimativa feita nos EUA prevê que um quarto dos homens que fazem sexo com homens teriam recomendação para usar a a chamada "prep" (da sigla em inglês para profilaxia pré-exposição). Se a mesma proporção fosse usada no Brasil, mais de 220 mil pessoas deveriam receber a terapia. Desde 2012 a OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda a oferta de prep para casais sorodiscordantes (ou seja, em que um dos parceiros tem HIV), homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo e transgêneros (travestis e transexuais). As taxas de prevalência de HIV são mais elevadas nesses subgrupos populacionais (varia de 5% a 10%), quando comparadas às taxas na população geral (0,4%). No anúncio de ontem, o ministério não informou quais grupos de risco terão prioridade na indicação da droga. Para isso, segundo o órgão, profissionais da saúde vão realizar uma avaliação da vulnerabilidade do paciente. "Uma série de critérios deve ser levada em conta antes da indicação da prep, como o número de parceiros sexuais, os outros métodos de prevenção utilizados, o compromisso com a adesão ao medicamento, entre outros", afirmou Adele Benzaken, diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Para o infectologista Esper Kallás, professor e pesquisador da USP, a quantidade inicial prevista de comprimidos no Brasil não é problema porque a oferta poderá ser redimensionada conforme a demanda. "A incorporação é um grande avanço. Há dez anos, éramos chamados de loucos, antiéticos, havia preconceito. Ver isso sendo transformado em realidade é show." O investimento inicial do Ministério da Saúde será de US$ 1,9 milhão na compra de 2,5 milhões de comprimidos, o que deve atender a demanda pelo período de um ano. A distribuição da terapia no SUS começa em 180 dias. DROGA CONTRA HIV - Entenda benefícios e efeitos do medicamento Mario Scheffer, professor do departamento de saúde preventiva da USP, afirma que, pelo fato de a patente do Truvada estar em domínio público, fica aberto o caminho para os genéricos, o que reduziria o custo. Ainda cabe recurso da farmacêutica Gilead, fabricante da droga. Segundo ele, muitos dos grupos vulneráveis ainda não foram sequer informados sobre a distribuição ou do que se trata a prep. "Vai ter campanha dirigida aos mais vulneráveis informando sobre o novo direito? Faz tempo que o Ministério da Saúde censurou campanhas dirigidas aos homossexuais e profissionais do sexo", diz Scheffer. EFEITOS COLATERAIS Nos últimos anos, a discussão sobre a oferta da prep no SUS gerou questionamentos sobre a possibilidade de a terapia criar resistência ou causar efeitos colaterais em pessoas saudáveis, que, dificilmente, seriam convencidas a fazer uso diário de um remédio. Para Esper Kallás, a profilaxia provoca poucos efeitos colaterais. "São facilmente administráveis." Ele diz que outra grande vantagem da prep é trazer essas pessoas para o centro de assistência. "Não é só dar o remédio e prevenir os efeitos colaterais, é dar aconselhamento sobre o uso da camisinha e o teste de HIV com frequência, reduzir o número de parceiros. É uma ação em saúde pública." Para Kallás, a relação de custo e benefício da droga é altíssima porque, ao prevenir uma infecção nessa população vulnerável, várias outras pessoas estarão sendo poupadas do risco de se infectar com o vírus. A prevenção será ofertada nos serviços do SUS que já trabalham com prevenção do HIV. Segundo o ministério, a prep só será indicada após testagem do paciente para HIV, uma vez que ela é contraindicada para pessoas já infectadas pelo vírus. Nesses casos, ela pode causar resistência ao tratamento. Atualmente, 827 mil pessoas vivem com HIV/Aids no país. Desse total, 372 mil ainda não estão em tratamento, sendo que 260 mil já sabem que estão infectadas e 112 mil pessoas desconhecem o fato. Com a nova medida, o Brasil se torna o primeiro país da América Latina a utilizar essa estratégia de prevenção como política de saúde pública.
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Reforço das Forças Armadas será menor do que o pedido para Jogos
GUSTAVO URIBE AGUIRRE TALENTO VALDO CRUZ DE BRASÍLIA O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou nesta quinta-feira (23) que atenderá a pedido do governo do Rio de Janeiro e enviará reforço das Forças Armadas para o período da Olimpíada. Em entrevista à imprensa, o ministro ressaltou que o efetivo será inferior ao solicitado pelo governo estadual. Segundo a Folha apurou, a administração fluminense pediu 5 mil homens e o Palácio do Planalto decidiu enviar 4,5 mil, dos quais 3 mil das Forças Armadas e 1,5 mil da Força Nacional. De acordo com o ministro, com o repasse de R$ 2,9 bilhões para a gestão fluminense para a área de segurança pública, "não será necessário" o deslocamento do número pedido. "O pedido de reforço das Forças Armadas vai ser atendido. O presidente interino determinou que eu e o ministro da Defesa fechemos imediatamente esses números", disse Moraes. "Com a solução que foi dada pela medida provisória repassando recursos, não será necessário o número integral solicitado pelo Rio de Janeiro, mas vamos finalizar para que não haja nenhum problema", acrescentou. O pedido de reforço foi solicitado por meio de um ofício pelo presidente interno, Francisco Dornelles, para o período de 24 de julho a 19 de setembro. A ideia é que o efetivo extra garantisse a segurança em áreas como o Aeroporto do Galeão e a Avenida Brasil. A ideia inicial do Palácio do Planalto era anunciar o reforço nesta quinta-feira (23), após reunião do núcleo institucional do governo federal. As Forças Armadas, contudo, têm resistido a deslocar mais efetivos para o Rio de Janeiro, o que levou a gestão interina a adiar o anúncio. RECUSAS No início desta semana, o governo federal também não atendeu integralmente um pedido de recursos feito pelo Rio de Janeiro. A administração fluminense pediu um aporte de R$ 500 milhões para a conclusão da linha 4 do metrô, essencial para o transporte dos torcedores e que está sob risco de não ser concluída a tempo. Em reunião no Palácio do Jaburu, o presidente interino, Michel Temer, havia demonstrado disposição em atendê-lo. Na terça-feira (21), contudo, o Palácio do Planalto recuou e não previu o montante em publicação em edição extra do "Diário Oficial da União". Nos últimos dias, o presidente interino se irritou com a forma como Dornelles lidou com a crise financeira estadual. Para evitar a pressão de outras unidades federativas, o peemedebista queria que o Rio de Janeiro decretasse estado de calamidade pública após reunião no Palácio do Planalto na segunda-feira (20) com todos os governadores do país, e não antes do encontro, na sexta-feira (17). O presidente interino também não gostou da atitude do governador interino de não ter esperado na segunda-feira (20) o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) para uma reunião no Palácio do Planalto para discutir o socorro ao Estado.
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Reforço das Forças Armadas será menor do que o pedido para Jogos GUSTAVO URIBE AGUIRRE TALENTO VALDO CRUZ DE BRASÍLIA O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou nesta quinta-feira (23) que atenderá a pedido do governo do Rio de Janeiro e enviará reforço das Forças Armadas para o período da Olimpíada. Em entrevista à imprensa, o ministro ressaltou que o efetivo será inferior ao solicitado pelo governo estadual. Segundo a Folha apurou, a administração fluminense pediu 5 mil homens e o Palácio do Planalto decidiu enviar 4,5 mil, dos quais 3 mil das Forças Armadas e 1,5 mil da Força Nacional. De acordo com o ministro, com o repasse de R$ 2,9 bilhões para a gestão fluminense para a área de segurança pública, "não será necessário" o deslocamento do número pedido. "O pedido de reforço das Forças Armadas vai ser atendido. O presidente interino determinou que eu e o ministro da Defesa fechemos imediatamente esses números", disse Moraes. "Com a solução que foi dada pela medida provisória repassando recursos, não será necessário o número integral solicitado pelo Rio de Janeiro, mas vamos finalizar para que não haja nenhum problema", acrescentou. O pedido de reforço foi solicitado por meio de um ofício pelo presidente interno, Francisco Dornelles, para o período de 24 de julho a 19 de setembro. A ideia é que o efetivo extra garantisse a segurança em áreas como o Aeroporto do Galeão e a Avenida Brasil. A ideia inicial do Palácio do Planalto era anunciar o reforço nesta quinta-feira (23), após reunião do núcleo institucional do governo federal. As Forças Armadas, contudo, têm resistido a deslocar mais efetivos para o Rio de Janeiro, o que levou a gestão interina a adiar o anúncio. RECUSAS No início desta semana, o governo federal também não atendeu integralmente um pedido de recursos feito pelo Rio de Janeiro. A administração fluminense pediu um aporte de R$ 500 milhões para a conclusão da linha 4 do metrô, essencial para o transporte dos torcedores e que está sob risco de não ser concluída a tempo. Em reunião no Palácio do Jaburu, o presidente interino, Michel Temer, havia demonstrado disposição em atendê-lo. Na terça-feira (21), contudo, o Palácio do Planalto recuou e não previu o montante em publicação em edição extra do "Diário Oficial da União". Nos últimos dias, o presidente interino se irritou com a forma como Dornelles lidou com a crise financeira estadual. Para evitar a pressão de outras unidades federativas, o peemedebista queria que o Rio de Janeiro decretasse estado de calamidade pública após reunião no Palácio do Planalto na segunda-feira (20) com todos os governadores do país, e não antes do encontro, na sexta-feira (17). O presidente interino também não gostou da atitude do governador interino de não ter esperado na segunda-feira (20) o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) para uma reunião no Palácio do Planalto para discutir o socorro ao Estado.
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Crescimento econômico não se faz com truques nem feitiçaria
Quando o presidente da República, Michel Temer, afirma que "não há mais espaço para a feitiçaria na economia" e abre uma nova perspectiva para o futuro com o anúncio de um conjunto de medidas que, menos do que soluções emergenciais de curto prazo, indicam a preocupação de aumentar a produtividade do trabalho no médio prazo, ele marca o caminho que pretende seguir. Mostra que não está desatento às medidas microeconômicas infraconstitucionais que pareciam esquecidas no combate à crise fiscal. Está certo! Não há feitiçaria capaz de ilidir as restrições físicas e as identidades da contabilidade nacional que condicionam todas as sociedades, mesmo as inexistentes do socialismo "ideal". Não há feitiçaria capaz de superar o fato empírico de que o aumento da produtividade do trabalho depende da relação entre a quantidade e qualidade do capital posto à disposição de cada trabalhador preparado para operá-lo. Não há feitiçaria que faça crescer o estoque de capital sem o aumento do investimento líquido. Não há feitiçaria que possa superar o fato de que o desenvolvimento econômico, ou seja, o aumento da produtividade do trabalho, depende de uma harmonia permanente entre a expansão do consumo e a do investimento. O curto-prazismo da sociedade é a fonte do feitiço populista. Ele se apoia na ilusão de distribuir, voluntariamente, o estoque do que já foi produzido à custa da redução da relação entre capital e trabalho, o que termina, inexoravelmente, na murcha do crescimento. O governo de Dilma Rousseff chegou ao máximo de sua popularidade quando atingiu o máximo de seus equívocos! Michel Temer teve a habilidade de coordenar uma espécie de parlamentarismo de ocasião que já fez o que parecia impossível: aprovou a limitação do crescimento dos gastos correntes e colocou em discussão a reforma da Previdência. Amplia, agora, o esforço na direção de superar, com medidas microeconômicas, os obstáculos que impedem o aumento da produtividade do setor privado. Mas não basta. É chegada a hora de o Banco Central do Brasil dar conforto ao sistema bancário para, com os cuidados necessários, enfrentar o problema da desalavancagem que tem reduzido o crédito real da economia sem o qual qualquer recuperação é impossível. Seria bom, também, o governo convocar um grupo competente para preparar um projeto tributário que simplifique e distribua com mais justiça o peso do inevitável ajuste que deverá continuar, o que facilitará a vida do poder incumbente que elegeremos em 2018.
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Crescimento econômico não se faz com truques nem feitiçariaQuando o presidente da República, Michel Temer, afirma que "não há mais espaço para a feitiçaria na economia" e abre uma nova perspectiva para o futuro com o anúncio de um conjunto de medidas que, menos do que soluções emergenciais de curto prazo, indicam a preocupação de aumentar a produtividade do trabalho no médio prazo, ele marca o caminho que pretende seguir. Mostra que não está desatento às medidas microeconômicas infraconstitucionais que pareciam esquecidas no combate à crise fiscal. Está certo! Não há feitiçaria capaz de ilidir as restrições físicas e as identidades da contabilidade nacional que condicionam todas as sociedades, mesmo as inexistentes do socialismo "ideal". Não há feitiçaria capaz de superar o fato empírico de que o aumento da produtividade do trabalho depende da relação entre a quantidade e qualidade do capital posto à disposição de cada trabalhador preparado para operá-lo. Não há feitiçaria que faça crescer o estoque de capital sem o aumento do investimento líquido. Não há feitiçaria que possa superar o fato de que o desenvolvimento econômico, ou seja, o aumento da produtividade do trabalho, depende de uma harmonia permanente entre a expansão do consumo e a do investimento. O curto-prazismo da sociedade é a fonte do feitiço populista. Ele se apoia na ilusão de distribuir, voluntariamente, o estoque do que já foi produzido à custa da redução da relação entre capital e trabalho, o que termina, inexoravelmente, na murcha do crescimento. O governo de Dilma Rousseff chegou ao máximo de sua popularidade quando atingiu o máximo de seus equívocos! Michel Temer teve a habilidade de coordenar uma espécie de parlamentarismo de ocasião que já fez o que parecia impossível: aprovou a limitação do crescimento dos gastos correntes e colocou em discussão a reforma da Previdência. Amplia, agora, o esforço na direção de superar, com medidas microeconômicas, os obstáculos que impedem o aumento da produtividade do setor privado. Mas não basta. É chegada a hora de o Banco Central do Brasil dar conforto ao sistema bancário para, com os cuidados necessários, enfrentar o problema da desalavancagem que tem reduzido o crédito real da economia sem o qual qualquer recuperação é impossível. Seria bom, também, o governo convocar um grupo competente para preparar um projeto tributário que simplifique e distribua com mais justiça o peso do inevitável ajuste que deverá continuar, o que facilitará a vida do poder incumbente que elegeremos em 2018.
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INSS corta auxílio por depressão a mulher que pôs foto 'feliz' na web
Os segurados que recebem benefícios temporários do INSS devem ficar atentos ao que publicam nas redes sociais. Uma segurada que recebia auxílio-doença por depressão grave perdeu o benefício após colocar fotos de passeios no Facebook. O caso ocorreu em Ribeirão Preto (SP). A segurada provou, no posto, que estava com depressão desde novembro de 2013. Mas, em janeiro de 2014, o benefício foi cortado e ela entrou na Justiça. Em abril, novo laudo foi emitido, que confirmou o quadro, garantindo o auxílio por mais três meses. Foi justamente de abril a julho de 2014 que os registros, de passeios em cachoeiras, foram feitos. As fotos eram ainda acompanhadas de frases como "não estou me aguentando de tanta felicidade", "se sentindo animada" e "obrigada, Senhor, este ano está sendo mais que maravilhoso". Para a AGU (Advocacia-Geral da União), que representa o INSS, as postagens mostravam que ela tinha condição de voltar ao trabalho. Com isso, o perito reviu o laudo médico anterior. "Entendemos que uma pessoa com um quadro depressivo grave não apresentaria condições psíquicas para realizar passeios e emitir frases de otimismo. Portanto, consideramos que a paciente apresentou cessada sua incapacidade após o exame pericial." Para o advogado Rômulo Saraiva, ela poderia recorrer, mas não o fez. Apesar de ter perdido o benefício, recebeu o auxílio de janeiro a abril na Justiça.
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INSS corta auxílio por depressão a mulher que pôs foto 'feliz' na webOs segurados que recebem benefícios temporários do INSS devem ficar atentos ao que publicam nas redes sociais. Uma segurada que recebia auxílio-doença por depressão grave perdeu o benefício após colocar fotos de passeios no Facebook. O caso ocorreu em Ribeirão Preto (SP). A segurada provou, no posto, que estava com depressão desde novembro de 2013. Mas, em janeiro de 2014, o benefício foi cortado e ela entrou na Justiça. Em abril, novo laudo foi emitido, que confirmou o quadro, garantindo o auxílio por mais três meses. Foi justamente de abril a julho de 2014 que os registros, de passeios em cachoeiras, foram feitos. As fotos eram ainda acompanhadas de frases como "não estou me aguentando de tanta felicidade", "se sentindo animada" e "obrigada, Senhor, este ano está sendo mais que maravilhoso". Para a AGU (Advocacia-Geral da União), que representa o INSS, as postagens mostravam que ela tinha condição de voltar ao trabalho. Com isso, o perito reviu o laudo médico anterior. "Entendemos que uma pessoa com um quadro depressivo grave não apresentaria condições psíquicas para realizar passeios e emitir frases de otimismo. Portanto, consideramos que a paciente apresentou cessada sua incapacidade após o exame pericial." Para o advogado Rômulo Saraiva, ela poderia recorrer, mas não o fez. Apesar de ter perdido o benefício, recebeu o auxílio de janeiro a abril na Justiça.
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Ponte para o futuro
BRASÍLIA - O Senado ainda não confirmou o impeachment de Dilma Rousseff, mas Michel Temer já faz planos para se enraizar na cadeira de presidente. É o que se depreende das conversas, mais ou menos públicas, em que aliados do interino dizem que ele deve se candidatar ao Planalto em 2018. O projeto foi escancarado pelo novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" no domingo (31). No mesmo dia, a Folha mostrou que ao menos três ministros do novo regime têm falado em lançar o chefe na próxima corrida presidencial. A rigor, Temer não disputaria a reeleição. O peemedebista foi eleito vice-presidente duas vezes, em 2010 e 2014, de carona nos votos de Dilma. Mudou de cargo graças ao afastamento da petista, que ele ajudou a articular no Congresso. Uma candidatura em 2018 seria seu primeiro teste como cabeça de chapa numa disputa majoritária, após mais de três décadas na política. A hipótese Temer-2018 só se tornará viável se ele conseguir cumprir três tarefas: estabilizar a economia, reverter sua impopularidade e escapar das próximas delações da Lava Jato. Como nada disso será resolvido no curto prazo, o debate sobre a sucessão parece precipitado. Mesmo assim, as articulações já começam a causar atrito. A base que sustenta o interino reúne ao menos quatro políticos com aspirações presidenciais: os ministros José Serra (Relações Exteriores) e Henrique Meirelles (Fazenda), o governador Geraldo Alckmin e o senador Aécio Neves. Temer sabe que depende da boa vontade deles para se equilibrar no cargo. Por isso se apressou a dizer que não pretende ser candidato em 2018, repetindo o que disse antes do afastamento de Dilma. Os presidenciáveis ouviram a promessa, mas ao menos um deles se mantém desconfiado. Em meados do ano passado, o mesmo Temer dizia que o impeachment era algo "inviável e impensável".
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Ponte para o futuroBRASÍLIA - O Senado ainda não confirmou o impeachment de Dilma Rousseff, mas Michel Temer já faz planos para se enraizar na cadeira de presidente. É o que se depreende das conversas, mais ou menos públicas, em que aliados do interino dizem que ele deve se candidatar ao Planalto em 2018. O projeto foi escancarado pelo novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" no domingo (31). No mesmo dia, a Folha mostrou que ao menos três ministros do novo regime têm falado em lançar o chefe na próxima corrida presidencial. A rigor, Temer não disputaria a reeleição. O peemedebista foi eleito vice-presidente duas vezes, em 2010 e 2014, de carona nos votos de Dilma. Mudou de cargo graças ao afastamento da petista, que ele ajudou a articular no Congresso. Uma candidatura em 2018 seria seu primeiro teste como cabeça de chapa numa disputa majoritária, após mais de três décadas na política. A hipótese Temer-2018 só se tornará viável se ele conseguir cumprir três tarefas: estabilizar a economia, reverter sua impopularidade e escapar das próximas delações da Lava Jato. Como nada disso será resolvido no curto prazo, o debate sobre a sucessão parece precipitado. Mesmo assim, as articulações já começam a causar atrito. A base que sustenta o interino reúne ao menos quatro políticos com aspirações presidenciais: os ministros José Serra (Relações Exteriores) e Henrique Meirelles (Fazenda), o governador Geraldo Alckmin e o senador Aécio Neves. Temer sabe que depende da boa vontade deles para se equilibrar no cargo. Por isso se apressou a dizer que não pretende ser candidato em 2018, repetindo o que disse antes do afastamento de Dilma. Os presidenciáveis ouviram a promessa, mas ao menos um deles se mantém desconfiado. Em meados do ano passado, o mesmo Temer dizia que o impeachment era algo "inviável e impensável".
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Mas será o Benedito?
Vários candidatos têm sido cotados nos últimos dias para a vaga deixada por Joaquim Barbosa no STF (Supremo Tribunal Federal). Na semana passada, o ex-deputado petista e advogado Sigmaringa Seixas levou ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o nome do jurista gaúcho Luiz Edson Fachin. Renan avisou ao Palácio do Planalto que Fachin não passa, dadas suas ligações históricas com o PT e a CUT (Central Única dos Trabalhadores). Renan está em pé de guerra com o PT e o governo da presidente Dilma Rousseff, e tem dito que não apoiará nenhuma indicação com a digital do partido. Pelo visto, Fachin está fora, apesar de ter recebido o beneplácito de Sigmaringa, mentor no PT para nomeações no Judiciário. No final de semana passado, conforme a Folha revelou nesta segunda (30), o ministro Mauro Campbell (Superior Tribunal de Justiça) estava bem próximo de ser nomeado para a cadeira de Barbosa, vaga desde julho do ano passado. Nesse tipo de disputa, à medida que um sobe, forças opositoras passam a agir, na defesa de outros interesses e candidaturas. E assim voltou ao cenário o nome de Luís Inácio Adams, advogado-geral da União. O amazonense Campbell continua no páreo. Tem a seu favor três predicados (diante das atuais circunstâncias): não é petista, ostenta o peso do STJ e tem como padrinho o ministro Eduardo Braga (Minas e Energia), peemedebista e também amazonense. A nomeação de Campbell, no entanto, poderia ser interpretada como capitulação de Dilma perante as ameaças e chantagens de Renan e do PMDB. Adams conta com forte apoio do PT, incluindo o ex-presidente Lula. E por isso mesmo, assim como Fachin, terá dificuldades para passar pelo crivo peemedebista. Surge, assim, uma "terceira via", um nome que já fora cogitado outras vezes, mas que era considerado ultimamente carta fora do baralho: o também ministro do STJ Benedito Gonçalves. Benedito, assim como Barbosa, é negro —um dos poucos a ocupar alto cargo no Judiciário brasileiro. Vários congressistas e lideranças da causa negra têm pressionado Dilma a indicar Benedito, o que tem desagradado a presidente. Num período de Operação Lava Jato, gravíssimas crises econômica e política e guerra campal aberta pelo PMDB, a questão racial para a indicação no STF é uma das últimas preocupações da presidente, a despeito do bom currículo de Benedito, um juiz federal de carreira, formado na UFRJ. Há quem defenda no governo, contudo, que o tema "cota" poderia servir exatamente como o instrumento necessário para furar o bloqueio do "partido aliado". Num país de racismo disfarçado, numa Corte Suprema caucasiana formada por Lewandowskis, Toffolis, Zavasckis e Webers, a nomeação de um negro Gonçalves —frise-se, com currículo para o cargo— poderia soar como uma questão de justiça. E Benedito tem a credencial do STJ, contra cujo detentor político algum gosta de comprar briga. Pelo que se vê, a nomeação para o STF, que deve ser anunciada nos próximos dias, será bem disputada até o final.
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Mas será o Benedito?Vários candidatos têm sido cotados nos últimos dias para a vaga deixada por Joaquim Barbosa no STF (Supremo Tribunal Federal). Na semana passada, o ex-deputado petista e advogado Sigmaringa Seixas levou ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o nome do jurista gaúcho Luiz Edson Fachin. Renan avisou ao Palácio do Planalto que Fachin não passa, dadas suas ligações históricas com o PT e a CUT (Central Única dos Trabalhadores). Renan está em pé de guerra com o PT e o governo da presidente Dilma Rousseff, e tem dito que não apoiará nenhuma indicação com a digital do partido. Pelo visto, Fachin está fora, apesar de ter recebido o beneplácito de Sigmaringa, mentor no PT para nomeações no Judiciário. No final de semana passado, conforme a Folha revelou nesta segunda (30), o ministro Mauro Campbell (Superior Tribunal de Justiça) estava bem próximo de ser nomeado para a cadeira de Barbosa, vaga desde julho do ano passado. Nesse tipo de disputa, à medida que um sobe, forças opositoras passam a agir, na defesa de outros interesses e candidaturas. E assim voltou ao cenário o nome de Luís Inácio Adams, advogado-geral da União. O amazonense Campbell continua no páreo. Tem a seu favor três predicados (diante das atuais circunstâncias): não é petista, ostenta o peso do STJ e tem como padrinho o ministro Eduardo Braga (Minas e Energia), peemedebista e também amazonense. A nomeação de Campbell, no entanto, poderia ser interpretada como capitulação de Dilma perante as ameaças e chantagens de Renan e do PMDB. Adams conta com forte apoio do PT, incluindo o ex-presidente Lula. E por isso mesmo, assim como Fachin, terá dificuldades para passar pelo crivo peemedebista. Surge, assim, uma "terceira via", um nome que já fora cogitado outras vezes, mas que era considerado ultimamente carta fora do baralho: o também ministro do STJ Benedito Gonçalves. Benedito, assim como Barbosa, é negro —um dos poucos a ocupar alto cargo no Judiciário brasileiro. Vários congressistas e lideranças da causa negra têm pressionado Dilma a indicar Benedito, o que tem desagradado a presidente. Num período de Operação Lava Jato, gravíssimas crises econômica e política e guerra campal aberta pelo PMDB, a questão racial para a indicação no STF é uma das últimas preocupações da presidente, a despeito do bom currículo de Benedito, um juiz federal de carreira, formado na UFRJ. Há quem defenda no governo, contudo, que o tema "cota" poderia servir exatamente como o instrumento necessário para furar o bloqueio do "partido aliado". Num país de racismo disfarçado, numa Corte Suprema caucasiana formada por Lewandowskis, Toffolis, Zavasckis e Webers, a nomeação de um negro Gonçalves —frise-se, com currículo para o cargo— poderia soar como uma questão de justiça. E Benedito tem a credencial do STJ, contra cujo detentor político algum gosta de comprar briga. Pelo que se vê, a nomeação para o STF, que deve ser anunciada nos próximos dias, será bem disputada até o final.
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Procuradoria denuncia acusados de tortura na ditadura
O Ministério Público Federal em São Paulo ofereceu à Justiça, no último mês, uma série de denúncias contra ex-agentes da ditadura (1964-1985) acusados de tortura, homicídio e outros crimes. Entre os denunciados estão dois militares que já haviam sido apontados pela presidente Dilma Rousseff como seus algozes na prisão: Maurício Lopes Lima e Homero Cesar Machado. As denúncias não se referem à tortura contra Dilma. Na denúncia mais recente, desta terça (22), o ex-chefe do DOI-Codi em São Paulo, Audir Santos Maciel, é acusado de homicídio e ocultação do cadáver do militante político José Montenegro de Lima. Segundo a Procuradoria, o militante do PCB, conhecido como Magrão, foi assassinado em 29 de setembro de 1975 com uma injeção usada em sacrifícios de cavalos e teve seu corpo atirado no rio Novo, em Avaré (SP). O corpo nunca foi encontrado. Maciel, à época tenente-coronel, teria executado Magrão em um centro clandestino de torturas na rodovia Castello Branco, em Araçariguama (SP). A Folha contatou a família de Maciel, que informou que seu advogado comentaria as acusações, o que não ocorreu até a publicação desta reportagem. Em novembro, a Procuradoria denunciou, também por homicídio e ocultação de cadáver, quatro ex-agentes da ditadura pela morte do operário Virgílio Gomes da Silva, conhecido como Jonas, em 1969. Segundo o MPF, o major Inocêncio Fabrício de Matos era um dos chefes da Operação Bandeirante (Oban) e participou, junto com seus subordinados Homero Cesar Machado, Maurício Lopes Lima e João Thomaz, da prisão e da tortura de Silva. Já no último dia 14, foram denunciados dois delegados e um investigador de polícia acusados de torturar e matar, em 17 de abril de 1971, Joaquim Alencar de Seixas, militante do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT).
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Procuradoria denuncia acusados de tortura na ditaduraO Ministério Público Federal em São Paulo ofereceu à Justiça, no último mês, uma série de denúncias contra ex-agentes da ditadura (1964-1985) acusados de tortura, homicídio e outros crimes. Entre os denunciados estão dois militares que já haviam sido apontados pela presidente Dilma Rousseff como seus algozes na prisão: Maurício Lopes Lima e Homero Cesar Machado. As denúncias não se referem à tortura contra Dilma. Na denúncia mais recente, desta terça (22), o ex-chefe do DOI-Codi em São Paulo, Audir Santos Maciel, é acusado de homicídio e ocultação do cadáver do militante político José Montenegro de Lima. Segundo a Procuradoria, o militante do PCB, conhecido como Magrão, foi assassinado em 29 de setembro de 1975 com uma injeção usada em sacrifícios de cavalos e teve seu corpo atirado no rio Novo, em Avaré (SP). O corpo nunca foi encontrado. Maciel, à época tenente-coronel, teria executado Magrão em um centro clandestino de torturas na rodovia Castello Branco, em Araçariguama (SP). A Folha contatou a família de Maciel, que informou que seu advogado comentaria as acusações, o que não ocorreu até a publicação desta reportagem. Em novembro, a Procuradoria denunciou, também por homicídio e ocultação de cadáver, quatro ex-agentes da ditadura pela morte do operário Virgílio Gomes da Silva, conhecido como Jonas, em 1969. Segundo o MPF, o major Inocêncio Fabrício de Matos era um dos chefes da Operação Bandeirante (Oban) e participou, junto com seus subordinados Homero Cesar Machado, Maurício Lopes Lima e João Thomaz, da prisão e da tortura de Silva. Já no último dia 14, foram denunciados dois delegados e um investigador de polícia acusados de torturar e matar, em 17 de abril de 1971, Joaquim Alencar de Seixas, militante do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT).
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Ex-ministro chinês é acusado de aceitar subornos e abuso de poder
O ex-ministro de Segurança da China Zhou Yongkang foi acusado pelas autoridades judiciais do país asiático de "aceitar subornos, abuso de poder e revelar intencionalmente segredos de Estado". Segundo informa nesta sexta-feira a agência oficial de notícias Xinhua, a acusação foi apresentada hoje pela procuradoria municipal da cidade de Tianjin perante o Tribunal Popular Intermédio número 1 desta mesma cidade, vizinha a Pequim. Este é o primeiro passo para denunciar judicialmente o líder político de maior peso acusado de corrupção em décadas e um dos ex-altos cargos do regime de maior relevância que é processado no marco da campanha anticorrupção empreendida pelo presidente Xi Jinping desde a sua chegada ao poder, há pouco mais de dois anos. Zhou Yongkang, 72, foi ministro da Segurança Pública entre 2002 e 2007 e membro, entre 2007 e 2012, do Comitê Permanente do Partido Comunista Chinês, o reduzido grupo que toma as decisões mais importantes na China, que então contava com nove membros (agora com sete), entre elas o presidente e o primeiro-ministro. De acordo com o documento da procuradoria, Zhou "se aproveitou de seus cargos para oferecer interesses a terceiros e aceitou ilegalmente grandes quantias de dinheiro e propriedades". "O abuso de poder de Zhou provocou enormes perdas para as propriedades e interesses do Estado e da sociedade. O impacto social foi ruim e seus atos são especialmente sérios", destaca a acusação. Também assegura que "divulgou segredos de Estado" de maneira deliberada, outro delito que classifica de "especialmente sério". INVESTIGAÇÃO A acusação judicial contra o homem conhecido como "czar da Segurança" é divulgada meses depois que se confirmou (em julho do ano passado) a investigação sobre Zhou por "sérias violações de disciplina", um eufemismo utilizado no país que faz referência à corrupção. Após a obtenção das primeiras provas, o ex-ministro foi finalmente detido e expulso do Partido em dezembro do ano passado. Zhou será o funcionário de maior relevância que enfrentará um julgamento por corrupção na China depois de Bo Xilai, o ex-líder provincial condenado à prisão perpétua em setembro de 2013, e com quem Zhou tinha uma estreita relação. Até o momento, mais de 90 altos cargos políticos, entre eles 63 de menor categoria ministerial, e 30 generais do exército foram postos sob investigação como suspeitos de "violações de disciplinas", no marco da campanha empreendida pelo presidente.
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Ex-ministro chinês é acusado de aceitar subornos e abuso de poderO ex-ministro de Segurança da China Zhou Yongkang foi acusado pelas autoridades judiciais do país asiático de "aceitar subornos, abuso de poder e revelar intencionalmente segredos de Estado". Segundo informa nesta sexta-feira a agência oficial de notícias Xinhua, a acusação foi apresentada hoje pela procuradoria municipal da cidade de Tianjin perante o Tribunal Popular Intermédio número 1 desta mesma cidade, vizinha a Pequim. Este é o primeiro passo para denunciar judicialmente o líder político de maior peso acusado de corrupção em décadas e um dos ex-altos cargos do regime de maior relevância que é processado no marco da campanha anticorrupção empreendida pelo presidente Xi Jinping desde a sua chegada ao poder, há pouco mais de dois anos. Zhou Yongkang, 72, foi ministro da Segurança Pública entre 2002 e 2007 e membro, entre 2007 e 2012, do Comitê Permanente do Partido Comunista Chinês, o reduzido grupo que toma as decisões mais importantes na China, que então contava com nove membros (agora com sete), entre elas o presidente e o primeiro-ministro. De acordo com o documento da procuradoria, Zhou "se aproveitou de seus cargos para oferecer interesses a terceiros e aceitou ilegalmente grandes quantias de dinheiro e propriedades". "O abuso de poder de Zhou provocou enormes perdas para as propriedades e interesses do Estado e da sociedade. O impacto social foi ruim e seus atos são especialmente sérios", destaca a acusação. Também assegura que "divulgou segredos de Estado" de maneira deliberada, outro delito que classifica de "especialmente sério". INVESTIGAÇÃO A acusação judicial contra o homem conhecido como "czar da Segurança" é divulgada meses depois que se confirmou (em julho do ano passado) a investigação sobre Zhou por "sérias violações de disciplina", um eufemismo utilizado no país que faz referência à corrupção. Após a obtenção das primeiras provas, o ex-ministro foi finalmente detido e expulso do Partido em dezembro do ano passado. Zhou será o funcionário de maior relevância que enfrentará um julgamento por corrupção na China depois de Bo Xilai, o ex-líder provincial condenado à prisão perpétua em setembro de 2013, e com quem Zhou tinha uma estreita relação. Até o momento, mais de 90 altos cargos políticos, entre eles 63 de menor categoria ministerial, e 30 generais do exército foram postos sob investigação como suspeitos de "violações de disciplinas", no marco da campanha empreendida pelo presidente.
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Com torcida no Japão, River estreia em busca de título inédito para Argentina
Após três derrotas de equipes argentinas desde que o Mundial de Clubes passou a ser disputado no atual formato, o River Plate é o candidato da vez a dar o primeiro título da competição ao país. A estreia no torneio será às 8h30 desta quarta (16), contra o Sanfrecce Hiroshima, em Osaka. Boca Juniors, em 2007, Estudiantes, em 2009, e San Lorenzo, no ano passado, perderam nas finais para Milan, Barcelona e Real Madrid, respectivamente. Considerando a edição de 2000 e aquelas a partir de 2005, o Brasil tem quatro títulos do torneio, à frente da Espanha (três), Itália (dois), Alemanha e Inglaterra (ambas com um). Uma possível conquista do River Plate seria o coroamento da equipe. Nas duas últimas temporadas, o time faturou o torneio final do Campeonato Argentino e a Copa Sul-Americana, em 2014, além da Libertadores e da Recopa Sul-Americana, em 2015. Empolgados pelo retrospecto recente, torcedores do clube foram ao Japão. Segundo o jornal "Olé", mais de de oito mil argentinos foram ao Japão para acompanhar a equipe. A expectativa para um provável duelo contra o Barcelona é alta, mas antes será preciso passar pelo Sanfrecce Hiroshima. O atual campeão japonês já derrotou o Auckland City, da Nova Zelândia, e o Mazembe, do Congo, na competição. Como inspiração, o River tem a vitória sobre o Gamba Osaka na Copa Suruga Bank, torneio entre os campeões da Sul-Americana e da Copa da Liga Japonesa, disputado em agosto. Se por um lado os argentinos nunca levaram a taça do Mundial, também não passaram vexame com eliminações precoces, diferentemente dos brasileiros. Em 2010, o Inter caiu diante do Mazembe, e em 2013 o Atlético-MG acabou derrotado pelo Raja Casablanca, do Marrocos. O técnico Marcelo Gallardo confirmou a equipe titular para a estreia com Barovero; Mercado, Maidana, Álvarez Balanta, Vangioni; Sánchez, Kranevitter, Ponzio; Pisculichi; Mora e Alario. PRESIDENTE RESISTE Antes mesmo de tomar posse, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, que presidiu o Boca Juniors entre 1995 e 2007, foi colocado em uma saia justa por jornalistas. Questionado sobre a participação do River Plate no Mundial, ele respondeu com bom humor. "Torcer para o River Plate é complicado. Claro que se vencerem o Mundial vou receber a delegação na condição de presidente. Mas não me peçam para torcer pelo River", brincou.
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Com torcida no Japão, River estreia em busca de título inédito para ArgentinaApós três derrotas de equipes argentinas desde que o Mundial de Clubes passou a ser disputado no atual formato, o River Plate é o candidato da vez a dar o primeiro título da competição ao país. A estreia no torneio será às 8h30 desta quarta (16), contra o Sanfrecce Hiroshima, em Osaka. Boca Juniors, em 2007, Estudiantes, em 2009, e San Lorenzo, no ano passado, perderam nas finais para Milan, Barcelona e Real Madrid, respectivamente. Considerando a edição de 2000 e aquelas a partir de 2005, o Brasil tem quatro títulos do torneio, à frente da Espanha (três), Itália (dois), Alemanha e Inglaterra (ambas com um). Uma possível conquista do River Plate seria o coroamento da equipe. Nas duas últimas temporadas, o time faturou o torneio final do Campeonato Argentino e a Copa Sul-Americana, em 2014, além da Libertadores e da Recopa Sul-Americana, em 2015. Empolgados pelo retrospecto recente, torcedores do clube foram ao Japão. Segundo o jornal "Olé", mais de de oito mil argentinos foram ao Japão para acompanhar a equipe. A expectativa para um provável duelo contra o Barcelona é alta, mas antes será preciso passar pelo Sanfrecce Hiroshima. O atual campeão japonês já derrotou o Auckland City, da Nova Zelândia, e o Mazembe, do Congo, na competição. Como inspiração, o River tem a vitória sobre o Gamba Osaka na Copa Suruga Bank, torneio entre os campeões da Sul-Americana e da Copa da Liga Japonesa, disputado em agosto. Se por um lado os argentinos nunca levaram a taça do Mundial, também não passaram vexame com eliminações precoces, diferentemente dos brasileiros. Em 2010, o Inter caiu diante do Mazembe, e em 2013 o Atlético-MG acabou derrotado pelo Raja Casablanca, do Marrocos. O técnico Marcelo Gallardo confirmou a equipe titular para a estreia com Barovero; Mercado, Maidana, Álvarez Balanta, Vangioni; Sánchez, Kranevitter, Ponzio; Pisculichi; Mora e Alario. PRESIDENTE RESISTE Antes mesmo de tomar posse, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, que presidiu o Boca Juniors entre 1995 e 2007, foi colocado em uma saia justa por jornalistas. Questionado sobre a participação do River Plate no Mundial, ele respondeu com bom humor. "Torcer para o River Plate é complicado. Claro que se vencerem o Mundial vou receber a delegação na condição de presidente. Mas não me peçam para torcer pelo River", brincou.
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Sob custódia
Semana que vem, uma comissão do Senado Federal aprovará um projeto de lei para reduzir nossa dose cotidiana de brutalidade: em casos de prisão em flagrante, a polícia ficará obrigada a apresentar o detento perante um juiz em até 24 horas. O magistrado então decidirá se o sujeito responde ao processo criminal em liberdade ou atrás das grades. Trata-se de um direito já codificado em normas internacionais. Na América Latina, os únicos que não contam com o mecanismo são Cuba e Brasil. Nosso atraso é terrível. A vasta maioria das pessoas presas em flagrante passa meses de prisão antes de ter a primeira audiência. O processo superlota o sistema prisional, fortalece as gangues que lá proliferam e faz do Brasil um campeão mundial de detenções arbitrárias em casos de ofensas não-violentas. Tem mais. Pesquisas recentes revelam que o sistema atual contribui para o uso disseminado da tortura por parte de agentes do Estado brasileiro. Isso ocorre porque é nas horas imediatamente seguintes à detenção que se concentram os espancamentos, os estupros, os eletrochoques e a asfixia por saco plástico que compõem o repertório do terror. A evidência mostra que a apresentação imediata do detento perante um juiz tem poder dissuasório contra a prática da tortura. A mudança na lei é impulsionada por uma aliança recente entre Comissão Nacional de Justiça, 12 governadores hoje acuados pela crise do sistema prisional e seus senadores. Juntos, eles montaram um programa piloto com resultados impressionantes. Quando um juiz decide sobre a custódia de prisioneiros com base em documentos escritos, apenas 10% dos detentos respondem ao processo em liberdade. Quando há uma audiência presencial, o número salta para 60%. Se virar lei, o projeto que ora tramita no Senado transformará o sistema prisional. Para vingar, porém, o projeto terá de superar as forças do atraso à esquerda e à direita. Basta lembrar da declaração de Dilma Rousseff em Harvard, há três anos: "Eu não tenho como impedir em todas as delegacias do Brasil de haver tortura", disse a presidente, ao arrepio da evidência empírica. E arrematou: "Sei do que acontece em Guantánamo", como se um crime justificasse o outro. O projeto ainda terá de atravessar a Câmara dos Deputados, onde corporações policiais influentes são avessas à proposta. Elas já circulam um texto alternativo segundo o qual as audiências com detentos não seriam conduzidas por juízes, mas por delegados de polícia. Com sorte, aqueles que resistem à ideia de que o Estado brasileiro serve ao cidadão não passarão.
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Sob custódiaSemana que vem, uma comissão do Senado Federal aprovará um projeto de lei para reduzir nossa dose cotidiana de brutalidade: em casos de prisão em flagrante, a polícia ficará obrigada a apresentar o detento perante um juiz em até 24 horas. O magistrado então decidirá se o sujeito responde ao processo criminal em liberdade ou atrás das grades. Trata-se de um direito já codificado em normas internacionais. Na América Latina, os únicos que não contam com o mecanismo são Cuba e Brasil. Nosso atraso é terrível. A vasta maioria das pessoas presas em flagrante passa meses de prisão antes de ter a primeira audiência. O processo superlota o sistema prisional, fortalece as gangues que lá proliferam e faz do Brasil um campeão mundial de detenções arbitrárias em casos de ofensas não-violentas. Tem mais. Pesquisas recentes revelam que o sistema atual contribui para o uso disseminado da tortura por parte de agentes do Estado brasileiro. Isso ocorre porque é nas horas imediatamente seguintes à detenção que se concentram os espancamentos, os estupros, os eletrochoques e a asfixia por saco plástico que compõem o repertório do terror. A evidência mostra que a apresentação imediata do detento perante um juiz tem poder dissuasório contra a prática da tortura. A mudança na lei é impulsionada por uma aliança recente entre Comissão Nacional de Justiça, 12 governadores hoje acuados pela crise do sistema prisional e seus senadores. Juntos, eles montaram um programa piloto com resultados impressionantes. Quando um juiz decide sobre a custódia de prisioneiros com base em documentos escritos, apenas 10% dos detentos respondem ao processo em liberdade. Quando há uma audiência presencial, o número salta para 60%. Se virar lei, o projeto que ora tramita no Senado transformará o sistema prisional. Para vingar, porém, o projeto terá de superar as forças do atraso à esquerda e à direita. Basta lembrar da declaração de Dilma Rousseff em Harvard, há três anos: "Eu não tenho como impedir em todas as delegacias do Brasil de haver tortura", disse a presidente, ao arrepio da evidência empírica. E arrematou: "Sei do que acontece em Guantánamo", como se um crime justificasse o outro. O projeto ainda terá de atravessar a Câmara dos Deputados, onde corporações policiais influentes são avessas à proposta. Elas já circulam um texto alternativo segundo o qual as audiências com detentos não seriam conduzidas por juízes, mas por delegados de polícia. Com sorte, aqueles que resistem à ideia de que o Estado brasileiro serve ao cidadão não passarão.
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Probióticos caseiros, kombucha e kefir são a nova moda nutricional
Uma nova onda de alimentos funcionais tem surgido nas lojas de produtos naturais e cozinhas brasileiras. Liderada pela kombucha e pelo kefir, a revolução fermentada vem ao estilo faça você mesmo. Esses produtos do Oriente são culturas de bactérias e leveduras capazes de fermentar leite, chá ou suco de frutas, produzindo substâncias que chegam vivas ao intestino, conhecidas como probióticos. Para o médico microbiologista Djalma Marques, que pesquisa e produz o kefir há mais de duas décadas, nunca a procura esteve tão em alta. "Só consigo atender 5% da demanda, que inclusive, vem de fora do país", diz ele, que faz planos para a expansão da Biologicus, marca de produtos à base de kefir que começou no Maranhão e se prepara para abrir uma fábrica em Recife (PE), para atender o mercado nacional. Os probióticos em si não são novidade. Há décadas iogurtes "aditivados" e leite fermentado com bactérias vivas são consumidos. A novidade é a produção caseira e a diversidade de micro-organismos, que vêm na esteira do "boom" das pesquisas sobre a microbiota intestinal. "O alimento com probiótico reduz o risco de doenças. Se consumido regularmente, ele ajuda a manter o equilíbrio da microbiota e o indivíduo fica menos exposto a infecções quando consumir um alimento contaminado. Mas ele não cura doenças", explica Suzana Saad, professora do departamento de tecnologia bioquímico-farmacêutica da Farmácia da USP. A microbiota é o que se costumava chamar de flora intestinal –termo hoje não mais utilizado por especialistas. É do equilíbrio desse conjunto de micro-organismos que depende a saúde do intestino. A FAO, braço da ONU para agricultura e alimentação, define como probióticos "micro-organismos vivos, administrados em quantidades adequadas, que conferem benefícios à saúde do hospedeiro". Mesmo antes do Yakult, os lactobacilos já vinham frequentando a cozinha e tinham provado seu valor nutricional. Na região do Cáucaso, na Europa Oriental, pastores de ovelhas costumavam guardar o leite em bolsas de couro. O líquido coalhava e deixava uns grãos no fundo. Esses grãos, de sabor azedo, mostravam ter efeito sobre a imunidade. A região tem um dos povos mais longevos daquele continente, que associam uma dieta pobre em proteína animal ao consumo do kefir, que em turco quer dizer "sentir-se bem". "Durante meu mestrado na Europa, soube desse probiótico e fui visitar a região da Chechênia. Lá, eles vendem kefir até no semáforo. Os probióticos também eram muito usados nos hospitais em que atuei. A partir daí, voltei toda minha pesquisa para isso e trouxe para o Brasil", conta Djalma Marques. COUVE-FLOR AMASSADA Os cultivos de kefir têm a aparência de uma couve-flor amassada. Após alguns dias no leite ou suco, eles são coados e podem ser reproduzidos e reutilizados. Já a kombucha tem origem asiática e há relatos do seu uso desde cerca de 200 a.C, na China. A bebida é produto de uma fermentação do chá feita por um conjunto de micro-organismos vivendo em simbiose na chamado zooglea. Trata-se de um disco gelatinoso, apelidado pelos entusiastas da kombucha de "Scoby". Ao repousá-lo por alguns dias em chá adoçado com açúcar, ele fermenta a bebida, dando um gosto ácido e levemente gaseificado, que ainda pode ser adicionado de sabores e temperos. Os entusiastas da kombucha e do kefir mantêm a tradição de doar "mudas" de seus cultivos de micro-organismos aos amigos, mas algumas lojas especializadas e sites já vendem "culturas-mães" por cerca de R$ 50. Uma revisão de estudos publicada no periódico americano "Journal of Food Science" reuniu pesquisas ao longo da década passada com a kombucha em vários países, mostrando resultados positivos principalmente na proteção do fígado e na melhora da imunidade. O artigo, porém, conclui que ainda é cedo para apontar resultados definitivos e que a pesquisa com a bebida ainda engatinha, apesar da sua popularidade. "A kombucha é conhecida no Ocidente desde 1960. Só agora está sendo resgatada como um probiótico caseiro, com um benefício que não se encontra em qualquer alimento", diz a empresária Cláudia Cardoso, da Biozen Kombucha, que fabrica e envasa a bebida em Curitiba (PR). Ela diz que as dificuldades em popularizar a kombucha pronta no Brasil vêm da própria natureza da bebida. "Ela é um alimento vivo, tem seu tempo de fermentação." Os produtores dizem que o consumo é seguro, mas pessoas com diabetes, mães amamentando e pessoas com alergias a algum dos ingredientes devem ter atenção extra. Também é preciso estar atento para a contaminação das culturas por fungos tóxicos –seja por causa de utensílios não esterilizados ou armazenagem incorreta. Aprenda a preparar a kombucha
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Probióticos caseiros, kombucha e kefir são a nova moda nutricionalUma nova onda de alimentos funcionais tem surgido nas lojas de produtos naturais e cozinhas brasileiras. Liderada pela kombucha e pelo kefir, a revolução fermentada vem ao estilo faça você mesmo. Esses produtos do Oriente são culturas de bactérias e leveduras capazes de fermentar leite, chá ou suco de frutas, produzindo substâncias que chegam vivas ao intestino, conhecidas como probióticos. Para o médico microbiologista Djalma Marques, que pesquisa e produz o kefir há mais de duas décadas, nunca a procura esteve tão em alta. "Só consigo atender 5% da demanda, que inclusive, vem de fora do país", diz ele, que faz planos para a expansão da Biologicus, marca de produtos à base de kefir que começou no Maranhão e se prepara para abrir uma fábrica em Recife (PE), para atender o mercado nacional. Os probióticos em si não são novidade. Há décadas iogurtes "aditivados" e leite fermentado com bactérias vivas são consumidos. A novidade é a produção caseira e a diversidade de micro-organismos, que vêm na esteira do "boom" das pesquisas sobre a microbiota intestinal. "O alimento com probiótico reduz o risco de doenças. Se consumido regularmente, ele ajuda a manter o equilíbrio da microbiota e o indivíduo fica menos exposto a infecções quando consumir um alimento contaminado. Mas ele não cura doenças", explica Suzana Saad, professora do departamento de tecnologia bioquímico-farmacêutica da Farmácia da USP. A microbiota é o que se costumava chamar de flora intestinal –termo hoje não mais utilizado por especialistas. É do equilíbrio desse conjunto de micro-organismos que depende a saúde do intestino. A FAO, braço da ONU para agricultura e alimentação, define como probióticos "micro-organismos vivos, administrados em quantidades adequadas, que conferem benefícios à saúde do hospedeiro". Mesmo antes do Yakult, os lactobacilos já vinham frequentando a cozinha e tinham provado seu valor nutricional. Na região do Cáucaso, na Europa Oriental, pastores de ovelhas costumavam guardar o leite em bolsas de couro. O líquido coalhava e deixava uns grãos no fundo. Esses grãos, de sabor azedo, mostravam ter efeito sobre a imunidade. A região tem um dos povos mais longevos daquele continente, que associam uma dieta pobre em proteína animal ao consumo do kefir, que em turco quer dizer "sentir-se bem". "Durante meu mestrado na Europa, soube desse probiótico e fui visitar a região da Chechênia. Lá, eles vendem kefir até no semáforo. Os probióticos também eram muito usados nos hospitais em que atuei. A partir daí, voltei toda minha pesquisa para isso e trouxe para o Brasil", conta Djalma Marques. COUVE-FLOR AMASSADA Os cultivos de kefir têm a aparência de uma couve-flor amassada. Após alguns dias no leite ou suco, eles são coados e podem ser reproduzidos e reutilizados. Já a kombucha tem origem asiática e há relatos do seu uso desde cerca de 200 a.C, na China. A bebida é produto de uma fermentação do chá feita por um conjunto de micro-organismos vivendo em simbiose na chamado zooglea. Trata-se de um disco gelatinoso, apelidado pelos entusiastas da kombucha de "Scoby". Ao repousá-lo por alguns dias em chá adoçado com açúcar, ele fermenta a bebida, dando um gosto ácido e levemente gaseificado, que ainda pode ser adicionado de sabores e temperos. Os entusiastas da kombucha e do kefir mantêm a tradição de doar "mudas" de seus cultivos de micro-organismos aos amigos, mas algumas lojas especializadas e sites já vendem "culturas-mães" por cerca de R$ 50. Uma revisão de estudos publicada no periódico americano "Journal of Food Science" reuniu pesquisas ao longo da década passada com a kombucha em vários países, mostrando resultados positivos principalmente na proteção do fígado e na melhora da imunidade. O artigo, porém, conclui que ainda é cedo para apontar resultados definitivos e que a pesquisa com a bebida ainda engatinha, apesar da sua popularidade. "A kombucha é conhecida no Ocidente desde 1960. Só agora está sendo resgatada como um probiótico caseiro, com um benefício que não se encontra em qualquer alimento", diz a empresária Cláudia Cardoso, da Biozen Kombucha, que fabrica e envasa a bebida em Curitiba (PR). Ela diz que as dificuldades em popularizar a kombucha pronta no Brasil vêm da própria natureza da bebida. "Ela é um alimento vivo, tem seu tempo de fermentação." Os produtores dizem que o consumo é seguro, mas pessoas com diabetes, mães amamentando e pessoas com alergias a algum dos ingredientes devem ter atenção extra. Também é preciso estar atento para a contaminação das culturas por fungos tóxicos –seja por causa de utensílios não esterilizados ou armazenagem incorreta. Aprenda a preparar a kombucha
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Operação policial em escola do MST tem confronto e dois sem-terra detidos
Uma operação deflagrada pela Polícia Civil de São Paulo na manhã desta sexta-feira (4) na escola nacional Florestan Fernandes, terminou em confronto com militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e dois detidos. Por volta das 9h30, cerca de dez viaturas do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) chegaram à porta da instituição, que forma militantes sem-terra e fica em Guararema (Grande São Paulo). Segundo os militantes, eles teriam apresentado um mandado de prisão emitido pela Justiça do Paraná contra uma ativista identificada como Margareth. Ao serem informados de que ela não se encontrava no local e de que sua entrada não seria permitida, os policiais teriam então invadido a escola. "Entraram atirando", afirma João Paulo Rodrigues, coordenador nacional do movimento. Cerca de 200 alunos estariam presentes na ação, em que foram disparados tiros de armamento letal —no local, a Folha viu cápsulas. Fotos divulgadas pelo movimento mostram policiais apontando pistolas para os militantes. "Eu não sei quem é essa mulher, isso foi um pretexto para entrarem aqui", afirmou Gilmar Mauro, coordenador do movimento. Após a entrada dos policiais, dois militantes foram detidos e autuados por desacato e lesão corporal. Um deles foi o aposentado Ronaldo Hernandes, 64, portador do mal de Parkinson. Segundo seu depoimento à polícia, a que a Folha teve acesso, ele teria sido agredido com socos e pontapés, "quando já estava com algemas no chão". Segundo a musicista Gue Oliveira, que participava de atividade na escola e também foi detida, Hernandes teria tentado desviar a arma de um dos policiais por estarem próximos ao parquinho infantil da escola. "Eu tentei dizer que ele era doente", afirma Oliveira. "Eles disseram pra gente: 'saímos no lucro, viemos pegar um e pegamos dois'." O idoso teve costelas fraturadas em decorrência da operação. Segundo o MST, a ação foi ilegal. "O MST repudia a ação da polícia de São Paulo e exige que o governo e as instituições competentes tomem as medidas cabíveis nesse processo. Somos um movimento que luta pela democratização do acesso a terra no país e a ação descabida da polícia fere direitos constitucionais e democráticos", afirmou, em nota. Participaram de reunião no local após a ação os deputados Nilto Tatto (PT-SP) e Ivan Valente (PSOL-SP), além de lideranças sindicais. "A polícia do [governador] Geraldo Alckmin tem que responder sobre essa ação arbitrária", afirmou Valente. Foi marcado um ato na escola para este sábado, às 15h. OPERAÇÃO CASTRA A ação faz parte da Operação Castra, deflagrada no Paraná para prender 14 pessoas suspeitas de furto e dano qualificado, roubo, invasão de propriedade, incêndio criminoso, cárcere privado, lesão corporal, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e irrestrito e constrangimento ilegal. A investigação começou em março, após a invasão de uma fazenda em Quedas do Iguaçu (PR), quando empregados foram mantidos em cárcere privado. OUTRO LADO Segundo Ita Dias, investigador-chefe do Garra, da Seccional de Mogi das Cruzes (Grande SP), não houve irregularidades na ação. De acordo com ele, os policiais teriam sido ofendidos por um militantes, após questionarem porque ele filmava a ação. Depois, diz ele, quatro policiais teriam sido puxados para dentro da escola por meio da janela da recepção, e passaram a ser agredidos pelos militantes com tijolos e pedaços de madeira. "Se não entrássemos, eles seriam linchados", afirmou. A Folha constatou que ao menos dois policiais apresentavam escoriações leves nos braços e mãos. A Polícia Civil informou que recebeu da polícia do Paraná solicitação de ajuda para cumprir um mandado de prisão em Guararema contra Margareth Barbosa de Souza. Ao chegar à escola onde ela estaria, foram "recebidos com violência". "Pessoas que estavam presentes tentaram desarmar os agentes e quatro deles ficaram feridos", disse a nota.
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Operação policial em escola do MST tem confronto e dois sem-terra detidosUma operação deflagrada pela Polícia Civil de São Paulo na manhã desta sexta-feira (4) na escola nacional Florestan Fernandes, terminou em confronto com militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e dois detidos. Por volta das 9h30, cerca de dez viaturas do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) chegaram à porta da instituição, que forma militantes sem-terra e fica em Guararema (Grande São Paulo). Segundo os militantes, eles teriam apresentado um mandado de prisão emitido pela Justiça do Paraná contra uma ativista identificada como Margareth. Ao serem informados de que ela não se encontrava no local e de que sua entrada não seria permitida, os policiais teriam então invadido a escola. "Entraram atirando", afirma João Paulo Rodrigues, coordenador nacional do movimento. Cerca de 200 alunos estariam presentes na ação, em que foram disparados tiros de armamento letal —no local, a Folha viu cápsulas. Fotos divulgadas pelo movimento mostram policiais apontando pistolas para os militantes. "Eu não sei quem é essa mulher, isso foi um pretexto para entrarem aqui", afirmou Gilmar Mauro, coordenador do movimento. Após a entrada dos policiais, dois militantes foram detidos e autuados por desacato e lesão corporal. Um deles foi o aposentado Ronaldo Hernandes, 64, portador do mal de Parkinson. Segundo seu depoimento à polícia, a que a Folha teve acesso, ele teria sido agredido com socos e pontapés, "quando já estava com algemas no chão". Segundo a musicista Gue Oliveira, que participava de atividade na escola e também foi detida, Hernandes teria tentado desviar a arma de um dos policiais por estarem próximos ao parquinho infantil da escola. "Eu tentei dizer que ele era doente", afirma Oliveira. "Eles disseram pra gente: 'saímos no lucro, viemos pegar um e pegamos dois'." O idoso teve costelas fraturadas em decorrência da operação. Segundo o MST, a ação foi ilegal. "O MST repudia a ação da polícia de São Paulo e exige que o governo e as instituições competentes tomem as medidas cabíveis nesse processo. Somos um movimento que luta pela democratização do acesso a terra no país e a ação descabida da polícia fere direitos constitucionais e democráticos", afirmou, em nota. Participaram de reunião no local após a ação os deputados Nilto Tatto (PT-SP) e Ivan Valente (PSOL-SP), além de lideranças sindicais. "A polícia do [governador] Geraldo Alckmin tem que responder sobre essa ação arbitrária", afirmou Valente. Foi marcado um ato na escola para este sábado, às 15h. OPERAÇÃO CASTRA A ação faz parte da Operação Castra, deflagrada no Paraná para prender 14 pessoas suspeitas de furto e dano qualificado, roubo, invasão de propriedade, incêndio criminoso, cárcere privado, lesão corporal, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e irrestrito e constrangimento ilegal. A investigação começou em março, após a invasão de uma fazenda em Quedas do Iguaçu (PR), quando empregados foram mantidos em cárcere privado. OUTRO LADO Segundo Ita Dias, investigador-chefe do Garra, da Seccional de Mogi das Cruzes (Grande SP), não houve irregularidades na ação. De acordo com ele, os policiais teriam sido ofendidos por um militantes, após questionarem porque ele filmava a ação. Depois, diz ele, quatro policiais teriam sido puxados para dentro da escola por meio da janela da recepção, e passaram a ser agredidos pelos militantes com tijolos e pedaços de madeira. "Se não entrássemos, eles seriam linchados", afirmou. A Folha constatou que ao menos dois policiais apresentavam escoriações leves nos braços e mãos. A Polícia Civil informou que recebeu da polícia do Paraná solicitação de ajuda para cumprir um mandado de prisão em Guararema contra Margareth Barbosa de Souza. Ao chegar à escola onde ela estaria, foram "recebidos com violência". "Pessoas que estavam presentes tentaram desarmar os agentes e quatro deles ficaram feridos", disse a nota.
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Rodovias registram lentidão no sentido SP; Castello tem 11 km de filas
Motoristas que retornam a São Paulo na noite deste domingo (10) ainda enfrentam pontos de congestionamento em algumas das principais rodovias que ligam o interior à capital do Estado. Por volta das 20h05, a rodovia Castello Branco registrava dois trechos de lentidão, o pior deles com 11 km na região de Santana do Parnaíba. As filas, causadas pelo excesso de veículos, iam do km 50 ao km 39. O outro trecho de tráfego lento era do km 61 ao km 56. A Ayrton Senna tinha também dois pontos de retenção: um deles próximo à Mogi das Cruzes, do km 35 ao km 27, e outro do km 25 ao km 17, em Guarulhos. A Régis Bittencourt apresentava 9 km de filas na região de Embu das Artes, entre os km 289 e 280. A Presidente Dutra registrava lentidão do km 204 ao km 211, em Guarulhos. Na Fernão Dias, o tráfego era lento do km 53 ao 59, em Mairiporã.
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Rodovias registram lentidão no sentido SP; Castello tem 11 km de filasMotoristas que retornam a São Paulo na noite deste domingo (10) ainda enfrentam pontos de congestionamento em algumas das principais rodovias que ligam o interior à capital do Estado. Por volta das 20h05, a rodovia Castello Branco registrava dois trechos de lentidão, o pior deles com 11 km na região de Santana do Parnaíba. As filas, causadas pelo excesso de veículos, iam do km 50 ao km 39. O outro trecho de tráfego lento era do km 61 ao km 56. A Ayrton Senna tinha também dois pontos de retenção: um deles próximo à Mogi das Cruzes, do km 35 ao km 27, e outro do km 25 ao km 17, em Guarulhos. A Régis Bittencourt apresentava 9 km de filas na região de Embu das Artes, entre os km 289 e 280. A Presidente Dutra registrava lentidão do km 204 ao km 211, em Guarulhos. Na Fernão Dias, o tráfego era lento do km 53 ao 59, em Mairiporã.
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Sky cancela pagamento, mas não assinatura, e cobra, reclama leitor
O leitor Geraldo Luiz Pereira Luz reclama de problemas com a Sky. Ele afirma que solicitou, via chat no site da operadora, o cancelamento de sua assinatura e do débito antecipado, que era cobrado em seu cartão de crédito. Contudo, apenas a segunda parte de seu pedido foi atendida e a operadora passou a cobrar pelo serviço com ligações e mensagens "abusivas, constantes e inapropriadas". Luz conta que pediu novamente o cancelamento, desta vez por telefone, mas continua recebendo cobranças. "Meu temor é que eles enviem o meu nome e CPF indevidamente para o Serasa", diz. Resposta - A Sky afirma que o cadastro do cliente foi cancelado sem cobranças adicionais e os seus contatos foram excluídos do sistema. - Queixa de Valéria Gadioli: fidelização Vivo obrigou cliente a assinar fidelização após trocar de aparelho, mas não de plano. Depois, reajustou o preço do plano a um valor acima do que a cliente pode pagar e não a autoriza a migrar sua linha para outra operadora. Resposta da Vivo Afirma que cancelou o serviço mencionado e entrou em contato com a cliente. - Queixa de Matheus Romério: sem estorno Extra.com entregou produto com defeito. Item foi retirado pela transportadora, que afirma tê-lo devolvido à loja. Esta, porém, diz que não recebeu o produto e, por isso, demora a fazer o estorno do valor devido. Resposta do Extra.com Diz que o estorno foi realizado no cartão do cliente e será visualizado em até duas faturas. - Queixa de Lucilia Mascheretti: cobrança indevida Tim cobra créditos pelo consumo de dados da internet celular, mesmo quando a cliente desativa o serviço em seu aparelho e utiliza a rede wi-fi. Cliente já reclamou várias vezes, sem sucesso. Resposta da Tim Esclarece que houve um erro de cobrança pelo qual a cliente já foi ressarcida. - Queixa de Adelto Gonçalves: demora na troca Fogão comprado no Pontofrio em Amparo (SP) apresentou defeitos. Loja afirmou que faria a troca do produto, mas, passadas três semanas, o procedimento não havia sido realizado, mesmo com o novo item já escolhido. Resposta do Pontofrio Informa que a troca está agendada para o dia 17, mediante comparecimento do cliente. Direito do consumidor
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Sky cancela pagamento, mas não assinatura, e cobra, reclama leitorO leitor Geraldo Luiz Pereira Luz reclama de problemas com a Sky. Ele afirma que solicitou, via chat no site da operadora, o cancelamento de sua assinatura e do débito antecipado, que era cobrado em seu cartão de crédito. Contudo, apenas a segunda parte de seu pedido foi atendida e a operadora passou a cobrar pelo serviço com ligações e mensagens "abusivas, constantes e inapropriadas". Luz conta que pediu novamente o cancelamento, desta vez por telefone, mas continua recebendo cobranças. "Meu temor é que eles enviem o meu nome e CPF indevidamente para o Serasa", diz. Resposta - A Sky afirma que o cadastro do cliente foi cancelado sem cobranças adicionais e os seus contatos foram excluídos do sistema. - Queixa de Valéria Gadioli: fidelização Vivo obrigou cliente a assinar fidelização após trocar de aparelho, mas não de plano. Depois, reajustou o preço do plano a um valor acima do que a cliente pode pagar e não a autoriza a migrar sua linha para outra operadora. Resposta da Vivo Afirma que cancelou o serviço mencionado e entrou em contato com a cliente. - Queixa de Matheus Romério: sem estorno Extra.com entregou produto com defeito. Item foi retirado pela transportadora, que afirma tê-lo devolvido à loja. Esta, porém, diz que não recebeu o produto e, por isso, demora a fazer o estorno do valor devido. Resposta do Extra.com Diz que o estorno foi realizado no cartão do cliente e será visualizado em até duas faturas. - Queixa de Lucilia Mascheretti: cobrança indevida Tim cobra créditos pelo consumo de dados da internet celular, mesmo quando a cliente desativa o serviço em seu aparelho e utiliza a rede wi-fi. Cliente já reclamou várias vezes, sem sucesso. Resposta da Tim Esclarece que houve um erro de cobrança pelo qual a cliente já foi ressarcida. - Queixa de Adelto Gonçalves: demora na troca Fogão comprado no Pontofrio em Amparo (SP) apresentou defeitos. Loja afirmou que faria a troca do produto, mas, passadas três semanas, o procedimento não havia sido realizado, mesmo com o novo item já escolhido. Resposta do Pontofrio Informa que a troca está agendada para o dia 17, mediante comparecimento do cliente. Direito do consumidor
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Duração da crise vai determinar efeito na retomada econômica
A incerteza deflagrada pela delação de Joesley Batista, um dos donos da JBS, deverá ter impacto negativo sobre a economia brasileira, que ensaiava uma recuperação. A dúvida de economistas e investidores, nesta quinta (18), era se a crise política adiará ou abortará a retomada. Segundo analistas, há dois riscos principais. O primeiro é que a insegurança que ameaça a continuidade do presidente Michel Temer no cargo afete a confiança de consumidores e empresários, que vinha subindo lentamente. A expectativa de melhora da economia era vista como uma tendência muito positiva porque poderia levar a uma retomada do consumo e de investimentos. Com a volta da insegurança, esse processo pode ser congelado. Outro motor da recuperação ainda incipiente da economia era a expectativa de que a reforma da Previdência seria aprovada em breve. Economistas do mercado financeiro consideram que as medidas propostas para conter o crescente deficit no regime de aposentadorias é essencial para garantir a solvência do setor público. A crise dos últimos dois dias causou grande insegurança a respeito das chances de que a reforma seja aprovada caso Temer deixe o governo. "O cenário é muito incerto, não dá para fazer prognósticos para amanhã", diz Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos. De acordo com ela, o certo, é "que o mercado vai continuar muito mal". As incertezas contribuíram para a forte desvalorização do real, a disparada dos juros no mercado futuro e a queda da Bolsa nesta quinta-feira. O impacto dessa turbulência financeira sobre a economia real vai depender, segundo analistas, da duração da incerteza política. Economistas ouvidos pela Folha ressaltaram que o cenário ideal seria uma solução rápida para a crise. Uma das possibilidades citadas como menos nocivas para a economia seria a substituição de Temer por alguém que se comprometa a continuar perseguindo as reformas propostas pelo governo atual. No entanto, se as dúvidas sobre o futuro do presidente perdurarem por semanas, a tendência é que a variação nos preços de ativos financeiros —como a cotação do real em relação ao dólar e o valor de títulos públicos— afete a economia negativamente. DE OLHO NO CÂMBIO Para Jorge Simino, diretor de investimentos da Funcesp, fundo de pensão com R$ 27 bilhões em ativos sob gestão, a variável-chave para ser acompanhada daqui para frente é o câmbio, que tem efeito importante sobre a trajetória de inflação. Ele ressalta que o Banco Central pode decidir reduzir o ritmo de corte de juros dos últimos meses se avaliar que uma possível desvalorização do real pode levar a aumento de preços. "Os ativos mudaram de patamar. Serão semanas de emoção", afirmou. Índice Bovespa - Em pontos DÓLAR - EM R$ O DÓLAR VINHA EM QUEDA - A expectativa de aprovação das reformas trabalhista e da Previdência vinha colaborando para a queda da moeda americana em relação ao real A BOLSA VINHA EM SUBIDA CONSTANTE - A perspectiva de retomada da economia levava os investidores a apostarem em resultados melhores das empresas, impulsionando o Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas na Bolsa O IMPACTO NAS EMPRESAS - Variação no valor de mercado no Ibovespa<br><br><b>Valor de mercado, em R$ bilhões</b> Bolsas pelo mundo também tiveram dia de queda -
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Duração da crise vai determinar efeito na retomada econômicaA incerteza deflagrada pela delação de Joesley Batista, um dos donos da JBS, deverá ter impacto negativo sobre a economia brasileira, que ensaiava uma recuperação. A dúvida de economistas e investidores, nesta quinta (18), era se a crise política adiará ou abortará a retomada. Segundo analistas, há dois riscos principais. O primeiro é que a insegurança que ameaça a continuidade do presidente Michel Temer no cargo afete a confiança de consumidores e empresários, que vinha subindo lentamente. A expectativa de melhora da economia era vista como uma tendência muito positiva porque poderia levar a uma retomada do consumo e de investimentos. Com a volta da insegurança, esse processo pode ser congelado. Outro motor da recuperação ainda incipiente da economia era a expectativa de que a reforma da Previdência seria aprovada em breve. Economistas do mercado financeiro consideram que as medidas propostas para conter o crescente deficit no regime de aposentadorias é essencial para garantir a solvência do setor público. A crise dos últimos dois dias causou grande insegurança a respeito das chances de que a reforma seja aprovada caso Temer deixe o governo. "O cenário é muito incerto, não dá para fazer prognósticos para amanhã", diz Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos. De acordo com ela, o certo, é "que o mercado vai continuar muito mal". As incertezas contribuíram para a forte desvalorização do real, a disparada dos juros no mercado futuro e a queda da Bolsa nesta quinta-feira. O impacto dessa turbulência financeira sobre a economia real vai depender, segundo analistas, da duração da incerteza política. Economistas ouvidos pela Folha ressaltaram que o cenário ideal seria uma solução rápida para a crise. Uma das possibilidades citadas como menos nocivas para a economia seria a substituição de Temer por alguém que se comprometa a continuar perseguindo as reformas propostas pelo governo atual. No entanto, se as dúvidas sobre o futuro do presidente perdurarem por semanas, a tendência é que a variação nos preços de ativos financeiros —como a cotação do real em relação ao dólar e o valor de títulos públicos— afete a economia negativamente. DE OLHO NO CÂMBIO Para Jorge Simino, diretor de investimentos da Funcesp, fundo de pensão com R$ 27 bilhões em ativos sob gestão, a variável-chave para ser acompanhada daqui para frente é o câmbio, que tem efeito importante sobre a trajetória de inflação. Ele ressalta que o Banco Central pode decidir reduzir o ritmo de corte de juros dos últimos meses se avaliar que uma possível desvalorização do real pode levar a aumento de preços. "Os ativos mudaram de patamar. Serão semanas de emoção", afirmou. Índice Bovespa - Em pontos DÓLAR - EM R$ O DÓLAR VINHA EM QUEDA - A expectativa de aprovação das reformas trabalhista e da Previdência vinha colaborando para a queda da moeda americana em relação ao real A BOLSA VINHA EM SUBIDA CONSTANTE - A perspectiva de retomada da economia levava os investidores a apostarem em resultados melhores das empresas, impulsionando o Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas na Bolsa O IMPACTO NAS EMPRESAS - Variação no valor de mercado no Ibovespa<br><br><b>Valor de mercado, em R$ bilhões</b> Bolsas pelo mundo também tiveram dia de queda -
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Ler e falar
O fato de que, nas provas do Enem, é cada vez menor as referências à literatura brasileira –o mesmo ocorrendo nos exames de vestibulares– causou preocupação nos membros da Academia Brasileira de Letras que, em face disso, decidiu manifestar-se sobre o assunto. Essa questão foi trazida à ABL, no final do ano passado, por Arnaldo Niskier, que havia representado a instituição numa reunião promovida na Comissão de Educação da Câmara Federal pela deputada Maria do Rosário, do PT do Rio Grande do Sul. Ela realizou uma audiência pública para debater a situação da leitura e do ensino da literatura particularmente no ensino médio. A constatação lamentável é que, se não se estimula a leitura da literatura e seu ensino, não há razão para que a matéria faça parte dos exames e das provas. A iniciativa da deputada em trazer à discussão esse fato merece o apoio da intelectualidade e dos cidadãos conscientes da importância da literatura para a vida nacional. Não obstante, nem todos têm essa compreensão e há mesmo, em certos setores, a tendência a ver o ensino da literatura como um resto do elitismo que deve ser eliminado da formação dos jovens. Se minha observação for procedente, a ausência da literatura na formação da nossa juventude seria parte de um fenômeno mais amplo, que afeta outros setores da sociedade brasileira e que tem raízes mais profundas do que parece à primeira vista. Para nos atermos ao âmbito literário e do ensino, lembro da tendência entre filólogos e gramáticos de considerar que não há erros no uso da língua, mas apenas modos diversos de usá-la conforme a classe social de quem a usa. Ou seja, há a língua culta, falada pelos que têm cultura, e a língua do povo inculto, que não tem acesso à educação. A constatação, até certo ponto, é correta, mas deduzir dela a conclusão de que tanto faz dizer "nós vamos" quanto "nós vai" é um equívoco que contraria a natureza da linguagem. Falar corretamente não é uma manifestação elitista e, sim, o resultado da necessidade humana de se expressar com coerência e clareza. Não sou linguista nem muito menos sei (alguém sabe?) como se formaram os idiomas, mas tenho certeza de que não se trata da invenção de um sujeito erudito e presunçoso que decidiu inventar as concordâncias entre sujeito e verbo, adjetivo e substantivo. Na verdade, fico fascinado ao constatar, já nas primeiras manifestações literárias, a concordância e a coerência entre os elementos da linguagem. Como tampouco creio que os idiomas foram criados por Deus, contento-me em admitir que eles expressam, tanto quanto possível, a lógica que descobrimos no mundo e que nos ajuda a reinventá-lo. Pode ser até que a lógica da linguagem não seja a mesma do mundo –cuja complexidade excede à nossa compreensão–, mas, como nos ensina o exemplo da Torre de Babel, um idioma sem normas torna inviável o entendimento e, consequentemente, o convívio humano. Claro que, por felicidade, estamos longe disso. O que importa aqui é afirmar que falar e escrever corretamente não são esnobismos, mas necessidades da linguagem humana. Certamente, há que distinguir a linguagem falada da escrita. A fala coloquial, pelas circunstâncias em que se exerce, com frequência viola a correção da linguagem escrita. Tampouco teríamos que exigir, mesmo desta, um rigor sem concessões. Errar é humano e, modéstia à parte, citando a mim mesmo, cabe lembrar que "a crase não foi feita para humilhar ninguém". Em suma, ninguém deve ser punido por errar na concordância vocabular. Tampouco é correto subestimar o homem do povo que desconhece as regras gramaticais e, por isso mesmo, fala errado. O que, porém, não se pode aceitar é que linguistas e gramáticos afirmem que não se deve exigir que se fale e escreva corretamente, quando eles mesmos falam e escrevem conforme as regras gramaticais.
colunas
Ler e falarO fato de que, nas provas do Enem, é cada vez menor as referências à literatura brasileira –o mesmo ocorrendo nos exames de vestibulares– causou preocupação nos membros da Academia Brasileira de Letras que, em face disso, decidiu manifestar-se sobre o assunto. Essa questão foi trazida à ABL, no final do ano passado, por Arnaldo Niskier, que havia representado a instituição numa reunião promovida na Comissão de Educação da Câmara Federal pela deputada Maria do Rosário, do PT do Rio Grande do Sul. Ela realizou uma audiência pública para debater a situação da leitura e do ensino da literatura particularmente no ensino médio. A constatação lamentável é que, se não se estimula a leitura da literatura e seu ensino, não há razão para que a matéria faça parte dos exames e das provas. A iniciativa da deputada em trazer à discussão esse fato merece o apoio da intelectualidade e dos cidadãos conscientes da importância da literatura para a vida nacional. Não obstante, nem todos têm essa compreensão e há mesmo, em certos setores, a tendência a ver o ensino da literatura como um resto do elitismo que deve ser eliminado da formação dos jovens. Se minha observação for procedente, a ausência da literatura na formação da nossa juventude seria parte de um fenômeno mais amplo, que afeta outros setores da sociedade brasileira e que tem raízes mais profundas do que parece à primeira vista. Para nos atermos ao âmbito literário e do ensino, lembro da tendência entre filólogos e gramáticos de considerar que não há erros no uso da língua, mas apenas modos diversos de usá-la conforme a classe social de quem a usa. Ou seja, há a língua culta, falada pelos que têm cultura, e a língua do povo inculto, que não tem acesso à educação. A constatação, até certo ponto, é correta, mas deduzir dela a conclusão de que tanto faz dizer "nós vamos" quanto "nós vai" é um equívoco que contraria a natureza da linguagem. Falar corretamente não é uma manifestação elitista e, sim, o resultado da necessidade humana de se expressar com coerência e clareza. Não sou linguista nem muito menos sei (alguém sabe?) como se formaram os idiomas, mas tenho certeza de que não se trata da invenção de um sujeito erudito e presunçoso que decidiu inventar as concordâncias entre sujeito e verbo, adjetivo e substantivo. Na verdade, fico fascinado ao constatar, já nas primeiras manifestações literárias, a concordância e a coerência entre os elementos da linguagem. Como tampouco creio que os idiomas foram criados por Deus, contento-me em admitir que eles expressam, tanto quanto possível, a lógica que descobrimos no mundo e que nos ajuda a reinventá-lo. Pode ser até que a lógica da linguagem não seja a mesma do mundo –cuja complexidade excede à nossa compreensão–, mas, como nos ensina o exemplo da Torre de Babel, um idioma sem normas torna inviável o entendimento e, consequentemente, o convívio humano. Claro que, por felicidade, estamos longe disso. O que importa aqui é afirmar que falar e escrever corretamente não são esnobismos, mas necessidades da linguagem humana. Certamente, há que distinguir a linguagem falada da escrita. A fala coloquial, pelas circunstâncias em que se exerce, com frequência viola a correção da linguagem escrita. Tampouco teríamos que exigir, mesmo desta, um rigor sem concessões. Errar é humano e, modéstia à parte, citando a mim mesmo, cabe lembrar que "a crase não foi feita para humilhar ninguém". Em suma, ninguém deve ser punido por errar na concordância vocabular. Tampouco é correto subestimar o homem do povo que desconhece as regras gramaticais e, por isso mesmo, fala errado. O que, porém, não se pode aceitar é que linguistas e gramáticos afirmem que não se deve exigir que se fale e escreva corretamente, quando eles mesmos falam e escrevem conforme as regras gramaticais.
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Governos anteriores ao PT limitavam investigações, diz procurador da Lava Jato
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou, durante palestra em São Paulo nesta quarta-feira (30), que os governos do PT permitiram o fortalecimento da Polícia Federal e do Ministério Público e que não há mais espaço no país para retrocesso nessa área. Segundo ele, governos anteriores mantiveram essas instituições sob controle. "Um ponto positivo que os governos que estão sendo investigados, os governos do PT, têm a seu favor é que boa parte da independência atual do Ministério Público, da capacidade administrativa, técnica e operacional da Polícia Federal decorre de uma não intervenção do poder político", disse. "Isso é importante, é um fato que tem que ser reconhecido, porque os governos anteriores realmente mantinham controle das instituições. Nós esperamos que isso esteja superado." Sobre a chance de impeachment da presidente Dilma, Santos Lima disse acreditar que uma eventual mudança no Planalto não alteraria o curso da Lava Jato. "Em um país com instituições sólidas, a troca de governos não significa absolutamente nada", disse. "Eu quero crer que nenhuma troca signifique mudança de rumos para o Ministério Público." ODEBRECHT Em palestra na Amcham (Câmara Americana de Comércio), Santos Lima criticou a possibilidade de a Controladoria-Geral da União firmar acordo de leniência com a Odebrecht. Na visão do procurador, um acerto nesse sentido serviria para "salvar o patrimônio da família que controla essa empresa". "Os empregos vão e vêm. Nesse caso, nós estamos falando em salvar o patrimônio dessas famílias", afirmou, após citar o caso da "empresa que tinha planilhas de propina". A fase mais recente da Lava Jato revelou que a Odebrecht mantinha uma diretoria especifica para tratar de propina. Pouco depois, foram incluídos nos processos da operação planilhas com informações de pagamentos da empresa a políticos. GRAMPOS O procurador defendeu o juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato, no caso dos grampos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O juiz Moro está pagando um preço desnecessário. Todas as decisões que tomamos têm uma repercussão política mas, quando eu escolho não dar publicidade, ninguém nem fica sabendo da escolha tomada. É sempre preferível a publicidade", declarou. Ele argumentou ainda que sigilo é perfeitamente justificável em casos envolvendo família, mas não em casos envolvendo políticos. FORO O procurador criticou o foro privilegiado no Brasil, que faz com determinadas autoridades só possam ser alvo de ação em tribunais superiores. "No Brasil temos uma república de desiguais, que cria facilitadores para a corrupção. Eu só posso ser acusado e julgado no Superior Tribunal de Justiça. Temos no Brasil 22 mil pessoas com foro privilegiado", disse. Ele afirma que, como o STF não é uma corte criminal, há risco de prescrição dos processos contra políticos investigados na Lava Jato. "[O foro] Não é por si só criminógeno, mas é facilitador da impunidade. Imagine se uma dessas listas com cento e tantos políticos for julgada pelo STF. Certamente haverá a prescrição. O Supremo não é uma corte que saiba julgar processo penal, é uma corte constitucional", disse. "Tudo lá é ritualístico, é demorado. Não estou desmerecendo o Supremo, estou criticando a maneira que escolhemos para julgar a classe política", completou.
poder
Governos anteriores ao PT limitavam investigações, diz procurador da Lava JatoO procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou, durante palestra em São Paulo nesta quarta-feira (30), que os governos do PT permitiram o fortalecimento da Polícia Federal e do Ministério Público e que não há mais espaço no país para retrocesso nessa área. Segundo ele, governos anteriores mantiveram essas instituições sob controle. "Um ponto positivo que os governos que estão sendo investigados, os governos do PT, têm a seu favor é que boa parte da independência atual do Ministério Público, da capacidade administrativa, técnica e operacional da Polícia Federal decorre de uma não intervenção do poder político", disse. "Isso é importante, é um fato que tem que ser reconhecido, porque os governos anteriores realmente mantinham controle das instituições. Nós esperamos que isso esteja superado." Sobre a chance de impeachment da presidente Dilma, Santos Lima disse acreditar que uma eventual mudança no Planalto não alteraria o curso da Lava Jato. "Em um país com instituições sólidas, a troca de governos não significa absolutamente nada", disse. "Eu quero crer que nenhuma troca signifique mudança de rumos para o Ministério Público." ODEBRECHT Em palestra na Amcham (Câmara Americana de Comércio), Santos Lima criticou a possibilidade de a Controladoria-Geral da União firmar acordo de leniência com a Odebrecht. Na visão do procurador, um acerto nesse sentido serviria para "salvar o patrimônio da família que controla essa empresa". "Os empregos vão e vêm. Nesse caso, nós estamos falando em salvar o patrimônio dessas famílias", afirmou, após citar o caso da "empresa que tinha planilhas de propina". A fase mais recente da Lava Jato revelou que a Odebrecht mantinha uma diretoria especifica para tratar de propina. Pouco depois, foram incluídos nos processos da operação planilhas com informações de pagamentos da empresa a políticos. GRAMPOS O procurador defendeu o juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato, no caso dos grampos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O juiz Moro está pagando um preço desnecessário. Todas as decisões que tomamos têm uma repercussão política mas, quando eu escolho não dar publicidade, ninguém nem fica sabendo da escolha tomada. É sempre preferível a publicidade", declarou. Ele argumentou ainda que sigilo é perfeitamente justificável em casos envolvendo família, mas não em casos envolvendo políticos. FORO O procurador criticou o foro privilegiado no Brasil, que faz com determinadas autoridades só possam ser alvo de ação em tribunais superiores. "No Brasil temos uma república de desiguais, que cria facilitadores para a corrupção. Eu só posso ser acusado e julgado no Superior Tribunal de Justiça. Temos no Brasil 22 mil pessoas com foro privilegiado", disse. Ele afirma que, como o STF não é uma corte criminal, há risco de prescrição dos processos contra políticos investigados na Lava Jato. "[O foro] Não é por si só criminógeno, mas é facilitador da impunidade. Imagine se uma dessas listas com cento e tantos políticos for julgada pelo STF. Certamente haverá a prescrição. O Supremo não é uma corte que saiba julgar processo penal, é uma corte constitucional", disse. "Tudo lá é ritualístico, é demorado. Não estou desmerecendo o Supremo, estou criticando a maneira que escolhemos para julgar a classe política", completou.
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Até novo vazamento, impacto de 'fake news' era restrito
Horas antes de explodirem os nove gigabytes do #MacronLeaks na sexta (5), a Universidade de Oxford divulgou um relatório sobre mídia social e a campanha para o segundo turno na França, concluindo que o impacto das notícias falsas havia sido menor que na eleição americana. Diante dos nove gigabytes, não é mais possível saber, até porque não se tem ideia de qual será seu alcance. O vazamento veio no momento em que a mídia francesa entrou em blecaute obrigatório sobre fatos que possam afetar o voto. E a campanha de Macron afirmou que pode haver documentos falsos junto aos verdadeiros. E sites que abrigaram o conteúdo do #MacronLeaks logo bloquearam o acesso. Até o vazamento, o efeito do fenômeno "fake news" era restrito. Divulgado na sexta, um relatório do "Le Monde" com o consórcio CrossCheck identificou 28 boatos –como o jornal prefere chamar– com mais de 5.000 compartilhamentos no Facebook, entre 1º de fevereiro e 3 de maio. Emmanuel Macron foi "a vítima número 1". Mas também Marine Le Pen, sua adversária, enfrentou notícias falsas, algumas cômicas –como a de que seu pai, Jean-Marie, fundador do partido que ela agora comanda, teria virado produtor de maconha no interior da França. Nada de maior impacto, segundo o estudo de Oxford, por uma razão: "Diferenças substantivas entre a qualidade das conversas políticas na França e nos EUA são evidentes. No caso americano, 26% dos links compartilhados levavam a conteúdo jornalístico profissional. Na França, 42%". Além do apego dos franceses ao jornalismo profissional, houve o esforço do Facebook de combate às notícias falsas. Embora outras empresas, como Twitter e principalmente Google, sejam criticadas pelo papel na propagação de "fake news", o foco da atenção é o Facebook. E o pleito francês é seu primeiro grande teste –depois que o combate às notícias falsas se tornou prioridade para as democracias ocidentais, devido ao peso que elas tiveram para a eleição de Trump. Nos últimos meses, o Facebook adotou diversas medidas. Elas vão desde ações de "alfabetização de mídia", com esclarecimento sobre como funciona a produção da informação, até o destaque dado nas próprias páginas à checagem de notícias. Na medida de maior significado, há três semanas a rede social anunciou ter descoberto 30 mil perfis falsos na França a partir de mudanças em seu algoritmo, para perceber e derrubar "atividades suspeitas". Tudo indicava uma derrota do "fake news", até aparecer o #MacronLeaks.
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Até novo vazamento, impacto de 'fake news' era restritoHoras antes de explodirem os nove gigabytes do #MacronLeaks na sexta (5), a Universidade de Oxford divulgou um relatório sobre mídia social e a campanha para o segundo turno na França, concluindo que o impacto das notícias falsas havia sido menor que na eleição americana. Diante dos nove gigabytes, não é mais possível saber, até porque não se tem ideia de qual será seu alcance. O vazamento veio no momento em que a mídia francesa entrou em blecaute obrigatório sobre fatos que possam afetar o voto. E a campanha de Macron afirmou que pode haver documentos falsos junto aos verdadeiros. E sites que abrigaram o conteúdo do #MacronLeaks logo bloquearam o acesso. Até o vazamento, o efeito do fenômeno "fake news" era restrito. Divulgado na sexta, um relatório do "Le Monde" com o consórcio CrossCheck identificou 28 boatos –como o jornal prefere chamar– com mais de 5.000 compartilhamentos no Facebook, entre 1º de fevereiro e 3 de maio. Emmanuel Macron foi "a vítima número 1". Mas também Marine Le Pen, sua adversária, enfrentou notícias falsas, algumas cômicas –como a de que seu pai, Jean-Marie, fundador do partido que ela agora comanda, teria virado produtor de maconha no interior da França. Nada de maior impacto, segundo o estudo de Oxford, por uma razão: "Diferenças substantivas entre a qualidade das conversas políticas na França e nos EUA são evidentes. No caso americano, 26% dos links compartilhados levavam a conteúdo jornalístico profissional. Na França, 42%". Além do apego dos franceses ao jornalismo profissional, houve o esforço do Facebook de combate às notícias falsas. Embora outras empresas, como Twitter e principalmente Google, sejam criticadas pelo papel na propagação de "fake news", o foco da atenção é o Facebook. E o pleito francês é seu primeiro grande teste –depois que o combate às notícias falsas se tornou prioridade para as democracias ocidentais, devido ao peso que elas tiveram para a eleição de Trump. Nos últimos meses, o Facebook adotou diversas medidas. Elas vão desde ações de "alfabetização de mídia", com esclarecimento sobre como funciona a produção da informação, até o destaque dado nas próprias páginas à checagem de notícias. Na medida de maior significado, há três semanas a rede social anunciou ter descoberto 30 mil perfis falsos na França a partir de mudanças em seu algoritmo, para perceber e derrubar "atividades suspeitas". Tudo indicava uma derrota do "fake news", até aparecer o #MacronLeaks.
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Líder da UE cita 'Imagine' e diz ter esperança de que Reino Unido fique
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, citou uma canção de John Lennon nesta quinta-feira (22), em uma cúpula em Bruxelas, ao afirmar que tem esperanças de que o Reino Unido não deixe a União Europeia. Ele disse ter sido questionado sobre a possibilidade de reverter o "brexit", o nome dado à saída britânica. "A União Europeia foi construída por sonhos que pareciam impossíveis de serem realizados. Vocês podem dizer que eu sou um sonhador, mas não sou o único", Tusk disse, com o conhecido trecho de "Imagine" ("you may say I am a dreamer, but I'm not the only one"). Essa declaração, recebida por risos, antecedeu em algumas horas seu encontro com a primeira-ministra britânica, Theresa May, em que eles discutiram o "brexit". Tusk preside nesta quinta e sexta uma cúpula da União Europeia em Bruxelas, em que os líderes desse bloco discutem temas como a saída britânica e a defesa. As reuniões ocorrem em meio a uma reforçada segurança, dias depois de as autoridades belgas terem frustrado uma tentativa de atentado na cidade. Um homem foi morto ao detonar uma bomba, sem deixar vítimas. As negociações para o "brexit" começaram oficialmente nesta semana. A saída britânica foi aprovada em um plebiscito um ano atrás, em 23 de junho de 2016. A primeira-ministra May chega à cúpula, no entanto, enfraquecida. Ela antecipou as eleições gerais para o início deste mês, com o plano de ampliar sua maioria parlamentar, mas acabou perdendo assentos. O Partido Conservador tem 318 cadeiras numa Casa de 650. May tinha 330 antes do pleito. Não há consenso sobre a possibilidade ou não de reverter o "brexit". A União Europeia já deu sinais de que estaria disposta a discutir esse cenário, mas o governo britânico não demonstra interesse. O acordo final, depois de dois anos de negociações, precisa ser aprovado pelo Parlamento britânico. May defende o que é conhecido como um "brexit duro", em que o Reino Unido deixaria também o mercado único europeu. Mas, depois de seu revés eleitoral, a posição tem sido contestada. O prefeito de Londres, Sadiq Khan, pediu na quinta-feira que May mantenha o país no mercado único, que congrega 500 milhões de consumidores. Ele afirmou que "o governo precisa agora ouvir a vontade do povo". A primeira-ministra defendeu, no primeiro dia de cúpula, a garantia dos direitos dos cidadãos europeus que residem no Reino Unido, uma das reivindicações dos negociadores europeus. Essa população é hoje estimada em 3 milhões de pessoas. POPULISMO O início do encontro em Bruxelas foi de fato marcado por algum tipo de esperança, como sugerido pela canção. Em uma nota enviada a líderes europeus antes da cúpula, Tusk celebrou as vitórias do bloco diante de repetidas ameaças do populismo. A comemoração tem como contexto o feito de Emmanuel Macron, que barrou a ultranacionalista de direita Marine Le Pen nas eleições presidenciais de 7 de maio. "Vamos nos reunir em um contexto político diferente daquele de alguns meses atrás, quando as forças anti-europeias estavam em alta." Tusk afirmou que a União Europeia voltou a ser vista como uma solução, em vez de um problema. As insatisfações em relação ao bloco, visto como benéfico apenas a parte da população, alimentam movimentos como a Frente Nacional de Le Pen.
mundo
Líder da UE cita 'Imagine' e diz ter esperança de que Reino Unido fiqueO presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, citou uma canção de John Lennon nesta quinta-feira (22), em uma cúpula em Bruxelas, ao afirmar que tem esperanças de que o Reino Unido não deixe a União Europeia. Ele disse ter sido questionado sobre a possibilidade de reverter o "brexit", o nome dado à saída britânica. "A União Europeia foi construída por sonhos que pareciam impossíveis de serem realizados. Vocês podem dizer que eu sou um sonhador, mas não sou o único", Tusk disse, com o conhecido trecho de "Imagine" ("you may say I am a dreamer, but I'm not the only one"). Essa declaração, recebida por risos, antecedeu em algumas horas seu encontro com a primeira-ministra britânica, Theresa May, em que eles discutiram o "brexit". Tusk preside nesta quinta e sexta uma cúpula da União Europeia em Bruxelas, em que os líderes desse bloco discutem temas como a saída britânica e a defesa. As reuniões ocorrem em meio a uma reforçada segurança, dias depois de as autoridades belgas terem frustrado uma tentativa de atentado na cidade. Um homem foi morto ao detonar uma bomba, sem deixar vítimas. As negociações para o "brexit" começaram oficialmente nesta semana. A saída britânica foi aprovada em um plebiscito um ano atrás, em 23 de junho de 2016. A primeira-ministra May chega à cúpula, no entanto, enfraquecida. Ela antecipou as eleições gerais para o início deste mês, com o plano de ampliar sua maioria parlamentar, mas acabou perdendo assentos. O Partido Conservador tem 318 cadeiras numa Casa de 650. May tinha 330 antes do pleito. Não há consenso sobre a possibilidade ou não de reverter o "brexit". A União Europeia já deu sinais de que estaria disposta a discutir esse cenário, mas o governo britânico não demonstra interesse. O acordo final, depois de dois anos de negociações, precisa ser aprovado pelo Parlamento britânico. May defende o que é conhecido como um "brexit duro", em que o Reino Unido deixaria também o mercado único europeu. Mas, depois de seu revés eleitoral, a posição tem sido contestada. O prefeito de Londres, Sadiq Khan, pediu na quinta-feira que May mantenha o país no mercado único, que congrega 500 milhões de consumidores. Ele afirmou que "o governo precisa agora ouvir a vontade do povo". A primeira-ministra defendeu, no primeiro dia de cúpula, a garantia dos direitos dos cidadãos europeus que residem no Reino Unido, uma das reivindicações dos negociadores europeus. Essa população é hoje estimada em 3 milhões de pessoas. POPULISMO O início do encontro em Bruxelas foi de fato marcado por algum tipo de esperança, como sugerido pela canção. Em uma nota enviada a líderes europeus antes da cúpula, Tusk celebrou as vitórias do bloco diante de repetidas ameaças do populismo. A comemoração tem como contexto o feito de Emmanuel Macron, que barrou a ultranacionalista de direita Marine Le Pen nas eleições presidenciais de 7 de maio. "Vamos nos reunir em um contexto político diferente daquele de alguns meses atrás, quando as forças anti-europeias estavam em alta." Tusk afirmou que a União Europeia voltou a ser vista como uma solução, em vez de um problema. As insatisfações em relação ao bloco, visto como benéfico apenas a parte da população, alimentam movimentos como a Frente Nacional de Le Pen.
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Mortes: Rei dos bailes da saudade até os 90 anos
Verdadeiro pé de valsa, Semir Dorgan era conhecido como o rei dos bailes da saudade. Acompanhado do irmão Jamil, dominou até pouco tempo atrás as pistas de dança de São Paulo, Poços de Caldas e Jacutinga —as duas últimas em Minas Gerais, onde foi morar com os filhos nos últimos anos. Elegante, estava sempre bem arrumado. Além dos passos de dança, era versado na arte de cantar. Na juventude, fez figurações nas óperas italianas que passavam pela capital paulista, onde nasceu o mais velho dos quatro filhos do casal Dorgan, que veio do Líbano em 1912. Experientes no comércio, logo tornaram-se uma das mais tradicionais famílias da rua 25 de Março, e foi entre as lojas e ambulantes da via que cresceu o pequeno Semir. Já nessa época, estudava música lírica e praticava remo nas outrora límpidas águas do rio Tietê. Formado em contabilidade, seguir no negócio do clã era o caminho natural. Mas a família hoje sabe que, se Semir pudesse escolher, teria sido ator ou cantor —as fitas cassetes que registram suas cantorias seguem guardadas, afirma a sobrinha Bete. Casou-se (e separou-se) duas vezes e teve sete filhos —dois no primeiro, cinco no segundo. Reunir a família em casa era rotina, em noites regadas a música e pizza. Morreu na segunda (27), aos 91 anos, de falência de múltiplos órgãos. Deixa os filhos Eliane, Sandra, Vania, Paulo, Tania, Roberto e Andréia e seis netos. A missa de sétimo dia será rezada no domingo (2), às 10h30, na Catedral Metropolitana Ortodoxa de São Paulo, no Paraíso. [email protected] - MORTES E MISSAS PUBLICADAS NESTA QUINTA-FEIRA 7º DIA Benito Ugo Marchesini - Hoje (30/7), às 11h, na igreja São José, r. Dinamarca, 32, Jd. Europa. Fernando Soares Correa - Amanhã (31/7), às 19h, na igreja Divino Salvador, r. Casa do Ator, 450, Vila Olímpia. Simone Simões Simon - Hoje (30/7), às 19h30, na igreja Nossa Senhora de Salete, r. Dr. Zuquim, 1.746, Jd. São Paulo. Wanda Camélia Losacco - Hoje (30/7), às 19h30, na igreja Santa Teresinha, pça. Domingos Corrêa da Cruz, 140, Santa Teresinha. 90º DIA Daniel Di Giulio - Hoje (30/7), às 19h30, na igreja Santa Teresinha, pça. Domingos Corrêa da Cruz, 140, Santa Teresinha. 1º ANO João Augusto Buff - Amanhã (31/7), às 19h30, na igreja Dom Bosco, r. Cerro Corá, 2.101, Alto da Lapa. 100 ANOS DE NASCIMENTO Laura Loureiro Peres Rodrigues - Amanhã (31/7), às 17h30, na igreja Nossa Senhora do Carmo da Aclimação, rua Bráz Cubas, 163, Aclimação.
cotidiano
Mortes: Rei dos bailes da saudade até os 90 anosVerdadeiro pé de valsa, Semir Dorgan era conhecido como o rei dos bailes da saudade. Acompanhado do irmão Jamil, dominou até pouco tempo atrás as pistas de dança de São Paulo, Poços de Caldas e Jacutinga —as duas últimas em Minas Gerais, onde foi morar com os filhos nos últimos anos. Elegante, estava sempre bem arrumado. Além dos passos de dança, era versado na arte de cantar. Na juventude, fez figurações nas óperas italianas que passavam pela capital paulista, onde nasceu o mais velho dos quatro filhos do casal Dorgan, que veio do Líbano em 1912. Experientes no comércio, logo tornaram-se uma das mais tradicionais famílias da rua 25 de Março, e foi entre as lojas e ambulantes da via que cresceu o pequeno Semir. Já nessa época, estudava música lírica e praticava remo nas outrora límpidas águas do rio Tietê. Formado em contabilidade, seguir no negócio do clã era o caminho natural. Mas a família hoje sabe que, se Semir pudesse escolher, teria sido ator ou cantor —as fitas cassetes que registram suas cantorias seguem guardadas, afirma a sobrinha Bete. Casou-se (e separou-se) duas vezes e teve sete filhos —dois no primeiro, cinco no segundo. Reunir a família em casa era rotina, em noites regadas a música e pizza. Morreu na segunda (27), aos 91 anos, de falência de múltiplos órgãos. Deixa os filhos Eliane, Sandra, Vania, Paulo, Tania, Roberto e Andréia e seis netos. A missa de sétimo dia será rezada no domingo (2), às 10h30, na Catedral Metropolitana Ortodoxa de São Paulo, no Paraíso. [email protected] - MORTES E MISSAS PUBLICADAS NESTA QUINTA-FEIRA 7º DIA Benito Ugo Marchesini - Hoje (30/7), às 11h, na igreja São José, r. Dinamarca, 32, Jd. Europa. Fernando Soares Correa - Amanhã (31/7), às 19h, na igreja Divino Salvador, r. Casa do Ator, 450, Vila Olímpia. Simone Simões Simon - Hoje (30/7), às 19h30, na igreja Nossa Senhora de Salete, r. Dr. Zuquim, 1.746, Jd. São Paulo. Wanda Camélia Losacco - Hoje (30/7), às 19h30, na igreja Santa Teresinha, pça. Domingos Corrêa da Cruz, 140, Santa Teresinha. 90º DIA Daniel Di Giulio - Hoje (30/7), às 19h30, na igreja Santa Teresinha, pça. Domingos Corrêa da Cruz, 140, Santa Teresinha. 1º ANO João Augusto Buff - Amanhã (31/7), às 19h30, na igreja Dom Bosco, r. Cerro Corá, 2.101, Alto da Lapa. 100 ANOS DE NASCIMENTO Laura Loureiro Peres Rodrigues - Amanhã (31/7), às 17h30, na igreja Nossa Senhora do Carmo da Aclimação, rua Bráz Cubas, 163, Aclimação.
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Pequeno reforço
Quando a gigante Ambev adquiriu a pequena Wäls muitos torceram o nariz. Como é frequente nesse tipo de transação, fica a impressão que a grande não tem muito a ganhar, e que a pequena tem tudo a perder —no caso da mineira, o prestígio de ser uma das artesanais mais bem-sucedidas do mercado. Corta. Meses depois, a Bohemia, marca da Ambev a qual a Wäls se associou, lança três novos rótulos, numa tentativa de se inserir de vez no mercado das cervejas especiais: a india pale ale Jabutipa, a blond ale Caã-Yari e a witbier Bela Rosa. A fórmula parecia infalível, belos rótulos e ingredientes exóticos (jabuticaba, erva-mate e pimenta-rosa, respectivamente), mas nenhuma me impressionou. Até ali, a Wäls tinha pouco ou nada a ver com os títulos, que já estavam sendo trabalhados bem antes da aquisição. Corta. Março deste ano. Aceitei o convite para conhecer a fábrica da Bohemia, em Petrópolis, região serrana do Rio. O espaço voltou à ativa há poucos anos e se dedica apenas aos rótulos especiais. Não foi a primeira cervejaria que conheci, mas impressionou ver um lugar daquela proporção envolvido exclusivamente às cervejas especiais. Fui seduzido. E o diabo afinal não era tão vermelho quanto eu queria pintar. Melhor, foi possível ver o dedo do pequeno ajudando o gigante. Explica-se: uma das primeiras missões do cervejeiro José Felipe Carneiro, da Wäls, foi aperfeiçoar os três rótulos da Bohemia. Provado e aprovado. Como sou fã de IPA, fiquei especialmente feliz com o resultado alcançado na Jabutipa, agora bem menos amarga e com a presença da jabuticaba mais perceptível. Se fosse definir as mudanças em uma palavra, seria "equilíbrio". Segundo Carneiro, o ajuste de uma cerveja durante sua vida útil é natural. Mas em larga escala ele requer mais cuidados. As cervejas "revisadas" já estão no mercado, mas os lotes antigos não foram retirados das prateleiras. As duas devem conviver alguns meses até acontecer a troca completa. E tem mais novidade. Já com a participação da turma da Wäls desde a criação, mais três rótulos estão chegando em breve: a 838 Pale Ale, a 14 Weiss e a Aura Lager. As três foram apresentadas no recente Festival Brasileiro da Cerveja, em Blumenau, e a 838 (muito boa) chegou a ser premiada em sua categoria. O novo trio deve entrar nas prateleiras ainda neste semestre. Já devidamente ajustadas. A FOUNDERS VOLTOOOU Boa noticia para os fãs da cervejaria de Michigan (EUA). Longe do mercado brasileiro desde o final de 2014, a Founders está de volta ao Brasil com seus rótulos tradicionais, como a Centennial IPA, a All Day IPA (uma session india pale ale mais cítrica) e a Dirty Bastard, uma scotch ale. Além delas, a marca terá novidades no mercado brasileiro, como a Mosaic Promise, outra IPA, mais "simples", feita com um malte (Golden Promise) e um lúpulo (Mosaic); outra que chega pela primeira vez por aqui é a Nitro Oatmeal Stout, com aveia e o lúpulo Nugget, um pouco picante. Para completar, o nitrogênio dá a cerveja aquele efeito cascata, como da Guinness, que confere uma cremosidade ao rótulo. As cervejas estão viajando ao Brasil neste momento e devem chegar ao mercado em maio. O preço sugerido é de R$ 24 (quando saiu custava cerca de R$ 17... sinal dos tempos).
colunas
Pequeno reforçoQuando a gigante Ambev adquiriu a pequena Wäls muitos torceram o nariz. Como é frequente nesse tipo de transação, fica a impressão que a grande não tem muito a ganhar, e que a pequena tem tudo a perder —no caso da mineira, o prestígio de ser uma das artesanais mais bem-sucedidas do mercado. Corta. Meses depois, a Bohemia, marca da Ambev a qual a Wäls se associou, lança três novos rótulos, numa tentativa de se inserir de vez no mercado das cervejas especiais: a india pale ale Jabutipa, a blond ale Caã-Yari e a witbier Bela Rosa. A fórmula parecia infalível, belos rótulos e ingredientes exóticos (jabuticaba, erva-mate e pimenta-rosa, respectivamente), mas nenhuma me impressionou. Até ali, a Wäls tinha pouco ou nada a ver com os títulos, que já estavam sendo trabalhados bem antes da aquisição. Corta. Março deste ano. Aceitei o convite para conhecer a fábrica da Bohemia, em Petrópolis, região serrana do Rio. O espaço voltou à ativa há poucos anos e se dedica apenas aos rótulos especiais. Não foi a primeira cervejaria que conheci, mas impressionou ver um lugar daquela proporção envolvido exclusivamente às cervejas especiais. Fui seduzido. E o diabo afinal não era tão vermelho quanto eu queria pintar. Melhor, foi possível ver o dedo do pequeno ajudando o gigante. Explica-se: uma das primeiras missões do cervejeiro José Felipe Carneiro, da Wäls, foi aperfeiçoar os três rótulos da Bohemia. Provado e aprovado. Como sou fã de IPA, fiquei especialmente feliz com o resultado alcançado na Jabutipa, agora bem menos amarga e com a presença da jabuticaba mais perceptível. Se fosse definir as mudanças em uma palavra, seria "equilíbrio". Segundo Carneiro, o ajuste de uma cerveja durante sua vida útil é natural. Mas em larga escala ele requer mais cuidados. As cervejas "revisadas" já estão no mercado, mas os lotes antigos não foram retirados das prateleiras. As duas devem conviver alguns meses até acontecer a troca completa. E tem mais novidade. Já com a participação da turma da Wäls desde a criação, mais três rótulos estão chegando em breve: a 838 Pale Ale, a 14 Weiss e a Aura Lager. As três foram apresentadas no recente Festival Brasileiro da Cerveja, em Blumenau, e a 838 (muito boa) chegou a ser premiada em sua categoria. O novo trio deve entrar nas prateleiras ainda neste semestre. Já devidamente ajustadas. A FOUNDERS VOLTOOOU Boa noticia para os fãs da cervejaria de Michigan (EUA). Longe do mercado brasileiro desde o final de 2014, a Founders está de volta ao Brasil com seus rótulos tradicionais, como a Centennial IPA, a All Day IPA (uma session india pale ale mais cítrica) e a Dirty Bastard, uma scotch ale. Além delas, a marca terá novidades no mercado brasileiro, como a Mosaic Promise, outra IPA, mais "simples", feita com um malte (Golden Promise) e um lúpulo (Mosaic); outra que chega pela primeira vez por aqui é a Nitro Oatmeal Stout, com aveia e o lúpulo Nugget, um pouco picante. Para completar, o nitrogênio dá a cerveja aquele efeito cascata, como da Guinness, que confere uma cremosidade ao rótulo. As cervejas estão viajando ao Brasil neste momento e devem chegar ao mercado em maio. O preço sugerido é de R$ 24 (quando saiu custava cerca de R$ 17... sinal dos tempos).
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Delação lavada
O acordo de delação premiada de Renato Duque é esperado para qualquer momento. E, com isso, não só a reiteração de nomes e versões já bastante noticiados, mas também o envolvimento de mais políticos. Com provável surpresa. Renato Duque e Paulo Roberto Costa formaram a dupla dos mais contatados dirigentes da Petrobras por políticos e representantes de empreiteiras. O momento de apreensão vivido na Lava Jato não se deve, porém, a Renato Duque. A reprimenda do ministro Teori Zavascki na Lava Jato aumenta a expectativa sobre sua próxima decisão de retirar ou lá manter, como desejam o juiz Sergio Moro e os procuradores, o inquérito sobre o almirante Othon Silva e a estatal Eletronuclear. O ministro não gostou de constatar a ausência de políticos na delação premiada de Dalton Avancini, dirigente da empreiteira Camargo Corrêa, no inquérito da Eletronuclear. Vira-os, em especial a do ex-ministro Edson Lobão, em referência ao mesmo tema, na delação de Ricardo Pessoa, da UTC. O ministro foi duro em sua observação, transcrita em parte por Márcio Falcão na Folha (3.out): "É de se estranhar que (...) as autoridades responsáveis pela diligência não tenham tido o elementar cuidado de questionar o colaborador [o delator]" para identificar os políticos subornados. A repreensão precisa de um adendo. Caso incluído o nome de um parlamentar, como o senador Lobão, o inquérito sairia do juiz Sergio Moro e dos procuradores de Curitiba para o Supremo Tribunal Federal, jurisdição adequada para congressistas. Além disso, a ausência de nomes de políticos que deveriam constar da delação transcrita não significa, necessariamente, a falta de "cuidado elementar" dos interrogadores. As perguntas poderiam ser feitas e as respostas, não gravadas -ou gravadas ambas e não transcritas. Nem seria a estreia de truques do gênero. SIM E NÃO Subestimar Eduardo Cunha não é atitude prudente. É geral a convicção de que Paulo Maluf é dono das centenas de milhões que investigadores e autoridades europeias encontraram em seu nome e de familiares seus. Há anos Maluf limita-se a dizer que nada tem no exterior e que o dinheiro indicado não é seu. E ninguém até hoje deu prova cabal do contrário. Significa que o dinheiro não é ou não era dele? Não. Contas em que não há vestígio algum existem, a alto custo, para aqueles a quem não basta ser esperto: são espertos prevenidos. Mesmo que o banco, fundo, ou lá o que seja, tenha feito alguma identificação, o problema da prova continua. Não digo que seja o caso dos dois. Nem diria que não é. GUERRAS Minutos antes de ter notícia do bombardeio ao hospital dos Médicos Sem Fronteiras no Afeganistão, estive relendo Ana Novac, autora do livro "Eu tinha 14 anos em Auschwitz" (sem edição brasileira). Diz ela sobre o próprio livro: "O que sabemos dos campos vem da memória dos deportados, que é reelaborada pelo imaginário pós-nazista. Eu tive a oportunidade de escrever lá mesmo". Seu original foi levado para fora do campo por um cabo alemão. Um trecho para este momento: "Os aliados também nos fizeram morrer. Seus aviões faziam voos baixos e atiravam em nós, que não tínhamos acesso aos abrigos nas fábricas onde trabalhávamos. Foi um verdadeiro massacre. Do lado de fora, estávamos sob as bombas dos libertadores que esperávamos havia meses, e que nos viam. Aí (campo de Plassow), conheci verdadeiramente o desespero. (...) Jamais se fala disso. Por que os aliados atiraram em nós, em vez de bombardear as câmaras de gás e as vias férreas que levavam a elas? Alguém tem uma resposta a dar a esta pergunta?" Eram aviões norte-americanos.
colunas
Delação lavadaO acordo de delação premiada de Renato Duque é esperado para qualquer momento. E, com isso, não só a reiteração de nomes e versões já bastante noticiados, mas também o envolvimento de mais políticos. Com provável surpresa. Renato Duque e Paulo Roberto Costa formaram a dupla dos mais contatados dirigentes da Petrobras por políticos e representantes de empreiteiras. O momento de apreensão vivido na Lava Jato não se deve, porém, a Renato Duque. A reprimenda do ministro Teori Zavascki na Lava Jato aumenta a expectativa sobre sua próxima decisão de retirar ou lá manter, como desejam o juiz Sergio Moro e os procuradores, o inquérito sobre o almirante Othon Silva e a estatal Eletronuclear. O ministro não gostou de constatar a ausência de políticos na delação premiada de Dalton Avancini, dirigente da empreiteira Camargo Corrêa, no inquérito da Eletronuclear. Vira-os, em especial a do ex-ministro Edson Lobão, em referência ao mesmo tema, na delação de Ricardo Pessoa, da UTC. O ministro foi duro em sua observação, transcrita em parte por Márcio Falcão na Folha (3.out): "É de se estranhar que (...) as autoridades responsáveis pela diligência não tenham tido o elementar cuidado de questionar o colaborador [o delator]" para identificar os políticos subornados. A repreensão precisa de um adendo. Caso incluído o nome de um parlamentar, como o senador Lobão, o inquérito sairia do juiz Sergio Moro e dos procuradores de Curitiba para o Supremo Tribunal Federal, jurisdição adequada para congressistas. Além disso, a ausência de nomes de políticos que deveriam constar da delação transcrita não significa, necessariamente, a falta de "cuidado elementar" dos interrogadores. As perguntas poderiam ser feitas e as respostas, não gravadas -ou gravadas ambas e não transcritas. Nem seria a estreia de truques do gênero. SIM E NÃO Subestimar Eduardo Cunha não é atitude prudente. É geral a convicção de que Paulo Maluf é dono das centenas de milhões que investigadores e autoridades europeias encontraram em seu nome e de familiares seus. Há anos Maluf limita-se a dizer que nada tem no exterior e que o dinheiro indicado não é seu. E ninguém até hoje deu prova cabal do contrário. Significa que o dinheiro não é ou não era dele? Não. Contas em que não há vestígio algum existem, a alto custo, para aqueles a quem não basta ser esperto: são espertos prevenidos. Mesmo que o banco, fundo, ou lá o que seja, tenha feito alguma identificação, o problema da prova continua. Não digo que seja o caso dos dois. Nem diria que não é. GUERRAS Minutos antes de ter notícia do bombardeio ao hospital dos Médicos Sem Fronteiras no Afeganistão, estive relendo Ana Novac, autora do livro "Eu tinha 14 anos em Auschwitz" (sem edição brasileira). Diz ela sobre o próprio livro: "O que sabemos dos campos vem da memória dos deportados, que é reelaborada pelo imaginário pós-nazista. Eu tive a oportunidade de escrever lá mesmo". Seu original foi levado para fora do campo por um cabo alemão. Um trecho para este momento: "Os aliados também nos fizeram morrer. Seus aviões faziam voos baixos e atiravam em nós, que não tínhamos acesso aos abrigos nas fábricas onde trabalhávamos. Foi um verdadeiro massacre. Do lado de fora, estávamos sob as bombas dos libertadores que esperávamos havia meses, e que nos viam. Aí (campo de Plassow), conheci verdadeiramente o desespero. (...) Jamais se fala disso. Por que os aliados atiraram em nós, em vez de bombardear as câmaras de gás e as vias férreas que levavam a elas? Alguém tem uma resposta a dar a esta pergunta?" Eram aviões norte-americanos.
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'Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças' terá série de TV, diz site
Vencedor do Oscar de melhor roteiro original, em 2005, o filme "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças" deve se tornar uma série de TV. As informações são do site "Hollywood Reporter". De acordo com a publicação, a série está sendo elaborada por Steve Golin, que produziu o filme original. Premiados com o Oscar em 2005, os roteiristas Michel Gondry e Charlie Kaufman, no entanto, não farão parte do projeto. Ainda segundo o "Hollywood Reporter" a série ainda está nos estágios iniciais e deve ter como roteirista Zev Borow (da série "Chuck"). Ela será feita pela produtora Anonymous Content, a mesma responsável por sucessos como "Mr. Robot" e "True Detective". O filme de 2004 contava a história de um casal —interpretado por Jim Carrey e Kate Winslet— que, após terminar o relacionamento, apaga as memórias que um tinha do outro. Nomes como Kirsten Dunst, Elijah Wood, Mark Ruffalo também faziam parte do elenco. Filmes que se tornam séries nem sempre são sinônimo de sucesso. "Minority Report", por exemplo, inspirada no longa de mesmo nome de 2002, foi cancelada após uma única temporada.
ilustrada
'Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças' terá série de TV, diz siteVencedor do Oscar de melhor roteiro original, em 2005, o filme "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças" deve se tornar uma série de TV. As informações são do site "Hollywood Reporter". De acordo com a publicação, a série está sendo elaborada por Steve Golin, que produziu o filme original. Premiados com o Oscar em 2005, os roteiristas Michel Gondry e Charlie Kaufman, no entanto, não farão parte do projeto. Ainda segundo o "Hollywood Reporter" a série ainda está nos estágios iniciais e deve ter como roteirista Zev Borow (da série "Chuck"). Ela será feita pela produtora Anonymous Content, a mesma responsável por sucessos como "Mr. Robot" e "True Detective". O filme de 2004 contava a história de um casal —interpretado por Jim Carrey e Kate Winslet— que, após terminar o relacionamento, apaga as memórias que um tinha do outro. Nomes como Kirsten Dunst, Elijah Wood, Mark Ruffalo também faziam parte do elenco. Filmes que se tornam séries nem sempre são sinônimo de sucesso. "Minority Report", por exemplo, inspirada no longa de mesmo nome de 2002, foi cancelada após uma única temporada.
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Reunião ao ar livre ou em pé são tentativas para melhorar decisões
ANNA RANGEL DE SÃO PAULO Reuniões improdutivas compartilham alguns erros frequentes. Ausência de pauta predefinida, um líder que conduza bem as discussões e saiba eleger prioridades e agendamento em cima da hora são alguns dos problemas. Ao fim do encontro, decisões não foram tomadas e os profissionais ficam com a impressão de terem perdido tempo, que poderia ser empregado em outras tarefas. "Se o líder diz que tudo é prioridade, como muitos fazem, o que ele transmite para sua equipe é que nada é", afirma Fábio Câmara, do laboratório de produtividade da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). Mas há estratégias que podem ajudar a encurtar os encontros e acelerar o processo decisório sem percalços. Uma delas é marcar reuniões externas, que incentivem a criatividade na hora de construir um novo projeto, diz Isis Borge, gerente da consultoria de RH Robert Half. Também ganham espaço os modelos ágeis, que preveem encontros rápidos e constantes e o uso de painéis que indicam, para toda a equipe, em que pé está o trabalho. Mas é vital insistir para que os funcionários mudem a forma de trabalhar, ou o novo modelo não funcionará, diz o especialista em produtividade Christian Barbosa. Veja quais são os principais erros na hora de marcar uma reunião, segundo especialistas, e como evitá-los. * A reunião é enfadonha e não estimula o funcionário a propor novas ideias Há quem seja adepto dos encontros em pé, como o gerente de projetos Thiago Nicolussi, 33, da Tevec, plataforma de gestão para a cadeia logística. "A ideia é que, sem uma cadeira, as pessoas se sintam mais incentivadas a resolver logo seus assuntos e voltar para suas mesas", afirma a gerente da recrutadora de RH Robert Half Isis Borge. Outros gestores optam por saídas ao ar livre quando a proposta da reunião é gerar novas ideias. O administrador Marcelo Cansini, 48, fundador da empresa de intercâmbio World Study, reúne a equipe em parques. "Além de diminuir a distância entre gestor e profissional, essa opção impulsiona a criatividade, já que as ideias surgem em um ambiente aberto, cheio de verde, e não há distrações", conta. Cada um só sabe de suas próprias funções Use um painel que especifique o que precisa ser feito, o que está em andamento e o que ainda está pendente, o que permite uma visão mais clara do todo. Vale até usar post-its para ajudar no processo. A Boali, rede de alimentação saudável, passou a usar um aplicativo de gestão aberto a todos os colaboradores, que ajuda a informar a todos sobre os projetos. Entre as opções estão o Trello e o Google Sheets, disponíveis em plataformas como Android e iOS. "Se todos já sabem qual é o andamento das atividades e quem é o responsável por elas, a tomada de decisão é muito mais simples e a reunião fica mais curta", afirma Victor Giansante, 32, presidente da empresa. A reunião é marcada de última hora e não há pauta Todos os encontros devem ter uma agenda com, no máximo, três assuntos, diz o economista e administrador Vicente Picarelli Filho, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas). "Os tópicos devem ser compartilhados com a equipe para que possam levantar dados, cenários e soluções, e não pensar em ideias ali mesmo", afirma. O gestor deve evitar marcar reuniões de última hora, mas avaliar quando realmente precisa da ajuda de toda a equipe, aponta o doutor em ciências sociais e professor da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado) Carlos Vital Giordano. E é preciso convocar as pessoas certas para o encontro. "Se aquele profissional não pode contribuir com uma ação clara, não vale a pena chamá-lo", afirma Isis Borge, da Robert Half. Os encontros duram tempo demais Reuniões que têm o objetivo de corrigir o fluxo de atividades podem durar até 15 minutos. Mesmo que mais longas, elas devem ter hora predeterminada para acabar, diz Picarelli, da FGV. "É fundamental que, ao final do encontro, todos saiam com uma incumbência ou que uma decisão seja tomada." Mas elas só dão certo se existir comunicação efetiva entre os membros da equipe, ou seja, se o funcionário entendeu a informação ou pedido passado. E um estudo de 2015 da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, recomenda que pelo menos um dia da semana seja livre de reuniões. O consultor de produtividade Christian Barbosa recomenda o uso de um cronômetro para que a conversa não dure mais que o combinado. "O que não dá é pra deixar o tempo correr." Não há quem conduza a reunião e o assunto se perde Toda a reunião deve ter um líder, seja o gestor da área ou do projeto, e ele deve ser responsável por identificar os obstáculos que deixam a equipe mais lenta e formas de aprimorar a produtividade. O condutor também deve prezar pela objetividade, sem deixar que outros assuntos dominem a pauta estipulada antes do encontro. "Fica mais difícil desempenhar essa função de corrigir a rota se a pessoa concede demais, por isso deve ficar atenta para não cometer esse erro", diz Picarelli. Nicolussi, da Tevec, busca ser direto para que as decisões sejam tomadas rápido. "Tínhamos reuniões muito longas, que desgastavam a todos. Vi que precisava aprender a identificar os gargalos e não me aprofundar nos detalhes que não ajudam o trabalho", conta. * 47% dos profissionais acham que perdem tempo ao serem convocados para reuniões sem propósito 30 minutos é a duração máxima ideal para uma reunião 60% das horas de trabalho de um CEO são ocupadas por reuniões 1/3 das reuniões não são produtivas e não ajudam a equipe a alcançar seus objetivos 75% não aprovam atender ou mexer no celular durante reuniões 86% acham inadequado ler ou enviar mensagens de texto Fontes: Universidade do Sul da Califórnia, consultoria de remuneração Salary.com, Carlos Vital Giordano (professor do MBA Gestão Estratégica de Negócios da FAAP), Harvard Business School, Triad
sobretudo
Reunião ao ar livre ou em pé são tentativas para melhorar decisões ANNA RANGEL DE SÃO PAULO Reuniões improdutivas compartilham alguns erros frequentes. Ausência de pauta predefinida, um líder que conduza bem as discussões e saiba eleger prioridades e agendamento em cima da hora são alguns dos problemas. Ao fim do encontro, decisões não foram tomadas e os profissionais ficam com a impressão de terem perdido tempo, que poderia ser empregado em outras tarefas. "Se o líder diz que tudo é prioridade, como muitos fazem, o que ele transmite para sua equipe é que nada é", afirma Fábio Câmara, do laboratório de produtividade da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). Mas há estratégias que podem ajudar a encurtar os encontros e acelerar o processo decisório sem percalços. Uma delas é marcar reuniões externas, que incentivem a criatividade na hora de construir um novo projeto, diz Isis Borge, gerente da consultoria de RH Robert Half. Também ganham espaço os modelos ágeis, que preveem encontros rápidos e constantes e o uso de painéis que indicam, para toda a equipe, em que pé está o trabalho. Mas é vital insistir para que os funcionários mudem a forma de trabalhar, ou o novo modelo não funcionará, diz o especialista em produtividade Christian Barbosa. Veja quais são os principais erros na hora de marcar uma reunião, segundo especialistas, e como evitá-los. * A reunião é enfadonha e não estimula o funcionário a propor novas ideias Há quem seja adepto dos encontros em pé, como o gerente de projetos Thiago Nicolussi, 33, da Tevec, plataforma de gestão para a cadeia logística. "A ideia é que, sem uma cadeira, as pessoas se sintam mais incentivadas a resolver logo seus assuntos e voltar para suas mesas", afirma a gerente da recrutadora de RH Robert Half Isis Borge. Outros gestores optam por saídas ao ar livre quando a proposta da reunião é gerar novas ideias. O administrador Marcelo Cansini, 48, fundador da empresa de intercâmbio World Study, reúne a equipe em parques. "Além de diminuir a distância entre gestor e profissional, essa opção impulsiona a criatividade, já que as ideias surgem em um ambiente aberto, cheio de verde, e não há distrações", conta. Cada um só sabe de suas próprias funções Use um painel que especifique o que precisa ser feito, o que está em andamento e o que ainda está pendente, o que permite uma visão mais clara do todo. Vale até usar post-its para ajudar no processo. A Boali, rede de alimentação saudável, passou a usar um aplicativo de gestão aberto a todos os colaboradores, que ajuda a informar a todos sobre os projetos. Entre as opções estão o Trello e o Google Sheets, disponíveis em plataformas como Android e iOS. "Se todos já sabem qual é o andamento das atividades e quem é o responsável por elas, a tomada de decisão é muito mais simples e a reunião fica mais curta", afirma Victor Giansante, 32, presidente da empresa. A reunião é marcada de última hora e não há pauta Todos os encontros devem ter uma agenda com, no máximo, três assuntos, diz o economista e administrador Vicente Picarelli Filho, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas). "Os tópicos devem ser compartilhados com a equipe para que possam levantar dados, cenários e soluções, e não pensar em ideias ali mesmo", afirma. O gestor deve evitar marcar reuniões de última hora, mas avaliar quando realmente precisa da ajuda de toda a equipe, aponta o doutor em ciências sociais e professor da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado) Carlos Vital Giordano. E é preciso convocar as pessoas certas para o encontro. "Se aquele profissional não pode contribuir com uma ação clara, não vale a pena chamá-lo", afirma Isis Borge, da Robert Half. Os encontros duram tempo demais Reuniões que têm o objetivo de corrigir o fluxo de atividades podem durar até 15 minutos. Mesmo que mais longas, elas devem ter hora predeterminada para acabar, diz Picarelli, da FGV. "É fundamental que, ao final do encontro, todos saiam com uma incumbência ou que uma decisão seja tomada." Mas elas só dão certo se existir comunicação efetiva entre os membros da equipe, ou seja, se o funcionário entendeu a informação ou pedido passado. E um estudo de 2015 da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, recomenda que pelo menos um dia da semana seja livre de reuniões. O consultor de produtividade Christian Barbosa recomenda o uso de um cronômetro para que a conversa não dure mais que o combinado. "O que não dá é pra deixar o tempo correr." Não há quem conduza a reunião e o assunto se perde Toda a reunião deve ter um líder, seja o gestor da área ou do projeto, e ele deve ser responsável por identificar os obstáculos que deixam a equipe mais lenta e formas de aprimorar a produtividade. O condutor também deve prezar pela objetividade, sem deixar que outros assuntos dominem a pauta estipulada antes do encontro. "Fica mais difícil desempenhar essa função de corrigir a rota se a pessoa concede demais, por isso deve ficar atenta para não cometer esse erro", diz Picarelli. Nicolussi, da Tevec, busca ser direto para que as decisões sejam tomadas rápido. "Tínhamos reuniões muito longas, que desgastavam a todos. Vi que precisava aprender a identificar os gargalos e não me aprofundar nos detalhes que não ajudam o trabalho", conta. * 47% dos profissionais acham que perdem tempo ao serem convocados para reuniões sem propósito 30 minutos é a duração máxima ideal para uma reunião 60% das horas de trabalho de um CEO são ocupadas por reuniões 1/3 das reuniões não são produtivas e não ajudam a equipe a alcançar seus objetivos 75% não aprovam atender ou mexer no celular durante reuniões 86% acham inadequado ler ou enviar mensagens de texto Fontes: Universidade do Sul da Califórnia, consultoria de remuneração Salary.com, Carlos Vital Giordano (professor do MBA Gestão Estratégica de Negócios da FAAP), Harvard Business School, Triad
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A história é santista
Tchê Tchê fez a jogada do gol de Mike, para o Audax, como lateral direito. Recém-contratado pelo time do Palmeiras, ele veste a camisa 2, fecha a linha defensiva como lateral, mas não é exclusivamente dessa posição. No primeiro tempo, viu-se Tchê Tchê ora como lateral, ora entrando em diagonal e chegando à meia esquerda. Polivalência é a marca do Audax, tanto quanto a troca de passes e os chutes de fora da área. É o time do Estadual com mais gols de longa distância. Foram cinco, que ajudaram a vencer o São Paulo nas quartas de final e o Corinthians na semifinal. Curiosamente, o gol de empate do Santos nasceu de uma das características típicas da equipe do Audax: o chute de longe. Estatisticamente, o Paulista exige 63 tentativas para nascer um gol de cruzamento, índice apresentado pelo site Footstats. Os tiros de fora da área exigem menos: um gol a cada 25 tiros. O Santos havia cruzado 14 vezes quando resolveu chutar: gol de Ronaldo Mendes. Justamente do homem que só jogou porque a estrela, Lucas Lima, saiu machucado. Quando fez 1 x 0, o Audax tinha 58% de tempo de bola no pé. O Santos sofreu com o estilo do rival e usou lançamentos longos para incomodá-lo no primeiro tempo. O campeonato mostrou o time de Dorival Júnior mais à vontade com os passes curtos. Só melhorou na segunda etapa, quando percebeu ser mais fácil atrair o adversário e contra-atacar com toques rápidos. Poderia ter feito o gol antes do Osasco, se Gabriel estivesse com melhor pontaria. Por três vezes, Gabigol chegou frente a frente com o goleiro Sidão e chutou mal. Gabriel não foi o único caso de má pontaria na decisão. Mike quase fez o segundo gol aos 23 minutos. É o jogador do Audax que mais une talento e experiência. Foi reserva do Internacional e titular do Sport em partidas de campeonatos brasileiros. É provável que retorne a Porto Alegre para o Campeonato Brasileiro. Se fizesse o segundo gol, Mike deixaria a situação do Santos delicadíssima. Teria de vencer o jogo de volta e passar a semana tratando a lesão de Lucas Lima, que deixou o gramado machucado aos 18 minutos da segunda etapa. Com o empate, o Santos terá no próximo domingo uma situação bem melhor do que a vivida contra o Ituano, dois anos atrás. Daquela vez, o meia Cristian marcou o gol da vitória do clube de Itu na primeira final. O santista Cícero fez 1 a 0 no segundo jogo, mas os pênaltis definiram a viagem do troféu para o interior do Estado. Aquela final aconteceu no estádio do Pacaembu. A grande diferença desta vez chama-se Vila Belmiro. São cinco anos e 41 partidas de Campeonato Paulista sem derrota do Santos em seu estádio. Ao todo, 34 vitórias e 7 empates desde 5 de abril de 2011, quando caiu contra o Palmeiras, no mesmo ano em que foi bicampeão. A Vila Belmiro não joga, mas o Santos sabe como atuar lá dentro. Neste Estadual, o técnico Dorival Júnior dirigiu o seu time no alçapão sete vezes. Empatou duas, ganhou cinco, e três dos triunfos tiveram dois gols de diferença —contra Corinthians, Ferroviária e São Bento. Com o placar de ontem, basta fazer 1 a 0. O retrospecto indica que o Santos será campeão paulista pela 22ª vez no próximo domingo. O INCRÍVEL NENÊ O Botafogo foi melhor do que o Vasco na maior parte do clássico da reabertura do Maracanã. Não venceu por erros de finalização e por causa de Nenê. O meia do Vasco é líder de assistências do Carioca: deu o 7º passe para gol na competição. POUPADOS O Atlético Mineiro só poupou Pratto e Júnior Urso dos titulares da Libertadores. Perdia e tinha desvantagem capaz de encerrar o jejum de 15 anos do América. Foi justamente Pratto quem entrou no final do jogo para deixar o Atlético vivo.
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A história é santistaTchê Tchê fez a jogada do gol de Mike, para o Audax, como lateral direito. Recém-contratado pelo time do Palmeiras, ele veste a camisa 2, fecha a linha defensiva como lateral, mas não é exclusivamente dessa posição. No primeiro tempo, viu-se Tchê Tchê ora como lateral, ora entrando em diagonal e chegando à meia esquerda. Polivalência é a marca do Audax, tanto quanto a troca de passes e os chutes de fora da área. É o time do Estadual com mais gols de longa distância. Foram cinco, que ajudaram a vencer o São Paulo nas quartas de final e o Corinthians na semifinal. Curiosamente, o gol de empate do Santos nasceu de uma das características típicas da equipe do Audax: o chute de longe. Estatisticamente, o Paulista exige 63 tentativas para nascer um gol de cruzamento, índice apresentado pelo site Footstats. Os tiros de fora da área exigem menos: um gol a cada 25 tiros. O Santos havia cruzado 14 vezes quando resolveu chutar: gol de Ronaldo Mendes. Justamente do homem que só jogou porque a estrela, Lucas Lima, saiu machucado. Quando fez 1 x 0, o Audax tinha 58% de tempo de bola no pé. O Santos sofreu com o estilo do rival e usou lançamentos longos para incomodá-lo no primeiro tempo. O campeonato mostrou o time de Dorival Júnior mais à vontade com os passes curtos. Só melhorou na segunda etapa, quando percebeu ser mais fácil atrair o adversário e contra-atacar com toques rápidos. Poderia ter feito o gol antes do Osasco, se Gabriel estivesse com melhor pontaria. Por três vezes, Gabigol chegou frente a frente com o goleiro Sidão e chutou mal. Gabriel não foi o único caso de má pontaria na decisão. Mike quase fez o segundo gol aos 23 minutos. É o jogador do Audax que mais une talento e experiência. Foi reserva do Internacional e titular do Sport em partidas de campeonatos brasileiros. É provável que retorne a Porto Alegre para o Campeonato Brasileiro. Se fizesse o segundo gol, Mike deixaria a situação do Santos delicadíssima. Teria de vencer o jogo de volta e passar a semana tratando a lesão de Lucas Lima, que deixou o gramado machucado aos 18 minutos da segunda etapa. Com o empate, o Santos terá no próximo domingo uma situação bem melhor do que a vivida contra o Ituano, dois anos atrás. Daquela vez, o meia Cristian marcou o gol da vitória do clube de Itu na primeira final. O santista Cícero fez 1 a 0 no segundo jogo, mas os pênaltis definiram a viagem do troféu para o interior do Estado. Aquela final aconteceu no estádio do Pacaembu. A grande diferença desta vez chama-se Vila Belmiro. São cinco anos e 41 partidas de Campeonato Paulista sem derrota do Santos em seu estádio. Ao todo, 34 vitórias e 7 empates desde 5 de abril de 2011, quando caiu contra o Palmeiras, no mesmo ano em que foi bicampeão. A Vila Belmiro não joga, mas o Santos sabe como atuar lá dentro. Neste Estadual, o técnico Dorival Júnior dirigiu o seu time no alçapão sete vezes. Empatou duas, ganhou cinco, e três dos triunfos tiveram dois gols de diferença —contra Corinthians, Ferroviária e São Bento. Com o placar de ontem, basta fazer 1 a 0. O retrospecto indica que o Santos será campeão paulista pela 22ª vez no próximo domingo. O INCRÍVEL NENÊ O Botafogo foi melhor do que o Vasco na maior parte do clássico da reabertura do Maracanã. Não venceu por erros de finalização e por causa de Nenê. O meia do Vasco é líder de assistências do Carioca: deu o 7º passe para gol na competição. POUPADOS O Atlético Mineiro só poupou Pratto e Júnior Urso dos titulares da Libertadores. Perdia e tinha desvantagem capaz de encerrar o jejum de 15 anos do América. Foi justamente Pratto quem entrou no final do jogo para deixar o Atlético vivo.
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Bolsas chinesas ecoam desconfiança sobre poder do governo na economia
Pode esquecer as porções generosas do Federal Reserve. Os investidores na Ásia agora se preocupam cada vez mais com o que pode acontecer quando a China parar de administrar sua dose de morfina aos mercados. Os operadores estão descobrindo o que pode acontecer às ações quando Pequim retirar o anestésico do mercado. Em 14 de agosto, as autoridades regulatórias chinesas anunciaram que abandonariam suas intervenções diárias por meio da China Securities Finance Corp., o principal veículo do governo chinês para a compra de ações, depois de semanas de ações drásticas cujo objetivo era deter a queda acelerada do mercado. Os investidores reagiram apertando o botão de venda. No final de uma semana de operações altamente volátil, os índices das bolsas de Xangai e Shenzhen haviam caído em 12%, na semana passada. Na segunda-feira, o índice composto da Bolsa de Xangai voltou a cair em 8,5%, o que elimina todo o seu avanço precedente em 2015, enquanto Shenzhen ainda se agarra a uma alta de 33% no acumulado anual. "O mercado está em trajetória de queda", diz Ye Tan, economista independente em Xangai. "O governo precisa continuar suas intervenções a fim de manter a estabilidade". Segunda-feira negra - Fechamento das bolsas pelo mundo, em % As medidas de resgate tomadas nos dois últimos meses incluíram proibição de venda de ações pelos maiores acionistas de cada empresa, o fornecimento de liquidez "ampla" pelo banco central às corretoras, e compras diretas pelo Estado. Tendo inicialmente conquistado algum sucesso em anestesiar o mercado, Pequim tem pouca opção a não ser manter esse curso. Caso não o faça, as ações da China podem uma vez mais entrar em queda livre. "Diante de uma combinação de avaliações características de uma bolha e de uma reversão do sentimento positivo quanto ao mercado, acreditamos que o único fator que possa sustentar o mercado nacional de ações chinês seja um relaxamento monetário agressivo e continuado e/ou compras diretas pelo governo", diz Stuart Allsop, analista da BMI Research. "Continuamos a antecipar preços mais baixos para as ações". Zhou Hao, economista sênior do Commerzbank de Cingapura para os mercados emergentes, diz que a desvalorização do yuan pode impedir o banco central chinês de continuar provendo estímulo monetário. "Isso deflagraria uma nova onda de depreciação", ele afirma. "O problema é que eles têm tarefas demais no momento", acrescenta Zhou, enumerando uma série delas, entre as quais estabilidade financeira, impedir uma queda livre no mercado de ações, aliviar a carga dos governos locais do país no pagamento de suas dívidas, e salvaguardar a moeda. "Se eles tentarem colocar mais forças administrativas no mercado, isso significará um recuo nos esforços empreendidos até agora para criar um mercado financeiro mais liberalizado e aberto... Há coisas demais a fazer ao mesmo tempo. Não estou certo de qual seja a prioridade para a política econômica chinesa neste momento", ele diz. As ações em Hong Kong, que em geral operam livres de interferência por Pequim, se saíram ainda pior. O índice Hang Seng de empresas chinesas caiu em 20% este ano, e retornou ao patamar de maio de 2014. Para a maioria dos investidores internacionais, a tão alardeada alta das ações chinesas é uma lembrança distante. As notícias sobre a economia também vêm sendo perturbadoras. Na sexta-feira, o índice Caixin dos executivos de compras —que acompanha a atividade do setor industrial— caiu à sua marca mais baixa desde o começo de 2009, o momento de pico da crise financeira mundial. Os analistas vinham esperando sinais de melhora. Outros indicadores se provaram igualmente pobres. Os números do comércio internacional mostram forte deterioração na demanda internacional por bens chineses, enquanto um levantamento do China Confidential, um serviço de pesquisa do "Financial Times", demonstra que o volume de frete ferroviário vem registrando pesada queda nas últimas semanas. A perspectiva para o setor parece sombria. Infográfico PIB Chinês "A economia está se desacelerando e os resultados das empresas estão piorando", diz Zhu Ning, do Instituto de Finanças Avançadas de Xangai. "O foco de todos é determinar se ou quando as verbas de resgate serão tiradas do mercado. A confiança dos investidores foi prejudicada". A decisão chinesa de rebaixar a cotação cambial do yuan, este mês, também abalou os mercados da China e do exterior. Em 11 de agosto, o Banco Popular da China [banco central] cortou em 1,9% a cotação de referência para transações cambiais com o yuan, o que provocou medo de uma guerra cambial. Desde então, as ações e moedas dos mercados emergentes vêm caindo em todo o mundo. "A economia chinesa é um risco de longo prazo que as pessoas conhecem. O novo, e independente, fator de risco é o câmbio", disse Arthur Kwong, que comanda as operações de ações asiáticas do BNP Paribas Investment Partners. Além de forçar os investidores a alterar suas suposições quanto aos ativos denominados em yuan, a decisão cambial de Pequim criou incerteza adicional tanto sobre o direcionamento quanto sobre a efetividade da política econômica chinesa. "O mito de que o governo chinês é capaz de ditar para onde vão os mercados foi demolido", diz Tai Hui, estrategista chefe da JPMorgan Asset Management para os mercados asiáticos. "O fato de que continua a não existir sinal de estabilização quase um ano depois do primeiro corte de taxa significa que você precisa perguntar até onde a economia cairá". Tradução de PAULO MIGLIACCI Perfil do investidor
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Bolsas chinesas ecoam desconfiança sobre poder do governo na economiaPode esquecer as porções generosas do Federal Reserve. Os investidores na Ásia agora se preocupam cada vez mais com o que pode acontecer quando a China parar de administrar sua dose de morfina aos mercados. Os operadores estão descobrindo o que pode acontecer às ações quando Pequim retirar o anestésico do mercado. Em 14 de agosto, as autoridades regulatórias chinesas anunciaram que abandonariam suas intervenções diárias por meio da China Securities Finance Corp., o principal veículo do governo chinês para a compra de ações, depois de semanas de ações drásticas cujo objetivo era deter a queda acelerada do mercado. Os investidores reagiram apertando o botão de venda. No final de uma semana de operações altamente volátil, os índices das bolsas de Xangai e Shenzhen haviam caído em 12%, na semana passada. Na segunda-feira, o índice composto da Bolsa de Xangai voltou a cair em 8,5%, o que elimina todo o seu avanço precedente em 2015, enquanto Shenzhen ainda se agarra a uma alta de 33% no acumulado anual. "O mercado está em trajetória de queda", diz Ye Tan, economista independente em Xangai. "O governo precisa continuar suas intervenções a fim de manter a estabilidade". Segunda-feira negra - Fechamento das bolsas pelo mundo, em % As medidas de resgate tomadas nos dois últimos meses incluíram proibição de venda de ações pelos maiores acionistas de cada empresa, o fornecimento de liquidez "ampla" pelo banco central às corretoras, e compras diretas pelo Estado. Tendo inicialmente conquistado algum sucesso em anestesiar o mercado, Pequim tem pouca opção a não ser manter esse curso. Caso não o faça, as ações da China podem uma vez mais entrar em queda livre. "Diante de uma combinação de avaliações características de uma bolha e de uma reversão do sentimento positivo quanto ao mercado, acreditamos que o único fator que possa sustentar o mercado nacional de ações chinês seja um relaxamento monetário agressivo e continuado e/ou compras diretas pelo governo", diz Stuart Allsop, analista da BMI Research. "Continuamos a antecipar preços mais baixos para as ações". Zhou Hao, economista sênior do Commerzbank de Cingapura para os mercados emergentes, diz que a desvalorização do yuan pode impedir o banco central chinês de continuar provendo estímulo monetário. "Isso deflagraria uma nova onda de depreciação", ele afirma. "O problema é que eles têm tarefas demais no momento", acrescenta Zhou, enumerando uma série delas, entre as quais estabilidade financeira, impedir uma queda livre no mercado de ações, aliviar a carga dos governos locais do país no pagamento de suas dívidas, e salvaguardar a moeda. "Se eles tentarem colocar mais forças administrativas no mercado, isso significará um recuo nos esforços empreendidos até agora para criar um mercado financeiro mais liberalizado e aberto... Há coisas demais a fazer ao mesmo tempo. Não estou certo de qual seja a prioridade para a política econômica chinesa neste momento", ele diz. As ações em Hong Kong, que em geral operam livres de interferência por Pequim, se saíram ainda pior. O índice Hang Seng de empresas chinesas caiu em 20% este ano, e retornou ao patamar de maio de 2014. Para a maioria dos investidores internacionais, a tão alardeada alta das ações chinesas é uma lembrança distante. As notícias sobre a economia também vêm sendo perturbadoras. Na sexta-feira, o índice Caixin dos executivos de compras —que acompanha a atividade do setor industrial— caiu à sua marca mais baixa desde o começo de 2009, o momento de pico da crise financeira mundial. Os analistas vinham esperando sinais de melhora. Outros indicadores se provaram igualmente pobres. Os números do comércio internacional mostram forte deterioração na demanda internacional por bens chineses, enquanto um levantamento do China Confidential, um serviço de pesquisa do "Financial Times", demonstra que o volume de frete ferroviário vem registrando pesada queda nas últimas semanas. A perspectiva para o setor parece sombria. Infográfico PIB Chinês "A economia está se desacelerando e os resultados das empresas estão piorando", diz Zhu Ning, do Instituto de Finanças Avançadas de Xangai. "O foco de todos é determinar se ou quando as verbas de resgate serão tiradas do mercado. A confiança dos investidores foi prejudicada". A decisão chinesa de rebaixar a cotação cambial do yuan, este mês, também abalou os mercados da China e do exterior. Em 11 de agosto, o Banco Popular da China [banco central] cortou em 1,9% a cotação de referência para transações cambiais com o yuan, o que provocou medo de uma guerra cambial. Desde então, as ações e moedas dos mercados emergentes vêm caindo em todo o mundo. "A economia chinesa é um risco de longo prazo que as pessoas conhecem. O novo, e independente, fator de risco é o câmbio", disse Arthur Kwong, que comanda as operações de ações asiáticas do BNP Paribas Investment Partners. Além de forçar os investidores a alterar suas suposições quanto aos ativos denominados em yuan, a decisão cambial de Pequim criou incerteza adicional tanto sobre o direcionamento quanto sobre a efetividade da política econômica chinesa. "O mito de que o governo chinês é capaz de ditar para onde vão os mercados foi demolido", diz Tai Hui, estrategista chefe da JPMorgan Asset Management para os mercados asiáticos. "O fato de que continua a não existir sinal de estabilização quase um ano depois do primeiro corte de taxa significa que você precisa perguntar até onde a economia cairá". Tradução de PAULO MIGLIACCI Perfil do investidor
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Senadores anti-Dilma autorizaram gastos extras
Quase metade dos 51 senadores que declaram que a presidente Dilma Rousseff deve ser afastada por cometer crimes contra o orçamento liberou a petista para gastar além do que o Congresso Nacional havia autorizado. Levantamento da Folha mostra que 24 senadores votaram em 2014 ou em 2015 a favor da mudança da meta fiscal prevista na lei orçamentária. Nesses dois anos, o Congresso aprovou orçamentos em que o governo deveria fechar o ano com um superávit primário (receita menos despesas, descontado o pagamento de juros) superior a R$ 150 bilhões. A mudança autorizou Dilma a fazer o oposto: dois déficits que somados chegaram a R$ 137 bilhões. Assim, a presidente pôde pagar as despesas com que o governo se comprometeu, aumentando o endividamento do país. A autorização legislativa para mudar a meta é um dos argumentos do governo para desqualificar uma das duas denúncias em que Dilma foi enquadrada no processo que levou a aprovação, na Câmara, de seu processo de impeachment: assinatura de decretos de suplementação orçamentária no ano de 2015. Os acusadores apontam que esses decretos foram ilegais porque, quando assinados, o governo já sabia que não conseguiria fazer a economia prometida para o pagamento de juros, por isso encaminhara projeto de lei para alterar a meta. Para eles, suplementação pode ser feita por decreto quando o governo está com as receitas em linha com o esforço fiscal. Sem essa premissa, a suplementação precisa de autorização do Congresso, o que não ocorreu. Esse também é o entendimento do TCU (Tribunal de Contas da União), mas no caso ocorrido em 2014. O de 2015 ainda não foi julgado. A denúncia fala que os atos ocorreram em 2014 e 2015, mas o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), só aceitou a denúncia em relação a 2015. Entre os vários argumentos de defesa, o governo diz que os decretos não alteram a meta fiscal do ano e mesmo que alterassem, o Congresso ratificou o ato de Dilma ao mudar a meta. O relator do processo na Câmara, Jovair Arantes (PTB-GO), ao analisar o argumento do governo, disse que o envio de projeto de lei mudando a meta não afastaria a necessidade de aguardar sua aprovação para a abertura de despesa nova com os decretos. Por isso, considerou que a presidente cometeu crime de responsabilidade ao assinar os decretos. SESSÃO Em 3 de dezembro 2015, quando a nova meta foi votada, Arantes era líder da bancada de quatro partidos (PTB, PP, PSC e PHS) e nem chegou a mencionar tal fato. Durante a sessão, atuou para convocar "com urgência" seus deputados para aprovar a mudança. A nova meta foi aprovada por 314 deputados e 46 senadores. Um dos deputados, o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não pode repetir seu voto dado em 2014 para aprovar a nova meta fiscal. No momento da votação, ele chegava ao salão verde da Câmara para anunciar que estava abrindo o processo de impeachment da presidente baseado em sua suposta irresponsabilidade fiscal. Dos deputados que aprovaram a mudança, 179 votaram pelo impeachment. Entre os que votaram pelo impedimento da presidente e aprovaram a nova meta está o Hugo Leal (PSB-RJ), relator do projeto que alterou o esforço fiscal de 2015. Na época, Leal criticou a oposição que apontava ser irresponsabilidade aprovar a nova meta quando o TCU já havia reprovado as contas de Dilma em 2014 pelos mesmos motivos, citando inclusive os decretos de suplementação. "Acho interessante que hoje, discutindo, conversando, ouvindo, muitos venham aqui dizer que seria uma grande irresponsabilidade, que o País chegou a isso por consequência de um governo, ou de uma governante. Isso chega a me surpreender, como se toda a responsabilidade fosse exclusivamente da governante", disse Leal. Em 2014, o relator do projeto foi outro congressista que, hoje, é a favor do impeachment de Dilma: o senador Romero Jucá (PMDB-RR). "A alteração da meta de resultado primário afigura-se, antes de tudo, consequência de todas as decisões que já adotamos ao longo deste e dos últimos dois ou três exercícios", afirmou Jucá, ex-líder do governo, citando benesses dadas pelo governo como desonerações a empresários e políticas sociais. OUTRO LADO O deputado Hugo Leal (PSB-RJ) afirmou que a mudança da meta fiscal tem previsão legal e que a alteração de 2015 "escancarou" os números da dívida do país. "A mudança não tem condão de dizer que estava correto o que foi feito antes", afirmou Leal lembrando que, diferentemente de 2014, em 2015 ele teve o apoio do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy para expor o valor das pedaladas. "Não se tentou maquiar nada". Marta Suplicy (PMDB-SP), que era do PT em 2014, nega mudança de posição e afirma que as votações "não convalidam os atos da Presidência" e que, se a mudança não fosse feita, "agravaria ainda mais a dívida pública e, na economia, os resultados seriam sobremaneira mais desastrosos". Simone Tebet (PMDB-MS) disse que votou consciente em 2015 de que sua posição não apagaria os erros cometidos e para não prejudicar o país, posicionamento semelhante ao dos peemedebistas Dário Berguer (SC) e Garbibaldi Alves (RN). Waldemir Moka (PMDB-MS) disse que em 2014 votou contra mas em 2015 foi a favor porque não havia, até o momento da votação, comprovação de que houvera fraudes fiscais e que apoiou o governo por causa do "fator Joaquim Levy" que se comprometeu a trabalhar com dados reais e transparentes. Acir Gurgacz (PDT-RO), que discordou da posição do TCU de 2014 e aprovou as contas de Dilma na comissão de orçamento, disse que sua posição mudou em relação à governabilidade e não sobre os crimes. Para ele, pedaladas são cometidas por todos os governos, que o processo é político e que está a favor do impeachment para "aliviar o sofrimento do povo". Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) diz que votou para ajudar o governo em um momento de "grande dificuldade financeira do país" e "em atendimento a um apelo da então equipe econômica do governo" mas que isso não produziu os efeitos "esperados", posição semelhante à de Valdir Raupp (PMDB-RO). Rose de Freitas (PMDB-ES) afirmou que não cumprir a meta fiscal ou alterar a meta de resultado primário não é crime e por isso aprovou os projetos, o que para ela é diferente do que está sendo votado no processo de impeachment da presidente Dilma. Ana Amélia (PP-RS) disse que ficou numa "escolha de Sofia e decidiu" por depositar "um voto de confiança no governo para não comprometer os pagamentos de hospitais nem repasses para educação, segurança e infraestrutura". Procurados, os deputados Jovair Arantes e Eduardo Cunha não responderam. Os outros senadores citados também não retornaram. Quem votou a favor da mudança da meta fiscal e quer impedir Dilma
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Senadores anti-Dilma autorizaram gastos extrasQuase metade dos 51 senadores que declaram que a presidente Dilma Rousseff deve ser afastada por cometer crimes contra o orçamento liberou a petista para gastar além do que o Congresso Nacional havia autorizado. Levantamento da Folha mostra que 24 senadores votaram em 2014 ou em 2015 a favor da mudança da meta fiscal prevista na lei orçamentária. Nesses dois anos, o Congresso aprovou orçamentos em que o governo deveria fechar o ano com um superávit primário (receita menos despesas, descontado o pagamento de juros) superior a R$ 150 bilhões. A mudança autorizou Dilma a fazer o oposto: dois déficits que somados chegaram a R$ 137 bilhões. Assim, a presidente pôde pagar as despesas com que o governo se comprometeu, aumentando o endividamento do país. A autorização legislativa para mudar a meta é um dos argumentos do governo para desqualificar uma das duas denúncias em que Dilma foi enquadrada no processo que levou a aprovação, na Câmara, de seu processo de impeachment: assinatura de decretos de suplementação orçamentária no ano de 2015. Os acusadores apontam que esses decretos foram ilegais porque, quando assinados, o governo já sabia que não conseguiria fazer a economia prometida para o pagamento de juros, por isso encaminhara projeto de lei para alterar a meta. Para eles, suplementação pode ser feita por decreto quando o governo está com as receitas em linha com o esforço fiscal. Sem essa premissa, a suplementação precisa de autorização do Congresso, o que não ocorreu. Esse também é o entendimento do TCU (Tribunal de Contas da União), mas no caso ocorrido em 2014. O de 2015 ainda não foi julgado. A denúncia fala que os atos ocorreram em 2014 e 2015, mas o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), só aceitou a denúncia em relação a 2015. Entre os vários argumentos de defesa, o governo diz que os decretos não alteram a meta fiscal do ano e mesmo que alterassem, o Congresso ratificou o ato de Dilma ao mudar a meta. O relator do processo na Câmara, Jovair Arantes (PTB-GO), ao analisar o argumento do governo, disse que o envio de projeto de lei mudando a meta não afastaria a necessidade de aguardar sua aprovação para a abertura de despesa nova com os decretos. Por isso, considerou que a presidente cometeu crime de responsabilidade ao assinar os decretos. SESSÃO Em 3 de dezembro 2015, quando a nova meta foi votada, Arantes era líder da bancada de quatro partidos (PTB, PP, PSC e PHS) e nem chegou a mencionar tal fato. Durante a sessão, atuou para convocar "com urgência" seus deputados para aprovar a mudança. A nova meta foi aprovada por 314 deputados e 46 senadores. Um dos deputados, o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não pode repetir seu voto dado em 2014 para aprovar a nova meta fiscal. No momento da votação, ele chegava ao salão verde da Câmara para anunciar que estava abrindo o processo de impeachment da presidente baseado em sua suposta irresponsabilidade fiscal. Dos deputados que aprovaram a mudança, 179 votaram pelo impeachment. Entre os que votaram pelo impedimento da presidente e aprovaram a nova meta está o Hugo Leal (PSB-RJ), relator do projeto que alterou o esforço fiscal de 2015. Na época, Leal criticou a oposição que apontava ser irresponsabilidade aprovar a nova meta quando o TCU já havia reprovado as contas de Dilma em 2014 pelos mesmos motivos, citando inclusive os decretos de suplementação. "Acho interessante que hoje, discutindo, conversando, ouvindo, muitos venham aqui dizer que seria uma grande irresponsabilidade, que o País chegou a isso por consequência de um governo, ou de uma governante. Isso chega a me surpreender, como se toda a responsabilidade fosse exclusivamente da governante", disse Leal. Em 2014, o relator do projeto foi outro congressista que, hoje, é a favor do impeachment de Dilma: o senador Romero Jucá (PMDB-RR). "A alteração da meta de resultado primário afigura-se, antes de tudo, consequência de todas as decisões que já adotamos ao longo deste e dos últimos dois ou três exercícios", afirmou Jucá, ex-líder do governo, citando benesses dadas pelo governo como desonerações a empresários e políticas sociais. OUTRO LADO O deputado Hugo Leal (PSB-RJ) afirmou que a mudança da meta fiscal tem previsão legal e que a alteração de 2015 "escancarou" os números da dívida do país. "A mudança não tem condão de dizer que estava correto o que foi feito antes", afirmou Leal lembrando que, diferentemente de 2014, em 2015 ele teve o apoio do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy para expor o valor das pedaladas. "Não se tentou maquiar nada". Marta Suplicy (PMDB-SP), que era do PT em 2014, nega mudança de posição e afirma que as votações "não convalidam os atos da Presidência" e que, se a mudança não fosse feita, "agravaria ainda mais a dívida pública e, na economia, os resultados seriam sobremaneira mais desastrosos". Simone Tebet (PMDB-MS) disse que votou consciente em 2015 de que sua posição não apagaria os erros cometidos e para não prejudicar o país, posicionamento semelhante ao dos peemedebistas Dário Berguer (SC) e Garbibaldi Alves (RN). Waldemir Moka (PMDB-MS) disse que em 2014 votou contra mas em 2015 foi a favor porque não havia, até o momento da votação, comprovação de que houvera fraudes fiscais e que apoiou o governo por causa do "fator Joaquim Levy" que se comprometeu a trabalhar com dados reais e transparentes. Acir Gurgacz (PDT-RO), que discordou da posição do TCU de 2014 e aprovou as contas de Dilma na comissão de orçamento, disse que sua posição mudou em relação à governabilidade e não sobre os crimes. Para ele, pedaladas são cometidas por todos os governos, que o processo é político e que está a favor do impeachment para "aliviar o sofrimento do povo". Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) diz que votou para ajudar o governo em um momento de "grande dificuldade financeira do país" e "em atendimento a um apelo da então equipe econômica do governo" mas que isso não produziu os efeitos "esperados", posição semelhante à de Valdir Raupp (PMDB-RO). Rose de Freitas (PMDB-ES) afirmou que não cumprir a meta fiscal ou alterar a meta de resultado primário não é crime e por isso aprovou os projetos, o que para ela é diferente do que está sendo votado no processo de impeachment da presidente Dilma. Ana Amélia (PP-RS) disse que ficou numa "escolha de Sofia e decidiu" por depositar "um voto de confiança no governo para não comprometer os pagamentos de hospitais nem repasses para educação, segurança e infraestrutura". Procurados, os deputados Jovair Arantes e Eduardo Cunha não responderam. Os outros senadores citados também não retornaram. Quem votou a favor da mudança da meta fiscal e quer impedir Dilma
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Motorista de caminhão é flagrado após 'furar' pedágio pela 325ª vez
Um motorista de caminhão profissional de 21 anos foi flagrado na segunda-feira (29) pela Polícia Rodoviária Federal "furando" o pedágio na rodovia Régis Bittencourt ao passar pela cancela a mais de 40 km/h, que é o limite de velocidade. Ao pesquisar o histórico do condutor, a polícia descobriu que o caminhão que ele dirigia era recordista em evasão de praças de pedágio: foram 325 vezes —em período não informado. O flagrante ocorreu por volta das 17h, durante operação de trânsito próximo à cidade de Barra do Turvo (a 322 km de São Paulo). O veículo de cinco eixos, Volvo NL10 branco, com placa de Itajaí (SC) transportava um contêiner. Questionado sobre o motivo de não pagar o pedágio, segundo a Polícia Rodoviária, o motorista disse que enfrentava falhas no dispositivo de cobrança automática, instalado em seu caminhão. A polícia decidiu entrar em contato com a concessionária Arteris e, para sua surpresa, descobriu que além dessa evasão, o caminhão tinha sido flagrado outras 325 vezes, somente nos pedágios na Régis Bittencourt. O caminhão foi o que mais passou pela rodovia sem pagar. O motorista não soube dizer por que não percebeu o problema após tantas passagens irregulares. Para ser liberado, ele teve que pagar mais de R$ 4.000 —valor que corresponde ao total que deveria ter sido pago nas 325 vezes em que furou o pedágio. Segundo a Arteris, a tarifa atual do pedágio é de R$ 12,50. Pelo flagra desta semana, levou multa grave, no valor de R$ 127, com perda de cinco pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação). A polícia diz que, além da perda de arrecadação, essas fugas costumam gerar também danos às cancelas e riscos à vida de funcionários e usuários, porque os veículos passam em alta velocidade.
cotidiano
Motorista de caminhão é flagrado após 'furar' pedágio pela 325ª vezUm motorista de caminhão profissional de 21 anos foi flagrado na segunda-feira (29) pela Polícia Rodoviária Federal "furando" o pedágio na rodovia Régis Bittencourt ao passar pela cancela a mais de 40 km/h, que é o limite de velocidade. Ao pesquisar o histórico do condutor, a polícia descobriu que o caminhão que ele dirigia era recordista em evasão de praças de pedágio: foram 325 vezes —em período não informado. O flagrante ocorreu por volta das 17h, durante operação de trânsito próximo à cidade de Barra do Turvo (a 322 km de São Paulo). O veículo de cinco eixos, Volvo NL10 branco, com placa de Itajaí (SC) transportava um contêiner. Questionado sobre o motivo de não pagar o pedágio, segundo a Polícia Rodoviária, o motorista disse que enfrentava falhas no dispositivo de cobrança automática, instalado em seu caminhão. A polícia decidiu entrar em contato com a concessionária Arteris e, para sua surpresa, descobriu que além dessa evasão, o caminhão tinha sido flagrado outras 325 vezes, somente nos pedágios na Régis Bittencourt. O caminhão foi o que mais passou pela rodovia sem pagar. O motorista não soube dizer por que não percebeu o problema após tantas passagens irregulares. Para ser liberado, ele teve que pagar mais de R$ 4.000 —valor que corresponde ao total que deveria ter sido pago nas 325 vezes em que furou o pedágio. Segundo a Arteris, a tarifa atual do pedágio é de R$ 12,50. Pelo flagra desta semana, levou multa grave, no valor de R$ 127, com perda de cinco pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação). A polícia diz que, além da perda de arrecadação, essas fugas costumam gerar também danos às cancelas e riscos à vida de funcionários e usuários, porque os veículos passam em alta velocidade.
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Competente, livro mostra fusão de espionagem e forças armadas
Tradicionalmente agências de inteligência buscam informações via espionagem, ou mesmo pela coleta abrangente de dados públicos. Já as forças armadas têm no combate a sua principal função. O ótimo livro do jornalista americano Mark Mazzetti, "Guerra Secreta - A CIA, um Exército Invisível e o Combate nas Sombras", mostra que, depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA, os espiões passaram a realizar operações militares, e os militares passaram a coletar inteligência. É um processo inquietante pois uma das suas facetas são os "assassinatos com assinatura" contra inimigos dos Estados Unidos feitos seja através de forças especiais –como os Seals da Marinha que mataram o terrorista Osama bin Laden em 2011–, seja do cada vez mais comum uso de aeronaves remotamente pilotadas (ARPs), também conhecidas como veículos aéreos não tripulados (VANTs). Os pequenos e barulhentos aviões sem pilotos também são conhecidos pelo apelido drone, literalmente "zangão" em inglês, e também "zumbido", que lembra o barulho que fazem essas aeronaves movidas em geral a hélice. Mazzetti faz um bom relato da evolução das atitudes da CIA (Agência Central de Inteligência) desde sua criação em 1947 pelo presidente Harry Truman. A agência herdou parte da tradição da sua ancestral OSS (Escritório de Serviços Estratégicos), criada durante a Segunda Guerra para realizar atos de sabotagem na Europa ocupada pelos nazistas e apoiar os movimentos de resistência nos países ocupados. De acordo com o contexto político, cada administração americana tendia a apoiar mais este lado "militante", mas potencialmente ilegal, da CIA, ou seu papel menos excitante de coleta e análise de dados. Nas décadas de 1950 e 1960 a agência agiu em vários países do Oriente Médio e América Latina para depor governos considerados antiamericanos. A ênfase no lado operacional criou problemas pela falta de informações confiáveis. A CIA não conseguiu provar a existência de armas de destruição de massa no Iraque em 2003 (pois elas não existiam). A agência não previu a Primavera Árabe deslanchada a partir de 2010. Mas o momento mais polêmico da sua história recente foi a institucionalização da captura de supostos inimigos dos EUA, seu aprisionamento e tortura em lugares como a base de Guantánamo, encrave americano em Cuba. Os escândalos levaram ao gradual fim dessas práticas, apenas para serem substituídas pelo uso "cirúrgico" dos drones. Como é bem lembrado no livro, o "piloto" de um drone pode estar a milhares de quilômetros de distância. Se o inimigo conseguir abater o aviãzinho, o "piloto" vai continuar vivo e dormir na sua cama de noite em vez de se tornar prisioneiro de um país ou grupo terrorista inimigo –ou mesmo "amigo", pois este tipo de operação tem ocorrido com frequência nos céus do Paquistão, suposto parceiro dos EUA. Foi no país que Osama bin Laden foi morto. O livro é competente e baseado em centenas de entrevistas e documentos, muitos ainda secretos, mas a edição brasileira é repleta de problemas que podem vir do original, da tradução ou revisão (ou da falta dela, especialmente de termos técnicos). GUERRA SECRETA - A CIA, UM EXÉRCITO INVISÍVEL E O COMBATE NAS SOMBRAS AUTOR Mark Mazzetti TRADUÇÃO Flávio Gordon EDITORA Record QUANTO R$ 44,90 (392 págs.) AVALIAÇÃO ótimo ★★★★★
ilustrada
Competente, livro mostra fusão de espionagem e forças armadasTradicionalmente agências de inteligência buscam informações via espionagem, ou mesmo pela coleta abrangente de dados públicos. Já as forças armadas têm no combate a sua principal função. O ótimo livro do jornalista americano Mark Mazzetti, "Guerra Secreta - A CIA, um Exército Invisível e o Combate nas Sombras", mostra que, depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA, os espiões passaram a realizar operações militares, e os militares passaram a coletar inteligência. É um processo inquietante pois uma das suas facetas são os "assassinatos com assinatura" contra inimigos dos Estados Unidos feitos seja através de forças especiais –como os Seals da Marinha que mataram o terrorista Osama bin Laden em 2011–, seja do cada vez mais comum uso de aeronaves remotamente pilotadas (ARPs), também conhecidas como veículos aéreos não tripulados (VANTs). Os pequenos e barulhentos aviões sem pilotos também são conhecidos pelo apelido drone, literalmente "zangão" em inglês, e também "zumbido", que lembra o barulho que fazem essas aeronaves movidas em geral a hélice. Mazzetti faz um bom relato da evolução das atitudes da CIA (Agência Central de Inteligência) desde sua criação em 1947 pelo presidente Harry Truman. A agência herdou parte da tradição da sua ancestral OSS (Escritório de Serviços Estratégicos), criada durante a Segunda Guerra para realizar atos de sabotagem na Europa ocupada pelos nazistas e apoiar os movimentos de resistência nos países ocupados. De acordo com o contexto político, cada administração americana tendia a apoiar mais este lado "militante", mas potencialmente ilegal, da CIA, ou seu papel menos excitante de coleta e análise de dados. Nas décadas de 1950 e 1960 a agência agiu em vários países do Oriente Médio e América Latina para depor governos considerados antiamericanos. A ênfase no lado operacional criou problemas pela falta de informações confiáveis. A CIA não conseguiu provar a existência de armas de destruição de massa no Iraque em 2003 (pois elas não existiam). A agência não previu a Primavera Árabe deslanchada a partir de 2010. Mas o momento mais polêmico da sua história recente foi a institucionalização da captura de supostos inimigos dos EUA, seu aprisionamento e tortura em lugares como a base de Guantánamo, encrave americano em Cuba. Os escândalos levaram ao gradual fim dessas práticas, apenas para serem substituídas pelo uso "cirúrgico" dos drones. Como é bem lembrado no livro, o "piloto" de um drone pode estar a milhares de quilômetros de distância. Se o inimigo conseguir abater o aviãzinho, o "piloto" vai continuar vivo e dormir na sua cama de noite em vez de se tornar prisioneiro de um país ou grupo terrorista inimigo –ou mesmo "amigo", pois este tipo de operação tem ocorrido com frequência nos céus do Paquistão, suposto parceiro dos EUA. Foi no país que Osama bin Laden foi morto. O livro é competente e baseado em centenas de entrevistas e documentos, muitos ainda secretos, mas a edição brasileira é repleta de problemas que podem vir do original, da tradução ou revisão (ou da falta dela, especialmente de termos técnicos). GUERRA SECRETA - A CIA, UM EXÉRCITO INVISÍVEL E O COMBATE NAS SOMBRAS AUTOR Mark Mazzetti TRADUÇÃO Flávio Gordon EDITORA Record QUANTO R$ 44,90 (392 págs.) AVALIAÇÃO ótimo ★★★★★
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Cunha quer acelerar tramitação do rito de impeachment
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta segunda-feira (14) disposição de acelerar a tramitação do rito do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. "Da minha parte há disposição de tocar com a celeridade que tem que ser tocada. Com a decisão do STF, vamos tocar, até para que não se diga que está se obstruindo um processo desse", afirmou em entrevista coletiva. O Supremo dá início nesta quarta (16) ao julgamento dos embargos de declaração impetrados pelo presidente da Câmara ainda em dezembro com questionamentos em torno do rito do impeachment. Na quarta, para que os parlamentares acompanhem as discussões no STF, o peemedebista inclusive suspendeu as votações no plenário da Casa no horário. Segundo Cunha, já na quinta (17), a Câmara dará início à eleição para a comissão especial que vai julgar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ou na sexta (18), caso os ministros não terminam o julgamento em apenas um dia. "A ideia é tocar imediatamente. Vai ter que ter alguma eleição. Se o Supremo decidir como decidiu em dezembro, terá que se eleger a nova comissão. Se o Supremo rever a decisão, de qualquer maneira tem o complemento da comissão que não foi eleita naquele dia", afirmou o presidente. Ele se refere à formação da comissão especial, um dos pontos que atacou em seus embargos. Cunha alega terem restado dúvidas do parecer anterior da Corte, quando os ministros determinaram que a comissão que vai ser formada deveria ser eleita com chapa única. Esse é um dos pontos sobre os quais Cunha e aliado têm expectativa de mudança no julgamento do STF. "Essa vai ser uma das confusões que pedimos que seja decidida pelo Supremo. Se mantiver a decisão de dezembro, não tem partido a quem cabe a presidência e a relatoria. Vai ter que ter disputa, pode? Como vamos fazer? Senão, vai ser uma guerra. Relator é eleito. Esse [impeachment] é o único caso previsto em que o relator também é eleito. Porque na norma regimental de sempre, o relator é escolhido pelo presidente. São feitos acordos políticos e o presidente designa o relator. Nesse caso não. Haverá eleição para relator". Embora negue publicamente articulações para apressar o caso, alegando que aguarda a deliberação do STF sobre seus questionamentos em torno do rito para fazer o processo caminhar, o peemedebista negocia a presença dos parlamentares em Brasília às segundas e sextas-feiras para garantir quórum e abrir sessões plenárias. Nesses dias tradicionalmente não há trabalhos na Câmara. Contudo, o rito do impeachment é todo ele contado a partir das sessões do plenário. Enquanto, com o funcionamento normal, com trabalhos apenas de terça à quinta, o processo na comissão especial levaria até 45 dias, havendo sessão plenária de segunda à sexta, é possível levar o processo contra Dilma ao plenário em até três semanas. Instalada a comissão especial, Dilma tem 10 sessões plenárias para a apresentação da defesa. A comissão tem outras cinco para deliberar. "Pode fazer 15 sessões em três semanas, ou em cinco semanas. Depende se dá quórum segunda ou sexta. Depende da presença dos parlamentares segunda e sexta", disse. Na próxima segunda (21), já há sessão extraordinária convocada com pauta certa: votação do projeto que regulamenta o teto do funcionalismo público. Segundo Cunha, isso já estava definido antes do impeachment. Calendário do Impeachment FORA CUNHA Questionado sobre as manifestações deste domingo (13), o presidente da Câmara evitou opinar, mas disse não ter visto nenhum protesto contra ele. "De tudo o que vi nos jornais hoje, do que apareceu na televisão, não vi. Pode até ter tido. Normal com cinco, seis milhões de pessoas. É normal que se tenha contra qualquer coisa" Para o peemedebista, contudo, ele não era o foco dos manifestantes que tomaram as ruas de diversas cidades brasileiras neste domingo. "Não quer dizer que é esse o objetivo. Isso ficou muito claro para todos. Foi um protesto contra o governo. Quem quiser disfarçar isso, quer fugir da realidade". Defensor do desembarque do PMDB do governo, Cunha afirmou que as manifestações podem levar a um aumento do apoio pelo distanciamento, mas vai aguardar a decisão do diretório nacional. Sábado (12), em convenção nacional, a sigla elegeu nova direção e definiu que, em 30 dias, haverá deliberação sobre o rompimento ou não com o Palácio do Planalto. "Eu nunca misturei a posição do rompimento com o processo de impeachment. Defendi o rompimento muito antes de se falar ou de se acolher o pedido de impeachment. Independente ou não de acolhimento de processo, acho que o PMDB tem que se distanciar desse governo. É um governo ao qual o PDMB não tem que se associar pro seus erros, PMDB não faz parte de suas políticas, não formulou nada que está sendo feito equivocado", disse. O presidente da Câmara, que acolheu o pedido de impeachment dos juristas Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo, avalizado pela oposição, no início de dezembro do ano passado, disse que, de lá pra cá, já recebeu mais de outros 10 novos pedidos para que Dilma deixe a Presidência da República. "Mesmo depois que acolhi aquele processo, entraram mais uns 10. Só na minha mesa para despachar, tem uns quatro novos. Nunca houve nesse país tanto pedido de impeachment num único ano. É sinal que alguma coisa não está legal". Sobre reportagem de gasto em restaurante e hotéis de luxo no exterior, veiculado pelo programa "Fantástico", da TV Globo, Cunha disse apenas: "Aquilo é jornalismo tendencioso feito pela rede Globo, não vou comentar. Não vi, não quis ver, aliás não tenho o hábito de ver". Infográfico Impeachment
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Cunha quer acelerar tramitação do rito de impeachmentO presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta segunda-feira (14) disposição de acelerar a tramitação do rito do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. "Da minha parte há disposição de tocar com a celeridade que tem que ser tocada. Com a decisão do STF, vamos tocar, até para que não se diga que está se obstruindo um processo desse", afirmou em entrevista coletiva. O Supremo dá início nesta quarta (16) ao julgamento dos embargos de declaração impetrados pelo presidente da Câmara ainda em dezembro com questionamentos em torno do rito do impeachment. Na quarta, para que os parlamentares acompanhem as discussões no STF, o peemedebista inclusive suspendeu as votações no plenário da Casa no horário. Segundo Cunha, já na quinta (17), a Câmara dará início à eleição para a comissão especial que vai julgar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ou na sexta (18), caso os ministros não terminam o julgamento em apenas um dia. "A ideia é tocar imediatamente. Vai ter que ter alguma eleição. Se o Supremo decidir como decidiu em dezembro, terá que se eleger a nova comissão. Se o Supremo rever a decisão, de qualquer maneira tem o complemento da comissão que não foi eleita naquele dia", afirmou o presidente. Ele se refere à formação da comissão especial, um dos pontos que atacou em seus embargos. Cunha alega terem restado dúvidas do parecer anterior da Corte, quando os ministros determinaram que a comissão que vai ser formada deveria ser eleita com chapa única. Esse é um dos pontos sobre os quais Cunha e aliado têm expectativa de mudança no julgamento do STF. "Essa vai ser uma das confusões que pedimos que seja decidida pelo Supremo. Se mantiver a decisão de dezembro, não tem partido a quem cabe a presidência e a relatoria. Vai ter que ter disputa, pode? Como vamos fazer? Senão, vai ser uma guerra. Relator é eleito. Esse [impeachment] é o único caso previsto em que o relator também é eleito. Porque na norma regimental de sempre, o relator é escolhido pelo presidente. São feitos acordos políticos e o presidente designa o relator. Nesse caso não. Haverá eleição para relator". Embora negue publicamente articulações para apressar o caso, alegando que aguarda a deliberação do STF sobre seus questionamentos em torno do rito para fazer o processo caminhar, o peemedebista negocia a presença dos parlamentares em Brasília às segundas e sextas-feiras para garantir quórum e abrir sessões plenárias. Nesses dias tradicionalmente não há trabalhos na Câmara. Contudo, o rito do impeachment é todo ele contado a partir das sessões do plenário. Enquanto, com o funcionamento normal, com trabalhos apenas de terça à quinta, o processo na comissão especial levaria até 45 dias, havendo sessão plenária de segunda à sexta, é possível levar o processo contra Dilma ao plenário em até três semanas. Instalada a comissão especial, Dilma tem 10 sessões plenárias para a apresentação da defesa. A comissão tem outras cinco para deliberar. "Pode fazer 15 sessões em três semanas, ou em cinco semanas. Depende se dá quórum segunda ou sexta. Depende da presença dos parlamentares segunda e sexta", disse. Na próxima segunda (21), já há sessão extraordinária convocada com pauta certa: votação do projeto que regulamenta o teto do funcionalismo público. Segundo Cunha, isso já estava definido antes do impeachment. Calendário do Impeachment FORA CUNHA Questionado sobre as manifestações deste domingo (13), o presidente da Câmara evitou opinar, mas disse não ter visto nenhum protesto contra ele. "De tudo o que vi nos jornais hoje, do que apareceu na televisão, não vi. Pode até ter tido. Normal com cinco, seis milhões de pessoas. É normal que se tenha contra qualquer coisa" Para o peemedebista, contudo, ele não era o foco dos manifestantes que tomaram as ruas de diversas cidades brasileiras neste domingo. "Não quer dizer que é esse o objetivo. Isso ficou muito claro para todos. Foi um protesto contra o governo. Quem quiser disfarçar isso, quer fugir da realidade". Defensor do desembarque do PMDB do governo, Cunha afirmou que as manifestações podem levar a um aumento do apoio pelo distanciamento, mas vai aguardar a decisão do diretório nacional. Sábado (12), em convenção nacional, a sigla elegeu nova direção e definiu que, em 30 dias, haverá deliberação sobre o rompimento ou não com o Palácio do Planalto. "Eu nunca misturei a posição do rompimento com o processo de impeachment. Defendi o rompimento muito antes de se falar ou de se acolher o pedido de impeachment. Independente ou não de acolhimento de processo, acho que o PMDB tem que se distanciar desse governo. É um governo ao qual o PDMB não tem que se associar pro seus erros, PMDB não faz parte de suas políticas, não formulou nada que está sendo feito equivocado", disse. O presidente da Câmara, que acolheu o pedido de impeachment dos juristas Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo, avalizado pela oposição, no início de dezembro do ano passado, disse que, de lá pra cá, já recebeu mais de outros 10 novos pedidos para que Dilma deixe a Presidência da República. "Mesmo depois que acolhi aquele processo, entraram mais uns 10. Só na minha mesa para despachar, tem uns quatro novos. Nunca houve nesse país tanto pedido de impeachment num único ano. É sinal que alguma coisa não está legal". Sobre reportagem de gasto em restaurante e hotéis de luxo no exterior, veiculado pelo programa "Fantástico", da TV Globo, Cunha disse apenas: "Aquilo é jornalismo tendencioso feito pela rede Globo, não vou comentar. Não vi, não quis ver, aliás não tenho o hábito de ver". Infográfico Impeachment
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Cerca de 1,3 mil protestam em Berlim contra investigação de blog por traição
Cerca de 1,3 mil pessoas, segundo a polícia, protestaram em Berlim neste sábado contra as investigações sobre o blog Netzpolitik.org por suspeita de alta traição. O Escritório Federal de Proteção da Constituição pediu a investigação do blog após a publicação de extratos de um relatório considerado confidencial. Os documentos falavam na criação de uma unidade para a vigilância da internet e para a detecção de perfis de radicais e extremistas nas redes sociais. O Netzpolitik.org cobre questões de direito digital e é um dos blogs políticos mais conhecidos da Alemanha. Em 2014, recebeu o prestigiado prêmio Grimme na categoria de portais digitais. As investigações foram anunciadas na quinta-feira (30), mas logo suspensas diante das críticas à Procuradoria Geral de que tentava restringir a liberdade de imprensa. A passeata, convocada com o lema "Pelos direitos fundamentais e da liberdade de imprensa", percorreu o centro da capital alemã como solidariedade ao blog jornalístico, até parar em uma concentração em frente ao Ministério da Justiça. A manifestação continuou com as críticas ao procurador-geral, Harald Range, e com as declarações do ministro alemão de Justiça, o social-democrata Heiko Maas, que questionou se o blog pode ser enquadrado em alta traição sem ter colocado em perigo a segurança do Estado. Dentro do Partido Social-Democrata (SPD) já houve alguns pedidos de renúncia do procurador-geral, assim como nos partidos da oposição, Os Verdes e A Esquerda. O caso se comparou na Alemanha com a denúncia por alta traição apresentada em 1962 contra a revista "Der Spiegel" por publicar em plena Guerra Fria um artigo sobre manobras da Otan, a aliança militar atlântica, e os planos de compra de armas do então ministro da Defesa da Alemanha, Franz Josef Strauss. O diretor da revista, Rudolf Augstein, passou três meses na prisão, em meio a uma grande campanha de solidariedade e a favor da liberdade de expressão em escala nacional e da imprensa.
mundo
Cerca de 1,3 mil protestam em Berlim contra investigação de blog por traiçãoCerca de 1,3 mil pessoas, segundo a polícia, protestaram em Berlim neste sábado contra as investigações sobre o blog Netzpolitik.org por suspeita de alta traição. O Escritório Federal de Proteção da Constituição pediu a investigação do blog após a publicação de extratos de um relatório considerado confidencial. Os documentos falavam na criação de uma unidade para a vigilância da internet e para a detecção de perfis de radicais e extremistas nas redes sociais. O Netzpolitik.org cobre questões de direito digital e é um dos blogs políticos mais conhecidos da Alemanha. Em 2014, recebeu o prestigiado prêmio Grimme na categoria de portais digitais. As investigações foram anunciadas na quinta-feira (30), mas logo suspensas diante das críticas à Procuradoria Geral de que tentava restringir a liberdade de imprensa. A passeata, convocada com o lema "Pelos direitos fundamentais e da liberdade de imprensa", percorreu o centro da capital alemã como solidariedade ao blog jornalístico, até parar em uma concentração em frente ao Ministério da Justiça. A manifestação continuou com as críticas ao procurador-geral, Harald Range, e com as declarações do ministro alemão de Justiça, o social-democrata Heiko Maas, que questionou se o blog pode ser enquadrado em alta traição sem ter colocado em perigo a segurança do Estado. Dentro do Partido Social-Democrata (SPD) já houve alguns pedidos de renúncia do procurador-geral, assim como nos partidos da oposição, Os Verdes e A Esquerda. O caso se comparou na Alemanha com a denúncia por alta traição apresentada em 1962 contra a revista "Der Spiegel" por publicar em plena Guerra Fria um artigo sobre manobras da Otan, a aliança militar atlântica, e os planos de compra de armas do então ministro da Defesa da Alemanha, Franz Josef Strauss. O diretor da revista, Rudolf Augstein, passou três meses na prisão, em meio a uma grande campanha de solidariedade e a favor da liberdade de expressão em escala nacional e da imprensa.
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Papa volta a defender melhor relação da Igreja Católica com divorciados
O papa Francisco voltou a defender nesta quarta-feira (5) que os casais divorciados, assim como os filhos nascidos desta união, merecem receber melhor tratamento da Igreja Católica. A frase é mais uma demonstração do desejo do pontífice de tentar acolher os fiéis que tenham se separado. Pela tradição eclesiástica, os divorciados vivem no pecado e, por isso, devem ser excomungados. Na primeira audiência geral após um período de férias, Francisco defendeu uma mudança de atitude na Igreja. "Como podemos tomar conta de quem, após a irreversível falha do laço familiar, realiza uma nova união?", perguntou-se. "Quem estabelece uma união após a derrota do casamento não são totalmente excomungadas, e absolutamente não devem ser tratadas desta forma. Eles sempre pertencerão à Igreja, que deve manter suas portas abertas". Ele reconheceu que um casamento após o divórcio é considerado errado aos olhos da Igreja Católica, mas que isto não deve impedir de que sejam preservados o bem-estar e a salvação das pessoas. Nesse sentido, pediu que os sacerdotes pressionem filhos de pessoas que se casaram de novo. "Se vemos estes novos laços dos olhos das crianças, veremos mais urgência em acolher as pessoas que vivem nesta situação." A Igreja Católica prega que só os viúvos podem voltar a se casar no religioso. Para divorciados, o casamento pode ser anulado se houver provas de exclusão da comunhão da vida ou da falta de liberdade, por exemplo. O processo pode ser longo e segue os critérios dos tribunais eclesiásticos. Apenas os divorciados que não tenham se casado novamente têm direito à eucaristia. PRIORIDADE A mudança no tratamento dos divorciados é uma das ideias mais defendidas por Francisco. O assunto foi debatido no sínodo de outubro de 2014, junto com outros temas polêmicos como uso de métodos contraceptivos e a aceitação da homossexualidade. O assunto deverá voltar à tona no chamado Sínodo da Família, que acontecerá em outubro deste ano. Nele, Francisco deverá rever o tratamento em relação aos divorciados e poderá alterar a regra para a comunhão. Em fevereiro de 2014, ele pediu em missa aos sacerdotes que os casais separados não sejam condenados. Dois meses depois, ele autorizou por telefone a eucaristia de uma argentina que havia se casado com um homem divorciado.
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Papa volta a defender melhor relação da Igreja Católica com divorciadosO papa Francisco voltou a defender nesta quarta-feira (5) que os casais divorciados, assim como os filhos nascidos desta união, merecem receber melhor tratamento da Igreja Católica. A frase é mais uma demonstração do desejo do pontífice de tentar acolher os fiéis que tenham se separado. Pela tradição eclesiástica, os divorciados vivem no pecado e, por isso, devem ser excomungados. Na primeira audiência geral após um período de férias, Francisco defendeu uma mudança de atitude na Igreja. "Como podemos tomar conta de quem, após a irreversível falha do laço familiar, realiza uma nova união?", perguntou-se. "Quem estabelece uma união após a derrota do casamento não são totalmente excomungadas, e absolutamente não devem ser tratadas desta forma. Eles sempre pertencerão à Igreja, que deve manter suas portas abertas". Ele reconheceu que um casamento após o divórcio é considerado errado aos olhos da Igreja Católica, mas que isto não deve impedir de que sejam preservados o bem-estar e a salvação das pessoas. Nesse sentido, pediu que os sacerdotes pressionem filhos de pessoas que se casaram de novo. "Se vemos estes novos laços dos olhos das crianças, veremos mais urgência em acolher as pessoas que vivem nesta situação." A Igreja Católica prega que só os viúvos podem voltar a se casar no religioso. Para divorciados, o casamento pode ser anulado se houver provas de exclusão da comunhão da vida ou da falta de liberdade, por exemplo. O processo pode ser longo e segue os critérios dos tribunais eclesiásticos. Apenas os divorciados que não tenham se casado novamente têm direito à eucaristia. PRIORIDADE A mudança no tratamento dos divorciados é uma das ideias mais defendidas por Francisco. O assunto foi debatido no sínodo de outubro de 2014, junto com outros temas polêmicos como uso de métodos contraceptivos e a aceitação da homossexualidade. O assunto deverá voltar à tona no chamado Sínodo da Família, que acontecerá em outubro deste ano. Nele, Francisco deverá rever o tratamento em relação aos divorciados e poderá alterar a regra para a comunhão. Em fevereiro de 2014, ele pediu em missa aos sacerdotes que os casais separados não sejam condenados. Dois meses depois, ele autorizou por telefone a eucaristia de uma argentina que havia se casado com um homem divorciado.
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Após 17 anos, Palmeiras vence estreia em casa por mais de dois gols
Se o torcedor palmeirense, que encheu o Allianz Parque neste sábado (14), estava empolgado com as mudanças efetuadas pelo técnico Cuca durante a semana, ele tem algo a mais para comemorar. Com a vitória por 4 a 0 sobre o Atlético-PR, a equipe alviverde conseguiu, depois de 17 anos, um triunfo por mais de dois gols de diferença em casa em uma estreia de Campeonato Brasileiro. A última vez que o clube conseguiu tal feito foi em 1999 quando ganhou do Juventude por 3 a 1. Neste mesmo ano, o Palmeiras levantou sua única taça da Copa Libertadores. De lá para cá foram 14 participações na série A do Brasileiro –em 2003 e 2013 jogou a segunda divisão –e o time acumula seis vitórias, três derrotas e cinco empates em estreias da competição nacional. O gol que abriu a contagem palmeirense saiu dos pés de Róger Guedes, atacante que chegou do Criciúma para disputar o Brasileiro. Os destaques do jogo, contudo, foram o meia Cleiton Xavier e o atacante Gabriel Jesus, autor do segundo e do quarto gol da equipe. Thiago Martins fez o terceiro gol palmeirense. Em 1999, os três gols da equipe paulista foram marcados pelo atacante Evair. Naquela edição do campeonato, o Palmeiras ficou apenas na décima colocação, e não se classificou para a disputa do mata-mata, além de assistir seu rival Corinthians se sagrar campeão.
esporte
Após 17 anos, Palmeiras vence estreia em casa por mais de dois golsSe o torcedor palmeirense, que encheu o Allianz Parque neste sábado (14), estava empolgado com as mudanças efetuadas pelo técnico Cuca durante a semana, ele tem algo a mais para comemorar. Com a vitória por 4 a 0 sobre o Atlético-PR, a equipe alviverde conseguiu, depois de 17 anos, um triunfo por mais de dois gols de diferença em casa em uma estreia de Campeonato Brasileiro. A última vez que o clube conseguiu tal feito foi em 1999 quando ganhou do Juventude por 3 a 1. Neste mesmo ano, o Palmeiras levantou sua única taça da Copa Libertadores. De lá para cá foram 14 participações na série A do Brasileiro –em 2003 e 2013 jogou a segunda divisão –e o time acumula seis vitórias, três derrotas e cinco empates em estreias da competição nacional. O gol que abriu a contagem palmeirense saiu dos pés de Róger Guedes, atacante que chegou do Criciúma para disputar o Brasileiro. Os destaques do jogo, contudo, foram o meia Cleiton Xavier e o atacante Gabriel Jesus, autor do segundo e do quarto gol da equipe. Thiago Martins fez o terceiro gol palmeirense. Em 1999, os três gols da equipe paulista foram marcados pelo atacante Evair. Naquela edição do campeonato, o Palmeiras ficou apenas na décima colocação, e não se classificou para a disputa do mata-mata, além de assistir seu rival Corinthians se sagrar campeão.
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TJ absolve ex-prefeita Marta Suplicy de acusação de improbidade
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo absolveu nesta terça-feira (15) a senadora Marta Suplicy (sem partido-SP) da acusação de improbidade administrativa durante sua gestão à frente da Prefeitura de São Paulo (2001-2004). De acordo com denúncia do Ministério Público, Marta teria contratado em 2002, sem licitação, a ONG Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual (GTPOS) para desenvolver ações sobre planejamento familiar, métodos contraceptivos e sexualidade na periferia de São Paulo (em Cidade Ademar, na zona sul, e em Cidade Tiradentes, na zona leste). A secretária de Educação à época, Maria Aparecida Perez, e a própria ONG –da qual Marta é sócia-fundadora– também eram rés na ação. A ex-prefeita foi condenada em primeira instância em janeiro de 2014 e sua defesa recorreu. Relator do recurso, o desembargador Carlos Violante esclareceu que a contratação atendeu aos requisitos legais para a dispensa de licitação, não havendo ilegalidade. Os desembargadores Vera Lucia Angrisani e Renato Delbianco também participaram da turma julgadora e acompanharam o voto do relator. O TJ informou que o Ministério Público não recorrerá da decisão.
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TJ absolve ex-prefeita Marta Suplicy de acusação de improbidadeO Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo absolveu nesta terça-feira (15) a senadora Marta Suplicy (sem partido-SP) da acusação de improbidade administrativa durante sua gestão à frente da Prefeitura de São Paulo (2001-2004). De acordo com denúncia do Ministério Público, Marta teria contratado em 2002, sem licitação, a ONG Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual (GTPOS) para desenvolver ações sobre planejamento familiar, métodos contraceptivos e sexualidade na periferia de São Paulo (em Cidade Ademar, na zona sul, e em Cidade Tiradentes, na zona leste). A secretária de Educação à época, Maria Aparecida Perez, e a própria ONG –da qual Marta é sócia-fundadora– também eram rés na ação. A ex-prefeita foi condenada em primeira instância em janeiro de 2014 e sua defesa recorreu. Relator do recurso, o desembargador Carlos Violante esclareceu que a contratação atendeu aos requisitos legais para a dispensa de licitação, não havendo ilegalidade. Os desembargadores Vera Lucia Angrisani e Renato Delbianco também participaram da turma julgadora e acompanharam o voto do relator. O TJ informou que o Ministério Público não recorrerá da decisão.
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Autonomia do Fisco é garantia da sociedade
Em razão da passagem do dia de São Mateus, apóstolo cobrador de impostos, comemora-se no dia 21 de setembro o Dia do Auditor Fiscal. Para a Febrafite, uma federação nacional representativa do fisco estadual/distrital, a data representa um ótimo momento para refletir sobre a importância da valorização do Fisco para o funcionamento do Estado, especialmente em tempos de queda na arrecadação. Em um cenário de ajuste fiscal, baixo consumo e de Operação Lava Jato, o Fisco tem um papel fundamental e de grande responsabilidade, no desafio de corresponder às expectativas da sociedade. Na contramão de valorizar quem busca as receitas públicas e combate a sonegação para que o Estado cumpra seu papel social, é contraditória a situação de enfraquecimento do funcionalismo e dos serviços públicos, prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/16 (Teto dos Gastos) e no Projeto de Lei da Câmara (PLP) 54/2016, em trâmite na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Desde 2010, a Febrafite defende a elaboração de novos contratos da dívida dos Estados com a União, que para nós já estariam pagos se não fossem os juros de agiotagem cobrados aos entes federados. A solução da dívida dos Estados é possível com a aprovação do Projeto de Lei do Senado (PLS) 561/2015, que prevê novos contratos da dívida a fim de que os entes devolvam para a União os valores corrigidos pela inflação oficial brasileira, sem qualquer taxa de juros. Por esSa razão, permaneceremos contrários ao PLP 54/2016, pois renegociar a dívida com os Estados, Distrito Federal e municípios não pode significar menos hospitais e médicos, nem menos escolas e professores, ou a redução das ações da segurança pública e o fim da Previdência pública, um dos principais atrativos para o ingresso ao serviço público. Já a PEC 241, se aprovada na forma como está, fere diversos direitos e garantias fundamentais asseguradas pela Constituição Federal, em especial no âmbito da seguridade social. Ela pretende acabar com os limites mínimos definidos pela Carta Magna, congelando por 20 anos o investimento em saúde, educação, segurança, moradia, transporte público, saneamento e todos os outros serviços prestados ao cidadão. Todo este arrocho para sobrar mais dinheiro para pagar juros aos bancos. Por que não prever um teto para o pagamento de juros de dívida ao sistema financeiro? A saída da crise passa também pela reavaliação dos atuais e futuros programas de renúncias de receitas públicas. A União não pode estrangular os Estados, o Distrito Federal e os municípios, sacrificar a população, acabar com os serviços e a Previdência pública, massacrar os servidores e, ainda, ampliar desemprego. É extremamente preocupante o governo olhar somente para a questão da despesa, sem valorizar as administrações tributárias, órgãos responsáveis pela arrecadação das receitas públicas que garantem o funcionamento do Estado. Por essa razão, é preciso dotar o Fisco das prerrogativas essenciais ao papel que ele deve exercer em defesa da integridade das receitas públicas, do combate à sonegação fiscal, entre outras atribuições do órgão. Esta autonomia está prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 186/07, que concede autonomia funcional, para poder exercer seu papel livre de ingerências políticas. A sociedade precisa urgentemente compreender e apoiar essa proposta, que pode mudar o atual cenário de crise do Brasil, inclusive com aumento de arrecadação sem aumento de impostos. ROBERTO KUPSKI, 59, é auditor fiscal da Receita estadual do Rio Grande do Sul e presidente da Febrafite (Federação Brasileira de Associações de Fiscais deTributos Estaduais) LIRANDO DE AZEVEDO JACUNDÁ, 60, é auditor tributário do Distrito Federal e primeiro vice-presidente da Febrafite PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
opiniao
Autonomia do Fisco é garantia da sociedadeEm razão da passagem do dia de São Mateus, apóstolo cobrador de impostos, comemora-se no dia 21 de setembro o Dia do Auditor Fiscal. Para a Febrafite, uma federação nacional representativa do fisco estadual/distrital, a data representa um ótimo momento para refletir sobre a importância da valorização do Fisco para o funcionamento do Estado, especialmente em tempos de queda na arrecadação. Em um cenário de ajuste fiscal, baixo consumo e de Operação Lava Jato, o Fisco tem um papel fundamental e de grande responsabilidade, no desafio de corresponder às expectativas da sociedade. Na contramão de valorizar quem busca as receitas públicas e combate a sonegação para que o Estado cumpra seu papel social, é contraditória a situação de enfraquecimento do funcionalismo e dos serviços públicos, prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/16 (Teto dos Gastos) e no Projeto de Lei da Câmara (PLP) 54/2016, em trâmite na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Desde 2010, a Febrafite defende a elaboração de novos contratos da dívida dos Estados com a União, que para nós já estariam pagos se não fossem os juros de agiotagem cobrados aos entes federados. A solução da dívida dos Estados é possível com a aprovação do Projeto de Lei do Senado (PLS) 561/2015, que prevê novos contratos da dívida a fim de que os entes devolvam para a União os valores corrigidos pela inflação oficial brasileira, sem qualquer taxa de juros. Por esSa razão, permaneceremos contrários ao PLP 54/2016, pois renegociar a dívida com os Estados, Distrito Federal e municípios não pode significar menos hospitais e médicos, nem menos escolas e professores, ou a redução das ações da segurança pública e o fim da Previdência pública, um dos principais atrativos para o ingresso ao serviço público. Já a PEC 241, se aprovada na forma como está, fere diversos direitos e garantias fundamentais asseguradas pela Constituição Federal, em especial no âmbito da seguridade social. Ela pretende acabar com os limites mínimos definidos pela Carta Magna, congelando por 20 anos o investimento em saúde, educação, segurança, moradia, transporte público, saneamento e todos os outros serviços prestados ao cidadão. Todo este arrocho para sobrar mais dinheiro para pagar juros aos bancos. Por que não prever um teto para o pagamento de juros de dívida ao sistema financeiro? A saída da crise passa também pela reavaliação dos atuais e futuros programas de renúncias de receitas públicas. A União não pode estrangular os Estados, o Distrito Federal e os municípios, sacrificar a população, acabar com os serviços e a Previdência pública, massacrar os servidores e, ainda, ampliar desemprego. É extremamente preocupante o governo olhar somente para a questão da despesa, sem valorizar as administrações tributárias, órgãos responsáveis pela arrecadação das receitas públicas que garantem o funcionamento do Estado. Por essa razão, é preciso dotar o Fisco das prerrogativas essenciais ao papel que ele deve exercer em defesa da integridade das receitas públicas, do combate à sonegação fiscal, entre outras atribuições do órgão. Esta autonomia está prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 186/07, que concede autonomia funcional, para poder exercer seu papel livre de ingerências políticas. A sociedade precisa urgentemente compreender e apoiar essa proposta, que pode mudar o atual cenário de crise do Brasil, inclusive com aumento de arrecadação sem aumento de impostos. ROBERTO KUPSKI, 59, é auditor fiscal da Receita estadual do Rio Grande do Sul e presidente da Febrafite (Federação Brasileira de Associações de Fiscais deTributos Estaduais) LIRANDO DE AZEVEDO JACUNDÁ, 60, é auditor tributário do Distrito Federal e primeiro vice-presidente da Febrafite PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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Em meio a sanções, Pyongyang tem boom de construções
Apesar do isolamento político e econômico, a capital da Coreia do Norte está em meio a um boom imobiliário. A comparação entre fotos tiradas pela Reuters esta semana e outras tiradas em outubro em Pyongyang revela vários novos prédios de 20 andares ou mais, alguns quase prontos. As obras, que parecem prédios residenciais, ocorrem apesar das rígidas sanções internacionais aplicadas contra o regime ditatorial de Kim Jong-un devido a testes nucleares e lançamento de foguetes. O boom imobiliário é mais uma evidência do crescente papel de uma economia de mercado que ainda precisa ser reconhecida pelo governo, mas que tem mudado a cara da capital e melhorado a vida da população, pelo menos numa partes desse país, que é ainda é pobre. Funcionários de obras podiam ser vistos fazendo o acabamento de prédios, esta semana, às vésperas do primeiro congresso do partido único em quase 40 anos. Para o evento foram convidados jornalistas internacionais, que geralmente têm dificuldade de entrar no país. Apesar da abertura, o trabalho da imprensa é limitado por guias do governo. CIDADE BRILHANTE Gruas amarelas podem ser vistas no alto de torres ainda não terminadas. A linha do horizonte de Pyongyang também está ficando mais iluminada. Graças a uma onda no uso privado de painéis solares e de lâmpadas de LED, janelas de apartamento agora brilham. São, no entanto, ofuscadas pelas iluminadas estátuas e retratos da família Kim. Apesar dos avanços, ainda é comum faltar energia na capital. O dinheiro por trás das construções vem da versão norte-coreana de parcerias público-privadas (PPP). Investidores locais que ganharam dinheiro na crescente economia de mercado do país se juntam ao governo no setor imobiliário. De forma geral, prédios de apartamentos na Coreia do Norte são ocupados a depender da profissão, com agrupamentos de professores, cientistas e operários sob o mesmo teto. Mas, com o investimento privado, a situação tem se parecido com outras ao redor do mundo, com as melhores propriedades indo para quem oferece mais. "Da perspectiva do Estado é bom, eles podem dizer à população que as condições de vida melhoraram", diz Lim Eul-chul, especialista em Coreia do Norte na Universidade de Kyungnam (Coreia do Sul). Além do boom no setor imobiliário, há mais carros nas ruas da capital e mais produtos disponíveis nas lojas. "Sob a energética liderança do marechal Kim Jong-un, tem havido muito mais obras em Pyongyang", disse Kang Song-hui, um residente da capital.
mundo
Em meio a sanções, Pyongyang tem boom de construçõesApesar do isolamento político e econômico, a capital da Coreia do Norte está em meio a um boom imobiliário. A comparação entre fotos tiradas pela Reuters esta semana e outras tiradas em outubro em Pyongyang revela vários novos prédios de 20 andares ou mais, alguns quase prontos. As obras, que parecem prédios residenciais, ocorrem apesar das rígidas sanções internacionais aplicadas contra o regime ditatorial de Kim Jong-un devido a testes nucleares e lançamento de foguetes. O boom imobiliário é mais uma evidência do crescente papel de uma economia de mercado que ainda precisa ser reconhecida pelo governo, mas que tem mudado a cara da capital e melhorado a vida da população, pelo menos numa partes desse país, que é ainda é pobre. Funcionários de obras podiam ser vistos fazendo o acabamento de prédios, esta semana, às vésperas do primeiro congresso do partido único em quase 40 anos. Para o evento foram convidados jornalistas internacionais, que geralmente têm dificuldade de entrar no país. Apesar da abertura, o trabalho da imprensa é limitado por guias do governo. CIDADE BRILHANTE Gruas amarelas podem ser vistas no alto de torres ainda não terminadas. A linha do horizonte de Pyongyang também está ficando mais iluminada. Graças a uma onda no uso privado de painéis solares e de lâmpadas de LED, janelas de apartamento agora brilham. São, no entanto, ofuscadas pelas iluminadas estátuas e retratos da família Kim. Apesar dos avanços, ainda é comum faltar energia na capital. O dinheiro por trás das construções vem da versão norte-coreana de parcerias público-privadas (PPP). Investidores locais que ganharam dinheiro na crescente economia de mercado do país se juntam ao governo no setor imobiliário. De forma geral, prédios de apartamentos na Coreia do Norte são ocupados a depender da profissão, com agrupamentos de professores, cientistas e operários sob o mesmo teto. Mas, com o investimento privado, a situação tem se parecido com outras ao redor do mundo, com as melhores propriedades indo para quem oferece mais. "Da perspectiva do Estado é bom, eles podem dizer à população que as condições de vida melhoraram", diz Lim Eul-chul, especialista em Coreia do Norte na Universidade de Kyungnam (Coreia do Sul). Além do boom no setor imobiliário, há mais carros nas ruas da capital e mais produtos disponíveis nas lojas. "Sob a energética liderança do marechal Kim Jong-un, tem havido muito mais obras em Pyongyang", disse Kang Song-hui, um residente da capital.
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Achei que tivesse morrido, conta motorista após acidente no Rodoanel
Duas das três faixas do trecho sul do Rodoanel Mário Covas foram liberadas para o tráfego por volta das 11h desta sexta-feira (9) depois de um engavetamento interditar por completo a via na região de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). Uma pessoa morreu e três ficaram feridas, segundo a SPMar, concessionária que administra o trecho.Segunda a SPMar, ainda não há previsão da liberação completa do trecho. Ao todo, quatro caminhões, dois carros e uma van se envolveram no acidente, que aconteceu em cima da ponte que passa sobre a represa Billings, na altura do km 68 da via, por volta das 6h50.Com a batida, um dos caminhões, que transportava combustível, explodiu e interditou por completo a pista externa do Rodoanel em direção à rodovia Presidente Dutra e do sistema Anchieta-Imigrantes. As chamas chegaram a atingir a parte inferior da ponte, mas foram controladas por volta das 9h.Leia a reportagem
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Achei que tivesse morrido, conta motorista após acidente no RodoanelDuas das três faixas do trecho sul do Rodoanel Mário Covas foram liberadas para o tráfego por volta das 11h desta sexta-feira (9) depois de um engavetamento interditar por completo a via na região de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). Uma pessoa morreu e três ficaram feridas, segundo a SPMar, concessionária que administra o trecho.Segunda a SPMar, ainda não há previsão da liberação completa do trecho. Ao todo, quatro caminhões, dois carros e uma van se envolveram no acidente, que aconteceu em cima da ponte que passa sobre a represa Billings, na altura do km 68 da via, por volta das 6h50.Com a batida, um dos caminhões, que transportava combustível, explodiu e interditou por completo a pista externa do Rodoanel em direção à rodovia Presidente Dutra e do sistema Anchieta-Imigrantes. As chamas chegaram a atingir a parte inferior da ponte, mas foram controladas por volta das 9h.Leia a reportagem
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Grupo diz ter recebido menos que o declarado pelo Theatro Municipal
O diretor do grupo catalão La Fura dels Baus, Carlus Padrissa, afirmou, em depoimento ao Ministério Público Estadual, ter recebido valor diferente do que o Theatro Municipal de São Paulo diz ter pago ao agente do grupo, Valentin Proczynski, pelo espetáculo "El Amor Brujo", que ficou em cartaz de 27 a 31 de julho. Padrissa depôs na semana passada, durante investigação sobre irregularidades no teatro. O espanhol disse que a parte que cabia ao Municipal na coprodução da peça era de 35 mil euros (R$ 128 mil) pela criação artística. Sua declaração foi confirmada pela promotoria. Já a direção da Fundação Theatro Municipal diz ter pago 240 mil euros (R$ 878 mil) a Proczysnki, dos quais 76.250 euros (R$ 278 mil) teriam sido destinados à criação da peça. O restante, diz a fundação, estaria subdividido em "contrato de serviços do grupo La Fura dels Baus" (81.247 euros), "contrato dos artistas" (19,5 mil euros), "comissão de agenciamento" (36 mil euros) e "despesas administrativas" (27 mil euros), sendo que os últimos dois itens são de responsabilidade de Proczynski. A Folha teve acesso ao contrato firmado entre Proczynski e o La Fura dels Baus. O documento revela que os 76.250 euros são de responsabilidade de um grupo formado por três instituições: o Theatro Municipal de São Paulo, o Comunale di Bologna e uma terceira casa a ser determinada "mais adiante". SUSPEITAS As investigações -uma delas corre em CPI na Câmara dos Vereadores- buscam apurar se houve superfaturamento do espetáculo com suposto desvio de verba, bem como se o maestro John Neschling, diretor artístico do Municipal, pode ter privilegiado o agente ao compor a programação da casa -Proczynski representa o músico no exterior. O agente conseguiu vender ao Municipal três participações do La Fura dels Baus na gestão Neschling: além de "El Amor Brujo", houve a criação de espetáculo de luzes e projeções para o concerto "Trilogia Romana" (2014) e o projeto de "Alma Brasileira". Este último foi cancelado, mesmo após ter sido pago a Proczynski cerca de R$ 1 milhão. O valor não foi restituído. Embora o foco da programação do Municipal seja ópera, o La Fura é mundialmente célebre por espetáculos teatrais de impacto visual e interpretações de rigor físico. INVESTIGAÇÃO NA ITÁLIA Argentino, Proczynski dirige uma empresa chamada Old and New Montecarlo, com sede em Mônaco. Em 2005, seu nome apareceu no relatório de uma investigação do Senado italiano sobre irregularidades no teatro Scalla de Milão. "A remuneração dos artistas cresceu enormemente em casos de sua intermediação", diz o documento, publicado no site da instituição. Além de intermediar negociações de espetáculos do La Fura dels Baus, Proczynski também levou ao Municipal, na temporada de 2016, a ópera "Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk", que o teatro Helikon de Moscou estreou há 15 anos. Segundo o Municipal, foram pagos 240 mil euros (R$ 878 mil) pela apresentação. OUTRO LADO Procurado pela reportagem, Carlus Padrissa disse que, por contrato, não pode comentar valores da turnê. Proczynski também foi procurado, por e-mail e telefone, mas não houve resposta. O advogado de Neschling, Eduardo Carnelós, diz que, apesar de o contrato entre Old and New Montecarlo e La Fura ter sido entregue ao Ministério Público pelo representante do grupo catalão, ele não foi juntado aos autos do procedimento de investigação, "apenas o termo de depoimento prestado". Segundo o Ministério Público, houve demora, mas o referido contrato já foi incluído nos autos da investigação. A defesa do maestro diz ainda que o valor pago pela administração do teatro está dentro de parâmetros do mercado internacional. Também ressalta que Proczynski é apenas um dos representantes de Neschling no exterior.
ilustrada
Grupo diz ter recebido menos que o declarado pelo Theatro MunicipalO diretor do grupo catalão La Fura dels Baus, Carlus Padrissa, afirmou, em depoimento ao Ministério Público Estadual, ter recebido valor diferente do que o Theatro Municipal de São Paulo diz ter pago ao agente do grupo, Valentin Proczynski, pelo espetáculo "El Amor Brujo", que ficou em cartaz de 27 a 31 de julho. Padrissa depôs na semana passada, durante investigação sobre irregularidades no teatro. O espanhol disse que a parte que cabia ao Municipal na coprodução da peça era de 35 mil euros (R$ 128 mil) pela criação artística. Sua declaração foi confirmada pela promotoria. Já a direção da Fundação Theatro Municipal diz ter pago 240 mil euros (R$ 878 mil) a Proczysnki, dos quais 76.250 euros (R$ 278 mil) teriam sido destinados à criação da peça. O restante, diz a fundação, estaria subdividido em "contrato de serviços do grupo La Fura dels Baus" (81.247 euros), "contrato dos artistas" (19,5 mil euros), "comissão de agenciamento" (36 mil euros) e "despesas administrativas" (27 mil euros), sendo que os últimos dois itens são de responsabilidade de Proczynski. A Folha teve acesso ao contrato firmado entre Proczynski e o La Fura dels Baus. O documento revela que os 76.250 euros são de responsabilidade de um grupo formado por três instituições: o Theatro Municipal de São Paulo, o Comunale di Bologna e uma terceira casa a ser determinada "mais adiante". SUSPEITAS As investigações -uma delas corre em CPI na Câmara dos Vereadores- buscam apurar se houve superfaturamento do espetáculo com suposto desvio de verba, bem como se o maestro John Neschling, diretor artístico do Municipal, pode ter privilegiado o agente ao compor a programação da casa -Proczynski representa o músico no exterior. O agente conseguiu vender ao Municipal três participações do La Fura dels Baus na gestão Neschling: além de "El Amor Brujo", houve a criação de espetáculo de luzes e projeções para o concerto "Trilogia Romana" (2014) e o projeto de "Alma Brasileira". Este último foi cancelado, mesmo após ter sido pago a Proczynski cerca de R$ 1 milhão. O valor não foi restituído. Embora o foco da programação do Municipal seja ópera, o La Fura é mundialmente célebre por espetáculos teatrais de impacto visual e interpretações de rigor físico. INVESTIGAÇÃO NA ITÁLIA Argentino, Proczynski dirige uma empresa chamada Old and New Montecarlo, com sede em Mônaco. Em 2005, seu nome apareceu no relatório de uma investigação do Senado italiano sobre irregularidades no teatro Scalla de Milão. "A remuneração dos artistas cresceu enormemente em casos de sua intermediação", diz o documento, publicado no site da instituição. Além de intermediar negociações de espetáculos do La Fura dels Baus, Proczynski também levou ao Municipal, na temporada de 2016, a ópera "Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk", que o teatro Helikon de Moscou estreou há 15 anos. Segundo o Municipal, foram pagos 240 mil euros (R$ 878 mil) pela apresentação. OUTRO LADO Procurado pela reportagem, Carlus Padrissa disse que, por contrato, não pode comentar valores da turnê. Proczynski também foi procurado, por e-mail e telefone, mas não houve resposta. O advogado de Neschling, Eduardo Carnelós, diz que, apesar de o contrato entre Old and New Montecarlo e La Fura ter sido entregue ao Ministério Público pelo representante do grupo catalão, ele não foi juntado aos autos do procedimento de investigação, "apenas o termo de depoimento prestado". Segundo o Ministério Público, houve demora, mas o referido contrato já foi incluído nos autos da investigação. A defesa do maestro diz ainda que o valor pago pela administração do teatro está dentro de parâmetros do mercado internacional. Também ressalta que Proczynski é apenas um dos representantes de Neschling no exterior.
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Timing errado
BRASÍLIA - Dilma Rousseff vai chegando ao final do nono mês do seu segundo mandato gestando dois ajustes fiscais e uma reforma administrativa e ministerial que deveriam ter sido obras para os primeiros meses do seu governo. Não por outro motivo a petista está presa, praticamente desde que foi reeleita, a uma agenda negativa da qual não consegue se desvencilhar. Para quem dizia que ajuste é coisa de tucano, deve ser terrível ter de bancar não só um, mas dois pacotes fiscais em menos de um ano –e sem que o primeiro ainda tenha tido o efeito esperado e necessário. Pior, talvez, seja curvar-se às pressões de aliados e prometer um corte de ministérios, defendido pela oposição na campanha eleitoral, exatamente no momento em que não pode nem pensar em desagradar sua frágil base aliada no Congresso. Um erro de cálculo e lá se vai a segunda fase do ajuste fiscal antes mesmo de ela chegar ao Legislativo. Isto mesmo, anunciadas na segunda-feira passada, talvez as medidas cheguem hoje ao Congresso com uma semana de atraso. Sem falar no pior dos mundos. Deixar aliados insatisfeitos pode ser fatal quando o fantasma do impeachment assombra o governo nos corredores da Câmara dos Deputados. Para ajudar sua criatura a sair desta enrascada, Lula circulou por Brasília dizendo não que aguenta mais falar de ajuste fiscal e voltou a aconselhar a presidente a criar urgentemente uma agenda positiva para levantar o astral do país. Questionado por petistas que agenda seria essa, citou a redução da taxa de juros neste momento de recessão. Ato contínuo, porém, ele mesmo reconheceu que, hoje, isso é impossível diante da falta de confiança nos rumos da economia. Enfim, o timing do governo está todo errado. Fruto de decisões tomadas sem muita convicção pela presidente, que agravam os problemas e obrigam a petista a aprofundar medidas que só lhe trazem desgaste.
colunas
Timing erradoBRASÍLIA - Dilma Rousseff vai chegando ao final do nono mês do seu segundo mandato gestando dois ajustes fiscais e uma reforma administrativa e ministerial que deveriam ter sido obras para os primeiros meses do seu governo. Não por outro motivo a petista está presa, praticamente desde que foi reeleita, a uma agenda negativa da qual não consegue se desvencilhar. Para quem dizia que ajuste é coisa de tucano, deve ser terrível ter de bancar não só um, mas dois pacotes fiscais em menos de um ano –e sem que o primeiro ainda tenha tido o efeito esperado e necessário. Pior, talvez, seja curvar-se às pressões de aliados e prometer um corte de ministérios, defendido pela oposição na campanha eleitoral, exatamente no momento em que não pode nem pensar em desagradar sua frágil base aliada no Congresso. Um erro de cálculo e lá se vai a segunda fase do ajuste fiscal antes mesmo de ela chegar ao Legislativo. Isto mesmo, anunciadas na segunda-feira passada, talvez as medidas cheguem hoje ao Congresso com uma semana de atraso. Sem falar no pior dos mundos. Deixar aliados insatisfeitos pode ser fatal quando o fantasma do impeachment assombra o governo nos corredores da Câmara dos Deputados. Para ajudar sua criatura a sair desta enrascada, Lula circulou por Brasília dizendo não que aguenta mais falar de ajuste fiscal e voltou a aconselhar a presidente a criar urgentemente uma agenda positiva para levantar o astral do país. Questionado por petistas que agenda seria essa, citou a redução da taxa de juros neste momento de recessão. Ato contínuo, porém, ele mesmo reconheceu que, hoje, isso é impossível diante da falta de confiança nos rumos da economia. Enfim, o timing do governo está todo errado. Fruto de decisões tomadas sem muita convicção pela presidente, que agravam os problemas e obrigam a petista a aprofundar medidas que só lhe trazem desgaste.
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Socorro federal representa 16,6% do rombo previsto para 2017 no Rio
A aprovação do programa de recuperação fiscal dos estados representará, para o Rio, uma ajuda equivalente a apenas 16,6% do rombo previsto no orçamento de 2017, aprovado nesta terça-feira (20) pela assembleia legislativa do estado, a Alerj. A despesa com o pagamento da dívida da União será de R$ 3,2 bilhões no ano que vem. Essa despesa deixará de existir caso o Rio seja habilitado ao benefício aprovado na Câmara dos Deputados, em Brasília. O orçamento prevê um deficit de R$ 19,3 bilhões, diferença entre as receitas de R$ 58,3 bilhões e despesas de R$ 77,6 bilhões. O estoque da dívida do Estado com a União é de R$ 76,8 bilhões. O governo não quis comentar qual o impacto da aprovação do programa de recuperação, alegando que depende de como o projeto será sancionado. O alívio pode ser maior se incluir dívidas com instituições de fomento. "Foi um avanço e um alívio para o Rio e outros estados, como o Rio Grande do Sul e Minas", disse, em nota, o governador Luiz Fernando Pezão, que estava em Brasília para acompanhar a votação. "Agora, estamos na expectativa da sanção do presidente [Michel Temer] e também que a Assembleia Legislativa ratifique o acordo. Mas estamos conscientes de que o governo exigirá contrapartidas dos Estados para fazermos os ajustes", concluiu. O texto aprovado na Câmara eliminou a lista de contrapartidas propostas pelo Ministério da Fazenda e ratificadas pelo Senado. Em nota, porém, a Fazenda informou que os Estados interessados terão que apresentar medidas para reequilibrar suas situações fiscais. ORÇAMENTO Na votação do orçamento estadual, os deputados aprovaram uma emenda do PSOL que prioriza o pagamento do funcionalismo público frente a outras despesas. O partido queria também proibir o parcelamento dos salários, mas foi derrotado. Os salários de novembro foram parcelados em nove vezes, com o depósito da primeira parcela no dia 23.
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Socorro federal representa 16,6% do rombo previsto para 2017 no RioA aprovação do programa de recuperação fiscal dos estados representará, para o Rio, uma ajuda equivalente a apenas 16,6% do rombo previsto no orçamento de 2017, aprovado nesta terça-feira (20) pela assembleia legislativa do estado, a Alerj. A despesa com o pagamento da dívida da União será de R$ 3,2 bilhões no ano que vem. Essa despesa deixará de existir caso o Rio seja habilitado ao benefício aprovado na Câmara dos Deputados, em Brasília. O orçamento prevê um deficit de R$ 19,3 bilhões, diferença entre as receitas de R$ 58,3 bilhões e despesas de R$ 77,6 bilhões. O estoque da dívida do Estado com a União é de R$ 76,8 bilhões. O governo não quis comentar qual o impacto da aprovação do programa de recuperação, alegando que depende de como o projeto será sancionado. O alívio pode ser maior se incluir dívidas com instituições de fomento. "Foi um avanço e um alívio para o Rio e outros estados, como o Rio Grande do Sul e Minas", disse, em nota, o governador Luiz Fernando Pezão, que estava em Brasília para acompanhar a votação. "Agora, estamos na expectativa da sanção do presidente [Michel Temer] e também que a Assembleia Legislativa ratifique o acordo. Mas estamos conscientes de que o governo exigirá contrapartidas dos Estados para fazermos os ajustes", concluiu. O texto aprovado na Câmara eliminou a lista de contrapartidas propostas pelo Ministério da Fazenda e ratificadas pelo Senado. Em nota, porém, a Fazenda informou que os Estados interessados terão que apresentar medidas para reequilibrar suas situações fiscais. ORÇAMENTO Na votação do orçamento estadual, os deputados aprovaram uma emenda do PSOL que prioriza o pagamento do funcionalismo público frente a outras despesas. O partido queria também proibir o parcelamento dos salários, mas foi derrotado. Os salários de novembro foram parcelados em nove vezes, com o depósito da primeira parcela no dia 23.
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Declarações ofensivas de Ibrahimovic serão investigadas por liga francesa
As declarações ofensivas do sueco Zlatan Ibrahimovic contra os árbitros franceses serão investigadas durante esta semana, anunciou a LFP (Liga de Futebol Profissional) nesta segunda-feira (16). Em nota, a entidade afirmou que a questão será levada ao comitê disciplinar na próxima quinta-feira (19). Após derrota do Paris Saint-Germain para o Bordeaux por 3 a 2 em partida em que marcou dois gols, o atacante Ibrahimovic ficou bastante irritado com a arbitragem. Depois do jogo pelo Campeonato Francês, o jogador foi flagrado reclamando duramente da arbitragem e xingando a própria França, país de origem do Paris Saint-Germain. "Em 15 anos jogando futebol, nunca vi um árbitro assim. Este país de merda. Este país não merece o PSG", diz o jogador, em inglês. Mais tarde, o jogador pediu desculpas por suas declarações, alegando que não queria atingir a França nem os franceses. "Eu falava de futebol, e não de outra coisa. Eu perdi a partida e aceito. Mas eu não aceito quando o árbitro não segue as regras. Esta não é a primeira vez que isso acontece", disse. Em sua defesa, Ibrahimovic disse que falou "no calor da raiva". "E todo mundo sabe como é isso, as palavras ultrapassam o pensamento. Eu devo me desculpar se as pessoas se sentiram ofendidas". Ao ver a repercussão das palavras do sueco, o ministro do Esporte francês, Patrick Kanner, exigiu via Twitter a retratação do jogador. "A decepção de Ibrahimovic não justifica suas palavras insultantes dirigidas ao árbitro e ao país que o acolhe. Ele deve se desculpar". Kanner
esporte
Declarações ofensivas de Ibrahimovic serão investigadas por liga francesaAs declarações ofensivas do sueco Zlatan Ibrahimovic contra os árbitros franceses serão investigadas durante esta semana, anunciou a LFP (Liga de Futebol Profissional) nesta segunda-feira (16). Em nota, a entidade afirmou que a questão será levada ao comitê disciplinar na próxima quinta-feira (19). Após derrota do Paris Saint-Germain para o Bordeaux por 3 a 2 em partida em que marcou dois gols, o atacante Ibrahimovic ficou bastante irritado com a arbitragem. Depois do jogo pelo Campeonato Francês, o jogador foi flagrado reclamando duramente da arbitragem e xingando a própria França, país de origem do Paris Saint-Germain. "Em 15 anos jogando futebol, nunca vi um árbitro assim. Este país de merda. Este país não merece o PSG", diz o jogador, em inglês. Mais tarde, o jogador pediu desculpas por suas declarações, alegando que não queria atingir a França nem os franceses. "Eu falava de futebol, e não de outra coisa. Eu perdi a partida e aceito. Mas eu não aceito quando o árbitro não segue as regras. Esta não é a primeira vez que isso acontece", disse. Em sua defesa, Ibrahimovic disse que falou "no calor da raiva". "E todo mundo sabe como é isso, as palavras ultrapassam o pensamento. Eu devo me desculpar se as pessoas se sentiram ofendidas". Ao ver a repercussão das palavras do sueco, o ministro do Esporte francês, Patrick Kanner, exigiu via Twitter a retratação do jogador. "A decepção de Ibrahimovic não justifica suas palavras insultantes dirigidas ao árbitro e ao país que o acolhe. Ele deve se desculpar". Kanner
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Japão relembra 72 anos da bomba atômica e pede desarmamento
Os japoneses relembraram neste domingo (6) o primeiro bombardeio atômico da história, lançado há 72 anos contra Hiroshima, cidade do sul do arquipélago. Em 6 de agosto de 1945, às 8h15, um bombardeiro B-29 americano batizado "Enola Gay" lançou sobre a cidade a bomba atômica "Little Boy". Três dias depois, outra bom atômica, "Fat Man", devastou Nagasaki, o que levou à rendição japonesa, em 15 de agosto, e ao final da Segunda Guerra Mundial. Com uma potência equivalente a cerca de 16 quilotoneladas de TNT, a bomba de Hiroshima causou uma deflagração que subiu a temperatura no solo a 4.000º C. "Little Boy" provocou, naquele mesmo dia e nas semanas seguintes, 140 mil mortos. Em Nagasaki, o ataque causou 74 mil vítimas mortais. Coincidindo com este aniversário, o Japão volta a se deparar com a polêmica questão das armas nucleares. Há um mês, o Japão se uniu a outras potências nucleares, entre elas Estados Unidos, França e Reino Unido, críticas ao tratado adotado recentemente pela ONU para proibir as armas nucleares. Neste domingo, durante a cerimônia oficial anual no Memorial da Paz de Hiroshima, o primeiro-ministro Shinzo Abe afirmou que o Japão espera militar por um mundo sem armas nucleares de maneira que todos os países estejam de acordo. "Para alcançar realmente um mundo sem armas nucleares, precisamos da participação tanto dos Estados nucleares como dos Estados não-nucleares", afirmou. "Nosso país quer mostrar o caminho para a comunidade internacional" para avançar na direção do desarmamento nuclear, acrescentou, sem mencionar o tratado da ONU. O Japão criticou este tratado ao considerar que aumentava a distância entre os países que dispõem de armamento nuclear e aqueles que não o possuem. Nenhum dos nove países que contam com um arsenal nuclear -Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, China, França, Índia, Paquistão, Coreia do Norte e Israel- participou nas negociações do acordo. As duas bombas atômicas lançadas pelos americanos precipitaram a capitulação do Japão no dia 15 de agosto de 1945 e, de fato, o fim da Segunda Guerra Mundial. Muitos japoneses consideram a destruição dessas duas cidades como crimes de guerra, uma vez que os alvos foram civis e sua capacidade de devastação sem precedentes. Enquanto isso, muitos americanos acreditam que estes bombardeios, que precipitaram o fim da guerra entre os Estados Unidos e o Japão, impediu a perda de mais vidas.
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Japão relembra 72 anos da bomba atômica e pede desarmamentoOs japoneses relembraram neste domingo (6) o primeiro bombardeio atômico da história, lançado há 72 anos contra Hiroshima, cidade do sul do arquipélago. Em 6 de agosto de 1945, às 8h15, um bombardeiro B-29 americano batizado "Enola Gay" lançou sobre a cidade a bomba atômica "Little Boy". Três dias depois, outra bom atômica, "Fat Man", devastou Nagasaki, o que levou à rendição japonesa, em 15 de agosto, e ao final da Segunda Guerra Mundial. Com uma potência equivalente a cerca de 16 quilotoneladas de TNT, a bomba de Hiroshima causou uma deflagração que subiu a temperatura no solo a 4.000º C. "Little Boy" provocou, naquele mesmo dia e nas semanas seguintes, 140 mil mortos. Em Nagasaki, o ataque causou 74 mil vítimas mortais. Coincidindo com este aniversário, o Japão volta a se deparar com a polêmica questão das armas nucleares. Há um mês, o Japão se uniu a outras potências nucleares, entre elas Estados Unidos, França e Reino Unido, críticas ao tratado adotado recentemente pela ONU para proibir as armas nucleares. Neste domingo, durante a cerimônia oficial anual no Memorial da Paz de Hiroshima, o primeiro-ministro Shinzo Abe afirmou que o Japão espera militar por um mundo sem armas nucleares de maneira que todos os países estejam de acordo. "Para alcançar realmente um mundo sem armas nucleares, precisamos da participação tanto dos Estados nucleares como dos Estados não-nucleares", afirmou. "Nosso país quer mostrar o caminho para a comunidade internacional" para avançar na direção do desarmamento nuclear, acrescentou, sem mencionar o tratado da ONU. O Japão criticou este tratado ao considerar que aumentava a distância entre os países que dispõem de armamento nuclear e aqueles que não o possuem. Nenhum dos nove países que contam com um arsenal nuclear -Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, China, França, Índia, Paquistão, Coreia do Norte e Israel- participou nas negociações do acordo. As duas bombas atômicas lançadas pelos americanos precipitaram a capitulação do Japão no dia 15 de agosto de 1945 e, de fato, o fim da Segunda Guerra Mundial. Muitos japoneses consideram a destruição dessas duas cidades como crimes de guerra, uma vez que os alvos foram civis e sua capacidade de devastação sem precedentes. Enquanto isso, muitos americanos acreditam que estes bombardeios, que precipitaram o fim da guerra entre os Estados Unidos e o Japão, impediu a perda de mais vidas.
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Maracanã demite 75% de seus funcionários
A concessionária que administra o Maracanã anunciou nesta segunda-feira (4) a demissão de 75% de seus funcionários fixos. A mudança drástica em seu quadro de integrantes se deve ao fato da aproximação da Olimpíada do Rio, que acontecerá em agosto deste ano. Em nota, a concessionária diz que busca "se adaptar ao período de uso exclusivo dos Jogos Olímpicos, quando cederá suas instalações ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 por até nove meses". De acordo com a empresa, os serviços de manutenção e tour do estádio vão continuar normalmente com os parceiros terceirizados. "O Maracanã vem realizando esforços contínuos para reduzir os custos fixos, minimizar os prejuízos operacionais e se adequar aos impactos da alteração unilateral do contrato de concessão e aos períodos de interrupção da operação como na Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016)", disse a concessionária. De acordo com o Blog do PVC, do portal UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha, a Odebrecht já prepara a devolução do Maracanã para o governo do Rio. Reformado pela Odebrecht para a Copa do Mundo de 2014, o Maracanã foi inaugurado no início de 2013, recebendo também jogos da Copa das Confederações naquele ano. O custo da obra foi de R$ 1,3 bilhão.
esporte
Maracanã demite 75% de seus funcionáriosA concessionária que administra o Maracanã anunciou nesta segunda-feira (4) a demissão de 75% de seus funcionários fixos. A mudança drástica em seu quadro de integrantes se deve ao fato da aproximação da Olimpíada do Rio, que acontecerá em agosto deste ano. Em nota, a concessionária diz que busca "se adaptar ao período de uso exclusivo dos Jogos Olímpicos, quando cederá suas instalações ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 por até nove meses". De acordo com a empresa, os serviços de manutenção e tour do estádio vão continuar normalmente com os parceiros terceirizados. "O Maracanã vem realizando esforços contínuos para reduzir os custos fixos, minimizar os prejuízos operacionais e se adequar aos impactos da alteração unilateral do contrato de concessão e aos períodos de interrupção da operação como na Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016)", disse a concessionária. De acordo com o Blog do PVC, do portal UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha, a Odebrecht já prepara a devolução do Maracanã para o governo do Rio. Reformado pela Odebrecht para a Copa do Mundo de 2014, o Maracanã foi inaugurado no início de 2013, recebendo também jogos da Copa das Confederações naquele ano. O custo da obra foi de R$ 1,3 bilhão.
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Ueba! Terceirizaram Deus!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador-Geral da República! Oba! "Deputado propõe que piroca e pinguelo sejam patrimônio imaterial do Amazonas." Imaterial não! Piroca e pinguelo são patrimônios materiais! E esta: "Cientistas afirmam que cachorros podem detectar câncer de próstata pelo olfato". Aí um amigo meu comprou dois cachorros, pra ter uma segunda opinião. Rarará! E atenção! Terceirizaram Deus! Olha esta genial charge do Duke: "Deus te pague!". "Deus te castiga." "Deus te guie." "Deus é fiel." E Deus: "Não aguento mais essa terceirização". Rarará! E a charge do Nicolielo: "Não são palmas, presidenta, é o povo matando mosquito da dengue". Rarará! E 22 de abril foi Dia do Descobrimento do Brasil! E quem descobriu o Brasil? A Globo! Os 500 anos da Globo! Rarará! "Plim! Plim! Descobrimos o Brasil." E sabe por que o Brasil é a terra da putaria? Porque foi batizado com o nome de um pau: pau-brasil! E Pero Vaz de Caminha escreveu uma carta ao rei de Portugal pedindo um emprego pro cunhado. Aí nasceu o PMDB! E o Gabeira disse que até as velas das caravelas do Cabral eram feitas de maconha. Por isso que ele saiu para as Índias e acabou batendo no Brasil! Ficou sem noção! Rarará! E sabe porque Cabral gritou "terra à vista"? Porque ainda não tinha as Casas Bahia! Rarará! E todo mundo no Rio trabalha na Globo. E todo deputado é dono de uma afiliada da Globo! E a bancada do "Jornal Nacional" vai ser terceirizada. Vai ser apresentado por Cunha e Renan! E o Galvão é o Sarney da Globo! E a novela das 21h virou "Malhação da Terceira Idade"! E, como diz uma amiga minha: "esses novos atores da Globo são como Big Mac, tudo igual, comeu um, comeu todos". Rarará! E os 50 anos da Globo! E os 150 da Ana Maria Braga, os 500 da Susana Vieira e os não revelados da Glória Maria. E os 1.500 do Cid Moreira, os 400 do Chapelin e as 1.870 caretas da Ilze Scamparini. E o resumo da retrospectiva do "JN": desculpe nossa falha técnica. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Ueba! Terceirizaram Deus!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador-Geral da República! Oba! "Deputado propõe que piroca e pinguelo sejam patrimônio imaterial do Amazonas." Imaterial não! Piroca e pinguelo são patrimônios materiais! E esta: "Cientistas afirmam que cachorros podem detectar câncer de próstata pelo olfato". Aí um amigo meu comprou dois cachorros, pra ter uma segunda opinião. Rarará! E atenção! Terceirizaram Deus! Olha esta genial charge do Duke: "Deus te pague!". "Deus te castiga." "Deus te guie." "Deus é fiel." E Deus: "Não aguento mais essa terceirização". Rarará! E a charge do Nicolielo: "Não são palmas, presidenta, é o povo matando mosquito da dengue". Rarará! E 22 de abril foi Dia do Descobrimento do Brasil! E quem descobriu o Brasil? A Globo! Os 500 anos da Globo! Rarará! "Plim! Plim! Descobrimos o Brasil." E sabe por que o Brasil é a terra da putaria? Porque foi batizado com o nome de um pau: pau-brasil! E Pero Vaz de Caminha escreveu uma carta ao rei de Portugal pedindo um emprego pro cunhado. Aí nasceu o PMDB! E o Gabeira disse que até as velas das caravelas do Cabral eram feitas de maconha. Por isso que ele saiu para as Índias e acabou batendo no Brasil! Ficou sem noção! Rarará! E sabe porque Cabral gritou "terra à vista"? Porque ainda não tinha as Casas Bahia! Rarará! E todo mundo no Rio trabalha na Globo. E todo deputado é dono de uma afiliada da Globo! E a bancada do "Jornal Nacional" vai ser terceirizada. Vai ser apresentado por Cunha e Renan! E o Galvão é o Sarney da Globo! E a novela das 21h virou "Malhação da Terceira Idade"! E, como diz uma amiga minha: "esses novos atores da Globo são como Big Mac, tudo igual, comeu um, comeu todos". Rarará! E os 50 anos da Globo! E os 150 da Ana Maria Braga, os 500 da Susana Vieira e os não revelados da Glória Maria. E os 1.500 do Cid Moreira, os 400 do Chapelin e as 1.870 caretas da Ilze Scamparini. E o resumo da retrospectiva do "JN": desculpe nossa falha técnica. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Idade mínima é saída para equilibrar Previdência, diz ex-secretário
A instituição de uma idade mínima para aposentadoria no Brasil é fundamental para garantir o equilíbrio em longo prazo nas contas da Previdência Social, segundo o professor da USP José Roberto Savoia, ex-secretário de Previdência Complementar (governo FHC), que participou nesta segunda (23) de entrevista na "TV Folha". A razão, explicou Savoia, é que a idade mínima levará tanto ao aumento do tempo de contribuição dos trabalhadores quanto a uma redução no período esperado que um aposentado recebe o benefício. No Brasil, a idade média de aposentadoria é de 57,5 anos, enquanto na maioria dos países com demografia semelhante chega a 65 anos. Para Savoia, a medida pode ser implementada de forma escalonada, de maneira que não prejudique os trabalhadores que estão a poucos anos da aposentadoria. A ideia, afirmou, é que o peso maior fique para aqueles que estão entrando no mercado de trabalho ou com poucos anos de contribuição. O ex-secretário também defendeu regras que concedam vantagens como valores maiores de benéfico para aqueles trabalhadores que tenham maior tempo de contribuição. "Quem é contra a idade mínima sempre lembra daquela pessoa que começou a trabalhar com 14 anos e poderia se aposentar aos 49 após 35 anos de contribuição. É verdade, mas há formas de compensar essa pessoa", disse. Na entrevista, Savoia falou ainda sobre a necessidade de saneamento dos fundos de pensão e dos incentivos fiscais para a formação da previdência privada no país.
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Idade mínima é saída para equilibrar Previdência, diz ex-secretárioA instituição de uma idade mínima para aposentadoria no Brasil é fundamental para garantir o equilíbrio em longo prazo nas contas da Previdência Social, segundo o professor da USP José Roberto Savoia, ex-secretário de Previdência Complementar (governo FHC), que participou nesta segunda (23) de entrevista na "TV Folha". A razão, explicou Savoia, é que a idade mínima levará tanto ao aumento do tempo de contribuição dos trabalhadores quanto a uma redução no período esperado que um aposentado recebe o benefício. No Brasil, a idade média de aposentadoria é de 57,5 anos, enquanto na maioria dos países com demografia semelhante chega a 65 anos. Para Savoia, a medida pode ser implementada de forma escalonada, de maneira que não prejudique os trabalhadores que estão a poucos anos da aposentadoria. A ideia, afirmou, é que o peso maior fique para aqueles que estão entrando no mercado de trabalho ou com poucos anos de contribuição. O ex-secretário também defendeu regras que concedam vantagens como valores maiores de benéfico para aqueles trabalhadores que tenham maior tempo de contribuição. "Quem é contra a idade mínima sempre lembra daquela pessoa que começou a trabalhar com 14 anos e poderia se aposentar aos 49 após 35 anos de contribuição. É verdade, mas há formas de compensar essa pessoa", disse. Na entrevista, Savoia falou ainda sobre a necessidade de saneamento dos fundos de pensão e dos incentivos fiscais para a formação da previdência privada no país.
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Justiça aceita pedido de recuperação judicial da empreiteira Mendes Júnior
A Justiça de Minas Gerais aceitou o pedido de recuperação judicial da empreiteira Mendes Júnior, uma das investigadas na Operação Lava Jato. A dívida informada pela empresa é de aproximadamente R$ 258 milhões, sendo R$ 230 milhões só com fornecedores. O valor ainda pode ser contestado e modificado durante o processo. O pedido foi feito na segunda-feira (7) e aceito nesta quinta (10) pela juíza Patrícia Santos Firmo, da 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte. Após a autorização da magistrada, todas as ações civis de cobrança à Mendes Júnior ficam suspensas por 180 dias. Agora, a companhia terá um prazo de 60 dias para apresentar o plano de recuperação à Justiça e, depois disso, os credores terão mais 180 dias para aprovar ou não o plano. Se aprovado, a empreiteira entra em processo de recuperação. Se não, a magistrada pode decretar sua falência. Por meio de nota, a empresa afirma que vem desde 2014 sofre o impacto da escassez de crédito e do baixo investimento provocados pela atual situação da economia brasileira. "Embora tenha buscado incessantemente reverter a situação, a Mendes Júnior Trading e Engenharia S.A. viu na recuperação judicial a opção adequada para reequilibrar sua situação econômica e financeira de modo a preservar os interesses dos credores, clientes, fornecedores, colaboradores e demais parceiros pela preservação da operação da companhia e continuidade de seus contratos", diz o comunicado. A Mendes Júnior segue um caminho semelhante ao de outras empresas envolvidas na Lava Jato que já fizeram pedidos recuperação judicial, como a construtora OAS e a Alumini Engenharia, que também tinha fornecedores e instituições financeiras entre seus credores. No final do ano passado, o juiz federal Sergio Moro condenou um dos herdeiros da Mendes Júnior, Sergio Cunha Mendes, a mais de 19 anos de prisão por assinaturas de contrato que seriam relacionados ao esquema de propinas na Petrobras.
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Justiça aceita pedido de recuperação judicial da empreiteira Mendes JúniorA Justiça de Minas Gerais aceitou o pedido de recuperação judicial da empreiteira Mendes Júnior, uma das investigadas na Operação Lava Jato. A dívida informada pela empresa é de aproximadamente R$ 258 milhões, sendo R$ 230 milhões só com fornecedores. O valor ainda pode ser contestado e modificado durante o processo. O pedido foi feito na segunda-feira (7) e aceito nesta quinta (10) pela juíza Patrícia Santos Firmo, da 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte. Após a autorização da magistrada, todas as ações civis de cobrança à Mendes Júnior ficam suspensas por 180 dias. Agora, a companhia terá um prazo de 60 dias para apresentar o plano de recuperação à Justiça e, depois disso, os credores terão mais 180 dias para aprovar ou não o plano. Se aprovado, a empreiteira entra em processo de recuperação. Se não, a magistrada pode decretar sua falência. Por meio de nota, a empresa afirma que vem desde 2014 sofre o impacto da escassez de crédito e do baixo investimento provocados pela atual situação da economia brasileira. "Embora tenha buscado incessantemente reverter a situação, a Mendes Júnior Trading e Engenharia S.A. viu na recuperação judicial a opção adequada para reequilibrar sua situação econômica e financeira de modo a preservar os interesses dos credores, clientes, fornecedores, colaboradores e demais parceiros pela preservação da operação da companhia e continuidade de seus contratos", diz o comunicado. A Mendes Júnior segue um caminho semelhante ao de outras empresas envolvidas na Lava Jato que já fizeram pedidos recuperação judicial, como a construtora OAS e a Alumini Engenharia, que também tinha fornecedores e instituições financeiras entre seus credores. No final do ano passado, o juiz federal Sergio Moro condenou um dos herdeiros da Mendes Júnior, Sergio Cunha Mendes, a mais de 19 anos de prisão por assinaturas de contrato que seriam relacionados ao esquema de propinas na Petrobras.
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Ceni diz que jogo contra o Cruzeiro foi o seu último na Libertadores
Rogério Ceni bem que tentou adiar o seu adeus à Libertadores. Foi o melhor jogador do São Paulo na derrota para o Cruzeiro por 1 a 0, nesta quarta (13), pegou duas cobranças na decisão por pênaltis, mas sua atuação não foi suficiente para evitar a eliminação da equipe no torneio que o transformou em ídolo. O São Paulo passou boa parte do jogo no Mineirão tentando segurar a vantagem obtida na partida de ida –1 a 0. Enquanto a equipe mineira buscava desesperadamente o gol, o time de Rogério tentava manter a posse de bola e fazer o tempo passar. A tática até funcionou no primeiro tempo, mas no segundo o Cruzeiro aumentou a pressão e chegou ao gol que levaria a decisão da vaga nas quartas de final da Libertadores para os pênaltis. Willian lançou para Mayke nas costas do lateral esquerdo Reinaldo. O cruzeirense aproveitou a falha e cruzou para Leandro Damião, livre, tocar para o gol. Na disputa por pênaltis, apesar de ter convertido a sua cobrança e defendido outras duas, Rogério viu Souza, Luis Fabiano e Lucão falharem e decretarem a queda do São Paulo na Libertadores. "É difícil falar qualquer coisa. Vou esperar abaixar um pouco", disse o jogador, emocionado, à Fox Sports após o fim da partida. Indagado sobre se o confronto contra o Cruzeiro foi o seu último no torneio, o goleiro respondeu "com certeza". O clima dos visitantes era de velório. "Estão todos tristes, alguns até chorando", disse o técnico Milton Cruz, que admitiu: "Hoje nós deixamos a desejar um pouco". O treinador afirmou que Rogério estava "muito chateado", mas destacou que o goleiro "está preparado" para essas situações. APOSENTADORIA Com a eliminação no torneio, fica a expectativa pelo anúncio da aposentadoria do ídolo são-paulino. Rogério chegou a dizer que deixaria os gramados no fim de 2014, mas a boa campanha no Brasileiro (vice-campeão) e a possibilidade de encerrar a carreira com um título da Libertadores o fizeram voltar atrás na decisão e renovar seu contrato até 5 de agosto. O torneio sempre foi uma obsessão para Rogério. Foi nele que o goleiro ganhou seu primeiro título de relevância. O camisa 1 fez parte do elenco campeão da Libertadores em 1993, mas só em 2005, no segundo ano em que disputou a competição como titular, chegou ao título participando da campanha. A conquista, somada à esplêndida atuação na final do Mundial de Clubes contra o Liverpool, são as principais razões para os são-paulinos considerarem o goleiro um dos maiores (senão o maior) ídolos da história do clube. Não bastassem as defesas salvadoras, Rogério dá adeus à Libertadores como maior artilheiro do São Paulo no torneio, com 14 gols, empatado com o atacante Luis Fabiano. Colaborou JOSÉ MARQUES, de Belo Horizonte
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Ceni diz que jogo contra o Cruzeiro foi o seu último na LibertadoresRogério Ceni bem que tentou adiar o seu adeus à Libertadores. Foi o melhor jogador do São Paulo na derrota para o Cruzeiro por 1 a 0, nesta quarta (13), pegou duas cobranças na decisão por pênaltis, mas sua atuação não foi suficiente para evitar a eliminação da equipe no torneio que o transformou em ídolo. O São Paulo passou boa parte do jogo no Mineirão tentando segurar a vantagem obtida na partida de ida –1 a 0. Enquanto a equipe mineira buscava desesperadamente o gol, o time de Rogério tentava manter a posse de bola e fazer o tempo passar. A tática até funcionou no primeiro tempo, mas no segundo o Cruzeiro aumentou a pressão e chegou ao gol que levaria a decisão da vaga nas quartas de final da Libertadores para os pênaltis. Willian lançou para Mayke nas costas do lateral esquerdo Reinaldo. O cruzeirense aproveitou a falha e cruzou para Leandro Damião, livre, tocar para o gol. Na disputa por pênaltis, apesar de ter convertido a sua cobrança e defendido outras duas, Rogério viu Souza, Luis Fabiano e Lucão falharem e decretarem a queda do São Paulo na Libertadores. "É difícil falar qualquer coisa. Vou esperar abaixar um pouco", disse o jogador, emocionado, à Fox Sports após o fim da partida. Indagado sobre se o confronto contra o Cruzeiro foi o seu último no torneio, o goleiro respondeu "com certeza". O clima dos visitantes era de velório. "Estão todos tristes, alguns até chorando", disse o técnico Milton Cruz, que admitiu: "Hoje nós deixamos a desejar um pouco". O treinador afirmou que Rogério estava "muito chateado", mas destacou que o goleiro "está preparado" para essas situações. APOSENTADORIA Com a eliminação no torneio, fica a expectativa pelo anúncio da aposentadoria do ídolo são-paulino. Rogério chegou a dizer que deixaria os gramados no fim de 2014, mas a boa campanha no Brasileiro (vice-campeão) e a possibilidade de encerrar a carreira com um título da Libertadores o fizeram voltar atrás na decisão e renovar seu contrato até 5 de agosto. O torneio sempre foi uma obsessão para Rogério. Foi nele que o goleiro ganhou seu primeiro título de relevância. O camisa 1 fez parte do elenco campeão da Libertadores em 1993, mas só em 2005, no segundo ano em que disputou a competição como titular, chegou ao título participando da campanha. A conquista, somada à esplêndida atuação na final do Mundial de Clubes contra o Liverpool, são as principais razões para os são-paulinos considerarem o goleiro um dos maiores (senão o maior) ídolos da história do clube. Não bastassem as defesas salvadoras, Rogério dá adeus à Libertadores como maior artilheiro do São Paulo no torneio, com 14 gols, empatado com o atacante Luis Fabiano. Colaborou JOSÉ MARQUES, de Belo Horizonte
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Faz de conta
A reação da Lava Jato à medida provisória sobre acordos com empreiteiras acusadas tem uma peculiaridade: volta-se contra a Lava Jato. E traz dela um reforço, de procedência portanto privilegiada, às críticas ao recurso e à prodigalidade de delações premiadas na Lava Jato, em detrimento de investigações e provas. Um ponto foi objeto de maior indignação na Lava Jato. Ao menos em parte, por ter sido retirado da MP antes de sua liberação por Dilma Rousseff. Foi o que exigia "reparação integral" do dano, financeiro ou outro, causado pela empresa. Porta-voz da Lava Jato, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima mostra-se a respeito, como de hábito, pessoa de certezas absolutas: "Não tenho dúvida de que o objetivo dessas alterações foi facilitar a vida dessas empreiteiras". A palavra "integral", na lei, se oferecia como uma criadora de caso. Comprovar certas integralidades, para concluir a chamada leniência (a delação premiada em versão para empresas), estaria sempre sujeito à exigência de alguma insignificância insuspeitada, e no entanto capaz de paralisar a retomada do trabalho. Mas, sobretudo, para exigir a reparação de todo o dano basta cobrar, no acordo de leniência, tudo o que seja possível, sem necessidade da palavra "integral" na lei. Bem, já se sabia que a Lava Jato é mais voltada para palavras do que para atos e fatos. Até em relação aos seus. Pois também se sabe que a Lava Jato não exige dos corrompidos da Petrobras, nas respectivas delações premiadas, a devolução integral do que extorquiram de dinheiro saído da Petrobras. Paulo Roberto Costa, por exemplo, está em sua recém-concluída casa na Costa Verde. O que pôs em nome das filhas lhe foi deixado. E ainda há a possibilidade de dinheiro não revelado. O conceito do Brasil, compreende-se, é muito baixo na Lava Jato: "É um país de faz de conta", define o procurador Santos Lima. "Fingimos que vamos punir, que vamos fazer a coisa certa, mas realmente não é esse o objetivo". O plural foi um tanto traiçoeiro. "Fingimos que vamos punir", dito por um procurador que articula punições, e com tanta gente mandada para a liberdade pelas delações premiadas, pode parecer aos maldosos uma delação premiada da própria Lava Jato. E, quanto a punir, dizer que "realmente não é esse o objetivo" é um endosso à ideia de que destruir Lula é o objetivo real da Lava Jato. Mas o procurador dava a visão que os integrantes da Lava Jato têm do Brasil, não da própria força-tarefa. Se bem que não haja como os dissociar. E o que vale para um, ainda que em doses diferentes, vale para a outra. Como se pode constatar dos que recebem penas pelo dano causado à Petrobras, enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro são condenados pelo juiz Sergio Moro a anos e anos de cadeia –e em seguida vão para casa. Em um bairro rico "no país do faz de conta", "que finge que pune", como diz o procurador. O PODER Foi a primeira derrota de fato de Eduardo Cunha. Decepcionante. Ou o recesso não lhe fez bem, o que é improvável, ou Eduardo Cunha, o grande faz-tudo das artes brasileiras, está assolado pela decadência. O que fez do dinheiro das evangélicas? E dos prefeitos e cargos públicos que controla pelo país afora? Dos seus seguidores nos fundos, dos seus aliados em tantas empresas com interesses no Estado? Trinta e sete a trinta. Decepcionante. Mas difícil é crer que o destino da Presidência da República deste país de 200 milhões esteve potencialmente pendurado, como um possível enforcado à espera da decisão do carrasco, da escolha entre um líder e outro de um partido sem compostura, que mal passa de 12% em 513 deputados. Qual é o caráter de um partido a que pertencem os dois extremos que se enfrentaram em oposição de vida e morte? Não por acaso, o seu presidente, Michel Temer, está tão derrotado quanto Eduardo Cunha. Mas não decepciona.
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Faz de contaA reação da Lava Jato à medida provisória sobre acordos com empreiteiras acusadas tem uma peculiaridade: volta-se contra a Lava Jato. E traz dela um reforço, de procedência portanto privilegiada, às críticas ao recurso e à prodigalidade de delações premiadas na Lava Jato, em detrimento de investigações e provas. Um ponto foi objeto de maior indignação na Lava Jato. Ao menos em parte, por ter sido retirado da MP antes de sua liberação por Dilma Rousseff. Foi o que exigia "reparação integral" do dano, financeiro ou outro, causado pela empresa. Porta-voz da Lava Jato, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima mostra-se a respeito, como de hábito, pessoa de certezas absolutas: "Não tenho dúvida de que o objetivo dessas alterações foi facilitar a vida dessas empreiteiras". A palavra "integral", na lei, se oferecia como uma criadora de caso. Comprovar certas integralidades, para concluir a chamada leniência (a delação premiada em versão para empresas), estaria sempre sujeito à exigência de alguma insignificância insuspeitada, e no entanto capaz de paralisar a retomada do trabalho. Mas, sobretudo, para exigir a reparação de todo o dano basta cobrar, no acordo de leniência, tudo o que seja possível, sem necessidade da palavra "integral" na lei. Bem, já se sabia que a Lava Jato é mais voltada para palavras do que para atos e fatos. Até em relação aos seus. Pois também se sabe que a Lava Jato não exige dos corrompidos da Petrobras, nas respectivas delações premiadas, a devolução integral do que extorquiram de dinheiro saído da Petrobras. Paulo Roberto Costa, por exemplo, está em sua recém-concluída casa na Costa Verde. O que pôs em nome das filhas lhe foi deixado. E ainda há a possibilidade de dinheiro não revelado. O conceito do Brasil, compreende-se, é muito baixo na Lava Jato: "É um país de faz de conta", define o procurador Santos Lima. "Fingimos que vamos punir, que vamos fazer a coisa certa, mas realmente não é esse o objetivo". O plural foi um tanto traiçoeiro. "Fingimos que vamos punir", dito por um procurador que articula punições, e com tanta gente mandada para a liberdade pelas delações premiadas, pode parecer aos maldosos uma delação premiada da própria Lava Jato. E, quanto a punir, dizer que "realmente não é esse o objetivo" é um endosso à ideia de que destruir Lula é o objetivo real da Lava Jato. Mas o procurador dava a visão que os integrantes da Lava Jato têm do Brasil, não da própria força-tarefa. Se bem que não haja como os dissociar. E o que vale para um, ainda que em doses diferentes, vale para a outra. Como se pode constatar dos que recebem penas pelo dano causado à Petrobras, enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro são condenados pelo juiz Sergio Moro a anos e anos de cadeia –e em seguida vão para casa. Em um bairro rico "no país do faz de conta", "que finge que pune", como diz o procurador. O PODER Foi a primeira derrota de fato de Eduardo Cunha. Decepcionante. Ou o recesso não lhe fez bem, o que é improvável, ou Eduardo Cunha, o grande faz-tudo das artes brasileiras, está assolado pela decadência. O que fez do dinheiro das evangélicas? E dos prefeitos e cargos públicos que controla pelo país afora? Dos seus seguidores nos fundos, dos seus aliados em tantas empresas com interesses no Estado? Trinta e sete a trinta. Decepcionante. Mas difícil é crer que o destino da Presidência da República deste país de 200 milhões esteve potencialmente pendurado, como um possível enforcado à espera da decisão do carrasco, da escolha entre um líder e outro de um partido sem compostura, que mal passa de 12% em 513 deputados. Qual é o caráter de um partido a que pertencem os dois extremos que se enfrentaram em oposição de vida e morte? Não por acaso, o seu presidente, Michel Temer, está tão derrotado quanto Eduardo Cunha. Mas não decepciona.
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Governo Trump ordena a embaixadas mais rigor para dar vistos para os EUA
Em telegramas enviados na última semana a todas as embaixadas dos Estados Unidos pelo mundo, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, ordenou que haja um aumento no rigor de entrevistas para a concessão de vistos a determinados grupos de viajantes. Nos documentos, divulgados pela agência Reuters e pelo jornal "The New York Times", Tillerson orientou os postos a identificar "populações que justifiquem maior análise", sobre as quais serão adotadas medidas mais rígidas, como um questionamento detalhado sobre o histórico do solicitante de visto. Entre as informações adicionais que serão cobradas de quem for considerado dentro do grupo suspeito estão o histórico de viagens e de trabalho e os endereços da pessoa nos últimos 15 anos, além de números de telefone, endereços de e-mail e contas de redes sociais utilizados nos últimos cinco anos. Para pessoas que "já estiveram em território controlado pelo Estado Islâmico", o secretário de Estado ordena uma "checagem obrigatória de mídias sociais". "Os funcionários consulares não podem hesitar em recusar nenhum caso que apresente questões preocupantes de segurança", escreveu Tillerson. "Todas as decisões de visto são decisões de segurança nacional", completou. O texto não especifica que critérios –como nacionalidade ou sobrenome, por exemplo– deverão ser observados para determinar os alvos das novas medidas. O aumento do rigor poderá ser aplicado a solicitantes de visto de turismo e de negócios e familiares de residentes nos EUA. Aparentemente, as novas regras só pouparão os 38 países cujos cidadãos têm a entrada facilitada pelo programa de isenção de vistos –como a maioria das nações europeias, Austrália, Nova Zelândia, Japão e Coreia do Sul. O Brasil não faz parte desse programa, mas não há nenhuma referência específica ao país nos telegramas. Em 2016, os EUA emitiram mais de 10 milhões de vistos para estrangeiros. As novas orientações colocam em prática as diretrizes apontadas por um memorando de Donald Trump determinando o reforço do procedimentos para concessão de visto. O texto foi assinado em 6 de março, no mesmo dia da assinatura da nova ordem executiva que vetava a entrada nos EUA de cidadãos de seis países de maioria muçulmana –Irã, Síria, Líbia, Iêmen, Sudão e Somália. O decreto, no entanto, seria suspenso por uma decisão judicial um dia antes de quando entraria em vigor, na última semana. No telegrama de Tillerson, enviado antes que a ordem executiva fosse barrada por um tribunal do Havaí, também havia orientações sobre como os postos deveriam lidar com os cidadãos dos seis países listados. No dia seguinte, contudo, ele teve que enviar um novo comunicado cancelando as diretrizes da mensagem anterior.
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Governo Trump ordena a embaixadas mais rigor para dar vistos para os EUAEm telegramas enviados na última semana a todas as embaixadas dos Estados Unidos pelo mundo, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, ordenou que haja um aumento no rigor de entrevistas para a concessão de vistos a determinados grupos de viajantes. Nos documentos, divulgados pela agência Reuters e pelo jornal "The New York Times", Tillerson orientou os postos a identificar "populações que justifiquem maior análise", sobre as quais serão adotadas medidas mais rígidas, como um questionamento detalhado sobre o histórico do solicitante de visto. Entre as informações adicionais que serão cobradas de quem for considerado dentro do grupo suspeito estão o histórico de viagens e de trabalho e os endereços da pessoa nos últimos 15 anos, além de números de telefone, endereços de e-mail e contas de redes sociais utilizados nos últimos cinco anos. Para pessoas que "já estiveram em território controlado pelo Estado Islâmico", o secretário de Estado ordena uma "checagem obrigatória de mídias sociais". "Os funcionários consulares não podem hesitar em recusar nenhum caso que apresente questões preocupantes de segurança", escreveu Tillerson. "Todas as decisões de visto são decisões de segurança nacional", completou. O texto não especifica que critérios –como nacionalidade ou sobrenome, por exemplo– deverão ser observados para determinar os alvos das novas medidas. O aumento do rigor poderá ser aplicado a solicitantes de visto de turismo e de negócios e familiares de residentes nos EUA. Aparentemente, as novas regras só pouparão os 38 países cujos cidadãos têm a entrada facilitada pelo programa de isenção de vistos –como a maioria das nações europeias, Austrália, Nova Zelândia, Japão e Coreia do Sul. O Brasil não faz parte desse programa, mas não há nenhuma referência específica ao país nos telegramas. Em 2016, os EUA emitiram mais de 10 milhões de vistos para estrangeiros. As novas orientações colocam em prática as diretrizes apontadas por um memorando de Donald Trump determinando o reforço do procedimentos para concessão de visto. O texto foi assinado em 6 de março, no mesmo dia da assinatura da nova ordem executiva que vetava a entrada nos EUA de cidadãos de seis países de maioria muçulmana –Irã, Síria, Líbia, Iêmen, Sudão e Somália. O decreto, no entanto, seria suspenso por uma decisão judicial um dia antes de quando entraria em vigor, na última semana. No telegrama de Tillerson, enviado antes que a ordem executiva fosse barrada por um tribunal do Havaí, também havia orientações sobre como os postos deveriam lidar com os cidadãos dos seis países listados. No dia seguinte, contudo, ele teve que enviar um novo comunicado cancelando as diretrizes da mensagem anterior.
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Confira o comunicador de 'Jornada nas Estrelas' e outras compras tecnológicas
Toda segunda-feira, "Tec" divulga os mais legais itens do mundo da tecnologia que estão à venda, tanto no Brasil quanto lá fora. Confira, na galeria de imagens abaixo, a coletânea das melhores compras tecnológicas desta semana:
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Confira o comunicador de 'Jornada nas Estrelas' e outras compras tecnológicasToda segunda-feira, "Tec" divulga os mais legais itens do mundo da tecnologia que estão à venda, tanto no Brasil quanto lá fora. Confira, na galeria de imagens abaixo, a coletânea das melhores compras tecnológicas desta semana:
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No retorno à Série A, Vasco empata com o Goiás
No seu retorno à Série A do Campeonato Brasileiro, o Vasco apenas empatou com o Goiás por 0 a 0, neste domingo (10), em São Januário, pela primeira rodada da competição. O Vasco esteve bem abaixo do que mostrou na final do Estadual do Rio, quando faturou o título. Já o Goiás, mais cauteloso, apostava nos contra-ataques, que não surgiram. O Vasco volta a campo na próxima quarta-feira (13), quando enfrenta o Cuiabá na Arena Pantanal, na partida de ida da segunda fase da Copa do Brasil. No mesmo dia, o Goiás recebe o Independente-PA no Serra Dourada, pela partida de volta. No primeiro duelo, o time paraense venceu por 1 a 0 em Tucuruí. Pelo Campeonato Brasileiro, o Vasco visita o Figueirense, em jogo marcado para domingo (17), às 11h. Um dia antes, o Goiás recebe o Atlético-PR, que venceu o Inter na estreia.
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No retorno à Série A, Vasco empata com o GoiásNo seu retorno à Série A do Campeonato Brasileiro, o Vasco apenas empatou com o Goiás por 0 a 0, neste domingo (10), em São Januário, pela primeira rodada da competição. O Vasco esteve bem abaixo do que mostrou na final do Estadual do Rio, quando faturou o título. Já o Goiás, mais cauteloso, apostava nos contra-ataques, que não surgiram. O Vasco volta a campo na próxima quarta-feira (13), quando enfrenta o Cuiabá na Arena Pantanal, na partida de ida da segunda fase da Copa do Brasil. No mesmo dia, o Goiás recebe o Independente-PA no Serra Dourada, pela partida de volta. No primeiro duelo, o time paraense venceu por 1 a 0 em Tucuruí. Pelo Campeonato Brasileiro, o Vasco visita o Figueirense, em jogo marcado para domingo (17), às 11h. Um dia antes, o Goiás recebe o Atlético-PR, que venceu o Inter na estreia.
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